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Fórum aborda controle de emissão de carbono na cadeia florestal

A dinâmica das florestas em relação ao Plano Estadual de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC RS) foi o tema central do 16º Fórum Florestal do RS, que aconteceu nesta quinta-feira, 7 de março, no auditório central da Expodireto Cotrijal 2024.

O Plano ABC RS é um programa da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) dedicado à agricultura de baixa emissão de carbono. Seu objetivo central é promover a adaptação às mudanças climáticas e o controle das emissões de gases de efeito estufa na agropecuária.

O coordenador do Plano ABC RS, Jackson Brilhante, explicou que o objetivo estratégico deste plano é implementar no Rio Grande do Sul uma agropecuária com características de viabilidade econômica, conservacionista e de baixa emissão de carbono.

O plano ABC RS é composto por oito tecnologias que são mitigadoras de emissões de carbono: o sistema de plantio direto de grãos; o plantio direto de hortaliças; florestas plantadas; sistemas de integração; bioinsumos; terminação intensiva; práticas de recuperação de pastagens degradadas e sistemas irrigados.

“Nosso compromisso é, até 2030, ampliar em 1,43 mi/ha as áreas com adoção de Práticas para Recuperação de Pastagens Degradadas (PRPD) e estender em 600 mil hectares a área com adoção de Sistema de Plantio Direto”, disse Brilhante.

Ele também falou sobre o projeto que está sendo desenvolvido pela Seapi, com a utilização de equipamentos para analisar em tempo real a emissão de gases de efeito estufa. “O estudo está sendo realizado em sistemas de erva-mate em pleno sol e sombreado e mostra quanto a cultura sequestrou de carbono por tonelada produzida”, informou.

O diretor técnico da Emater/RS-Ascar, Claudinei Baldissera, destacou as ações da entidade com foco na agricultura de baixa emissão de carbono. Neste sentido, apontou o papel fundamental das Assistências Técnicas e Extensão Rural (ATERS), que trabalham junto aos produtores na capacitação e orientação técnica, na adoção de tecnologias sustentáveis, no manejo eficiente de resíduos, no manejo sustentável do solo e na integração de políticas públicas.

Melhores práticas na erva-mate

As melhores práticas para o trabalho relacionado a uma agenda climática em cima da cultura de erva-mate e a estruturação de uma calculadora de carbono foram apresentas pelo coordenador dos programas de Erva-Mate e Café da Fundação Solidaridad, Gabriel Dedini.

“Em cima dessa calculadora, a gente vem trabalhando com as melhores práticas, tentando buscar uma máxima performance entre um contexto ambiental e um contexto produtivo de valor econômico, a fim de dar sustentabilidade e viabilidade para a atividade”, pontuou.

Ele ressaltou que a calculadora é uma ferramenta que pode ser acessada de forma gratuita pelos produtores, por meio do site da Embrapa Florestas, e dá suporte para trabalhar junto com o programa ABC.

“Ela ajuda a contabilizar os estoques de carbono e faz uma interface com as práticas de manejo que são adotadas pelo agricultor. Então, a gente consegue fazer uma adequação de melhores práticas, olhando também para esse resultado do sequestro de carbono dentro dos sistemas de produção”, destacou.

O Fórum Florestal é uma promoção da Emater/RS-Ascar, Cotrijal, Embrapa Florestas, Ageflor, Sindimate/RS, Sindimadeira, Programa Gaúcho para a Qualidade e a Valorização da Erva-mate, Ibramate e Apromate.

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‘O seringueiro é o melhor guarda florestal’: o novo ciclo de borracha nativa que está ajudando a preservar a Amazônia

Há coisa de seis anos atrás, facões em punho, José do Carmo Alves e sua irmã, Maria das Neves Alves Basto, voltaram a trilhar a estrada de seringueiras da área de floresta amazônica que lhes pertence, no município de Inhangapi, nordeste do Pará.

Nos troncos das árvores, ainda encontraram as cicatrizes dos cortes que haviam talhado 30 anos antes, no fim dos anos 1980, quando, de uma hora para a outra, pararam de extrair o látex – porque já não conseguiam mais vender a borracha que produziam.

Ao longo das décadas que passaram, as seringueiras permaneceram intocadas. A família extrativista sobreviveu de outras riquezas da floresta: a coleta de castanha do Pará e de açaí.

Até que apareceu um comprador dizendo que, se voltassem a produzir borracha, pagaria não apenas o valor da matéria-prima, mas um adicional por serviços ambientais – ou seja, o serviço de manter a floresta em pé. Os irmãos seringueiros retomaram a produção, e a borracha passou a ser parte essencial dos produtos sazonais da floresta que compõem os ganhos da família ao longo do ano.

“É uma ajuda muito grande na renda. Uma árvore dessas aqui é fundamental para a gente que conhece o ramo, extrai o látex e sabe trabalhar a borracha. É muito bom”, diz José do Carmo, 65 anos, enquanto abre um risco no tronco de uma seringueira e deixa escorrer o seu látex.

Nativa da Amazônia, a seringueira – Hevea brasiliensis – é conhecida como a “mãe” da floresta pelo leite que escorre quando se corta o seu tronco, o látex, matéria-prima para a borracha.

A extração não compromete a saúde da árvore, que se reproduz naturalmente no bioma, onde existem espécimes de até 300 anos. Elas estão na raiz do desenvolvimento econômico da região, com o ciclo da borracha que impulsionou o crescimento de Manaus e Belém na virada do século 19 para 20.

Há mais de um século, entretanto, a matéria-prima da floresta perdeu para a borracha de áreas de cultivo, sobretudo na Ásia. Extrair o látex de árvores enfileiradas em monoculturas é incomparavelmente mais fácil do que na Amazônia, onde seringueiros percorrem até 10km por dia para alcançar árvores espaçadas pela floresta.

A concorrência desigual desvalorizou a atividade de seringueiros da Amazônia, que ao longo das décadas sofreram regimes de forte exploração de mão-de-obra e de semi-escravidão por endividamento. Muitos abandonaram os seringais.

