PÁGINA BLOG
Featured Image

Suzano adota solução sustentável para reduzir efeitos das mudanças climáticas nas florestas plantadas de eucalipto

Produzido a partir de fibras de celulose, o colar de proteção funciona como barreira de retenção da umidade e controle de temperatura, reduzindo a necessidade de irrigação e aumentando a taxa de sobrevivência das mudas

A Suzano, maior produtora mundial de celulose e referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir de árvores plantadas de eucalipto, adotou uma solução sustentável para reduzir os efeitos das mudanças climáticas em suas áreas de florestas plantadas de Mato Grosso do Sul. Em janeiro deste ano, a companhia passou a utilizar, no processo de plantio de mudas de eucalipto, um colar de proteção produzido a partir de fibras de celulose geradas no processo industrial. A inovação, patenteada pela empresa e implantada em 2021, por meio de um projeto piloto implantado no Maranhão, cria uma camada protetora no entorno da base da muda capaz de reter a umidade, contribuindo diretamente para amenizar a temperatura no solo e reduzir o consumo de água nas operações florestais.

De acordo com Maria Carolina Zonete, diretora de Operações Florestais da Suzano em Mato Grosso do Sul, a solução está alinhada com o compromisso da empresa com o manejo e cultivo sustentáveis. “Com o uso do colar de proteção, estamos melhorando a eficiência do manejo florestal e aumentando nossa contribuição com a sustentabilidade do processo, colocando em prática o nosso direcionador que diz que ‘só é bom para nós se for bom para o mundo’. Essa prática nas áreas de plantio pode reduzir a temperatura em mais de 10 graus célsius em dias de calor e a necessidade de molhamento em mais de 30%”, ressalta.

Os resultados em Mato Grosso do Sul, explica a diretora, ainda dependem de análise, uma vez que as condições climáticas são muito diferentes de um estado para outro. “Iniciamos a fase de testes ampliados do colar de proteção em janeiro. Será necessário um tempo para avaliarmos o comportamento da solução nas condições apresentadas em Mato Grosso do Sul. Além disso, o mais importante para nós são os ganhos em sustentabilidade que essa solução irá trazer em curto e longo prazos”, completa.

O colar de proteção foi desenvolvido em 2008 e foi sendo aprimorado pela área de Pesquisa e Inovação da empresa até o início do projeto piloto no Maranhão. No último trimestre de 2024, após os resultados obtidos, a companhia recebeu autorização dos órgãos ambientais competentes para utilizar o colar nas florestas de eucalipto também em Mato Grosso do Sul. “Esse é um trabalho conduzido por uma equipe multidisciplinar que conseguiu aliar uma solução operacional, mais sustentável e com ganhos para todo o processo”, relata Pablo Cadaval, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Suzano e um dos idealizadores do projeto.

A solução é biodegradável e produzida a partir de uma fibra gerada na produção da celulose, que, após processamento na Central de Tratamento de Resíduos, é disponibilizada para uso nas florestas. Esse subproduto da celulose, transformado em uma pasta, é aplicado ao redor da muda já plantada, formando uma camada protetora que ajuda a reter a umidade, reduzindo a evaporação e a necessidade de irrigação. Além disso, contribui para o controle da temperatura do solo, prevenindo um fenômeno conhecido como “queima do coleto”, no qual a alta temperatura do solo, ao entrar em contato com a água, pode causar o superaquecimento das raízes.

Somente em Mato Grosso do Sul, a Suzano possui uma área florestal de 808 mil hectares, dos quais quase 250 mil são destinados exclusivamente à conservação da biodiversidade. Somando todas as regiões em que mantém operação, a Suzano planta uma média de 1,2 milhão de mudas de eucalipto a cada 24 horas.

Sobre a Suzano

A Suzano é a maior produtora mundial de celulose, uma das maiores produtoras de papéis da América Latina, líder no segmento de papel higiênico no Brasil e referência no desenvolvimento de soluções sustentáveis e inovadoras a partir de matéria-prima de fonte renovável. Nossos produtos e soluções estão presentes na vida de mais de 2 bilhões de pessoas, abastecem mais de 100 países e incluem celulose; papéis para imprimir e escrever; papéis para embalagens, copos e canudos; papéis sanitários e produtos absorventes; além de novos bioprodutos desenvolvidos para atender à demanda global. A inovação e a sustentabilidade orientam nosso propósito de “Renovar a vida a partir da árvore” e nosso trabalho no enfrentamento dos desafios da sociedade e do planeta. Com mais de 100 anos de história, temos ações nas bolsas do Brasil (SUZB3) e dos Estados Unidos (SUZ). Saiba mais na página: www.suzano.com.br.

Featured Image

Estudo inédito aponta que Minas Gerais tem 15 milhões de hectares com potencial para projetos florestais

Minas Gerais dispõe de 15 milhões de hectares com aptidão para projetos florestais, dos quais 7 milhões podem ser para empreendimentos do tipo brownfield (utilização de florestas já existentes) e 15 milhões para projetos greenfield (novos plantios destinados à instalação de indústrias futuras). Esses dados foram apresentados no estudo inédito divulgado nesta última quinta-feira (10), durante o evento Florestas UAI, realizado pela Associação Mineira da Indústria Florestal (AMIF) — entidade que representa o setor de florestas plantadas no estado.

A pesquisa foi encomendada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG) e pela Invest Minas, sendo conduzida pelo Grupo Index. Para Adriana Maugeri, presidente da AMIF “este estudo é, sem dúvida, um divisor de águas, pois oferece um direcionamento claro para um crescimento ordenado, sustentável e inclusivo do setor, alcançando diversas regiões, perfis de produtores e segmentos”.

