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Exclusiva – Webinar com professores do Brasil e Canadá pautará Incêndios Florestais e Mudanças Climáticas

O evento online contará com equipe técnica e programação imperdível para quem busca se atualizar sobre ações relevantes e imediatistas sobre os temas

No próximo dia 3/12, das 19h às 20h30min (BR), será realizado o Webinar Incêndios Florestais e Mudanças Climáticas: Abordagens colaborativas para enfrentar um desafio global complexo. O evento é organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Faculty of Forestry da University of British Columbia, no Canadá. O Webinar é gratuito e oferece certificação, porém é necessária inscrição pelos links https://forms.gle/T7Jmh1CQVfaYT6eF8 para brasileiros, ou https://forms.gle/9h6GkZP7wtdkzcp19 para estrangeiros, sendo uma oportunidade ímpar para estudantes e profissionais da área aprimorarem seus conhecimentos.    

Mediante a situação histórica em incêndios que têm assolado diversas regiões do Brasil, o Webinar visa ações de cooperação de toda sociedade civil, órgãos públicos e privados, na prevenção e combate aos incêndios florestais e formas de detecção mais precoces, a fim de minimizar os danos causados no meio ambiente devido a essas ocorrências, que têm sido cada vez mais frequentes e de maiores proporções.

A redação do Mais Floresta (www.maisfloresta.com.br), falou com os professores Alexandre França Tetto, Alexandre Behling e Vitor Afonso Hoeflich, do Programa de Pós-graduação em Engenharia Florestal, da UFPR, que, com exclusividade, deram mais detalhes sobre o Webinar.

Segundo os docentes, o intuito do evento é promover uma troca de experiências na área de prevenção e combate aos incêndios florestais, tendo em vista a importância do tema em função dos impactos que podem causar no meio ambiente (solo, fauna, flora), além da saúde humana, também é impactada de diversas formas, inclusive, através de questões que envolvem o ar atmosférico.

Eles também explicaram que a participação de professores da Faculty of Forestry da University of British Columbia, do Canadá, será uma importante contribuição para o evento, tendo em vista a intensidade e a extensão de áreas afetadas de incêndios que ocorrem nos dois países (Brasil e Canadá). Espera-se uma troca de experiências e boas práticas no monitoramento das variáveis ambientais para a prevenção de incêndios florestais, além de possíveis técnicas utilizadas no combate.

O ‘Webinar Incêndios Florestais e Mudanças Climáticas: Abordagens colaborativas para enfrentar um desafio global complexo’ será um intercâmbio maior em termos de pesquisa e informações, e para alcançar públicos em diferentes partes do mundo o evento será realizado no formato online, com tradução simultânea entre os idiomas, também informaram os professores da UFPR.

Histórico de ações

Este Webinar compõe um conjunto de ações desenvolvidas pelo Programa de Pós-graduação em Engenharia Florestal da UFPR em cooperação com a Faculty of Forestry da University of British Columbia, no Canadá, entre as quais se destacam:

  • I Webinar: Florestas e adaptação às mudanças climáticas – Ocorrido em 21 de março de 2023;
  • IV. SEAFLOR: Semana de Aperfeiçoamento em Engenharia Florestal – Ocorrido em 28 a 30 de novembro de 2023;
  • II Webinar sobre Incêndios Florestais e Mudanças Climáticas: Abordagens colaborativas para enfrentar um desafio global complexo (Inscrições abertas) – 03/12/25;
  • V Semana de Aperfeiçoamento em Engenharia Florestal – SEAFLOR – Previsto para o 2º semestre de 2025.

Programação

O Webinar contará com palestras dos professores Sarah Dickson-Hoyle, do Centro de Coexistência de Incêndios Florestais, Faculty of Forestry, UBC, abordando “Um Mundo em Chamas: da crise à coexistência” e Jennifer Gunter MRM – BC Community Forest Association, sobre “Florestas Comunitárias na Vanguarda: caminhos colaborativos para a resiliência aos incêndios florestais na Colúmbia Britânica”.

A seguir, haverá a participação de professores da UFPR: Antonio Carlos Batista abordará Novos Desafios para o Manejo do Fogo Frente às Mudanças Climáticas e Alexandre França Tetto, “Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais: estudo de caso do Estado do Paraná, Brasil”.

*Haverá tradução simultânea de inglês para português e de português para inglês.

Clique nos links abaixo e garanta sua inscrição:

Brasileiros: https://forms.gle/T7Jmh1CQVfaYT6eF8

Estrangeiros: https://forms.gle/9h6GkZP7wtdkzcp19

Escrito por: redação Mais Floresta.

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Após vários adiamentos, Senado aprova regulação do mercado de créditos de carbono no Brasil

Proposta vai voltar à análise da Câmara porque passou por mudanças. Texto define setores que, por emitirem muitos gases de efeito estufa, serão obrigados a compensar poluição

Senado aprovou nesta quarta-feira (13) o texto principal do projeto que cria regras para o mercado de carbono no Brasil.

Até as 18h15, senadores ainda analisavam trechos específicos da proposta. O texto terá de voltar à análise da Câmara antes de ir à sanção presidencial em razão de mudanças feitas pelos senadores.

O governo defendia a aprovação do texto a tempo da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 29), que acontece em Baku (Azerbaijão) nesta semana e vai até o próximo dia 22.

A proposta estabelece um limite de emissões de gases de efeito estufa por meio de um sistema de compensação – com bonificação para empresas que reduzirem o lançamento de gás carbônico na atmosfera e punição para as mais poluidoras.

Os estados poderão ter seus próprios mercados de carbono e administrar todo o crédito gerado em seus territórios, incluindo áreas privadas. Estatais vão conseguir vender e comprar títulos.

Atividades primárias de agricultura e pecuária ficaram de fora da regulamentação. Apesar disso, o setor poderá vender créditos caso comprove que fez a captura de CO2, caso das plantações de eucalipto, por exemplo.

Tramitação lenta e disputa no Congresso

Somente no governo Lula, a proposta já se arrasta desde março do ano passado no Congresso.

A Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado aprovou o texto em outubro de 2023 e, a Câmara, dois meses depois, em dezembro.

Contudo, nesse processo, os deputados assumiram a autoria do projeto, o que dará à Câmara a palavra final sobre conteúdo da matéria.

Senadores questionaram o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sobre o fato de os deputados assumirem o protagonismo do debate.

“A Câmara dos Deputados, lamentavelmente, fez como fez no projeto da SAF, no projeto da Lei Geral do Esporte e em outros projetos: desprezou o texto do Senado, pegou a redação e incorporou num projeto mais antigo, apresentou com quatro pontos novos”, reclamou o líder do PL, Carlos Portinho (RJ).

O que diz a proposta

A proposta cria dois tipos de mercado para negociação:

  • Mercado regulado

A principal característica do chamado “mercado regulado” é que a adesão a ele é obrigatória para as empresas que caírem nessa regra.

Pelo projeto, serão obrigadas a aderir ao sistema de créditos de carbono as firmas que emitirem mais de 10 mil toneladas de gases de efeito estufa por ano. É o caso, por exemplo, das empresas de cimento e do setor petrolífero.

As companhias que ultrapassarem a marca precisarão compensar as emissões por meio da compra de “créditos”. Pelo texto, cada crédito equivale a uma tonelada de dióxido de carbono (CO2).

Da mesma forma, as empresas que fecharem o ano abaixo desse teto poderão vender a diferença.

  • Mercado voluntário

O mercado voluntário, como o nome indica, é de adesão opcional. Empresas e indivíduos interessados no tema e que queiram neutralizar sua “pegada de carbono”, por exemplo, poderão usar esse sistema para comprar ou vender créditos.

