PÁGINA BLOG
Featured Image

J&F define data para devolver R$ 3,77 bilhões pela rescisão de venda da Eldorado

Grupo dos irmãos Batista notificou a multinacional da Indonésia a desfazer a sociedade de forma consensual

A J&F, conglomerado empresarial brasileiro, anunciou a data para cumprir a determinação do Incra (Instituto de Colonização e Reforma Agrária) e encerrar de forma consensual o contrato de venda da Eldorado Celulose à empresa indonésia Paper Excellence, firmado em 2017. A decisão do Incra de considerar nulo o negócio devido à ausência de cumprimento da legislação nacional levou a esse desfecho.

A notificação da J&F à Paper Excellence convoca um encontro para o próximo dia 23 de janeiro de 2024, às 9h30 (de MS), em um escritório de advocacia em São Paulo, para formalizar o distrato. A comunicação, assinada pelo presidente atual da J&F, Aguinaldo Ramos, reforça o compromisso de desfazer o contrato em acordo mútuo.

Nessa reunião, a J&F propõe a imediata devolução do montante pago pela Paper Excellence na aquisição das ações da Eldorado, ultrapassando a cifra de 3,77 bilhões de reais. Em contrapartida, a gigante brasileira comandada pelos irmãos Batista vai receber as mais de 750 milhões de ações que estão atualmente em posse da empresa indonésia. Em comunicado, a J&F diz que o “acordo destrava R$ 20 bilhões de investimentos na empresa de celulose, com criação de 10.000 empregos” na planta instalada em Três Lagoas.

A Eldorado, por sua vez, já comunicou tanto a J&F quanto a Paper sobre a nulidade reconhecida pela AGU (Advocacia Geral da União) e pelo Incra. A empresa emitiu uma notificação, no dia 2 de janeiro, solicitando voluntariamente o distrato do acordo de compra e venda até o dia 8 de janeiro, alinhando à recomendação da autarquia e respeitando as determinações da legislação nacional.

O embasamento para a invalidação do contrato reside na falta de autorização prévia do Congresso Nacional por parte da Paper Excellence para formalizar a aquisição da Eldorado em 2017, conforme exigido pela lei brasileira. O MPF (Ministério Público Federal) também emitiu parecer alinhado com o entendimento do Incra e da AGU nesse caso.

A Paper Excellence, por sua vez, garante que que o acordo de compra da Eldorado atende às preocupações do Incra, do MPF e da Justiça. De acordo com a empresa da Indonésia, o contrato não implica na aquisição de terras por estrangeiros, mas sim no controle de um complexo industrial de celulose. Até a publicação da reportagem a empresa não confirmou se participará da reunião de distrato.

“A Paper adquiriu uma fábrica de celulose, em que a madeira é insumo e não a atividade principal, não sendo necessário, portanto, ter propriedades rurais ou arrendamentos de terras. A Eldorado consome um volume significativo de sua madeira por meio de contratos de parcerias com proprietários de terras brasileiros, que não estão sujeitos a restrições relativas ao capital estrangeiro. A Eldorado Celulose é proprietária apenas de 5% (14.464 hectares) das terras que utiliza em sua operação, que estão localizadas em áreas urbanas – isso representa menos de 1% do preço pago pela Paper na transação de compra das ações da Eldorado (R$ 15 bilhões)”, diz trecho da nota.

Informações: Campo Grande News.

Featured Image

Paper Excellence acusa Eldorado de deslealdade após J&F encerrar contrato de venda bilionário

A empresa marcou data e horário para anular o contrato e devolver os R$ 3,7 bilhões

Nesta semana, a J&F Investimentos S.A. notificou a Paper Excellence, afirmando que deve cumprir a recomendação do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) de Mato Grosso do Sul. A nota técnica solicitava a nulidade da compra.

