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Estudo aponta que Brasil precisa fortalecer ações de proteção de florestas para cumprir metas internacionais

Em artigo publicado em revista internacional, pesquisadores do Inpe e do Cemaden discutem desafios e soluções para a redução das emissões de CO2 do país

Sede da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) em 2025 – a primeira a ser realizada na Amazônia –, o Brasil está em um momento crucial. Ainda tem a possibilidade de cumprir suas metas internacionais de redução de emissão de gases de efeito estufa, mas precisa ajustar as ações socioambientais e fortalecer políticas focadas na salvaguarda das florestas e na restauração dos biomas. Esse é um dos principais apontamentos de pesquisa publicada na revista Perspectives in Ecology and Conservation.

Liderado por cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o estudo ressalta a necessidade de controlar o desmatamento ilegal e a degradação dos biomas, incorporando um olhar para florestas secundárias – que crescem após a remoção da cobertura original.

Sugere ainda reforçar e expandir políticas que mantenham os serviços ecossistêmicos. Esse processo deve vir acompanhado de mecanismos consistentes de atração de investimentos para financiar atividades de restauração e pagamentos por serviços ambientais em todos os biomas, incentivando iniciativas de bioeconomia e criando novas áreas de proteção ambiental.

“A pesquisa foi um trabalho conjunto visando mostrar o panorama de desmatamento, degradação e restauração dos biomas e suas relações com as metas globais do Brasil. Destacamos pontos importantes nesse processo para que o país busque o desenvolvimento sustentável”, explica a doutoranda no Inpe e primeira autora do artigo Débora Joana Dutra, bolsista da FAPESP.

Para a bióloga Liana Oighenstein Anderson, orientadora de Dutra e pesquisadora no Cemaden, mesmo quando há medidas preventivas, ainda assim elas têm sido insuficientes frente ao desafio das mudanças climáticas. “É o caso dos incêndios florestais registrados neste ano na Amazônia e no Pantanal.

A prevenção não foi suficiente para conter os números alarmantes. Quando fazemos estimativas como na pesquisa, temos a sensação de sermos extremamente conservadores frente ao que a realidade está mostrando e aos desafios enfrentados”, diz Anderson à Agência FAPESP.

O Brasil vem registrando neste ano recordes de queimadas. Entre janeiro e 4 de agosto, foram 65.325 focos de calor detectados no país, o maior número em quase 20 anos – o mais alto até então havia sido em 2005 (69.184 no mesmo período), segundo dados do Inpe. Os biomas Amazônia e Cerrado são os mais atingidos (28.396 e 22.217, respectivamente).

De janeiro a julho, o Pantanal teve 4.756 focos, o maior desde 1998, início da série histórica. Para o bioma, até o momento, 2020 teve o pior total anual de focos de queimadas.

“Em 2020, os incêndios no Pantanal chamaram a atenção do mundo e levaram a uma série de reações. O Ministério da Ciência e Tecnologia criou, por exemplo, a Rede Pantanal e, em escala local, o Estado de Mato Grosso do Sul instituiu um plano de manejo integrado do fogo. Em 2023, o governo federal lançou um plano de manejo para o bioma e, em abril, Mato Grosso do Sul decretou estado de emergência. Ou seja, houve um conjunto de ações de gestão, de governança, de regulamentação para tentar evitar os incêndios, mas, infelizmente, não foi suficiente. Tivemos avanços. Porém, há necessidade de aperfeiçoamentos na governança, nas estratégias adotadas e no financiamento das ações. É preciso acelerar o passo”, completa Anderson.

Coautor do artigo e pesquisador do Inpe, Luiz Aragão diz que a pesquisa é um alerta para a sociedade sobre questões relacionadas às emissões.

“A sociedade tem de encarar o problema não só do ponto de vista ambiental, mas sim socioeconômico. Está tudo ligado. Isso porque o desmatamento, por exemplo, é indutor do fogo, que por sua vez traz problemas de saúde para a população e degrada a floresta. A floresta desmatada e degradada tem menor potencial de prover serviços ecossistêmicos, como a ciclagem de água e a biodiversidade, que garantem a qualidade de vida das populações locais e têm influência muito grande em atividades econômicas.”

As mudanças no uso e na cobertura da terra (por exemplo, o desmatamento para o uso agropecuário e a degradação florestal) são as principais fontes de emissões do Brasil. Como um dos mais de 190 signatários do Acordo de Paris, firmado em 2005, o país assumiu o compromisso de ajudar a conter o aumento da temperatura média global em até 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais (anos 1850-1900) – marca que já tem sido ultrapassada nos últimos meses.

O acordo, que deve passar por revisão na COP30, prevê que os países definam metas de redução de emissões até 2030, tendo o Brasil se comprometido a diminuir em 53% (comparado aos níveis de 2005). Apesar disso, as emissões de dióxido de carbono (CO2) líquidas (descontadas as remoções) por mudanças no uso e na cobertura da terra dobraram entre 2017 e 2022, segundo o Sistema de Estimativa de Emissão de Gases de Efeito Estufa (Seeg). Em relação à restauração, o Brasil tem a meta de restaurar 12 milhões de hectares de florestas nativas, o que corresponde a quase a área territorial de Portugal.

Dificuldades

A pesquisa aponta que um dos desafios é conter a alta do desmatamento em todos os biomas. Os cientistas destacam o crescimento da remoção de vegetação nativa desde que o país submeteu, em 2016, suas metas do Acordo de Paris, atingindo taxas próximas ou superiores a 2 milhões de hectares ao ano (considerando os seis biomas).

Somente em 2022, foram 2,8 milhões de hectares desmatados, a maior taxa desde 2008, impulsionada principalmente pela destruição da Amazônia e do Cerrado. Isso representaria 23% da meta de restauração do país. Aliado a isso, há um déficit de aproximadamente 16 milhões de hectares em áreas de reserva legal em propriedades rurais que precisam de restauração florestal. Desse total, mais da metade está na Amazônia e outros 25% no Cerrado.

Outro dado destacado pelo estudo é o crescimento de áreas de florestas secundárias, que têm alta capacidade de sequestrar carbono da atmosfera, mas não contam com legislação específica de proteção. De acordo com a pesquisa, 5,46 milhões de hectares de florestas secundárias cresceram no Brasil entre 2017 e 2022 fora de terras públicas – 40% na Amazônia e 36% na Mata Atlântica. Apesar de esse total representar quase metade da meta de restauração do Brasil, a manutenção do sequestro de carbono das florestas secundárias corre risco, já que elas estão suscetíveis a novos desmatamentos e incêndios.

