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Nosso diamante raro se chama madeira

*Artigo por Adriana Maugeri.

Vivemos (ou sobrevivemos) em um mundo saturado de dados, responsabilidades e compromissos “inadiáveis”, em que a beleza de simplesmente estar vivo passa, muitas vezes, despercebida. No entanto, a vida exuberante pulsa perto dos nossos olhos de uma forma tão exclusiva que penso que somos ingratos na maior parte do tempo. E talvez não haja exemplo melhor dessa dádiva do que a madeira.

Sim, a madeira. A composição e a formação da madeira é uma resultante da vida que a Terra esbanja, ainda até o momento, de forma exclusiva no Universo conhecido e até aqui explorado. Esta combinação de átomos e moléculas arranjadas sob a maestria do carbono, em uma sintonia perfeita com a água e a luz, produz a vida vegetal e torna este material nobre e singular, uma raridade em nosso universo.

Mais rara que o próprio diamante! Enquanto o diamante pode ser encontrado em outros corpos celestes, resultado de uma combinação específica entre carbono, pressão e temperatura, a madeira é fruto exclusivo da vida, algo que, até onde sabemos, só existe na Terra.

Por isso, sua raridade é ainda maior. E se não cuidarmos desse patrimônio, podemos simplesmente perdê-lo. Já imaginou um mundo sem madeira?

E se a madeira é rara, é também histórica. Nobre, resistente e de fácil manuseio, acompanhou todas as civilizações. Ofereceu infinitas possibilidades para construir, abrigar, transportar e aquecer. No entanto, seu uso ao longo do tempo foi marcado por práticas desequilibradas de exploração. As consequências estão à vista: basta observar o que restou das florestas naturais no Velho Mundo. Diante da escassez, os olhos se voltaram para novas fronteiras.

É nesse contexto que o Brasil entra em cena, a partir de 1500. Fomos batizados, afinal, com o nome de uma de suas espécies. Trata-se de um capital vegetal nobre e raro no Universo (e, ouso dizer, raro até mesmo em alguns continentes), mas que aqui se mostra abundante, graças às nossas terras tropicais. Fomos agraciados com clima, solo, recursos hídricos e uma biodiversidade que convivem em harmonia. E, felizmente, soubemos reconhecer a tempo que esse tesouro natural não deveria ser apenas explorado, mas manejado com responsabilidade.

Nesse cenário, brilha a agroindústria florestal brasileira, um exemplo luminoso de como é possível aliar produção e conservação. Fruto da combinação entre condições naturais excepcionais e ciência aplicada, o setor nos projeta como referência mundial em competitividade econômica com responsabilidade ambiental, um equilíbrio que tantas outras atividades ainda buscam alcançar.

Contamos, no Brasil, com mais de dez milhões de hectares de florestas plantadas e mais de seis milhões de hectares conservados, uma marca impressionante. Nenhuma outra atividade consegue unir, em tamanha escala, produtividade e cuidado com a vida.

Afinal, lidamos com árvores cultivadas para entregar madeira de forma sustentável a uma sociedade que, mesmo com hábitos em transformação, segue demandando esse recurso como matéria-prima para mais de cinco mil bioprodutos que substituem insumos de origem fóssil e não renovável.

Enquanto em muitos países a madeira manejada com responsabilidade e respeito só é vista em quadros, retratos e fotos, aqui, no Brasil, ela pode ser vista ao ar livre, por meio das janelas das casas (de madeira) e em escala real. Essa é a nossa orgulhosa vantagem competitiva nacional. Fornecer madeira de florestas que se renovam em ciclos curtos, que simbolizam respeito à vida das árvores e das comunidades que ali se avizinham é nosso motivo de orgulho e deve ser de todos os brasileiros.

Agora imagine se todos os brasileiros soubessem que a madeira manejada de forma legal e sustentável permite ao Brasil abastecer o mundo?

São produtos e subprodutos com origem rastreada que chegam aos quatro cantos do planeta: papéis para imprimir, escrever, higienizar; pisos, painéis, móveis; carvão vegetal que impulsiona uma metalurgia verde; madeira para estruturas; além de cosméticos, tecidos, alimentos, medicamentos, perfumes e uma infinidade de bioprodutos que, sem dúvida, estão destinados a substituir os materiais de origem fóssil nas páginas do passado. Que orgulho imenso para toda uma nação!

Agora imagine se todos os brasileiros soubessem, também, que a agroindústria florestal é uma das maiores aliadas no combate ao desmatamento ilegal no país? Quanto mais madeira oriunda de florestas plantadas e manejadas estiver disponível no mercado, menor será a pressão sobre as matas nativas. Porque madeira é vida, é prosperidade, desde que venha de origem legal e seja fruto da ciência e da técnica aplicadas com responsabilidade ambiental.

Caro(a) leitor(a), pense bem: e se o futuro que tanto buscamos já estiver enraizado em soluções que a natureza nos oferece, desde que bem cuidadas, bem manejadas, bem pensadas?

É isso que fazem, com excelência, as nossas Florestas Pensadas: produzem com consciência, cuidam com intenção. Um exemplo para o mundo.


*Adriana Maugeri, é Presidente Executiva da AMIF – Associação Mineira da Indústria Florestal.

Uma versão reduzida deste texto foi publicada na edição 2025 da Revista GlobalFert .

