A Tracbel apresenta as suas soluções florestais no 2º Florestas UAI, um dos mais importantes eventos do setor, que começa hoje e se estende até 11 de abril, no Centro de Convenções CDL, em Belo Horizonte (MG). A Tracbel é a distribuidora nacional da marca Tigercat Tci, fabricante canadense de equipamentos florestais. “São produtos reconhecidos internacionalmente pelo alto grau de tecnologia, confiabilidade e robustez”, afirma Cairon Faria, diretor da divisão Florestal e Logística da Tracbel.
Cairon Faria
Ele lembra que a empresa também oferece um portfólio de máquinas de outras marcas para a esta área, como, por exemplo, carregadeiras e escavadeiras Volvo para logística florestal, e empilhadeiras Kalmar para operar em aplicações intralogísticas. “São soluções importantes que contribuem para aumentar a produtividade da indústria florestal”, complementa Faria. “São os mais modernos, eficientes e confiáveis equipamentos para colheita. Minas Gerais é estado o que possui a maior área de florestas plantadas do Brasil”, explica o dirigente.
A Tracbel tem a disposição na linha Tigercat os skidders, fellers bunchers (pneus e de esteiras) e direcionais, picadores, guinchos, harvester de pneus, forwarders, mulchers, cabeçotes florestais e o inovador “Carbonizer”. A Volvo CE oferece as carregadeiras, os articulados Timber Haulers e escavadeiras florestais. A Kalmar possui produtos para intralogística, movimentação de containers e os Terminal Tractors, usados para movimentação de carretas em pátios. “É um amplo portfólio, para buscarmos redução de custos, com foco em alta produtividade e robustez”, diz.
Respeito ao meio ambiente
Outro destaque da Tracbel é o Carbonizer Tigercat 6040. Sua operação se baseia em um sistema avançado e econômico que respeita o meio ambiente para a conversão de resíduos de madeira. É uma das tecnologias mais ecologicamente corretas disponíveis no mercado. A máquina recebe resíduos de madeira e produz carbono orgânico (Biochar) de alta qualidade, com até 90% de redução do volume do material. É uma solução ideal para converter resíduos agrícolas e de exploração madeireira indesejados em carbono orgânico útil e de alta qualidade. Eles ainda podem ser deixados no local como aditivo de solo ou comercializados para diversos usos. O processo de conversão inovador opera em altos níveis de rendimento e produz emissões muito baixas.
Compromisso
“A produtividade e a eficiência da operação florestal dependem não apenas da qualidade dos equipamentos, mas também do suporte depois da compra”, afirma Claudio Dardengo, diretor de pós-vendas da Tracbel Florestal e Logística. “Investimos constantemente em excelência no pós-venda, garantindo o melhor desempenho nas colheitas de eucalipto e pinus”, observa. O executivo destaca que o time de especialistas da Tracbel está sempre pronto para oferecer apoio técnico rápido e eficiente, com peças de reposição originais, manutenções preventivas e corretivas, além de treinamentos para operadores e mecânicos. O objetivo é garantir que a frota permaneça em operação com o máximo de disponibilidade e rendimento. Os engenheiros e técnicos da Tracbel estarão no estande do evento para falar sobres os produtos e a sua operação para melhora a eficiência de combustível, redução da fadiga do operador e o aumento da produtividade.
A rede de restaurantes McDonalds tem potencial enorme para ser uma embaixadora do uso da madeira em seus milhares de restaurantes do mundo.E é justo na América Latina que essa onda está começando!
O Méqui Paraíso, localizado em plena Avenida Paulista, em São Paulo, foi inaugurado em 2023, e é um grande quebrador de paradigmas, afinal foi construído em CLT e vigas laminadas. Como os seus 220 m2, impressiona utilizando a abordagem biomimética, ou seja, decisões baseadas na natureza. A inspiração para os pilares do projeto veio dos troncos das árvores no canteiro central da Avenida Bernardino de Campos – as últimas remanescentes na área – presentes em frente à unidade.