Nesse caso, o valor do crédito de carbono varia de acordo com a oferta e a demanda e, também, com o tipo de projeto que está gerando aquele crédito.

Uma pessoa física que mantiver ou restaurar áreas protegidas pelo Código Florestal poderá vender títulos, por exemplo.

O projeto tem o aval da equipe econômica do governo porque é uma tentativa de adequar o mercado brasileiro a parâmetros internacionais, como os do Acordo de Paris, para atrair investimentos.

Os setores obrigados a respeitar os tetos de emissões de gases poluentes poderão implementar tecnologias para captar o gás carbônico, como já está sendo estudado na fabricação de etanol. Então, a própria empresa criará mecanismos para ter um saldo aceitável de emissões.

Punições e mais pontos

Veja mais detalhes da proposta:

  • As empresas que não cumprirem as regras terão de pagar multas equivalentes ao custo das “obrigações descumpridas” até o limite de 3% do faturamento bruto da companhia. O valor será de R$ 20 milhões para pessoas físicas e entidades;
  • Conforme a proposta, o empreendimento estará sujeito à perda de linhas de financiamento e benefícios fiscais, além da proibição de realizar contratos com a administração pública por até três anos;
  • A relatora, Leila Barros, retomou no texto uma punição que prevê o cancelamento do registro para venda de créditos de carbono para empresa que ultrapassar os níveis de poluição estipulados pelo novo regulamento;
  • O projeto diz que 75% do dinheiro arrecadado no sistema de mercado de carbono vão ser destinados ao Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, com objetivo de incentivar a “descarbonização das atividades”. No mínimo, 5% dos recursos irão para “compensação pela contribuição dos povos indígenas e comunidades tradicionais para a conservação da vegetação nativa”. O restante, 15%, servirá para operar o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE).

Câmara aprova projeto de lei que regulamenta mercado de carbono no Brasil: https://globoplay.globo.com/v/12216310

Informações: G1 / Imagem: divulgação.

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O que o setor florestal pode esperar da COP 29?

*Artigo de Marcelo Schmid

Em alguns dias terá início a 29ª Conferência das Partes (COP) que neste ano ocorre em Baku, Azerbaijão. A reunião é o principal fórum global para negociações sobre as mudanças climáticas, no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), tratado internacional criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1992, com o objetivo de “estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera em um nível que impeça uma interferência humana perigosa no sistema climático”.

As expectativas para essa reunião são altas, pois uma série de importantes temas foram tratados ao longo do ano nas reuniões preparatórias da COP-29, de modo que, ao contrário de outras COPs cujo resultado foi pífio, desta vez importantes definições são esperadas.

O Brasil deverá exercer papel protagonista no evento, tendo em vista que será o país anfitrião da próxima COP, em 2025, a ser realizada em Belém, Pará, no coração da região amazônica brasileira, fato que por si já coloca as florestas do país em evidência, embora sabe-se que a contribuição das florestas brasileiras para o clima do Planeta é notória.

O Brasil possui um gigantesco estoque de carbono armazenado nas florestas naturais, que segundo o Serviço Florestal Brasileiro (SFB) é de 80 bilhões de toneladas. Além disso, o país possui dez milhões de hectares de árvores em crescimento, as quais, segundo a Indústria Brasileira de Árvore (IBÁ), absorvem cerca de dois bilhões de toneladas de dióxido de carbono da atmosfera. Por fim, o país possui dezenas de milhões de hectares de áreas degradadas que podem ser restauradas com a intervenção humana.

Mas o setor florestal brasileiro pode esperar da COP-29?

Entre vários temas importantes, um dos principais focos de discussões deste ano são as novas contribuições nacionalmente determinadas (NDC, compromissos de ações de combate à mudança do clima) a serem apresentadas pelos países signatários da UNFCCC, as quais serão adotadas a partir de 2025.

A atual NDC brasileira, entre outros pontos, assume o compromisso de alcançar a “neutralidade climática” até o ano de 2050 e um ponto muito importante para as florestas brasileiras: o “compromisso político em direção ao fim do desmatamento até 2030”.

A expectativa para a COP-29 é de que o Brasil seja um dos primeiros países a apresentar o novo compromisso, criando assim “a régua” para as ambições climáticas de outras nações. Diante de seu protagonismo, o país não poderá “recuar” em seus compromissos e deverá apresentar uma NDC ainda mais arrojada.

Espera-se também que a nossa nova NDC seja mais precisa em relação ao desmatamento, no sentido de assumir um compromisso mais objetivo do que “compromisso político em direção ao fim do desmatamento”. Além disso, é de grande importância deixar claro que o desmatamento tratado pela NDC é o desmatamento ilegal e não se confunde com a supressão vegetal autorizada por lei, necessária ao desenvolvimento de diversos setores da economia.

Uma outra pauta muito importante é a tão esperada definição completa do Artigo 6 do Acordo de Paris, que cria um novo mercado de créditos de carbono, o qual pode ocorrer de formas distintas.

A primeira, na forma do Artigo 6.2, que permite que os países cooperem entre si na implementação de suas metas nacionais, possibilitando a comercialização de reduções ou remoções de emissões,conhecidas como Transferências Internacionais de Resultados de Mitigação (ITMOs), por meio de acordos bilaterais ou multilaterais, criando um mercado de créditos de carbono de “alta qualidade”.

A segunda é o artigo 6.4. que propõe um mercado de carbono internacional monitorado por um órgão de supervisão, com regras, modalidades e procedimentos. Aqui reside outro ponto de atenção e expectativa para o setor florestal e as florestas no Brasil, pois espera-se que haja a transição de projetos do antigo Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL, estabelecido pelo Protocolo de Quioto) para o Artigo 6.4, com destaque à possibilidade de inclusão de atividades de reflorestamento, tal qual permitia o MDL.

Nesse sentido é de grande importância fazermos aqui um pequeno parêntesis e viajar rapidamente de Baku de volta ao Brasil: está na pauta do senado brasileiro a votação (em caráter de urgência) do projeto que cria regras para o mercado de carbono no Brasil. A proposta era o primeiro item da pauta da sessão da terça-feira passada (05/11), mas foi adiada para a próxima terça (12/11).

Mas qual é a relação entre o que irá acontecer em Baku em alguns dias e a pauta de nosso Senado?

Para que o mercado de carbono brasileiro tenha sucesso, é fundamental que suas regras sejam compatíveis às regras do Artigo 6 do Acordo de Paris, para atrair maior volume de investimentos. E aqui está um ponto de grande expectativa para o setor de base florestal, pois o Brasil não pode abrir mão da oportunidade de usar o mercado de carbono para fomentar a restauração de áreas degradadas e o alcance de sua ousada meta de neutralidade climática.

Espera-se assim que os projetos de reflorestamento tenham seu espaço garantido dentro do mercado regulado brasileiro e que haja tal conexão com o mercado do Acordo de Paris, para alcançar uma demanda (muito) maior por créditos.

Antes que me perguntem: e o plantio de florestas comerciais, poderá gerar créditos neste novo mercado? Pois bem, atualmente as regras do mercado voluntário apresentam restrições para determinadas atividades de projetos florestais, porém, não há uma proibição geral à utilização de espécies comerciais e diversos projetos desenvolvidos no Brasil dentro da modalidade chamada de ARR (Afforestation, Reforestation and Restoration) consideram o plantio de, por exemplo, eucalipto, como alternativa.

Espera-se que o novo mercado regulado nacional absorva essa mesma análise e que esse conceito seja também aceito no mercado regulado internacional, do Acordo de Paris, desde que naturalmente sejam obedecidos critérios de integridade ambiental para gerar créditos de alta confiabilidade e qualidade. Infelizmente, o Grupo Index tem avaliado projetos de carbono florestal em desenvolvimento no Brasil que não são capazes de comprovar o atendimento a tais critérios.

