PÁGINA BLOG
Featured Image

Exclusão da silvicultura como atividade potencialmente poluidora é aprovada na CCJC da Câmara dos Deputados e avança para Plenária

Na tarde de ontem (9), foi aprovado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC), da Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei (PL) 1366/22 que autoriza a exclusão da atividade de silvicultura do rol de atividades potencialmente poluidoras.

O PL já havia sido aprovado na Comissão de Meio Ambiente da Câmara. Após a aprovação na CCJC, o Projeto está pronto para ser encaminhado ao Plenário da Câmara dos Deputados para votação definitiva.

Com a atual classificação, definida na década de 1980, o plantio e manejo de florestas é considerada uma atividade com médio potencial poluidor, característica que não apresenta a realidade massiva da produção de florestas no Brasil. A agroindústria florestal brasileira é, sem dúvida, a atividade econômica que mais conserva e conecta matas nativas em escala em todos os biomas.

Com a exclusão desta classificação desatualizada, mais produtores rurais poderão investir nesta atividade de forma legal, ampliando os benefícios socioambientais dessa grande cadeia de valor.

Após a aprovação do PL em plenário, o Estado Brasileiro conseguirá atender em menor prazo suas metas importantes de descarbonização da economia e transição energética, conforme anunciou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, no último dia 21 de março, no lançamento do Plano Nacional de Florestas Plantadas.

“A desburocratização do setor florestal tem sido pauta prioritária da atuação da AMIF que, por meio da articulação institucional e governamental, está desenhando um cenário mais promissor para a produção econômica e também para a conservação de florestas em Minas Gerais e no Brasil”, conclui a presidente da AMIF, Adriana Maugeri.

Informações: AMIF.

Featured Image

Lages será sede do IV Seminário sobre Sustentabilidade da Araucária

Encontro acontece na Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac) de 7 a 10 de maio

Com foco na floresta com Araucárias e na conservação da fauna silvestre, acontecerá em Lages, na Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac), o IV Seminário sobre a Sustentabilidade da Araucária. A programação acontece de 7 a 10 de maio.

Uniplac

Mais de 200 pessoas, entre estudantes, professores e pesquisadores dos cursos de graduação e pós-graduação das instituições de ensino superior inseridas em ambientes com Floresta de Araucária, além de empresários da área, convidados e dirigentes de empresas públicas e privadas, estão sendo aguardadas para participar do evento, que tem o objetivo de difundir conhecimentos científicos sobre as cadeias produtivas da araucária.

Também será debatido a conservação, sustentabilidade e biodiversidade da fauna silvestre da Floresta com Araucárias, abordando estratégias de manejo para conservação, pesquisa e inovação, além de políticas públicas na busca de um melhor cenário futuro para este importante ecossistema.

Programação do seminário

Em sua quarta edição, o seminário terá um cunho binacional, com participação de palestrantes da Argentina. Na programação estão previstas seis palestras, seis mesas redondas, sete minicursos e apresentação de trabalhos científicos na modalidade poster e oral.

Além disso, os Anais do Seminário binacional será elaborado na forma de e-book, contendo os trabalhos científicos. A edição especial da revista do ICMBio publicará os trabalhos com o tema do seminário aprovados pelo corpo editorial da revista.

O seminário é organizado pela Uniplac em conjunto com instituições de ensino superior com área de atuação no Sul e Sudeste de Santa Catarina, e Norte e Nordeste do Rio Grande do Sul, a exemplo da UNIPLAC, UPF, UDESC (Campus Lages), Instituto Federal (Campus Urupema), UFSC, Embrapa Florestas, Universidade Federal do Paraná, Projeto Charão (AMA/UPF), INTA/Argentina. A programação detalhada pode ser acessada através do site oficial.

Evento com alcance binacional

O seminário oportuniza a troca de experiência entre estudantes e pesquisadores do Brasil e da Argentina, além da apresentação de trabalhos científicos por parte do público participante oriundo de outras nacionalidades. Nesta edição, conta com palestrantes da Estação Experimental de Monte Carlo do Instituto Nacional de Tecnología Agropecuária (INTA) e da Administración de Parques Nacionales San Antonio – Misiones.

Segundo o Professor Drº Jaime Martinez (UPF) e demais pesquisadores e professores que integram a comissão organizadora e estudam a temática no Sul do Brasil, existe a necessidade de resgatar a importância e conservação do pinheiro-brasileiro e desse ecossistema típico dessa região.

— A primeira edição do seminário foi realizada no Paraná em 2012. Depois o evento aconteceu em 2014 em Lages e a terceira edição em 2018 no Rio Grande do Sul. Agora retorna para Lages com um engajamento ainda maior de instituições, e isso nos deixa muito felizes e certos de que será um grande encontro de pessoas interessadas nas temáticas que envolvem a sustentabilidade das araucárias — completou o especialista.

Araucárias são importantes para ecossistema da região

Araucárias podem atingir 50m de altura. Foto: Projeto Papagaio Charão.
Ave é a menor entre as espécies de papagaios brasileiros. Foto: Projeto Papagaio Charão.
Papagaio Charão se alimenta das sementes da Araucária. Foto: Projeto Papagaio Charão.
Árvore é fundamental para a manutenção do ecossistema da região. Foto: Projeto Papagaio Charão.