Dentre as soluções sustentáveis adotadas no projeto, destacam-se os estudos de incidência solar realizados antes da implantação, já que uma “caixa” de vidro compõe a fachada do restaurante. Foram estrategicamente instalados brises para controle da insolação, uma medida que demonstrou ter um impacto na regulação da temperatura interna, e um teto verde ajuda a controlar a temperatura interna do salão. A unidade conta ainda com sistema de captação de águas de chuva e dos condicionadores de ar para reuso.
Já a construção modular do McDonalds em Temuco/Chile (inaugurado em fevereiro 2025) permitiu que a parte estrutural dos 371 m2 de área fossem construídos em somente 10 dias, com um total da obra de 120 dias. Sem contaminação ambiental, praticamente sem restos de obra e com baixo impacto acústico.
“A construção modular e o uso de materiais certificados nos permitem atingir altos padrões de sustentabilidade, desde a origem da madeira até seu transporte eficiente e posterior montagem. Esse projeto representa um passo importante em direção à nossa meta geral de alcançar operações neutras em carbono”, disse Esteban Sequeira, gerente geral da Arcos Dorados Chile.
Os autores destacam como a tecnologia aplicada à pecuária pode otimizar a produção, criando sistemas mais eficientes e sustentáveis
As áreas de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) têm se destacado no Brasil pelas altas taxas de produtividade, pelo aumento da biodiversidade, da eficiência, da rentabilidade, da sustentabilidade e do bem-estar animal. A adoção de tecnologias digitais nesses modelos pode elevar ainda mais essas vantagens competitivas. Estima-se que atualmente existam mais de 17 milhões de hectares cultivados desses modelos no Brasil.
No livro Agricultura de Precisão: um novo olhar na era digital, da Embrapa, os sistemas integrados têm uma seção dedicada para apresentar soluções tecnológicas utilizadas nessas áreas e resultados de pesquisas de centros da Embrapa que atuam com essa linha.
De acordo com o pesquisador Alberto Bernardi, da Embrapa Pecuária Sudeste, que também é um dos editores do livro, a seção 5 explora como a integração de diferentes sistemas pode aumentar a eficiência produtiva, reduzir custos e promover práticas mais sustentáveis e apresenta qual o papel da pecuária de precisão nesse contexto.
Os autores destacam como a tecnologia aplicada à pecuária pode otimizar a produção, criando sistemas mais eficientes e sustentáveis. Um dos exemplos de soluções digitais utilizadas é o monitoramento animal com sensores e IoT, com coleta de dados em tempo real sobre saúde, localização, temperatura e atividade dos animais, permitindo detecção precoce de doenças, identificação de cio para melhorar a reprodução e controle do bem-estar animal.
Para Bernardi, a pecuária de precisão está revolucionando os modelos de produção agropecuária. “Não é apenas uma tecnologia isolada, ela permite a sinergia entre animais, lavouras e florestas. Quando aplicamos sensores de monitoramento animal, georreferenciamento de pastagens e análise de dados em tempo real, estamos criando sistemas integrados verdadeiramente inteligentes. Isso resulta em solos mais férteis, maior sequestro de carbono e uma produção animal que dialoga diretamente com a agricultura sustentável”, observa o pesquisador.
As pesquisas comprovam que a integração de tecnologias digitais na pecuária, associada ao ILPF, aumenta a matéria orgânica do solo e sequestra mais carbono que modelos convencionais.
Bernardi acredita que até 2030, a pecuária de precisão será indispensável para qualquer propriedade que queira ser competitiva.
O setor de base florestal se prepara para mais uma edição do evento “Madeira Sustentável: O Futuro do Mercado”, que será realizado no dia 8 de maio, em Florianópolis (SC). Promovido pelo Fórum Nacional de Base Florestal (FNBF) e pelo Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem), o evento reúne especialistas e profissionais para debater o uso da madeira na construção civil, arquitetura e decoração, destacando a sustentabilidade e os benefícios do mercado legalizado.
