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Cassilândia recebe representantes da Reflore MS em evento sobre expansão florestal e oportunidades para pequenos produtores

A discussão também abordou o avanço da chamada “Rota da Celulose”, com grandes investimentos já confirmados nos municípios de Inocência, Três Lagoas e Ribas do Rio Pardo

A Prefeitura de Cassilândia, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente, promoveu na noite desta segunda-feira (27) o Happy Hour Empresarial com o tema “Expansão Florestal e Celulose na Costa Leste”.

O evento contou com a presença de representantes da Reflore MS, associação que lidera a articulação do setor florestal em Mato Grosso do Sul, e proporcionou um espaço de diálogo direto entre especialistas e empresários locais, mediado por Diógenes Marques (consultor da Agência de Desenvolvimento da Costa Leste).

Durante o talk show, Júnior Ramires, presidente da Reflore MS, e o vice presidente Moacir Reis esclareceram dúvidas do público e desmistificaram pontos relacionados ao uso do solo para a silvicultura, como o impacto ambiental, a compatibilidade com outras atividades e as possibilidades de arrendamento sustentável. Ambos reforçaram que é possível organizar pequenos produtores em grupos (considerando aspectos geográficos e logísticos) para negociar diretamente com grandes empresas de celulose, ampliando as chances de inserção no mercado florestal.

A discussão também abordou o avanço da chamada “Rota da Celulose”, com grandes investimentos já confirmados nos municípios de Inocência, Três Lagoas e Ribas do Rio Pardo, que têm ampliado a presença do setor na região e gerado novas oportunidades em toda a cadeia produtiva — do arrendamento de terras à prestação de serviços logísticos, alimentação e manutenção.

Além de promover o desenvolvimento econômico, os palestrantes destacaram que é fundamental garantir que a população local seja beneficiada, por meio da melhoria na qualificação profissional e do fortalecimento do comércio local, incentivando iniciativas que preparem empreendedores, fornecedores e trabalhadores para atender a essa nova demanda.

A mediação do encontro favoreceu perguntas diretas do público, fortalecendo o vínculo entre os produtores, empresários e as lideranças do setor florestal. A Prefeitura de Cassilândia reafirma seu compromisso com o desenvolvimento sustentável, buscando caminhos para que grandes investimentos também gerem oportunidades reais para a população local.

Além de representantes de entidades e empresários locais, o evento também recebeu representantes comerciais de empresas de Campo Grande e Paranaíba.

Happy Hour Empresarial e o Desenvolvimento de Cassilândia – Inspirado em eventos do Sebrae com proposta de troca de experiências e fomento a oportunidades regionais como “Café com Negócio”, “Sebrae Conecta” e “Sebrae Talks”, o Happy Hour Empresarial será promovido periodicamente pela SEDEMA (Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente de Cassilândia), sempre convidando especialistas em negócios com foco em apresentar oportunidades de investimentos para empresários que queiram investir em Cassilândia.

Informações: Notícias do Cerrado.

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Câmara da Indústria de Base Florestal discute desafios ambientais e regulatórios

FIEMG debate políticas ambientais, o programa 360 e a certificação da madeira tratada

A Câmara da Indústria de Base Florestal da FIEMG se reuniu, no dia 28 de maio, na sede da FIEMG, em Belo Horizonte, para debater questões fundamentais para o setor florestal e o meio ambiente. O evento contou com a participação de empresários, especialistas e representantes do setor público, com o objetivo de discutir soluções para os desafios enfrentados pela indústria florestal em Minas Gerais.

O Fausto Varela Cançado, presidente da Câmara da Indústria de Base Florestal e do SINDIFER, iniciou os debates destacando a relevância do diálogo entre o setor empresarial e o poder público para promover políticas favoráveis ao desenvolvimento da indústria florestal. Ele também abordou as dificuldades enfrentadas pelas empresas devido a algumas políticas públicas que, segundo ele, podem impactar negativamente a competitividade do setor. “Estamos atravessando uma situação difícil e que continua a se agravar. O setor empresarial tem sido submetido a desafios constantes. A redução da jornada de trabalho, por exemplo, poderia afetar gravemente as empresas, especialmente aquelas que necessitam de maior tempo de operação ou que funcionam em regime de 24 horas”, afirmou Cançado.

O primeiro tema da reunião foi a Conferência Nacional de Meio Ambiente, tema abordado por Nathalia Martins, analista ambientalista da GMA FIEMG. Ela apresentou os avanços das discussões e os desafios das políticas ambientais, ressaltando a importância da conferência para o futuro das regulamentações que afetam o setor florestal. “Na conferência, discutimos mais de 100 propostas, algumas dessas propostas foram priorizadas pelos delegados, e muitas delas foram levadas para análise e priorização pelo governo federal na COP 30. Apesar do caráter predominantemente ambientalista da conferência, a FIEMG trabalhou para equilibrar as propostas, representando os interesses do setor produtivo, e buscando garantir que as propostas que afetam o setor florestal sejam mais equilibradas”, explicou Martins.

Em sequência, a analista destacou a importância do programa 360 da FIEMG, que visa garantir a representatividade da indústria nas audiências públicas, especialmente em questões ambientais. “O programa 360 foi criado para garantir que a voz da indústria fosse ouvida nas audiências públicas, onde historicamente o viés ambientalista dominava as discussões. O programa é voluntário e conta com cerca de 900 participantes, que defendem projetos da indústria, buscando equilibrar as discussões e fortalecer a posição do setor”, explicou Martins.

Ela também ressaltou a relevância da participação da FIEMG nas audiências, como a que discutiu o projeto de alteamento de barragem da Anglo American, fundamental para a continuidade das operações da mineradora e para o desenvolvimento econômico da região.

Seguindo, foi apresentado a Minuta de Deliberação Normativa CERH-MG foi apresentada, discutindo a suspensão e cassação das outorgas de direito de uso de recursos hídricos devido ao não-pagamento da cobrança pela utilização desses recursos. O debate gerou reflexões sobre os impactos dessa medida para a sustentabilidade da indústria florestal e alternativas para garantir o uso responsável da água no setor.

A reunião também abordou a certificação para madeira tratada, com a apresentação do PROMAT, que explicou o processo de certificação desenvolvido em parceria com a ABNT, visando padronizar e garantir a qualidade do produto final.

Informações: Imprensa FIEMG

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Gigante da celulose ignora escassez de moradias no entorno de megafábrica em MS

Suzano construiu quase mil casas em Ribas. A Arauco fará em torno de 700 em Inocência. A Bracell não menciona a questão habitacional em Bataguassu

Ao contrário das outras gigantes do setor da celulose, a Bracell, empresa brasileira controlada por empresários asiáticos, não tem previsão, pelo menos por enquanto, de investir na construção de casas para abrigar futuros funcionários que vão trabalhar na fábrica de celulose de R$ 16 bilhões que deve ser construída em Bataguassu. 

A previsão é de que a licença de instalação seja concedida até o fim do ano e os trabalhos de terraplanagem comecem ainda no primeiro semestre do próximo ano. As obras devem se estender por 38 meses. 

Mas, desde agora já existe escassez de  imóveis residenciais para compra ou arrendamento em Bataguassu e até nas cidades paulistas mais próximas. 

Funcionários da Bracell que atuam em outras cidades que tinham a transferência de endereço prevista para meados e final deste ano já foram avisados que por enquanto deverão continuar morando nas cidades onde estão. Isso porque faltam imóveis para moradia na região.