Nos últimos anos, entretanto, novos arranjos entre o setor privado e associações de extrativistas vêm impulsionando uma expansão da produção de borracha nativa, agora reconhecida como um produto sustentável que pode gerar renda para populações locais e ajudar a preservar a floresta.

No novo modelo, empresas estão pagando valores mais altos pela borracha da Amazônia como um produto que ajuda a prover sustento para famílias a partir da floresta em pé, tornando o desmatamento um mau negócio – e levando seringueiros como os Alves a retomarem a atividade.

‘O seringueiro é o melhor guarda florestal’

José do Carmo aprendeu a cortar seringa com a mãe, que por sua vez aprendeu com o pai, que migrou do Ceará para o Pará no passado, como muitos seringueiros.

O extrativismo faz com que a família de 11 irmãos tenha insistido em preservar a floresta nativa em sua terra, uma exceção na região. A ilha de floresta é cercada por áreas desmatadas para pecuária. O Pará, que vai sediar a Conferência do Clima da ONU em 2025, é de longe o Estado com os maiores índices de desmatamento na Amazônia.

“Eu comecei pequeno. Estou no ramo desde que me entendo por gente. Mas em 1988 o (então-presidente José) Sarney tirou de nós a seringa, e aí eu parei”, afirma, referindo-se à extinção repentina de incentivos do governo militar. “Depois de uns 20 ou 30 anos, o senhor Francisco veio para cá e me achou. E aí continuei com ele.”

José do Carmo se refere a Francisco Samonek, paranaense radicado na Amazônia há 40 anos.

Ao longo desse período, Samonek criou três empresas no município de Castanhal para trabalhar com borracha nativa – uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) para desenvolver tecnologias, educar e aprimorar os processos usados por seringueiros; uma cooperativa de seringueiros para cuidar da produção; e uma marca para desenvolver produtos a partir da borracha nativa, a Seringô.

Francisco sorrindo ao mostrar tênis para câmera na floresta
O empresário Francisco Samonek, da Seringô, com o calçado que desenvolveu usando borracha da Amazônia e fibras naturais.

A marca desenvolve calçados sustentáveis com solados feitos da matéria-prima florestal, e desenvolve oficinas para que as famílias aprendam a fazer itens de decoração e biojóias com a borracha nativa em suas comunidades. Hoje, 1.500 famílias vendem borracha e artesanato para a Seringô, como os irmãos Alves. A meta é triplicar essa rede até o fim deste ano.

“O seringueiro é o melhor guarda florestal que nós temos”, diz Francisco Samonek, empreendedor social à frente da Seringô. “Se ele receber um preço justo pela produção de borracha artesanal, ele vai ficar ali cuidando da floresta. Se ao menos o mundo pudesse enxergar isso com clareza.”

As seringueiras precisam estar em meio à floresta para se manterem saudáveis e produtivas. A conta no setor é que, para cada estrada de seringais (um percurso que leva a até 200 árvores), é preciso haver cerca de 100 hectares de floresta preservados ao redor, o que equivale a cerca de 100 campos de futebol.

“Nosso papel é fazer com que o trabalho dos seringueiros seja gratificante e gere renda suficiente para que as comunidades permaneçam na floresta”, diz Zélia Damasceno, esposa e parceira de Samonek na Seringô. “E que pensem que, a cada árvore que eles derrubarem, menos renda vão ter aqui. Hoje, eles fazem esse cálculo.”

Atualmente, a Seringô compra cinco toneladas de borracha nativa por mês, volume que pretende quadruplicar até o fim deste ano. Além do preço-padrão do quilo da borracha bruta (cerca de R$ 2 por quilo), a empresa paga aos seringueiros um valor cinco vezes maior a título de serviços ambientais.

Este mecanismo financeiro foi criado para remunerar comunidades por serviços ambientais que gerem benefícios para a sociedade. Neste caso, a condição é que o seringueiro não desenvolva atividades predatórias em sua área.

Além disso, os produtores recebem um valor adicional do governo federal dentro da Política de Garantia de Preços Mínimos para os Produtos da Sociobiodiversidade (PGPM-Bio), que assegura o valor mínimo de R$ 7,18 por quilo da borracha. Com isso, recebem quase R$ 18 por quilo da matéria-prima.

‘Caminho sem volta’

A Seringô é parte de um grupo ainda pequeno de empresas que pagam até cinco vezes mais pelo preço da borracha nativa em comparação ao preço da commodity produzida em seringais cultivados – seja nas áreas de plantio brasileiras, que se concentram no Sudeste, ou em países do sul da Ásia.

A aposta é que, hoje, consumidores se dispõem a pagar mais por produtos feitos com matérias-primas sustentáveis, em cadeias de produção que geram benefícios ambientais e sociais.

Hoje, a marca de calçados francesa Vert/Veja é a maior compradora de borracha nativa da Amazônia, seguida da multinacional de pneumáticos Michelin. A Mercur criou um programa para valorizar a borracha nativa há dez anos, comprando a matéria-prima de indígenas e seringueiros em Altamira, Pará, para produzir borrachas de apagar e elásticos.

“É um caminho sem volta”, diz Luciana Batista Pereira, diretora de cadeias produtivas da Vert/Veja, que a cada ano compra 700 toneladas de borracha nativa de 2.500 famílias organizadas em cooperativas no Acre, Amazonas, Rondônia, Pará e Mato Grosso.

Os valores adicionais pagos pela empresa são condicionados à conservação da floresta. As áreas extrativistas são monitoradas por satélite, em uma plataforma online que permite à empresa rastrear eventuais danos à floresta.

“Grande parte das famílias com as quais trabalhamos tinha um histórico de seringueiros, mas tinha parado por décadas. Agora está havendo um resgate da atividade e da identidade dessas famílias, mas dentro de um novo modelo”, afirma Pereira.

“Elas não vendem mais para atravessadores, não ficam sem receber, não veem o trabalho ser desvalorizado. Esse retorno se dá em um movimento de reconhecimento do trabalho do seringueiro e do seu papel. As famílias estão se empoderando e não querem mais projetos de cima para baixo. Querem estar da mesa de decisão”, afirma.