Caminhos

No trabalho, os pesquisadores sugerem medidas a serem adotadas, entre elas o combate ao desmatamento ilegal – fortalecendo o arcabouço legal, ampliando a fiscalização e a responsabilização. Há destaque para a necessidade de medidas de prevenção e a implementação de programas para restaurar áreas de vegetação nativa em larga escala, com a criação de incentivos financeiros para proprietários rurais por meio de pagamentos por serviços ambientais.

Esses incentivos serão importantes, inclusive, para garantir que áreas passíveis de serem desmatadas legalmente permaneçam em pé. De acordo com o estudo, o Cerrado e a Caatinga têm as maiores áreas de vegetação nativa passíveis de desmatamento legal. Para garantir que as florestas secundárias consigam contribuir a longo prazo com o sequestro de carbono, a pesquisa aponta a necessidade de uma legislação nacional que aumente a proteção delas fora das áreas de reserva legal ou de preservação permanente.

“O que está sendo feito atualmente não é suficiente para que nós consigamos mudar. O clima global está diferente. Não será possível resolver problemas ambientais, pressionados pelas mudanças climáticas, usando pensamento do passado. Temos de pensar no futuro”, avalia Aragão.

Por meio da assessoria de imprensa, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima informou que tem adotado medidas para cumprir o compromisso de “desmatamento zero em todos os biomas até 2030”. Entre elas está o programa “União com Municípios”, lançado em abril como parte do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), com R$ 785 milhões destinados a 70 municípios prioritários (até o momento 48 assinaram o termo de adesão).

Outras ações incluem alterações de regras do Conselho Monetário Nacional – como a restrição de crédito rural para proprietários com Cadastro Ambiental Rural (CAR) suspenso, com embargos e imóveis sobrepostos a Terras Indígenas, Unidades de Conservação e florestas públicas não destinadas.

Além disso, o ministério destaca a retomada do Fundo Amazônia, com novos contratos que somam R$ 1,4 bilhão e doações anunciadas que devem chegar a R$ 3,1 bilhões. Para o Cerrado, foi lançado um Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento. Em relação à restauração de florestas, cita o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa, com o objetivo de ampliar e fortalecer políticas públicas, incentivos financeiros, mercados, tecnologias de recuperação e boas práticas agropecuárias, que deve passar por atualização neste ano.

Futuro

Segundo Dutra, os próximos passos da pesquisa estão direcionados para levantar perdas e impactos econômicos da destruição das florestas, aprofundando os dados do trabalho atual.

“Vemos com extrema relevância a valoração dos impactos. Quantificar esses valores vai demonstrar que é muito mais barato prevenir do que reconstruir. O Brasil trabalha com a resposta aos eventos extremos e desastres, mas precisa investir em prevenção”, diz Aragão.

Para Anderson, é importante aprimorar o diálogo entre instituições – federais, estaduais, municipais, do terceiro setor e comunidades locais –, além da necessidade de responsabilização frente à inação ou omissão no desenvolvimento dos planos.

“Nossa capacidade de diálogo ainda é muito limitada, esbarrando em vieses políticos que estão muito aquém do que tecnicamente poderíamos fazer para avançar rapidamente”.

O estudo recebeu apoio da FAPESP por meio de seis projetos (20/15230-5; 20/08916-8; 22/11698-8; 19/25701-8; 23/03206-0; e 20/16457-3).

O artigo Challenges for reducing carbon emissions from Land-Use and Land Cover Change in Brazil pode ser lido em: www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2530064424000245#gs0010r.

Informações: Agência FAPESP.

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Startup brasileira desenvolve robô capaz de plantar até 1800 mudas por hora em grandes áreas da silvicultura

A AutoAgroMachines, startup 100% brasileira que desenvolve máquinas autônomas e inteligentes para o agronegócio, traz ao mercado tecnologia inovadora para resolver os problemas de reflorestamento e silvicultura. Em fase final de testes, a Forest.bot “Instalação” usa inteligência artificial no plantio automatizado de mudas em grandes áreas. Construído em parceria com a Incomagri, fabricante de máquinas agrícolas,  em Itapira (interior de São Paulo), o robô já vem atraindo a atenção de grandes players, como Eldorado e Suzano, por sua capacidade de plantio, tecnologia e eficiência – a máquina  pode plantar até 1800 mudas por hora, com melhores resultados para silvicultura, como em florestas de plantio comercial onde é extraído material para a produção de papel, celulose e madeira.

Marcello Guimarães, fundador da empresa e criador da Forest.Bot, destaca que o sucesso do projeto acontece não apenas pelo potencial quantitativo de plantio, mas também pela tecnologia, já patenteada, que diferentemente de outras máquinas existentes no mercado, conta com um sistema de plantio deslizante, permitindo que o bico responsável por inserir a muda no solo não deslize na terra enquanto a máquina anda. “Esse mecanismo evita que o bico arraste a muda pelo solo, enquanto outros equipamentos costumam provocar falhas na hora de encaixar a muda perpendicularmente em relação ao céu, exigindo ajuste manual posterior. Isso acaba atrapalhando todo o desenvolvimento da árvore”, explica Guimarães.

Além disso, o sistema garante que a muda seja plantada sem exposição do substrato onde está a raiz – que não pode ficar fora da terra – e nem afogamento do coleto – que não pode ficar dentro da terra. Todo o processo é realizado automaticamente, com recursos de inteligência artificial, que verifica em tempo real a qualidade no plantio de cada muda e cria um mapa georreferenciado com as informações de cada muda para uso posterior pelos sistemas mecanizados de manejo florestal, como, irrigação ótica e inteligente, adubação ponto a ponto, combate a pragas, inventário florestal e sanidade da floresta.

De acordo com Guimarães, mecanismos de precisão são importantes para o trabalho no campo tanto por melhorar a produção em fábricas, como também por ocupar um espaço central nas estratégias de sustentabilidade das empresas. “O Brasil está entre os países que mais emitem CO₂ no mundo em decorrência do desmatamento. Parar de desmatar não é mais a única solução para o problema, é  preciso ter ações urgentes que contribuam para a recuperação de áreas degradadas. A Forest.Bot é uma solução ágil que pode auxiliar as principais organizações que atuam em prol da sustentabilidade no mundo”, destaca o fundador da AutoAgroMachines.