O setor florestal brasileiro espera há décadas na fila pela oportunidade de entrar no mercado de carbono e isso não irá mudar com a próxima COP. Embora a contribuição do setor para o clima do Planeta seja notória, é necessário lembrar que a humanidade está diante do maior problema ambiental de sua história, problema esse de altíssima complexidade, pois é permeado por uma densa rede de questões econômicas e sociais e pelo interesse de centenas de países.

Não há dúvida que as Soluções Baseadas na Natureza (SBN) são um mecanismo fundamental para estabilizar o clima do Planeta e que o Brasil é será o principal fornecedor desta qualidade ambiental para o Mundo, mas não se resolvem problemas complexos, com soluções simples, temos que ter um pouco mais de paciência, a nossa hora chegará em breve.


*Marcelo Schmid é sócio-diretor do Grupo Index (https://indexgrupo.com.br/).

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Papel e celulose, agro e mineração estão mais expostos à mudança climática, aponta XP

Analista avalia que o tema ganhou mais relevância esse ano com as enchentes no Sul e as queimadas recentes em vários pontos do país

Relatório da XP mapeou os riscos climáticos em vários setores da economia no país. O objetivo é atender uma crescente preocupação de investidores, principalmente depois das enchentes no Rio Grande do Sul, em maio, e agora com as queimadas, que aumentaram em diversos pontos do país.

Segundo Marcella Ungaretti, analista ESG da XP, o cenário em relação ao clima e os impactos que esses eventos climáticos extremos possuem afetam diferentes setores da bolsa.

“A gente percebe esses eventos acontecendo tanto no Brasil como ao redor do mundo. E o olhar dos investidores acabou ficando mais forte para isso”, destaca.

10 cidades mais atingidas

No Brasil, conforme o levantamento da XP, identifica-se aumento de temperatura consideravelmente mais alta do que nos anos anteriores. Pelo relatório, as cidades brasileiras que tiveram mais eventos climáticos ano passado foram, pela ordem: Manaus (AM), São Paulo (SP), Petrópolis (RJ), Brusque (SC), Barra Mansa (RJ), Salvador (BA), Curitiba (PR), Itaquaquecetuba (SP), Ubatuba (SP) e Xanxerê (SC).

“Essa combinação de maiores emissões de gás de efeito estufa e maiores temperaturas tem levado a um aumento da frequência desses eventos climáticos extremos”, destaca.

Riscos físicos e de transição

O mapeamento dos setores da bolsa mais atingidos com mudanças climáticas foi dividido em dois, explica a analista. O primeiro com os setores com riscos físicos, que são aqueles que podem impactar os ativos da empresa e as suas operações.

“O segundo com os setores de riscos de transição, que são aqueles que podem acontecer pensando principalmente em mudança de preferência do consumidor, preocupação em relação aos stakeholders e eventuais custos adicionais de adaptação”, explica Marcella Urgaretti.

“Pensando em alguns riscos físicos, tem três setores expostos: papel e celulose, agro, alimentos e bebidas, e mineração e siderurgia”, disse ela.

“Nos riscos de transição, os mais impactados são óleo e gás, novamente mineração e siderurgia, e transportes”, complementou.

Segundo ela, as empresas em geral no Brasil ainda estão em estágios iniciais de adaptação às mudanças climáticas, o que as deixam potencialmente despreparadas para enfrentar os riscos climáticos.

Informações: InfoMoney.

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I Summit de Mudanças Climáticas e Incêndios Florestais debate o tema em Itu-SP

Realizado nos dias 27 e 28 de junho, o evento trouxe uma programação robusta para promover o diálogo e a colaboração entre países e organizações sobre as melhores práticas no combate a incêndios florestais e na mitigação das mudanças climáticas

O Brasil registrou um nú­mero recorde de incên­dios florestais de janeiro a abril, com mais de 17 mil focos identificados no período, mais da metade deles concentrados na re­gião da Amazônia. O Ministério do Meio Ambiente atribuiu o aumento das quei­madas, que são uma técnica amplamente utilizada pelo agronegócio para aumentar a superfície explorável, aos efeitos das mudanças climáticas, incluindo as secas. No total, 17.182 incêndios foram registra­dos nos primeiros quatro meses do ano, segundo imagens de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), disponibilizadas neste primeiro semestre de 2024, um aumento de 81% em rela­ção ao mesmo período de 2023.

E para falar sobre o tema, foi realiza­do nos dias 27 e 28 de junho, o I Summit Mudanças Climáticas e Incêndios Flores­tais, no Itu Plaza Hotel, em São Paulo, com uma programação robusta para pro­mover o diálogo e a colaboração entre países e organizações para compartilhar as melhores práticas e lições aprendidas no combate a incêndios florestais e na mitigação das mudanças climáticas. O evento visou estabelecer metas ambicio­sas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, proteger ecossistemas vul­neráveis e fortalecer a resiliência às mu­danças climáticas e aos incêndios flores­tais. Será uma significativa oportunidade de contribuições entre a sociedade civil e setores deste cenário. Patrocinado pela Guarany, Suzano e USAID, com organi­zação do Green Rio e com apoio de diver­sos parceiros, mais de 200 participantes estiveram presentes nesta primeira edi­ção, que abordou o tema “Encontrando soluções para prevenir e combater incên­dios”, promovendo discussões sobre a importância do investimento, até pesqui­sa e desenvolvimento de tecnologias ino­vadoras para prever, monitorar e comba­ter incêndios florestais, bem como para desenvolver soluções de baixo carbono para reduzir o aquecimento global.

De acordo com Alida Bellandi, CEO do Grupo Guarany e organizadora do even­to, o objetivo do Summit é esclarecer primeiramente sobre a gravidade e o caráter emergencial dos incêndios, com impacto na vida e na saúde humana, além do meio ambiente, com grandes prejuízos de toda ordem. Mas, princi­palmente, gerar um documento com as principais conclusões e recomendações das conferências, para nortear políticas públicas e privadas, no que concerne à prevenção, mitigação, combate aos incêndios florestais e de interface, bem como da recuperação dos biomas. Assim, também visa dar a devida dimensão da relevância e da transcendência dos temas a serem discutidos para os vários stakeholders, bem como, aproximar as empresas participantes da comunidade científica internacional, da mesma forma das instituições governamentais, para estimular o diálogo e a cooperação com o setor privado: “Na última Conferência Mundial, percebemos que os setores privados estavam muito alienados das grandes instruções referentes às mudanças climáticas e os incêndios florestais. A idealização desse evento visa aproximar o setor privado com a comunidade científica internacional e as entidades e instituições competentes no Brasil. Trouxemos um grupo de especialistas que eu acho de ‘dream team’ porque são grandes autoridades nacionais e internacionais e os melhores da área”.

Alida Bellandi, CEO do Grupo Guarany
e idealizadora do evento.

No dia 27, o evento dividiu-se em quatro painéis, iniciando com a visão global dos incêndios e a cooperação internacional. A abertura se deu com o professor Johann Georg Goldammer, diretor do Centro Global de Monitoramento de Incêndios da Alemanha, que realizou uma palestra-magna com o tema da governança integrada do manejo do fogo com paisagens naturais e culturais, numa perspectiva global e latino-americana.

Em seguida, Tiago Oliveira, presidente do conselho diretivo da Agência de Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF); Flávia Leite, coordenadora-geral do Prevfogo do IBAMA e Pieter Van Lierop, ofi­cial florestal regional da Food and Agri­culture Organization (FAO), se reuniram para falar sobre a cooperação entre Por­tugal e Brasil no entendimento dos in­cêndios Tropicais e do Mediterrâneo.