Casal sorrindo em frente a mesa, sobre a qual estão jogos americanos
Francisco Samonek ao lado de sua esposa, Zélia Damasceno, parceira na Seringô.

Pedra fundamental da economia da Amazônia

No grande ciclo da borracha que teve seu apogeu entre as décadas de 1880 e 1910, a borracha nativa da Amazônia chegou a ser o segundo principal produto da balança comercial brasileira, atrás apenas do café.

Na época, as seringueiras da floresta eram a grande fonte global da matéria-prima. O ciclo impulsionou o crescimento de Manaus e Belém e encheu os cofres dos barões da borracha, às custas da exploração inclemente das populações locais.

A história mudou depois que milhares de sementes de seringueiras foram contrabandeadas para o Reino Unido, que conseguiu cultivar seringueiras com sucesso em suas colônias asiáticas, precipitando o fim do ciclo da borracha da Amazônia.

A matéria-prima amazônica teve outro ciclo de expansão durante a Segunda Guerra Mundial, quando a borracha asiática ficou inacessível aos países Aliados. Os Estados Unidos firmaram um acordo com o Brasil, e Getúlio Vargas enviou cerca de 60 mil “soldados da borracha” para a Amazônia, sobretudo do Nordeste, para suprir a demanda. Com o fim da guerra, os incentivos acabaram, e os seringueiros ficaram ao deus-dará.

A ditadura militar marcou mais um período de incentivos, com a implantação do Programa de Incentivo à Produção de Borracha Natural (Probor), que almejava tornar o Brasil autossuficiente na produção de borracha. Mas os estímulos eram aos seringalistas (donos dos seringais), e não aos seringueiros (os trabalhadores).

“Ser seringueiro era viver para trabalhar para o patrão”, relembra Dione Torquato, secretário geral do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (o ex-Conselho Nacional dos Seringueiros, que mantém a sigla original, CNS).

“Os seringueiros eram analfabetos e já chegavam devendo no seringal. Os seringalistas roubavam no valor do produto, contabilizando a produção para baixo. Assim, os seringueiros não podiam abandonar o seringal por causa das dívidas.”

Segundo Torquato, parte dessas dificuldades enfrentadas pela classe foram superadas ao longo das décadas, com a criação de reservas extrativistas, a organização da categoria e a luta simbolizada até hoje pelo líder Chico Mendes, assassinado em 1988.

“Não temos dúvida da importância que esse produto teve para o desenvolvimento da região e do país. Porém, ao longo dos anos, a atividade foi enfraquecendo e sofrendo com a falta de incentivo e de políticas públicas. Essas comunidades ficaram à mercê, esquecidas e invisibilizadas debaixo das camadas de floresta.”

Metas de aumentar a produção na Amazônia

Árvores com corte para extração de látex
Em 2022, a produção de borracha nativa da floresta amazônica foi apenas 0,3% do total de borracha produzida por ano no Brasil.

Segundo o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), o Brasil produz 259 mil toneladas de borracha por ano, a maioria em áreas de cultivo concentradas no Sudeste. Em 2022, a produção de borracha nativa da floresta amazônica foi de 840 toneladas, apenas 0,3% deste total.

Para 2024, entretanto, há metas de no mínimo dobrar essa produção. No ano passado, um grupo de empresas assumiu o compromisso de comprar pelo menos 1.700 toneladas de borracha nativa ao longo deste ano, após uma reunião multisetorial em Rondônia.

O encontro juntou cooperativas de seringueiros, empresas compradoras, ONGs, movimentos sociais e representantes do poder público, e foi promovido pelo Imaflora em parceria com a WWF-Brasil.

“Juntamos todo mundo na mesa para construir uma estratégia de futuro para a cadeia da borracha, para que ela seja de novo um motor econômico, como ela foi há muitas décadas atrás. Mas agora com uma nova lógica”, afirma Luiz Brasi, gerente da Rede Origens Brasil, administrada pelo Imaflora, que reúne populações tradicionais, extrativistas, ONGs e empresas para promover comércio ético e com garantia de origem.

O novo modelo, descreve Brasi, exige respeito ao modo de vida das populações tradicionais e ao tempo e ciclos de produção da floresta, além de transparência nos processos de negociação.

“Essa é a aliança perfeita para uma nova economia que concilia a produção de conservação. Temos a oportunidade de gerar mais renda e melhorar a qualidade de vida das comunidades da Amazônia por meio da manutenção da floresta em pé”, diz Brasi.

Com seringueiras espalhadas por toda a Amazônia, há potencial para aumentar exponencialmente a produção. O desafio é que engajar cada vez mais empresas para dar vazão a esse aumento, diz Brasi, sobretudo as do setor de pneumáticos, que consomem a maior parte da borracha mundial.

Se os preços da matéria-prima amazônica são mais altos, porém, como convencê-las a embarcar? Aí entra a importância de políticas públicas. “É muito importante o governo dar incentivos para empresas que incorporem um percentual do ingrediente da sociobiodiversidade em suas linhas”, destaca.

Incentivos à bioeconomia e seus gargalos

A valorização da borracha da Amazônia ocorre em meio ao alarme global despertado pelas mudanças climáticas e clamores por frear o desmatamento da floresta para conter o aquecimento global.

Esse contexto vem dando impulso à bioeconomia, um modelo econômico desenvolvido a partir de recursos naturais extraídos de forma ética, sustentável e mantendo a floresta em pé – ou, como muitos preferem descrever em relação à Amazônia, à sociobioeconomia, contemplando na equação também a inclusão social, a geração de renda local e a valorização de saberes tradicionais.

Segundo Dione Torquato, do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), esse modelo tem potencial significativo de impulsionar o desenvolvimento local e reduzir a pobreza notória na Amazônia.

Mas, para isso, é preciso erradicar gargalos que fazem a pobreza se perpetuar a despeito das riquezas que existem dentro da floresta. Os obstáculos enfrentados por seringueiros incluem dificuldades de acessar o mercado e falta de capacitação e assistência técnica, equipamentos básicos e capital de giro.

