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Quantificar a biomassa de uma floresta é fundamental para sucesso do mercado de carbono

As florestas são cruciais para o combate à crise climática. Elas atuam nos dois lados da balança. Quando manejadas ou protegidas, sequestram ou mantém carbono, removendo-o da atmosfera. Já se forem desmatadas ou degradadas, as florestas emitem carbono para atmosfera. Ambos os movimentos são imprescindíveis para o balanço de carbono, elemento químico fundamental à vida, devido à sua capacidade de formar ligações químicas fortes e estáveis com outros átomos, incluindo ele mesmo.

O uso da terra, mudança do uso da terra e florestas contribuem com 27,1% do total das emissões brasileiras de Gases de Efeito Estufa (GEE). O dado é do Inventário Nacional de Emissões de Gases de Efeito Estufa, um documento que apresenta as estimativas das emissões de GEE de um país. Ele é elaborado seguindo metodologias e diretrizes internacionais estabelecidas pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.

A participação das florestas na emissão de GEE vem do seu desmatamento ou degradação, já que, quando isso acontece, o carbono armazenado na biomassa das plantas é emitido de volta para a atmosfera. Por outro lado, quando uma floresta está sendo implantada, o crescimento das plantas irá sequestrar o carbono da atmosfera e guardá-lo em forma de biomassa. Por fim, uma floresta que está protegida ou preservada manterá o carbono, também em forma de biomassa.

Por isso, é importante conhecermos quanto de biomassa existe em uma floresta. Mas é possível saber quanto de carbono está (ou estava) armazenado nas plantas de uma floresta? Sim, a ciência consegue quantificar a biomassa de uma floresta e determinar sua quantidade de carbono. Mas a tarefa não é tão simples quanto parece.

Medindo a biomassa de uma floresta

Uma floresta é um espaço natural, onde as árvores crescem juntas, formando uma cobertura com suas copas. Além das árvores, as florestas também abrigam uma variedade de outras plantas, como arbustos e gramíneas. Apesar desta diversidade de plantas, a maioria da biomassa da floresta está nas árvores. No cerrado este valor chega a 70%, já na Amazônia, este valor chega a 80%.

Quando confrontados com problemas complexos, uma estratégia utilizada pelos cientistas é simplificar a realidade para torná-la mais compreensível e tratável. Assim, determinar a biomassa de uma floresta começa pela quantificação do seu componente principal: as árvores.

As árvores utilizam a energia da luz solar para produzir seu alimento. Este processo, chamado fotossíntese, transforma água e dióxido de carbono (CO2) da atmosfera em açúcar (isto é, glicose) e oxigênio (O2). Durante a fotossíntese, o carbono da molécula de CO2 é transformado em glicose.

Parte da glicose é consumida na respiração da planta e transformada em energia para atender ao metabolismo da planta. O excesso é convertido em outros carboidratos como celulose e lignina, que são os principais componentes da biomassa da planta. É a retenção desse excesso de carbono que torna as árvores organismos com enorme potencial de fixar carbono, que representa cerca de 45% de sua massa.

Árvores na balança

Quando uma pessoa deseja conhecer seu peso (isto é, sua biomassa), é necessário se deslocar até uma balança, subir nela, e esperar que a medida se estabilize. Levar uma árvore até uma balança pode ser tecnicamente possível, mas seria necessário tirá-la do solo, com raiz e tudo. O processo teria que ser repetido para todas as árvores da floresta. Ao final, todas as árvores estariam pesadas, mas também estariam cortadas, e não existiria mais floresta.

Quantificar a biomassa de uma árvore não é nada simples. A forma ideal seria quantificá-la pela massa fresca, pesando. Esta seria a biomassa no momento, incluindo a água presente em sua composição. Diante da inviabilidade de pesar as árvores da floresta, uma alternativa desenvolvida há séculos foi medir o volume da árvore (m³), e obter a biomassa multiplicando o volume pela densidade (kg/m³). 

O tronco da árvore passa a ser representado por um cilindro. Calcular o volume de um cilindro é muito fácil: área da base multiplicada pela altura, e assim obtém-se o volume cilíndrico do tronco. Mas como a árvore não é um cilindro perfeito, corrige-se o volume cilíndrico multiplicando por um fator de forma. Uma vez obtido o volume do tronco, multiplica-se pela densidade da madeira para se obter a biomassa do tronco.

Esta abordagem é conhecida na ciência como modelagem, que é um processo de construção de representações simplificadas da realidade.

Embora o tronco seja a parte da árvore com o maior estoque de biomassa, os outros órgãos da planta precisam ser considerados: raiz, galhos e folhas. Isto é feito multiplicando a biomassa do tronco por um fator de expansão.

Nessa abordagem, não é necessário abater a árvore. A base do cilindro é obtida a partir do diâmetro do tronco e a altura do cilindro é obtida a partir da altura do tronco. O diâmetro da árvore pode ser medido com uma fita, de forma parecida com uma costureira medindo a cintura de uma pessoa.

A altura da árvore também pode ser medida facilmente com instrumentos óticos, parecidos com um monóculo. A densidade da madeira, o fator de forma e os fatores de expansão podem ser obtidos para espécies ou grupo de espécies a partir de estudos realizados em campo, de preferência com árvore caídas ou legalmente abatidas.

Com o avanço da estatística e dos computadores, os fatores de forma foram gradativamente substituídos por modelos estatísticos. Os modelos funcionam como uma espécie de calculadora treinada para calcular volume. Ao receber como informação inicial o diâmetro e a altura da árvore, ela é capaz de calcular o volume, ou até mesmo a biomassa diretamente. Até aqui, objetivo cumprido: biomassa de uma árvore calculada!

Da árvore para a floresta

Como uma floresta é uma comunidade de várias árvores, de portes e espécies diferentes, bastaria somar o volume de todas elas. Medir e somar uma dezena de árvores é até possível, mas grandes extensões florestais impossibilitam esta abordagem.

Aqui entra mais estratégia científica para lidar com problemas complexos: a técnica de amostragem. É possível obter a biomassa da floresta ao se medir várias pequenas porções. Estas porções são chamadas de parcelas. Mas, se não será medida toda a floresta, qual a certeza de que o valor das parcelas está correto? É aqui que entra a teoria da amostragem.

Toda a simplificação carrega uma incerteza. Mas esta incerteza pode ser conhecida e determinada. A partir da biomassa medida nas parcelas, é possível calcular o grau de confiança que existe no valor da biomassa da floresta. Se o grau de confiança for baixo, será necessário medir mais parcelas.