Publicação original: https://www.linkedin.com/pulse/nosso-diamante-raro-se-chama-madeira-amif-org-moo4f/

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Com mais de 17 milhões de hectares em sistemas ILPF, Brasil aumenta competitividade no mercado global

A expectativa é que a integração-lavoura-pecuária-floresta continue crescendo e promovendo um desenvolvimento rural cada vez mais sustentável. A integração-lavoura-pecuária-floresta (ILPF) está transformando a pecuária brasileira e elevando os índices de produtividade em uma mesma área. O tema, abordado pelo presidente-executivo da Rede ILPF, Francisco Matturo, fez parte do Fórum “O Boi Brasileiro: Produtivo por Natureza”, na Arena Feicorte. 

Iniciado no Brasil em 2006, o programa surgiu como um projeto experimental da Embrapa e hoje é um grande aliado do pecuarista brasileiro. De acordo com Matturo, mais de 17 milhões de hectares estão dentro das diretrizes do projeto.  

“Esse modelo produtivo mostra na prática que é possível produzir mais com menos, integrando diferentes atividades no mesmo hectare”, enfatizou o profissional, ao explicar que isso é possível graças à possibilidade de cultivar leguminosas ou gramíneas na mesma área, preservando o meio ambiente e sequestrando carbono no solo. 

Desde sua implementação no país, o sistema já gerou diversos resultados. Em áreas que antes concentravam uma unidade animal por hectare, agora chegam a agrupar até oito ou dez, enquanto a renda por hectare salta de cerca de R$ 1.000 para até R$ 12 mil por ano. 

“Além do impacto econômico direto, a tecnologia contribui para a recuperação de solos arenosos, a proteção de nascentes e matas ciliares e a mitigação das emissões de carbono, transformando propriedades em áreas de produção carbono neutro, conceito cada vez mais valorizado no mercado internacional”, realçou Matturo.  

Área demonstrativa do sistema ILPF retorna à Feicorte 

Retomado em 2025, o Espaço ILPF foi um dos grandes destaques da edição anterior da Feicorte. Neste ano, foram destacados os programas Integra São Paulo e o Integra Pontal que vêm contribuindo para a regularização fundiária, o acesso à tecnologia e o apoio técnico, especialmente em regiões estratégicas do Estado. “A expectativa é que a integração-lavoura-pecuária-floresta continue crescendo, aumentando a competitividade do Brasil no cenário global e promovendo um desenvolvimento rural cada vez mais sustentável”, concluiu Matturo. 

A Rede ILPF promoveu também um Encontro com Produtores Rurais na manhã da quarta-feira (18), no Tatersal, com a participação de 120 convidados. O objetivo foi apresentar a proposta da integração, discutir avanços técnicos e fomentar o diálogo entre especialistas e produtores. A programação incluiu palestras sobre a importância do cooperativismo agropecuário no processo de sucessão familiar, com o professor Marcos Zanin (ISAE/FGV–PR), e sobre técnicas de ILPF, com o professor e pesquisador Edemar Moro (Unoeste). Após o encontro, os participantes realizaram uma visita guiada à área demonstrativa de ILPF. 

Informações: Feicorte.

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Com 243 mil toneladas em 2025, Ribas do Rio Pardo se torna o 2° maior exportador em MS

Fábrica da Suzano teve início de suas operações no município em julho de 2024

A nova fábrica da Suzano em Ribas do Rio Pardo — distante 100 km de Campo Grande — fez o município saltar para o pódio dos maiores exportadores em Mato Grosso do Sul. Atualmente, Ribas do Rio Pardo é responsável por 12% das exportações do Estado.

Os dados são da Balança Comercial, compilados pela Semadesc (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), e mostram que Ribas do Rio Pardo desbancou cidades bem maiores, como a capital Campo Grande, Dourados e Corumbá.

Segundo as informações da balança comercial, entre janeiro e maio, Ribas do Rio Pardo exportou 243 mil toneladas, volume 2.715% a mais que no mesmo período do ano passado. Para se ter ideia, em cinco meses de 2024, o município havia exportado somente 9,3 mil toneladas.

O município só perde para Três Lagoas, conhecida como a capital da celulose, em que as exportações representam 24% do total do Estado e chegam a 455 mil toneladas. Dourados, Corumbá e Campo Grande ocupam a 3ª, 4ª e 5ª posições, respectivamente.

Indústria de celulose da Suzano (Foto: Nathália Alcântara / Jornal Midiamax)

Celulose em Ribas do Rio Pardo

A explicação para o boom nas exportações de Ribas do Rio Pardo é simples. Três anos após ser anunciada, a Suzano inaugurou em julho de 2024 uma indústria de celulose no município. A unidade conta com 3 mil pessoas, entre colaboradores próprios e terceirizados, envolvidos nas atividades industrial, florestal e de logística.

O município recebeu R$ 22 bilhões em investimentos na construção da fábrica, que tem capacidade para produzir 2,55 milhões de toneladas de celulose por ano. A maior fábrica de celulose em linha única do mundo é o maior investimento da Suzano em 100 anos de história.

No dia 7 de junho de 2025, a unidade alcançou a marca de 2 milhões de toneladas de celulose. O resultado foi registrado 321 dias após o início das operações, em 21 de julho de 2024, e menos de cinco meses após atingir o primeiro milhão de toneladas — um novo recorde para a unidade, que reafirma sua excelência operacional.

A fábrica concluiu sua curva de aprendizagem em pouco mais de cinco meses e atingiu o primeiro milhão em menos de seis meses, o menor tempo já registrado por uma unidade do setor.

Informações: Mídiamax.