Ainda conforme a nota do Incra, a data limite para manifestação da J&F era nesta segunda-feira (8). Assim, a empresa se manifestou sobre o posicionamento do Incra, em pedido pela nulidade do contrato de compra e venda das ações da Eldorado, firmado em dezembro de 2017 com a Paper Excellencee.

Conforme a nota divulgada na íntegra pelo Poder 360, a J&F notificou a CA Investment a distratar o contrato. Para isso, foi convocada uma reunião entre as partes no dia 23 de janeiro, às 10h30, em São Paulo (SP).

Com isso, na oportunidade a J&F propõe receber as ações em posse da CA e imediatamente devolver o valor pago, equivalente a R$ 3.777.097.851,00. Assim, o grupo volta a ser o único proprietário da Eldorado.

Paper acusa Eldorado de deslealdade

Em nota emitida no fim da tarde de terça-feira (9), a Paper Excellence acusou os gestores da Eldorado Brasil Celulose de agirem com deslealdade, em favor da J&F, na tentativa de obstruir a transferência do controle da companhia.

“Em notificação encaminhada nesta segunda-feira (08/01) ao diretor presidente da Eldorado, Carmine de Siervi Neto, a Paper alega que a empresa distorceu os efeitos jurídicos de uma nota técnica emitida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e transmitiu informações falsas ao mercado, promovendo campanha da J&F que busca descumprir obrigações contratuais”, diz a nota.

Ainda na nota, a Paper também diz que tomará as medidas necessárias para que os administradores da Eldorado sejam responsabilizados “por sacrificar o melhor interesse da companhia e descumprir seus deveres legais e fiduciários para atender ‘interesses escusos da J&F’”.

Venda da Eldorado

Em outubro de 2023, a novela que virou a compra da Eldorado Celulose, em Três Lagoas, ganhou um novo capítulo. Em audiência da 1ª Vara Federal de Três Lagoas, procuradores disseram que o acordo de compra por parte da Paper Excellence deve ser anulado, já que a empresa não obteve autorização do Congresso Nacional para realizar a compra.

Acontece que a Paper Excellence é uma empresa de capital estrangeiro e, para adquirir terras no Brasil, precisa de autorização do Congresso Nacional. O que não ocorreu na época da compra da Eldorado Brasil, em 2017.

Desde então, a compra se arrasta em ações judiciais. Na audiência da última semana, o MPF (Ministério Público Federal) propôs acordo entre as partes onde a Paper Excellence tenha apenas parte das ações ou o desfazimento do negócio, conforme informações do Conjur.

Acontece que a J&F, proprietária da Eldorado e a compradora travam batalha judicial desde 2017, o que inviabilizaria totalmente um acordo entre as partes. Dessa forma, a J&F propôs devolver recursos já pagos em até 30 dias e assim se livrar de possíveis multas por ter feito um negócio irregular.

Disputa impede duplicação de fábrica

Há anos a Paper Excellence enfrenta uma guerra judicial com a J&F pelo controle da Eldorado Brasil. O impasse tem travado a duplicação da planta industrial localizada em Três Lagoas, que já tem projeto pronto para ser executado.

A Paper Excellence se comprometeu com o Governo de Mato Grosso do Sul a duplicar a planta da Eldorado, em Três Lagoas, quando a disputa judicial acabar. O projeto da segunda linha de produção da Eldorado está pronto, licenciado em termos ambientais e pago.

Na estimativa do Governo do Estado, em valores atuais, o investimento da Eldorado na duplicação da unidade passaria dos R$ 10 bilhões. A unidade tem capacidade para produzir 1,8 milhão de toneladas de celulose por ano.

Informações: midiamax.