Para alcançar a versão atual do projeto, Guimarães desenvolveu outros nove protótipos ao longo de oito anos. Cada evolução contribuiu para aumentar a capacidade da máquina e seu lançamento já chega com expectativas por parte do mercado. Além do interesse de Suzano e Eldorado, outras grandes empresas estão se mantendo de olho, vindas da Austrália, Canadá, América Latina, África e Europa.

A Forest.Bot chega  ao mercado com o custo inicial de R$ 2,98 milhões e os planos da AutoAgroMachines são ambiciosos, com expectativa de comercializar até 6.500 máquinas nos próximos dez anos. “Estamos otimistas com as oportunidades, porque temos um sistema único no mercado. No futuro, queremos chegar a versões que tenham a capacidade de plantar mais de 3.600 mil mudas por hora. Ou seja, ela é o ponto de partida para a automação total do manejo da floresta”, conclui.

Informações: Revista Campo & Negócios.

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Suzano (SUZB3) conclui aquisição de fatia na austríaca Lenzing

Suzano reitera que operação não traz impacto material para sua alavancagem financeira

A Suzano (BVMF:SUZB3) informou, por meio de fato relevante divulgado na noite da última sexta-feira, 30, que concluiu a aquisição de participação minoritária correspondente a 15% das ações da Lenzing Aktiengesellschaft, com sede em Lenzing, Áustria, detidas pelo Grupo B&C. A operação foi finalizada após o cumprimento de condições aplicáveis.

A Lenzing opera em fibras especiais, com fábricas por todo o mundo. “Reconhecida pelas suas práticas sustentáveis, a Lenzing é especializada na produção de fibras de celulose à base de madeira (liocel, modal e viscose). Com uma capacidade de produção anual superior a 1 milhão de toneladas, lidera a indústria na produção de fibras ecologicamente sustentáveis”, detalha a Suzano no documento.

Segundo a Suzano, a aquisição está de acordo com sua estratégia de expansão para novos mercados e foco em sustentabilidade de fibras têxteis à base de madeira. Além disso, a disse que a compra não traz impacto significativo para sua alavancagem financeira ou nível de endividamento.

Informações: Investing.com

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Antes de ir a leilão, detalhes do projeto da Rota da Celulose são apresentados

Concessão abrange 870 km de rodovias, sendo as estaduais MS-040, MS-338 e MS-395 e trechos da BR-262 e BR-267

Nesta sexta-feira (30), foi realizada uma audiência pública virtual conduzida pela B3 (Bolsa de Valores Brasileira) para discutir o projeto de concessão das rodovias estaduais MS-040, MS-338 e MS-395, além de trechos das federais BR-262 e BR-267, que formam a Rota da Celulose. O leilão para a concessão está previsto para dezembro deste ano.

O encontro teve como objetivo tornar o processo transparente e permitir a participação da sociedade e autoridades públicas. A equipe do EPE (Escritório de Parcerias Estratégicas), liderada por Eliane Detoni, apresentou o estudo da concessão. A audiência contou com a presença do secretário de governo Rodrigo Perez e do novo titular da Seilog (Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística), Guilherme Alcântara.

O projeto abrange 870,4 km de rodovias, incluindo as estaduais MS-040, MS-338 e MS-395 e trechos das federais BR-262 e BR-267. A concessão terá um prazo de 30 anos e atenderá diversos municípios, entre eles Campo Grande, Ribas do Rio Pardo, Água Clara, Três Lagoas, Santa Rita do Pardo, Nova Andradina, Nova Alvorada do Sul, Anaurilândia e Bataguassu.  O investimento total estimado para o projeto é de R$ 8,8 bilhões.

A região tem uma economia diversificada, com destaque para a produção agropecuária e um parque industrial que inclui indústrias de celulose, papel e papelão, construção, frigoríficas e metalmecânicas. O projeto pretende reduzir o tempo de deslocamento e os custos de manutenção dos veículos, ao mesmo tempo que fomentará novas oportunidades de negócios na região.

A concessão inclui a construção de 116 km de duplicações, 457 km de acostamentos, 251 km de terceiras faixas, 12 km de vias marginais e 82 dispositivos em nível. Além disso, serão disponibilizados 49 veículos operacionais para serviços aos usuários, incluindo ambulâncias, socorro mecânico, guinchos, combate a incêndios, desobstrução de pistas, inspeção de tráfego, apreensão de animais silvestres e Postos de Atendimento ao Usuário.

A audiência pública foi estruturada e discutida em três modelagem: técnica, econômico-financeira e jurídico institucional.

A modelagem técnica apresentada pelo consultor do projeto, Saulo Horta, mostrou os estudos do sistema rodoviário, características das rodovias, condição atual do pavimento, volume de tráfego, principais investimentos, sistema de cobrança de pedágio e política tarifária, projeção de tráfego e receita e composição de investimentos.

Consultor do projeto de concessão, Saulo Horta, durante apresentação (Imagem: Reproduão)
Foram apresentadas as condições do pavimento das rodovias usando diferentes parâmetros. Os dados mostram que a rodovia MS-040 tem 22% de sua extensão com alta irregularidade, de acordo com o Índice de Irregularidade Longitudinal, e 56,4% com um Índice de Gravidade Global acima de 40, o que indica graves defeitos no pavimento. A rodovia MS-338 está em situação ainda pior, com 22,2% de alta irregularidade e 73,8% de Índice de Gravidade Global acima de 40. Em comparação, as rodovias BR-262 e BR-267 apresentam índices mais baixos nesses parâmetros. A BR-262, por exemplo, tem apenas 12,4% do Índice de Gravidade Global acima de 40, indicando que o pavimento está em melhores condições.

A análise da geração de viagens e das linhas de desejo ao longo dos eixos rodoviários do projeto revela que 17 municípios são responsáveis por 67% do total de viagens geradas. Entre os principais geradores estão Campo Grande, Três Lagoas, Ribas do Rio Pardo, Bataguassu, Água Clara, e Santa Rita do Pardo, além de cidades como São Paulo (SP), Paranaguá (PR), Presidente Epitácio (SP), Nova Alvorada do Sul (MS), Presidente Prudente (SP), Dourados (MS), Cuiabá (MT), Nova Mutum (MT), Maringá (PR) e Rondonópolis (MT).

