PÁGINA BLOG
Featured Image

Cientistas buscam patente de método ‘verde’ para tratar principal resíduo da indústria de papel

O ácido acético, um componente do vinagre, foi usado por pesquisadores da Unesp e da UFSCar para fracionar a chamada lignina kraft. Método permite obter nanopartículas com diferentes propriedades, inclusive proteção contra raios UV

Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) usaram um solvente verde para promover o fracionamento da chamada “lignina kraft”, resíduo abundante da indústria brasileira de papel e celulose: o ácido acético – principal componente do vinagre. Trata-se de uma opção renovável e biodegradável, o que confere uma abordagem sustentável ao processo.

Como explica Jessica Rodrigues, engenheira química, doutora em ciência dos materiais pela UFSCar e atualmente pós-doutoranda na Unesp, campus de Sorocaba, a lignina é uma molécula altamente complexa e heterogênea, o que dificulta seu uso em diversas aplicações. Daí a ideia de fracioná-la, separando-a em porções específicas.

“Existem vários tipos de lignina: a kraft, a alcalina, a organosolv, a sulfonada, entre outras. Esses tipos variam conforme o tratamento da matéria-prima, já que os nomes se referem ao processo de extração da lignina. Quando o eucalipto é tratado pelo processo kraft para o isolamento da celulose, a lignina kraft é gerada como subproduto. Nós a escolhemos porque é o resíduo obtido em maior quantidade na indústria de papel no Brasil. Sabemos que suas estruturas fenólicas são aplicáveis em vários campos, desde materiais avançados até nanotecnologia. Assim, pegamos o subproduto da indústria e adicionamos valor a ele.”

A pesquisadora explica que a ideia partiu do fato de o ácido acético já ser utilizado para extração de lignina organosolv. “Então, pensamos: por que não usar o ácido acético para fracionar a lignina kraft? Ele é de baixo custo, se comparado ao metanol, ao acetato de etila e a outros solventes utilizados para esse fim, além de poder ser produzido a partir de resíduos. Sem contar que é seguro e, em baixa concentração, pode ser encontrado em produtos comerciais.”

A patente requerida ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), sob o número BR 10 2024 0201817, chama-se “Processo verde para obtenção de frações específicas de lignina kraft e aplicações em nanotecnologia” e envolve mais quatro cientistas, além de Rodrigues: Leonardo Fraceto, coordenador de Inovação do Centro de Pesquisa em Biodiversidade e Mudanças do Clima (CBioClima), Vagner BotaroAmanda de Sousa Martinez de Freitas e Marystela Ferreira.

O trabalho é apoiado pela FAPESP por meio de cinco projetos (23/06505-922/03399-017/21004-523/00335-4 e 21/10639-5).

Rodrigues salienta que existem várias maneiras de fracionar a lignina kraft, como a precipitação com ácido sulfúrico, reduzindo o pH, ou ainda por ultrafiltração, separando por tamanho. Também é possível fracioná-la usando fracionamento sequencial em solventes orgânicos. “Conseguimos fazer o fracionamento com um único solvente, variando apenas as porcentagens de solvente.”

Proteção UV

O grupo percebeu que, ao utilizar 30%, 40% e 50% de ácido acético, obteve frações mais homogêneas de lignina e com diferentes propriedades. “A lignina fracionada com 30% de ácido acético é rica em grupos hidroxila [OH] fenólicos, enquanto a fracionada com 50% desse solvente é rica em OH alifático.” Esses grupos são indicadores usados na caracterização da lignina, que não é uma molécula bem definida.

Segundo Rodrigues, uma das propriedades do OH fenólico é a capacidade de proteção UV. “É possível produzir protetores UV a partir dessa lignina rica em OH fenólico, que foi o que acabamos fazendo aqui: obtivemos uma nanopartícula a partir de algumas frações dessa lignina e vimos que essa nanopartícula forma uma cápsula em torno do ativo que se quer proteger. E a eficiência de encapsulamento foi muito boa.”

Ela explica que, quanto maior porcentagem de OH alifático, menor é o tamanho da partícula. E quanto maior a porcentagem de OH fenólico, maior é o tamanho da nanopartícula e maior é a proteção UV.

Os pesquisadores estão estudando também a biodegradação das nanopartículas em solo e em água com o objetivo de reduzir, no ambiente, a emissão de microplásticos utilizados pela agricultura. Fertilizantes, herbicidas e outros produtos agrícolas que possuem componentes considerados microplásticos, ao serem aplicados em larga escala, acabam gerando impactos pelo acúmulo desse material no solo e na água.