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Espírito Madeira 2025 promete impulsionar negócios e inovação nas Montanhas Capixabas

Participe da 3ª edição da Espírito Madeira – Design de Origem e descubra um dos principais eventos dedicados ao setor madeireiro do Brasil! Entre os dias 11 e 13 de setembro, Venda Nova do Imigrante, no coração das Montanhas Capixabas, será o cenário ideal para a realização de negócios, trocas de experiências e apresentação de tendências que unem inovação, tecnologia e tradição. A Feira é voltada para profissionais, empresas e entusiastas da cadeia produtiva da madeira, oferecendo uma programação variada e estratégica para o fortalecimento do setor.

Com foco no potencial do design aplicado à madeira, o evento se destaca por aproximar arquitetos, designers, marceneiros, engenheiros e empreendedores em um ambiente de network qualificado. Será uma oportunidade para conhecer novas soluções, projetos e aplicações criativas que valorizam o uso responsável da madeira, agregando valor aos produtos e serviços. Além disso, a presença de especialistas e empresas referência no mercado garantirá o compartilhamento de conhecimentos técnicos e mercadológicos fundamentais para o crescimento do setor.

A programação da Espírito Madeira 2025 também traz uma vitrine atualizada de máquinas e equipamentos de última geração, voltados para a transformação da madeira com eficiência, tecnologia e sustentabilidade. O evento destaca ainda a importância da silvicultura – o cultivo responsável de florestas comerciais – como base para a cadeia produtiva de origem sustentável, ponto cada vez mais valorizado pelo mercado nacional e internacional.

Mais do que negócios, a Feira oferece experiências enriquecedoras para quem busca inovação e criatividade no segmento madeireiro. A integração entre design e arquitetura será um dos grandes motes do evento, mostrando como o uso inteligente da madeira pode transformar projetos e espaços. Para completar, atrações culturais e artísticas prometem dar o tom capixaba ao evento, tornando a visita à Espírito Madeira uma verdadeira imersão nas riquezas da região serrana do Espírito Santo.

Com um cenário deslumbrante, estrutura qualificada e programação diversificada, a Espírito Madeira – Design de Origem consolida-se como espaço privilegiado para o turismo de negócios, capaz de unir lazer, cultura e oportunidades profissionais. Não perca esta chance de fazer parte de um dos eventos mais esperados do ano no setor! Acompanhe todas as novidades pelo perfil oficial no Instagram: @espiritomadeiraoficial ou no site www.espiritomadeira.com.br.

Serviço:

3ª Feira Espírito Madeira- Design de Origem

Dias 11, 12 e 13 de setembro de 2025

Local: Centro de Eventos Padre Cleto Caliman, “Polentão”, em Venda Nova do Imigrante (ES)

Realização: Montanhas Capixabas Convention & Visitors Bureau

Mais informações: www.espiritomadeira.com.br 

Instagram: @espiritomadeiraoficial

*Entrada gratuita

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As ‘florestas verticais’ que estão transformando cidades

Em 2007, o arquiteto italiano Stefano Boeri presenciou a frenética construção de uma cidade no deserto de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

O local era dominado por arranha-céus cobertos de vidro, cerâmica e metal, desperdiçando energia.

Estes materiais “refletiam a luz solar, gerando calor no ar e, principalmente, no solo urbano, onde andam os pedestres”, conta ele à BBC.

A 4,8 mil km de distância, Boeri havia recém começado a trabalhar no seu novo projeto de dois edifícios muito altos, em uma área degradada no norte de Milão, na Itália.

“De repente, me ocorreu criar duas torres biológicas… cobertas não com vidro, mas com folhas”, relembra ele.

Seu projeto convidaria a fauna e a flora a ocupar aquele deserto industrial e resfriar o ar interno e externo. Surgia um novo e radical protótipo arquitetônico, que “integra a natureza viva como parte constituinte do projeto“, segundo ele.

O surpreendente resultado foi a primeira “floresta vertical” do mundo.

O complexo Bosco Verticale de Milão, na Itália, com suas sacadas repletas de árvores
Inaugurado há 10 anos, o complexo Bosco Verticale de Milão, na Itália, foi a primeira floresta vertical do mundo

O projeto completou 10 anos e ganhou inúmeros prêmios.

Suas plantas mantidas por “jardineiros voadores” dominaram a lateral dos edifícios. Elas resfriam a temperatura em até 3ºC, já que a folhagem libera vapor d’água e filtra a luz solar.

Para comemorar o aniversário, o escritório Stefano Boeri Architetti publicou um novo livro, chamado Bosco Verticale: Morphology of a Vertical Forest (“Bosco Verticale: morfologia de uma floresta vertical”, em tradução livre).

A obra inclui ensaios de especialistas examinando a intersecção entre a natureza e a arquitetura, além das imagens do fotógrafo arquitetônico Iwan Baan.

O livro acompanha a evolução do projeto e os princípios a ele incorporados.

Para a editora Rizzoli, responsável pela publicação, a obra “celebra um trabalho arquitetônico que se tornou símbolo de uma sensibilidade coletiva renovada em relação aos cuidados com o meio ambiente e o mundo vegetal”.

Moradia para pessoas e pássaros

Revertendo a hierarquia arquitetônica habitual, o livro descreve a floresta vertical como “um lar para árvores e aves, que também abriga seres humanos”.

A obra se baseia em textos e filosofias que a influenciaram, como o livro The Secret Life of Trees (“A vida secreta das árvores”, em tradução livre), de 2006.

Escrito pelo biólogo britânico Colin Tudge, o texto explica o papel fundamental desempenhado pelas árvores nas nossas vidas, sequestrando carbono, produzindo glicose e oferecendo sombra.