Este é um ponto crucial para qualquer processo para estimar a biomassa de uma floresta. Devido à complexidade da tarefa, e das estratégicas de simplificação empregadas, uma estimativa de biomassa nunca será um valor determinístico. A biomassa da floresta deverá ser sempre informada considerando um intervalo de confiança, que é reflexo das incertezas inerentes às estratégias empregadas.

Biomassa e o mercado de carbono

Qualquer floresta pode ter sua biomassa determinada! No contexto da crise climática, a possibilidade de contabilizar a biomassa florestal e associar esta biomassa a uma emissão, estoque ou sequestro de carbono, cria a oportunidade de transformar isto num mercado.

Num movimento que se acelerou a partir de 2020, vários especialistas passaram a indicar que as ações conhecidas como Soluções Baseadas na Natureza são as melhores e mais promissoras alternativas para se enfrentar desafios socioambientais da mudança climática, da perda de biodiversidade e da insegurança hídrica.

Dentre as soluções mais populares estão as ações relacionadas ao carbono fixado pelas florestas, oriundos da restauração, do manejo ou da proteção. Ao desenvolver ações que reduzam a emissão, que evitem a emissão ou que capturem carbono presente na atmosfera, geram-se créditos que podem ser comercializados.

E aqui percebe-se porque a quantificação da biomassa é um elemento fundamental para se garantir a credibilidade deste mercado. Ao comprar um crédito de carbono, associado à biomassa de uma floresta, deseja-se ter certeza de que este carbono está devidamente fixado e protegido! E isso pode ser uma ferramenta importante para garantir a preservação das nossas florestas: tê-las em pé, mantendo ou sequestrando o carbono, pode ser um bom negócio!

Informações: The Conversation.

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Estudo inédito aponta que Minas Gerais tem 15 milhões de hectares com potencial para projetos florestais

Minas Gerais dispõe de 15 milhões de hectares com aptidão para projetos florestais, dos quais 7 milhões podem ser para empreendimentos do tipo brownfield (utilização de florestas já existentes) e 15 milhões para projetos greenfield (novos plantios destinados à instalação de indústrias futuras). Esses dados foram apresentados no estudo inédito divulgado nesta última quinta-feira (10), durante o evento Florestas UAI, realizado pela Associação Mineira da Indústria Florestal (AMIF) — entidade que representa o setor de florestas plantadas no estado.

A pesquisa foi encomendada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG) e pela Invest Minas, sendo conduzida pelo Grupo Index. Para Adriana Maugeri, presidente da AMIF “este estudo é, sem dúvida, um divisor de águas, pois oferece um direcionamento claro para um crescimento ordenado, sustentável e inclusivo do setor, alcançando diversas regiões, perfis de produtores e segmentos”.

Atualmente, Minas Gerais possui cerca de 2,3 milhões de hectares de florestas plantadas, o que representa aproximadamente 25% da área total de plantações florestais do Brasil, além de 1,3 milhão de hectares de florestas preservadas. Esse setor movimenta cerca de R$ 10 bilhões por ano, gera mais de 300 mil empregos diretos e indiretos, e contribui significativamente para as exportações mineiras com produtos como celulose, papel e carvão vegetal sustentável.
Destaques

Além da grande disponibilidade de área, o estado se destaca por outros fatores que reforçam sua atratividade para investimentos: excelente disponibilidade hídrica, preços competitivos da terra, regime tributário diferenciado, uma cadeia de valor diversificada, e o fato de possuir a maior área plantada de eucalipto do país. A silvicultura está presente em 811 dos 853 municípios mineiros, evidenciando sua capilaridade e importância socioeconômica.

O estudo revela ainda que Minas Gerais oferece um dos melhores Valores de Terra Nua (VTN) do Brasil para fins florestais, com média de R$ 9,8 mil/ha, podendo chegar a R$ 2,8 mil/ha nas regiões mais promissoras — como o Norte, Noroeste e Central do estado. Esse cenário, aliado a um clima favorável, proporciona uma produtividade florestal competitiva, muitas vezes superior à de outros polos já saturados, projetando Minas como o novo destino estratégico para investimentos industriais florestais no Brasil.

Com a recente simplificação do licenciamento ambiental, que diminuiu o tempo para a autorização, e o aumento global da demanda por produtos sustentáveis, Minas se posiciona como protagonista na transição para uma economia verde. “O estudo vem em um momento oportuno e integra o programa Minas Invest+ Florestas, que organiza e centraliza as ações para desburocratizar e atualizar a legislação florestal do estado”, reforça a presidente da AMIF.

O diagnóstico recomenda a criação de políticas públicas focadas em quatro eixos: melhorias logísticas, aumento da produtividade florestal com apoio técnico e pesquisa, capacitação de mão de obra especializada, e ampliação dos benefícios fiscais para atrair novos investimentos. Posiciona Minas Gerais como uma das regiões mais promissoras para a indústria florestal no Brasil, destacando não apenas sua estrutura produtiva, mas também seu potencial competitivo no cenário nacional e internacional.

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Setor florestal se organiza para entender e enfrentar a taxação norte-americana sobre a madeira

“Ainda é cedo para comemorar”, diz presidente da APRE, que representa as  empresas de base florestal no Paraná, um dos maiores exportadores de madeira brasileira para os Estados Unidos

O setor da indústria de base florestal ainda está estudando os possíveis desdobramentos da nova política comercial anunciada pelo pelo governo dos Estados Unidos, taxando em pelo menos 10% os produtos brasileiros. “Mesmo não chegando aos 25% esperados, ainda é cedo para comemorar”, pontua o presidente da Associação Paranaense de Empresas da Base Florestal (APRE), Fábio Brun.

Presidente da Associação Paranaense de Empresas da Base Florestal (APRE), Fábio Brun.

Os impactos – como perda de mercado e aumento dos custos de produção – serão, a partir de agora, analisados de forma mais apurada, conforme a disponibilização progressiva de documentação oficial norte-americana. “Vamos nos debruçar sobre o tema buscando entender inclusive sua aplicação e prazos”, diz.  

A APRE acompanha o assunto desde o início a fim de auxiliar os  associados que têm relação comercial direta e indiretamente com os Estados Unidos. “Aqueles que se relacionam de forma direta são os que produzem no Brasil e enviam os seus produtos à base de madeira para lá. Na relação indireta estão os que produzem madeira para o mercado nacional, abastecendo indústrias que exportam produto acabado para os Estados Unidos”, diz o presidente. 