O grupo está interessado no que chama de correlação estrutura-desempenho. “Esperamos, em algum momento, poder especificar as áreas de aplicação dessas nanopartículas quando têm maior porcentagem de OH fenólico e quando têm maior teor de OH alifático. Pensamos em termos de biorrefinaria: conseguir mostrar que cada fração da lignina é interessante para uma área de aplicação.”

Nesse sentido, os pesquisadores produziram vários artigos. O primeiro, sobre a própria patente, já foi submetido a um periódico de impacto internacional. “Em um segundo artigo, usamos as frações de lignina como estabilizante de outra nanopartícula já existente, produzida com polímeros biodegradáveis sintéticos. E testamos essas nanopartículas no controle de plantas daninhas, picão-preto e caruru. E, no último, testamos sua eficiência na liberação de fertilizante NPK no solo. Ou seja: desenvolvemos pesquisas em várias vertentes para fazer a prova de conceito da relação estrutura-desempenho.”

Biodegradação

Segundo Rodrigues, pela diversidade de aplicações, o grupo pensa em adicionar possíveis produtos derivados das frações de lignina à patente de processo já requerida. E, naturalmente, tentar fazer parcerias com a indústria. “Já estabilizamos as nanopartículas e, agora, queremos observar como elas se comportam nos testes de biodegradação, verificando se liberam microplásticos no processo.”

O grupo quer relacionar estabilidade e biodegradação, desenvolvendo protocolos para comprovar a biodegradabilidade. “Devido ao tamanho em nanoescala das partículas, a comprovação é desafiadora. Estamos estudando os protocolos já existentes e desenvolvendo os nossos.”

Informações: Agência FAPESP.

Featured Image

Industrialização: duas empresas anunciam instalação em Três Lagoas (MS) e reforçam o desenvolvimento regional

A Andritz e a White Martins atenderão principalmente a crescente demanda da indústria de celulose na região

Três Lagoas continua a se consolidar como um dos principais polos industriais de Mato Grosso do Sul com a confirmação da instalação de duas novas empresas: a Andritz e a White Martins. A chegada dessas empresas reforça a vocação econômica do município, especialmente no setor de celulose e papel, e deve gerar novos empregos e movimentar a economia local.

O grupo internacional de tecnologia Andritz anunciou a construção de um centro de serviços de última geração para equipamentos de celulose e papel. O empreendimento atenderá principalmente as fábricas de Mato Grosso do Sul e regiões vizinhas, oferecendo serviços como reparação, reconstrução, atualização de equipamentos e manutenção. Também servirá como centro de fabricação e distribuição, garantindo a disponibilidade de peças estratégicas para a indústria.

A unidade será instalada às margens da BR-158, no bairro Montanini, em um terreno de 30.000 m², sendo 6.000 m² destinados à oficina e outros 6.000 m² à preservação ambiental. A previsão é que o empreendimento fique pronto no primeiro trimestre de 2026, criando cerca de 50 empregos diretos e 150 indiretos. Quando entrar totalmente em operação, o núcleo deverá empregar mais de 130 trabalhadores.

Já a White Martins, referência na produção e distribuição de gases industriais e medicinais, investirá cerca de R$ 15 milhões em Três Lagoas. A nova unidade atenderá à crescente demanda da indústria de celulose, garantindo maior eficiência logística e suporte às empresas já instaladas, como Suzano, Eldorado e Arauco.

O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Marco Antônio Gomes Júnior, ressaltou a importância dessas novas empresas para o município. Segundo ele, a localização estratégica de Três Lagoas e os incentivos fiscais estaduais vigentes até 2032 têm sido decisivos para atrair novos investimentos. “Nosso objetivo é adensar a cadeia produtiva da celulose, trazendo empresas que prestam serviços para esse setor, como a Andritz. Além disso, estamos em contato com a White Martins para consolidar sua planta aqui. A logística favorável e o crescimento da indústria de celulose justificam esse movimento”, afirmou o secretário.