Bosco Verticale também menciona a etologista britânica Jane Goodall. Ela alerta que, à medida que a população humana aumenta, “é extremamente importante que este crescimento seja acompanhado por novos incentivos para trazer o mundo natural para as cidades já existentes e para o planejamento de novos municípios”.

Vista aérea da Floresta Vertical de Nanjing, na China, com suas sacadas intercaladas e inúmeras árvores em todos os andares
A Floresta Vertical de Nanjing, na China, adotou os princípios do Bosco Verticale de Milão

Desde a inauguração da Floresta Vertical de Milão, uma onda verde de construções ricas em plantas começou a reintroduzir a natureza nas nossas cidades – de Dubai (EAU) até Denver, nos Estados Unidos; e de Antuérpia, na Bélgica, até Arlington, no Estado americano da Virgínia.

E a primeira floresta vertical da África está programada para ser inaugurada no Cairo (Egito), ainda este ano.

Em resposta aos críticos que duvidavam da viabilidade econômica do conceito, foi inaugurada em 2021 a Floresta Vertical Trudo em Eindhoven, na Holanda – um projeto de moradias sociais com aluguel máximo orçado em 600 euros (cerca de R$ 3.830) por mês.

Senso de conexão

Em Montpellier, no sul da França, um terço dos Jardins Secretos será reservado para moradias acessíveis.

Trata-se de uma empreitada comercial reflorestada, com projeto da Vincent Callebaut Architectures, sediada na capital francesa, Paris. A inauguração deve ocorrer ainda este ano.

Integrando práticas como telhados verdes e reciclagem de água, os Jardins Secretos também “combatem a crise climática restaurando a conexão entre o ser humano e a natureza”, conta Vincent Callebaut à BBC.

“Transformando os moradores em jardineiros urbanos e as fachadas em sifões de carbono, esta construção demonstra que a ecologia não é uma restrição, mas uma filosofia de estilo de vida”, explica ele.

Vista aérea do edifício Tao Zhu Yin Yuan em Taipei (Taiwan)
O edifício Tao Zhu Yin Yuan em Taipei (Taiwan), com 21 andares, foi inaugurado em 2024

O poder que estas extraordinárias estruturas têm de alterar a vida e o sentimento das pessoas é fundamental para o seu projeto.

Um dos planos mais recentes da Vincent Callebaut Architectures é a Árvore do Arco-Íris, em Cebu, nas Filipinas. O projeto é inspirado nas cores psicodélicas da casca do eucalipto-arco-íris, nativo da região.

A “árvore” exige a colaboração dos moradores de cada um dos seus 300 apartamentos, para manter sua flora exuberante. Tudo isso, aliado às estufas compartilhadas e colmeias urbanas, ajuda a “incentivar os laços sociais”, segundo Callebaut, criando um senso de comunidade e conexão.

Esta noção de que os projetos biofílicos (baseados na conexão inata entre os seres humanos e a natureza) podem afetar positivamente o nosso bem-estar é confirmada por recentes pesquisas.

Um estudo realizado pela Universidade de Wageningen, na Holanda, concluiu que as plantas em um ambiente de trabalho não só o tornam mais atraente, mas também aumentam a satisfação dos funcionários.

Os profissionais também observaram que as plantas melhoram a qualidade do ar e que eles relatam menos problemas de saúde.

No País de Gales, um estudo que durou 10 anos observou a incidência de ansiedade e depressão em 2,3 milhões de registros médicos.

O estudo associou o maior índice de verde na vizinhança a 40% menos ansiedade e depressão do que entre as pessoas que moravam nas áreas com menos vegetação.

As pessoas das áreas mais pobres apresentaram maiores benefícios e o acesso a espaços verdes e água reduziu o risco de ansiedade e depressão em 10%, contra 6% nas áreas mais ricas.

Detalhe das varandas do edifício Tao Zhu Yin Yuan, em Taiwan, vistas de cima
O Tao Zhu Yin Yuan, em Taiwan, possui varandas giratórias, que otimizam o uso da luz solar

Por isso, não é surpresa que novos hospitais estejam adotando os conceitos biofílicos.

O Hospiwood 21 em La Louvière, na Bélgica, é outro projeto de Callebaut.

A construção, segundo o arquiteto, “incorpora florestas verticais terapêuticas, usando plantas para reduzir o estresse do paciente e promover a recuperação”. Ela inclui um interior biofílico relaxante, repleto de plantas em cascata.

Na Itália, o novo Hospital Policlínico de Milão, projetado por Stefano Boeri, incluirá um telhado verde com mais de 7 mil metros quadrados.

Para Boeri, a biofilia faz parte do remodelamento das instalações de saúde.

Ela “abre uma nova perspectiva sobre a reabilitação, indo além do conceito tradicional de construção destinada ao simples cuidado dos pacientes a longo prazo, passando a ser um verdadeiro espaço de interação e bem-estar, em contato próximo com a natureza”.

De fato, os ramos verdes do projeto biofílico estão se espalhando por uma imensa variedade de construções.

O Aeroporto Jewel Changi, em Cingapura, é um complexo de lazer e varejo com 10 andares.

Aberto para passageiros e visitantes desde 2019, ele abriga verdejantes florestas internas que incluem 1,4 mil árvores, além da cascata interna mais alta do mundo, com 40 metros.

Na capital holandesa, Amsterdã, o interior de bambu sustentável do Hotel Jakarta, fundado em 2018, inclui um jardim tropical no seu átrio central.

Regado pela água da chuva que vem do telhado, ele avança rapidamente em direção ao seu teto de 30 metros de altura.