Área queimada e desmatada
Pouco após deixar a área de floresta nativa preservada pela família Alves, que vive do extrativismo de borracha, castanha do Pará e açaí, a reportagem da BBC News Brasil se deparou com esta área de floresta que acabara de ser queimada — exemplo do avanço constante do desmatamento no Pará.

O Estado do Amazonas é exemplo desses gargalos e de esforços recentes para superá-los. Segundo Torquato, a produção de borracha chegou a quase zero em 2018. Esse fundo do poço motivou pesquisas da CNS com a WWF-Brasil e a empresa Michelin (que tem fábrica em Manaus) para entender por que as pessoas estavam deixando de produzir. A partir daí, foram mapeadas políticas públicas e ações necessárias para incentivar a produção, como ajustes logísticos e programas para fortalecer as associações de seringueiros.

“Um problema fundamental era que o preço baixo da borracha simplesmente não compensava por todo o trabalho e logística dos seringueiros, e isso fez com que a cadeia quase parasse”, conta Torquato.

Assim, chegou-se a um acordo com a Michelin para que pagasse um premium pela borracha extrativista, estabelecendo valores adicionais fixos para remunerar qualidade, comércio justo e serviços ambientais, além de uma taxa voltada para a associação de produtores.

De R$ 2,50 que recebiam em 2016 por quilo de borracha bruta, os seringueiros passaram a receber R$ 12, acrescidos de R$ 5 em subsídios estaduais e municipais. O arranjo foi aplicado em cinco municípios do Amazonas, que saíram de uma produção ínfima nos anos anteriores para a venda de 65 toneladas de borracha em 2022, e de 118 toneladas em 2023. Torquato comemora o resultado.

“Temos na Amazônia um potencial muito grande na floresta que só precisa de incentivos para que as pessoas voltem a produzir”, afirma.

Filho e neto de seringueiros, ele espera que a mobilização em curso ajude a resgatar a identidade de famílias como a dele, e a redimir seus antepassados.

“No passado, os seringueiros eram vistos como analfabetos sem capacidade de pensar. Esse racismo e preconceito social fez com que perdêssemos a conexão com a nossa identidade. Estamos trabalhando para mostrar que ser seringueiro não é atraso. É uma riqueza da nossa identidade. Temos que preservar os territórios que nossos antepassados lutaram tanto conquistar.”

Informações: BBC News.

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Câmara Setorial de Florestas Plantadas do MAPA se reúne sob presidência de Adriana Maugeri

Ocorreu na última quarta-feira (6), em Brasília, mais uma reunião da Câmara Setorial de Florestas Plantadas, órgão ligado ao Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). A reunião foi aberta pela recém-empossada presidente, Adriana Maugeri, que reitorou a satisfação de estar à frente dos trabalhos da Câmara.

A reunião também contou com a participação do presidente da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Paulo Hartung, e do diretor executivo da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (Abaf), Wilson Andrade.

Como representantes do Mapa na pauta florestal, houve participação da secretária de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo, Renata Miranda; da diretora do Departamento de Reflorestamento e Recuperação de Áreas Degradadas, Lizane Ferreira; e da coordenadora-geral de Desenvolvimento Florestal, Jaine Cubas.

Adriana Maugeri elencou alguns posicionamentos estratégicos que nortearão a gestão da Câmara nos próximos dois anos. Segundo ela, é preciso fortalecer o posicionamento do setor florestal dentro do MAPA a fim de estimular uma gestão assertiva em isonomia com as demais culturas agrícolas.

Além disso, a presidente destacou a necessidade de apresentar a agroindústria florestal brasileira como referência governamental nas discussões sobre mitigação dos efeitos climáticos e recuperação ambiental, em equilíbrio com a elevada escala de produção do setor.

“Os benefícios que a agroindústria florestal nacional apresenta são múltiplos. Muito mais que as florestas que são plantadas, o setor traz dignidade e renda para os produtores rurais. Refiro-me a um setor que possui produção em escala e isso é coisa rara em outras culturas agrícolas”, pontuou.

A presidente também enfatizou que a Câmara Setorial deve se portar como uma fornecedora de dados sobre o setor florestal. “Vamos alimentar o MAPA com dados robustos , rastreáveis e confiáveis para que tenhamos uma fortaleza de posicionamentos capazes de combater falsas narrativas sobre a agroindústria florestal”, enfatizou.

Por fim, Adriana Maugeri destacou que o setor só funciona com sinergia de todos os envolvidos nos processos de gestão e produção. Para ela, resultados são alcançados quando há caminhada em conjunto.

Nesse sentido, a presidente fez um apelo para que todos participem de maneira presencial no lançamento do Plano Nacional de Desenvolvimento de Florestas Plantadas. O evento vai ocorrer no dia 21 de março, em Brasília, com a presença do Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

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Representantes da Câmara Setorial de Florestas Plantadas apresentam potencial da cadeia produtiva ao ministro Carlos Fávaro

A presidente da Câmara Setorial de Florestas Plantadas, Adriana Maugeri, junto do presidente da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Paulo Hartung, e do diretor executivo da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (Abaf), Wilson Andrade, se reuniram nesta quarta-feira (6) com o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, para apresentar o potencial da cadeia produtiva e ampliar os debates acerca das Florestas Plantadas.

Do ponto de vista econômico e social, o setor tem destacado a possibilidade de contribuir com a recuperação das pastagens degradadas junto da produção, além de também oferecer a inclusão social. “Não são as grandes empresas que dominam os plantios florestais, são pequenos e médios produtores”, explica Maugeri.

Na oportunidade Hartung destacou os dados do setor no Brasil. “Hoje temos no país 1.300.000 proprietários que cultivam madeira e são fornecedores dos diversos arranjos produtivos. Nossa área de plantio é de 9.9 milhões de hectares. Além dessa área de plantio, temos em nossas fazendas 6.6 de área conservada”, disse.

O Brasil lidera como o maior exportador de celulose. Em 2023, a cadeia produtiva exportou 18 milhões de toneladas. Já como produtor, o país ocupa a segunda posição, atrás somente dos Estados Unidos.