Marco Antônio também destacou os esforços da gestão municipal para impulsionar o desenvolvimento econômico. Desde o início da nova administração, a equipe tem mantido um diálogo próximo com o Sistema S e outras entidades para otimizar processos e facilitar a atração de investimentos. “Estamos fortalecendo a qualificação da mão de obra local por meio da Funtrab e buscando garantir que a infraestrutura da cidade esteja preparada para receber novas empresas e trabalhadores”, explicou.
O secretário enfatizou ainda a necessidade de promover Três Lagoas em eventos e reuniões do setor para atrair mais investidores. “Três Lagoas é um polo de celulose reconhecido internacionalmente. Precisamos estar presentes nos principais eventos para consolidar nossa posição e garantir que o município continue crescendo de forma sustentável.”

Informações: RCN 67.

Featured Image

Expedição de papelão ondulado bate recorde em 2024

Boletim Estatístico Mensal da EMPAPEL aponta que a expedição em 2024 foi de 4.240.138 toneladas, alta de 4,9% em relação a 2023. Este volume é o recorde de expedição anual da Empapel.

Na comparação trimestral, o boletim Empapel apurou uma alta na expedição de papelão
ondulado de 4,2% no 4° trimestre de 2024, em comparação com o mesmo período em 2023. No
segundo semestre, a expedição foi superior em 4,2% em relação ao mesmo período do ano
anterior.

Na comparação mensal, em termos de volume, a expedição de caixas, acessórios e chapas de
papelão ondulado alcançou de 313.487 toneladas no mês. O Índice Brasileiro de Papelão Ondulado
(IBPO) aponta queda de 1,1% em dezembro, na comparação com o mesmo mês do ano anterior,
para 139,6 pontos (2005=100).

Esta foi a primeira e única queda interanual no ano de 2024.
Por dia útil, o volume de expedição foi de 12.539 toneladas, uma queda de 1,1% na comparação
interanual, em que dezembro de 2024 registrou a mesma quantidade de dias que em 2023 (25
dias úteis).

Expedição de Papelão Ondulado (Dados originais em toneladas e variação interanual)


Nos dados livres de influência sazonal, o Boletim Mensal de dezembro registrou queda de 3,3%
no IBPO, para 154,6 pontos, equivalentes a 346.301 toneladas. Esse é o menor resultado da
expedição desde novembro de 2023 (343.803 t), na série sazonalmente ajustada. Na mesma
métrica, a expedição por dia útil foi de 13.852, uma alta de 7,2% na comparação com o mês
anterior.

Expedição de Papelão Ondulado
(Dados dessazonalizados em toneladas e em médias móveis trimestrais)

No boletim de dezembro, o volume expedido de papelão ondulado com ajuste sazonal no quarto
trimestre de 2024 foi superior em 0,6% em comparação com o volume do trimestre
imediatamente anterior.

Informações: EMPAPEL | Imagem: divulgação.

Featured Image

Suzano e UEMS abrem seleção com 40 vagas para curso de tecnólogo em Silvicultura em Ribas do Rio Pardo (MS)

Há 20 vagas para o público geral e outras 20 destinadas a colaboradores(as) da empresa; as pessoas interessadas podem fazer a inscrição até o dia 16/02 pelo site da UEMS (https://www.uems.br/pro-reitoria/proe/dind)

A Suzano, maior produtora mundial de celulose e referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir de árvores plantadas de eucalipto, em parceria com a Universidade do Estado de Mato Grosso do Sul (UEMS), está oferecendo 40 vagas para formação de Tecnólogo em Silvicultura, em Ribas do Rio Pardo (MS). A iniciativa reforça o compromisso da empresa com o desenvolvimento sustentável da região, valorizando a mão de obra local e ampliando o acesso à educação profissionalizante.

No total, há 20 vagas para o público geral e outras 20 destinadas a colaboradores(as) da empresa, por meio de convênio com a UEMS. As inscrições devem ser realizadas exclusivamente pela internet e estão abertas até as 23h59 do dia 16 de fevereiro (horário oficial de Mato Grosso do Sul) no endereço eletrônico https://www.uems.br/pro-reitoria/proe/dind.

De acordo com Rodrigo Zagonel, diretor de Operações Florestais da Suzano em Ribas do Rio Pardo, a oferta do curso de Tecnólogo em Silvicultura reflete o compromisso da empresa com o desenvolvimento regional e o fortalecimento do relacionamento com as comunidades próximas à nova fábrica da companhia.