Entre os palestrantes confirmados estão os arquitetos Karin Lauer e Roberto Lecomte, que apresentam insights sobre o uso da madeira na construção e no design sustentável. A secretária adjunta de Meio Ambiente de Mato Grosso, Lílian Ferreira, trará uma abordagem sobre sustentabilidade e legalidade no setor, enquanto José Humberto Chaves, Coordenador-Geral de Monitoramento e Auditoria Florestal do Serviço Florestal Brasileiro, discutirá os sistemas de monitoramento da cadeia produtiva.
Segundo o presidente da FNBF, Frank Rogieri de Almeida, o evento busca desmistificar e ampliar o mercado para todos os envolvidos. “O objetivo é conversar com empresários e profissionais do segmento de móveis e da construção sobre o setor da madeira nativa, os sistemas de monitoramento da cadeia produtiva, regras e legislação ambiental, para entender como o consumo da madeira nativa contribui para a conservação das florestas brasileiras e o desenvolvimento sustentável do nosso país”, afirma Almeida.
Para o presidente da Cipem, Ednei Blasius, o “Madeira Sustentável” é uma oportunidade de apresentar os planos de manejo florestal sustentável e como ele atua para a descarbonização da construção civil. “Existem técnicas que garantem a sustentabilidade ao setor da madeira nativa e nosso objetivo é, justamente, apresentar todas essas ferramentas, legais e de manejo, que viabilizam a atividade em consonância com a conservação das florestas”.
As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas pelo telefone (65) 98130-3111. Informações pelo e-mail atendimento@duaimarketing.com.br ou
Mombak é a primeira empresa a receber recursos do Novo Fundo Clima para restauração de áreas degradadas na Amazônia
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou a primeira operação para reflorestamento com recursos do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (Novo Fundo Clima). O financiamento, no valor total de R$ 100 milhões (R$ 80 milhões do Fundo Clima e R$ 20 milhões da linha BNDES Finem) e viabilizado por fiança bancária do Santander, será destinado à Mombak, startup de remoção de carbono, que vai investir no reflorestamento de áreas degradadas na Amazônia, com foco na recuperação da biodiversidade e na remoção de carbono em larga escala.
Com o apoio do Fundo Clima, a Mombak expandirá suas iniciativas no Pará, fortalecendo o modelo de parcerias com proprietários locais. A projeto permitirá captura de carbono de alta integridade e incentivará a economia local ao gerar empregos e impulsionar a cadeia produtiva do reflorestamento. A área beneficiada compreende parte do Arco da Restauração, território crítico de desmatamento, que vai do leste do Maranhão ao Acre, passando pelo sul do Pará, Mato Grosso e Rondônia.
Criado em 2009 e reformulado pelo governo do presidente Lula, o Fundo Clima é um dos instrumentos da Política Nacional sobre Mudança do Clima. Ele se constitui em um fundo vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) com a finalidade de garantir recursos para apoio a projetos que tenham como objetivo o enfrentamento às mudanças climáticas.
Para o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, a primeira operação do Novo Fundo Clima para restauro florestal é simbólica. “É um marco da atuação do governo federal no reflorestamento da Amazônia e da atuação do BNDES como impulsionador de um novo mercado, de um novo caminho para o desenvolvimento do Brasil”, ressaltou. “Estamos reconstruindo florestas, mantendo a biodiversidade, gerando empregos e renda para população e ajudando o planeta”, disse.
O BNDES tem como uma de suas prioridades o Arco da Restauração, projeto de reconstrução das florestas, coordenado pelo MMA, que envolve um conjunto de atores – setor público federal, estados, municípios, iniciativa privada e agricultura familiar camponesa –, para restaurar as áreas mais desmatadas da Amazônia. O Arco da Restauração visa a recuperação de 6 milhões de hectares de florestas até 2030.
Peter Fernandez, CEO e cofundador da Mombak, considera o apoio financeiro do Banco como um marco para o setor de remoção de carbono no Brasil. “Reforça que o reflorestamento não é apenas uma prioridade ambiental, mas também um negócio escalável com forte demanda de mercado”, ponderou. “Ao concretizar a primeira operação desse tipo por meio do Novo Fundo Clima, demonstramos o potencial do Brasil para liderar a indústria global de remoção de carbono”.