No estudo sobre os impactos do empreendimento bilionário disponibilizado em meados de abril pela empresa não existe nenhuma menção sobre um possível investimento para mitigar o problema habitacional que virá junto com o empreendimento, já que até 12 mil pessoas vão trabalhar no pico das obras e duas mil vão atuar depois que a fábrica entrar em operação. Fala-se somente sobre alojamentos provisórios.

CONCORRÊNCIA

Em Inocência, onde a chilena Arauco está investido em torno de R$ 25 bilhões na construção de uma fábrica que terá capacidade para produzir 3,5 milhões de toneladas de celulose por ano partir do final de 2027, a empresa anunciou a construção de cerca de 700 casas para abrigar parte dos futuros trabalhadores. Além disso, providenciou alojamentos para os temporários.

Em Ribas do Rio Pardo, onde a Suzano investiu R$ 22,3 bilhões na construção da fábrica que entrou em operação em julho do ano passado e que tem capacidade para até 2,55 milhões de toneladas por ano, a própria empresa construiu 954 unidades habitacionais para ajudar a mitigar a especulação imobiliária que havia tomado conta da cidade. 

Foram 551 casas de 46 metros quadrados (dois quartos) e 403 com 59,3 metros quadrados (três quartos). Conforme anúncio feito em meados de 2023, não haveria cobrança de aluguel e os moradores teriam apenas uma coparticipação por meio do pagamento de uma taxa de uso do imóvel.

E este empreendimento foi feito nos moldes daquilo que já existia em Três Lagoas, onde também havia falta de imóveis e a Suzano construiu casas para frear a especulação imobiliária. A Fábrica da Suzano em Três Lagoas entrou em operação em 2009.

“Esta ação é baseada na experiência positiva obtida pela companhia na construção da primeira fábrica em Três Lagoas, em que os imóveis construídos pela empresa colaboraram para suprir a demanda do setor imobiliário do município”, destacou a assessoria da Suzano. 

A empresa não revelou o valor  investindo no projeto habitacional, mas informou que existe a possibilidade de os imóveis serem vendidos para os futuros moradores. Por conta do aumento na procura, o valor dos arrendamentos e dos próprios imóveis chegou a subir 400% em Ribas.

“Num primeiro momento, as casas não serão vendidas. As pessoas vão usufruir dos imóveis e, futuramente, em data ainda não definida, eles estarão disponíveis para compra pelos moradores/colaboradores, com valores diferenciados e condições especiais de pagamento”, informou a Suzano.

BATAGUASSU

No estudo que aponta os impactos do empreendimento em Bataguassu, município com 24 mil habitantes, a Bracell traz detalhes apenas sobre os alojamentos para os trabalhadores transitórios. A previsão é de que sejam até 12 mil operários, para os quais serão construídos dois alojamentos, cada um com capacidade para até cinco mil pessoas. 

O estudo não aponta o local exato onde serão instalados estes alojamentos, mas aponta que será fora da cidade. “Quanto à acomodação dos profissionais que vierem de fora da região durante a fase de implantação do empreendimento, a BRACELL utilizará alojamentos próprios para acomodá-los visando não sobrecarregar o sistema atual de saneamento referente à água potável, energia elétrica e esgoto.” 

O Correio do Estado procurou a Bracell e, em nota, informou que “está em fase de estudo ambiental, etapa fundamental para subsidiar a decisão sobre a possível instalação de uma unidade industrial em Mato Grosso do Sul. Caso o projeto avance, a empresa adotará medidas estruturadas de suporte aos colaboradores, alinhadas ao desenvolvimento sustentável e às necessidades locais”. 

Informações: Correio do Estado.

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CMPC: investimentos injetam otimismo para futuro da celulose no Rio Grande do Sul

Estado é o quinto do País em número de unidades produtivas de celulose e papel, com 8% do total nacional

A indústria gaúcha de celulose está impregnada de positividade desde o anúncio do aporte de R$ 24 bilhões pela CMPC em uma nova unidade em Barra do Ribeiro, no ano passado — decisão mantida pela multinacional chilena mesmo depois da catástrofe climática da enchente de maio. Presidente do Sindicato das Indústrias de Celulose, Papel, Papelão, Embalagens e Artefatos de Papel, Papelão e Cortiça do RS (Sinpasul), Celso Basso destaca que a nova unidade somada à já existente, em Guaíba, tornará a região o maior polo de celulose do mundo. “Em nenhum lugar no mundo existem duas fábricas tão perto produzindo quantidades tão relevantes”, garante.

Para o dirigente, o Rio Grande do Sul despertou para uma vocação, deixando definitivamente para trás um passado no qual o segmento foi ignorado, quando floresta plantada, segundo ele, era “demonizada”, o que fez a economia gaúcha perder oportunidades envolvendo instalação de empresas. Atualmente, as perspectivas são completamente diferentes.

“O Estado despertou para esta vocação, pois possui solo, clima, topografia, cultura e tradição local para o cultivo das florestas plantadas. Os investimentos previstos posicionam o Rio Grande do Sul como um novo polo estratégico da indústria global de base florestal”, avalia Basso, otimista.

Segundo Sinpasul, o Estado é o quinto do País em número de unidades produtivas de celulose e papel, com 8% do total nacional. Estaria próximo a 1 milhão de hectares de área de florestas plantadas, apenas 4,5% de área dedicada ao agronegócio, comparativamente, o que indica que há espaço para progredir.

Logística, infraestrutura e mão de obra especializada são os obstáculos à vista neste horizonte tão promissor. Basso destaca a dependência do modal rodoviário, a falta de investimento em ferrovias e hidrovias, além dos danos às estradas causados pela enchente do ano passado. E lamenta o Estado ter apenas um porto marítimo, em Rio Grande, enquanto Santa Catarina tem vários portos, além de diversos terminais de uso privado.

Para combater a falta de mão de obra, o dirigente afirma que o Sinpasul, como filiado à Fiergs, vem apoiando a iniciativa de criação de escolas pela federação, do fundamental ao profissionalizante.

Efeito da CMPC

No ano passado, a CMPC anunciou o Projeto Natureza, um aporte de R$ 24 bilhões que será implementado no município de Barra do Ribeiro. A nova unidade industrial terá capacidade para produzir 2,5 milhões de toneladas de celulose por ano. O cronograma não foi afetado pelo evento climático. Com início em 2026, as obras devem gerar 12 mil empregos (e, depois, cerca de 1,5 mil nas operações). A entrada em operação está prevista para 2029.

O empreendimento prevê investimentos em quatro áreas fundamentais da economia gaúcha: silvicultura sustentável; infraestrutura logística; produção industrial avançada; e conservação cultural e ambiental.

Em sua planta de Guaíba, a companhia concluiu o Projeto BioCMPC, com investimento de R$ 2,75 bilhões, que resultou na atualização de equipamentos e em um aumento de 18% na capacidade de produção, reforçando o compromisso da empresa com a sustentabilidade e inovação tecnológica. Em 2024, pelo segundo ano consecutivo, foi reconhecida como a empresa florestal mais sustentável do mundo, de acordo com o Índice Dow Jones de Sustentabilidade.

‘Setor é referência em sistema alinhado a ESG’, diz Antonio Lacerda, diretor da CMPC no Brasil

‘Acrescentamos mais de 12 mil hectares de áreas produtivas no Estado’

Jornal do Comércio – Como a empresa avalia a situação da indústria de celulose e papel no RS?

Antonio Lacerda – O setor vem se tornando cada vez mais protagonista no Estado. São gerados milhares de empregos e é promovido um incremento ao PIB. Também há uma contribuição em temas de sustentabilidade, já que o setor é referência em sistema produtivo alinhado às práticas de ESG.