Informações: NSC Total.

Featured Image

Evento em Campo Grande (MS) terá o lançamento do aplicativo ILPFdigital

A Rede ILPF tem o propósito de ampliar essa área para 35 milhões de hectares até 2030, além de diversificar os sistemas de produção e aumentar a representatividade do componente florestal nesses sistemas

A unidade da Cocamar Cooperativa Agroindustrial, em Campo Grande (MS), será o palco no dia 11 de abril, a partir das 19h, da Roda de Conversa “Integração Lavoura-Pecuária como uma alternativa sustentável” e o lançamento do aplicativo ILPFdigital.

O evento “Vamos Falar de ILPF?” integra o projeto SustentAgro, executado pela Rede ILPF e financiado com recurso do Land Innovation Fund (LIF), que atua em MT, MS e GO para levar sustentabilidade para a cadeia produtiva da soja por meio dos sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta.

Os participantes convidados da roda serão Rodrigo Amorim Barbosa e Mariana de Aragão Pereira, pesquisadores da Embrapa Gado de Corte, além de Edson Luis Bolfe, pesquisador da Embrapa Agricultura Digital, e a pesquisadora Margareth Simões, da Embrapa Solos.

App ILPFdigital – Integrante da plataforma ILPFdigital, o app é gratuito e foi concebido para mapear a adoção de sistemas ILPF nas mais diversas regiões produtoras do Brasil.

O aplicativo foi desenvolvido em parceria entre a Câmara de Agricultura Digital da Rede ILPF, Projeto SustentAgro e GeoABC+ (Embrapa Solos).

O público-alvo do app é formado de produtores, técnicos de agências de extensão rural, parceiros e profissionais das empresas associadas da Rede ILPF.

A partir dos dados inseridos, os usuários do app podem otimizar a gestão da informação da produção por talhão, bem como contribuir para o mapeamento do avanço dos sistemas ILPF no país.

Os dados de campo coletados pelo aplicativo são imprescindíveis para o treinamento dos algoritmos de aprendizado de máquina da metodologia do GeoABC+.

Mais informações: www.redeilpf.org.br

Informações: Portal DBO.

Featured Image

Aliança Brasil NBS debate perspectivas para a regulamentação do mercado de carbono, no dia 09 de abril

O webinar será realizado a partir das 11h e receberá representantes do Ministério da Fazenda, do Ministério do Meio Ambiente e do Consórcio Amazônia Legal

A Aliança Brasil NBS, associação sem fins lucrativos que tem como propósito fortalecer as iniciativas brasileiras em Soluções Baseadas na Natureza (do inglês Nature-Based Solutions – NBS), realiza, no próximo dia 09 de abril, das 11h às 12h30, o webinar gratuito “O Mercado de Carbono Regulado em 2024: Avanços e Perspectivas”. O encontro será dedicado a todos os interessados no tema, de empresas a agentes do governo e organizações não-governamentais, de especialistas e profissionais da área a pesquisadores e estudantes. Para participar, é necessário fazer inscrição pelo link https://lnkd.in/dEWubpdU.

O webinar pretende trazer ao centro do debate o PL 182/24 (2.148/2015), da Câmara dos Deputados, que trata da regulamentação do mercado brasileiro de carbono. No evento online, o texto atual será analisado pelos painelistas convidados, com perspectivas de possíveis desdobramentos e a expectativa de aprovação pelo Senado Federal. 

A mesa será coordenada pela presidente da Aliança Brasil NBS, Janaina Dallan, e receberá Cristina Reis, subsecretária de Desenvolvido Econômico Sustentável do Ministério da Fazenda, Raoni Rajão, diretor do Departamento de Políticas de Controle do Desmatamento e Queimadas do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças do Clima (MMA), Marcello Brito, secretário-executivo do Consórcio Amazônia Legal, e Jeronimo Roveda, Secretário Geral da Aliança Brasil NBS.

“A proposta do webinar é ampliar os diálogos em torno do projeto de lei atual e debater sobre os possíveis caminhos para o avanço da regulamentação do mercado de carbono brasileiro em 2024. Trazendo visões do governo federal, dos Estados e do setor privado, o evento tem como objetivo proporcionar ao público uma visão atualizada do processo de regulamentação e convida a aprofundarmos nas diferentes perspectivas e desafios envoltos no tema”, explica Carla Zorzanelli, coordenadora da Aliança Brasil NBS. 

Webinar “O Mercado de Carbono Regulado em 2024: Avanços e Perspectivas”

Data: 09 de abril de 2024
Horário: 11h às 12h30
Inscrições:https://lnkd.in/dEWubpdU
Mais informações: nbs@nbsbrazilalliance.org

Sobre a Aliança Brasil NBS:

Fundada em 2021, a Aliança Brasil NBS é uma associação sem fins lucrativos que tem como propósito fortalecer as iniciativas brasileiras em Soluções Baseadas na Natureza (do inglês Nature-Based Solutions – NBS), que visam combater o desmatamento, restaurar florestas e implementar práticas sustentáveis por meio do mercado de créditos de carbono. A instituição representa as empresas desenvolvedoras de projetos de carbono responsáveis por mais de 70% dos créditos brasileiros emitidos desde o ano passado, relativos a NBS e AFOLU (Agriculture, Forestry and Other Land Use), além de organizações não-governamentais, investidores de impacto e empresas de integridade. A Aliança Brasil NBS surgiu da demanda das empresas de carbono que atuam no Brasil por uma autoridade técnica, que pudesse trabalhar pelo nivelamento das práticas de mercado e em prol da agenda positiva do setor. 