A APRE teme que – mesmo com a taxação de 10% – os custos acabem recaindo sobre a produção, tornando os produtos mais caros. “O que, no final das contas, é ruim para todos os envolvidos. Com o aumento dos valores do produto final, os importadores norte-americanos podem reduzir  a compra de madeira oriunda do Brasil, com risco de recessão e postergando investimentos”, salienta Brun.

O setor florestal seguirá atento, portanto, a três pontos cruciais para avaliar o momento: cotação do dólar, logística e custos de produção. “Caso o dólar se mantenha em torno dos R$6 (o dólar intraday nesta quinta-feira chegou a cair para R$ 5,60), conforme alguns especialistas estimam, temos chances de nos manter aquecidos e nos prepararmos melhor para o que virá. Incluindo tempo para buscar novos mercados”, diz. 

Dados do setor – Grande parte da madeira que vai para a construção civil norte-americana – entre elas compensado, madeira serrada e molduras de pinus – sai do Brasil e o Paraná é um dos maiores fornecedores. 

Segundo dados divulgados pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), cerca de 40% dessa madeira é proveniente do Paraná e 40% de Santa Catarina. Dados da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham) indicam que os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul representaram 86,5% do total exportado pelo Brasil, no último ano, aos Estados Unidos. 

Juntos, os três estados do Sul exportaram US$ 1,37 bilhão em produtos de madeira para os EUA. A APRE – do total de área plantada no Paraná – representa cerca de 50% das empresas do setor.

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Arauco celebra Pedra Fundamental do Projeto Sucuriú em MS

Evento contou com a presença de autoridades dos governos federal, estadual e municipal, além de representantes do setor

A Arauco realizou, nesta quarta-feira, 9 de abril, em Inocência (MS), a cerimônia de lançamento da Pedra Fundamental do Projeto Sucuriú, marcando oficialmente o início das obras de sua primeira fábrica de celulose no Brasil. Com um investimento de US$ 4,6 bilhões, a nova unidade, maior do mundo construída em etapa única, terá capacidade para produzir 3,5 milhões de toneladas de celulose de mercado por ano e previsão de início das operações até o final de 2027.

O Projeto conta uma área total de 3.500 hectares, sendo mais de 4.800.00 mde área construída, onde acontecerá a montagem das principais estruturas da fábrica, incluindo setores de preparação de madeira, cozimento, branqueamento, secagem, recuperação química e geração de energia, entre outras instalações. Durante as obras, mais de 14 mil empregos diretos serão gerados. Em operação, o Projeto deve empregar cerca de 6 mil pessoas nas áreas industrial, florestal e logística.

Além de impulsionar a geração de emprego e renda, o Projeto Sucuriú contribuirá para o aumento da arrecadação tributária e a atração de novos investimentos, fortalecendo a posição do Mato Grosso do Sul como referência global no setor de celulose.

Investimento local, projeção global

Para o CEO Global da Arauco, Cristián Infante, o Projeto Sucuriú representa a união entre inovação e a possibilidade de geração de desenvolvimento com sustentabilidade. “Somos uma companhia global que utiliza um recurso renovável essencial e busca gerar valor econômico, social e ambiental de forma simultânea. Acreditamos que esse desenvolvimento deve ser pautado pelo respeito à natureza e pelo bem-estar das pessoas e comunidades. Por isso, seguimos promovendo um ambiente seguro, inclusivo e colaborativo, garantindo que esse Projeto traga uma transformação positiva para Mato Grosso do Sul”.

O Presidente da Arauco Brasil, Carlos Altimiras, reforçou a relevância da participação colaborativa do poder público e de entidades do setor, além da escuta ativa com a comunidade. “Com diálogo e parceria junto à Prefeitura, ao Governo do Estado e às demais lideranças, celebramos o compromisso e o vínculo com essa região e as pessoas, porque um Projeto grandioso como o Sucuriú, tem o potencial de deixar, com igual grandeza, um legado no presente e para as futuras gerações. E só quem valoriza a origem e o respeito à história pode fazer isso abraçando esta comunidade e todo seu entorno”, avaliou.

Com a construção da nova unidade, a Arauco fortalece sua atuação no Brasil e reforça sua posição de destaque no mercado global, já que é uma das líderes mundiais em capacidade produtiva no setor de celulose.

Ao celebrar o marco do Projeto Sucuriú, o Presidente em exercício, Geraldo Alckmin, destacou o avanço da indústria no país. “Em 2022, o Brasil estava em 70º lugar no mundo na indústria e, no ano passado, chegamos à 25ª posição. A nova indústria une pesquisa, desenvolvimento e inovação, dando impulso à economia. Estudos do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostram que os investimentos no Brasil, em 15 anos após a reforma tributária, devem aumentar 14%. Com isso, vivemos um novo tempo. O desenvolvimento é o novo nome da paz — a paz que é fruto do emprego. Quando as pessoas têm trabalho e renda, podem, com o suor do próprio esforço, criar suas famílias e viver com dignidade”.

Para o Governador do Estado, Eduardo Riedel, o lançamento representa “um momento histórico não apenas para Inocência, mas também ao Mato Grosso do Sul. Toda esta região será impactada com este grande investimento privado. Lembro de quando fomos ao Chile, visitamos os empreendimentos e aprendemos a cultura deles. Conhecemos a seriedade, simplicidade e competência do grupo. Lá se estabeleceu um compromisso e confiança para viabilizar o maior empreendimento privado nos dias de hoje”, afirmou.

“Essa data ficará marcada em nossa história como a concretização de um sonho que transforma nossa princesinha em uma grande rainha. Inocência já vive uma nova realidade: temos oportunidades de emprego e novos investimentos sendo atraídos pelo Projeto Sucuriú. Nossa sólida e transparente parceria com a Arauco nos dá a tranquilidade de que esse desenvolvimento acontecerá com responsabilidade, respeitando o meio ambiente, nossa cidade e nossa gente”, disse Antônio Ângelo Garcia dos Santos, Prefeito de Inocência (MS).

Presente na cerimônia, a Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, destacou a contribuição do projeto para o crescimento nacional e lembrou que, há 50 anos, em 1975, o então prefeito de Três Lagoas, seu pai, Ramez Tebet, em seu discurso de posse, já apontava que essa era uma região vocacionada para o plantio de florestas de eucalipto e que era preciso trazer uma fábrica de celulose para a região. “Muitos sonharam, lutaram e reflorestaram essa terra, mas não puderam ver esse sonho se tornar realidade. Agora, estamos diante não apenas do lançamento da pedra fundamental, mas da árvore fundamental desse imenso maciço florestal da maior fábrica do mundo em etapa única”.

