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Setor florestal pode liderar crédito de carbono ‘baseado na natureza’ — será que consegue?

Rabobank aponta que indefinição sobre leis, desconfiança sobre qualidade dos créditos e processos longos de certificação são obstáculos para geração de crédito, cujo potencial é de US$ 50 bilhões até 2030

Antes de realmente ganhar tração, o mercado voluntário de crédito de carbono precisa ultrapassar um obstáculo crucial: ofertar créditos robustos e confiáveis — algo que ainda é limitado e tem deixado os compradores em dúvida. É esta credibilidade que o setor florestal precisa mostrar para liderar esta nova economia no Brasil.

“Metodologias rigorosas e em evolução, legislação incipiente a nível nacional e internacional, além da capacidade limitada de acreditação e certificação de créditos de terceiros respeitáveis são apenas alguns dos obstáculos que o setor precisa enfrentar”, afirma Andrés Padilla, analista de Celulose do Rabobank Brasil, em estudo divulgado nesta quarta-feira, 13.

Para que a estruturação dos créditos tenha aval das certificadoras e possam ser comercializados de forma transparente, um caminho para o Brasil é apostar no critério de ‘soluções baseadas na natureza’ (nature-based solutions ou NBS, em inglês). De acordo com estimativas da McKinsey, a demanda potencial por créditos advindos do NBS pode chegar a US$ 50 bilhões até 2030.

O Brasil poderia participar com aproximadamente 15% dos créditos, mas para isso precisa — junto com o mundo — driblar as adversidades que vêm se mostrando mais evidentes.

“Chegar nesse patamar de US$ 50 bi será bastante desafiador considerando as condições do mercado hoje: oferta limitada de créditos robustos e certificados, indefinição sobre legislação na maioria dos países, o que atrasa investimentos, confiança menor dos compradores por problemas recentes com a qualidade dos créditos e processos longos de certificação com custos elevados”, afirma Padilla à EXAME

Quem planta, colhe

Florestas plantadas, dedicadas a segmentos como papel e celulose, “têm o potencial para se tornar ator relevante no mercado voluntário de crédito de carbono como emissores de créditos NBS nos próximos anos”. No Brasil, diferentes formatos de atuação do setor florestal podem contribuir para a credibilidade tão procurada pelos compradores.

De acordo com dados da Forest Trends, organização sem fins lucrativos que rastreia transações de crédito de carbono, as transações de crédito de carbono florestais atingiram US$ 1,3 bilhão em 2021, em comparação com apenas US$ 67 milhões em 2016, e são a maior parcela do mercado voluntário de crédito de carbono.

“Em parte, por isso consideramos que o setor formal de Papel e Celulose poderia se tornar um player relevante nesse mercado, considerando o conhecimento que eles têm no manejo florestal e também pela reputação e solidez institucional das empresas no setor”, diz o analista do Rabobank. 

A conversão de terras degradadas para o plantio de árvores comerciais, projetos agroflorestais e integração entre pecuária e floresta são alguns dos formatos de atividade que o setor pode desenvolver, a fim de atender às métricas de NBS e ao mesmo tempo fornecer serviços ecossistêmicos ao ambiente.

Outros projetos que podem produzir resultados significativos em florestas comerciais são fazendas de duplo propósito que podem incluir gado e florestas plantadas comerciais de baixa densidade, por exemplo.

Essas estimativas colocam o Brasil e a Indonésia como os dois maiores locais possíveis para projetos NBS, dadas as florestas existentes e a disponibilidade de terras para conversão em projetos.

Informações: Exame Agro.

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Veracel amplia autossuficiência energética com a construção de usinas solares

Companhia projeta reduzir em 100% seu consumo atual de energia elétrica nas outras áreas da empresa

A Veracel Celulose inaugurou cinco usinas de energia solar instaladas em diferentes pontos de suas unidades produtivas, localizadas na região da Costa do Descobrimento, no Sul da Bahia. A empresa já é autossuficiente em energia na sua fábrica, e agora as usinas solares devem expandir esse modelo para áreas externas à unidade, tornando a companhia independente de energia elétrica. Estimativa é de reduzir a emissão de 230 toneladas de CO2 na atmosfera.

As usinas estão localizadas em diferentes pontos da companhia, sendo duas unidades próximas à fábrica, uma no Núcleo Florestal, outra no Terminal Marítimo de Belmonte (TMB), e a última na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Estação Veracel, localizada entre os municípios de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália.

A utilização de energia renovável de base solar contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa, otimiza recursos e representa, para o futuro, um potencial ganho com créditos de carbono para a Veracel.

“Essa iniciativa é resultado de um portfólio de projetos avaliados e implementados hoje, mas que nos projetam para o futuro. Ela está inserida em nosso foco de buscar sempre as melhores alternativas ambientais, já que o uso de energia limpa faz parte dos nossos esforços de máxima preservação dos recursos naturais”, afirma Estanislau Victor Zutautas, consultor técnico da Veracel.

A empresa já produz 100% da energia necessária para os seus procedimentos fabris e ainda exporta o excedente para a rede nacional. A energia da fábrica é gerada por meio da queima do “licor preto” (resíduo do processo de digestão da madeira que é realizado durante a fabricação de celulose) e também de cascas e outras sobras de madeira que não são aproveitadas pela produção da fábrica.

Além disso, a empresa complementa essa chamada “biomassa” para gerar ainda mais energia limpa com o reaproveitamento de outros de resíduos que são produzidos em abundância na região Sul da Bahia, como o caroço de açaí e o bagaço da cana de açúcar. Além de ser uma prática de economia circular que transforma em energia produtos que seriam descartados, a ação da companhia gera negócios para outros produtores do território.

Somente em 2022, a Veracel produziu aproximadamente 903.507,29 MWh/ano de energia, sendo que 619.172,98 MWh/ano foram para consumo próprio e 295.049,86 MWh/ano foram exportados para a rede, um total que equivale ao consumo de 2.212.873,95 habitantes.

As novas usinas solares representam independência de geração de energia para as outras áreas da empresa. No total, as cinco usinas vão gerar, em média, 1,2 MWpico, ou seja, aproximadamente o consumo de 300 famílias. Com isso, a Veracel projeta reduzir até 100% de seu consumo atual de energia elétrica.

“A alta incidência solar durante os meses mais quentes vai permitir que haja um excedente no estoque de energia das usinas para os períodos chuvosos ou de menor temperatura média”, explica Zutautas.

“Esse excedente acumulado será distribuído em períodos com menos sol, o que vai garantir nossa operação independentemente do clima”, complementa o consultor técnico. As usinas vão direcionar a energia captada dos raios solares para 14 medidores, instalados em áreas hoje não cobertas pelo sistema da fábrica.

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