O sistema rodoviário analisado também revela que veículos com origem ou destino em nove estados passam por essas rotas, evidenciando a importância estratégica desses eixos para a movimentação regional e internacional.

“Quando a gente olha todas as viagens que passa pelo corredor, temos origens e destinos em nove estados da federação, ressaltando como esse sistema viário tem importância em nível nacional, ligando origens e destinos de diversas regiões do país”, ressaltou o consultor Saulo Hora.

O planejamento dos contornos urbanos prevê a construção de 35,7 km de novas vias em Ribas do Rio Pardo (12.165 metros), Água Clara (6.678 metros), Bataguassu (12.620 metros) e Santa Rita do Pardo (4.222 metros). As obras serão realizadas entre o 2º e o 7º ano da concessão, com o contorno de Três Lagoas sendo incorporado à concessão após a conclusão pelo DNIT, prevista para o 4º ano.

A duplicação da BR-262, que liga Ribas do Rio Pardo a Campo Grande, terá uma extensão total de 96,3 km. Deste total, 77,5 km contarão com canteiro central e 18,8 km terão barreira New Jersey, que são elementos de concreto pré-moldado utilizado como separador de fluxo. Além disso, haverá readequação de um trecho já duplicado de 3,2 km no perímetro urbano de Campo Grande, que incluirá dois dispositivos em desnível. A operação está prevista para iniciar no 4º ano de concessão.

Já a duplicação da BR-267, em Bataguassu, terá 13,5 km de extensão. Desses, 2 km contarão com barreira New Jersey e 11,5 km terão canteiro central. A obra abrangerá a área entre o distrito de Porto XV de Novembro e o contorno de Bataguassu.

Serão implantadas ou reformadas 27 edificações ao longo do sistema rodoviário, distribuídas entre os corredores MS-040/338/395, BR-262 e BR-267. No corredor MS-040/338/395, serão duas edificações. Na BR-262, serão seis, e na BR-267, também seis.

Entre os tipos de edificações, estão incluídos: três para a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), com uma implantação e duas reformas; quatro para a Polícia Rodoviária Federal (PRF), sendo uma nova e três reformadas; cinco Serviços de Atendimento ao Usuário (SAU), com quatro novas e uma reformada; três Postos de Parada e Descanso (PPD), com duas novas e uma reformada; uma nova sede; um novo Centro de Controle e Operações (CCO); e um Posto de Fiscalização (PF), com duas unidades, uma nova e uma reformada. Além disso, haverá a reforma do posto existente na BR-267 e a implantação de um novo posto na BR-262. O Escritório AGEMS, localizado no mesmo local, também será reformado.

 Rédel Neres, diretor economico financeiro do projeto, durante explicação (Imagem: Reprodução)
A modelagem econômico-financeira apresentada por Redel Neres, diretor econômico-financeiro, abrangeu os principais aspectos financeiros do projeto, incluindo condições de financiamento, diretrizes financeiras, taxa interna de retorno (TIR), tempo de retorno do investimento (Payback) e fluxo da conta centralizadora.

A concessão tem um prazo de 30 anos, com uma data-base em janeiro de 2025. O investimento inicial (Capex) é estimado em R$ 5,55 bilhões, enquanto os custos operacionais e de manutenção (Opex) somam R$ 3,24 bilhões. As receitas brutas totais previstas são de R$ 19,80 bilhões. Os impostos diretos esperados são R$ 2,9 bilhões e os impostos indiretos totalizam R$ 1,71 bilhão. A Taxa Interna de Retorno (TIR) do projeto é de 10,37% ao ano, indicando o retorno esperado sobre o investimento. O período de payback, ou tempo necessário para recuperar o investimento inicial, está estimado em 12 anos. O financiamento cobrirá 34,8% do total dos investimentos e 80,8% dos investimentos realizados nos primeiros 5 anos, sendo crucial para avaliar a viabilidade e a sustentabilidade econômica da concessão.

Os Trabalhos Iniciais, que incluem etapas preparatórias para o início do projeto, representam R$ 298,74 milhões, ou 5,38% do Capex. A Restauração Rodoviária, que se refere à recuperação e modernização das estradas existentes, está orçada em R$ 404,71 milhões (7,29% do total). A Ampliação da Capacidade das rodovias, essencial para atender ao aumento do tráfego e melhorar a eficiência das vias, constitui a maior parcela do investimento, com R$ 1,62 bilhões (29,27% do Capex). A Manutenção Rodoviária, que visa garantir a conservação contínua das estradas, absorve R$ 2,59 bilhões (46,64% do total).

Outros componentes incluem a Desapropriação, com um custo de R$ 14,69 milhões (0,26%), e a Restauração e Programas Ambientais, totalizando R$ 63,14 milhões (1,14%). O investimento em Veículos, necessários para a operação e manutenção das rodovias, é de R$ 134,22 milhões (2,42%). O desenvolvimento de Sistemas, que apoia a gestão e monitoramento das rodovias, recebe R$ 416,90 milhões (7,51%). Finalmente, o Ressarcimento EVTEA (Encargos de Valor de Terra e Equipamentos Adquiridos), referentes a possíveis desapropriações, é de R$ 7,48 milhões (0,13%). Esses valores totalizam R$ 5,55 bilhões, abrangendo todos os aspectos necessários para a implementação e operação das concessões rodoviárias.

O investimento total em Capex está concentrado principalmente nos primeiros anos do projeto, com um total de R$ 2,4 bilhões nos primeiros cinco anos, refletindo a intensidade inicial das obras e melhorias necessárias.

A modelagem jurídico-institucional abordada pelo procurador do Estado, Carlo Fabrizio, detalha o arranjo da concessão, a modalidade da licitação, condições de participação, exigência de garantia de proposta e condições para a assinatura do contrato. Também foram destacados aspectos relacionados à fiscalização, contratação de Verificador Independente (VI), garantia de execução do contrato e governança contratual.

A concessão das rodovias será realizada por meio de Concorrência Pública na B3, com julgamento baseado na combinação da menor tarifa e maior aporte financeiro. Os concorrentes devem oferecer um aporte mínimo de R$ 95.781.000,00 e poderão propor um desconto na tarifa de até 20%, com o valor do aporte ajustado proporcionalmente ao desconto oferecido.

Podem participar da licitação pessoas jurídicas brasileiras ou estrangeiras, tanto individualmente quanto em consórcio, além de entidades de previdência, instituições financeiras e fundos de investimento. Para garantir a seriedade da proposta, é exigida uma garantia de R$ 150 milhões, assegurando o comprometimento dos participantes e a integridade do processo licitatório.