A uma hora de distância, em Roterdã, também na Holanda, um telhado verde, quase 40 metros acima do nível do solo, coroa o The Depot, um armazém acessível ao público que abriga a vasta coleção de arte do Museu Boijmans van Beuningen, na forma de um caldeirão gigante espelhado.

Além de levantar o nosso ânimo, as florestas em arranha-céus podem desempenhar papel importante no combate às mudanças climáticas.

O edifício Tao Zhu Yin Yuan, em Taipei (Taiwan), é outro projeto de Vincent Callebaut – uma torre de 21 andares em formato de hélice dupla de DNA, inaugurada em 2024.

Suas 23 mil plantas absorvem cerca de 130 toneladas de dióxido de carbono (CO2) por ano. E seu efeito de resfriamento da fachada reduz a necessidade de ar-condicionado em 30%.

O edifício possui sacadas giratórias para maximizar a exposição à luz solar e suas chaminés de ventilação centrais refletem o interesse de Callebaut pelo biomimetismo, a emulação dos sistemas da natureza para fornecer soluções para os problemas humanos.

As chaminés funcionam como pulmões. Elas retiram o ar na sua base e o purificam, para expelir no topo.

Detalhe do complexo Bosco Verticale, a primeira floresta vertical do mundo, em Milão (Itália)
O Bosco Verticale mantém o ambiente dos seus moradores refrigerado e serve de moradia para os pássaros, além dos seres humanos

Muito mais altas do que largas, as florestas verticais também minimizam a vedação do solo, liberando espaço para a natureza e reduzindo o risco de enchentes.

“Meus projetos incorporam a visão de que as cidades não são mais problemas para o clima, mas sim soluções vivas”, afirma Callebaut.

Longe de ser “um obstáculo ou complemento ornamental”, a natureza é o princípio orientador do projeto.

Os edifícios, agora, servem de “árvores habitadas”, segundo ele, “que absorvem dióxido de carbono, produzem energia e abrigam biodiversidade”.

Os edifícios biofílicos ajudam a combater duas graves crises dos nossos tempos – o aquecimento global e o declínio da saúde mental – e já são considerados parte de cidades totalmente reflorestadas.

Em Liuzhou, na província chinesa de Guangxi (uma das regiões mais atingidas pelo smog — nevoeiro contaminado por fumaça — do mundo), a Cidade da Floresta é um projeto futurista de Stefano Boeri.

Ela irá abrigar cerca de 30 mil moradores e gerar toda a sua energia. O projeto foi aprovado e aguarda construção.

Já a Cidade da Floresta Inteligente de Cancún, no México, pretende proibir veículos movidos a combustão. Ela é outro projeto do mesmo arquiteto, que aguarda licença para iniciar a construção.

De volta a Milão, o edifício que começou tudo, com seus painéis solares no telhado, sem dúvida é como uma árvore, que recebe a energia solar e retira a água do solo.

“A natureza não é algo que existe em um passado imemorial”, segundo o escritor e filósofo Emanuele Coccia, no livro. “Ela é e sempre será o nosso futuro tecnológico.”

Para Boeri, as florestas verticais gêmeas criadas por ele em Milão não são apenas edifícios, mas “um manifesto político” com “uma mensagem simples e popular: a natureza viva precisa voltar a habitar os espaços concebidos para os seres humanos. Nem mais, nem menos.”

O livro Bosco Verticale: Morphology of a Vertical Forest foi editado pela Stefano Boeri Architetti e publicado pela editora Rizzoli.


Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Culture.

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Águia Florestal lança nova linha de produtos

O Grupo aRede está promovendo o “Painel Digital”, uma série de entrevistas que fazem parte do projeto do Livro Anuário Caminhos dos Campos Gerais. Neste ano, o tema central é “Grandes Empresas que Geram Riquezas”.

Uma das entrevistas destaque é com Álvaro Scheffer, presidente da Águia Florestal. Durante a conversa, Scheffer compartilha a trajetória da empresa, que atua no setor florestal e exporta seus produtos para diversos mercados internacionais. Ele ressaltou a importância do investimento no parque industrial da empresa, que agora está focado na produção de um novo material chamado CLT. Esse produto é uma alternativa sustentável para a construção de casas de madeira.

Álvaro também discute as projeções futuras da Águia Florestal, mostrando otimismo em relação ao crescimento da empresa e sua contribuição para a geração de riqueza na região. Essa iniciativa é parte de um movimento mais amplo que valoriza empresas que desempenham um papel significativo na economia local.

A entrevista traz informações importantes sobre a evolução do setor e o impacto positivo que inovações e investimentos podem ter no desenvolvimento econômico e sustentável da comunidade. Confira abaixo:

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Congresso Internacional de Incêndios Florestais reforça compromisso global com a preservação

Encerrado nesta última quarta-feira (18/06), o Congresso Internacional de Gestão de Incêndios Florestais promovido pelo Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso (CBMMT) teve início na segunda-feira (16), promovendo três dias de intensos debates, palestras e capacitações voltados à prevenção e combate aos incêndios florestais.

O evento reuniu especialistas nacionais e internacionais em Cuiabá, consolidando-se como um espaço fundamental para o compartilhamento de estratégias de manejo do fogo, inovação tecnológica e articulação entre instituições. A programação reforçou a urgência de ações coordenadas, principalmente diante dos desafios impostos pela estiagem.