Foto: Paulo Cardoso.

Featured Image

CNA discute políticas para florestas plantadas e situação do setor de borracha natural

Comissão Nacional de Silvicultura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) realizou, na terça-feira (26), reunião para tratar sobre políticas para florestas plantadas, como o Plano de Ação para Recuperação e Manejo de Florestas (Floresta+Sustentável) e o Plano Nacional de Desenvolvimento de Florestas Plantadas (PNDF), além de abordar a situação do setor de borracha natural e as principais ações do grupo para 2024.

A reunião foi aberta pelo diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi, para apresentar o novo presidente da Comissão, Antônio Ginack. O ex-presidente, Moacir Reis, assume o cargo de vice-presidente.

“Essa comissão é palco de grandes e importantes discussões e vamos buscar, cada vez mais, trazer temas ao debate que nos impactam diretamente, seja em relação à crise vivenciada pelos produtores de borracha, seja em relação às demais espécies florestais cultivadas”, disse Ginack.

Durante a reunião, a coordenadora do Departamento de Reflorestamento e Recuperação de Áreas Degradadas do Ministério da Agricultura, Jaine Cubas, fez uma apresentação sobre o Plano Floresta+Sustentável e o PNDF 2024, lançado recentemente Ministério da Agricultura.

“O objetivo do Plano de Ação para Recuperação e Manejo de Florestas é sustentabilidade ambiental, o desenvolvimento das cadeias produtivas, a inclusão social, geração de renda rural e aumento da produtividade”, destacou Jaine.

Segundo ela, para o desenvolvimento das ações é importante a parceria entre diversos setores da silvicultura brasileira. “A CNA representa diretamente o produtor rural, para quem esses planos são direcionados, precisamos trabalhar em sinergia para o desenvolvimento do setor”, disse a coordenadora do Mapa.

Ginack apresentou aos membros da comissão o atual cenário da borracha natural no país, com um recorte específico do estado de São Paulo, e mostrou toda a problemática vivenciada pelos produtores rurais.

“Nos últimos anos, tivemos quedas bruscas nos preços e aumento dos custos de produção. Somado a isso, estamos com uma grande escassez de mão de obra. Precisamos discutir estratégias para o setor e propor ações que minimizem as perdas para os produtores rurais”, explicou o presidente da Comissão.

A analista técnica da CNA, Eduarda Lee, destacou os principais eixos de atuação da comissão durante o ano, ressaltando a importância do índice da borracha natural e sua metodologia desenvolvida pela CNA. Ela também falou sobre o foco em energias renováveis, principalmente em relação a incentivos à produção e incremento da participação de biomassas na matriz energética brasileira, e ressaltou o acompanhamento e articulação nas esferas executiva e legislativa dos temas relacionados ao setor da silvicultura.

Featured Image

Com 1,3 milhão de floresta plantada em MS, Governo Federal abre chamada pública

Edital visa fomentar a inovação na produção de sementes e mudas florestais e incentivar práticas sustentáveis

Está aberto o edital de Chamada Pública para seleção de pessoas jurídicas interessadas em celebrar Acordos de Cooperação Técnica no âmbito do projeto Rede Floresta+ Iniciativa Conexão Florestal. O objetivo é fomentar a inovação na produção de sementes e mudas florestais e incentivar práticas sustentáveis.

O chamamento foi feito na quinta-feira (21), pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. Na oportunidade, outras ações que vão contribuir no desenvolvimento da cadeia produtiva de florestas plantadas e na consolidação da política agrícola florestal brasileira foram divulgadas.

A silvicultura é o setor que mais cresce em Mato Grosso do Sul. O governador Eduardo Riedel (PSDB) participou do evento e ressaltou que o Estado tem interesse em ampliar a área de floresta plantada que já chega a 1,3 milhão de hectares.

“O lançamento desse plano é importante, tem um simbolismo de passar a mensagem de que a floresta plantada, além de toda consequência econômica, social e de desenvolvimento, ela também é altamente sustentável no processo de captura de carbono, de contribuição para o balanço de carbono que Mato Grosso do Sul tanto almeja chegar até 2030, com o carbono neutro”, disse Riedel.

O governador ainda seguiu destacando que parte do crescimento de 6,6% do PIB (Produto Interno Bruto) sul-mato-grossense em 2023 ocorre pelo desenvolvimento do setor florestal. “Temos o terceiro maior crescimento do país, taxa de desemprego baixa, a segunda menor taxa de pobreza. Isso é consequência não só de vários investimentos, mas dessa contribuição”.

Também foi atualizada a Política Agrícola de Florestas Plantadas para contribuir com o aumento da produtividade e a utilização do potencial produtivo de bens e serviços da economia de base florestal.