Os principais riscos do contrato de concessão incluem tanto para a concessionária quanto para o poder concedente. Para a concessionária, os riscos incluem demanda inferior ao esperado, custos imprevistos com obras e serviços, variações nas taxas de câmbio, e custos associados a desocupações e desapropriações, estimados em R$ 1,6 mil e R$ 10,5 mil, respectivamente. Além disso, há a necessidade de gerenciar passivos ambientais, riscos de evasão (estimada em 95%) e eventos de força maior que não podem ser segurados. A implantação de novas rotas ou modais não previstos no contrato pode gerar custos adicionais.

Para o poder concedente, os principais riscos envolvem garantir que os contratos e investimentos estejam alinhados com as projeções e gerenciar eventuais imprevistos durante a concessão.

Secretária Especial de Parcerias Estratégicas do Estado, Eliane Detoni (Imagem: Reprodução)
Ao final das apresentações, a Secretária Especial de Parcerias Estratégicas do Estado, Eliane Detoni, lembrou que as contribuições e sugestões poderão ser enviadas até o dia 6 de setembro. Destacou que todos os aspectos do projeto, incluindo os ambientais, foram considerados.

“Temos uma preocupação na estruturação do projeto para que todos os aspectos ambientais sejam levantados e sabemos dos passivos, principalmente da MS-040. Todos os normativos foram considerados e requisitos atendidos, incluindo o programa Estrada Viva do governo, com monitoramento e intervenções importantes para a travessia de fauna. Reforçamos que todas as contribuições podem ser enviadas até 6 de setembro, e todas as perguntas e respostas da consulta pública estarão disponíveis em nosso site”, finalizou.

As sugestões e contribuições ao projeto deverão ser enviadas por meio de formulário, disponível no site, para o e-mail epe@segov.ms.gov.br devidamente identificadas e fundamentadas até o dia 6 de setembro de 2024. Os documentos de todo o processo de concessão estão disponíveis na íntegra, no site www.epe.segov.ms.gov.br.

Informações: Campo Grande News.

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Alta na celulose impulsiona investimentos bilionários e intensifica disputas empresariais

MS se firma como polo global de celulose, atraindo bilhões em investimentos e protagonizando disputas entre gigantes do setor

No primeiro semestre de 2024, Mato Grosso do Sul registrou um expressivo aumento de 45% no preço da celulose exportada em comparação ao mesmo período do ano anterior. Esse crescimento impulsionou o setor no estado e acirrou a disputa entre bilionários brasileiros e indonésios pelo controle da fábrica Eldorado, em Três Lagoas.

De acordo com a Carta da Conjuntura do Comércio Exterior, o valor médio da celulose exportada pelas fábricas de Três Lagoas, como Eldorado e Suzano, passou de 351 dólares por tonelada nos primeiros seis meses de 2023 para 509 dólares no mesmo período de 2024. Além disso, a valorização do dólar contribuiu para um aumento significativo no faturamento das indústrias locais.

Em 2023, Mato Grosso do Sul exportou 2,19 milhões de toneladas de celulose, gerando um faturamento de 771,66 milhões de dólares. Já em 2024, embora o volume exportado tenha caído para 2,05 milhões de toneladas, o faturamento subiu para 1,044 bilhão de dólares. Esse cenário reflete a valorização da celulose nos mercados internacionais, como Europa, Estados Unidos e China, que atingiram níveis históricos.

A alta lucratividade do setor atraiu investimentos significativos para Mato Grosso do Sul. Em julho de 2024, a Suzano inaugurou uma nova fábrica em Ribas do Rio Pardo, após um investimento de R$ 22 bilhões. Com capacidade para produzir 212 mil toneladas de celulose por mês, a unidade fortalece a posição do estado como importante produtor global.

A empresa chilena Arauco também anunciou a construção de uma fábrica em Inocência, com capacidade para produzir 2,5 milhões de toneladas anuais, prevista para entrar em operação até o final de 2028. Paralelamente, a Bracell, do grupo asiático RGE, planeja investir cerca de R$ 20 bilhões em uma nova fábrica em Água Clara, com capacidade para produzir 2,8 milhões de toneladas por ano. Além disso, os acionistas da Eldorado, os irmãos Joesley e Wesley Batista, junto à Paper Excellence, controlada pelo bilionário Jackson Wijaya, planejam dobrar a capacidade de produção da fábrica em Três Lagoas, que atualmente é de cerca de 2 milhões de toneladas por ano.

O setor de celulose, altamente lucrativo, tem sido palco de uma intensa disputa pelo controle da Eldorado. Desde 2018, os irmãos Batista e a Paper Excellence travam uma batalha judicial pelo controle acionário da empresa. A Paper Excellence, que opera 58 fábricas ao redor do mundo e possui uma capacidade de produção de 10 milhões de toneladas de celulose por ano, adquiriu parte da Eldorado em 2017, mas a transação completa, avaliada em R$ 15 bilhões, foi contestada pelos irmãos Batista, levando a uma prolongada disputa judicial. Enquanto isso, Mato Grosso do Sul, com suas condições climáticas favoráveis e tecnologia de ponta, continua atraindo grandes investimentos, consolidando-se como um dos principais polos globais de produção de celulose.

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Suzano compartilha em vídeo as operações da nova unidade em Ribas do Rio Pardo (MS)

O material acompanha o trajeto desde a colheita do eucalipto, a chegada das toras à fábrica, a transformação em celulose e enfardamento até o transporte dos primeiros fardos da matéria-prima com destino ao Porto de Santos (SP)

Após a conclusão da nova fábrica da Suzano, maior produtora mundial de celulose e referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do eucalipto, em Ribas do Rio Pardo (MS), a produção de celulose segue em ritmo acelerado. O funcionamento das operações industrial, florestal e de logística até o novo terminal intermodal de Inocência, de onde segue por transporte ferroviário para os terminais da companhia no Porto de Santos (SP), pode ser conferido em novo vídeo divulgado pela empresa por meio do link: https://bit.ly/video-avanco-obras.