“A Suzano desempenha um papel importante ao contribuir para o desenvolvimento das regiões onde atua. Por meio de iniciativas como esta, buscamos fomentar a geração de empregos, valorizar a mão de obra local e apoiar o crescimento econômico sustentável. Guiados pelo nosso direcionador que diz que ‘só é bom para nós se for bom para o mundo’, estamos promovendo novas oportunidades e oferecendo qualificação para as comunidades em que estamos inseridos, tornando mais acessível o ingresso na carreira florestal”, destaca.

O resultado das inscrições homologadas será divulgado no dia 18 de fevereiro e a listagem final com a convocação para as matrículas está prevista a partir do dia 27 de fevereiro. O edital e o cronograma completos do certame podem ser acessados por meio do link https://www.uems.br/anexos/download/22116

Pré-requisitos

As vagas serão preenchidas por meio de Ampla Concorrência e Reserva de Vagas, distribuídas entre as seguintes categorias: 20% para pessoas negras que cursaram integralmente o Ensino Médio em escolas públicas; 10% para indígenas nas mesmas condições; 10% para residentes em Mato Grosso do Sul há mais de 10 anos; e 5% para pessoas com deficiência (PCD). Para as Vagas Gerais, é preciso possuir Certificado de Conclusão do Ensino Médio (ou equivalente) ou que comprove sua conclusão até a data de entrega dos documentos necessários para efetivação da matrícula.

Para concorrer às vagas destinadas a colaboradores da Suzano, é necessário o preenchimento da Ficha de Inscrição Digital, anexando o Histórico Escolar do Ensino Médio ou o Certificado de Conclusão do Ensino Médio obtido por meio do ENCCEJA, emitido pelas instituições certificadoras (secretarias estaduais de Educação ou institutos federais de Educação, Ciência e Tecnologia), além de apresentar a declaração de vínculo com a empresa.

Classificação e matrícula

Após a inscrição no processo seletivo, as pessoas candidatas serão classificadas em ordem decrescente, com base na maior nota em Língua Portuguesa registrada no Histórico Escolar do Ensino Médio ou na pontuação correspondente na área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias do ENEM ou ENCCEJA. Caso o histórico utilize uma escala diferente de 0 a 10, a instituição deve informar a equivalência, caso isso não aconteça, a conversão será realizada proporcionalmente. Para históricos que utilizam conceitos em vez de notas numéricas, será aplicada uma tabela de equivalência. Já no ENCCEJA, cuja pontuação máxima para Linguagens é de 180 pontos, e no ENEM, com máximo de 1.000 pontos, a conversão seguirá a tabela definida no edital. Em caso de empate, terá preferência o candidato de maior idade.

Os(as) candidatos(as) serão convocados para matrícula conforme a ordem classificatória, e só poderá efetivá-la caso estejam em posse do Certificado de Conclusão do Ensino Médio e dos demais documentos exigidos no Edital de Convocação para Matrícula. Os resultados do Processo Seletivo do Curso de Silvicultura, tecnológico-UEMS 2025, serão válidos exclusivamente para ingresso no ano letivo de 2025, respeitando o limite de chamadas previstas no edital específico.

Ensino Médio Técnico

Com o objetivo de ampliar o acesso à educação profissionalizante no município, além das oportunidades para tecnólogo, a Suzano, em parceria com o Governo do Estado, está promovendo cursos de nível médio de qualificação profissional em Ribas do Rio Pardo (MS). A iniciativa inclui o acesso a Ensino Médio Profissionalizante e programa EJA Qualifica (Educação de Jovens e Adultos) destinados à formação de viveirista florestal. As aulas terão início em fevereiro e serão realizadas na Escola Estadual João Ponce de Arruda, que faz parte da Rede Estadual de Ensino de Mato Grosso do Sul (REE/MS).

Sobre a Suzano

A Suzano é a maior produtora mundial de celulose, uma das maiores produtoras de papéis da América Latina, líder no segmento de papel higiênico no Brasil e referência no desenvolvimento de soluções sustentáveis e inovadoras a partir de matéria-prima de fonte renovável. Nossos produtos e soluções estão presentes na vida de mais de 2 bilhões de pessoas, abastecem mais de 100 países e incluem celulose; papéis para imprimir e escrever; papéis para embalagens, copos e canudos; papéis sanitários e produtos absorventes; além de novos bioprodutos desenvolvidos para atender à demanda global. A inovação e a sustentabilidade orientam nosso propósito de “Renovar a vida a partir da árvore” e nosso trabalho no enfrentamento dos desafios da sociedade e do planeta. Com mais de 100 anos de história, temos ações nas bolsas do Brasil (SUZB3) e dos Estados Unidos (SUZ). Saiba mais na página: www.suzano.com.br.