Atualmente, Minas Gerais possui cerca de 2,3 milhões de hectares de florestas plantadas, o que representa aproximadamente 25% da área total de plantações florestais do Brasil, além de 1,3 milhão de hectares de florestas preservadas. Esse setor movimenta cerca de R$ 10 bilhões por ano, gera mais de 300 mil empregos diretos e indiretos, e contribui significativamente para as exportações mineiras com produtos como celulose, papel e carvão vegetal sustentável.
Destaques

Além da grande disponibilidade de área, o estado se destaca por outros fatores que reforçam sua atratividade para investimentos: excelente disponibilidade hídrica, preços competitivos da terra, regime tributário diferenciado, uma cadeia de valor diversificada, e o fato de possuir a maior área plantada de eucalipto do país. A silvicultura está presente em 811 dos 853 municípios mineiros, evidenciando sua capilaridade e importância socioeconômica.

O estudo revela ainda que Minas Gerais oferece um dos melhores Valores de Terra Nua (VTN) do Brasil para fins florestais, com média de R$ 9,8 mil/ha, podendo chegar a R$ 2,8 mil/ha nas regiões mais promissoras — como o Norte, Noroeste e Central do estado. Esse cenário, aliado a um clima favorável, proporciona uma produtividade florestal competitiva, muitas vezes superior à de outros polos já saturados, projetando Minas como o novo destino estratégico para investimentos industriais florestais no Brasil.

Com a recente simplificação do licenciamento ambiental, que diminuiu o tempo para a autorização, e o aumento global da demanda por produtos sustentáveis, Minas se posiciona como protagonista na transição para uma economia verde. “O estudo vem em um momento oportuno e integra o programa Minas Invest+ Florestas, que organiza e centraliza as ações para desburocratizar e atualizar a legislação florestal do estado”, reforça a presidente da AMIF.

O diagnóstico recomenda a criação de políticas públicas focadas em quatro eixos: melhorias logísticas, aumento da produtividade florestal com apoio técnico e pesquisa, capacitação de mão de obra especializada, e ampliação dos benefícios fiscais para atrair novos investimentos. Posiciona Minas Gerais como uma das regiões mais promissoras para a indústria florestal no Brasil, destacando não apenas sua estrutura produtiva, mas também seu potencial competitivo no cenário nacional e internacional.

Featured Image

Setor florestal se organiza para entender e enfrentar a taxação norte-americana sobre a madeira

“Ainda é cedo para comemorar”, diz presidente da APRE, que representa as  empresas de base florestal no Paraná, um dos maiores exportadores de madeira brasileira para os Estados Unidos

O setor da indústria de base florestal ainda está estudando os possíveis desdobramentos da nova política comercial anunciada pelo pelo governo dos Estados Unidos, taxando em pelo menos 10% os produtos brasileiros. “Mesmo não chegando aos 25% esperados, ainda é cedo para comemorar”, pontua o presidente da Associação Paranaense de Empresas da Base Florestal (APRE), Fábio Brun.

Presidente da Associação Paranaense de Empresas da Base Florestal (APRE), Fábio Brun.

Os impactos – como perda de mercado e aumento dos custos de produção – serão, a partir de agora, analisados de forma mais apurada, conforme a disponibilização progressiva de documentação oficial norte-americana. “Vamos nos debruçar sobre o tema buscando entender inclusive sua aplicação e prazos”, diz.  

A APRE acompanha o assunto desde o início a fim de auxiliar os  associados que têm relação comercial direta e indiretamente com os Estados Unidos. “Aqueles que se relacionam de forma direta são os que produzem no Brasil e enviam os seus produtos à base de madeira para lá. Na relação indireta estão os que produzem madeira para o mercado nacional, abastecendo indústrias que exportam produto acabado para os Estados Unidos”, diz o presidente. 

A APRE teme que – mesmo com a taxação de 10% – os custos acabem recaindo sobre a produção, tornando os produtos mais caros. “O que, no final das contas, é ruim para todos os envolvidos. Com o aumento dos valores do produto final, os importadores norte-americanos podem reduzir  a compra de madeira oriunda do Brasil, com risco de recessão e postergando investimentos”, salienta Brun.

O setor florestal seguirá atento, portanto, a três pontos cruciais para avaliar o momento: cotação do dólar, logística e custos de produção. “Caso o dólar se mantenha em torno dos R$6 (o dólar intraday nesta quinta-feira chegou a cair para R$ 5,60), conforme alguns especialistas estimam, temos chances de nos manter aquecidos e nos prepararmos melhor para o que virá. Incluindo tempo para buscar novos mercados”, diz. 

Dados do setor – Grande parte da madeira que vai para a construção civil norte-americana – entre elas compensado, madeira serrada e molduras de pinus – sai do Brasil e o Paraná é um dos maiores fornecedores. 

Segundo dados divulgados pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), cerca de 40% dessa madeira é proveniente do Paraná e 40% de Santa Catarina. Dados da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham) indicam que os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul representaram 86,5% do total exportado pelo Brasil, no último ano, aos Estados Unidos. 

Juntos, os três estados do Sul exportaram US$ 1,37 bilhão em produtos de madeira para os EUA. A APRE – do total de área plantada no Paraná – representa cerca de 50% das empresas do setor.

Featured Image

Exclusivo – Manejo florestal: o uso sustentável das florestas nativas

*Artigo de Cícero Ramos.

O manejo florestal sustentável é uma das abordagens mais eficientes e inteligentes para combater o desmatamento ilegal, ao mesmo tempo em que permite a exploração econômica da floresta, garante a manutenção de serviços ambientais, e contribui para a geração de empregos, distribuição de renda e desenvolvimento regional na Amazônia. Essa prática também resulta em maior arrecadação de impostos, oferece segurança jurídica ao setor florestal e favorece a conservação da biodiversidade local para gerações presentes e futuras. O manejo florestal não se compara a qualquer forma de remoção de vegetação, mesmo que legal.