A Senadora Tereza Cristina recordou o empenho do governo do Estado, ainda em 2010, quando o desafio era trazer alternativas para a matriz econômica. “Nossa missão era realizar um diagnóstico para a Costa Leste. Na época, pude conhecer a Arauco e me encantei com a tecnologia. Observei não apenas o negócio, mas também o trabalho social que realizavam no Chile. Foi algo que nos deu esperança. E hoje, é um sonho de todos nós, homens e mulheres que querem ver o nosso Estado desenvolvido, mais justo e inclusivo”, afirmou.

Inovação e ciclos fechados 

No Projeto Sucuriú, o cuidado com a biodiversidade norteia todas as etapas, das obras à operação, com ações que priorizam o cultivo responsável de florestas e o manejo sustentável, além de monitoramento contínuo da fauna e flora, identificando espécies nativas e mapeando áreas prioritárias para conservação. 

A companhia trabalha, de forma contínua, com um Plano de Gerenciamento e Monitoramento Ambiental focado na qualidade e controle de consumo da água, efluentes sanitários, resíduos sólidos, ruído e vibração ambiental, controle de poeira e fumaça preta, entre outros aspectos. Ao todo, são 24 Programas que reúnem iniciativas para minimizar os impactos ambientais da construção, incluindo o Plano Básico Ambiental (PBA), exigido pela legislação brasileira como parte do processo de licenciamento, com ações de mitigação ambiental e social, como por exemplo a recuperação, monitoramento e gestão de resíduos. 

Com diretrizes ambientais rigorosas para preservação dos recursos naturais, o Projeto Sucuriú tem como um de seus pilares a operação com eficiência hídrica: o consumo será de 26 m³ de água por tonelada de celulose produzida – um dos índices mais baixos do setor, com 100% do efluente tratado. O volume de água captado será majoritariamente devolvido ao Rio Sucuriú, com cerca de 90% do volume captado de volta pela operação.  

Para o reuso de água pluvial, a Arauco está construindo uma Central de Tratamento e Valorização de Resíduos para transformar o material resultante em produtos úteis, priorizando que nada seja destinado a aterros sanitários e fortalecendo o conceito de economia circular. Nesse processo, serão produzidos o composto de solo, feito com resíduos orgânicos, e o corretivo de acidez do solo, produzido a partir dos inorgânicos do processo de celulose. O lodo primário e secundário gerados na estação de tratamento de efluentes (ETE) serão queimados na Caldeira de Força para geração de energia e a movimentação dele será realizada por correias transportadoras, para redução da emissão de poluentes. 

A nova unidade será autossuficiente em geração de energia renovável. A Caldeira de Recuperação, a maior do mundo no setor de papel e celulose, utilizará licor preto (subproduto do cozimento da madeira) para gerar eletricidade, enquanto a Caldeira de Força aproveitará resíduos do processo produtivo com a mesma finalidade. A fábrica contará ainda com uma Planta de Gaseificação, que permitirá a produção de biocombustível renovável, reduzindo significativamente a dependência de combustíveis fósseis. 

Serão mais de 400 megawatts (MW) de capacidade de geração de energia, sendo 200 MW destinados ao consumo interno, o excedente disponibilizado será suficiente para abastecer uma cidade de 800 mil habitantes, reforçando o compromisso da Arauco com a transição energética e a descarbonização.

Todo o maquinário do Projeto Sucuriú contará com tecnologia da indústria 5.0, com controles de processos e simuladores para treinamentos operacionais e com a integração de soluções de conectividade, do processamento da madeira até o controle de qualidade da celulose, o que trará segurança e otimização para a operação e contribuirá para excelência na eficiência do uso de recursos. 

Compromisso e vínculo com a comunidade

A Arauco mantém, desde sua chegada à cidade, em 2022, diálogo contínuo com a população local, promovendo periodicamente encontros abertos de escuta ativa com as pessoas de Inocência e arredores, apresentando a evolução do Projeto e ouvindo suas expectativas em relação ao futuro.  No Mato Grosso do Sul, atua desde 2009 por meio de sua operação florestal.

A companhia tem realizado estudos e diagnósticos que contribuíram com o alinhamento com lideranças e autoridades das principais demandas impulsionadas pelo Projeto. Em fevereiro de 2025, a Arauco anunciou o investimento de R$ 85 milhões por meio do Plano Estratégico Socioambiental (PES), um modelo de governança compartilhada que une a companhia e os governos municipal e estadual para garantir a implementação de ações planejadas e monitoradas de maneira transparente e com acompanhamento de todos os atores. 

O PES é organizado em nove eixos estratégicos – Saúde; Segurança Pública; Assistência Social; Educação, Economia, Trabalho e Renda; Transporte; Saneamento; Habitação; Ordenamento Territorial e Conservação Ambiental. Dentro de cada uma dessas nove áreas, as demandas serão atendidas por um conjunto de ações a longo prazo.

Os investimentos da Arauco no eixo de Saúde incluirão a contratação de consultoria especializada em prol da Gestão do Sistema Municipal de Saúde e da Gestão Hospitalar, implantação da Área Vermelha destinada ao atendimento emergencial no Hospital Municipal, capacitação para os profissionais de emergência e construção de uma nova unidade de saúde – Hospital Municipal de Inocência com capacidade inicial de ocupação de 20 leitos, com área construída de 2.450 m2. 

No âmbito da Segurança Pública, a Arauco construirá a sede da Polícia Militar, a sede do Corpo de Bombeiros e comprará viaturas para a Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros de Inocência. 

Na área de Assistência Social, a Arauco investirá na modernização e ampliação do CREAS – Centro de Referência Especializado de Assistência Social, no antigo prédio do equipamento do CRAS – Centro de Referência de Assistência Social de Inocência. Também construirá uma nova instalação para o CRAS e vai inaugurar uma Casa de Passagem para acolhimento temporário de pessoas, além de promover e financiar campanhas de conscientização contra a violação de direitos de grupos vulneráveis na cidade.

Para contribuir com a Educação, a Arauco doará 100 bolsas de estudo para alunos do Ensino Fundamental e Médio em novas vagas que serão abertas no setor privado. Vai ofertar estágios para estudantes de cursos técnicos do Ensino Médio das escolas públicas da cidade, e financiar cursos para formação continuada de profissionais da educação. A companhia também vai fazer a reforma e ampliação da Escola Olivalto Elias da Silva, além de financiar o investimento em laboratórios e comprar um micro-ônibus escolar, capacitando motoristas da educação municipal de Inocência. 

