MS tem 4,3 milhões de hectares com algum nível de degradação no solo

Em todo o país a Embrapa mapeou 28 milhões de hectares, com grande potencial para produção agrícola

Estudo realizado pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), publicado neste mês na revista internacional Land, indica a existência de aproximadamente 28 milhões de hectares de pastagens plantadas no Brasil com níveis de degradação intermediário e severo que apresentam potencial para a implantação de culturas agrícolas. Mato Grosso do Sul responde com 15,4% do volume de terras degradadas no País, ou seja, com 4,3 milhões de hectares.

De acordo com o artigo, se considerar somente o cultivo de grãos, esse montante representaria um aumento de cerca de 35% da área total plantada em relação à safra brasileira 2022/2023.

Segundo nota publicado pelo portal da Embrapa, a iniciativa representa um esforço para integração de diferentes bases de dados públicas e pode contribuir, com análises detalhadas e qualificadas, para orientar a tomada de decisão de setores das cadeias produtivas agrícolas e a elaboração de políticas para desenvolvimento sustentável, como o Plano de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (ABC+) e o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas, do Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária).

Estados mais afetados

Foram mapeados aproximadamente 10,5 milhões de hectares de pastagens com condição severa de degradação e 17,5 milhões de hectares com condição intermediária que apresentam potencial bom ou muito bom para a conversão para agricultura. Entre os estados que apresentaram as maiores áreas, dentro destes parâmetros, estão o Mato Grosso (5,1 milhões de hectares), Goiás (4,7 milhões de ha), Mato Grosso do Sul (4,3 milhões de ha), Minas Gerais (4,0 milhões de ha) e o Pará (2,1 milhões de ha).

Mapa mostra estados mais afetados e potencial agrícola com a recuperação. (Imagem: Embrapa)

Mapa mostra estados mais afetados e potencial agrícola com a recuperação. (Imagem: Embrapa)
De acordo com dados do Atlas das Pastagens, publicado pelo LAPIG (Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento) da Universidade Federal de Goiás, uma das bases de dados utilizadas, as pastagens brasileiras cobrem aproximadamente 177 milhões de hectares, dos quais aproximadamente 40% apresentam médio vigor vegetativo e sinais de degradação, enquanto 20% apresentam baixo vigor vegetativo, entendida como degradação severa. São áreas que apresentam uma redução na capacidade de suporte à produção e na produtividade.

O trabalho conduzido pela Embrapa fez o cruzamento destas informações a respeito da qualidade das pastagens com dados sobre a potencialidade agrícola natural das terras, produzidos pelo IBGE. Foram considerados dois níveis de degradação das pastagens, severa e intermediária, e duas classes de potencialidade agrícola, boa e muito boa.

Os autores ressaltam que processos de substituição da pastagem degradada por culturas agrícolas devem ocorrer em consonância com a legislação ambiental e a partir da aplicação de técnicas e práticas que favoreçam a produtividade e a sustentabilidade, como por exemplo o plantio direto, sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta e agroflorestas. “A metodologia e as bases de informações geradas também podem orientar projetos para a própria recuperação e melhoria do vigor das pastagens já utilizadas para a pecuária”, destaca Edson Sano, pesquisador da Embrapa Cerrados que também assina o artigo.

MS é campeão em integração LPF

Um estudo realizado em 2020 e divulgado pela Associação Rede ILPF constatou que Mato Grosso do Sul é o estado com maior área destinada aos sistemas integrados na produção agropecuária, seguido pelo Mato Grosso e Rio Grande do Sul. São mais de 3,1 milhões de hectares com integração lavoura-pecuária-floresta em diferentes configurações, mesclando dois ou três componentes de cultura no sistema produtivo.

Informações: Campo Grande News.

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