Para entender como essa prática surgiu, precisamos voltar no tempo. A escassez gera a invenção, e foi a partir da escassez de madeira que surgiu a ideia do manejo florestal sustentável, com o objetivo de conservar as florestas. Na Saxônia do século XVII, a madeira era um recurso estratégico, essencial para a mineração e a economia local. No entanto, a exploração descontrolada levou ao risco de esgotamento, exigindo soluções urgentes.

Hans Carl von Carlowitz (1645–1714), membro de uma família com tradição em silvicultura e que trabalhou como diretor de mineração em Freiberg, foi o responsável por apresentar uma solução, publicando em 1713 a obra Sylvicultura oeconomica. Carlowitz defendia o uso sustentável das florestas, argumentando que a extração de madeira deveria ser limitada à capacidade de regeneração da floresta, ou seja, não se deve derrubar o estoque de árvores maduras da floresta até que se observe que há crescimento suficiente no local. Ele baseava seus argumentos no conceito de “bem comum”, tanto para a comunidade quanto para as gerações futuras, introduzindo, assim, a ideia de sustentabilidade.

A visão de Carlowitz não só sobreviveu ao tempo como se tornou a base do manejo florestal atual, ao relacionar a intensidade da exploração à capacidade de suporte ambiental da floresta e definir ciclos de corte alinhados ao tempo necessário para a recuperação dos volumes extraídos. Foi a Engenharia Florestal que introduziu o manejo florestal sustentável no Brasil, uma vez que a exploração de florestas nativas anteriormente era feita de maneira empírica, sem o devido suporte técnico. O manejo florestal sustentável é, de fato, uma das poucas atividades de uso do solo que mantém a cobertura florestal enquanto gera renda a partir da floresta em pé. Essa prática é fundamental para conciliar a produção econômica com a conservação ambiental, garantindo a sustentabilidade dos recursos naturais.

No Brasil, a Constituição Federal, em seu artigo 225, § 1º, I, estabelece que é de responsabilidade do Poder Público “prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas. A Lei de Proteção às Florestas Nativas (Lei nº 12.654/12) define o manejo sustentável como a administração da vegetação natural, visando benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando os mecanismos de sustentação do ecossistema e considerando a utilização de diversas espécies madeireiras e não madeireiras, além de outros produtos e serviços da flora. Assim, qualquer empreendimento com vistas à exploração florestal de áreas públicas ou privadas requer licenciamento ambiental, com a aprovação prévia de um Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS), sob responsabilidade técnica de um profissional da Engenharia Florestal, conforme o artigo 10 da Resolução Confea nº 218/73 e a alínea “a” do artigo 1º da Lei 5.196/66.

O Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS) é um instrumento essencial para garantir a exploração responsável dos recursos florestais, alinhando a produção com a conservação ambiental. Para isso, ele deve atender a uma série de fundamentos técnicos e científicos, que incluem a caracterização dos meios físico e biológico, determinação do estoque existente, intensidade de exploração compatível com a capacidade de suporte ambiental da floresta, ciclo de corte compatível com o tempo de restabelecimento do volume de produto extraído da floresta, promoção da regeneração natural da floresta, adoção de sistema silvicultural adequado, adoção de sistema de exploração adequado, monitoramento do desenvolvimento da floresta remanescente e adoção de medidas mitigadoras dos impactos ambientais e sociais.

No manejo florestal, são identificadas as árvores maduras que poderão ser colhidas da floresta seguindo os requisitos estabelecidos pela legislação, sendo retiradas, em média, de três a cinco árvores por hectare, as árvores jovens (remanescentes) que permanecerão na floresta, as árvores porta-sementes (mães) que serão responsáveis pela renovação da floresta, além das árvores protegidas por lei, como é o caso da Castanheira (Bertholletia excelsa Bonpl.), por exemplo. Após a exploração das árvores maduras selecionadas para manejo, por meio de técnicas de exploração de impacto reduzido (EIR), ocorre uma abertura no dossel das copas que permite a entrada de luz na floresta, estimulando a regeneração natural e o banco de plântulas, favorecendo o crescimento em diâmetro e incremento volumétrico das árvores, por meio da fotossíntese, retiram o dióxido de carbono (CO₂) da atmosfera e o transformam em oxigênio (O₂),  contribuindo para o equilíbrio ambiental e a sustentabilidade dos ecossistemas florestais.

Além disso, políticas públicas que incentivam a compra de madeira proveniente do manejo sustentável são essenciais para proteger as florestas nativas. A cadeia de custódia, que garante a rastreabilidade da madeira desde a origem até o consumidor, assegura que os produtos florestais estejam em conformidade com as melhores práticas sustentáveis, respeitando as leis e beneficiando as comunidades locais.

O manejo florestal na Amazônia está alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente com os objetivos de trabalho decente, crescimento econômico, consumo e produção responsáveis, ação contra as mudanças climáticas, vida terrestre e parcerias para a implementação de ações. Portanto, é fundamental promover um entendimento mais aprofundado do manejo florestal sustentável e da cadeia produtiva da madeira, considerando tanto os aspectos ecológicos quanto socioeconômicos. Reforçando práticas florestais sustentáveis e a inovação baseada na ciência e engenharia florestal são essenciais para proteger as florestas, gerar renda e mitigar as mudanças climáticas, integrando o uso dos recursos florestais com estratégias de conservação ambiental.

O conceito de manejo florestal sustentável, proposto por von Carlowitz há mais de três séculos, permanece atual. Ao revisitar suas ideias, fica evidente que a sustentabilidade vai além de uma simples necessidade; ela se apresenta como uma oportunidade valiosa para inovar e criar um futuro mais equilibrado, garantindo que as florestas possam continuar gerando riqueza sem se esgotar.