No vídeo, além da visualização geral das estruturas da unidade, é possível acompanhar as operações florestais e industriais na nova fábrica de Ribas do Rio Pardo em pleno funcionamento. Entre os processos demonstrados, estão desde a sala do Sistema Digital de Controle Distribuído (SDCD), responsável pelo controle de todos os equipamentos e processos da fabricação de celulose da unidade, a operação do viveiro de mudas de Ribas do Rio Pardo até as máquinas florestais atuando tanto no plantio como na colheita do eucalipto. Também é possível notar a chegada dos hexatrens – veículos compostos por seis semirreboques, projetados para circular exclusivamente em estradas próprias da Suzano – à fábrica, passando pelas balanças e por um processo de pré-lavagem para a retirada de impurezas da matéria-prima.

Posteriormente, essas toras de eucalipto são armazenadas no pátio de madeiras, onde ficam à disposição para alimentar a área de picagem. A unidade conta com cinco linhas de processamento que reduzem a madeira em cavacos. Esses pequenos pedaços de madeira são movidos pelas esteiras inteligentes com três destinos diferentes: a formação da pilha de cavacos, uma estrutura de apoio que garante o estoque industrial da matéria-prima; os silos de biomassa, catedrais nas quais os cavacos também são armazenados; ou para a linha de fibras, onde os cavacos são processados e separam-se a lignina e a celulose da madeira.

Finalizado o cozimento, a celulose é enviada para as máquinas extratoras para remoção do excedente de água e é comprimida em folhas que são unidas em fardos. O processo de enfardamento contribui para o transporte da celulose, que será carregada em caminhões bitrens com destino ao terminal intermodal de Inocência. Chegando lá, os fardos são carregados nos vagões de trem e partem para o porto de Santos, onde os terminais portuários da Suzano foram ampliados para comportar o volume de produção da nova fábrica. O vídeo registra a transição desses fardos de celulose dos vagões para dentro do terminal portuário e para posterior carregamento nos navios. 

Unidade Ribas do Rio Pardo

Anunciado em maio de 2021 e confirmado pelo Conselho de Administração da Suzano no início de novembro do mesmo ano, o Projeto Cerrado recebeu investimento total de R$ 22,2 bilhões e, no pico da obra, gerou cerca de 10 mil empregos diretos. A nova fábrica entrou em operação no dia 21 de julho de 2024 e vai produzir 2,55 milhões de toneladas de celulose de eucalipto por ano quando atingir sua plena capacidade de produção, empregando 3 mil pessoas, entre colaboradores próprios e terceiros, nas áreas florestal e industrial, e movimentando toda a cadeia econômica da região.

Sobre a Suzano

A Suzano é a maior produtora mundial de celulose, uma das maiores produtoras de papéis da América Latina, líder no segmento de papel higiênico no Brasil e referência no desenvolvimento de soluções sustentáveis e inovadoras a partir de matéria-prima de fonte renovável. Nossos produtos e soluções estão presentes na vida de mais de 2 bilhões de pessoas, abastecem mais de 100 países e incluem celulose; papéis para imprimir e escrever; papéis para embalagens, copos e canudos; papéis sanitários e produtos absorventes; além de novos bioprodutos desenvolvidos para atender a demanda global. A inovação e a sustentabilidade orientam nosso propósito de “Renovar a vida a partir da árvore” e nosso trabalho no enfrentamento dos desafios da sociedade e do planeta. Com 100 anos de história, temos ações nas bolsas do Brasil (SUZB3) e dos Estados Unidos (SUZ). Saiba mais na página: www.suzano.com.br

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Exclusiva – Forest Carbon Brasil acontece nesta quarta (04) e será carbono zero

O evento será realizado na capital paulista, e contará com programação robusta de palestras, networking e terá todas as emissões de carbono zeradas pela Ambipar Environment

O Forest Carbon – 1º Congresso Internacional sobre o Mercado de Carbono, acontecerá nesta quarta (04/09), no Salão Nobre, da belíssima Sala São Paulo, em São Paulo (SP). Profissionais atuantes nas maiores empresas e instituições do mercado de carbono florestal estarão reunidos em um único local trazendo para debate os principais desafios e inovações do setor. Confira a programação completa: https://forestcarbon.com.br/

O evento que já está com os últimos ingressos disponíveis em seu site oficial, estará imperdível para quem busca se atualizar sobre este mercado que tem movimentado as florestas brasileiras, sendo o país um dos protagonistas deste tema a nível mundial, tendo em vista sua riqueza natural.

Forest Carbon Brasil é uma realização da Paulo Cardoso Comunicações (https://www.paulocardosocom.com.br/) em parceria com a SIF – Sociedade de Investigações Florestais (https://sif.org.br/), e organização técnica do sócio diretor do Grupo Index (https://indexgrupo.com.br/), Marcelo Schmid.

Evento carbono neutro

Todo carbono emitido pelo Forest Carbon Brasil será compensado através da Ambipar Environment (https://www.biofilica.com.br/), empresa que atua em diversos segmentos para oferecer serviços e produtos completos voltados à gestão ambiental, por meio de serviços inteligentes, voltados para superar os desafios da sustentabilidade.

O Mais Floresta (www.maisfloresta.com.br) falou com Soraya Dias Pires, Diretora de Operações e Novos Negócios da Ambipar Environment, que informou como funciona o projeto para o evento, e a relevância das emissões de carbono compensadas em eventos.

Fluxo de neutralização de Emissões – Ambipar Environment.

Mais Floresta – Qual o projeto a Ambipar Environment utilizará para promover a compensação de carbono no Forest Carbon Brasil?

Soraya – A Ambipar Environment tem como missão implementar Soluções Baseadas na Natureza que gerem valor para o mercado de ativos ambientais, combatam as mudanças climáticas, protejam a biodiversidade e promovam o desenvolvimento social e o bem-estar.

Para atingir esses objetivos, desenvolvemos projetos que reduzem as emissões de gases de efeito estufa (GEE) por meio da conservação florestal e de práticas de agricultura de baixo carbono, além de promover o sequestro de carbono através do reflorestamento e da restauração ecológica.

Esses projetos são desenvolvidos e implementados com base em metodologias reconhecidas, análises técnicas e científicas rigorosas, e passam por auditorias e certificações que garantem sua integridade. Como resultado, geram créditos de carbono que representam a redução ou remoção de uma tonelada de CO2 ou equivalente.

Mais Floresta – Como funcionam esses projetos voltados para um evento?

Soraya – Em todas as fases do evento—antes, durante e após—todas as fontes de emissão de CO2 e outros GEE serão mensuradas para quantificar sua totalidade. Essas emissões serão então neutralizadas utilizando créditos de carbono provenientes de projetos desenvolvidos pela Ambipar Environment.