Nesta quarta-feira, o congresso contou com a presença de importantes nomes do cenário internacional, como Alfredo Nolasco Morales, coordenador para a América Latina do Centro Interagências Canadense de Incêndios Florestais (CIFFC), e César Alberto Robles Gutiérrez, da Comissão Florestal Nacional do México, que abordaram as práticas adotadas em seus países no enfrentamento aos incêndios de grandes proporções.

Também palestraram Ramon Santos, responsável pelo Plano Estratégico de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais da Arauco 2025 (Chile); Moisès Galán Santano, chefe de Coordenação Central na Catalunha (Espanha); Jordi Vendrell, da Fundação Pau Costa; Rodrigo Jorquera, gerente de proteção contra incêndios florestais da CONAF (Chile); e o Major Philippe Sallenave, representante da Defesa Civil da França e referência na doutrina europeia de combate aos incêndios.

A programação foi complementada por minicursos técnicos, entre eles o curso “Comportamento Extremo do Fogo e Segurança Pessoal”, ministrado pelo professor Dr. Domingos Xavier Viegas, da Universidade de Coimbra (ADAI), e o curso de “Estratégias e Táticas de Combate Aéreo em Incêndios Florestais”, com Átila Machado de Oliveira, da FIRE.

Durante o encerramento do congresso, o comandante-geral do CBMMT, coronel BM Flávio Glêdson Vieira Bezerra, destacou a evolução do trabalho em incêndios florestais nos últimos anos e a importância de promover uma abordagem estruturada e integrada sobre o tema.

“Eu me lembro que há oito anos conversávamos sobre incêndios florestais, que aqui no estado olhávamos o incêndio florestal de forma sistemática e não apenas pontual. Fizemos proposituras e definimos eixos importantes a serem fortalecidos para termos uma resposta mais adequada. Lembro de falarmos que era necessário estruturar os bombeiros militares do país, brigadas, normativas. E, olhando para este evento hoje, vejo que o que ele trouxe foi exatamente o que gostaríamos: trazer todas as temáticas de forma sistemática, com palestras científicas, pesquisadores, novas tecnologias para aplicar no cenário operativo e troca de experiências.”

Na oportunidade o comandante reafirmou o impacto positivo do congresso.

“Esse evento mostrou que é preciso. Nós esperamos que os senhores saiam com conhecimento, troca de experiências e conexões. Que esse evento possa mudar a sua empresa, o seu setor e o seu país. Que a nossa experiência mostre para os países de vocês como o Brasil e o estado de Mato Grosso estão comprometidos com a preservação ambiental e com a temática dos incêndios florestais. Carreguem com os senhores que o nosso país tem pessoas engajadas e comprometidas com a causa.”

Patrocínio

O Forest Fire – Congresso Internacional de Gestão de Incêndios Florestais conta com o patrocínio da empresa multinacional Forest Fire, da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), da Aero Agrícola Rondon, do Fórum Agro e da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), da empresa Vallfirest (VTF), da MSA Safety Incorporated – Produtos de Segurança Sofisticados (MSA), e da Cervejaria Louvada.

Informações: Gov/MT.

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Veracel é novamente reconhecida como uma das melhores empresas para trabalhar na Bahia pelo GPTW

A Veracel Celulose reafirma sua posição de destaque no mercado baiano ao ser reconhecida novamente como uma das melhores empresas para trabalhar na Bahia, segundo o ranking 2025 da consultoria Great Place to Work (GPTW). A empresa conquistou a 4ª. colocação no ranking estadual de empresas de médio porte, consolidando sua trajetória de excelência no ambiente de trabalho. O anúncio foi realizado na manhã desta terça-feira (17), em Salvador.

Este reconhecimento se soma à certificação GPTW que a Veracel mantém pelo sétimo ano consecutivo, fruto da alta adesão e avaliação positiva dos colaboradores na pesquisa de clima organizacional realizada em 2024. A certificação estadual reforça o compromisso da companhia com a construção de um ambiente justo, inclusivo e que valoriza o bem-estar de seus times.

Além do destaque regional, a Veracel também integra o ranking nacional da GPTW como uma das cinquenta Melhores Empresas para Trabalhar no Brasil na categoria Agronegócio, refletindo sua relevância no cenário corporativo nacional.

“A renovação da certificação GPTW e o reconhecimento no ranking da Bahia são a confirmação do nosso compromisso contínuo com as pessoas que fazem a Veracel. Estamos orgulhosos de proporcionar um ambiente onde todos têm voz, oportunidades e respeito”, destaca Marcos Rogerio Souza Gomes, Coordenador de Apoio, Cuidado e Infraestrutura da companhia.

Sobre a Veracel

A Veracel Celulose é uma empresa de bioeconomia brasileira que integra operações florestais, industriais e de logística, que resultam em uma produção anual média de 1,1 milhão de toneladas de celulose, gerando mais de 3,2 mil empregos próprios e de terceiros, na região da Costa do Descobrimento, sul da Bahia e no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais.

Além da geração de empregos, renda e tributos, a Veracel é protagonista em iniciativas socioambientais no território. A consultoria Great Place to Work (GPTW) validou a Veracel como uma das melhores empresas para trabalhar no Brasil pelo 6º ano consecutivo.

Além dos mais de 100 mil hectares de área protegida ambientalmente, é guardiã da maior Reserva Particular do Patrimônio Natural de Mata Atlântica do Nordeste brasileiro.