Leonardo Fleck, head sênior de Sustentabilidade do Santander Brasil e co-lead de natureza e biodiversidade do Grupo Santander, enxerga um “enorme potencial” das “soluções baseadas na natureza” no país. “Mas elas precisam de soluções inovadoras de financiamento para que possam decolar”, observou. “Trabalhamos desde o lançamento da linha para restauração do BNDES na busca de soluções que se alinhem com o modelo de negócios dos clientes e os requisitos de mitigação de riscos financeiros. Ficamos felizes em contribuir com o primeiro desembolso da linha para a Mombak”.
A Mombak já captou US$200 milhões para projetos de remoção de carbono no Brasil. A empresa plantou milhões de árvores nativas no Pará, gerando empregos diretos e indiretos e fortalecendo a cadeia do setor. O financiamento pelo Novo Fundo Clima representa um passo importante na conexão entre capital privado e projetos ambientais de larga escala.
A empresa atraiu investimentos de instituições internacionais, como o Banco Mundial, e fechou contratos com grandes compradores corporativos, incluindo Microsoft, Google e McLaren Racing.
Sobre a Mombak – A Mombak (“Fazer Acordar” em tupi-guarani) foi fundada em 2021 por Peter Fernandez (ex-CEO da 99) e Gabriel Silva (ex-CFO do Nubank). Com experiência em inovação, eles uniram forças para enfrentar um dos desafios mais urgentes do mundo: as mudanças climáticas. A Mombak tem entre seus clientes Microsoft e Google, e atraiu grandes investidores globais para apoiar projetos de remoção de carbono.
Arco da Restauração – Além do Fundo Clima, BNDES e MMA atuam em parceria no projeto Arco da Restauração, que visa à recuperação de 24 milhões de hectares de florestas até 2050, colaborando na restauração da vegetação nativa na área de abrangência do chamado Arco do Desmatamento da Amazônia. Uma das ações do projeto é a iniciativa Restaura Amazônia, criada em dezembro de 2024, que conta com R$ 450 milhões do Fundo Amazônia, além da possibilidade de aportes adicionais de instituições apoiadoras.
O Restaura Amazônia selecionou três parceiros gestores por chamada pública (Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam) na macrorregião 1, Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS) na macrorregião 2, e Conservação Internactional do Brasil (CI Brasil) para a macrorregião 3. Até o momento, os parceiros gestores lançaram duas séries de três editais de seleção de projetos de restauração florestal nas macrorregiões 1 (Amazonas, Acre e Rondônia), 2 (Mato Grosso e Tocantins) e 3 (Pará e Maranhão), respectivamente, alinhados com o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg).
A primeira série de editais (um para cada macrorregião) foi lançada em dezembro de 2024, no valor total de R$ 92 milhões, com foco prioritário em unidades de conservação e aporte de R$ 50 milhões da parceira Petrobras. A segunda série teve foco prioritário em assentamentos da reforma agrária e foi lançada em 21 de março, também alinhada ao Programa Florestas Produtivas do MDA, um dos pilares do Planaveg, coordenado pelo MMA, e terá o valor total de R$ 138 milhões, apenas com recursos do Fundo da Amazônia.
Vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços estará em MS, para o lançamento da pedra fundamental do Projeto Sucuriú, da Arauco
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), estará em Mato Grosso do Sul nesta quarta-feira (9) para participar do lançamento da pedra fundamental da indústria de celulose da Arauco, em Inocência.
Vice-presidente da República Geraldo Alckmin (Foto : Cadu Gomes/VPR)
Além de Alckmin, que também ocupa o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, estará presente na cerimônia o governador, Eduardo Riedel (PSDB), e o prefeito de Inocência, Antonio Ângelo Garcia dos Santos, o Toninho da Cofap (PP). A solenidade marca o início oficial das obras da primeira fábrica de celulose branqueada da Arauco no Brasil.
