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Pesquisadores da UFPA desenvolvem técnica inovadora que pode reduzir em até 20 anos restauração de áreas da floresta amazônica

Estudo deve ser concluído em oito meses e é um projeto da Norte Energia, concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte; método combina melhoramento genético e estrutural das plantas e aplicação de hormônios

Pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA) estão na reta final de um estudo que se mostra eficiente no crescimento acelerado de árvores nativas da floresta amazônica, reduzindo em até 20 anos o processo. O trabalho é focado em espécies de crescimento lento, como a golosa, cujo florescimento demora 25 anos, porém, com o resultado da técnica inovadora, os primeiros frutos, segundo os cientistas, surgirão entre três e quatro anos após o plantio da árvore.

Golosa, fruto nativo da Amazônia, inserido no estudo da UFPA.

Além da pesquisa revolucionar a restauração florestal de áreas degradadas e mitigar as mudanças climáticas, pode contribuir para promover renda para a população local, visto que muitos frutos da região têm sabores exóticos e suas polpas despertam interesses gastronômicos. O estudo consiste na combinação de uma técnica de melhoramento genético e estrutural das plantas, que implanta parte de uma espécie viva em outra planta, e a aplicação de hormônios, acelerando o crescimento e antecipando a floração e frutificação. 

A pesquisa, que acontece desde outubro de 2022 com previsão de conclusão em oito meses, é um projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) da Norte Energia, concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte, regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Também participam cientistas da Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa, da Universidade Federal de Viçosa, da Universidade Federal Rural da Amazônia e do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará.

“Os resultados apontam para uma revolução nas técnicas usadas até o momento para a restauração de florestas. O sucesso do projeto pode ter benefícios significativos para o futuro da restauração florestal na Amazônia e poderá ser aplicado em outras regiões, ajudando a recuperar áreas degradadas e a reduzir o desmatamento. O projeto também pode auxiliar a biodiversidade da Amazônia e gerar renda e emprego para quem vive na região”, explica o professor da UFPA, Emil Hernández, responsável por conduzir os 20 pesquisadores envolvidos no trabalho.

Todas as espécies estudadas são nativas da floresta amazônica, como o jatobá, cajá ou taperebá, golosa, muiracatiara, ipê, camu-camu, orelha de macaco, mogno, cupuaçu, jenipapo, amarelão, ucuúba, seringueira e a andiroba. São desafiadoras para o reflorestamento devido ao crescimento lento e à carência de informações sobre a biologia das espécies.

“O projeto vai proporcionar uma redução de tempo da geração de plantas nativas na região em cerca de 20 anos e traz um benefício, não só acadêmico, mas para toda a sociedade. Isso é espetacular para o meio ambiente. O que essa pesquisa tem de mais peculiar é o desenvolvimento da região. E é muito importante para a companhia deixar esse legado”, avalia Roberto Silva, gerente de Meios Físico e Biótico da Norte Energia e um dos líderes do projeto.

Algumas plantas também precisam da técnica de sombreamento numa primeira etapa para agilizar o crescimento. É o caso do cajá, do jenipapo, da pata de vaca e da muiracatiara. De acordo com os pesquisadores, esse tipo de proteção tem ajudado a reduzir a incidência de luz solar direta, evitando estresse nas mudas. O processo de crescimento acelerado da golosa acaba sendo destaque porque pode ajudar no sombreamento natural, já que essa espécie chega a 30 metros de altura. Além de ser uma ótima candidata para utilização na recomposição de passivo ambiental e no enriquecimento de matas ciliares.

No que se refere à aplicação de nutrientes e hormônios de crescimento, os melhores resultados foram obtidos no camu-camu, onde o crescimento em altura foi acelerado em até 50%. Uma árvore de camu-camu pode chegar a oito metros em 20 anos. Em outra espécie, o cajá, o crescimento da árvore, em diâmetro, foi acelerado em até 30%. Os pesquisadores concluíram que a troca de substrato na fase inicial do experimento também foi muito importante para o crescimento acelerado das árvores.

O que é o PDI 

Desenvolvido pela Norte Energia, regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o Projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) PD-07427-0622/2022 foi intitulado “Novas tecnologias para acelerar o crescimento de plântulas e plantios estratégicos para a restauração no Trecho de Vazão Reduzida da Volta Grande do XINGU, Pará”, e tem como principal objetivo desenvolver um conjunto de ações integradas que otimizem os projetos de reflorestamento da Volta Grande do Xingu.