No eixo de Economia, Trabalho e Renda, a Arauco fará 100% do aporte na continuidade dos trabalhos de estruturação do sistema de capacitação e de desenvolvimento das pessoas que poderão ser colaboradoras e trabalhadoras, tanto em unidades produtivas próprias, quanto nas empresas parceiras do Projeto Sucuriú. A capacitação terá a finalidade de preparar as pessoas para se candidatarem às vagas de trabalho durante o desenvolvimento e depois das obras finalizadas na cidade. 

Um desses instrumentos já está instalado é o Centro Integrado Sesi Senai de Inocência, que já formou cerca de 100 pessoas em cursos de sinalização de vias, motorista de caminhão basculante, e como operador de trator, retroescavadeira e motoniveladora. O Sebrae/MS desenvolve a iniciativa “Conexão Arauco”, que capacita empreendedores locais para atender às demandas promovidas pelo Projeto Sucuriú, fortalecendo e expandindo a cadeia produtiva. Ações de agricultura familiar são outro pilar de desenvolvimento com foco na geração de renda e diversificação da produção junto às associações e cooperativas locais para impulsionar a produção de alimentos de maneira sustentável, em processos de manejo alinhados simultaneamente à conservação e recuperação do meio ambiente.

No eixo de Transportes o Governo do Estado já tem feito investimentos na infraestrutura logística da região, com apoio técnico da Arauco em áreas específicas. Em Saneamento, a companhia também vai financiar um Estudo da Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos com uma consultoria especializada e um Estudo de Identificação das Melhorias no Tratamento da ETE – Estação de Tratamento de Esgoto – além de ampliar a capacidade de tratamento de esgotamento sanitário na ETE na sede municipal para a nova demanda projetada com a instalação de sua fábrica de celulose. 

As ações previstas para Habitação incluem a construção de 620 unidades que serão dedicadas aos colaboradores da Vila Arauco e a intermediação junto aos Governos Estadual e Federal a extensão de Programas Habitacionais voltados para o município de Inocência para fomentar que a iniciativa privada também invista na região. 

Em Ordenamento Territorial e Conservação Ambiental, a Arauco colaborou com a Prefeitura de Inocência com a base do Plano Diretor apresentado à população em junho de 2024 e vai revitalizar o Espaço de Lazer e Cultura (Parque do Povo), além de instalar no município uma Estação Meteorológica e de Qualidade do Ar. 

Sobre a Arauco Brasil

No país desde 2002, a Arauco atua nos segmentos Florestal e de Madeiras com o propósito de, a partir da natureza e de fontes renováveis, contribuir com as pessoas e o planeta. Emprega mais de 3000 colaboradores próprios e conta com 5 unidades industriais brasileiras.

As plantas estão distribuídas entre a produção de painéis, em três fábricas localizadas nas cidades de Jaguariaíva (PR), Ponta Grossa (PR) e Montenegro (RS); painéis e molduras, na planta localizada em Piên (PR); resinas e químicos, na unidade de Araucária (PR) e, em 2027, prepara-se para inaugurar sua primeira fábrica de celulose branqueada em Inocência (MS).

Com atuação orientada por práticas ESG, a Arauco possui certificação FSC® (Forest Stewardship Council®) em suas florestas, que reconhece o manejo ambientalmente responsável, socialmente justo e economicamente viável. A companhia também foi a primeira do mundo a receber a certificação Carbono Neutro, em 2020, emitida pela Delloite e auditada pela Price Waterhouse. Globalmente e no país, opera primando pela gestão responsável da água, a conservação da biodiversidade e a retirada de gás carbônico da atmosfera. 

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Exclusivo – Manejo florestal: o uso sustentável das florestas nativas

*Artigo de Cícero Ramos.

O manejo florestal sustentável é uma das abordagens mais eficientes e inteligentes para combater o desmatamento ilegal, ao mesmo tempo em que permite a exploração econômica da floresta, garante a manutenção de serviços ambientais, e contribui para a geração de empregos, distribuição de renda e desenvolvimento regional na Amazônia. Essa prática também resulta em maior arrecadação de impostos, oferece segurança jurídica ao setor florestal e favorece a conservação da biodiversidade local para gerações presentes e futuras. O manejo florestal não se compara a qualquer forma de remoção de vegetação, mesmo que legal.

Para entender como essa prática surgiu, precisamos voltar no tempo. A escassez gera a invenção, e foi a partir da escassez de madeira que surgiu a ideia do manejo florestal sustentável, com o objetivo de conservar as florestas. Na Saxônia do século XVII, a madeira era um recurso estratégico, essencial para a mineração e a economia local. No entanto, a exploração descontrolada levou ao risco de esgotamento, exigindo soluções urgentes.

Hans Carl von Carlowitz (1645–1714), membro de uma família com tradição em silvicultura e que trabalhou como diretor de mineração em Freiberg, foi o responsável por apresentar uma solução, publicando em 1713 a obra Sylvicultura oeconomica. Carlowitz defendia o uso sustentável das florestas, argumentando que a extração de madeira deveria ser limitada à capacidade de regeneração da floresta, ou seja, não se deve derrubar o estoque de árvores maduras da floresta até que se observe que há crescimento suficiente no local. Ele baseava seus argumentos no conceito de “bem comum”, tanto para a comunidade quanto para as gerações futuras, introduzindo, assim, a ideia de sustentabilidade.

A visão de Carlowitz não só sobreviveu ao tempo como se tornou a base do manejo florestal atual, ao relacionar a intensidade da exploração à capacidade de suporte ambiental da floresta e definir ciclos de corte alinhados ao tempo necessário para a recuperação dos volumes extraídos. Foi a Engenharia Florestal que introduziu o manejo florestal sustentável no Brasil, uma vez que a exploração de florestas nativas anteriormente era feita de maneira empírica, sem o devido suporte técnico. O manejo florestal sustentável é, de fato, uma das poucas atividades de uso do solo que mantém a cobertura florestal enquanto gera renda a partir da floresta em pé. Essa prática é fundamental para conciliar a produção econômica com a conservação ambiental, garantindo a sustentabilidade dos recursos naturais.