JC – Quais são os principais desafios enfrentados hoje pelo setor?

Lacerda – Entre os desafios a serem superados, destaco a necessidade de ampliação da nossa base florestal. Temos trabalhado fortemente neste sentido, visando atender a produção atual e, em especial, sustentar a demanda que virá após a execução a pleno do Projeto Natureza CMPC. Em 2022 lançamos o RS Renda, um programa de fomento florestal que oportuniza que produtores rurais passem a integrar a cadeira de negócios da CMPC. Para isso, estabelecemos parcerias com o intuito de aumentar o volume de agricultores plantando eucalipto. Em 2024, acrescentamos mais de 12 mil hectares em áreas produtivas no Estado. Esse indicador demonstra que a comunidade rural gaúcha percebe valor em nossa proposta.

JC – A logística e a infraestrutura do RS têm atendido às necessidades da cadeia produtiva?

Lacerda – Do ponto de vista hidroviário, a nossa unidade industrial de Guaíba já conta com um porto próprio, que recebe madeira da região Sul e carrega celulose para o Porto de Rio Grande. Essa logística por hidrovia evita que ocorram 100 mil viagens de caminhão por ano, diminuindo a emissão de carbono e minimizando o risco de acidentes rodoviários. No caso das rodovias, existem estradas que já se encontram em estágio de duplicação, como as BRs 290 e 116, que são vias por onde passa grande parte do volume transportado pela nossa operação florestal. Essas obras são de extrema importância para viabilizar o Projeto Natureza CMPC, além de contribuírem na infraestrutura logística e competitividade.

JC – Como a empresa tem contribuído para melhorar a qualificação da mão de obra do setor?

Lacerda – Buscamos capacitar a mão de obra local. Um exemplo é o Curso Técnico em Celulose e Papel, que desenvolvemos há mais de 45 anos para a população vizinha às nossas operações, sempre de forma gratuita. Através de uma formação de 18 meses, o objetivo é habilitar profissionais para que possam disputar futuras oportunidades no mercado de trabalho, na companhia ou outras empresas.

Cenário nacional

  • A celulose fechou 2024 com alta de 33,2% nas exportações, na comparação com o ano anterior, chegando ao recorde de US$ 10,6 bilhões.
  • O Brasil registrou recorde de 25,5 milhões de toneladas de celulose em 2024, alta de 5,2% na comparação com 2023. A produção de papel também foi recorde no ano passado, atingindo 11,3 milhões de toneladas, alta de 4,6%.
  • O setor de árvores cultivadas é um dos motores da economia brasileira, com 4,7% de participação no total de exportações do país em 2024 (1% acima do resultado de 2023), além de ser o quarto item da pauta de exportações do agro brasileiro. Em 2024, o setor aumentou sua participação no total vendido ao exterior pelo agronegócio, chegando em 9,5% (em 2023 era de 7,6%).

Fonte: Mosaico Ibá, boletim produzido pela Indústria Brasileira de Árvores.

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Projeto da Unicentro ajuda a mapear riquezas e potenciais florestais do Paraná

Pesquisadores da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) têm instruído pequenos agricultores a fazer manejo florestal sustentável em propriedades rurais na região Centro-Sul do Paraná. O projeto Imbituvão, que funciona há mais de 15 anos, trabalha nas frentes de pesquisa e extensão com o foco em ações na Floresta Ombrófila Mista. Além do plantio de grãos e criação de animais, comuns na região, o projeto permite a expansão das possibilidades de renda dos agricultores com o cultivo de árvores e apicultura.

Com ajuda do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), o projeto mapeou 36 propriedades rurais com potencial de trabalhar o manejo florestal na região da bacia hidrográfica do Rio Imbituvão. Dessas terras, 24 passaram a integrar os experimentos do projeto, totalizando 9,54 hectares distribuídos em 53 parcelas permanentes de Floresta Ombrófila Mista.

A primeira fase do Imbituvão focou no diagnóstico das propriedades selecionadas. “A ideia inicial do projeto era fazer um manejo experimentalmente nos remanescentes de floresta com araucária nas pequenas propriedades, para provar que ele funciona, não desmata, é viável e conserva a floresta”, explica o coordenador do Imbituvão, professor Afonso Figueiredo Filho. “Quando fizemos o inventário, para avaliar o que tínhamos no momento, nos preocupamos de instalar essas parcelas para monitorar a dinâmica da floresta”.

A primeira medição feita pela equipe foi em 2011, com esse processo sendo refeito a cada três anos para acompanhamento. “Para fazer um manejo florestal, você precisa conhecer o estoque de madeira que a floresta tem, saber como ela cresce. Se você vai cortar uma certa quantidade de madeira, vai colher uma certa quantia de árvores, você tem que saber qual é a capacidade que a floresta tem de repor o que você cortou e em quanto tempo ela faz isso”, explica.

As saídas a campo do projeto permitem coletar fragmentos de diversas espécies, que são analisadas no Laboratório de Manejo Florestal e resultam em dezenas de pesquisas científicas de mestrado e doutorado. “A gente aproveita a extensão para fazer pesquisa. Tudo o que a gente faz lá, em geral, gera dados para pesquisa”, afirma.

Entre as atividades desenvolvidas pela equipe do Imbituvão estão inventários florestais, produção e plantio de mudas, enriquecimento e manejo florestais, educação ambiental nas escolas e investimentos nas associações de apicultores e agricultores.

O projeto está auxiliando na instalação e manutenção de colmeias para a produção de mel em Fernandes Pinheiro. “O projeto deu um apoio muito forte à Associação de Apicultores e Meliponicultores de Fernandes Pinheiro, a Amfepi, assumindo o encaminhamento de projetos para construir uma unidade de beneficiamento de mel. Nós equipamos essa unidade com os acessórios necessários para trabalhar com mel”, conta Afonso.

História – A ideia do Imbituvão surgiu ainda em 2009, quando o professor recebeu Thorsten Beimgraben, docente da Universidade de Rottenburg, na Alemanha, para uma visita às instalações da Unicentro. Mais tarde, a aproximação das universidades rendeu um acordo para o intercâmbio de estudantes e professores via Programa de Parcerias Universitárias Brasil-Alemanha (Unibral).

A instituição alemã fez os primeiros investimentos no Imbituvão, que depois conquistou recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e hoje conta com financiamento da Unidade Gestora do Fundo Paraná (UGF), através da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti).

Ao longo dos 15 anos, dezenas de professores e cerca de 60 estudantes de graduação e mais 60 profissionais recém-formados já passaram pela equipe.

Um deles foi o engenheiro florestal Alison Margraf, que atuou como bolsista do Imbituvão por quatro anos – dois durante a graduação e outros dois como profissional. Para ele, integrar as ações do projeto agregou aprendizados a mais na sua formação. “As trocas de experiências com os produtores rurais fizeram eu conhecer novas culturas, ampliando a minha visão de mundo. Vivenciar a engenharia florestal na prática ajudou a desenvolver uma melhor compreensão dos conhecimentos teóricos estudados na sala de aula”, pontua.

Outra ação de destaque do Imbituvão foi a ajuda a agricultores da região na adesão ao projeto Estradas com Araucárias, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com apoio do Governo do Estado. A iniciativa incentivou financeiramente produtores rurais a plantar araucárias na beira de estradas e nos limites de suas propriedades, pagando R$ 1 mil a cada 100 araucárias plantadas por ano. Os recursos são oriundos de empresas que pagam multas como compensação dos gases de efeito estufa que emitem.