*Cícero Ramos é engenheiro florestal e vice-presidente da Associação Mato-grossense dos Engenheiros Florestais.

Featured Image

Pautas estratégicas do setor florestal são debatidas em reunião do Cipem

Implantação do Programa Estadual de Florestas (PEF) e outros temas estratégicos para o setor de base florestal foram abordados durante a 3ª Reunião Ordinária do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem). O encontro reuniu diretores dos oito sindicatos patronais, o presidente e o vice-presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Silvio Rangel e Jandir Milan, respectivamente, além do deputado estadual Carlos Avalone (PSDB).

Durante a reunião, realizada na tarde da última quinta-feira (27/03), na sede da Fiemt, foram debatidos temas estratégicos para o desenvolvimento e fortalecimento da cadeia produtiva da madeira em Mato Grosso, incluindo o andamento da análise de processos de manejo florestal, participação do setor no Congresso Internacional de Arquitetura em Madeira, na Austrália, bem como o desenvolvimento do PEF.

O presidente do Cipem, Ednei Blasius, conduziu a discussão de pautas técnicas, como as Instruções Normativas (IN) 19 e 28/2024 do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e uma possível imposição de tarifa de 25% sobre as importações de madeira pelos Estados Unidos. Também foram apresentados os avanços no projeto de implantação da plataforma LapexMad pela Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat) do campus de Sinop, ampliando as fontes de pesquisa sobre arrecadação do setor (ICMS, Fethab, taxas florestais, entre outras). O encontro ainda contou com informes gerais do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF), apresentados por Frank Rogieri.

As próximas reuniões itinerantes e assembleias sindicais já têm datas definidas para os meses de abril e maio. O Sindusmad (Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte do Estado de Mato Grosso), realizará seu encontro em 15 de abril. O Sindinorte (Sindicato das Indústrias Madeireiras do Médio Norte do Estado de Mato Grosso), terá reuniões nos dias 1º e 16 de maio. Já o Simas (Sindicato dos Servidores Públicos da Saúde do Estado de Mato Grosso), receberá a comitiva do Cipem nos dias 24 e 25 de maio, no município de Sorriso.

Featured Image

Mais de 200 colaboradores da Reflorestar participarão do ICAP até abril

Com a edição de 2025, Programa de Inteligência Comportamental passa a abranger todos os cargos da empresa

Em mais um passo para ampliar a capacitação comportamental e emocional de seus colaboradores, a Reflorestar Soluções Florestais promove o ICAP – Inteligência Comportamental Aplicada à Performance – em um formato exclusivo para os operadores, mecânicos, soldadores, auxiliares de manutenção e administrativos. Ao todo, 226 colaboradores, de todas as oito unidades da empresa, participarão desta rodada, que vai até abril. O programa busca aprimorar habilidades comportamentais e emocionais, com foco no desempenho e na excelência dos resultados da empresa.

Desde a sua implementação em 2021, o ICAP se consolidou como uma parte fundamental da cultura de desenvolvimento humano da Reflorestar. “Não enxergamos nossos colaboradores apenas por suas competências, mas como pessoas, oferecendo treinamentos que desenvolvam suas habilidades comportamentais tanto para o trabalho quanto para a vida pessoal”, explica Igor Souza, diretor florestal. Com esta edição, o programa passa a abranger todos os cargos da empresa.

Para este novo ciclo, dois pontos foram trabalhados como pilares centrais: a saúde mental/ comportamental e a gestão financeira. O especialista em Gente e Cultura da Reflorestar, Leandro Fray, dá mais detalhes deste novo formato. “Fizemos um ICAP específico para a equipe operacional da empresa. A intenção é ajudar cada participante a descobrir seu verdadeiro potencial, tanto no aspecto mental quanto no financeiro. A proposta é oferecer ferramentas para melhorar a saúde mental, identificando e superando obstáculos emocionais, além de capacitar os colaboradores a lidarem melhor com a gestão financeira pessoal”, ressalta.

O comboista de Três Lagoas (MS), Diego Silva, ficou surpreso com o resultado. “O curso foi pensado para o nosso desenvolvimento pessoal, mostrando que a Reflorestar realmente se preocupa com o bem-estar dos colaboradores. Confesso que sou outra pessoa. Aprendi a ouvir mais o outro e a pensar antes de falar tanto no trabalho quanto com a família e amigos.”

Gestão financeira

Para a aula de gestão financeira, o ICAP contou com a ajuda do educador financeiro Fernando Miranda. Ele deu dicas de como evitar o “desperdício” e se organizar para realizar os sonhos pessoais. “Gastos desnecessários podem dificultar a realização de sonhos. Precisamos aprender a administrar nosso dinheiro para que o salário adquirido seja empregado na concretização daquilo que tanto almejamos”, comenta.

O mecânico de manutenção da Reflorestar, em Palmeiras (MS), Bruno Henrique Espricigo, vai seguir os conselhos financeiros com a família. “Depois do ICAP, eu e minha esposa decidimos fazer as contas do mês juntos. Vamos colocar tudo em uma planilha para ver em que estamos gastando o orçamento doméstico, em que podemos economizar e assim, investir o que reservarmos nos estudos futuros do meu filho de 5 anos”.

ICAP

Os gestores e lideranças da empresa também fazem o ICAP. Eles já participaram dos módulos de Liderança Empreendedora, Resultados em Performance, Vivencial 1 e 2, Próximo Nível 1 ao 5, além do Módulo Especial – Fale Bem. Eles também fizeram o PN-X – treinamento emocional com foco no trabalho em equipe, pertencimento e capacidade de gestão.