Para falar sobre o apoio na gestão de incêndios florestais na América Latina e no Caribe, estiveram presentes Rolando Pardo Vergara, Chefe do Departamento de Prevenção de Incêndios Florestais da Corporação Florestal Nacional  do Chile (CONAF); Patricio Sanhue­za, coordenador das reuniões da Rede Latino Americana de incêndios florestais e representação dos países latinoameri­canos; Mariana Senra de Oliveira, analista ambiental do Prevfogo do IBAMA; Guiller­mo Defossé, secretário de Ciência e Tec­nologia de Chubut – província argentina e a moderação de Pieter Van Lierop. Para debater sobre o Centro de Moni­toramento Ambiental e Manejo do Fogo (CeMAF) na América do Sul, reuniram-se o Prof. Marcos Giongo, coordenador do CeMAF; Prof. Antônio Carlos Batista, responsável pelo Laboratório de Incêndios Florestais da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a moderação de Domingos Xavier Viegas, pesquisador da Universidade de Coimbra.

No segundo painel, o assunto foi as experiências de prevenção e combate nos vários biomas brasileiros. O coronel do Corpo de Bombeiros do Mato Grosso, Paulo Barroso, esteve presente para falar sobre a ameaça no Pantanal. Já o João Paulo Morita, coordenador de Manejo Integrado do Fogo do ICMBio e Rodrigo Belo, gerente de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais do Instituto Estadual de Florestas (IEF), falaram sobre incêndios em parques nacionais e estaduais. Por fim, Ane Alencar, geógrafa premiada e coordenadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) no Pará e a moderação de Carlos Pontes, do Instituto Estadual do Ambiente (INEA- RJ), trouxeram o tema dos incêndios em florestas tropicais com foco em bioma amazônico.

O terceiro painel trouxe a relevância do setor florestal na economia, onde o embaixador José Carlos Fonseca Jr., representando a Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ) e a Associação Brasileira de Embalagens de Papel, falou sobre o panorama do setor privado no Brasil. O debate sobre a visão europeia, a transformação do conhecimento em valor e um novo modelo de interface entre a academia e o setor privado, ficou por conta de Carlos Fonseca, chefe do escritório de tecnologia da ForestWISE Portugal e a moderação de Cristiano Vargas, coordenador da Defesa Civil na Prefeitura Municipal de Várzea Paulista. Finalizando o painel, Douglas Guedes de Oliveira, gerente de Inteligência Patrimonial da Suzano; José Baptista, gerente de silvicultura no Grupo Eucatex; Jozebio Gomes, Coordenador de Competitividade e Projetos Florestais na Eldorado Brasil Celulose S.A e a moderação de Cristiano Vargas, trouxeram o papel das empresas da preservação das florestas e os cases de sucesso, contribuindo na redução de focos e o trabalho com as comunidades locais.

No quarto e último painel, que tratou sobre a importância da cadeia, ou seja, as empresas produtoras de equipamen­tos, insumos, monitoramentos, novas tecnologias e treinamentos de brigadas, o grupo composto por Mark Siem, da Pe­rimeter Solutions EUA; Cândido Simões, gerente da divisão de incêndios florestais da Guarany; Humberto Eufrade, da Im­pacto – Equipamentos e Máquinas; Osmar Bambini, Co-fundador da umgrauemeio – climatech brasileira, pioneira, certifica­da como B Corporation e a moderação de Paulo Cardoso, jornalista e fundador do Mais Floresta, falaram sobre a indústria. Já a importância da ciência aplicada ao setor florestal, reuniu Erich Gomes Schait­za, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA); José Otávio Brito, diretor-executivo do Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais – IPEF e a moderação de Paulo Cardoso. Para falar sobre o treinamento de brigadas, Maria Luisa Alfaro, gestora do programa USAID na América Latina e Caribe no Sistema de Comando de Incidentes e Manejo integrado do Fogo; Paulo José de Souza, especialista em Gestão de Risco de Desastres na USAID/  DRMS Brasil; Sérgio Delgado, especialista em novas tecnologias para combate de incêndios da Delace Corp Panamá e a moderação do Prof. Erwing Hugo Ressel Filho, do departamento de engenharia florestal da Universidade de Blumenau – FURB, reuniram-se para o debate.

Por fim, a Dra. Thelma Krug,  matemática, cientista e considerada uma das maiores autoridades mundiais na pesquisa do clima e florestas, presidente da OMM (Organização Meteorológica Mun­dial) , atuou no  Painel Inter­governamental sobre Mudança do Clima (IPCC), fez uma palestra de encerramento sobre a íntima relação entre as mudanças climáticas e os incêndios florestais.

Dia 28 de junho por iniciativa dos idealizadores, com os conferencistas ainda presentes se reuniram para avaliar o evento e trabalhar na elaboração de um documento com as conclusões e recomendações, cujo objetivo é nortear as politicas publicas e empresariais com relação aos temas tratados. Além disso, convi­dados puderam realizar uma visita exclu­siva à Eucatex, que apresenta uma ampla variedade de itens para a construção civil, indústria moveleira e revenda madeirei­ra, conhecido por desenvolver produtos que oferecem opções práticas e criativas, a partir de pesquisas, com tecnologia de ponta e respeito ao meio ambiente.

Com o objetivo de ser mais próxima do meio onde está instalada, a Eucatex desenvolve diversas ações para disse­minar conceitos sobre a preservação do meio ambiente e a importância do manejo responsável das florestas plan­tadas, além de promover o crescimen­to e integração social nas comunidades e regiões onde a Eucatex está inserida. Além disso, maneja plantações florestais para a produção de madeira de Eucalipto para o abastecimento das Unidades Fa­bris. O manejo das plantações objetiva produzir florestas de alta produtividade a custos competitivos, buscando sempre a melhoria contínua do processo. Adota padrões e procedimentos que conside­ram cuidados ambientais para a conser­vação e preservação das áreas nativas em suas áreas de atuação, além do bem estar social dos colaboradores e das co­munidades do entorno.

Também, foi promovido o Curso de Investigação de Incendios Florestais ministrado pelo Prof. Erwin Hugo Ressel Filho, Engenheiro Florestal, Perito Judiciário Federal, Ex-Presidente da ACEF, Professor DEF/FURB, Mestre em Engenharia Florestal (PPGEF/UFSM) e Doutorando em Engenharia Florestal (PPGEF/UFPR).

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Manejo florestal climático e a nova silvicultura de mercado: uma abordagem integrada

*Artigo por Adriana Maugeri.

O cenário global atual demanda ações decisivas e que tragam benefícios em escala em relação aos efeitos das mudanças climáticas. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), organismo que reúne cientistas de diversos países, alerta para a necessidade urgente de reduzir significativamente as emissões de gases de efeito estufa em até 2030, a fim de evitar um aumento de temperatura acima de 1,5 graus Celsius. Mais do que reduzir as emissões, é preciso também capturar o carbono excedente que já foi emitido e que está em nossa atmosfera.

Integrando o valioso grupo de soluções baseadas na natureza, o manejo florestal emerge como uma alternativa vital, visto que as florestas, tanto as plantadas quanto as conservadas, desempenham um papel fundamental na captura e fixação de carbono em seus componentes e especialmente no solo. Neste contexto, o Brasil, com sua vasta agroindústria florestal em franco desenvolvimento, possui uma posição privilegiada.

Gosto de expressar que o nosso planeta não depende de nossa ação direta para ser salvo como os alarmistas propagam, muito pelo contrário, somos apenas uma das milhões de espécies que hoje o habitam e que certamente em algum momento de sua evolução, no contexto estrito do Darwinismo, deixaremos de habitar da mesma forma para dar espaço às novas espécies melhores adaptadas ao ambiente que aqui se apresentar. Obviamente, somos capazes de acelerar o ritmo de sua degradação a níveis insustentáveis. Mas o jogo das alterações climáticas nos evidencia que quem está correndo risco eminente de ser extinta é a nossa espécie, juntamente com outras tantas.