Ações e desafios – Atualmente em sua quinta fase, o Imbituvão tem trabalhado com o controle da uva-do-japão. Segundo Afonso, essa é uma espécie invasora, que atrapalha o crescimento de outras árvores nativas, como as araucárias. “Ela compete com as outras espécies em desigualdade, porque ela avança muito, cresce em qualquer lugar e bastante. A ideia é manejar a uva-do-japão para tentar controlar a expansão, mas gerando alguma coisa para o pequeno proprietário e analisando o efeito disso na evolução da floresta”, descreve.

O agricultor João Taiok, que é representante da Associação dos Agricultores São João Batista do Assungui, conta que a equipe do Imbituvão fez o manejo florestal na região de atuação da entidade, com o plantio de eucaliptos para recuperação de áreas degradadas e o controle da uva-do-japão. “Essas atividades beneficiaram os produtores rurais de várias maneiras. Com a retirada da uva-do-japão, trouxe um proveito econômico para os agricultores da Associação, além de fortalecer a atividade produtiva do eucalipto”, avalia.

A equipe do Imbituvão também tem trabalhado com plantio de mudas de araucárias, erva-mate e outras espécies. Três propriedades têm sido espaço desses últimos experimentos, localizadas nos municípios de Ivaí, São Mateus e Inácio Martins.

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ANTT declara de utilidade pública área para novo ramal ferroviário em Inocência (MS)

Projeto da chilena Arauco prevê ligação à Malha Norte e envolve investimento de US$ 4,6 bilhões em fábrica de celulose

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) declarou de utilidade pública a área necessária para a implantação de um novo ramal ferroviário no município de Inocência, a 337 km de Campo Grande. A medida foi publicada nesta terça-feira (28) no Diário Oficial da União e autoriza o início do processo de desapropriação dos imóveis localizados no traçado do projeto.

O trecho, denominado EF-A35, terá 47 km de extensão e será executado pela empresa Arauco Celulose do Brasil S.A., subsidiária do grupo chileno Arauco. A ferrovia ligará a nova planta industrial da empresa diretamente à Malha Norte (EF-364), que conecta Santa Fé do Sul (SP) a Rondonópolis (MT).

A decisão foi emitida pela Superintendência de Transporte Ferroviário da ANTT e oficializa o aval ao anteprojeto apresentado pela Arauco. Com a declaração, a empresa está autorizada a promover desapropriações em nome da União, inclusive com possibilidade de pedir posse antecipada dos terrenos em casos de urgência.

O ramal integra o Projeto Sucuriú, iniciativa que marca a entrada da Arauco no setor de celulose no Brasil. A fábrica está em construção a cerca de 50 km da sede de Inocência, próxima ao rio Sucuriú e à rodovia MS-377, com previsão de operação para o último trimestre de 2027. O investimento estimado é de US$ 4,6 bilhões, com capacidade produtiva de 3,5 milhões de toneladas de celulose por ano.

Apesar da autorização, a empresa ainda deverá cumprir todas as exigências ambientais e legais junto aos órgãos competentes antes de iniciar as obras.

Informações: Rede Jota FM.

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Nova direção IPEF: foco na consolidação e referência no setor florestal!

Dando sequência ao planejamento estratégico construído nos últimos anos, o Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (IPEF) inicia a renovação de sua liderança institucional voltada à consolidação do papel do Instituto como referência em pesquisa, inovação e cooperação para o setor florestal brasileiro.

Durante a 34ª Assembleia Geral Extraordinária, realizada em abril, Robinson Cannaval Júnior assume oficialmente a Direção Executiva do IPEF, sucedendo o Prof. Dr. José Otávio Brito, que encerra um legado de décadas de contribuição para o fortalecimento da pesquisa florestal no Brasil. Formado em Engenharia Florestal pela ESALQ/USP, Robinson tem mais de 30 anos de experiência no setor, com atuação em áreas como sustentabilidade, operações fabris e florestais, biotecnologia, comércio internacional e inovação, além de especializações em gestão, liderança e estratégia, no Brasil e no exterior.

Entre os principais objetivos da nova gestão estão implementar o plano estratégico revisado e aprovado em 2024, ampliar a geração de valor por meio da sustentabilidade e produtividade florestal, fortalecer a comunicação institucional, atrair novas empresas associadas e aproximar o IPEF de centros de pesquisa e inovação, no Brasil e internacionalmente.

Tivemos também uma transição na presidência do Conselho Deliberativo do IPEF, agora sob comando de Darlon Orlamunder de Souza, da Klabin S.A., que sucede Douglas Seibert Lazaretti, da Suzano. Darlon deseja sucesso à nova gestão e reforça o compromisso com o protagonismo científico do Instituto:

Douglas Seibert, que esteve à frente do Conselho por quatro anos, contribuiu ativamente para a construção do plano estratégico e para o fortalecimento da governança do IPEF e também comenta sobre a continuidade do trabalho que já foi feito:

“Com um olhar voltado à evolução, o IPEF segue fortalecido, alinhado às demandas do setor e comprometido em gerar ainda mais valor por meio da ciência, da cooperação e da inovação florestal.”

Informações: IPEF.

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Reflorestar amplia presença nacional com nova operação no Espírito Santo

Empresa inicia atividades em São Mateus com preparo de solo e adubação e realiza, pela primeira vez, operação com tratores de pneu

A Reflorestar Soluções Florestais dá mais um passo em sua estratégia de crescimento nacional ao iniciar uma nova operação no município de São Mateus, no Espírito Santo. Esta é a primeira vez que a empresa atua no estado com um contrato de longa duração. As atividades já começaram com o preparo de solo utilizando tratores de pneu e, na sequência, será feita a adubação de base e marcação de bacia.

Além de representar a entrada da Reflorestar no Espírito Santo, a operação também inaugura uma nova frente técnica para a empresa, que pela primeira vez utiliza tratores de pneu em suas atividades. São três máquinas de 200 cavalos equipadas com subsoladores, responsáveis pela abertura das caixas de plantio em uma área plana de aproximadamente 1.200 hectares por mês. O contrato prevê cinco anos de atuação, reforçando a capacidade da empresa de oferecer soluções completas para todas as etapas da silvicultura.

“Embora o uso de tratores de pneu seja uma prática comum no mercado, essa operação reforça a nossa capacidade de atuar em toda a cadeia da silvicultura, adaptando nossas soluções às necessidades de cada cliente. Entrar no Espírito Santo com esse modelo de serviço é estratégico e mostra que estamos preparados para enfrentar qualquer desafio”, destaca Paulo Gustavo Souza, gerente de silvicultura da Reflorestar.

Adubação

Na segunda etapa da operação, a Reflorestar dará início à adubação de base e marcação de bacia, fase essencial para garantir o bom desempenho das mudas. O adubo será aplicado diretamente nas caixas abertas durante a subsolagem, permitindo que os nutrientes sejam incorporados ao solo de forma mais eficiente. Essa técnica favorece o enraizamento, acelera o crescimento inicial das plantas e contribui significativamente para a formação de florestas mais produtivas e saudáveis. Serão cerca de 1.200 hectares por mês nesta fase. Para isso, serão utilizados três tratores de 150 cavalos.

Para garantir a excelência na execução das atividades e acompanhar a nova demanda, a empresa está estruturando uma base local robusta. Serão contratados cerca de 35 colaboradores, além da aquisição de tratores, ampliando a frota destinada ao atendimento da operação no Espírito Santo. Essa mobilização reforça o compromisso da Reflorestar com a qualidade dos serviços prestados e com o desenvolvimento regional.

“Acreditamos que essa operação nos trará ainda mais visibilidade no setor. Estamos com uma equipe técnica altamente capacitada, pronta para entregar resultados consistentes e reforçar o posicionamento da Reflorestar como referência em soluções florestais completas”, conclui Paulo Gustavo Souza, gerente de silvicultura da empresa.