O projeto, denominado Projeto Sucuriú, é considerado o maior do setor de celulose no mundo, sendo implantado em uma única etapa.
Com um investimento de US$ 4,6 bilhões, a nova planta industrial terá capacidade para produzir 3,5 milhões de toneladas de fibra curta de celulose por ano.
O projeto ocupará uma área de 3.500 hectares, localizada a cerca de 50 quilômetros do centro urbano de Inocência, próxima ao Rio Sucuriú. Esta é a entrada da Arauco, uma das maiores empresas do setor florestal mundial, no mercado brasileiro.
Ascensão – A obra, que já está em andamento desde 2024 com a fase de terraplanagem, está criando milhares de postos de trabalho. Atualmente, cerca de 2.800 trabalhadores estão empregados no canteiro da fábrica, e 2.000 pessoas atuam na área florestal. Durante o pico da construção, o número de trabalhadores pode chegar a até 14 mil pessoas.
Com a entrada em operação da planta, prevista para o final de 2027, espera-se a criação de cerca de 6 mil empregos diretos e indiretos, com um impacto direto nas áreas industrial, florestal e logística da região. O município de Inocência, que possui cerca de 8.400 habitantes, verá um aumento significativo em sua população durante a execução da obra, podendo chegar a 32 mil pessoas. Após a conclusão, a população deverá se estabilizar entre 18 mil e 22 mil habitantes, o que representa um crescimento inédito para a cidade.
Além de contribuir para a geração de empregos, a Arauco anunciou um investimento de R$ 85 milhões no Plano Estratégico Socioambiental (PES), que visa melhorias em áreas essenciais, como educação, saúde, segurança pública e infraestrutura urbana. Este plano será desenvolvido com a participação do setor privado, poder público e sociedade civil, para garantir um crescimento ordenado e sustentável.
A sustentabilidade também é um pilar do Projeto Sucuriú. A fábrica terá um sistema de produção fechado, garantindo o aproveitamento de 100% dos subprodutos do processo industrial e gerando 400 megawatts de energia, com parte dessa energia sendo injetada no sistema nacional. A Arauco também está implementando ações de monitoramento da biodiversidade local, com mapeamento de áreas prioritárias para conservação.
O setor de silvicultura do Rio Grande do Sul visa uma ampliação em 100 mil hectares de florestas plantadas nos próximos anos , área a ser somada aos atuais 973 mil hectares cultivados com espécies como eucalipto, pinus e acácia negra, o que representa 4,5% da área dedicada ao agronegócio no estado.
A meta da Associação Gaúcha de Produtores de Florestas Plantadas (Agaflor) é expandir essa cultura de forma sustentável para atender à crescente demanda dos mercados de celulose, móveis, construção civil e energia . “Não cortamos árvores. Colhemos árvores porque nós as plantamos. É diferente”, afirma Paulo Bennemann, diretor-presidente da Agaflor.
A fala resume a essência do setor, que atua com florestas cultivadas em ciclos longos, de até 25 anos , dependendo da espécie e do uso final da madeira. O conceito, que ainda enfrenta resistência por parte da população, está diretamente ligado à sustentabilidade e ao respeito ao meio ambiente.
O ciclo da silvicultura é bem diferente de culturas tradicionais como milho e soja. A acácia negra, por exemplo, leva cerca de sete anos até a colheita, enquanto o eucalipto pode chegar aos 15 anos e o pinus, até 25. Esse tempo é usado não apenas para o desenvolvimento da madeira, mas também para capturar grandes detalhes de carbono da atmosfera . “A árvore é carbono puro. De 50% a 60% do que está ali é carbono que ela retirou do ar e se consolidou”, explica Bennemann.
Durante a maturação, as árvores também ajudaram a fortalecer a biodiversidade , defende o produtor. Segundo Bennemann, nas áreas de floresta plantada, é comum observar o retorno de espécies da fauna nativa . “Hoje temos veado-campeiro em abundância, jaguatirica em várias áreas — animais que antes nem se imaginava que existiam nessas regiões.