As iniciativas vão auxiliar na diminuição da pressão sobre as florestas nativas, na melhoria da renda, na qualidade de vida do meio rural e na integração entre produtores rurais e agroindústrias, que utilizam madeira como matéria-prima.

E ainda houve a apresentação do Painel Floresta+. A ferramenta de acesso público contém dados atualizados, verificáveis e universais do setor de árvores cultivadas em todos os biomas do Brasil, mapeando a extensão, produção e economia florestal brasileira.

As entregas visam a expansão da silvicultura de forma estratégica e responsável atendendo os ONFs (Objetivos Nacionais Florestais), as metas do Plano ABC+ (Plano de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agricultura) e os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU (Organização das Nações Unidas).

Informações: Campo Grande News.

Featured Image

Ibá participa de lançamento do Plano Nacional de Desenvolvimento de Florestas Plantadas 2024

A Ibá | Indústria Brasileira de Árvores esteve presente no lançamento do Plano Nacional de Desenvolvimento de Florestas Plantadas 2024, da Chamada Pública para Projetos Florestais e do Painel da Floresta+, em evento com o Ministro Carlos Fávaro e a Ministra Marina Silva.

O Embaixador José Carlos da Fonseca, representando a Indústria Brasileira de Árvores, participou da cerimônia no Ministerio Da Agricultura Pecuaria E Abastecimento (MAPA), realizada em comemoração ao Dia Internacional das Florestas, que se observou na quinta-feira (21).

Ministro Carlos Fávaro e Embaixador Ibá José Carlos da Fonseca.

Na ocasião, foi lançada a versão atualizada do Plano de Desenvolvimento de Florestas Plantadas 2024, que apresenta adequação das estratégias de sustentabilidade para a silvicultura brasileira, trabalho realizado com o apoio de diferentes atores, incluindo o setor produtivo. Também foram oficializados o Painel Floresta+ para acesso público aos dados do setor florestal brasileiro.

Durante o evento, o Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, reforçou a importância das Câmaras Técnicas Setoriais no processo de direcionamento das políticas públicas, ecoando o interesse da sociedade brasileira pela agropecuária. O Ministro destacou também que o setor de florestas plantadas é a evidência mais explicita da responsabilidade ambiental dos brasileiros e dos setores econômicos, com aproximadamente 7 milhões de hectares de áreas conservadas.

Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, que também participou da solenidade, ressaltou a importância da restauração em áreas antropizadas, tanto com florestas nativas quanto destinadas à produção, considerando-as modalidades complementares. Marina enfatizou que as florestas são essenciais para o equilíbrio hídrico, climático e para a economia nacional, sendo a proteção dessas florestas um trabalho compartilhado entre todos os ministérios de governo.

Também estiveram presentes outras autoridades, como o Governador do Mato Grosso do Sul, @Eduardo Riedel, a Secretária de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo, Renata Miranda, a presidente da Câmara Setorial de Florestas Plantadas, Adriana Maugeri, que é a Presidente da AMIF – Associação Mineira da Indústria Florestal e integra o Conselho Deliberativo da Ibá, além do Coordenador de Sustentabilidade da @CNA, @Nelson Ananias, e do diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Garo Batmanian. Em sua apresentação, o Governador Eduardo Riedel, registrou que o Estado em parte deve seu avanço como nova fronteira de desenvolvimento da agroindústria de base florestal a Paulo Hartung, que reiteradamente divulga oportunidades que lá se apresentam. De igual modo, mencionou que representantes do MS haviam participado de missão do setor à União Europeia.

Prestigiando o evento, também compareceram vários dirigentes de Associações Florestais Estaduais, assim como dirigentes e lideranças de empresas associadas à Ibá.

Informações: Ibá/LinkedIn.

Featured Image

Espécies alternativas potenciais para produção florestal

Descubra as espécies alternativas promissoras para a produção florestal e explore novas oportunidades no setor

O setor florestal move bilhões de dólares anualmente no mundo e o Brasil é um dos principais players nesse mercado, destacando-se tanto pelos seus plantios de espécies exóticas de ciclo curto como pinus e eucalipto (contando com programas de melhoramento genético e práticas silviculturais avançadas), como pelas suas espécies nativas e muito apreciadas no mercado madeireiro internacional.

O mogno está entre as espécies exóticas mais promissoras. Crédito: Everton Regatieri.

Neste mercado já existem grupos de espécies nativas brasileiras bem estabelecidas e com demanda contínua provenientes principalmente das florestas naturais. Outras espécies exóticas, como o mogno africano, a teca e a acácia são também destaques na produção de madeira e produtos não madeireiros.

Espécies alternativas

Devido à intensidade histórica de extração de florestas nativas e da saturação do mercado, a busca de espécies alternativas se mostra necessária para atender à crescente demanda por madeiras, tanto em qualidade como em quantidade, algo que os poucos plantios de nativas já implantados não atendem plenamente.

Mesmo incipientes, esses plantios possuem grande potencial, e necessitam de mais investimentos e estudos.

Vantagens

A introdução de novas espécies e a consequente diversificação dos plantios florestais pode contribuir de maneira significativa para o aumento do fornecimento de madeira de maneira mais estável.