Featured Image

Usina da Suzano pode gerar energia por seis meses para Mato Grosso do Sul

A usina utiliza como principal combustível o licor negro, uma biomassa de origem florestal de alto teor energético gerado pela própria indústria

A Usina Termelétrica (UTE) da Suzano, localizada em Ribas do Rio Pardo no Mato Groso do Sul, iniciou oficialmente sua operação comercial nesta semana. A usina utiliza como principal combustível o licor negro, uma biomassa de origem florestal de alto teor energético gerado pela própria indústria de celulose e papel da empresa.

Com a autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), emitida em 29 de janeiro, a UTE Suzano passa a integrar a matriz elétrica do Brasil, com capacidade instalada de 384 megawatts (MW). A usina gerará energia suficiente para abastecer todas as residências de Mato Grosso do Sul por pelo menos seis meses, embora a maior parte dessa energia seja destinada ao funcionamento da própria fábrica. 

O licor negro é classificado como uma biomassa de origem florestal de alto teor energético.

A usina faz parte de um esforço do governo e do setor privado para ampliar e diversificar a oferta de energia no Brasil. Além de garantir autossuficiência energética para a Suzano, o excedente de aproximadamente 180 MW será direcionado para os fornecedores da fábrica e contribuirá para o Sistema Interligado Nacional (SIN). Esse excedente é capaz de abastecer uma região com mais de 2 milhões de habitantes, como duas cidades do porte de Campo Grande.

Com a autorização para integrar o SIN, a usina se torna a segunda maior geradora de energia a partir de biomassa no Brasil, atrás apenas da unidade em Lençóis Paulista, SP. No estado de Mato Grosso do Sul, é a segunda maior, perdendo apenas para a usina termelétrica da Petrobras em Três Lagoas. A maior geradora do estado é a usina de Jupiá, localizada na divisa entre Mato Grosso do Sul e São Paulo.

A biomassa de licor negro é um subproduto do processo Kraft, utilizado na produção de celulose. Quando queimado na caldeira, o licor negro gera calor e vapor, o que, por sua vez, produz eletricidade. Além da UTE Suzano, há outros 22 empreendimentos no Brasil que utilizam licor negro para geração de energia, com uma capacidade total de 3.307.000 kW.

Confira a publicação sobre o tema no portal do Governo Federal: https://www.gov.br/aneel/pt-br/assuntos/noticias/2025/aneel-libera-operacao-comercial-de-usina-no-mato-grosso-do-sul

Informações: Capital News.

Featured Image

Estudo publicado em periódico científico internacional destaca potencial do Sistema ILPF para sequestro de carbono

Pesquisadores e colaboradores conduziram extensa revisão da literatura disponível sobre o tema, abrangendo mais de 13 mil artigos

Estudo publicado na revista “Frontiers in Sustainable Food Systems”, diz nota da “Agência FAPESP”, aponta o potencial que as Américas têm de compensar parte das emissões de gases de efeito estufa a partir da adoção de práticas de manejo sustentável na agropecuária que restauram a saúde do solo e sequestram carbono.

O solo é compreendido como um recurso base para a promoção de serviços que são essenciais para a manutenção da vida. Além da produção de alimentos, contribui para a purificação de água, promoção da biodiversidade, neutralização de poluentes, bem como a regulação do clima. Este último se dá principalmente pelo sequestro de carbono orgânico, processo pelo qual as plantas removem dióxido de carbono (CO2) da atmosfera e o fixam no solo via deposição de resíduos orgânicos.

Em sistemas naturais, a ausência de interferências antrópicas reduz o dinamismo do carbono orgânico no solo. Em sistemas agrícolas, por outro lado, a frequente adoção de práticas de manejo e alteração da dinâmica de adição de resíduos impactam diretamente no armazenamento de carbono. Nesse sentido, avaliar o impacto de diferentes práticas de manejo sobre o potencial de sequestro de carbono no solo é essencial, principalmente diante da necessidade da expansão de sistemas capazes de contribuir para a mitigação das mudanças climáticas.