“Nós temos falado da importância do Ministério da Agricultura assumir o protagonismo dessa cadeia produtiva tão forte no Brasil. E isso mitiga o principal desafio que temos que é o desmatamento”, pontuou a secretária de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo, Renata Miranda.

“Acho que é um setor extremamente promissor, que vive um bom momento e que vamos trabalhar juntos. As câmaras setoriais são uma das coisas mais valiosas que temos aqui no Ministério da Agricultura. São pessoas bem capacitadas que se dedicam e trabalham voluntariamente para que a gente possa dar as diretrizes nas políticas públicas”, destacou o ministro Fávaro.

“Que juntos, a gente consiga promover esse setor”, finalizou Maugeri.

O que são florestas plantadas?

Florestas plantadas são áreas reflorestadas por meio de plantio de mudas cultivadas. A prática tem objetivo de recuperar uma área degradada atendendo a um plano de manejo sustentável.

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Revitalização de pastagens degradadas e áreas sustentáveis

Um passo importante foi dado para a regulamentação do Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD) com a primeira reunião, em 25 de janeiro, do Comitê Gestor Interministerial que vai gerir o programa.

De acordo com o artigo 12 do Decreto Federal 11.815/23, que criou o PNCPD, o comitê tem 90 dias, a partir da sua primeira reunião, para publicar resolução que defina eixos, diretrizes, metas e ações do PNCPD, cujo objetivo é promover e coordenar políticas públicas destinadas à conversão de pastagens degradadas em sistemas de produção agropecuários e florestais sustentáveis.

Com a iniciativa, espera-se estimular o uso de boas práticas de manejo que promovam a captura de carbono em locais antes ocupados por pastagem degradada.

Além disso, o PNCPD tem a finalidade de:

  • Contribuir para o cumprimento das metas de recuperação de pastagens degradadas, redução do desmatamento e recuperação da vegetação nativa previstas nos compromissos internacionais assumidos pelo Brasil e previstos em planos e políticas nacionais de preservação; e
  • Incentivar as instituições financeiras e o mercado de capitais a viabilizar soluções para a implementação e a sustentabilidade do PNCPD, a descarbonização e o aumento da sustentabilidade social e ambiental da atividade agropecuária dos produtores rurais. Isso deverá ser feito com a priorização de empreendimentos do agronegócio que invistam em tecnologia, utilizem práticas agropecuárias sustentáveis, implementem a recuperação ambiental e contribuam para a segurança alimentar e o aumento da resiliência climática.

Conceitos estabelecidos no PNCPD

De acordo com o Decreto Federal 11.815/23, consideram-se pastagens degradadas aquelas resultantes do processo evolutivo da perda de vigor, produtividade e capacidade de recuperação natural que:

  • Gera sua incapacidade para sustentar os níveis de produção e a qualidade exigida pelos animais; e
  • Culmina em degradação avançada dos recursos naturais, devido a manejos inadequados, não se enquadrando no conceito de vegetação secundária definido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

O conceito de vegetação secundária — a vegetação resultante dos processos naturais de sucessão, após supressão total ou parcial da vegetação primária por ações antrópicas ou causas naturais — foi definido pelo Conama em diversas resoluções. Entre elas:

Resolução Conama 417/09, que dispõe sobre parâmetros básicos para definição de vegetação primária e dos estágios sucessionais secundários da vegetação de restinga na Mata Atlântica; e

Resolução Conama 423/10, que dispõe sobre parâmetros básicos para identificação e análise da vegetação primária e dos estágios sucessionais da vegetação secundária nos campos de altitude associados ou abrangidos pela Mata Atlântica.

Já os chamados sistemas de produção agropecuários e florestais sustentáveis são definidos como aqueles que, respeitadas as normas de uso da terra de cada território, podem incluir modelos produtivos que convertam pastagens degradadas em:

  • Lavoura, unicamente com culturas temporárias ou em sistema integrado, como a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), a integração lavoura-pecuária (ILP) ou a integração lavoura-floresta (ILF), conforme as condições de solo e clima. Isso pode ser feito em cultivo consorciado, em sucessão ou em rotação, desde que haja benefícios mútuos para todas as atividades e se tenha como meta otimizar o uso de recursos naturais, principalmente a terra, para elevar os patamares de produtividade, diversificar a produção e gerar produtos de qualidade;
  • Pastagem melhorada, entendida como uma estratégia destinada à intensificação dos sistemas pecuários, com o objetivo principal de recuperação do vigor, da produtividade e da capacidade de regeneração natural da forrageira, para sustentar os níveis de produção e qualidade exigidos pelos animais;
  • Floresta plantada, entendida como uma estratégia viável para a recuperação de pastagens com média-alta degradação e com alta produção de biomassa e captura de carbono, na qual podem ser utilizadas espécies florestais para diversos fins madeireiros e não madeireiros; ou
  • Agrofloresta, entendida como uma forma de uso e ocupação do solo em que espécies arbustivas e ou arbóreas são plantadas ou manejadas em associação com culturas agrícolas ou forrageiras para compor sistemas produtivos mais próximos da natureza. O objetivo, nesse caso, é fornecer alimentos, especiarias, plantas medicinais, produtos madeireiros e não madeireiros, bioativos, produtos para alimentação animal, matéria-prima para construção civil — como palha e bambu — e para artesanato — como sementes e fibras.

Ainda de acordo com o Decreto Federal 11.815/23, as boas práticas agropecuárias sustentáveis são compreendidas como aquelas que envolvem o uso de bioinsumos, plantio direto, sistema sempre verde, rastreabilidade agropecuária, certificações trabalhistas no campo, certificações produtivas, agricultura digital e avaliação da descarbonização.

Captação de recursos

O PNCPD buscará viabilizar o acesso a financiamentos com recursos externos sem subvenção ou com recursos de programas existentes, que deverão estar vinculados à obrigação de investimento na conversão de pastagens degradadas em sistemas de produção agropecuários e florestais sustentáveis (artigo 3º).