Ao mesmo tempo, essa diversificação das espécies cultivadas pode melhorar a resiliência e a produtividade do sistema enquanto promove a biodiversidade e conserva os recursos naturais.

Diferentes espécies têm variadas necessidades nutricionais, bem como ciclos de crescimento, exigências hídricas e interações com o solo, o que pode resultar na utilização mais eficiente dos recursos disponíveis, quando em consórcio, assim como uma maior produtividade ao longo do tempo, potencialmente prolongando a temporada de produção.

Diferentes espécies podem extrair nutrientes em camadas distintas do solo, evitando a perda dos elementos após a fertilização, enquanto outras espécies podem fixar nutrientes, como o nitrogênio, melhorando a fertilidade do solo para outras culturas, algo com eficácia comprovada na implantação de consórcios.

Por exemplo, já é reportado o sucesso do consórcio entre espécies da família das leguminosas (Fabaceae, como angico e paricá) e espécies de Meliaceae que obtiveram maior produtividade e ciclagem de nutrientes adequados.

Somado a isso, as diferentes características das plantas, como sistemas radiculares profundos, folhas largas ou cobertura do solo, ajudam a reduzir a erosão do solo, protegendo-o contra a perda de nutrientes e a compactação.

Por último, cultivar uma variedade de espécies, especialmente locais, contribui para a conservação da diversidade genética, o que é fundamental para garantir que as espécies e variedades adaptadas às condições locais estejam disponíveis para futuras gerações, contribuindo para a segurança alimentar e a resiliência dos sistemas agrícolas.

Mudas de teca. Crédito: TRC. 

Identificação e avaliação de espécies alternativas

O primeiro passo para a inserção de novas espécies é a identificação e avaliação dessas espécies potenciais de maneira criteriosa e multidisciplinar. Deve-se considerar a adaptabilidade ambiental, ou seja, a tolerância a variações de temperatura, precipitação, umidade e altitude, assim como a resistência a pragas e doenças, o que reduz a necessidade de aplicação de pesticidas e minimiza os riscos associados a surtos de doenças.

Também é necessário analisar a tolerância à competição e capacidade de regeneração, taxa de crescimento e rendimento, visando maximizar a produtividade da área de cultivo e reduzir o tempo necessário para a colheita, a qualidade da madeira (resistência, durabilidade, densidade e outras características desejáveis) e produtos não madeireiros (frutas, óleos essenciais, resinas).

É imprescindível a realização de estudos sobre a viabilidade econômica (avaliar os custos de estabelecimento e manutenção, o potencial de mercado para os produtos produzidos e a rentabilidade geral do empreendimento), impactos ambientais (considerações sobre o potencial de invasão, alterações nos ecossistemas nativos, efeitos sobre a biodiversidade, água e solo) e sociais (incluindo, aqui, impactos nas comunidades locais e culturas tradicionais, geração de emprego, difusão de conhecimentos tradicionais e tantos outros) em diferentes escalas.

Portanto, nestes estudos é de suma importância a participação de especialistas e a valorização de conhecimentos tradicionais locais para garantir que as decisões sejam feitas de maneira informada e sustentáveis a longo prazo.

Além disso, é indispensável o conhecimento a respeito de aspectos como condições edafoclimáticas (destacando-se aqui o zoneamento ambiental) e práticas silviculturais ótimas para seu desenvolvimento, assim como os materiais genéticos disponíveis.

Adaptação a condições climáticas

A realização do zoneamento edafoclimático objetiva identificar faixas de temperatura, pluviosidade, umidade e condições de solo ótimas para o melhor desenvolvimento dos indivíduos.

Essa prática é indispensável para determinar a compatibilidade entre as espécies de interesse e o ambiente a ser implementado, caracterizando e delimitando as regiões com maior ou menor aptidão para o desenvolvimento ótimo da espécie.

É uma ferramenta essencial para um cultivo bem planejado e executado, priorizando a utilização racional dos recursos naturais disponíveis e a otimização de investimentos, especialmente no tocante à correção e fertilização do solo, e irrigação.

Benefícios associados à produção florestal

A introdução de espécies alternativas na produção florestal proporciona benefícios significativos, contribuindo para a diversificação e a sustentabilidade dos sistemas florestais, como melhoria na capacidade de fornecer serviços ecossistêmicos essenciais, regulação do ciclo hidrológico, sequestro de carbono e proteção do solo.

Ademais, a introdução de novas espécies pode aumentar a diversidade genética nos ecossistemas, reduzir o risco de perda genética e fortalecer a capacidade de adaptação das florestas às futuras mudanças ambientais.

Por exemplo, essas espécies podem ser mais adaptáveis a diversas condições, o que ajuda a aumentar a resiliência dos ecossistemas florestais a variações climáticas. Por exemplo, é interessante analisar as espécies não convencionais em sua área de ocorrência natural para compreender melhor as condições ótimas de seu desenvolvimento e garantir o sucesso de seu potencial em um plantio florestal (por exemplo, araucária e cambará no sul do Brasil).

Diversificação

Ao diversificar as espécies cultivadas, os agricultores reduzem o risco de perdas em razão de pragas ou doenças que afetam especificamente ou possuem preferência por uma determinada espécie.