Featured Image

Eldorado Brasil Celulose abre processo seletivo para estágio

Programa Super Talentos é voltado para estudantes do ensino superior, que terão oportunidades de atuar em uma das mais sustentáveis empresas de celulose do mundo

A Eldorado Brasil Celulose abre, em 8 de janeiro, a seleção de estagiários para o Programa Super Talentos 2024. As vagas disponíveis são para trabalho presencial para as áreas corporativas, industrial, florestal, transportadora, planejamento comercial, RH, TI e logística, nas cidades de Três Lagoas (MS), São Paulo e Santos (SP). As inscrições podem ser feitas no site www.ciadeestagios.com.br/vagas/eldorado/ até 9 de fevereiro.

Com o compromisso de promover o crescimento e desenvolvimento profissional em um ambiente dinâmico, a empresa busca pessoas com habilidades diferenciadas, criativas, determinadas e com sede de conhecimento. O programa proporciona uma experiência prática, com foco em inovação e a oportunidade de trabalhar em projetos desafiadores e colaborar com equipes experientes.

A previsão de início do programa é para março de 2023. “Com nosso programa Super Talentos, temos o objetivo de proporcionar uma experiência de valor aos nossos estagiários, permitindo que eles apliquem na Eldorado Brasil os conhecimentos adquiridos na graduação. Além disso, através da trilha de desenvolvimento que construímos, algumas competências e habilidades serão desenvolvidas, contribuindo para que tenham uma jornada de sucesso em suas carreiras”, afirma a gerente de Desenvolvimento Organizacional e de Recrutamento e Seleção, Ana Carolina Tessarini.

Super Talentos Eldorado

Os diferenciais do Super Talentos são a experiência completa para os estagiários, como ocorreu com a Ingrid Padrinho Martins, que hoje é assistente administrativa na área de TI. Ela iniciou na empresa como Jovem Aprendiz e, em 2022, foi selecionada pelo Programa de Estágio na área de Governança de TI.

“O período de estágio foi maravilhoso, tive a honra de ter pessoas incríveis me orientando e sempre dispostas a me incentivar a crescer profissionalmente. Foi um período de desafios e conquistas, pude participar da implementação, como uma das responsáveis, de uma ferramenta de gestão de projetos. No começo de dezembro de 2023, tive a alegria de ser efetivada”, conta a colaboradora de 23 anos.

SERVIÇO: ELDORADO SUPER TALENTOS

Prazo de inscrição: de 8 de janeiro a 9 de fevereiro

Site:  www.ciadeestagios.com.br/vagas/eldorado

Locais de atuação: Três Lagoas (MS), São Paulo (SP) e Santos (SP)

Requisitos:

●     Estar cursando Administração, Agronomia, Análise de Sistemas, Ciências Contábeis, Ciência da Computação, Direito, Economia, Engenharia Cartográfica, Engenharia da Computação, Engenharia de Produção, Engenharia de Software, Engenharia Florestal, Engenharia Mecânica, Engenharia Química, Estatística, Geografia, Gestão de TI, Matemática, Sistema da Informação e cursos correlatos; com previsão de término em junho 2025

●     Possuir perfil dedicado, espírito de dono e mão na massa;

●     Ter habilidades de comunicação e trabalho em equipe;

●     Ter disponibilidade para residir no local da vaga de trabalho;

Benefícios: bolsa-auxílio compatível com o mercado, convênio médico, seguro de vida, vale-refeição ou restaurante no local (conforme localidade) e vale-transporte ou fretado.

Etapas: após as inscrições do site, os candidatos passarão pelas seguintes etapas: avaliação dos pré-requisitos; entrevista com a Companhia de Estágios; dinâmica de grupo e entrevista com gestores (as); assessment; avaliação do Comitê de Valores e admissão.