No Brasil, a Constituição Federal, em seu artigo 225, § 1º, I, estabelece que é de responsabilidade do Poder Público “prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas. A Lei de Proteção às Florestas Nativas (Lei nº 12.654/12) define o manejo sustentável como a administração da vegetação natural, visando benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando os mecanismos de sustentação do ecossistema e considerando a utilização de diversas espécies madeireiras e não madeireiras, além de outros produtos e serviços da flora. Assim, qualquer empreendimento com vistas à exploração florestal de áreas públicas ou privadas requer licenciamento ambiental, com a aprovação prévia de um Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS), sob responsabilidade técnica de um profissional da Engenharia Florestal, conforme o artigo 10 da Resolução Confea nº 218/73 e a alínea “a” do artigo 1º da Lei 5.196/66.

O Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS) é um instrumento essencial para garantir a exploração responsável dos recursos florestais, alinhando a produção com a conservação ambiental. Para isso, ele deve atender a uma série de fundamentos técnicos e científicos, que incluem a caracterização dos meios físico e biológico, determinação do estoque existente, intensidade de exploração compatível com a capacidade de suporte ambiental da floresta, ciclo de corte compatível com o tempo de restabelecimento do volume de produto extraído da floresta, promoção da regeneração natural da floresta, adoção de sistema silvicultural adequado, adoção de sistema de exploração adequado, monitoramento do desenvolvimento da floresta remanescente e adoção de medidas mitigadoras dos impactos ambientais e sociais.

No manejo florestal, são identificadas as árvores maduras que poderão ser colhidas da floresta seguindo os requisitos estabelecidos pela legislação, sendo retiradas, em média, de três a cinco árvores por hectare, as árvores jovens (remanescentes) que permanecerão na floresta, as árvores porta-sementes (mães) que serão responsáveis pela renovação da floresta, além das árvores protegidas por lei, como é o caso da Castanheira (Bertholletia excelsa Bonpl.), por exemplo. Após a exploração das árvores maduras selecionadas para manejo, por meio de técnicas de exploração de impacto reduzido (EIR), ocorre uma abertura no dossel das copas que permite a entrada de luz na floresta, estimulando a regeneração natural e o banco de plântulas, favorecendo o crescimento em diâmetro e incremento volumétrico das árvores, por meio da fotossíntese, retiram o dióxido de carbono (CO₂) da atmosfera e o transformam em oxigênio (O₂),  contribuindo para o equilíbrio ambiental e a sustentabilidade dos ecossistemas florestais.

Além disso, políticas públicas que incentivam a compra de madeira proveniente do manejo sustentável são essenciais para proteger as florestas nativas. A cadeia de custódia, que garante a rastreabilidade da madeira desde a origem até o consumidor, assegura que os produtos florestais estejam em conformidade com as melhores práticas sustentáveis, respeitando as leis e beneficiando as comunidades locais.

O manejo florestal na Amazônia está alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente com os objetivos de trabalho decente, crescimento econômico, consumo e produção responsáveis, ação contra as mudanças climáticas, vida terrestre e parcerias para a implementação de ações. Portanto, é fundamental promover um entendimento mais aprofundado do manejo florestal sustentável e da cadeia produtiva da madeira, considerando tanto os aspectos ecológicos quanto socioeconômicos. Reforçando práticas florestais sustentáveis e a inovação baseada na ciência e engenharia florestal são essenciais para proteger as florestas, gerar renda e mitigar as mudanças climáticas, integrando o uso dos recursos florestais com estratégias de conservação ambiental.

O conceito de manejo florestal sustentável, proposto por von Carlowitz há mais de três séculos, permanece atual. Ao revisitar suas ideias, fica evidente que a sustentabilidade vai além de uma simples necessidade; ela se apresenta como uma oportunidade valiosa para inovar e criar um futuro mais equilibrado, garantindo que as florestas possam continuar gerando riqueza sem se esgotar.


*Cícero Ramos é engenheiro florestal e vice-presidente da Associação Mato-grossense dos Engenheiros Florestais.

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Tracbel mostra suas soluções Tigercat Tci, Volvo e Kalmar para florestas plantadas

A Tracbel apresenta as suas soluções florestais no 2º Florestas UAI, um dos mais importantes eventos do setor, que começa hoje e se estende até 11 de abril, no Centro de Convenções CDL, em Belo Horizonte (MG). A Tracbel é a distribuidora nacional da marca Tigercat Tci, fabricante canadense de equipamentos florestais. “São produtos reconhecidos internacionalmente pelo alto grau de tecnologia, confiabilidade e robustez”, afirma Cairon Faria, diretor da divisão Florestal e Logística da Tracbel.

Cairon Faria

Ele lembra que a empresa também oferece um portfólio de máquinas de outras marcas para a esta área, como, por exemplo, carregadeiras e escavadeiras Volvo para logística florestal, e empilhadeiras Kalmar para operar em aplicações intralogísticas. “São soluções importantes que contribuem para aumentar a produtividade da indústria florestal”, complementa Faria. “São os mais modernos, eficientes e confiáveis equipamentos para colheita. Minas Gerais é estado o que possui a maior área de florestas plantadas do Brasil”, explica o dirigente.

A Tracbel tem a disposição na linha Tigercat os skidders, fellers bunchers (pneus e de esteiras) e direcionais, picadores, guinchos, harvester de pneus, forwarders, mulchers, cabeçotes florestais e o inovador “Carbonizer”. A Volvo CE oferece as carregadeiras, os articulados Timber Haulers e escavadeiras florestais. A Kalmar possui produtos para intralogística, movimentação de containers e os Terminal Tractors, usados para movimentação de carretas em pátios. “É um amplo portfólio, para buscarmos redução de custos, com foco em alta produtividade e robustez”, diz.

Respeito ao meio ambiente

Outro destaque da Tracbel é o Carbonizer Tigercat 6040. Sua operação se baseia em um sistema avançado e econômico que respeita o meio ambiente para a conversão de resíduos de madeira. É uma das tecnologias mais ecologicamente corretas disponíveis no mercado. A máquina recebe resíduos de madeira e produz carbono orgânico (Biochar) de alta qualidade, com até 90% de redução do volume do material. É uma solução ideal para converter resíduos agrícolas e de exploração madeireira indesejados em carbono orgânico útil e de alta qualidade. Eles ainda podem ser deixados no local como aditivo de solo ou comercializados para diversos usos. O processo de conversão inovador opera em altos níveis de rendimento e produz emissões muito baixas.