Se em um plantio uma espécie for mais suscetível que a outra, a primeira atuará como uma barreira para o controle de uma praga ou doença, assim como outras espécies podem ser menos suscetíveis, auxiliando na manutenção da produtividade global da área.

Este tipo de arranjo auxilia no controle de pragas, como o consórcio entre Toona ciliata e Swietenia macrophylla para o controle de Hypsipyla grandella, algo que diminui os gastos com defensivos agrícolas, o que, por sua vez, reduz o impacto negativo no ambiente.

Este consórcio influenciará enormemente no sucesso do plantio e beneficiará a flora e a fauna locais, ao fornecer habitats e alimentos para uma ampla gama de organismos, promovendo a saúde e a resiliência do ecossistema como um todo.

Acácia mangium é destaque na produção de madeira. Crédito: Flávio Pereira.

A possibilidade de diversificação econômica através de um policultivo pode expandir as opções de produtos madeireiros e não madeireiros, além de proporcionar oportunidades adicionais de renda para os proprietários de terras e comunidades locais.

Somado a isso, os produtos provenientes desse tipo de floresta podem possuir melhor qualidade em comparação com plantios homogêneos, visto que a aplicação de técnicas de melhoramento genético e de silvicultura possibilitam manejar de forma mais eficiente o produto final, resultando em madeira com menor quantidade de defeitos e com características atrativas para o mercado.

Portanto, a introdução de espécies alternativas na produção florestal tem o potencial de trazer renovação e inovação ao mercado, alterar padrões de consumo, descentralizar a produção e diversificar sua oferta e as possibilidades de investimento.

Este cenário estimula o avanço da ciência, ao pesquisar espécies menos tradicionais, investir em seu melhoramento genético, expandindo a literatura a seu respeito e com a possibilidade da descoberta de novos compostos e mecanismos.

Ademais, incentiva a inovação em processos e desenvolvimento de produtos, especialmente no tocante a espécies de uso múltiplo, estimulando, principalmente, mas não unicamente o setor florestal, podendo inclusive impactar no aproveitamento de áreas sem destinação.

Demandas

A introdução de variedades menos convencionais na produção florestal descentralizaria as demandas dos segmentos de mercado com padrões de qualidade e espécies bem estabelecidas, pulverizando a oferta que antes estava majoritariamente focada em uma determinada espécie ou grupo de espécies.

Portanto, a diversificação, tanto das espécies como dos produtos delas provenientes, reduziriam a pressão em espécies já tradicionalmente bem estabelecidas e intensivamente exploradas, ao diminuir a dependência de algumas espécies específicas para fornecer determinados produtos, distribuindo a pressão de colheita entre uma variedade de recursos.

Preocupações

A adoção de espécies alternativas na produção florestal pode apresentar desafios e preocupações que precisam ser cuidadosamente considerados. Os desafios para sua implantação são:

– Tradicionalismo e resistência, especialmente dos pequenos produtores, à adoção de novas tecnologias;

– Tempo de retorno, principalmente no componente florestal, que é de médio a longo prazo, o que dificulta a adoção em casos de recursos financeiros mais limitados por parte do produtor;

– Por ser um sistema produtivo complexo, acarreta mais riscos, especialmente ao componente agrícola;

– Ademais, há resistência do mercado consumidor para a aceitação de novas espécies e produtos.

Os dois lados da moeda

Existe, ainda, a possibilidade de espécies exóticas se tornarem invasoras (competição e riscos às espécies nativas), acarretando possível alteração do equilíbrio ecológico, ao afetar a dinâmica ecossistêmica, resultando em mudanças imprevisíveis na estrutura e função do ecossistema e na perda de diversidade genética e resiliência a longo prazo (substituição ou diminuição das espécies nativas por invasoras).

Somam-se a isso os desafios de gestão, como a exigência de novas práticas de manejo e monitoramento para garantir o cultivo de maneira sustentável e evitar impactos adversos, além de interações imprevisíveis, conjunto que pode aumentar a complexidade e os custos da gestão florestal.

Esta problemática está profundamente vinculada à falta de informações detalhadas sobre as características ecológicas, comportamentais e de manejo de espécies alternativas, o que pode dificultar a tomada de decisões informadas e a implementação de práticas adequadas.

Destacamos, também, a possibilidade de impactos socioeconômicos negativos, especialmente em comunidades que dependem das espécies tradicionais para sua subsistência, sendo importante considerar os efeitos sobre o emprego, a cultura e os sistemas de conhecimento tradicionais das comunidades locais.

Monitoramento é essencial

De forma geral, é importante realizar avaliações cuidadosas dos potenciais impactos ecológicos, sociais e econômicos antes de introduzir espécies alternativas, garantindo que essas mudanças sejam feitas de maneira sustentável, responsável, bem fundamentada e gradual, levando em consideração as características específicas do ecossistema e as necessidades das comunidades locais.

A diversificação de espécies, quando realizada de maneira criteriosa e bem planejada, contribui para a diminuição da pressão sobre florestas nativas, reaproveitamento de terras degradadas, proteção do solo e da água, sequestro e estocagem de carbono, promoção de interações ecológicas benéficas, como facilitação mútua, compartilhamento de recursos e proteção contra predadores, especialmente quando em consórcio.