Sobre a Eldorado Brasil

A Eldorado Brasil Celulose é uma das mais eficientes e sustentáveis empresas de base florestal para produção de celulose do mundo. A companhia opera em Três Lagoas (MS) uma fábrica com capacidade para produzir 1,8 milhão de toneladas de celulose por ano. Em energia limpa, há geração de 50 megawatts/hora de energia na usina termelétrica Onça Pintada, além da mesma quantidade na planta de celulose – que é autossuficiente. A base florestal é de mais de 293 mil hectares de florestas plantadas em Mato Grosso do Sul. Para dar condições para operar em níveis de excelência, a companhia conta com o trabalho de mais de 5 mil colaboradores no Brasil e em escritórios internacionais. Em Santos (SP), a Eldorado Brasil opera um dos maiores terminais portuários multimodais da América Latina, com capacidade para exportar até 3 milhões de toneladas de celulose por ano.

Para mais informações, acesse https://eldoradobrasil.com.br/.

Featured Image

Recompra de parte da Eldorado custaria R$ 3,8 bilhões ao grupo J&F

Grupo brasileiro trava disputa com sócia estrangeira desde que desistiu de venda de fábrica de celulose

O desfazimento do contrato de venda da Eldorado Celulose custaria à J&F Investimentos o desembolso de cerca de R$ 3,8 bilhões para o grupo indonésio dono da sócia Paper Excellence. A fábrica está instalada em Três Lagoas e há anos é alvo de uma disputa entre os grupos empresarias, com litígio já em várias esferas do Poder Judiciário.

Em 2017, os dois grupos fizeram negociação para a parceira estrangeira adquirir 49,5% das ações, no valor que eventualmente terá que ser devolvido, e pagar para obter o restante das ações no ano seguinte. Em nota, a Paper informou que a transação total envolve R$ 15 bilhões.

Ocorre que a J&F, no ano seguinte, desistiu de seguir com as tratativas, desencadeando primeiro uma arbitragem, na qual o sócio estrangeiro teve reconhecido o direito, e, depois, ação na Justiça Paulista e também na Justiça Federal, em Três Lagoas. Até ao STF (Supremo Tribunal Federal) alegou vício na transação.

Essa semana veio à tona novo capítulo, com a divulgação de um parecer, elaborado pelo Incra de Mato Grosso do Sul, que considera que as normas não foram plenamente cumpridas à época da aquisição. Por envolver empresa estrangeira, a legislação brasileira exige autorização do Poder Público (União e Congresso) quando envolver aquisição de áreas.

Como a empresa possui fazendas para cultivo da celulose, o Incra considerou que a situação estava ilegal. A J&F divulgou nota ao mercado apontando que a situação reforçava a hipótese de recompra de suas ações ou uma nova negociação dentro dos parâmetros legais.

A Paper também se manifestou por meio de nota, considerando que o documento do Incra não indica a obrigação de anulação do contrato, o que poderia ocorrer de comum acordo, pontua. A empresa argumenta que não se trata da compra de terras, mas de um empreendimento, um complexo industrial, cujas áreas envolvidas, para produção de matéria priva, compreendem apenas 5% do capital da transação (14,6 mil hectares).

A empresa sócia da J&F diz que a nota técnica envolve questão “pontual e irrelevante” da transação e compara que há muitas companhias estrangeiras realizando negócios no País, envolvendo a mesma área de atuação- celulose- ou outras, sem que represente violação às normas do Brasil sobre terras. Ainda apela às autoridades para a necessidade de haver segurança jurídica para os investimentos.

Essa mesma questão já estava sendo discutida pela Justiça Federal. Uma ação foi apresentada em Três Lagoas e ainda tramita com pedido de reconhecimento da nulidade da compra da empresa pela Paper por se tratar de um grupo empresarial estrangeiro.

Informações: Campo Grande News.

Featured Image

Eldorado Brasil completa 11 anos batendo recordes de produção

A semana que começa nesta segunda-feira, 11 tem um significado muito especial para a família Batista, dona da J&F – maior grupo empresarial do Brasil. Na terça, dia 12, a fábrica de celulose Eldorado Brasil, de Três Lagoas (MS), completa 11 anos de operação batendo recordes de produção. No dia seguinte (13), José Batista Sobrinho – o Zé Mineiro, o patriarca da família, completa 90 anos.