A adoção de boas práticas de manejo, como o plantio direto, a recuperação de pastagens degradadas e os sistemas integrados de produção agropecuária, tem amplo reconhecimento na literatura como práticas que apresentam potencial para promover o sequestro de carbono no solo. Logo, a ampla adoção dessas estratégias pode representar uma grande oportunidade para que sistemas agrícolas contribuam para a mitigação das mudanças climáticas.

Nas Américas (do Norte, Central, Sul, região andina e Caribe), a área ocupada por sistemas agrícolas é estimada em aproximadamente 1,11 bilhão de hectares. Todavia, embora tal área represente um grande potencial para a expansão em larga escala de boas práticas de manejo, pouco se sabe a respeito do impacto da adoção dessas diferentes práticas de manejo sobre os níveis de carbono do solo nessas diferentes regiões.

Este foi o contexto que motivou os pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), do Centro de Estudos de Carbono em Agricultura Tropical (CCARBON), do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e da Ohio State University (Estados Unidos) a desenvolver o estudo Carbon farming in the living soils of Americas.

De acordo com Carlos Eduardo Cerri, professor do Departamento de Ciência do Solo da Esalq e coordenador do CCARBON – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP –, o objetivo do trabalho foi “entender a disponibilidade de informações relacionadas ao impacto da adoção de boas práticas de manejo na agricultura sobre a dinâmica de carbono do solo nas Américas, bem como estimar o potencial de sequestro de carbono perante a adoção de práticas potenciais em larga escala”. O trabalho foi baseado em uma extensa revisão da literatura disponível sobre o tema, em que mais de 13 mil trabalhos foram incluídos.

De acordo com Maurício Cherubin, também professor do Departamento de Ciência do Solo da Esalq e vice-coordenador do CCARBON, a adoção do sistema de plantio direto, a recuperação de pastagens e a expansão de sistemas integrados em 30% da área agrícola (aproximadamente 334 milhões de hectares) possibilitariam mitigar aproximadamente 40% das emissões de gases do efeito estufa originados do setor agropecuário no período.

Segundo os autores, esses resultados são muito promissores, e ainda podem ser maiores em função da adoção de práticas mais eficientes para a promoção de sequestro de carbono ou mediante o aumento da área com adoção de boas práticas.

Para Muhammad Ibrahim, diretor de Cooperação Técnica do IICA, este estudo pioneiro é muito relevante para dar subsídios aos diferentes países e regiões do continente na definição de programas e compromissos de enfrentamento das mudanças climáticas. Por outro lado, destaca a necessidade de novos esforços de geração de dados para reduzir as incertezas das estimativas do potencial de sequestro de carbono do solo para todas as regiões, mas principalmente na América Central, Caribe e região andina.

O trabalho ainda indicou a necessidade da padronização dos protocolos de amostragem, incluindo minimamente a camada de 0-30 centímetros (cm) do solo e preferencialmente camadas mais profundas (até 100 cm).

Segundo os pesquisadores, a padronização das informações coletadas é um passo importante para o refinamento das informações disponíveis, essencial para a redução das incertezas e cálculos como os apresentados no estudo publicado. Apesar das limitações encontradas, os autores destacam que os resultados obtidos representam um passo importante para direcionar a aplicação de recursos necessários para ampliar as iniciativas de monitoramento, bem como para priorizar as áreas onde a disponibilidade de informações ainda é baixa.

O artigo Carbon farming in the living soils of the Americas pode ser lido em: www.frontiersin.org/journals/sustainable-food-systems/articles/10.3389/fsufs.2024.1481005/full.

Com informações: CCARBON.

Featured Image

ESALQ/USP sedia o 2025 SWQPE: Simpósio internacional sobre madeira, polpação e energia

Symposium on Wood Quality, Pulping and Energy: intercâmbio de conhecimento entre academia e mercado com apoio do Primatera

Nos dias 18 e 19 de março de 2025, o Anfiteatro do Departamento de Ciências Florestais da ESALQ/USP recebe o 2025 SWQPE – Symposium on Wood Quality, Pulping and Energy. O evento internacional reúne especialistas para debater inovações e perspectivas no setor de celulose, papel, bioprodutos e biorrefinaria.

Com foco no intercâmbio de conhecimento entre academia e mercado, o simpósio aborda temas como qualidade da madeira, energia renovável e tecnologias de ponta em polpação. Além disso, será uma oportunidade para destacar os avanços do Laboratório de Química, Celulose e Energia da USP (LQCE), uma referência nacional no setor.