Sobre a Reflorestar

Empresa integrante do Grupo Emília Cordeiro, especializada em soluções florestais, incluindo silvicultura, colheita mecanizada, carregamento de madeira e locação de máquinas. Atualmente com operações em Minas Gerais, Bahia, São Paulo, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul, ela investe em capacitação técnica e comportamental, gestão integrada e confiabilidade dos equipamentos para oferecer as soluções mais adequadas para cada particularidade dos clientes.

Fundada em 2004 no Vale do Jequitinhonha (sede em Turmalina, MG), originou-se da paixão pelo cuidado com o solo e o meio ambiente. Com 20 anos de atuação, a Reflorestar se consolidou no mercado pela visão inovadora no segmento florestal e pela oferta de serviços de qualidade, atendendo clientes em todo o Brasil. Para mais informações, visite o site da Reflorestar .

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Exclusivo – Senta que lá vem história: a criação do curso de Engenharia Florestal no Brasil

*Artigo de Cícero Ramos.

Você já parou para pensar por que foi criado o curso de Engenharia Florestal no Brasil? Por que uma graduação tão específica? Será que outras formações já existentes não poderiam suprir essas demandas?

A resposta está na complexidade dos ecossistemas florestais, que não podem ser plenamente atendidos por abordagens generalistas. As florestas exigem precisão em cada intervenção: demandam conhecimento técnico, visão clara do presente e compromisso com o futuro.

A história da Engenharia Florestal no Brasil está profundamente ligada à necessidade urgente de gerenciar nossos recursos florestais de forma sustentável, especialmente diante da intensa exploração das florestas brasileiras ao longo do século XX. Era preciso agir com responsabilidade e, para isso, era essencial formar profissionais capacitados para compreender, manejar e conservar os ecossistemas florestais.

Foi nesse contexto que, em 1960, com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e da FAO/SF, o governo brasileiro criou o primeiro curso de Engenharia Florestal do país, em Viçosa (MG). Enquanto países vizinhos já formavam profissionais especializados, o Brasil demorou a reconhecer a importância de formar profissionais capacitados para gerir suas florestas de maneira sustentável.

Em 2025, celebramos 65 anos dessa conquista — e mais do que comemorar, é hora de reconhecer sua importância histórica.

Para compreender plenamente essa trajetória, precisamos voltar no tempo. A escassez gera a invenção, e foi a partir da escassez de madeira que surgiu a ideia do manejo florestal sustentável, com o objetivo de conservar as florestas.

Na Saxônia do século XVII, a madeira era um recurso estratégico, essencial para a mineração e a economia local. No entanto, a exploração descontrolada levou ao risco de esgotamento, exigindo soluções urgentes.

Foi nesse cenário que Hans Carl von Carlowitz (1645–1714), membro de uma família com tradição em silvicultura e que trabalhou como diretor de mineração em Freiberg, apresentou uma proposta inovadora em sua obra Sylvicultura oeconomica, publicada em 1713. No livro, defendeu o uso sustentável das florestas, argumentando que a extração de madeira deveria ser limitada à capacidade de regeneração da floresta, ou seja, não se deve derrubar o estoque de árvores maduras da floresta até que se observe que há crescimento suficiente no local. Carlowitz fundamentou seus argumentos no conceito de “bem comum”, tanto para a comunidade quanto para as gerações futuras, introduzindo, assim, a ideia de sustentabilidade.

Quase um século depois, em 1811, Heinrich Cotta, seguidor das ideias de Carlowitz, fundou a Academia Florestal de Tharandt, na Saxônia, dando início aos estudos acadêmicos em ciências florestais.

Embora países como a Alemanha adotaram técnicas de silvicultura e gestão florestal sustentável desde o século XIX, o Brasil, apesar de abrigar a maior floresta tropical do mundo, seguia explorando seus recursos de forma empírica, sem amparo técnico ou formação especializada.

A primeira tentativa de ensino superior voltado à silvicultura ocorreu em 1875, com a fundação da Escola Agrícola da Bahia, que oferecia cursos para formar Silvicultores, Agrônomos, Engenheiros Agrícolas e Veterinários. No entanto, não existem registros concretos de que essa iniciativa tenha efetivamente formado Silvicultores e a exploração das matas nativas no Brasil continuou sendo realizada de maneira empírica, sem o embasamento técnico necessário.

No Brasil, a conscientização sobre a deficiência do ensino florestal começou a ganhar força nas primeiras décadas do século XX. Em 1929, o agrônomo silvicultor Paulo Ferreira de Souza chamou atenção para a realidade do ensino da Silvicultura no país. Na época, ensino da ciência florestal se limitava à disciplina ou abordagens de Silvicultura, em cursos de Agronomia, sem maiores ênfases.

A situação começou a mudar de forma mais concreta a partir de 1948, quando foi realizada a primeira Conferência Latino-americana de Florestas e Produtos Florestais no Brasil que recomendou a criação de escolas florestais, de grau universitário, para a formação de engenheiros florestais, capazes de realizarem trabalhos de direção, de política florestal, de administrações, etc.

A discussão sobre a necessidade de uma formação florestal mais robusta intensificou-se durante o I Congresso Florestal Brasileiro, organizado pelo Instituto Nacional do Pinho em 1953. Nesse fórum, diversas pautas foram abordadas, e o engenheiro agrônomo Lycio Grein de Castro Vellozo apresentou a questão da “Deficiência do Ensino Superior da Silvicultura no Brasil”. Ele destacou que no programa de Horticultura e Silvicultura, do 3° ano dos cursos de agronomia, era praticamente impossível de ser ministrado em sua totalidade, em virtude da exiguidade de tempo no ano letivo – o qual, sem dúvida, reflete no deficiência dos conhecimentos que deve possuir o agrônomo recém-formado, para enfrentar os problemas práticos de sua profissão.

Dois anos depois, em 1955, o engenheiro agrônomo Batista Benito Calzavara, em sua publicação “Notas sobre Silvicultura”, chamou a atenção para o fato de que apenas duas instituições no país ofereciam disciplinas autônomas de silvicultura, ministradas ao longo de um ano: a Escola de Agricultura de Viçosa, em Minas Gerais, e a Escola de Agronomia do Nordeste. Calzavara criticou essa abordagem fragmentada, considerando inadequado condensar em uma única matéria assuntos tão variados e cruciais. Sua análise reforçava a urgência de um ensino mais robusto e especializado, que pudesse verdadeiramente capacitar os profissionais para enfrentar as complexidades inerentes ao setor florestal.

 Em 1956, o agrônomo silvicultor David de Azambuja lançou a obra “Problemas florestais brasileiros”, editada pelo Serviço Florestal. O livro compilava dados de uma apresentação feita à Comissão de Recursos Naturais da Câmara Federal, revelando um cenário preocupante: em 1955, o Brasil contava com apenas 20 Engenheiros Agrônomos Silvicultores. A carência de técnicos qualificados e a ausência de um programa estruturado de pesquisa florestal eram evidentes. Azambuja propôs, como solução, a criação de estações experimentais florestais distribuídas pelas diferentes regiões brasileiras e mencionou o curso de Tecnologia da Madeira, recém-criado no Instituto Tecnológico de São Paulo, como um passo importante para o fortalecimento do setor.

Essas vozes criaram um coro por mudança, nações vizinhas como Venezuela, Colômbia, Chile e Argentina davam passos largos na formação de engenheiros florestais, deixando claro que o Brasil precisava agir.