Esta finitude da humanidade, em momento desconhecido, é certa, mas nos afasta da realidade científica, do fato. Ter ciência de que somos de fato frágeis e que estamos em risco de extinção, acredito que nos traria em menor tempo e maior relevância, ações, envolvimento, engajamento, inovação para além dos belos discursos, que realmente fizessem a diferença e nos trouxesse maior qualidade de vida.

Esta distância também é frequentemente vista entre os dados científicos sobre os inúmeros benefícios ambientais escalonáveis proporcionados pelo manejo de florestas plantadas apresentados por milhares de estudos e pesquisas comprometidas, versus a frágil certeza de muitos especialistas de que um forte pilar para a solução da crise climática não são as remoções vegetais de carbono e sua fixação e ciclagem nos solos, tal qual a nossa Terra nos ensina diariamente quando permitimos que ela seja nossa professora, vale frisar.

Enquanto alguns dos especialistas globais em crise climática reduzem a distância entre a certeza e a ciência disponível para se alimentarem, a agroindústria florestal brasileira continua expandindo e entregando resultados impressionantes e alinhados entre plantar, produzir e conservar, sempre em grande escala. Entretanto, assim como o planeta vem mudando a passos largos, o manejo florestal também. Mas não o seu conceito apenas, mas a sua razão existencial. Manejar florestas para otimizar ganhos em produção e gerar um bom resultado financeiro, não é mais apenas o que deve motivar o produtor florestal atento e contemporâneo.

É preciso manejar florestas para potencializar os ganhos produtivos e também os ganhos climáticos, visar resultados operacionais atraentes e também possibilidades de ganhos com operações financeiras verdes que remunerem o serviço ambiental prestado. Manejar florestas para produzir mais madeira e também para ampliar a oferta de bioprodutos que substituirão materiais de fontes não renováveis. Chamo esta visão sistêmica de manejo florestal climático. Para ir além da produção de madeira, o produtor florestal precisa a aprender como este material nobre, renovável e limpo pode agregar valor ao seu negócio nos próximos anos, quais serão suas vantagens frente a outros produtos e, principalmente, como ele vai “vender” de forma consistente seu diferencial.

O manejo florestal climático traz em sua essência a rastreabilidade da origem, o acompanhamento ajustado e reportado da exaustão dos ativos, sejam eles materiais ou até mesmo financeiros, como os possíveis créditos de carbono gerados por exemplo, a busca e prática constante pelas técnicas que contribuam para a regeneração, recuperação e até mesmo a renovação dos recursos naturais que fornecem meios ou que estejam presentes em nossa operação, tais como o solo, ar, água, biodiversidade, biomassa.

Dito isso, aconselho aprofundar em conceitos que estimulem a inovabilidade de sua aplicação no manejo florestal, tais como: silvicultura de precisão, técnicas regenerativas de solo, uso de inteligência artificial como auxiliar à sensibilidade humana, uso integrado e avançado das ferramentas meteorológicas,  novos produtos de origem florestal-mercados e produção, integração florestal, lavoura e pecuária, entre tantos outros são fundamentais para garantir a eficiência e a sustentabilidade da produção florestal dos próximos anos. Para além disso, cada vez mais a colaboração setorial sinérgica, a estratégica definida de representação e advocacy dos segmentos setoriais e o investimento contínuo em parcerias são essenciais para enfrentar os desafios futuros.

A transformação da agroindústria florestal rumo a uma abordagem mais sustentável e integrada não apenas fortalecerá o setor economicamente, mas também contribuirá significativamente para mitigar os impactos das mudanças climáticas e promover o desenvolvimento sustentável em âmbito global.

Desafios e perspectivas para um manejo florestal climático

A agroindústria florestal brasileira tem visto um aumento significativo na demanda global por produtos que possam substituir materiais de origem não renováveis. No entanto, como percebemos,  falta uma atitude de urgência maior em adaptar hábitos e decisões às demandas climáticas do hoje.

Apesar das oportunidades crescentes no setor florestal, muitos ainda estão inertes diante da necessidade de mudança. É fundamental adotar um novo modelo de manejo florestal que promova a perenidade, versatilidade e lucratividade, alinhado à governança climática.

A agroindústria florestal possui um papel crucial na governança climática global, podendo neutralizar uma parcela significativa das emissões de carbono, atuais e as já acumuladas. No entanto, urge um novo mindset por parte dos decisores políticos e empresariais para ampliar e dar alcance a essa vantagem competitiva.

Aqueles que encontrarem soluções diferenciadas e holísticas serão os verdadeiros líderes nesse novo cenário, garantindo não apenas lucratividade, reconhecimento, pioneirismo, mas a nossa possível melhoria de qualidade de vida neste planeta para nossa espécies e para outras tantas que não podem se expressar.


*Adriana Maugeri é presidente da AMIF – Associação Mineira da Indústria Florestal e da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Florestas Plantadas do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA).

Texto em versão estendida | Originalmente escrito para a GlobalFert 2024.

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A revolução das Soluções Baseadas na Natureza

*Artigo de Danilo Roberti Alves de Almeida.

“Hell de Janeiro”. A sensação térmica recorde de 62,3ºC registrada em uma estação do Rio de Janeiro durante a terceira onda de calor de 2024 gerou uma série de memes e muito desconforto, para dizer o mínimo. De acordo com um estudo liderado pela UFRJ, 48 mil pessoas morreram por ondas de calor entre 2000 e 2018 no Brasil. No ano passado, nove ondas de calor assolaram o país, num total de 65 dias com temperaturas muito acima da média histórica – até os anos 1990, eram sete dias em média de calor atípico, segundo dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE). Definitivamente, as mudanças climáticas são a principal ameaça que a humanidade enfrenta. No último ano, a temperatura global esteve muito próxima do 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais, marco limite do acordo de Paris, e para que não seja ultrapassado esse limiar as emissões de gases de efeito estufa devem ser reduzidas em 43% até 2030 (em relação a 2019), conforme a ONU. Para atingir essa meta ousada são necessárias diversas estratégias e atores, e contar com o engajamento das empresas para a redução e compensação das suas emissões.

As soluções baseadas na natureza (NBS, na sigla em inglês) podem proporcionar mais de um terço das reduções de emissões necessárias até 2030, de acordo com um estudo da The Nature Conservancy (TNC). É o caso de projetos de conservação e restauração florestal, e de manejo de terras agrícolas. Essas soluções não apenas ajudam a enfrentar as mudanças climáticas, mas também podem melhorar a saúde do solo, conservar e aumentar a biodiversidade e equilibrar o ciclo hidrológico, além de promover o desenvolvimento social de comunidades tradicionais.

Segundo o estudo da TNC, os projetos do tipo REDD+ (Reduções de Emissões provenientes de Desmatamento e Degradação) podem evitar a emissão de aproximadamente 3 GtCO2e (bilhões de toneladas equivalentes de dióxido de carbono) com a conservação de florestas nativas. Enquanto os projetos do tipo ARR (Afforestation, Reforestation and Revegetation) podem remover cerca de 1,6 GtCO2e da atmosfera com a restauração florestal. Já os projetos de ALM (Agricultural Land Management) podem garantir que mais de 5 GtCO2e sejam compensados com a adoção de boas práticas e tecnologias na agricultura e na pecuária. Os recursos financeiros para esses projetos vêm do mercado de carbono, onde empresas e governos do mundo inteiro estão estabelecendo metas de carbono zero (net zero) e regulamentações.