O evento conta com o apoio do Primatera, fundo patrimonial dedicado ao setor florestal e biomateriais, reafirmando seu compromisso com a sustentabilidade e inovação.

Programação reúne especialistas de destaque internacional

Entre os palestrantes confirmados, estão renomados especialistas que são referências no setor. O Prof. Luiz E.G. Barrichelo, um dos grandes nomes na história do Laboratório de Química, Celulose e Energia (LQCE), apresentará uma retrospectiva do laboratório e suas contribuições à indústria.  Já o Prof. Celso E. B. Foelkel aborda os avanços e desafios na qualidade da madeira, explorando o passado, presente e futuro dessa área.

A programação inclui ainda a participação do Prof. José Otávio Brito, especialista em energia da madeira, e do Prof. Francides Gomes, com os avanços em catalisadores de polpação. Destacam-se também mesas-redondas sobre desafios na formação de profissionais e as novas fábricas Kraft na América do Sul, bem como sessões voltadas para soluções industriais inovadoras com a presença de empresas como a Valmet.

Além disso, serão discutidas as novas gerações de tecnologias em branqueamento, evaporação, caldeiras de recuperação e caustificação, com palestras ministradas por especialistas como o Prof. Adilson Roberto Gonçalves e o Prof. José Carlos de Oliveira, ambos reconhecidos por suas contribuições à engenharia e ciência de processos na indústria de celulose e papel.

Inscrições e submissão de trabalhos

As inscrições para o simpósio já estão abertas e podem ser realizadas no site oficial do evento. Os valores variam entre R$ 150,00 para estudantes e R$ 400,00 para profissionais. Interessados em apresentar seus trabalhos têm até o dia 26 de janeiro de 2025 para submeter resumos. Mais informações podem ser encontradas no site oficial ou pelo e-mail swqpe2025@gmail.com

Serviço:

  • Evento: 2025 SWQPE – Symposium on Wood Quality, Pulping and Energy
  • Data: 18 e 19 de março de 2025
  • Local: Anfiteatro do Departamento de Ciências Florestais – ESALQ/USP, Piracicaba/SP
  • Inscrições: Disponíveis no site oficial
  • Contato: swqpe2025@gmail.com

Sobre o Primatera

O Primatera é um fundo patrimonial dedicado a fomentar o conhecimento nas áreas de recursos florestais e biomateriais. Sua missão é promover o desenvolvimento de pessoas. Além disso, o Primatera busca fortalecer a ligação entre a academia e empresas globais, contribuindo para a inovação e responsabilidade social nas áreas de biomassa, papel e celulose, bioenergia, biorrefinaria e bioprodutos. Saiba mais para apoiar aqui

Featured Image

Arauco abre 59 vagas para operação florestal em MS

Seleção acontece no dia 5 de fevereiro, em Paranaíba

Arauco realizará um processo seletivo no dia 5 de fevereiro, às 8 horas, para preencher 59 vagas para sua operação florestal, em Mato Grosso do Sul. Com o apoio da Funtrab, a seleção acontece na Praça da República (piso superior do shopping), em Paranaíba. 

As vagas disponíveis são para as funções de líder florestal (2 vagas), auxiliar florestal (30  vagas) e operador florestal III (3 vagas), mecânico III (3 vagas), mecânico II (11 vagas), motorista II – comboio  (6 vagas), e motorista II – prancha (4 vagas).

Além das oportunidades de emprego, a Arauco oferece pacote de benefícios aos colaboradores, que inclui plano de saúde (Unimed) e odontológico, vale-alimentação ou refeitório interno, transporte fretado ou alojamento, seguro de vida em grupo, previdência privada, acesso ao Gympass, prêmios de produtividade e assiduidade (mensal e semestral), cestas de Natal e brinquedos, além de material escolar.

Os interessados devem comparecer na data, horário e local informados para o processo seletivo, levando documentos pessoais (RG e CPF ou CNH, no caso de vagas para motoristas) e currículo atualizado.

DATA E LOCAL DA SELEÇÃO:

●       Paranaíba/MS

Data: 05/02 (quarta-feira), às 8h (horário de MS)

Local: Funtrab, na Praça da República (piso superior do shopping) – Paranaíba/MS

Arauco em MS

Presente em Mato Grosso do Sul desde 2009, a Arauco prioriza a contratação de colaboradores em cidades próximas à sua operação. Primeira empresa florestal do mundo a ser certificada como Carbono Neutro, a empresa está comprometida com o desenvolvimento sustentável da região.