Compromisso

“A produtividade e a eficiência da operação florestal dependem não apenas da qualidade dos equipamentos, mas também do suporte depois da compra”, afirma Claudio Dardengo, diretor de pós-vendas da Tracbel Florestal e Logística. “Investimos constantemente em excelência no pós-venda, garantindo o melhor desempenho nas colheitas de eucalipto e pinus”, observa. O executivo destaca que o time de especialistas da Tracbel está sempre pronto para oferecer apoio técnico rápido e eficiente, com peças de reposição originais, manutenções preventivas e corretivas, além de treinamentos para operadores e mecânicos. O objetivo é garantir que a frota permaneça em operação com o máximo de disponibilidade e rendimento. Os engenheiros e técnicos da Tracbel estarão no estande do evento para falar sobres os produtos e a sua operação para melhora a eficiência de combustível, redução da fadiga do operador e o aumento da produtividade.

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McDonalds já construiu dois restaurantes na América Latina em mass timber

A rede de restaurantes McDonalds tem potencial enorme para ser uma embaixadora do uso da madeira em seus milhares de restaurantes do mundo. E é justo na América Latina que essa onda está começando!

O Méqui Paraíso, localizado em plena Avenida Paulista, em São Paulo, foi inaugurado em 2023, e é um grande quebrador de paradigmas, afinal foi construído em CLT e vigas laminadas. Como os seus 220 m2, impressiona utilizando a abordagem biomimética, ou seja, decisões baseadas na natureza. A inspiração para os pilares do projeto veio dos troncos das árvores no canteiro central da Avenida Bernardino de Campos – as últimas remanescentes na área – presentes em frente à unidade.

 Dentre as soluções sustentáveis adotadas no projeto, destacam-se os estudos de incidência solar realizados antes da implantação, já que uma “caixa” de vidro compõe a fachada do restaurante. Foram estrategicamente instalados brises para controle da insolação, uma medida que demonstrou ter um impacto na regulação da temperatura interna, e um teto verde ajuda a controlar a temperatura interna do salão. A unidade conta ainda com sistema de captação de águas de chuva e dos condicionadores de ar para reuso.

Já a construção modular do McDonalds em Temuco/Chile (inaugurado em fevereiro 2025) permitiu que a parte estrutural dos 371 m2 de área fossem construídos em somente 10 dias, com um total da obra de 120 dias. Sem contaminação ambiental, praticamente sem restos de obra e com baixo impacto acústico.

“A construção modular e o uso de materiais certificados nos permitem atingir altos padrões de sustentabilidade, desde a origem da madeira até seu transporte eficiente e posterior montagem. Esse projeto representa um passo importante em direção à nossa meta geral de alcançar operações neutras em carbono”, disse Esteban Sequeira, gerente geral da Arcos Dorados Chile.

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Livro da Embrapa São Carlos mostra que tecnologias digitais contribuem para impulsionar sistemas integrados

Os autores destacam como a tecnologia aplicada à pecuária pode otimizar a produção, criando sistemas mais eficientes e sustentáveis

As áreas de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) têm se destacado no Brasil pelas altas taxas de produtividade, pelo aumento da biodiversidade, da eficiência, da rentabilidade, da sustentabilidade e do bem-estar animal. A adoção de tecnologias digitais nesses modelos pode elevar ainda mais essas vantagens competitivas. Estima-se que atualmente existam mais de 17 milhões de hectares cultivados desses modelos no Brasil.

No livro Agricultura de Precisão: um novo olhar na era digital, da Embrapa, os sistemas integrados têm uma seção dedicada para apresentar soluções tecnológicas utilizadas nessas áreas e resultados de pesquisas de centros da Embrapa que atuam com essa linha.

De acordo com o pesquisador Alberto Bernardi, da Embrapa Pecuária Sudeste, que também é um dos editores do livro, a seção 5 explora como a integração de diferentes sistemas pode aumentar a eficiência produtiva, reduzir custos e promover práticas mais sustentáveis e apresenta qual o papel da pecuária de precisão nesse contexto.

Os autores destacam como a tecnologia aplicada à pecuária pode otimizar a produção, criando sistemas mais eficientes e sustentáveis. Um dos exemplos de soluções digitais utilizadas é o monitoramento animal com sensores e IoT, com coleta de dados em tempo real sobre saúde, localização, temperatura e atividade dos animais, permitindo detecção precoce de doenças, identificação de cio para melhorar a reprodução e controle do bem-estar animal.

Para Bernardi, a pecuária de precisão está revolucionando os modelos de produção agropecuária. “Não é apenas uma tecnologia isolada, ela permite a sinergia entre animais, lavouras e florestas. Quando aplicamos sensores de monitoramento animal, georreferenciamento de pastagens e análise de dados em tempo real, estamos criando sistemas integrados verdadeiramente inteligentes. Isso resulta em solos mais férteis, maior sequestro de carbono e uma produção animal que dialoga diretamente com a agricultura sustentável”, observa o pesquisador. 

As pesquisas comprovam que a integração de tecnologias digitais na pecuária, associada ao ILPF, aumenta a matéria orgânica do solo e sequestra mais carbono que modelos convencionais.

Bernardi acredita que até 2030, a pecuária de precisão será indispensável para qualquer propriedade que queira ser competitiva.

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Florianópolis recebe a 4ª edição do ‘Madeira Sustentável: O Futuro do Mercado’

O setor de base florestal se prepara para mais uma edição do evento “Madeira Sustentável: O Futuro do Mercado”, que será realizado no dia 8 de maio, em Florianópolis (SC). Promovido pelo Fórum Nacional de Base Florestal (FNBF) e pelo Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem), o evento reúne especialistas e profissionais para debater o uso da madeira na construção civil, arquitetura e decoração, destacando a sustentabilidade e os benefícios do mercado legalizado.

Entre os palestrantes confirmados estão os arquitetos Karin Lauer e Roberto Lecomte, que apresentam insights sobre o uso da madeira na construção e no design sustentável. A secretária adjunta de Meio Ambiente de Mato Grosso, Lílian Ferreira, trará uma abordagem sobre sustentabilidade e legalidade no setor, enquanto José Humberto Chaves, Coordenador-Geral de Monitoramento e Auditoria Florestal do Serviço Florestal Brasileiro, discutirá os sistemas de monitoramento da cadeia produtiva.

Segundo o presidente da FNBF, Frank Rogieri de Almeida, o evento busca desmistificar e ampliar o mercado para todos os envolvidos. “O objetivo é conversar com empresários e profissionais do segmento de móveis e da construção sobre o setor da madeira nativa, os sistemas de monitoramento da cadeia produtiva, regras e legislação ambiental, para entender como o consumo da madeira nativa contribui para a conservação das florestas brasileiras e o desenvolvimento sustentável do nosso país”, afirma Almeida.