Mas, para que esse mercado atinja todo o seu potencial, é preciso garantir a qualidade e integridade dos créditos de carbono, gerados de acordo com padrões robustos e reconhecidos. Os projetos NBS precisam ter adicionalidade e monitoramento para assegurar o cumprimento de seus objetivos e proporcionar benefícios para o clima, para as comunidades e para a biodiversidade por um período mínimo de 40 anos. Os órgãos certificadores do mercado voluntário de carbono, como a Verra, têm buscado constantemente o aperfeiçoamento de suas metodologias para garantir a consistência dos projetos e a confiança do mercado.

A integridade e qualidade dos projetos estão ligadas à transparência, rastreabilidade e segurança. Tecnologias avançadas, como drones com sensores LiDAR e inteligência artificial, são importantes para aumentar a transparência e acurácia na mensuração do carbono e no monitoramento da biodiversidade e da degradação florestal. Tecnologias sociais, incluindo aplicativos de monitoramento ambiental comunitário e mecanismos de resolução de conflitos e geração de renda, fomentam a gestão colaborativa e a participação ativa em projetos NBS – as ações sociais são essenciais para assegurar a segurança e eficácia dos projetos no longo prazo, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida.

A necessidade das empresas compensarem suas emissões, combinada à garantia de integridade e qualidade dos projetos NBS, deve resultar em um mercado promissor e no provável aumento dos valores dos créditos de carbono, que já proporcionam um retorno atrativo quando comparado a outras atividades econômicas, especialmente a pecuária extensiva em pastagens degradadas. De acordo com um estudo da McKinsey, a demanda pelos créditos aumentará 15 vezes ou mais até 2030 e até 100 vezes até 2050, fazendo esse mercado saltar de US$1 bilhão em 2021 para US$50 a 100 bilhões até o final desta década.

Neste cenário, o Brasil possui uma posição promissora: 15% do potencial global de compensação de carbono por meio de soluções baseadas na natureza concentra-se em seu território, o equivalente a quase 2 GtCO2e – e apenas 1% dessa capacidade é aproveitada atualmente. Para que o país possa se beneficiar desse potencial de crescimento, faz-se necessário também a formação de pessoal capacitado para atender o aumento da demanda. Hoje o mercado já está carente de profissionais tanto na área de desenvolvimento de projetos NBS, quanto na área de auditoria por parte dos órgãos de verificação e validação dos projetos, bem como na área de sustentabilidade dentro das empresas. 

Cobrir essas lacunas é essencial para termos condições de descarbonizar a economia, com agricultura e pecuária regenerativas e baseadas na floresta em pé, consolidando o Brasil como uma potência mundial em sustentabilidade. Esta é a revolução das Soluções Baseadas na Natureza.


*Danilo Roberti Alves de Almeida, é diretor de Pesquisa & Desenvolvimento da brCarbon, engenheiro florestal, doutor em Recursos Florestais e mestre em Ciências de Florestas Tropicais. 

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Exclusiva – I Summit Mudanças Climáticas e Incêndios Florestais acontece em junho

“Encontrando soluções para prevenir e combater incêndios”, será o tema central do evento, que contará com participação de especialistas internacionais

Incêndios florestais vêm aumentando cada vez mais em número e intensidade em várias regiões do mundo, causando danos e perdas –  muitas vezes irreparáveis – na natureza, em vidas humanas e na economia. Nesse contexto, o Summit Mudanças Climáticas e Incêndios Florestais abordará em sua primeira edição como tema central: “Encontrando soluções para prevenir e combater incêndios”. O evento é uma oportunidade única para trocas de experiências, networking, e de ouvir e interagir com os principais especialistas internacionais nas áreas. Será realizado no Itu Plaza Hotel, em São Paulo, nos dias 27 e 28 de junho, com público estimado de 300 pessoas.

Além de palestras com renomados profissionais das áreas, como o Prof. Johann Georg Goldammer – diretor do Centro Global de Monitoramento de Incêndios – sobre Gerenciamento integrado de Fogo (“Integrated Fire Management”) e a Dra. Thelma Krug – presidente da OMM (Organização Meteorológica Mundial), que acontecerão no dia 27/06, a programação também será enriquecida com dia de campo (visita à fábrica da EUCATEX em Salto – SP) e Curso de Investigação de Incêndios Florestais, sendo estes dois últimos com vagas limitadas, e realizados no dia 28/06.

Segundo Alida Bellandi, presidente da Guarany Indústria e Comércio, e idealizadora do evento, o Summit Mudanças Climáticas e Incêndios Florestais visa “dar a devida dimensão da relevância e da transcendência dos temas a serem discutidos para os vários stakeholders, bem como, aproximar as empresas participantes da comunidade cientifica internacional, da mesma forma das instituições governamentais, para estimular o diálogo e a cooperação com o setor privado”.

Paulo Cardoso, CEO do Mais Floresta, e da Paulo Cardoso Comunicações, é apoiador e parceiro de mídia do evento, destaca: “Nós do Mais Floresta nos sentimos orgulhosos em sermos parceiros de mídia deste grande evento internacional. Inclusive a Paulo Cardoso Comunicações vai deixar de fazer o seu tradicional evento online No Fire Brasil este ano para prestigiar ainda mais o Summit Mudanças Climáticas e Incêndios Florestais. É uma parceria que tem o objetivo de divulgar informações de qualidade sobre este tema tão atual que demanda muita atenção de empresas e governos.”

Em entrevista para o Mais Floresta (www.maisfloresta.com.br), Alida contou sobre como foi desenvolver o evento, expectativas, alguns principais desafios atuais que envolvem os temas centrais que serão abordados no Summit Mudanças Climáticas e Incêndios Florestais, e o que seria necessário mudar de maneira mais emergente em seu ponto de vista.

Como foi o processo de elaboração do evento, bem como a escolha para os palestrantes?

O processo de elaboração se deu inicialmente ao retornarmos da última conferencia mundial de incêndios, realizada no Porto em maio de 2023. Refletindo sobre os principais temas tratados como: “Integrated Fire Management” (Gerenciamento integrado do fogo) e “Fire Risk Governance” (Governança dos riscos de incêndios), com o princípio de alcançar uma plataforma internacional de governança dos incêndios; e também nos vários aspectos que envolvem os incêndios florestais, entendemos que seria de grande importância pensar em um evento voltado especialmente para o setor privado.

A escolha dos palestrantes se deu em função dos temas propostos para dar a devida dimensão a este tema.

Indicamos especialistas de renome internacional, entre os quais destacamos o Dr. Johann Georg Goldammer, da GFMC – Global Fire Monitoring Center para dar uma visão global dos incêndios, e da importância da cooperação internacional; e a Dra. Thelma Krug, presidente da OMM (Organização meteorológica Mundial), para dar uma visão global sobre as mudanças climáticas, suas implicações, e o impacto em todos os fenômenos ambientais decorrentes, em especial os incêndios florestais.

Ambos, como “keynote speakers”, para as duas conferencias magna de abertura e de encerramento do evento, fechando assim o círculo dos 2 grandes temas intimamente relacionados, que inspiraram o título do Summit.

Além de renomados especialistas de Portugal, da Grécia, do Chile, dos EUA, conforme indicado no Programa.

Da mesma forma, grandes especialistas brasileiros, das entidades como do IBA, dos institutos como IPAM, IBAMA/PREVFOGO, ICMBio, IPEF (pesquisas florestais), e da EMBRAPA (Empresa pública vinculada ao MAPA).

Cabe destacar a relevância do setor privado, representado nos painéis 3 e 4, seja pelo IBA, que reúne as empresas produtoras de arvores cultivadas. Vale lembrar que este setor, além da importância que tem no PIB brasileiro, exercem um papel fundamental na preservação das matas nativas.