A virada aconteceu em 1960 com a criação da Escola Nacional de Florestas em Viçosa-MG, com apoio direto da FAO. Ali nascia oficialmente o curso de Engenharia Florestal no Brasil — um marco fundamental para o desenvolvimento técnico, científico e institucional da área florestal no país (Decreto nº 48.247 de 30 de maio de 1960).

Antes disso, a pesquisa dos recursos florestais eram conduzidos por agrônomos silvicultores, uma vez que a formação de graduação padrão não contemplava o aprofundamento necessário em ciências florestais. Importante notar que a carreira de agrônomo silvicultor era formalmente reconhecida dentro da estrutura do Ministério da Agricultura.

É fundamental reconhecer as contribuições significativas de Helládio do Amaral Melo, atuante em Piracicaba (SP), e Arlindo de Paula Gonçalves, em Viçosa (MG). Ambos exerceram papéis cruciais no processo de estabelecimento e fortalecimento da Engenharia Florestal como campo de estudo e profissão no Brasil.

A FAO teve papel decisivo ao identificar a deficiência no ensino florestal em nível global. Como resultado, a educação profissional e a formação técnica tornaram-se prioridades no programa da Divisão de Silvicultura e Produtos Florestais, conforme detalhado a seguir:

Escolas florestais (FAO,1962a)

Várias instituições de treinamento e escolas florestais com status universitário foram criadas ou auxiliadas pela Latin-American Advisory Group on Research and Training (EPTA), por exemplo, Chile, Libéria e Costa Rica. Mais são esperadas para surgir por meio de projetos do Fundo Especial agora em estágio avançado de preparação, por exemplo, Argentina, Brasil, Irã e Sudão.

Notícias de Pessoal (FAO,1962b)

Uma escola nacional de silvicultura em nível universitário será estabelecida em Viçosa, no estado de Minas Gerais, e operará em estreita coordenação com a Universidade Rural de Minas Gerais. Uma organização de pesquisa florestal também será criada. Ambas ficarão sob a autoridade de um conselho técnico especial que servirá como órgão de planejamento e coordenação para a educação e pesquisa florestal para todo o Brasil.

A organização de pesquisa administrará uma estação de pesquisa florestal estabelecida nas proximidades da escola e dirigirá outras duas estações experimentais administradas pelo Serviço Florestal Federal na região amazônica e na região do pinheiro-do-paraná.

O curso escolar completo cobrirá um período de cinco anos, sendo os dois primeiros anos ocupados com as mesmas matérias básicas ensinadas nas escolas brasileiras de agricultura. Os três anos seguintes serão dedicados inteiramente à silvicultura, com o último ano reservado para estudos especializados.

O recrutamento será feito a partir de duas fontes:

(a) alunos que tenham concluído o ensino médio e tenham sido aprovados em um exame especial em matemática, física, química e biologia: os candidatos aprovados farão o curso completo de cinco anos;

(b) alunos que, após o ensino médio, tenham feito um curso de treinamento que os isente dos dois primeiros anos do curso na escola florestal e que tenham sido aprovados em um exame especial: os alunos desta categoria farão apenas os três últimos anos do curso da escola florestal.

Inicialmente, o objetivo será formar aproximadamente 30 formandos por ano, que é a estimativa do número de pessoas que poderão ser empregadas ou encontrar emprego fora do serviço público.

Algumas atividades da divisão de silvicultura e produtos florestais, 1962-63- FUNDO ESPECIAL DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO: PROJETOS FLORESTAIS ATUAIS (FAO,1963)

1. Argentina – Forestry and watershed management training institute.

2. Brazil – National forestry school.

3. Chile – Institute for development of forest resources and industries.

4. Ecuador – Preinvestment studies for forestry development.

5. Guatemala – Preinvestment survey on forest development.

6. Honduras – Survey of pine forests.

7. Mexico – National forest inventory.

8. Peru – Forestry research and training.

9. Venezuela – Preinvestment study on forestry development.

10. Morocco – Rural economic preinvestment project for the Western Rif.

11. Nigeria – Forestry department, University College, Ibadan.

12. Greece – Preinvestment survey of selected forest areas.

13. Turkey – Preinvestment survey of Antalya region.

14. Turkey – Poplar research institute.

15. Iran – Forestry and range department and forest rangers’ school.

16. Jordan – Forestry development studies and research.

17. Lebanon – Forestry education, training and research.

18. Sudan – Forestry research and education center.

19. Burma – Forest research institute.

20. Ceylon – Preinvestment study on forest industries development.

21. India – Preinvestment study of forest resources.

22. Pakistan – National forestry research and training program.

23. Thailand – Paper pulp materials survey.

Comissão Florestal da América Latina (FAO,1965)

A silvicultura e as indústrias florestais estavam praticamente em sua infância na América Latina há apenas 20 anos. Desde então, houve um desenvolvimento substancial, e a Comissão Florestal Latino-Americana, reunida para sua nona sessão em Curitiba, Brasil, em novembro de 1964, considerou que as Nações-membros poderiam se orgulhar dos avanços que ocorreram nos últimos anos, conforme descrito nos relatórios nacionais de progresso submetidos à reunião e suplementados por declarações de delegados.

No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer para garantir que as florestas da região sejam utilizadas da melhor forma possível. O desenvolvimento futuro deve ser cuidadosamente planejado. Ajuda nesse sentido é uma das funções do grupo consultivo regional FAO/ECLA sobre desenvolvimento da indústria florestal, e a ajuda por meio de projetos do Fundo Especial atingiu um volume considerável. Ao discutir as perspectivas para o futuro, a comissão demonstrou interesse particular nas atividades do novo programa conjunto FAO/BIRD, que deve facilitar a identificação e preparação de projetos para estabelecimento de plantações e desenvolvimento da indústria que seriam aceitáveis para o Banco Internacional ou suas afiliadas, a Agência Internacional de Desenvolvimento e a Corporação Financeira Internacional.

Curitiba, capital do Estado do Paraná, foi selecionada pelo Governo do Brasil como o local para a sessão porque é o centro da área de pinheiros do Paraná e de um complexo de indústrias florestais, e o local da nova Escola Nacional de Silvicultura estabelecida na Universidade Federal com a ajuda do Fundo Especial das Nações Unidas e da FAO. Por esta última razão, a reunião foi aberta pelo Ministro da Educação do Brasil.

Os países que tiveram delegações presentes foram Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, República Dominicana, França (Guiana e Antilhas), Guatemala, México, Holanda (Suriname), Paraguai, Peru, Trinidad e Tobago, Reino Unido (Honduras Britânicas e Guiana), Estados Unidos da América, Uruguai e Venezuela.

Comissão Florestal da América Latina (FAO,1968)

Ao rever o estado da silvicultura na região, a comissão registrou progresso considerável desde sua última sessão no Brasil em 1964. Ainda havia muito a ser feito para incorporar o setor florestal – em um grau compatível com suas potencialidades – nos planos governamentais para o progresso socioeconômico. O planejamento havia se tornado a ordem do dia na América Latina e, em vista dos esforços em direção à integração econômica, era de grande importância que os governos tivessem planos florestais de médio e longo prazo e uma definição clara de sua política florestal. Em países com populações densas e de baixa renda, as vantagens sociais do desenvolvimento florestal devem ter prioridade sobre outros objetivos.