Onde tem floresta plantada, tem fauna pujante “, relata. Além disso, a legislação exige que cada propriedade mantenha pelo menos 40% de mata nativa preservada , o que reforça o compromisso do setor com o equilíbrio ambiental. A silvicultura no Rio Grande do Sul também é uma importante fonte de empregos: são 12 mil postos diretos no campo e mais de 400 mil indiretos em cadeias como serrarias, fábricas de celulose, móveis e esquadrias, segundo a entidade.
A madeira produzida no estado tem destino diversificado: resinas, celulose, madeira serrada e biomassa para geração de energia . Toda a cadeia é pensada de forma circular, com aproveitamento máximo da matéria-prima e preocupação com a paisagem das florestas após a colheita. Segundo o Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul, os municípios gaúchos que tiveram maior destaque, no período 2020-2022, foram Encruzilhada do Sul, Cachoeira do Sul e Piratini, com produção média superior a 500 mil metros cúbicos por ano.
Com a projeção de aumentar 100 mil hectares cultivados nos próximos anos pelas empresas do setor, a Agaflor pretende não apenas garantir o fornecimento de matéria-prima para a indústria, mas também contribuir com a agenda ambiental e climática, defende Bennemann. A expectativa é que essa ampliação seja feita com planejamento, respeitando áreas de preservação e adotando boas práticas agrícolas.
Em setembro do ano passado, conforme noticiado pelo Jornal do Comércio, a Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), em conjunto com a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), realizou um grupo de trabalho para estudo se deverá ser feito ou alguma alteração nos procedimentos de licenciamento da silvicultura .
A secretaria defende que a alteração da regulamentação federal sobre o potencial poluidor da silvicultura carretou a necessidade de o Rio Grande do Sul avaliar novamente os processos internos estaduais. A Lei 14.876, aprovada no Congresso nacional e sancionada pelo governo federal, tirou a silvicultura do rol de práticas com potencial poluidor e usuários de recursos ambientais.
Alguns empresários do RS defendem a expansão da área de plantio de eucaliptos (utilizada principalmente para a produção de celulose) livre da obrigatoriedade de licenciamento ambiental (hoje estipulada em até 40 hectares – o que equivale a aproximadamente um parque da Redenção, em Porto Alegre). No âmbito federal, a produção de eucaliptos não precisa de licença ambiental, independentemente da área a ser ocupada, porque essa atividade foi igualada a todas as culturas agrícolas.
Silvicultura produziu R$ 37,9 bilhões em 2023 no Brasil
Em 2023, uma pesquisa Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS 2023) registrou produção florestal primária em 4.924 municípios brasileiros, que, juntos, totalizaram R$ 37,9 bilhões em valor da produção , o que representou um aumento de 11,2% em relação ao ano anterior. Esse crescimento é inferior ao apurado em 2022, que foi de 13,4%, porém representa um recorde no valor da produção do setor. Uma pesquisa foi divulgada em setembro do ano passado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).O valor da produção da silvicultura superou o da degradação vegetal, o que ocorre desde o ano de 1998. Em 2023, houve crescimento de 13,6% no valor da produção da silvicultura e diminuição de R$ 132 mil na deficiência vegetal. Em termos proporcionais, observa-se que a silvicultura aumentou 1,8% sua participação no valor da produção florestal primária (83,6%) frente ao extrativismo vegetal, que passou a responder por 16,4% desse total.
O CEO da Suzano (SUZB3), João Alberto Abreu, afirmou que o setor de celulose deve sentir o impacto da guerra comercial, no que diz respeito à negociação dos preços da celulose.
Após três aumentos consecutivos de preços no início deste ano, a Suzano deve ter mais dificuldade para negociar com seus clientes.”No curtíssimo prazo é normal que haja uma certa desaceleração nas negociações, até cada um ver o que vai acontecer”, afirmou.
No entanto, o executivo vê a empresa bem posicionada competitivamente. “Eu vejo a Suzano em uma posição privilegiada. Em uma situação de maior tensão, temos uma posição competitiva robusta”, disse o CEO.