Para o presidente da Cipem, Ednei Blasius, o “Madeira Sustentável” é uma oportunidade de apresentar os planos de manejo florestal sustentável e como ele atua para a descarbonização da construção civil. “Existem técnicas que garantem a sustentabilidade ao setor da madeira nativa e nosso objetivo é, justamente, apresentar todas essas ferramentas, legais e de manejo, que viabilizam a atividade em consonância com a conservação das florestas”.

As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas pelo telefone (65) 98130-3111. Informações pelo e-mail atendimento@duaimarketing.com.br ou

Sobre o evento:

  • Data: 8 de maio
  • Local: Costão do Santinho, Florianópolis (SC)
  • Realização: FNBF e Cipem
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BNDES-Fundo Clima desembolsa R$ 100 milhões para restauração florestal com Mombak

Mombak é a primeira empresa a receber recursos do Novo Fundo Clima para restauração de áreas degradadas na Amazônia

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou a primeira operação para reflorestamento com recursos do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (Novo Fundo Clima). O financiamento, no valor total de R$ 100 milhões (R$ 80 milhões do Fundo Clima e R$ 20 milhões da linha BNDES Finem) e viabilizado por fiança bancária do Santander, será destinado à Mombak, startup de remoção de carbono, que vai investir no reflorestamento de áreas degradadas na Amazônia, com foco na recuperação da biodiversidade e na remoção de carbono em larga escala.

Com o apoio do Fundo Clima, a Mombak expandirá suas iniciativas no Pará, fortalecendo o modelo de parcerias com proprietários locais. A projeto permitirá captura de carbono de alta integridade e incentivará a economia local ao gerar empregos e impulsionar a cadeia produtiva do reflorestamento. A área beneficiada compreende parte do Arco da Restauração, território crítico de desmatamento, que vai do leste do Maranhão ao Acre, passando pelo sul do Pará, Mato Grosso e Rondônia.

Criado em 2009 e reformulado pelo governo do presidente Lula, o Fundo Clima é um dos instrumentos da Política Nacional sobre Mudança do Clima. Ele se constitui em um fundo vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) com a finalidade de garantir recursos para apoio a projetos que tenham como objetivo o enfrentamento às mudanças climáticas.

Para o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, a primeira operação do Novo Fundo Clima para restauro florestal é simbólica. “É um marco da atuação do governo federal no reflorestamento da Amazônia e da atuação do BNDES como impulsionador de um novo mercado, de um novo caminho para o desenvolvimento do Brasil”, ressaltou. “Estamos reconstruindo florestas, mantendo a biodiversidade, gerando empregos e renda para população e ajudando o planeta”, disse.

O BNDES tem como uma de suas prioridades o Arco da Restauração, projeto de reconstrução das florestas, coordenado pelo MMA, que envolve um conjunto de atores – setor público federal, estados, municípios, iniciativa privada e agricultura familiar camponesa –, para restaurar as áreas mais desmatadas da Amazônia. O Arco da Restauração visa a recuperação de 6 milhões de hectares de florestas até 2030.

Peter Fernandez, CEO e cofundador da Mombak, considera o apoio financeiro do Banco como um marco para o setor de remoção de carbono no Brasil. “Reforça que o reflorestamento não é apenas uma prioridade ambiental, mas também um negócio escalável com forte demanda de mercado”, ponderou. “Ao concretizar a primeira operação desse tipo por meio do Novo Fundo Clima, demonstramos o potencial do Brasil para liderar a indústria global de remoção de carbono”.

Leonardo Fleck, head sênior de Sustentabilidade do Santander Brasil e co-lead de natureza e biodiversidade do Grupo Santander, enxerga um “enorme potencial” das “soluções baseadas na natureza” no país. “Mas elas precisam de soluções inovadoras de financiamento para que possam decolar”, observou. “Trabalhamos desde o lançamento da linha para restauração do BNDES na busca de soluções que se alinhem com o modelo de negócios dos clientes e os requisitos de mitigação de riscos financeiros. Ficamos felizes em contribuir com o primeiro desembolso da linha para a Mombak”.

A Mombak já captou US$200 milhões para projetos de remoção de carbono no Brasil. A empresa plantou milhões de árvores nativas no Pará, gerando empregos diretos e indiretos e fortalecendo a cadeia do setor. O financiamento pelo Novo Fundo Clima representa um passo importante na conexão entre capital privado e projetos ambientais de larga escala.

A empresa atraiu investimentos de instituições internacionais, como o Banco Mundial, e fechou contratos com grandes compradores corporativos, incluindo Microsoft, Google e McLaren Racing.

Sobre a Mombak – A Mombak (“Fazer Acordar” em tupi-guarani) foi fundada em 2021 por Peter Fernandez (ex-CEO da 99) e Gabriel Silva (ex-CFO do Nubank). Com experiência em inovação, eles uniram forças para enfrentar um dos desafios mais urgentes do mundo: as mudanças climáticas. A Mombak tem entre seus clientes Microsoft e Google, e atraiu grandes investidores globais para apoiar projetos de remoção de carbono.

Arco da Restauração – Além do Fundo Clima, BNDES e MMA atuam em parceria no projeto Arco da Restauração, que visa à recuperação de 24 milhões de hectares de florestas até 2050, colaborando na restauração da vegetação nativa na área de abrangência do chamado Arco do Desmatamento da Amazônia. Uma das ações do projeto é a iniciativa Restaura Amazônia, criada em dezembro de 2024, que conta com R$ 450 milhões do Fundo Amazônia, além da possibilidade de aportes adicionais de instituições apoiadoras.

O Restaura Amazônia selecionou três parceiros gestores por chamada pública (Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam) na macrorregião 1, Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS) na macrorregião 2, e Conservação Internactional do Brasil (CI Brasil) para a macrorregião 3. Até o momento, os parceiros gestores lançaram duas séries de três editais de seleção de projetos de restauração florestal nas macrorregiões 1 (Amazonas, Acre e Rondônia), 2 (Mato Grosso e Tocantins) e 3 (Pará e Maranhão), respectivamente, alinhados com o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg).

A primeira série de editais (um para cada macrorregião) foi lançada em dezembro de 2024, no valor total de R$ 92 milhões, com foco prioritário em unidades de conservação e aporte de R$ 50 milhões da parceira Petrobras. A segunda série teve foco prioritário em assentamentos da reforma agrária e foi lançada em 21 de março, também alinhada ao Programa Florestas Produtivas do MDA, um dos pilares do Planaveg, coordenado pelo MMA, e terá o valor total de R$ 138 milhões, apenas com recursos do Fundo da Amazônia.

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