José Batista Sobrinho, patriarca da família Batista, completa 90 anos na próxima quarta-feira, dia 13/12 (Foto: Divulgação)

Pode até parecer que essas duas histórias nem tenham conexão uma com a outra. Mas foi justamente a visão de futuro, herdada de Zé Mineiro que motivou a entrada da família num ramo que – até então – era completamente desconhecido para quem tinha se tornado, ao longo de algumas décadas, o maior produtor de proteína animal do mundo.

A decisão veio de uma “tumultuada” relação com o megainvestidor andradinense Mário Celso Lopes que, na época, era amigo próximo dos Batista. Passados 11 anos, os números da Eldorado Brasil colocam a fábrica como uma das mais rentáveis do mundo.

Considerada também uma das mais sustentáveis do setor, a eficiência operacional da fábrica chega a 96% e é referência para outras empresas.

Novo terminal portuário, em Santos (SP), triplicou capacidade de exportação da empresa (Foto: Divulgação)

Foi assim que a Eldorado Brasil, conseguiu antecipar – em um ano – a produção esperada para 11 anos. Em 2023, foi a vez de inaugurar o novo terminal portuário em Santos que triplicou a capacidade de exportação da empresa.

Os resultados divulgados no fim do terceiro trimestre já demonstravam motivos para se comemorar: “Mesmo em condições adversas no mercado de celulose, as operações da Eldorado tiveram mais um trimestre de destaque apresentando novos recordes trimestrais de produção e vendas”, afirmou, recentemente, Fernando Storchi, diretor de Financeiro e de Relações com Investidores da Eldorado.

Nesse mesmo período, a empresa comercializou 534 mil toneladas de celulose.

Na prática, esses resultados são consequência de uma empresa que soube “envolver” a comunidade local. Talvez esse, inclusive, seja um dos motivos pelo qual a Eldorado Brasil é considerada uma das mais lindas e bem cuidadas fábricas do setor.

O colaborador, na ponta, tem atitude de dono. Seus principais diretores vivem o dia-a-dia da cidade. Não é incomum encontrar quem veio de fora para trabalhar na Eldorado Brasil e, depois de um tempo, constituiu família, investiu em outros negócios em Três Lagoas e acabou motivando outros familiares a migrarem para o Mato Grosso do Sul.

Economicamente falando, os impactos são tão expressivos quanto os números da empresa. Além dos impostos arrecadados, só a Eldorado Brasil é responsável pela geração de mais de 4 mil empregos diretos.

Parte dessa turma, inclusive, participou – no último sábado, 9, de uma “churrascada” que – de certa forma – também evidenciou a grandeza da Eldorado Brasil.

Equipe Brutus serviu mais de 6 toneladas de alimento entre proteína e guarnições (Foto: Arthur Hassan)

Com um público de mais de 5 mil pessoas, entre colaboradores e familiares, a confraternização contou com a presença dos Brutus, equipe de churrasco mais consagrada de Mato Grosso do Sul, para assar e servir mais de 250 “costelas”, obviamente, todas da JBS Friboi.

Featured Image

Transparência Internacional e procurador negam conluio em leniência da J&F

A Transparência Internacional e o procurador da República Anselmo Lopes se esquivaram das acusações de conluio entre a ONG, o MPF e outra associação diretamente interessada na venda da Eldorado Celulose. O esquema, noticiada pela revista eletrônica Consultor Jurídico, foi levado ao Supremo Tribunal Federal pela J&F, que pede a suspensão do pagamento de seu acordo de leniência. Anselmo Lopes apresentou um meorando como representação para ação penal pública por difamação.

No início deste mês, a J&F pediu ao STF a suspensão do pagamento do acordo de leniência feito entre o próprio grupo e o MPF em 2017, além de acesso a todo o acervo das conversas da chamada “operação spoofing”.