A cada seis meses, a empresa realiza mais uma etapa do ICAP. O curso é desenvolvido para colaboradores de todas as unidades da empresa em Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul.

A Reflorestar, com essa expansão para o time operacional, reforça seu compromisso com o desenvolvimento contínuo de seus colaboradores e com a busca pela excelência em todos os aspectos de sua operação. O ICAP, ao integrar as dimensões emocional, comportamental e profissional, é um instrumento-chave para que a empresa continue crescendo, com um time cada vez mais preparado para enfrentar os desafios e alcançar resultados almejados.

Sobre a Reflorestar

Empresa integrante do Grupo Emília Cordeiro, especializada em soluções florestais mecanizadas, incluindo silvicultura, colheita, carregamento de madeira e locação de máquinas. Atualmente com operações em Minas Gerais, Bahia, São Paulo, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul, ela investe em capacitação técnica e comportamental, gestão integrada e confiabilidade dos equipamentos para oferecer as soluções mais adequadas para cada particularidade dos clientes.

Fundada em 2004 no Vale do Jequitinhonha (sede em Turmalina, MG), originou-se da paixão pelo cuidado com o solo e o meio ambiente. Com 20 anos de atuação, a Reflorestar se consolidou no mercado pela visão inovadora no segmento florestal e pela oferta de serviços de qualidade, atendendo clientes em todo o Brasil. Para mais informações, visite o site da Reflorestar . 

Featured Image

Brasil desponta no mercado de crédito de carbono no agronegócio

Setor tem potencial para liderar globalmente, mas enfrenta desafios regulatórios e estruturais

O mercado de crédito de carbono está em franca expansão no Brasil, com destaque especial para o agronegócio, setor que apresenta um dos maiores potenciais para a geração de créditos devido à sua capacidade de mitigar emissões. Segundo o CEO da BlockBR, Cassio Krupinsk, o país tem condições de suprir até 37,5% da demanda global de créditos de carbono, consolidando-se como um dos principais atores desse mercado. Com o agronegócio respondendo por mais de 25% do PIB nacional, a adoção de práticas sustentáveis não apenas reduz as emissões de gases do efeito estufa, mas também cria oportunidades econômicas significativas para produtores rurais.

Os projetos em desenvolvimento no Brasil priorizam iniciativas como reflorestamento, manejo sustentável e a integração lavoura-pecuária-floresta. Em 2023, o mercado global de créditos de carbono foi avaliado em mais de US$ 850 bilhões, com previsão de crescimento anual de 15% até 2030, conforme estimativas do Banco Mundial. Graças à sua vasta área preservada e diversidade de biomas, o Brasil está bem posicionado para capturar uma parcela expressiva desse crescimento. No entanto, desafios como a falta de regularização fundiária e a padronização de metodologias ainda precisam ser superados.

Regulamentação e demanda interna

Com a implantação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões, o governo busca alinhar o Brasil aos mercados regulados internacionais, como o da União Europeia. A regulamentação trouxe maior segurança jurídica e diretrizes claras para as empresas, estabelecendo, por exemplo, que companhias que emitam mais de 25 mil toneladas de CO2 equivalente ao ano precisarão cumprir metas de redução ou compensar suas emissões. Segundo estudos do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPAM), o Brasil pode gerar mais de 1 bilhão de toneladas de créditos de carbono até 2030, com grande parte desse volume vindo do setor agropecuário.

Tecnologia e transparência: a tokenização dos créditos de carbono

O avanço desse mercado está diretamente ligado à adoção de tecnologias emergentes, como a blockchain, que viabiliza a tokenização de ativos ambientais. Esse processo representa uma inovação significativa ao permitir a digitalização e fragmentação dos créditos de carbono em tokens negociáveis, ampliando a acessibilidade e a eficiência das transações.

A tokenização também garante maior transparência, fornecendo informações detalhadas sobre a origem dos créditos, o tipo de projeto ambiental, a localização geográfica e os padrões de certificação adotados. Dessa forma, produtores rurais podem acessar plataformas de negociação com mais facilidade, viabilizando transações de forma simplificada, mesmo para aqueles com pouca experiência no mercado financeiro.

Regularização fundiária e segurança jurídica

Um dos principais desafios para a expansão desse mercado no Brasil é a regularização fundiária. Muitos projetos de crédito de carbono dependem de terras legalmente registradas para garantir a segurança jurídica das operações. A tokenização pode auxiliar nesse processo ao integrar informações fundiárias em contratos inteligentes, assegurando que apenas áreas devidamente regularizadas sejam utilizadas para a geração de créditos de carbono, reduzindo riscos legais e administrativos.

Projetos de longo prazo e sustentabilidade contratual

A longevidade dos projetos de crédito de carbono é um desafio significativo, uma vez que muitos contratos possuem duração superior a 30 anos. A tecnologia blockchain possibilita a automação de cláusulas contratuais, reduzindo o risco de litígios e garantindo maior previsibilidade para produtores rurais e investidores. Esse modelo de gestão facilita a execução dos contratos e incentiva a adesão de novos participantes ao mercado.

Impactos econômicos e oportunidades para pequenos produtores

Outro aspecto relevante desse mercado é o impacto econômico para pequenos e médios produtores rurais. Projetos de crédito de carbono oferecem uma nova fonte de receita, monetizando a preservação ambiental e o manejo sustentável. Estudos indicam que a comercialização de créditos pode representar até 20% do faturamento anual de pequenas propriedades, sendo especialmente relevante em biomas como o Cerrado e o Pantanal, onde a conservação desempenha um papel fundamental na manutenção dos ecossistemas.