As declarações foram realizadas durante o 11º Annual Brazil Investment Forum, promovido pelo Bradesco BBI, São Paulo, nesta terça-feira (8).
Segundo Abreu, a China detém 40% da exposição de celulose da empresa, enquanto Estados Unidos e Europa possuem cerca de 20% cada um.
O CEO destacou que existem discussões sobre novos pacotes de incentivo ao consumo no parceiro asiático, que podem acabar beneficiando alguns setores.
“Eu não apostaria contra a China. Eles têm um plano de crescimento, de crescer 5% e acredito que possuem muitas ferramentas para continuar buscando esse crescimento”, afirmou.
Ainda sobre a China, o executivo não descartou a possibilidade de maior integração com o mercado do país. Abreu afirmou que a moeda chinesa possui um custo de capital atrativo e que a Suzano estuda a possibilidade de transferir parte da dívida para a moeda local.
“A primeira preocupação para nós é uma eventual recessão. Há previsões de retração de 1% e isso reduz a demanda de todos os mercados. Precisamos olhar para o impacto nos nossos clientes, principalmente chineses e europeus”, disse Abreu.
O executivo considera que é um momento para cautela no que diz respeito à alocação de capital. A empresa avalia que a compreensão do balanço de oferta e demanda é fundamental para traçar os próximos passos no mercado.
Considerando médio e longo prazo, o CEO acredita que a tendência é de que a demanda pela celulose de fibra curta cresça em uma velocidade superior à de fibra longa. “Eu vejo a fibra longa de alguns mercados fora do Brasil atuando mais em nichos e isso abre oportunidades para a fibra curta”, disse.
Apesar das tensões com o cenário global, Abreu reforçou a confiança na Suzano, ressaltando a posição competitiva da empresa. Segundo ele, a companhia possui portfólio capaz de gerar caixa mesmo em ambientes de volatilidade de preços.
O IBAMA publicou na última quinta feira (03/04) o Comunicado nº 22927367/2025 informando que, em 30 dias (03/05), vai cancelar todos os registros de produtos à base de sulfluramida para uso não agrícola (controle ambiental). A decisão do instituto tem repercutido, principalmente nos bastidores do setor florestal e empresas de iscas formicidas, que questionam até onde a decisão poderia afetar as plantações, a qualidade das árvores e o mercado do segmento.
A publicação, ainda estabelece que o esgotamento de estoque dos produtos a base de sulfluramida poderá ser realizado em até 60 (sessenta) dias, sendo todos os prazos contados a partir da publicação do referido comunicado.
O comunicado não afeta os registros para uso agrícola (florestas plantadas e outros cultivos), que seguem válidos pelo MAPA.
Buscando trazer mais esclarecimentos sobre o tema, o Mais Floresta falou com renomadas empresas brasileiras especializadas em iscas formicidas, que no geral, ressaltam que a ação do IBAMA não irá alterar questões de mercado, bem como também não afetará o setor florestal e sua cadeia produtiva.
Para Luiz Eugênio Pedro de Freitas, diretor-presidente da Dinagro, e presidente da ABRAISCA (Associação Brasileira das Empresas Fabricantes de Iscas Inseticidas), o instituto está correto na decisão: “O comunicado não causará impactos no setor florestal, pois trata-se dos registros efetuados no IBAMA para uso em florestas naturais e ambientes hídricos. O IBAMA está correto pois a autorização da convenção é para uso na agricultura, desde a decisão de 2009.
Sobre possíveis impactos no mercado, Luiz ressalta: “Não trará nenhum prejuízo ao segmento, pelo motivos acima, algumas empresas da ABRAISCA já haviam solicitado o arquivamento espontâneo”.
Sobre um posicionamento da ABRAISCA, Luiz Eugênio informa que ainda não houve tempo hábil na agenda dos associados para discussão sobre o tema.
Ao Mais Floresta, Adriano Moraes, gerente comercial da Unibras Agro Química Ltda, informou por meio de nota:
“O comunicado não afeta os registros dos produtos para uso agrícola (florestas plantadas e outros cultivos), que seguem válidos pelo MAPA.