Mais Floresta – Qual a relevância de ações como essas em eventos, principalmente nos de médio e grande porte?

Soraya – De acordo com dados da Plataforma SEEG, organizada pelo Observatório do Clima, 48% das emissões de GEE do Brasil em 2022 foram resultado de mudanças no uso da terra e desmatamento, especialmente o ilegal. Portanto, eventos e empresas que neutralizam suas emissões com Projetos de Soluções Baseadas na Natureza não apenas combatem as mudanças climáticas, mas também investem em iniciativas responsáveis que promovem a conservação da biodiversidade e o bem-estar das comunidades locais impactadas pelos projetos.

Nossas iniciativas são reconhecidas por gerarem co-benefícios socioambientais e de biodiversidade, além de impactarem positivamente as populações residentes nas áreas contíguas aos projetos. Dessa forma, eventos que optam por neutralizar suas emissões de GEE demonstram um compromisso concreto com a responsabilidade climática, contribuindo para a construção de um futuro sustentável para as próximas gerações.

Vouchers com descontos especiais!

  • Grupos acima de 3 pessoas – Voucher: FCB2024
  • Estudantes – Voucher: STUDY
  • Representantes da Imprensa – Voucher: IMPRENSA

*Inserir no momento de inscrição no site oficial do evento.

Últimas vagas!

Para quem ainda não se inscreveu, restam pouquíssimas unidades de ingressos para o evento, lembrando que o espaço é limitado. 

>>> Clique no link e garanta seu ingresso: https://www.conferencebr.com/registration/533/BR

Como chegar ao Forest Carbon Brasil?

Para saber mais acesse https://forestcarbon.com.br/, envie e-mail para contato@forestcarbon.com.br, ou envie mensagem para o Whatsapp (67) 9227-8719.

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Escrito por: redação Mais Floresta.

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Mão de obra é desafio para o setor de celulose em MS

Setor Florestal tem grande demanda por mão de obra

Mesmo com a economia em expansão e a baixa taxa de desemprego, Mato Grosso do Sul enfrenta um desafio significativo: a falta de mão de obra qualificada ou não qualificada no setor de celulose.

Com duas novas fábricas em processo de instalação, uma da Arauco, em Inocência, e outra da Bracell, em Água Clara, as indústrias estão tendo que buscar trabalhadores em outras regiões para suprir a demanda.

A Eldorado Brasil, por exemplo, em Três Lagoas, está realizando processos seletivos em Araçatuba (SP) e outras cidades do interior paulista. Essa prática se tornou comum entre as indústrias de celulose, que enfrentam dificuldades para preencher vagas, desde funções que exigem alta qualificação até cargos mais braçais, como o plantio de eucalipto. Em resposta, o governo estadual tem oferecido cursos profissionalizantes em parceria com os municípios, mas a adesão tem sido menor do que o esperado.

A Casa do Trabalhador de Três Lagoas, por exemplo, registra baixa demanda para alguns cursos oferecidos. Em setembro, novos cursos serão iniciados na tentativa de aumentar a capacitação da força de trabalho local. Além disso, iniciativas como o Voucher Transportador, que facilita a obtenção da habilitação para motoristas profissionais, têm sido implementadas pelo governo do Estado.

A exigência de experiência prévia por parte das empresas, por vezes é um obstáculo para muitos candidatos. A falta de mão de obra qualificada não atinge apenas o setor de celulose, mas diversos segmentos em toda a região da Costa Leste, levando várias cidades a organizarem mutirões de emprego para tentar preencher as vagas disponíveis.

Com informações: RCN 67.

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Mancha de fogo encobre mais de 500 km de extensão da Amazônia, apontam imagens de satélite

Dados do Inpe também mostram que, desde janeiro, a Amazônia registrou mais de 61 mil focos de incêndio, enquanto o Pantanal contabiliza quase 9 mil focos. Os dois biomas estão no território onde a mancha de fogo foi detectada pelo satélite Copernicus

Uma mancha de fogo com mais 500 quilômetros de extensão e mais de 400 quilômetros de largura tem avançado sobre a Amazônia, conforme captado pelo satélite europeu Copernicus. Na quinta-feira (29), o fenômeno cobria os estados do AmazonasAcreRondôniaMato Grosso e Mato Grosso do Sul, além de áreas do PeruBolívia e parte do Paraguai.

Segundo dados do programada BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Amazônia registrou mais de 61 mil focos de queimadas de 1º janeiro até sexta (30), enquanto o Pantanal contabilizou quase 9 mil focos. Os dois biomas estão no território que está sendo afetado pela mancha de fogo.

Abaixo, veja a situação dos estados onde a mancha de fogo foi registrada:

  1. Mato Grosso lidera em número de focos de incêndio no país, totalizando 24.880 de janeiro a agosto. Nesta sexta-feira (30), o estado também declarou situação de emergência por 180 dias, em resposta ao aumento significativo dos registros de focos de calor e incêndios florestais, com destaque para a região do Pantanal.
  2. No Amazonas, o total de focos de incêndio chegou a 14.483 de janeiro a agosto. O estado enfrenta uma crise ambiental grave, causada pela combinação de seca nos rios e queimadasTodos os 62 municípios do Amazonas foram declarados em estado de emergência na quarta-feira (28).
  3. No Mato Grosso do Sul, o fogo tem devastado o Pantanal há mais de três meses, com um total de 9.938 focos de incêndio registrados. O estado foi um dos primeiros a declarar situação de emergência nas cidades afetadas pelos incêndios no Pantanal, ainda em 24 de julho.
  4. Rondônia também bateu recordes de queimadas, com o maior número de focos registrados em em um mês de agosto dos últimos cinco anos: 6.223. Nesta semana, o governo estadual implementou uma proibição do uso de fogo em todo o território por 90 dias. Além disso, o governo federal reconheceu a situação de emergência em 18 municípios de Rondônia devido à estiagem.
  5. Acre registrou 2.654 focos de incêndio de janeiro a agosto. O estado declarou situação de emergência ambiental já em junho deste ano devido à diminuição das chuvas e ao aumento do risco de incêndios florestais.

O satélite Corpenicus aponta que a mancha de fogo tem se expandido com o passar dos dias. Na quarta-feira (28), o fogo se concentrava no Amazonas, em Rondônia e no Mato Grosso.