Desafios e perspectivas futuras

O avanço desse mercado depende de uma abordagem integrada entre governo, setor privado e instituições internacionais. A regularização fundiária é essencial para garantir a segurança jurídica dos projetos, enquanto a padronização de metodologias é necessária para atender à diversidade dos biomas brasileiros. Incentivos fiscais também podem ser um instrumento eficaz para estimular a participação de novos atores no setor.

Com um futuro promissor, o Brasil tem a oportunidade de se tornar um dos maiores fornecedores globais de créditos de carbono, contribuindo significativamente para a redução das mudanças climáticas. No entanto, para que esse potencial seja plenamente explorado, é fundamental planejamento estratégico e colaboração multissetorial.

Informações: Portal do Agronegócio.

Featured Image

Identificação da madeira pauta reunião do setor florestal com o Indea

Comercialização segura de espécies florestais nativas de Mato Grosso passa pela correta identificação da madeira. Em busca de alinhamentos técnicos para evitar divergências no reconhecimento das espécies botânicas comercializadas pelo setor de base florestal, o presidente do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira de Mato Grosso (Cipem), Ednei Blasius, e o diretor técnico do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea), Renan Tomazele, junto com as suas respectivas equipes, se reuniram na manhã desta segunda-feira, 17, na sede do Indea, em Cuiabá.

Blasius defendeu o estreitamento do diálogo com o Indea e ressaltou a importância do setor de base florestal para o desenvolvimento econômico sustentável de Mato Grosso.

Foto: Divulgação

“Trabalhamos para construir alguns procedimentos, evoluir e melhorar a identificação botânica, buscando sempre minimizar erros que possam resultar em apreensões de produtos florestais, muitas são as lacunas entre o licenciamento até o transporte desses produtos, há também implicações pelas metodologias utilizadas na coleta a campo e a de fiscalização. Iremos externar esse assunto também com a Sema (Secretaria Estadual de Meio Ambiente) e Ministério Público Estadual (MPE), destacando a necessidade de realizar um projeto de capacitação de parataxonomistas, a fim de garantir o registro adequado das espécies já coletadas em campo atualizando os herbários. É importante que o setor privado e os órgãos estaduais trabalhem em sincronia para melhorar essa cadeia produtiva que gera tantos empregos”, argumentou o presidente do Cipem.

Na pauta, ficou alinhado que o interessado, deverá enviar amostra ao Indea contendo detalhes como: casca, flores, frutos e outras características observadas no local da coleta da árvore de origem. Além disso, com a localização registrada, será possível avaliar a ocorrência da espécie para a montagem do processo no Sistema Estadual de Produção e Gestão de Documentos Digitais (Sigadoc).

No futuro, quando houver a identificação botânica em um herbário, será possível comprovar a espécie com precisão, permitindo, quem sabe, incluí-la formalmente no processo. Dessa forma, o empresário florestal poderá despachar suas cargas de madeira com mais segurança para os mercados consumidores, reduzindo o risco de interrupções nos postos de fiscalização do Indea. “O objetivo da reunião foi alinhar tecnicamente isso e abrir o diálogo naqueles pontos que a gente ainda tem alguma dificuldade de avançar”, explica Tomazele.

Conforme explicou o engenheiro florestal e coordenador de Defesa de Tecnologia Florestal do Indea, Marcos Antônio Couto Campos, o órgão atua na certificação da madeira e identificação botânica através da macroscopia “Em muitas espécies, identificamos o gênero. Para aquelas espécies que já estão regulamentadas com decretos e portarias, a gente identifica a espécie botânica. Muitas vezes, trabalhamos com a identificação do objeto. Então, alertamos aos engenheiros florestais e ao pessoal de levantamento de campo que realizem esse estudo botânico. Então, nosso trabalho na fiscalização acaba sendo desdobramento da qualidade do serviço no setor de base. Lógico, há necessidade de ajustes e melhorias do banco de dados de informações do Indea, que tentamos fazer através de nossos boletins técnicos, estudos comparando herbários e xilotecas existentes no país, com outros bancos de dados, revisão do Decreto no 571/2011, para ampliar a identificação em nível de espécie, como também a capacitação do setor privado”, detalha.

Featured Image

Máquinas semi-autônomas revolucionam o plantio florestal com alta produtividade

Equipamentos como a Komatsu D61EM podem plantar até 900 mudas por hora, reduzindo em 70% a necessidade de mão de obra no setor florestal

A crescente demanda global por produtos de papel e celulose tem incentivado transformações nas operações florestais, especialmente no Brasil, líder mundial em exportação de celulose. De acordo com o Relatório Anual da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ) de 2024, o país exportou US$ 7,9 bilhões em 2023, consolidando sua posição de destaque. Para manter a competitividade em um mercado desafiador, o setor florestal brasileiro tem apostado na automação de processos, como o uso de máquinas semi-autônomas.

Entre as inovações, destaca-se a Komatsu D61EM, um equipamento de plantio semi-autônomo desenvolvido em parceria com a divisão Autonomy & Positioning da Hexagon, referência em tecnologias agrícolas e florestais. Capaz de plantar até 900 mudas de eucalipto por hora, a máquina reduz em até 70% a necessidade de mão de obra, aumentando a eficiência operacional. Grandes players do setor, como a Suzano, já utilizam essa tecnologia para impulsionar suas operações.

Alta precisão no plantio e ganhos em eficiência

A Komatsu D61EM integra cabeçotes de plantio Bracke Forest e sistemas GNSS da Hexagon, utilizando duas antenas SMART7 que garantem precisão de 10 centímetros no posicionamento das mudas. O sistema otimiza o espaçamento entre as árvores, promovendo maior saúde florestal e produtividade.