Na petição enviada à Corte, o grupo contestou a venda da Eldorado Celulose ao grupo indonésio Paper Excellence, que acionou a Justiça para tomar posse da empresa sem cumprir as condições previstas no contrato para o pagamento da segunda metade da compra. 

Segundo a J&F, a venda da Eldorado foi fruto de pressão do MPF, na figura de Anselmo Lopes, dentro de um esquema do qual participou o executivo Josmar Verillo, ligado à Paper no Brasil — justamente a empresa que seria beneficiada pelo negócio.

Verillo também era representante da Transparência Internacional — que se apresenta como ONG — no Brasil. Conforme diálogos divulgados, o acordo de leniência da J&F foi desenhado junto com a TI. O valor da multa imposta, que condicionava o acordo, obrigou a venda de empresas do grupo, a exemplo da Eldorado.

Transparência Internacional

Nesta sexta-feira (17/11), a Transparência Internacional se manifestou sobre o caso em nota. A organização disse que condena e rejeita as acusações, classificadas como falsas, que “ocorrem após retrocessos que o arcabouço anticorrupção brasileiro sofreu sob o governo de Jair Bolsonaro”.

Para a TI, a J&F “parece engajada em buscar a anulação das sanções criminais e administrativas que recaíram sobre a empresa”. No comunicado, a ONG diz que “esta estratégia visa evidentemente obter vantagens financeiras em disputas comerciais e ações judiciais”.

Anselmo Lopes

No mesmo dia, o procurador implicado nas acusações enviou à Procuradoria da República no Distrito Federal um memorial no qual diz ser vítima de difamação. Na peça, ele pediu que seja instaurada uma ação penal contra a J&F, com pedido de condenação por danos morais em favor do Fundo de Direitos Difusos e avaliação de possível litigância de má-fé.

Lopes alegou não conhecer Verillo. Para ele, o texto no qual a revista eletrônica Consultor Jurídico noticiou as mensagens que apontavam para o conluio “pode ter servido de inspiração” para a petição inicial do grupo empresarial. Ele afirmou que foi só a partir da notícia que houve a inferência de relação entre Verillo e a TI, e, por conseguinte, participação dele no acordo de leniência da J&F.

A argumentação, no entanto, é desmentida por um memorando de 2017, assinado por representantes da Transparência Internacional e do MPF, inclusive Anselmo Lopes. Entre os anexos desse memorando consta, na íntegra, um outro memorando, dessa vez de 2014, firmado entre a TI, a Amarribo, de Verillo, e o próprio MPF, em que o então PGR Rodrigo Janot designa a 5CCR para atuar junto com a Amarribo e a TI no desenvolvimento de ações de combate à corrupção (clique aqui para ler o memorando e o anexo).

Na notícia citada por Anselmo Lopes , a ConJur explica a trama: Verillo, que durante anos dirigiu a papeleira Klabin, deveria dirigir a Eldorado Celulose, caso a Paper Excellence tivesse pagado pela segunda metade da compra da empresa.

Mesmo com interesse tão evidente no negócio, o empresário atuou nos bastidores para costurar a chantagem sobre a J&F para vender a Eldorado para a Paper.

Em um diálogo da “vaza jato”, Anselmo revela que que o acordo de leniência do grupo brasileiro fora desenhado junto com a Transparência Internacional — empresa que se apresenta como ONG. Verillo, a essa altura era o representante da Transparência Internacional no Brasil. No momento do diálogo em questão, o consórcio já falava em repactuar o acordo para aumentar as penas impostas ao grupo.

Na época da publicação desta notícia, a ConJur deixou o espaço aberto para manifestação dos envolvidos, que não se pronunciaram nem apresentaram qualquer explicação.

Informações: Conjur.

Anúncios aleatórios

+55 67 99227-8719
contato@maisfloresta.com.br

Copyright 2023 - Mais Floresta © Todos os direitos Reservados
Desenvolvimento: Agência W3S