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MIDR inicia cooperação para fazer projetos com créditos de carbono

Capacitação técnica apoiará projetos voltados à conservação ambiental, reflorestamento e uso de biodigestores, com foco no mercado de carbono e no desenvolvimento regional sustentável

Brasília (DF) – O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), por meio da Secretaria Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros (SNFI), vai começar uma cooperação técnica para que os empreendimentos beneficiários dos Fundos Regionais possam desenvolver projetos geradores de crédito de carbono. A ideia é identificar e apoiar oportunidades de investimento em projetos relacionados à conservação de florestas, reflorestamento, instalação de biodigestores e práticas agrícolas que promovem o sequestro de carbono.

As atividades referentes à cooperação, como trocas de conhecimento, boas práticas e experiências, acontecerão em parceria com o Banco do Brasil (BB), conforme estabelecido na assinatura de um protocolo de intenções entre o MIDR e a instituição financeira nesta quarta-feira (18).

O protocolo tem como objetivo articular institucionalmente ações e políticas públicas voltadas ao desenvolvimento regional sustentável. A iniciativa busca reduzir as desigualdades regionais, melhorar a qualidade de vida da população e promover práticas sustentáveis. Essa articulação ganha ainda mais relevância no atual contexto de retomada do setor industrial brasileiro, que registrou crescimento de 3,1% no ano passado.

O Secretário Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros, Eduardo Tavares, ressaltou que a colaboração com o BB permitirá estudar soluções inovadoras, em especial no mercado de carbono, com impactos positivos para o meio ambiente e a economia local.

“Agendas como essa são transformadoras. Fazer um laboratório com o Banco do Brasil, aprofundar conhecimentos, testar possibilidades com um parceiro que já estrutura operações reais de créditos de carbono, apoiando várias cadeias produtivas, é o que precisamos”, afirmou.

A parceria entre o MIDR e o BB prevê a prospecção de projetos inseridos no escopo dos Fundos de Desenvolvimento Regional e do Fundo Constitucional de Investimento do Centro-Oeste (FCO). Do lado do Banco do Brasil, a parceria reforça a busca por fontes de receita alternativas, por mais regulação e governança no mercado de carbono no país.

“Os créditos de carbono podem ser uma fonte de receita relevante para o Brasil à medida que a nova regulamentação permite gerar créditos em áreas de preservação, reflorestamento e reservas indígenas. Sabemos que há muito interesse nesse sentido”, declarou José Ricardo Sasseron, Vice-Presidente de Negócios, Governo e Sustentabilidade Empresarial do BB.

Sem excluir outras temáticas que podem ser acordadas futuramente, o protocolo de intenções prevê que sejam analisados os seguintes tipos de crédito de carbono:

  • REDD+ (conservação florestal): Projetos em áreas de floresta no bioma amazônico e cerrado, incluindo reserva legal e/ou excedente de vegetação nativa preservados;
  • ALM (carbono no solo): Projetos que financiam a implantação de práticas de plantio direto, recuperação de pastagens, implantação de ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta), SAFs (Sistemas Agroflorestais), entre outras práticas de melhoria do solo;
  • Biogás: Projetos que financiam a implantação de biodigestores em granjas de suínos ou bovinos confinados;
  • ARR (reflorestamento): Projetos que possuem déficit de reserva legal ou áreas de proteção permanente em suas propriedades.

A Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) também estava representada na reunião, com a presença do Expert Financeiro Alejandro Barreneche. A AFD é outra importante parceira da SNFI, participando da estratégia de captação de recursos para os Fundos de Desenvolvimento.

“AFD, como banco de desenvolvimento, tem muitas propostas de metodologias de acompanhamento dos impactos socioambientais, da medida da pegada de carbono. Então, para nós, faz sentido ver como esses dois parceiros estão juntando forças para continuar no mesmo caminho e promover um setor que está se formalizando no Brasil, que é o mercado de carbono”, concluiu.

Desenvolvimento Sustentável

Para regulamentar o mercado de carbono no país, foi instituído em 2024 o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE). Por convenção, um crédito de carbono corresponde a uma tonelada de dióxido de carbono não emitida ou removida da atmosfera. Esses créditos são negociados entre empresas e países para compensar suas emissões e cumprir metas de redução de gases do efeito estufa.

Ao impulsionar projetos de crédito de carbono e o desenvolvimento regional sustentável, o MIDR colabora com as medidas de adaptação às mudanças climáticas, e contribui para as discussões na COP 30, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. O encontro global ocorrerá em novembro de 2025, em Belém (PA), reunindo líderes mundiais, representantes de governos, ciência e sociedade civil para debater soluções climáticas — e marcará a primeira vez que a conferência será realizada na Amazônia.

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Veracel: produtividade, respeito a natureza e desenvolvimento regional como aliados de negócio

No sul da Bahia, em uma região onde a Mata Atlântica ainda resiste com toda sua diversidade, uma empresa brasileira mostra que desenvolvimento econômico e proteção ambiental não só podem caminhar juntos — como devem. A Veracel Celulose, prestes a completar 34 anos de operação e com duas décadas completas de operação fabril possui um modelo de inovação sustentável que une tecnologia, conservação, geração de emprego e desenvolvimento social em um contexto econômico de mercado desafiador para a celulose – com pressão internacional, mudanças climáticas, exigências legais e sociais. A experiência da Veracel mostra que é possível crescer com ética, tecnologia e cuidado real com o planeta e as pessoas.

A responsabilidade ambiental começa antes mesmo da floresta ser plantada. No viveiro de mudas da Veracel, tecnologia e ciência se unem para produzir árvores mais fortes e adaptadas ao clima da região. Com técnicas de clonagem e melhoramento genético, a empresa busca maior produtividade com menos impacto e acompanha de perto as variações climáticas e adaptabilidade das mudas de eucalipto que se tornarão as florestas, e a matéria-prima, da empresa.