Notícias do mundo-Brasil (FAO,1969)

Estima-se que, há 500 anos, as florestas do Brasil cobriam 83 % do seu território. Em 1962, restava menos da metade de suas florestas. Cerca de 36 milhões de quilômetros quadrados de floresta (uma área quase igual à de todo o subcontinente indiano) foram derrubados ou destruídos pelo fogo. Os valiosos povoamentos de pinheiros do Paraná no sul do Brasil foram intensamente superexplorados e, consequentemente, estão ameaçados de extinção. Essa devastação reflete uma inclinação a considerar a silvicultura apenas em termos de desmatamento, e a madeira meramente como um subproduto natural.

Não é de se estranhar, portanto, que, embora possua os maiores recursos florestais do mundo, o Brasil não tivesse escola de engenharia florestal em 1960 e houvesse uma balança comercial desfavorável em produtos florestais.

A situação era tal que o Governo foi instado a agir. O primeiro passo foi criar uma escola de silvicultura capaz de fornecer uma produção regular de especialistas florestais de altos padrões profissionais em administração, ensino e pesquisa. Em 1960, o Governo, portanto, buscou a ajuda do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e, como resultado, um projeto FAO/SF para o estabelecimento de tal escola foi aprovado e tornou-se operacional em fevereiro de 1962. A contribuição do PNUD foi de $ 1 474 000, enquanto o Governo contribuiu com $ 882 872.

O projeto começou em Viçosa, no estado de Minas Gerais, mas mudou-se para Curitiba, no estado do Paraná, em 1963, onde a escola formou um novo corpo docente na Universidade Federal.

Em 1º de janeiro de 1969, 76 alunos obtiveram o diploma de engenheiro florestal, uma nova qualificação no Brasil, e agora estão todos trabalhando para o governo e outras agências florestais. A cada ano, mais 35 a 50 alunos se qualificarão em um futuro próximo, e o número deve aumentar para 70. Uma agência separada de pesquisa florestal também foi estabelecida na Universidade Federal do Paraná em Curitiba. A Universidade Rural de Viçosa aproveitou o período em que o projeto estava localizado lá para iniciar uma escola florestal própria. Esta escola formou 20 engenheiros florestais em 1968 e 1969, e a Universidade Estadual de São Paulo está planejando iniciar uma escola florestal em nível universitário com um currículo de cinco anos. Uma produção anual de pelo menos 250 técnicos florestais (guardas florestais) é necessária para acompanhar essa expansão no ensino superior florestal.

As estações de pesquisa em Santarém, Curuá, Viçosa e Rio Negro que estão anexadas ao projeto FAO/Fundo Especial fizeram experimentos importantes em seleção de espécies, métodos de plantio, regeneração natural, extração e conversão. Elas também fizeram inventários florestais e realizaram estudos sobre os usos econômicos de produtos florestais.

Enquanto o projeto estava em operação, a imagem pública da silvicultura e sua importância para o país melhoraram muito. O Governo Brasileiro aprovou uma legislação dando substanciais concessões fiscais para replantio e para melhorar o manejo florestal, e a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia está fornecendo suporte financeiro para o desenvolvimento de recursos madeireiros na bacia amazônica. As várias agências governamentais que lidam com silvicultura e produtos florestais foram amalgamadas em um Serviço Florestal.

O projeto ajudou o Governo a formar um núcleo de especialistas florestais brasileiros que já estão ajudando a executar e controlar planos de políticas de longo e médio prazo.

Como um segundo passo, problemas específicos estão sendo enfrentados, particularmente na Amazônia, onde há grande escopo para o desenvolvimento da floresta e da indústria florestal. Uma solicitação de projeto elaborada para auxiliar no atendimento dessas necessidades está sob consideração e, se aceita, será de grande assistência ao Governo.

Comissão Florestal Latino-Americana (FAO,1971)

Foi expressada satisfação com o progresso feito durante os últimos três anos em questões de política florestal, legislação, desenvolvimento institucional e planejamento de desenvolvimento. A Comissão sentiu que o Seminário da FAO de 1968 sobre Desenvolvimento Florestal, Reforma Agrária e Colonização realizado em Brasília, a primeira reunião florestal a ter ocorrido na nova capital do Brasil, deu um impulso considerável à incorporação do setor florestal no planejamento de desenvolvimento de áreas rurais. A Comissão observou com satisfação a melhoria do status dos serviços florestais na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e Cuba. Duas novas faculdades florestais em nível universitário foram estabelecidas (na Bolívia e Honduras), bem como quatro escolas florestais de nível médio (na Colômbia, República Dominicana, Honduras e Peru). As instalações de treinamento no nível médio eram, no entanto, ainda em geral inadequadas para as necessidades da região.

A sustentabilidade não é apenas um princípio da Engenharia Florestal — ela é sua razão de existir. A profissão nasceu com um propósito claro: garantir que as florestas possam continuar oferecendo seus recursos às gerações presentes e futuras, de forma equilibrada, inteligente e responsável.

A madeira e outros produtos florestais são indispensáveis para a humanidade. No entanto, diferentemente de outros recursos, sua produção exige tempo, conhecimento e planejamento. Com o crescimento populacional e a demanda crescente por matérias-primas renováveis, a necessidade de gerir as florestas de forma sustentável se tornou ainda mais urgente.

O conhecimento dos recursos florestais é estratégico para o desenvolvimento e o ordenamento territorial e ambiental do Brasil — e é exatamente nesse contexto que a Engenharia Florestal assume um papel central. Antes da consolidação dessa profissão, a exploração das florestas brasileiras ocorria de forma empírica, desprovida de critérios técnicos. A engenharia florestal contribuiu para os avanços no Código Florestal de 1965, que aperfeiçoou o Código de 1934. Entre os avanços, destaca-se a proibição da exploração empírica das florestas primitivas da região amazônica, que passaram a exigir planos técnicos de condução e manejo florestal — uma das poucas formas de uso econômico do solo que preserva a floresta em pé.

O manejo florestal sustentável é uma das ferramentas mais eficazes para combater o desmatamento ilegal. Ele permite a geração de renda com a extração responsável de produtos florestais, mantém os serviços ecossistêmicos e contribui diretamente para o desenvolvimento social e econômico, especialmente na região amazônica.

A criação do curso de Engenharia Florestal não foi um ponto final — foi o ponto de partida. Desde então, novas escolas surgiram, e a pesquisa florestal conquistou reconhecimento junto ao setor florestal, o melhoramento genético, o controle fitossanitário, o aperfeiçoamento das práticas silviculturais e adoção de técnicas de plantio mais eficientes possibilitaram aumento nos índices de produção. No entanto, os desafios permanecem. O desmatamento ilegal, as mudanças climáticas exigem, cada vez mais, uma atuação técnica, ética e comprometida.

A missão da Engenharia Florestal é clara: promover o equilíbrio entre conservação e desenvolvimento, entre floresta e sociedade. E isso só é possível com profissionais preparados, ciência aplicada e políticas públicas que valorizem o conhecimento técnico como ferramenta de transformação.


*Cícero Ramos é engenheiro florestal e vice-presidente da Associação Mato-grossense dos Engenheiros Florestais.

Fonte de pesquisa:

A ciência florestal de Hans Carl von Carlowitz e a origem da sustentabilidade 2020.  Disponível em: http://www.centralflorestal.com.br/2020/05/a-ciencia-florestal-de-hans-carl-von.html

CALZAVARA, B. B. Notas sobre silvicultura, INSTITUTO AGRONOMICO DO NORTE.