Para isso, caberá ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), auxiliar na captação de recursos externos, sem a necessidade de subvenção do governo federal, para financiar as atividades desenvolvidas no âmbito do PNCPD.

Empreendimentos com excedente de reserva legal que preencham os requisitos para a obtenção da cota de reserva ambiental prevista no Código Florestal terão preferência. O apoio do PNCPD se dará exclusivamente àqueles que:

  • Estejam inscritos no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e em conformidade com o disposto no Código Florestal ou cumpram o Programa de Regularização Ambiental (PRA), previsto no Decreto 7.830/12;
  • No prazo de dez anos, contado da data de ingresso no PNCPD, reduzam as suas emissões ou aumentem a absorção de gases de efeito estufa, por meio do uso de práticas sustentáveis do ponto de vista ambiental, social e de governança, e não apresentem aumento das emissões de gases de efeito estufa advindas da mudança no uso da terra; e
  • Observem, no caso de financiamento, as condições previstas em normas relativas a crédito rural, aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional.

Informações: Conjur.

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MS tem 4,3 milhões de hectares com algum nível de degradação no solo

Em todo o país a Embrapa mapeou 28 milhões de hectares, com grande potencial para produção agrícola

Estudo realizado pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), publicado neste mês na revista internacional Land, indica a existência de aproximadamente 28 milhões de hectares de pastagens plantadas no Brasil com níveis de degradação intermediário e severo que apresentam potencial para a implantação de culturas agrícolas. Mato Grosso do Sul responde com 15,4% do volume de terras degradadas no País, ou seja, com 4,3 milhões de hectares.

De acordo com o artigo, se considerar somente o cultivo de grãos, esse montante representaria um aumento de cerca de 35% da área total plantada em relação à safra brasileira 2022/2023.

Segundo nota publicado pelo portal da Embrapa, a iniciativa representa um esforço para integração de diferentes bases de dados públicas e pode contribuir, com análises detalhadas e qualificadas, para orientar a tomada de decisão de setores das cadeias produtivas agrícolas e a elaboração de políticas para desenvolvimento sustentável, como o Plano de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (ABC+) e o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas, do Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária).

Estados mais afetados

Foram mapeados aproximadamente 10,5 milhões de hectares de pastagens com condição severa de degradação e 17,5 milhões de hectares com condição intermediária que apresentam potencial bom ou muito bom para a conversão para agricultura. Entre os estados que apresentaram as maiores áreas, dentro destes parâmetros, estão o Mato Grosso (5,1 milhões de hectares), Goiás (4,7 milhões de ha), Mato Grosso do Sul (4,3 milhões de ha), Minas Gerais (4,0 milhões de ha) e o Pará (2,1 milhões de ha).

Mapa mostra estados mais afetados e potencial agrícola com a recuperação. (Imagem: Embrapa)

Mapa mostra estados mais afetados e potencial agrícola com a recuperação. (Imagem: Embrapa)
De acordo com dados do Atlas das Pastagens, publicado pelo LAPIG (Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento) da Universidade Federal de Goiás, uma das bases de dados utilizadas, as pastagens brasileiras cobrem aproximadamente 177 milhões de hectares, dos quais aproximadamente 40% apresentam médio vigor vegetativo e sinais de degradação, enquanto 20% apresentam baixo vigor vegetativo, entendida como degradação severa. São áreas que apresentam uma redução na capacidade de suporte à produção e na produtividade.

O trabalho conduzido pela Embrapa fez o cruzamento destas informações a respeito da qualidade das pastagens com dados sobre a potencialidade agrícola natural das terras, produzidos pelo IBGE. Foram considerados dois níveis de degradação das pastagens, severa e intermediária, e duas classes de potencialidade agrícola, boa e muito boa.

Os autores ressaltam que processos de substituição da pastagem degradada por culturas agrícolas devem ocorrer em consonância com a legislação ambiental e a partir da aplicação de técnicas e práticas que favoreçam a produtividade e a sustentabilidade, como por exemplo o plantio direto, sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta e agroflorestas. “A metodologia e as bases de informações geradas também podem orientar projetos para a própria recuperação e melhoria do vigor das pastagens já utilizadas para a pecuária”, destaca Edson Sano, pesquisador da Embrapa Cerrados que também assina o artigo.

MS é campeão em integração LPF

Um estudo realizado em 2020 e divulgado pela Associação Rede ILPF constatou que Mato Grosso do Sul é o estado com maior área destinada aos sistemas integrados na produção agropecuária, seguido pelo Mato Grosso e Rio Grande do Sul. São mais de 3,1 milhões de hectares com integração lavoura-pecuária-floresta em diferentes configurações, mesclando dois ou três componentes de cultura no sistema produtivo.

Informações: Campo Grande News.

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Parecer do MPF favorece J&F na disputa pela Eldorado

Procurador aponta que venda deveria ser autorizada pelo Congresso

O procurador do MPF (Ministério Público Federal), Marcelo José da Silva, emitiu um parecer na ação civil pública movida em 2023 pelo ex-prefeito de Chapecó (SC), Luciano Buligon, que contesta a venda da Eldorado Brasil, de Três Lagoas, pela J&F, à empresa CA Investiment Brazil. 

O documento assinado por Silva afirma que a transação é nula e deve ser desfeita porque a CA Investiment é uma empresa dominada por capital estrangeiro e que precisaria de autorização do Congresso Nacional para assumir a fábrica de celulose.

A CA afirma que possui capital nacional e que não comprou terras, como Buligon afirma na ação. A compra por R$ 17 bilhões, efetivada em 2017, foi do complexo industrial três-lagoense.

Um parecer do Incra, emitido em dezembro de 2023, também remete o caso ao Congresso.

Em contrapartida, a CA informa que está inscrita na Junta Comercial de São Paulo e tem como acionistas uma empresa da Holanda e outra da Malásia. 

A Eldorado não se manifestou sobre a venda de terras, mas se vale do parecer do Incra para pedir a anulação da venda, incluindo a devolução de R$ 3,7 bilhões recebidos em 2017.

Informações: Hojemais Campo Grande.