E por isso a sugestão de apresentar alguns “cases” de empresas florestais que são referência, como é o caso da Arauco, Veracel e Eucatex… Entre outras.

Da mesma forma, no que concerne o setor privado, contemplar atores da cadeia produtiva, como a Perimeter, a Impacto com veículos especiais, a 1,5º com plataformas integradas de gestão, e a Guarany com soluções integradas envolvendo equipamentos, insumos, entre outros.

Finalmente, não podemos deixar de mencionar a importância da formação e do treinamento dos brigadistas, com destaque para o papel da USAID na América Latina e, em forma especial no Brasil.

Com a realização do evento, o que se espera alcançar em soluções ligadas aos temas abordados?

Esclarecer primeiramente sobre a gravidade e o caráter emergencial dos incêndios, com impacto na vida e na saúde humano, além do meio ambiente, com grandes prejuízos de toda ordem. Mas, principalmente, gerar um documento com as principais conclusões e recomendações das conferencias, para nortear politicas publicas e privadas, no que concerne a prevenção, mitigação, combate aos incêndios florestais e de interface, bem como da recuperação dos biomas.

Incêndio florestal – Imagem: divulgação.

O que os participantes irão encontrar de novidades no I Summit Mudanças Climáticas e Incêndios Florestais?

Primeiramente a visão global e a regional latino-americana, com muitos ensinamentos pelas experiencias de instituições, institutos de inúmeros países, e o entendimento do caminho atual – “Gerenciamento Integrado do Fogo” (Integrated Fire Mangement) e, a “Governança de Risco”.

Além das novas tecnologias disponíveis, não só de equipamentos e insumos a serem aplicados, como de veículos especializados, e sistemas inteligentes de detecção e monitoramento.

De acordo com a Agência Brasil, em dezembro de 2023, 1,6 milhão de hectares foram queimados no país, maior área para o mês desde 2019, quando começou a série histórica. De acordo com o MapBiomas, o aumento se deve principalmente às queimadas na Amazônia. Nesse sentido, como o setor público, privado e sociedade podem contribuir de forma mais efetiva para a prevenção de queimadas? O que poderia melhorar em sua opinião? E o que seria mais urgente?

Setores público-privados e sociedade, em base ao entendimento que se trata de um problema global e, portanto, requer soluções globais, integradas e combinadas entre países, regiões, instituições, organismos, empresas e pessoas. Ou seja, trabalhar juntos!

A palavra chave é cooperação.

A Conscientização vem primeiro, depois campanhas educativas, e a articulação entre os setores publico e privado, para definir conjuntamente as ações de: prevenção, que envolvem desde o acompanhamento dos boletins meteorológicos, à criação de aceiros, aplicação de retardantes de fogo, o treinamento das brigadas, sejam elas voluntárias ou profissionais (corpo de bombeiros, serviços florestais), entre outras…

“A relevância do Setor Florestal na economia” e “O papel das empresas na preservação das florestas nativas e no combate a incêndios”, serão abordados em um dos painéis do evento, o que podemos antecipar sobre esses dois temas, e de que forma estão interligados?

Como estamos focando o setor privado, é preciso em primeiro lugar mostrar aos vários stakeholders presentes a importância do setor florestal na economia – não apenas na produção de papel e celulose (lembrando que o Brasil é o maior produtor e exportador de celulose do mundo), gerando 2,6 milhões de empregos diretos e indiretos, com uma receita bruta de R$ 260 bilhões (dados do IBA), mas também de madeira, seus derivados e sub derivados, entre outros produtos.

Mosaico florestal – Imagem: arquivo Mais Floresta.

Sendo, portanto, as florestas, o principal ativo destas empresas, assim como no caso de hotéis e resorts a preservação ambiental, a prevenção e o combate aos incêndios tornam-se preponderantes, requerendo estarem alertas e equipadas, até para a contratação dos seguros.

É preciso ainda destacar dois aspectos fundamentais:

  • O fato de que este setor, além de recuperar áreas degradadas, conserva simultaneamente outros 6,7 milhões de ha de mata nativa.

NOTA: Como todos sabem, a lei florestal brasileira, que é uma das mais rígidas e, tornou-se referência inclusive, exige que as propriedades privadas preservem um percentual da área, que varia de região a região.

Este é um exemplo, portanto, que pode servir de referência para outros países.

  • O trabalho que estas empresas realizam junto às comunidades onde estão inseridas, prestando um importante serviço para os estados e municípios na prevenção dos incêndios e na preservação das paisagens locais.

Qual mensagem deixaria para o mundo, em relação a urgência de medidas para conter a mudança climática – provocada por ações do homem?

A mensagem que gostaria de deixar é que:

“Não temos mais tempo” e, precisamos trabalhar juntos: governos e sociedade civil, setores público e privado, países, instituições, entidades, empresas, pessoas…”

Se quisermos preservar a vida humana, e este magnifico planeta que herdamos, e que nos fornece tudo o que precisamos. Nunca foi tão importante o exercício da CIDADANIA.

A cooperação é essencial para mitigar os efeitos dos desastres naturais, em forma especial dos incêndios, grandes emissores de CO2, que contribuem fortemente para o aquecimento global, para as ondas de calor que vivemos em todo o mundo, causando mais incêndios… Um círculo vicioso.

Mudanças climáticas, incêndios florestais, preservação ambiental, sobrevivência… = “Inteligência Espiritual! “

Para mais informações sobre I Summit Mudanças Climáticas e Incêndios Florestais, acesse o site oficial: https://www.greenrio.com.br/index.php/clima-incendios/

Cadastros: https://www.hbatools.com.br/i-summit-mudancas-climaticas-e-incendios-florestais__1607

Seja um parceiro Summit Mudanças Climáticas e Incêndios Florestais! Traga sua marca para o evento. Envie e-mail para: clima.incendios@gmail.com

Escrito por: redação Mais Floresta.

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Finite Carbon nomeia Carrie Gombos e Brandon Vickery codiretores executivos

A Finite Carbon, principal desenvolvedora e fornecedora de compensações de carbono florestal da América do Norte, anunciou hoje que nomeou Carrie Gombos e Brandon Vickery como codiretores executivos. Simultaneamente, ambos foram adicionados ao Conselho de Administração da Finite, com Gombos atuando como Diretor e Vickery como Observador.

Combinados, eles trazem décadas de experiência na indústria de carbono em operações e silvicultura para suas novas funções. A mudança posiciona a Finite Carbon para um crescimento contínuo à medida que a empresa traz novas soluções ao mercado, aproveitando seu papel como líder do setor e parceiro de confiança para proprietários de terras e compradores de créditos de carbono.

Como co-CEOs, Gombos e Vickery sucedem a Sean Carney, que fundou a Finite Carbon em 2009. Carney continuará a servir como consultor, permanecendo ao mesmo tempo membro do Conselho de Administração e mantendo a sua participação acionária na empresa. Durante o mandato de Carney como CEO, a Finite Carbon desempenhou um papel de liderança na indústria, desenvolvendo múltiplas metodologias e fazendo inovações tecnológicas significativas que ajudaram a promover os mercados de carbono florestal.

Após um forte 2023, a empresa entra no novo ano com um impulso significativo. Em agosto, a Finite anunciou uma colaboração para desbloquear a inscrição em programas voluntários de compensação de carbono para proprietários de terras não industriais em 13 estados do sudeste por meio de sua plataforma Core Carbon®. A empresa também expandiu com sucesso a sua posição no mercado voluntário de carbono com grandes proprietários de terras, com mais de dois milhões de compensações voluntárias emitidas no ano passado e assinou o seu primeiro projeto voluntário no Canadá. Até o momento, a Finite gerou 100 milhões de créditos de compensação de carbono florestal nos mercados voluntários e de conformidade para clientes em quatro milhões de acres florestados na América do Norte.