Um exemplo claro deste trabalho foi a redução de 80% no uso de defensivos agrícolas nos viveiros devido à adoção de controle biológico, com fungos e insetos, que substitui produtos químicos por soluções naturais. Isso protege a saúde do solo, dos trabalhadores e dos ecossistemas ao redor.

Além disso, dos cerca de 200 mil hectares de área da Veracel, metade é dedicada à conservação ambiental, em um modelo de 1 hectare de mata nativa para cada hectare de eucalipto plantado.

Outra frente importante é o modelo de mosaico florestal adotado pela empresa que alterna áreas plantadas com eucalipto e áreas de vegetação nativa preservada. Os platôs são destinados ao plantio, enquanto os vales mantêm a vegetação original. O resultado é um modelo de base florestal eficiente, que protege rios e nascentes e mantem corredores naturais para a fauna e flora, algo que, consequentemente, fortalece o controle biológico de pragas, e diminui o uso de defensivos agrícolas.

A empresa também promove a restauração florestal ativa, com o plantio de cerca de 400 hectares por ano com espécies nativas da Mata Atlântica. Isso reforça a resiliência dos ecossistemas e contribui para a recuperação de uma das florestas mais ameaçadas do planeta.

Recentemente, a companhia anunciou uma parceria inédita com a Biomas, uma empresa de restauração ecológica em larga escala, para a restauração de 1,2 mil hectares de Mata Atlântica em áreas da Veracel. O modelo de negócio prevê que a restauração seja financiada pelos créditos de carbono que serão gerados na área recuperada, uma iniciativa inovadora para uma empresa de base florestal.

“Essa parceria com a Biomas reforça o compromisso da Veracel com a conservação ambiental e o desenvolvimento sustentável no território onde atuamos. Mais do que uma ação compartilhada, estamos aportando um histórico consolidado que nos posiciona como referência em iniciativas de regeneração ecológica e proteção da biodiversidade da Mata Atlântica no Sul da Bahia. Ao destinar áreas próprias para restauração com espécies nativas, reafirmamos nosso papel como protagonistas na promoção de soluções baseadas na natureza e na preservação de ecossistemas de alta relevância ambiental”, afirma Caio Zanardo, diretor-presidente da Veracel.

A companhia também é responsável pela gestão e proteção da maior reserva privada de Mata Atlântica do Nordeste, a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Estação Veracel. São mais de 6 mil hectares protegidos, habitat de espécies raras e ameaçadas de extinção. Além disso, a Veracel protege outras Áreas de Alto Valor de Conservação (AAVCs), monitoradas constantemente para garantir a integridade da flora e da fauna locais. 

A Estação Veracel também é uma sala de aula viva. Escolas da região participam de visitas e programas de educação ambiental que ensinam, de forma prática, sobre conservação, uso consciente da água, reciclagem e respeito à natureza. Além disso, centros de pesquisa e universidades internacionais fazem estudos em parceria com a reserva.

Outra frente que coloca a sustentabilidade como aliada de negócio são os processos industriais da empresa. A empresa consome cerca de 20 m³ de água por tonelada de celulose, um dos menores índices do setor no mundo. Mais de 99% dos resíduos industriais são reaproveitados, com parte deles transformada em fertilizante para a agricultura familiar e para as próprias florestas da empresa.

A fábrica da Veracel também é autossuficiente em energia desde 2005, utilizando resíduos provenientes da própria produção de celulose para gerar energia limpa. A empresa ainda possui a tecnologia para transformar produtos que existem em abundância no Sul da Bahia e seriam descartados em aterros, como o caroço de açaí e o bagaço de cana-de-açúcar em biomassa alternativa para gerar energia e, consequentemente, negócios para produtores locais. 

No quesito energia limpa, a empresa foi além: em 2023, implantou cinco usinas solares em suas áreas além da fábrica, que geram 1,2 MWp, energia suficiente para abastecer 300 famílias e evitar a emissão de mais de 230 toneladas de CO₂ por ano.

O transporte da celulose também segue o caminho da sustentabilidade. A Veracel utiliza o Terminal Marítimo de Belmonte, escoando a produção por via marítima com barcaças. Cada viagem evita cerca de 384 viagens de caminhão, reduzindo as emissões de CO₂ em mais de 116 toneladas por embarque. E tudo isso com tecnologia de monitoramento 24 horas e programas de proteção à fauna marinha, como botos e tartarugas.

A Veracel também acredita que nenhuma floresta se sustenta sozinha – e nenhuma empresa também. Por isso, investe mais de R$ 10 milhões por ano em projetos sociais que apoiam a agricultura familiar, a pesca artesanal, o empreendedorismo feminino e a valorização de culturas indígenas.

Somente 2024, mais de 1.600 famílias foram beneficiadas, incluindo 34 aldeias indígenas. O apoio vai desde cursos de capacitação e doação de equipamentos até ações estruturantes que geram renda e autonomia. Tudo isso construído com diálogo contínuo e escuta ativa, fortalecendo a licença social para operar da empresa.

Por fim, a Veracel preza pela transparência e lançou recentemente seu Relatório de Sustentabilidade referente ao ano de 2024 em que estes e outros dados podem ser consultados.

Na Veracel, cada muda plantada carrega um propósito. Cada tonelada de celulose exportada leva junto uma história de respeito ao meio ambiente e às comunidades. E cada inovação aplicada reforça o compromisso com um futuro em que produzir mais e melhor significa também proteger e incluir.

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