No entanto, o cenário mudou e o mapa mostra que Acre, Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia estão formando, agora, um cinturão de fogo. O satélite também mostrou um crescimento de queimadas na região de Novo Progresso, no Pará.

Leonardo Vergasta, meteorologista do Laboratório do Clima (Labclim) da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), explicou que a mancha indica uma alta concentração de dióxido de carbono na atmosfera, resultado das queimadas que produzem essa fumaça.

“A formação de queimadas está diretamente relacionada a essa concentração de dióxido de carbono, que é um gás que está presente na atmosfera terrestre. A circulação do vento está normal, mas as queimadas persistem na Região Sul do Amazonas, no Acre e em Rondônia”, afirmou.

Vergasta também destacou que a falta de chuva intensifica o problema. “Regiões como Mato Grosso e Rondônia estão há mais de 90 dias sem chuva, enquanto o Sul do Amazonas e o Acre enfrentam uma seca de 7 a 21 dias. A ausência de chuva e as altas temperaturas durante a estação seca tornam a vegetação extremamente vulnerável às queimadas provocadas pela ação humana”, explicou.

Controle de queimadas em Apuí, no Amazonas — Foto: Divulgação/CBMAM
Controle de queimadas em Apuí, no Amazonas — Foto: Divulgação/CBMAM

Fumaça pode voltar ao sul do país, diz especialista

A pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Ane Alencar, afirmou que os rios voadores — corredores de massas de ar que transportam a umidade da Amazônia para outras partes do país — podem contribuir para a dispersão da fuligem das queimadas. Na semana passada, uma nuvem de fumaça chegou até o sul do Brasil, afetando 10 estados.

“A Amazônia desempenha um papel crucial para o restante do país por meio dos rios voadores. Quando a região está muito seca, isso impacta esses rios voadores. Além de transportar a umidade, as massas de ar também carregam a fuligem, as partículas de aerossóis e outros materiais liberados pelas queimadas”, explicou.

A pesquisadora também destacou os riscos que a Amazônia enfrenta se continuar experimentando ciclos mais frequentes de queimadas.

Amazonas decreta situação de emergência nas 62 cidades devido à seca e queimadas

“A floresta amazônica não é adaptada ao fogo. Quando ocorrem incêndios, muitas árvores morrem, iniciando um processo de degradação. Se essa situação persistir, a degradação só tende a piorar, pois a floresta necessita de tempo para se recuperar”, alertou.

“E com isso, o impacto é a mortalidade das árvores, tem impacto, ainda, no estoque de carbono, na biodiversidade em si e se esse fogo continuar recorrente, a floresta vai estar mais inflamável, e vai haver um empobrecimento da vegetação, e somente as espécies adaptadas a essas condições vão conseguir se estabelecer nesse lugar”, finalizou.

Governo Federal destinou mais de R$ 450 milhões para combater queimadas e vai contratar brigadistas

O Governo Federal disse que liberou, até agosto deste ano, R$ 405 milhões do Fundo Amazônia para apoiar o Corpo de Bombeiros dos estados da Amazônia Legal. Além disso, R$ 785 milhões do programa União com Municípios foram destinados para ações de combate ao desmatamento e incêndios em 70 municípios prioritários.

Ainda segundo o Governo, o presidente Lula sancionou, em julho deste ano, um projeto de lei que regulamenta o manejo integrado do fogo no país.

No início da semana, o Palácio do Planalto também autorizou a contratação de brigadas federais temporárias para a prevenção e o combate aos incêndios florestais em 19 estados e no Distrito Federal.

A medida foi oficializada por meio de uma portaria do Ibama, que autoriza o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) a estruturar brigadas em um conjunto de cidades brasileiras afetadas pelas queimadas, com estruturas e tamanhos diversos.

Os municípios contemplados estão nos estados do Amapá, Acre, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Maranhão, Tocantins, Pernambuco, Pará, Paraná, Piauí, São Paulo, Roraima, Rondônia e Rio de Janeiro, além do Distrito Federal.

Segundo o Planalto, as brigadas variam em tamanho e as equipes podem ser compostas por chefes de brigada, chefes de esquadrão e brigadistas — em quantidades que variam entre dez e 25 profissionais, em alguns casos.

Queimadas no Pantanal - crânio de crocodilo queimado é visto em Corumbá (Mato Grosso do Sul), em 10 de junho de 2024. — Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino
Queimadas no Pantanal – crânio de crocodilo queimado é visto em Corumbá (Mato Grosso do Sul), em 10 de junho de 2024. — Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino

Informações: g1.

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Prejuízos com queimadas em São Paulo ultrapassam R$ 1 bilhão

Cinco setores agropecuários tiveram os prejuízos mais acentuados; 22 municípios seguem em alerta

A pecuária, a cana-de-açúcar, a fruticultura, a heveicultura (cultivo de seringueiras) e a apicultura foram os setores da agropecuária paulista que mais tiveram perdas com as queimadas registradas na última semana no estado de São Paulo.

Os dados, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) do estado, mostram que os prejuízos de toda a agropecuária paulista ultrapassam R$ 1 bilhão.

Credito – Canal Rural.

“As queimadas provocaram prejuízos de mais de R$ 1 bilhão ao agro paulista, com a queima de lavouras, pastagens e até morte de animais, conforme levantamento da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo”, destacou a pasta em comunicado.

Áreas em alerta com queimadas

A secretaria destacou que a Defesa Civil do estado manteve 22 áreas do estado em alerta para queimadas mesmo com a chegada de uma frente fria que trouxe chuva e derrubou as temperaturas na Região Sudeste.

Permanecem em alerta as regiões dos seguintes municípios:

  • Andradina;
  • Araçatuba;
  • Assis;
  • Barretos;
  • Bauru;
  • Campinas;
  • Campos do Jordão;
  • Franca;
  • Guaratinguetá;
  • Iperó;
  • Itapeva;
  • Jales;
  • Jaú;
  • Jundiaí;
  • Marília;
  • Ourinhos;
  • Presidente Prudente;
  • Ribeirão Preto;
  • São Carlos;
  • São José do Rio Preto;
  • Sorocaba, e
  • Votuporanga

A SAA informou ainda que disponibilizou R$ 110 milhões para os produtores rurais paulistas afetados pelo fogo por meio do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap). Para ter acesso ao crédito, o produtor deverá procurar a Casa da Agricultura de seu município.

Informações: Canal Rural / Imagem destaque: divulgação.

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