Belém, PA, v. 2, n. 2, p. 46-49, dez. 1955. Disponível em: https://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/978202?mode=simple

DECRETO Nº 5.957, DE 23 DE JUNHO DE 1875. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1824-1899/decreto-5957-23-junho-1875-550048-publicacaooriginal-65657-pe.html

FAO – The Food and Agriculture Organization of the United Nations – An international review of forestry and forest products – Unasylva Number 64 Vol. 16 (1) 1962a disponível em: https://www.fao.org/4/b3200e/b3200e00.htm#Contents

FAO – The Food and Agriculture Organization of the United Nations – An international review of forestry and forest products – Unasylva Number 65 Vol. 16 (2) 1962b disponível em: https://www.fao.org/4/b3200e/b3200e00.htm#Contents

FAO – The Food and Agriculture Organization of the United Nations – An international review of forestry and forest products – Unasylva Number 69 Vol. 17 1963 disponível em: https://www.fao.org/4/f3200e/f3200e00.htm#Contents

FAO – The Food and Agriculture Organization of the United Nations – An international review of forestry and forest products – Unasylva Number 76 Vol. 19 (1) 1965 disponível em: https://www.fao.org/4/21636e/21636e00.htm#Contents

FAO – The Food and Agriculture Organization of the United Nations – An international review of forestry and forest products – Unasylva Number 88 Vol. 22 (1) 1968 disponível em: https://www.fao.org/4/68738e/68738e00.htm#Contents

FAO – The Food and Agriculture Organization of the United Nations – An International Review of Forestry and Forest Products – Unasylva Number 94 Vol. 23 (3), 1969. Disponível em: https://www.fao.org/4/93269e/93269e00.htm#Contents

FAO – The Food and Agriculture Organization of the United Nations – An International Review of Forestry and Forest Products – Unasylva Number 100 Vol. 25, 1971. Disponível em: https://openknowledge.fao.org/server/api/core/bitstreams/40b32ff9-de60-4325-ae8a-0c28fa2b4b3c/content/b3350e00.htm#Contents

VELLOZO, L.G. de C., A Deficiência do Ensino Superior da Silvicultura no Brasil, in Anais do 1º Congresso Florestal Brasileiro, 1954. Disponível em: https://www.celso-foelkel.com.br/artigos/1953_1_Congresso+Florestal+Brasileiro.pdf

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ABTCP prepara 57.º Congresso de Celulose e Papel

Pessoas e biocombustíveis pautam programação do evento anual dedicado a debater caminhos estratégicos para o setor de árvores cultivadas

Promovido pela Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (ABTCP) entre os próximos dias 14 e 16 de outubro, o 57.º Congresso Internacional de Celulose e Papel — ABTCP 2025 apresenta como pauta central Pessoas e Biocombustíveis: construindo o futuro sustentável da indústria de base florestal com energias renováveis.

O tradicional evento anual convoca todos os elos da cadeia produtiva da indústria de árvores cultivadas para lançar um olhar atento aos avanços tecnológicos e demais potenciais desvendados no último ano. “Ao reunir profissionais, acadêmicos e estudantes da indústria de celulose, papel e florestas plantadas, temos o propósito de oferecer um ambiente propício para fomentar a inovação, a partir de um conhecimento amplo e aprofundado sobre o setor de base florestal”, comenta Darcio Berni, diretor executivo da ABTCP, sobre a relevância do evento, a ser realizado em formato presencial no Novotel Center Norte, em São Paulo (SP).

Berni evidencia que o sucesso do evento realizado no ano passado, que reuniu mais de 6 mil participantes para conferir as inovações tecnológicas dos expositores e os trabalhos da programação técnica, reforça as expectativas positivas para esta próxima edição.

A ABTCP conta com o apoio dos correalizadores IPEF (Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais), PI (Puunjalostus-Insinöörit, Finnish Forest Products Enginners’ Association) e RIADYCYP (Rede Iberoamericana de Pesquisadores em Celulose e Papel) para montar um programa relevante ao contexto atual. Entre as novidades que os parceiros preparam para a edição deste ano, destaca-se o Simpósio de Embalagens. “Fortalecendo uma parceria já consolidada que temos com o RIADYCYP, vamos reunir especialistas de todo o Brasil e convidados internacionais para debater os desafios e as inovações que vêm marcando o setor de embalagens atualmente”, antecipa Viviane Nunes, head of Education da ABTCP.

O 3º Fórum de Mulheres na Indústria, que desponta como mais um passo para fortalecer o protagonismo feminino e promover a diversidade na cadeia florestal, e o Encontro de Estudantes, um dos momentos mais aguardados do Congresso, que propõe atividades voltadas à formação, networking e aproximação dos jovens com o mercado de trabalho, são outros destaques do ABTCP 2025.

Eleito presidente do Congresso ABTCP 2025, Paulo Silveira, profissional com cerca de 40 anos de experiência em grandes empresas do setor de celulose e papel, que atualmente ocupa o cargo de Diretor Industrial da Regional Sul da Suzano, ressalta a importância do tema central, que une duas pautas indispensáveis para o cenário atual e futuro: a capacitação profissional e o desenvolvimento de produtos alinhados à bioeconomia.

“Estamos prestes a acompanhar um novo ciclo de investimentos do setor que irá demandar um processo de capacitação e formação como nunca vivenciamos antes. Além das contribuições que a ABTCP já oferece, a partir de suas frentes de atuação, o evento reflete uma oportunidade única de encontrarmos soluções conjuntamente. Em paralelo, a descoberta de novos produtos, advindos de uma base renovável como as nossas florestas, tem trazido uma série de evoluções tecnológicas, que, por sua vez, estão totalmente alinhadas às questões de captura de carbono e aos demais aspectos atrelados à bioeconomia”, resume Silveira sobre os enfoques.

Os artigos técnicos, estudos e cases pertinentes à pauta central do ABTCP 2025 serão divididos por grandes áreas de conhecimento referentes à Celulose, Papel, Recuperação e Energia, Florestal, Meio Ambiente, Indústria 5.0, Biorrefinaria, Nanotecnologia, Engenharia e Transformação Digital, Segurança do Trabalho, Manutenção, ESG e Tissue. Em breve, a ABTCP divulgará o programa técnico e as informações para inscrição do público participante.

Assembleia, escolha de áreas para Exposição e jantar de confraternização acontecem ao longo do ABTCP 2025

Durante o último dia do 57.º Congresso Internacional de Celulose e Papel, a ABTCP realizará a assembleia anual, oportunidade que reúne associados para compartilhar detalhes sobre as frentes de trabalho em andamento e que consolida o espaço de diálogo com os players do setor.

A data também será marcada pela reunião de escolha/reserva de áreas para a exposição ABTCP 2026, exclusiva para associados PJ da ABTCP. Os horários e as regras para escolha e confirmação, assim como valores e mapa, serão informados no site do evento no final de setembro.

Vale lembrar que na noite de 15 de outubro, acontecerá na Casa Giardini, no Campo Belo, em São Paulo, o tradicional jantar de confraternização promovido pela ABTCP. Em processo de reformulação, o Prêmio Destaques do Setor volta à agenda em 2026.

A ABTCP agradece aos patrocinadores gold Ecolab Nalco Water, Irmãos Passaúra, Kadant, Kemira, Solenis, SPIG – Torres de Resfriamento, Valmet e Veolia; aos patrocinadores premium Albany Internacional e Andritz; aos patrocinadores master Buckman, Peróxidos do Brasil e Voith, e ao patrocinador standard Tequaly.

ABTCP 2025 — 57.º Congresso Internacional de Celulose e Papel

Tema: Pessoas e biocombustíveis: construindo o futuro sustentável da indústria de base florestal com energias renováveis

Data: 14 a 16 de outubro de 2025

Local: Novotel Center Norte (São Paulo/SP)

Regras para submissão de trabalhos: https://abtcp2025.org.br/regras-para-submissao

Website: https://abtcp2025.org.br

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