De acordo com Adriano Naspolini, diretor de engenharia agrícola da Hexagon, o uso do sistema SMART7 reduziu o tempo de convergência dos sinais GNSS para menos de sete minutos, aumentando a produtividade diária em até 15% por máquina. “Com maior precisão e menos interrupções, alcançamos eficiência e confiabilidade significativas no plantio”, afirma.

Entretanto, desafios como a cintilação ionosférica, causada por tempestades geomagnéticas, ainda interferem no funcionamento dos sinais GNSS, especialmente em regiões equatoriais. Para contornar essa limitação, tecnologias de correção de sinal, como o sistema TerraStar, foram incorporadas, reduzindo em até 90% o tempo de inatividade das máquinas durante esses eventos.

Solução para a escassez de mão de obra

A automação surge como resposta à falta de trabalhadores qualificados no setor florestal. Plantações de eucalipto, que demandam ciclos contínuos de plantio com intervalos de 7 a 8 anos, enfrentam desafios em áreas de grande escala. A adoção de equipamentos como a Komatsu D61EM permite operações mais eficientes e menos dependentes da mão de obra, mesmo em períodos de baixa disponibilidade.

A Suzano, por exemplo, planta diariamente cerca de 1,2 milhão de mudas de eucalipto e já se beneficia da tecnologia semi-autônoma, otimizando o espaçamento das árvores e coletando dados para aprimorar a gestão florestal. Esses dados incluem informações sobre a localização das mudas, condições do solo e densidade das florestas, permitindo decisões mais precisas em atividades como irrigação e controle de pragas.

Perspectivas para o futuro

Embora atualmente semi-autônoma, a Komatsu D61EM caminha para alcançar total autonomia, eliminando a necessidade de operadores humanos. Essa evolução promete levar as operações florestais a novos patamares de produtividade e eficiência, consolidando a inovação como um pilar estratégico do setor florestal brasileiro.

“A coleta de dados durante o plantio já oferece benefícios a longo prazo, e a autonomia completa permitirá operações ainda mais avançadas e sustentáveis”, conclui Adriano Naspolini.

Informações: Portal do Agronegócio.

Featured Image

Plantar e colher: empresas do setor florestal investem em projetos sociais para ‘cultivar’ pessoas

A APRE conta com 92 projetos socioambientais promovidos por 46 empresas associadas

Plantar para colher. Embora essa reportagem reúna empresas do setor florestal, quando usamos essa frase não falamos apenas de árvores. Muito além de utilizar o reflorestamento para o desenvolvimento sustentável do planeta, empresas paranaenses têm apostado no ‘cultivo’ de pessoas por meio de projetos sociais.

Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE) conta com 92 projetos socioambientais promovidos por 46 empresas associadas. São ações nas mais diversas áreas, que incluem educaçãocapacitação profissional incentivo à produção consciente.

“Chega um momento que você não separa mais o que é especificamente ambiental e o que é especificamente social. A gente acaba trabalhando com o que está em volta. E é nítido, no entorno dos polos das indústrias de base florestal, o interesse, a busca e a importância dada à comunidade”citou Ailson Loper, diretor-executivo da APRE. 

A cadeia de produção sustentável beneficia, além da empresa, o meio ambiente e as comunidades ao redor. Para o diretor da APRE, plantar, cuidar e colher não diz respeito somente à natureza.

“Quando se trabalha com pessoas, o resultado é bom para todo mundo. A gente sabe que, quando se tem uma comunidade que se identifica com o lugar em que está e que tem uma oportunidade de escolha de trabalhar e estudar por ali, é extremamente importante. Nossas empresas estão em locais em que o poder público muitas vezes não chega. Então, a empresa oferece a oportunidade e essa comunidade tem a chance de crescer, e esse crescimento é bom para os dois lados”, disse em entrevista à Banda B. 

Semeando educação

Há anos, Claudimara Ribeiro Bueno de Quadros trabalha com educação. Diretora da Escola Municipal do Campo da Libertação Camponesa, na área rural de Ortigueira, na região dos Campos Gerais do Paraná, ela sentia a necessidade de capacitar ainda mais os professores para que os alunos fossem beneficiados em sala de aula. Mas faltava quem abraçasse a ideia.

empresas setor florestal
Crianças de Ortigueira foram beneficiadas com o projeto Semeando Educação da Klabin (Foto: Acervo Pessoal)

O projeto saiu do papel quando a Claudimara conheceu o “Semeando Educação”. O programa da Klabin, uma das maiores produtoras de papel para embalagens do Brasil, atua na melhoria da gestão dos recursos públicos destinados à educação.

O que isso quer dizer? A empresa ensina os gestores de escolas a aplicarem os valores de maneira inteligente, pensando em infraestrutura e práticas pedagógicas. 

“O projeto foi interessante porque foi uma questão de valorização dos parceiros que colaboram conosco no trabalho da escola. Eu posso dizer que a formação continuada foi muito importante e fundamental, porque trouxe melhorias para gestão da escola e um crescimento”, avaliou Claudimara. 

Conforme Uilson Paiva, gerente de Responsabilidade Social e Relações com a Comunidade da Klabin, o principal objetivo é melhorar os resultados do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica).

“O fato de ser uma empresa florestal, que utiliza como matéria-prima aquilo que ela planta e que ela colhe, com todo cuidado e manejo, isso nos inspira a realizar esse tipo de ação com a sociedade. O próprio programa Semeando a Educação no nome já diz: a gente semeia educação e a colheita é feita lá na frente. Depois de anos desse investimento, desse cuidado, essa semente vai brotar, vai gerar frutos e aí sim todos nós vamos ganhar com isso”, afirmou Uilson Paiva, da Klabin.

Além de Ortigueira, o Semeando Educação é aplicado em 12 municípios paranaenses como Telêmaco Borba e Imbaú, nos Campos Gerais.