Importante saber que o produto Isca Formicida ATTA MEX-S que consta no referido comunicado trata-se de um produto NA, “Não Agrícola”.
O IBAMA publicou nesta quinta feira (03/04) o Comunicado nº 22927367/2025 informando que em 30 dias (03/05), vai cancelar todos os registros de produtos à base de sulfluramida para uso NÃO AGRÍCOLA (controle ambiental).
A própria UNIBRÁS já havia solicitado o cancelamento do registro NA e o nosso produto envolvido é: Isca Formicida Atta Mex-S-NA, com nº de registro 2758.”
Levantamento encomendado pelo Governo de Minas aponta vantagens de se investir no estado
O potencial de desenvolvimento econômico de Minas Gerais vai além de setores consolidados, como o agropecuário e a mineração. Isso foi confirmado por um estudo encomendado pelo Governo de Minas, que destaca as oportunidades do estado no setor de base florestal e, consequentemente, na silvicultura.
A atividade envolve o estudo e a aplicação de tecnologias voltadas ao cultivo de florestas, com destaque para o eucalipto, matéria-prima para diversos setores estratégicos em Minas. Encomendado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG) e sua vinculada Invest Minas, junto ao Grupo Index, consultoria especializada, o levantamento aponta inúmeras vantagens para que ocorra investimento nesse setor no estado.
“Entre os principais setores beneficiados, podemos destacar a siderurgia, com a produção de aço verde e outros segmentos que demandam biomassa (energia renovável). É mais um segmento com potencial para incrementar nossa economia verde e para gerar mais empregos”, afirma a secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mila Corrêa da Costa.
Vantagens
Atualmente, Minas já detém a maior área plantada de eucalipto no Brasil, com 2,2 milhões de hectares de florestas. As regiões Central, Norte e Noroeste do estado são indicadas como as mais competitivas para novos empreendimentos.
Elas se destacam por dois motivos: disponibilidade de grandes propriedades e valores de terra nua competitivos, quando comparado a outros estados de tradição florestal no Brasil. Mas não é só isso que faz de Minas um celeiro de oportunidades.
O estado, como um todo, conta com uma extensa área propícia ao cultivo de florestas plantadas, especialmente de eucalipto, além de um clima favorável que permite uma produtividade competitiva quando comparado a centros tradicionais, como Mato Grosso do Sul.
Além disso, a localização de Minas facilita a logística de escoamento da produção, tanto para o mercado interno quanto para o comércio exterior. O estado possui uma malha viária estruturada, proximidade com importantes portos e uma rede ferroviária eficiente, reduzindo custos operacionais.
Vale destacar que o mercado de celulose tem crescido globalmente, impulsionado pela demanda por embalagens sustentáveis e papel tissue. Diante das ODS da ONU para o meio ambiente, as metas do Brasil para 2030 e a substituição do plástico por produtos biodegradáveis, Minas se torna estratégico para investimentos no setor.
“Minas já é referência em florestas plantadas e tem uma indústria robusta que movimenta siderurgia, celulose e bioenergia. Com incentivos estratégicos e um ambiente de negócios favorável, o Governo de Minas, por meio da Invest Minas, está pronto para conectar investidores”, garante o diretor-presidente da Invest Minas, João Paulo Braga.
Levantamento
O estudo surgiu da necessidade de se identificar oportunidades para o desenvolvimento da indústria florestal em Minas. Ele foi conduzido com base em análise territorial, geoespacial, de mercado, socioeconômica e consulta a bases de dados.
O trabalho ainda contou com o apoio de atores da cadeia de base florestal, incluindo grandes players e especialistas do setor, além da Associação Mineira da Indústria Florestal (Amif).
“O estudo reforça a importância de Minas como um polo estratégico para a indústria florestal no Brasil, sendo, possivelmente, o próximo site para a instalação de um grande empreendimento (fábrica de celulose), considerando o aumento da concorrência em regiões como Mato Grosso do Sul”, resumiu o sócio-diretor do Grupo Index, Marcelo Schmid.