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1° Encontro de Biodefesa em Eucalipto será no dia 29 em Três Lagoas (MS)

Encontro abordará temas cruciais para o manejo sustentável das florestas de eucalipto

A Reflore-MS, Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas, em parceria com a empresa VITTIA, promoverá o1° Encontro de Biodefesa em Eucalipto. O evento será realizado no dia 29 de fevereiro, com início às 7h30, e promete ser uma oportunidade ímpar para a troca de conhecimento e experiências no campo da biodefesa florestal.

O encontro abordará temas cruciais para o manejo sustentável das florestas de eucalipto, com foco especial no controle de pragas e doenças. Dentre os assuntos em destaque, serão discutidos o uso de Crisó-VIT no manejo do Psilídeo de Concha, agentes biológicos para o controle de lagartas e tecnologia de aplicação para liberação desses agentes biológicos.

O evento acontecerá em Três Lagoas-MS, uma localidade estratégica para o setor florestal, e contará com atividades práticas na Fazenda Eldorado Brasil, proporcionando aos participantes uma experiência de campo enriquecedora. Além disso, será realizada uma palestra técnica no Senai Biomassa, onde especialistas compartilharão informações atualizadas e práticas sobre as melhores estratégias de biodefesa no cultivo de eucalipto.

A inscrição é gratuita pelo link: https://bit.ly/EncontroBiodefesaReflore

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Boom econômico: empresas apostam mais de R$ 1 bilhão no desenvolvimento do vale da celulose!

Mato Grosso do Sul tem atraído grandes investimentos e se destaca como polo produtor de celulose, impulsionando a economia local

No cenário econômico atual, Mato Grosso do Sul desponta como uma potência na produção de celulose, consolidando-se como o Vale da Celulose no país. Nos últimos anos, o governo estadual tem fomentado o crescimento do setor florestal, resultando em um boom industrial que tem impulsionado a economia local. Investimentos significativos têm sido direcionados para empresas do ramo moveleiro e de base florestal, demonstrando um compromisso com o desenvolvimento econômico sustentável da região.

Investimentos no setor moveleiro e de base florestal

Recentemente, mais de R$ 1 bilhão foram investidos no setor moveleiro em Água Clara, além de outros R$ 100 milhões em base florestal. Esses investimentos não apenas fortalecem a infraestrutura industrial da região, mas também geram oportunidades de emprego e contribuem para o crescimento econômico local.

Na semana passada, uma comitiva liderada pelo governador Eduardo Riedel e pela ministra do Orçamento e Planejamento, Simone Tebet, visitou as instalações de importantes empresas do setor, como a Greenplac MDF e o viveiro de mudas de eucalipto da MS Florestal, empresa pertencente à Bracell.

Novo ciclo de investimentos em base florestal

Durante a visita, foi anunciado o início de um novo ciclo de investimentos em base florestal, genética do eucalipto e projetos socioeconômicos, incluindo a inclusão de mão de obra feminina. Esses investimentos não apenas fortalecem a capacidade produtiva das empresas, mas também promovem a inclusão social e a geração de empregos, especialmente para mulheres na região.

A MS Florestal, empresa do Grupo RGE, tem desempenhado um papel fundamental nesse cenário, investindo na ampliação de sua base florestal e na otimização das operações. Com mais de R$ 100 milhões investidos em um viveiro de mudas de eucalipto, a empresa tem proporcionado oportunidades de emprego para centenas de mulheres na região de Água Clara. Além disso, a empresa tem um forte compromisso com a responsabilidade social, oferecendo capacitação e emprego fixo para mães sem experiência no mercado de trabalho.

Greenplac MDF: diversificação e expansão

Outra empresa que tem contribuído significativamente para o desenvolvimento econômico de Mato Grosso do Sul é a Greenplac MDF. Com investimentos que ultrapassam R$ 1 bilhão na planta industrial e em projetos florestais, a empresa tem se destacado na produção de placas de MDF revestido. Além de gerar empregos e promover o crescimento econômico, a Greenplac MDF tem se dedicado à diversificação da base produtiva do estado, exportando seus produtos para países vizinhos como Paraguai e Bolívia.

Com esses investimentos e o crescimento contínuo do setor, Mato Grosso do Sul está consolidando sua posição como o vale da celulose do país. Com mais de 1,2 milhão de hectares de eucalipto cultivados, o estado está gerando renda e oportunidades para inúmeras famílias. O compromisso do governo e das empresas do setor com o desenvolvimento econômico sustentável promete impulsionar ainda mais o crescimento da região nos próximos anos.

Arauco recebe licença prévia para instalação de fábrica de celulose em Mato Grosso do Sul

Arauco obteve do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) a licença prévia para o Projeto Sucuriú, que marca a instalação da primeira fábrica de celulose branqueada da empresa no Brasil. Localizada a 50 km do município de Inocência, a fábrica representa um marco importante para o desenvolvimento industrial e econômico da região.

Com a licença prévia em mãos, a Arauco dá início à próxima etapa do projeto: a obtenção da licença ambiental de instalação, que autorizará o início da construção da fábrica. A empresa se compromete a seguir os requisitos e condicionantes estabelecidos na licença prévia.

Audiência pública e parecer favorável

Em agosto de 2023, a Arauco realizou uma Audiência Pública em Inocência, apresentando o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) do Projeto Sucuriú. Após análise do Imasul e do Conselho Estadual de Controle Ambiental (Ceca), foi emitido um parecer técnico favorável à licença prévia.

O CEO da Arauco, Carlos Altimiras, destaca que o projeto representa não apenas uma indústria, mas um processo de transformação. A empresa se compromete a deixar um legado para a cidade e o estado, contribuindo para a economia, geração de empregos e novas oportunidades, além de promover o uso de recursos renováveis.

Previsão de início das obras da fábrica de celulose

Com previsão de início das obras em 2025 e operação em 2028, o Projeto Sucuriú estará estrategicamente localizado próximo ao Rio Sucuriú e à malha ferroviária, facilitando a logística de escoamento para exportação. O investimento previsto para o projeto é de aproximadamente R$ 15 bilhões, com capacidade para produzir 2,5 milhões de toneladas de celulose branqueada ao ano.