Essas interações podem aumentar a produtividade e a saúde geral do ecossistema florestal, criando um ambiente mais resiliente e sustentável (Figura 1).

Figura 1. Diversificação das espécies cultivadas e seus desafios para sustentabilidade dos ecossistemas florestais.

Informações: Campo & Negócios / Imagem em destaque: Futuro Florestal.
Featured Image

Curso Embrapa: Teste de tetrazólio em sementes de erva-mate

No Brasil, há poucos laboratórios de análise de sementes que trabalham com erva-mate (Ilex paraguariensis) e que possuem experiência com a avaliação da qualidade das sementes da espécie. O teste de tetrazólio é um teste bioquímico muito utilizado para avaliar a viabilidade de sementes, sendo um teste rápido e altamente informativo.

Este curso tem como objetivo treinar analistas de sementes, estudantes e interessados em trabalhar com análise da qualidade de sementes de erva-mate por meio do teste de tetrazólio.

Programação:

  • 02/04: Manhã – Teoria: morfologia de sementes de erva-mate, características da semente, princípio do teste de tetrazólio / Tarde – Prática: preparo das sementes para o teste
  • 03/04: Manhã – Preparo de soluções para realização do teste / Tarde – Corte das sementes e coloração 
  • 04/04: Manhã – Leitura do teste / Tarde – Cálculo dos resultados e preenchimento do boletim

Inscrições:

– Valor: R$ 550,00
– Data de inscrição: até 25/03/2024 – Nr de vagas: 6  – Link para inscrição: https://faped.conveniar.com.br/Eventos/Forms/Servicos/EventoDados.aspx?action=868

Atenção:

– Caso o curso não seja realizado, o valor da inscrição será reembolsado aos inscritos. – Política de desistência: o pagamento não será devolvido em caso de desistência ou não comparecimento do inscrito ao evento.

  • Carga horária | 24h
  • Curso | Restrição de público: Necessário realizar inscrição confirme orientações do link acima
  • Horário
      02/04/2024 | 08:00 às 17:00
      03/04/2024 | 08:00 às 17:00
      04/04/2024 | 08:00 às 17:00

Local:

Embrapa Florestas | Estrada de Ribeira Km 111 sn, Guaraituba, Colombo – PR.

Featured Image

Edição Especial Ibá: EUDR 2024 – Missão à União Europeia

Delegação do setor incumbida a missão, contou com 18 integrantes, dentre CEOs e altos executivos de dez empresas associadas, além de secretários do governo do Mato Grosso do Sul

Por decisão do Conselho Deliberativo da Ibá, o setor organizou a sua primeira missão à União Europeia, cujo foco foi a regulamentação antidesmatamento do bloco, conhecida como EUDR (European Union Deforestation-free Regulation, na sigla em inglês).

A EUDR, de maneira geral, proíbe a produção e importação pelo bloco europeu de commodities cultivadas em áreas convertidas de florestas naturais após dezembro de 2020, sendo a madeira e seus produtos uma delas.

A preparação para esse exercício inédito de advocacy setorial internacional começou em outubro de 2023 no âmbito do Task Force da Ibá, que se dedicou por meses ao estudo e estruturação do que viriam a ser os pleitos do setor. Tivemos incontáveis horas de reuniões com amplo engajamento e quórum expressivo. A preparação envolveu ainda diversas reuniões com divisões do Itamaraty, do Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária), e também com a Missão da União Europeia no Brasil, além de representações diplomáticas brasileiras em Bruxelas, Roma, Berlim e Paris. 

A delegação do setor contou com 18 integrantes, dentre CEOs e altos executivos de dez empresas associadas, além de secretários do governo do Mato Grosso do Sul. Toda a intensa agenda de trabalho foi cuidadosamente preparada com forte apoio da Missão do Brasil junto à União Europeia, da embaixada do Brasil em Bruxelas e também da Apex Brasil, a quem o setor tem muito a agradecer pelos ótimos resultados alcançados.

O primeiro compromisso da programação, realizado no dia 5 de março, foi a reunião com o presidente da Comissão de Comércio Internacional do Parlamento Europeu, o eurodeputado Bernd Lange, que realçou o interesse em cooperação e maior integração de sistemas e de ferramentas existentes para implementação da EUDR.

Lange se mostrou sensível às preocupações quanto à transferência de dados comercialmente sensíveis ao longo da cadeia, com cibersegurança e com as enormes dificuldades práticas atreladas à falta de definição das Leis e Guias Secundários pela própria Comissão Europeia.

Ainda no primeiro dia de missão, o grupo se reuniu também com o vice-ministro das Relações Exteriores da Bélgica e sua equipe, o que tem maior importância neste momento em que o país exerce a presidência rotativa da União Europeia. Os belgas se comprometeram a ressoar as preocupações do setor com a Comissão Europeia, mas observaram haver pouco espaço para atuação dos Estados-membro na elaboração das leis e guias secundárias da EUDR, as quais efetivamente podem dar mais clareza a detalhes de operacionalidade e de implementação.