Localizado a 50 km do centro urbano de Inocência, o Projeto Sucuriú trata da construção da primeira fábrica de celulose branqueada da empresa no Brasil, a maior em etapa única no mundo. Em fase de terraplanagem, o projeto prevê o início das obras no segundo semestre de 2025 e operação em 2027. O investimento industrial previsto é de US$ 4,6 bilhões, com capacidade para produzir 3,5 bilhões de toneladas ao ano.

Quando for concluída a obra, o Projeto Sucuriú empregará um contingente permanente de 6 mil trabalhadores (florestal, industrial e logística).

Featured Image

International Paper tem prejuízo de US$ 147 milhões no 4º trimestre de 2024

A International Paper teve prejuízo líquido de US$ 147 milhões no quarto trimestre de 2024, abaixo do prejuízo de US$ 284 milhões apurado em igual período do ano anterior, segundo balanço divulgado nesta quinta-feira, 30. Com ajustes, a fabricante americana de papel e celulose teve prejuízo por ação de US$ 0,02 entre outubro e dezembro, perda menor que o consenso de analistas consultados pela FactSet, de US$ 0,07.

Contudo, a receita líquida caiu 0,43% na comparação anual do trimestre, a US$ 4,58 bilhões no trimestre, bem abaixo da previsão da FactSet, de US$ 4,75 bilhões.

Em nota, a empresa disse que pretende reduzir custos e equilibrar capacidade para atender a demanda em 2025, além de outras medidas para acelerar a melhora nos lucros neste ano.

Informações: Estadão | Imagem: divulgação.

Featured Image

Bracell anuncia megafábrica de celulose em Bataguassu com investimento de US$ 4 bilhões

Novo empreendimento da RGE promete gerar 10 mil empregos na construção e consolidar Mato Grosso do Sul no Vale da Celulose

A Bracell, parte do grupo indonésio Royal Golden Eagle (RGE), confirmou a construção de sua sexta megafábrica de celulose em Mato Grosso do Sul, desta vez no município de Bataguassu. O novo empreendimento, que se soma à unidade já anunciada em Água Clara, reforça a posição do Estado como um dos principais polos da indústria de celulose no Brasil.

A fábrica de Bataguassu terá como foco a produção de celulose solúvel especial e terá capacidade produtiva de 2,8 milhões de toneladas por ano. O projeto representa um investimento de US$ 4 bilhões (cerca de R$ 25 bilhões) e promete gerar 10 mil empregos durante a fase de construção, além de 3 mil postos fixos na operação. O empreendimento será instalado a 15 quilômetros do perímetro urbano e já teve seu processo de licenciamento ambiental iniciado, com previsão de conclusão dos estudos até fevereiro de 2025.

O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, destacou a importância da iniciativa para o desenvolvimento econômico e sustentável do Estado. “Participamos do Fórum Empresarial entre Brasil e Indonésia, onde alinhamos pontos específicos para a construção da nova planta. Esses investimentos fortalecerão ainda mais nossa economia e sustentabilidade”, afirmou.

O ex-prefeito de Bataguassu, Akira Otsubo, foi um dos principais articuladores do projeto, tendo recebido os empresários da Bracell em setembro de 2024 para alinhamento dos detalhes da instalação. Segundo Otsubo, a escolha de Bataguassu fortalecerá o potencial econômico do município e consolidará seu governo como o maior gerador de empregos da história local. “Bataguassu está em um ponto estratégico e fará parte da Rota Bioceânica, o que fortalece ainda mais a posição do município e atrai grandes investimentos para a nossa região”, destacou.

A empresa avalia a região como estratégica para novos projetos, e ressaltou para a redação do Mais Floresta: “A Bracell informa que considera o estado do Mato Grosso do Sul estratégico para seus negócios e que continua avaliando possibilidades de investimentos, além de Água Clara”.

Com a nova fábrica, Mato Grosso do Sul se firma como referência no setor de celulose, ampliando ainda mais sua participação no mercado global e impulsionando a economia regional.

Anúncios aleatórios

+55 67 99227-8719
contato@maisfloresta.com.br

Copyright 2023 - Mais Floresta © Todos os direitos Reservados
Desenvolvimento: Agência W3S