Para o gerente de Relações Institucionais e ESG da Arauco, Theofilo Militão, a obtenção da licença prévia foi resultado da sinergia entre o Imasul, o Governo do Estado e a Prefeitura Municipal de Inocência, demonstrando o compromisso conjunto com o desenvolvimento sustentável e o progresso do estado de Mato Grosso do Sul.

Informações: PETROSOLGAS.

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‘Oscar da sustentabilidade’: Klabin está no Top 10 das melhores estratégias do mundo em clima, água e florestas

A lista é elaborada pelo Carbon Disclosure Project (CDP), organização internacional que administra um sistema mundial de divulgação de informações ambientais por empresas, cidades, Estados e regiões

Todo ano o CDP (Carbon Disclosure Project), organização internacional que administra o maior sistema mundial de divulgação de dados ambientais para empresas, cidades, Estados e regiões, divulga sua lista global de companhias mais comprometidas com três temáticas: mudanças climáticas, segurança hídrica e florestas.

A chamada “A List” (lista A) é vista pelo mercado como um “Oscar da Sustentabilidade”, uma vez que utiliza critérios rigorosos para avaliar as companhias por nível de engajamento e qualidade da estratégia de sustentabilidade. Quem mostra uma estratégia consistente e factível de mudanças em um ou mais dos três principais programas recebe nota “A”.

Dentre as companhias na vanguarda das práticas de sustentabilidade, há quem se destaque ainda mais, conquistando a nota “A” em duas ou três categorias. Em 2023, só 10 empresas no mundo todo entraram para a chamada ‘Triple A’, ou seja, receberam pontuação máxima nos três programas. Na América Latina, apenas uma companhia figurou na lista ainda mais seleta: a fabricante brasileira de papel e celulose Klabin. Essa é a terceira vez consecutiva que a Klabin recebe nota Triple A.

Na “A List” deste ano, divulgada na terça-feira (06), apenas 1,7% (ou 396) das 23 mil organizações que submeteram seus dados e planos, alcançaram a nota máxima (A) em ao menos uma das frentes: 346 em mudanças climáticas, 30 empresas em Florestas e 101 empresas em segurança hídrica (lembrando que elas podem estar em mais de uma categoria).

Dessas 396, 14 (0,7% do total) são de origem latinoamericana, sendo 11 brasileiras, duas mexicanas e uma chilena. Em 2022, eram oito representantes latinos, o que mostra um crescimento e amadurecimento do setor corporativo da região nos temas de sustentabilidades.

“Na região, o crescente número de organizações que conquistaram a classificação máxima reflete o maior engajamento de empresas que são líderes em seus segmentos de atuação e podem influenciar a transformação de suas cadeias produtivas. Temos potencial para nos tornarmos um excelente modelo global de desenvolvimento sustentável”, comenta Rebeca Lima, diretora-executiva do CDP Latin America, no material de divulgação da lista

O Brasil é o 6º país no mundo com o maior número de companhias reportando dados sobre seus desempenhos ambientais. Em 2023, foram 1.158 participantes, aumento em relação ao ano anterior. A ‘A List’ também cresceu: passou de 5 integrantes nacionais em 2022 para 11 em 2023.

Quatro brasileiras já são veteranas no grupo: Klabin, Companhia Brasileira de Alumínio, EDP Brasil e Dexco. As outras sete representantes nacionais estão, pela primeira vez na lista: Compass, CPFL Energia, Lojas Renner, M Dias Branco, TIM Brasil, Marfrig e Votorantim Cimentos.

“Alcançar a nota A demonstra que elas estão respondendo ao chamado de aumento de ambição, isto é, entregar mais ações concretas em menos tempo. Neste processo, os investidores e a sociedade têm um papel importantíssimo de exigir comprometimento em práticas sustentáveis”, enfatiza Rebeca sobre o processo.

No Brasil, a nota do CDP conta também para as candidatas a integrar a carteira do ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial) da B3, bolsa de valores brasileiras. Lima acredita que isso também contribui como um incentivo para as companhias melhorarem sua performance.

Como entrar na lista

De acordo com o CDP, para obter nota A, as empresas precisam divulgar publicamente ações sobre mudanças climáticas, desmatamento e/ou segurança hídrica, além de apresentar as melhores iniciativas em estratégia e ações.

As empresas que integram a ‘A List’ de mudanças climáticas, por exemplo, têm, entre outros critérios, metas com base científica para redução de gases de efeito estufa (GEE) e planos de transição alinhados ao limite máximo de 1,5ºC, como definido no Acordo de Paris. Já as reconhecidas no questionário de florestas, têm compromissos firmes de redução de desmatamentos. A rastreabilidade da origem de commodities também é um pré-requisito.

Em 2023 passou a ser exigida também a verificação de 100% das emissões de escopos 1 e 2 (emissões diretas e indiretas de energia, respectivamente) e 70% de escopo 3 (emissões indiretas na cadeia produtiva). Antes, a verificação obrigatória era de apenas 70% para todos os escopos. Agora também é necessário indicar o engajamento com os fornecedores.

Em seu site, o CDP informa que eleva regularmente o nível do que se qualifica como liderança ambiental, em linha com o que dita a ciência, o feedback das partes interessadas e as necessidades do mercado para uma maior transparência ambiental. As empresas da Lista A, portanto, são aquelas que acompanham esses requisitos em evolução.

“A divulgação é um primeiro passo essencial, não o destino. Quer uma empresa esteja no início da sua jornada, trabalhando arduamente para melhorar a sua pontuação ano após ano, ou liderando o caminho em termos de transparência ambiental. A divulgação abrangente serve como base para planos de transição e – o que é crucial – permite que as empresas sigam em frente. suas ambições”, aponta no site.

A organização também diz que sua metodologia de pontuação está alinhada com o Taskforce for Climate-Related Financial Disclosures (TCFD) e com os principais padrões ambientais. Por isso, suas listas fornecem um conjunto de dados comparável em todo o mercado.

Informações: Um Só Planeta.

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