O segundo dia de missão, em 6 de março, foi dedicado ao setor privado, com evento amplo entre associações e stakeholders europeus, no qual todas as empresas da Ibá tiveram oportunidade de apresentar suas credenciais de sustentabilidade e seu status de implementação da EUDR. Foi entendida como relevante a articulação de um posicionamento do setor privado florestal em nível mundial a ser endereçado à Comissão e ao Parlamento Europeu, abordando, por exemplo, a possibilidade de algum tipo de gradualismo no início da efetiva aplicação da EUDR — haja vista que as condições habilitantes de sua plena aplicabilidade se encontram em estágio ainda incipiente de desenvolvimento.

Uma possibilidade é que o ICFPA (International Council of Forest and Paper Associations) possa liderar a elaboração do posicionamento, razão pela qual ainda houve ainda, no dia 8 de março, reunião com Jori Ringman, presidente do ICFPA e da Cepi (Confederation of European Paper Industries). 

Dois dos eventos mais críticos da programação foram as reuniões, em 7 de março, com as diretoras-gerais de Comércio (DG TRADE) e de Meio Ambiente (DG ENVI), respectivamente Sabine Weyand e Florika Fink-Hooijer, as principais responsáveis, na Comissão Europeia, pela regulamentação operacional e pela implementação da EUDR.

A DG TRADE pontuou que tem buscado entender se haveria possibilidade legal de flexibilizar o prazo de plena vigência ao menos das partes da EUDR que se encontrem dependentes de ferramentas  e definições  para as quais a Comissão ainda não teve avanço suficiente. Weyand se mostrou preocupada com a baixa capacidade de automatização dos processos de due diligence e também destacou que as legislações e guias secundários devem considerar uma demonstração de conformidade simplificada para aqueles que apenas usam insumos que sejam considerados conformes, em seu processo produtivo.

Em longa reunião com a DG ENVI, o destaque foi para a preocupação acerca das limitações e riscos ainda verificados no campo da tecnologia da informação. Foi pontuado que a possibilidade de prorrogar o prazo de entrada plena em vigor da EUDR fica prejudicada pelas eleições parlamentares de junho próximo, mas que estariam sendo estudadas, do ponto de vista jurídico, alternativas para adotar algum tipo de phase-in para a aplicação de diferentes aspectos.

O grupo se reuniu ainda com representantes das delegações junto à União Europeia da Alemanha e Itália. O objetivo foi sensibilizá-los sobre os riscos até mesmo de disrupção de importantes cadeias de suprimento que são alimentadas pelas exportações do Brasil. Foi lembrado que há críticas e pedidos de prorrogação da entrada em vigor por parte de associações e de importadores de países como a Alemanha e outros.

Houve ainda reunião com a autoridade competente da Bélgica, cuja percepção leva a crer que o setor deve considerar investir esforços em sensibilização das autoridades competentes dos estados-membro, a fim de apropriadamente balizar as percepções equivocada de riscos atrelado ao modelo de negócio do setor de florestas plantadas no Brasil.

No último dia da agenda, 8 de março, o grupo se reuniu com os pesquisadores do Joint Research Center, órgão técnico responsável pela elaboração dos mapas do Observatório da União Europeia. O momento foi crítico para apresentação dos resultados de nosso estudo do setor, que demonstra que 61% das florestas plantadas estão identificadas como floresta natural no mapa e, portanto, sujeitas ao risco de terem suas colheitas visualmente interpretadas como desmatamento. Após esclarecimentos da JRC, foi concluído que tais equívocos estão muito mais atrelados a conceitos e interpretações da EUDR do que a tecnologias e metodologias de mapeamento em si, o que enseja, portanto, tratativas no âmbito da DG ENVI. 

Finalizando a programação, a equipe da Ibá se reuniu com a Cepi para alinhar encaminhamentos práticos comuns sobre a EUDR, como o posicionamento sugerido no encontro do dia 6, e também outras iniciativas conjuntas no âmbito de mudanças climáticas e FSC (Forest Stewardship Council).

A missão foi prestigiada com recepções nas residências oficiais do embaixador do Brasil junto à União Europeia, Pedro Miguel Costa e Silva, e do embaixador na Bélgica, João Mendes, que, com suas respectivas equipes, foram incansáveis no apoio aos nossos trabalhos durante toda a semana. 

Cabe o registro de que esta terá sido, possivelmente, a primeira missão ao exterior organizada pela Ibá, com ampla e muito representativa participação do setor. Portanto, tê-la realizado é em si mesmo um resultado auspicioso, até pelo aprendizado que traduz para o futuro de nossa atuação. Ficou claro ser possível o engajamento amplo das empresas em torno de temáticas pré-competitivas, o que robustece nossa voz em representação de um setor que conquistou o direito de se apresentar como referência internacional. 

Por outro lado, tendo em vista a complexidade da agenda que nos levou à Bruxelas, com desafios de natureza variada, a verdade é que foi possível transmitir nossas perspectivas às mais elevadas instâncias decisórias na União Europeia, apresentar nosso modelo de negócios e a evolução do setor, que tem atuação global e é responsável por expressiva proporção do abastecimento europeu em diversos segmentos e produtos.

Informações: Ibá.

Anúncios aleatórios

+55 67 99227-8719
contato@maisfloresta.com.br

Copyright 2023 - Mais Floresta © Todos os direitos Reservados
Desenvolvimento: Agência W3S