A nova estrutura de liderança permitirá que Carrie e Brandon aproveitem seus pontos fortes únicos, garantindo ao mesmo tempo uma transição perfeita e foco contínuo nos principais valores e objetivos estratégicos da empresa. Como co-CEO, Gombos supervisionará a equipe jurídica da empresa e supervisionará as operações de pessoal e a linha de negócios Core Carbon®. Enquanto isso, Vickery continuará liderando a equipe de desenvolvimento e supervisionando as unidades comerciais e financeiras da empresa.

Gombos está na Finite Carbon desde 2016, atuando mais recentemente como Vice-Presidente Sênior de Jurídico e Operações, onde supervisionou todos os requisitos de contratação, legais e de conformidade e operações para os portfólios de conformidade e projetos voluntários de carbono da Finite. Ela liderou a colaboração com a liderança sênior em gestão de risco e estratégia durante um período de amplo crescimento.

Vickery está na Finite Carbon desde 2015 e assume sua nova função vindo de seu cargo anterior como vice-presidente sênior de desenvolvimento de projetos. Brandon iniciou sua carreira na Finite em uma função analítica, desenvolvendo profundo conhecimento nos fundamentos do desenvolvimento de projetos de compensação de carbono florestal, depois gerenciou a equipe de desenvolvimento da empresa para implantar os recursos necessários em apoio aos portfólios de desenvolvimento de projetos de compensação de carbono florestal da Finite Carbon, tanto para o compliance e mercados voluntários.

“Desde a sua criação, a Finite Carbon tem-se concentrado em trazer soluções confiáveis ​​de capital natural e em proporcionar oportunidades para a gestão ambiental através do desenvolvimento de melhores práticas, ao mesmo tempo que impulsiona a inovação nos mercados de carbono”, disse Gombos. “Tive a sorte dos anos que passei trabalhando ao lado de Sean, à medida que a empresa crescia e comemorava marcos. Estou entusiasmado com a oportunidade de fazer parceria com Brandon para capitalizar o impulso que construímos para ajudar a conduzir a empresa para o futuro.”

“Estou honrado com a oportunidade de servir como administrador da reputação da Finite como o nome mais confiável em carbono florestal”, disse Vickery. “Espero continuar a trabalhar ao lado de proprietários de terras, compradores e nossos parceiros comerciais para liderar soluções inovadoras que proporcionem reduções de carbono reais e mensuráveis ​​e outros benefícios para ecossistemas e comunidades.”

Antes da Finite Carbon, Gombos passou quase uma década no The Conservation Fund como Diretora de Conformidade de Carbono, onde trabalhou em todos os aspectos do portfólio de carbono do The Conservation Fund, incluindo o programa de compensação de conformidade da Califórnia e o programa voluntário de carbono do Fundo, Go Zero. Ela é bacharel em Ciências pela Cornell University e Juris Doctor pela Harvard Law School.

Vickery tem mais de 20 anos de experiência em gestão florestal nas áreas de conservação, investimento, modelagem e análise. Anteriormente, ele trabalhou com Mason, Bruce e Girard, fornecendo suporte analítico para projetos de planejamento de manejo florestal, programação de colheita, avaliações de áreas florestais, inventário e análise de avaliações. Vickery se formou como bacharel em ciências pela Universidade de Maryland e mestre em ciências pela Faculdade de Ciências Ambientais e Florestais da Universidade Estadual de Nova York.

Sobre carbono finito:

A Finite Carbon é líder no desenvolvimento de serviços completos de compensação de carbono florestal na América do Norte, combinando experiência incomparável em desenvolvimento de projetos com amplo conhecimento do mercado de carbono. A Finite Carbon gerou mais de um terço de todo o fornecimento de compensação de conformidade da Califórnia e entregou mais de US$ 1 bilhão aos proprietários de terras. Seu portfólio de projetos inclui quatro milhões de acres de áreas florestais em atividade, representando todas as regiões e principais tipos de floresta, desde os Apalaches até a costa do Alasca.

Aproveitando sua experiência em sensoriamento remoto e software, a Finite Carbon desenvolveu a plataforma CORE Carbon, uma plataforma avançada de mapeamento digital que agiliza o desenvolvimento de projetos de carbono para proprietários de terras com entre 40 e 5.000 acres. A plataforma CORE Carbon contém uma ferramenta de mapeamento digital fácil de usar que fornece aos proprietários de terras uma proposta imediata de receita de carbono para suas terras, sem nenhum custo, e permite o gerenciamento contínuo de seu projeto.

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Contribuição do eucalipto geneticamente modificado em uma perspectiva de demanda global e produção sustentável

O ILSI atendeu ao 16º Simpósio ISBR em St. Louis nos EUA. Um dos temas expostos que se destacou foi apresentado pela empresa FuturaGene (departamento de Biotecnologia da Suzano). O tema trata da contribuição do eucalipto geneticamente modificado no impacto da produção sustentável por meio da biotecnologia.

O crescimento da população mundial, juntamente com os desafios das mudanças climáticas, exigirá maior disponibilidade de produtos à base de madeira, que aliada a esforços eficazes, baseados em avanços científicos, permitirá a adoção de uma produção mais sustentável e com menor emissão de carbono.

A ciência e a tecnologia são essenciais para o desenvolvimento de produtos e recursos aprimorados, oriundos de matérias-primas renováveis.

A biotecnologia é uma das ferramentas utilizadas em árvores de florestas plantadas para acelerar os potenciais da produção. O estudo da genômica do eucalipto juntamente com tecnologia de transformação genética e novas tecnologias de edição de genes, são utilizadas para introduzir alterações genéticas nas árvores. O uso dessas tecnologias visa desenvolver resistência a pragas e doenças, resistência ao stress hídrico e as mudanças climáticas a fim de aumentar a resiliência dessas espécies diante de ameaças bióticas e abióticas.

Tecnologias adicionais que alteram a composição e as propriedades da madeira são avaliadas com o intuito de reduzir a quantidade de produtos químicos utilizados durante o processamento e cozimento da madeira e consequentemente a redução do consumo de energia.

A FuturaGene, Divisão de Biotecnologia da Suzano, desenvolve árvores geneticamente modificadas a fim de obter árvores com características que contribuam para o aumento da produtividade e melhoria das propriedades da madeira.

As tecnologias de eucalipto geneticamente modificado aprovadas pela CTNBio para uso comercial são:

– Eucalipto com aumento de produtividade, que confere a característica de aumento de produtividade da área plantada e potencialmente sequestra maiores quantidades de carbono;

– Eucalipto tolerante ao herbicida glifosato, uma alternativa eficiente e ecologicamente segura para o controle de plantas daninhas competitivas, evitando danos às plântulas sensíveis causados pela deriva, redução nos custos operacionais e melhoria nas condições de trabalho por meio de aplicações mecanizadas;

– Eucalipto Bt, que é eficiente no controle de lagartas (praga desfolhadora chave) desde o primeiro dia de infestação, antes que qualquer dano seja visível, eliminando a necessidade de pulverizações de inseticidas, um impulso significativo para o meio ambiente.

Como as plantações renováveis cobrem extensas áreas, as árvores geneticamente modificadas representam um fator significativo na mitigação das emissões de gases de efeito estufa, na redução de uso de defensivos agrícolas no ambiente, no aumento do sequestro de carbono e na diminuição dos insumos químicos e energéticos no processamento industrial pós-colheita de produtos de madeira renováveis.

Essas tecnologias desenvolvidas pela FuturaGene auxiliarão na demanda por madeira garantindo uma produção mais sustentável.

Informações: ILSI Brasil.

Foto: Mais Floresta.

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