A Klabin também tem ações do programa nos estados de Santa Catarina, São Paulo e Pernambuco. Ao todo, desde 2017, foram mais de 253 escolas e 1200 profissionais da educação beneficiados.

empresas setor florestal (1)
Crianças beneficiadas pelo Semeando Educação em Ortigueira (Foto: Acervo Pessoal)

Paiva olha ainda mais para o futuro. Segundo ele, ensinar as crianças desde a fase escolar pode torná-las ótimas profissionais quando forem para o mercado de trabalho. 

“São projetos que ajudam a comunidade a desenvolver o seu potencial e isso promove reflexos na sua empregabilidade e na capacidade de ocupar vagas de trabalho, que muitas vezes estão disponíveis nas nossas unidades, mas que por falta de formação específica, as pessoas que estão mais próximas das nossas unidades não têm acesso à essas oportunidades”, considerou o gerente de Responsabilidade Social e Relações com a Comunidade.

A diretora da escola garante que os frutos já estão sendo colhidos, principalmente quando o assunto é educação ambiental. 

“A questão do cuidado com os materiais que são usados, observar o meio ambiente, proteger e guardar a nossa natureza. Para as crianças, isso é fundamental. É algo que não pode ser esquecido, porque o planeta é a nossa casa e temos que cuidar dele o máximo possível. Projetos assim ajudam a formar as crianças que são as que darão continuidade ao trabalho no futuro”, celebrou Claudimara.

DesEnvolve 

Em busca de mão de obra qualificada, a Smurfit WestRock – líder global em soluções sustentáveis de papel e embalagens de papelão ondulado – percebeu a necessidade de capacitar moradores de comunidades no entorno das unidades da empresa no Paraná e em Santa Catarina. Foi assim que nasceu o “DesEnvolve”

Desde 2022, o projeto oferece capacitação profissional para pessoas em situação de vulnerabilidade social para que elas trabalhem nas indústrias florestal e de papel.

As formações gratuitas ocorrem em parceria com o SENAI para contribuir com o desenvolvimento da região de Três Barras (SC), Canoinhas (SC) e São Mateus do Sul (PR). 

empresas setor florestal (8)
DesEnvolve capacita profissionais para atuar na indústria florestal (Foto: Smurfit WestRock)

Taís Georgeti de Toledo, gerente de Sustentabilidade e Responsabilidade Social Smurfit Westrock, explica que o programa é parte da estratégia de responsabilidade social da empresa para preparar a comunidade local para atuar tanto na própria empresa quanto em outras indústrias da região. 

“Ele é focado em ensino profissionalizante e o público alvo é de pessoas em situação de vulnerabilidade social, com uma renda per capita abaixo de um salário mínimo. E a gente busca preparar essas pessoas para o mercado de trabalho e aumentar a inclusão delas nessas regiões”, disse Taís Georgeti de Toledo, em entrevista à Banda B. 

Tem chances pra todos

Só que nem todo mundo que vive nessas regiões pretende atuar diretamente na indústria florestal. Alguns moradores só querem a chance de continuar o que já sabem fazer. Foi ouvindo essas demandas que a Smurfit Westrock criou dois programas diferentes: o Mel Florestal e o Projeto Vencer.

“Basicamente é gerar valor compartilhado e como consequência ter o desenvolvimento dessas pessoas que vivem nas regiões. Como a gente faz isso na prática? A gente busca estabelecer relacionamento, dialogar com as comunidades onde a gente opera, escutar a percepção delas com relação às nossas operações e mapear oportunidades de melhoria. Então, tem todo um processo de escuta da comunidade para definir em qual projeto devemos investir. Quando investimos em projetos sociais, nós investimos em pessoas”, destacou Taís. 

No Programa Mel Florestal a empresa destina áreas dentro das florestas nativas para apicultura sustentável, que gera renda para produtores no entorno das plantações de pinus e eucalipto. A iniciativa contribui com mais de 50 famílias de apicultores da região, além disso ajuda na manutenção da polinização realizada pela abelhas, o que equilibra os ecossistemas. 

Anualmente são produzidas mais de sete toneladas de mel. Destas, 10% são doadas para instituições sociais.

“A gente disponibiliza as nossas áreas florestais para apicultores terem acesso gratuito. Então, eles instalam as colmeias, produzem mel e aproveitam que essas áreas não têm pesticidas e nem fertilizantes. E isso tem todo um benefício ambiental em função da polinização das abelhas, que é uma questão ambiental que tem sido discutida. A gente contribui para geração de renda de 50 famílias de apicultores e, além disso, uma parte dessa produção de mel é doada para instituições sociais ali da região”, detalhou Taís. 

empresas setor florestal (6)
Anualmente são produzidas mais de sete toneladas de mel (Foto: Smurfit WestRock)

E o Projeto Vencer incentiva os trabalhadores da região a ganharem o sustento com o que já fazem muito bem. Um exemplo são os artesãos que precisam de matéria-prima para produzir e conseguir o próprio dinheiro.

“A gente conseguiu levar para artesãos da região materiais da floresta, resíduos têxteis, para eles poderem trabalhar artesanato. Então, foi muito legal porque foi uma cocriação e funcionou muito bem por meio de parceria[…] Nas cidades em que temos atuação forte do setor florestal, os índices sociais são superiores à média do Brasil. Índice de PIB per capita, índice de desenvolvimento sustentável na cidade e Ideb, por exemplo. É muito importante a gente mostrar os benefícios que uma operação florestal traz do ponto de vista ambiental e social, concluiu. 

Informações: Banda B.

Anúncios aleatórios

+55 67 99227-8719
contato@maisfloresta.com.br

Copyright 2023 - Mais Floresta © Todos os direitos Reservados
Desenvolvimento: Agência W3S