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Exclusiva – Água & Florestas: os pilares da vida 

Datas comemorativas são um alerta para questões emergenciais que envolvem os recursos mais essenciais do planeta: água e florestas; um depende do outro

Água e florestas, impossível desmembrar esses dois temas, e falar separadamente sobre eles sem citar a relevância nas trocas que um oferta ao outro. Inteligentemente, as duas datas alusivas, foram colocadas uma ao lado da outra no calendário, provocando assim, uma maior reflexão, debates e reuniões em todo o mundo no entorno desses dois temas, primordiais para a vida. O Dia das Florestas, e o Dia da Água, comemorados respectivamente nos dias 21 e 22 de março funcionam como um grande alerta sobre a importância da conservação desses recursos naturais essenciais; as primeiras são indispensáveis para garantir a disponibilidade e a qualidade da segunda.

“Os temas água e floresta são reconhecidos universalmente como dois pilares da natureza. Não somente são relevantes para a sociedade em tempos atuais, como sempre o foram como garantia da existência de vida na terra. Não à toa, a sabedoria popular afirma: Para o seu próprio bem, o homem deve procurar viver em harmonia com as pessoas, com Deus e com a natureza!”, comenta Manoel de Freitas, engenheiro florestal e consultor independente.

Manoel também destaca: “O Relatório Anual 2023, da Indústria Brasileira de Árvores – Ibá, no capítulo em que aborda a “Relação com comunidades e desenvolvimento” (pag.63), cita que: “Além do relacionamento, o setor de árvores no Brasil desempenha um papel fundamental no desenvolvimento sustentável das comunidades locais, próximas as suas áreas de atuação, como demonstrado pelo Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades (IDSC), que considera fatores como saúde, educação, infraestrutura e preservação ambiental. Cerca de 29% das cidades brasileiras apresentam classificações de IDSC médio a alto, ao passo que 40% das cidades nas áreas de influência do setor são classificadas com tal desempenho.” Ou seja, para se avaliar a importância do Setor de Florestas Plantadas para a Economia, e que se acha refletido de uma maneira ou outra em cada localidade onde está instalado, basta uma rápida consulta ao citado Relatório, para verificar os impressionantes números em resultados de 2022, tais como: 2,6 milhões de empregos diretos e indiretos, uma receita bruta de R$ 260 bilhões e 25 bilhões de tributos federais estaduais gerados, entre outros”.

As florestas, sejam elas nativas ou cultivadas, têm um importante papel na manutenção do equilíbrio ambiental global e na regulação do ciclo hidrológico, influenciando no regime de precipitação, na proteção do solo e dos cursos d’água, na purificação e “reciclagem” da água, no controle de cheias e inundações, impedindo a ocorrência de enchentes, impedindo a erosão do solo, o assoreamento de rios, a ocorrência de secas e a desertificação; ou seja, as florestas influenciam na qualidade e disponibilidade de água.

Floresta renovável de eucalipto – Aperam BioEnergia.

No caso de florestas plantadas, estas são de extrema relevância para o sistema produtivo e trazem inúmeros benefícios, como:

  • Contribuição direta na regulação do fluxo hídrico e na polinização;
  • Controle do clima;
  • Formação de estoques de carbono;
  • Conservação do solo;
  • Dispersão de sementes;
  • Ciclagem de nutrientes;
  • Formação de corredores ecológicos;
  • Atividades culturais, científicas, recreativas e educacionais;
  • Fornecimento de produtos madeireiros e não madeireiros, contribuindo para o abastecimento de diversas cadeias produtivas muito importantes para o País, como da construção civil, celulose, papel, energia, siderurgia e mobiliário.

Segundo dados Ibá, empresas da cadeia produtiva das árvores plantadas investem em diversos programas de saúde, de educação, de cultura e de qualidade de vida que beneficiam cerca de 6,9 milhões de pessoas, tornando o setor um importante agente do desenvolvimento econômico e social do país.

Adotar boas práticas de manejo responsável é fundamental para proteger e melhorar a saúde das florestas. Isso ajuda a garantir a sustentabilidade dos recursos florestais e a preservação da biodiversidade. Além disso, o manejo responsável contribui para a mitigação das mudanças climáticas, a conservação do solo e da água, e promove o desenvolvimento socioeconômico das comunidades locais que dependem das florestas.

É uma abordagem essencial para assegurar que as florestas continuem a fornecer benefícios ambientais, sociais e econômicos para as atuais e futuras gerações.

Para o Manoel de Freitas: “Há obrigações em que a sociedade e o poder público farão muito mais se atuarem de forma colaborativa. Juntos se tornam uma força poderosa. A preservação das florestas nativas se encaixa bem neste caso. Leis coerentes e ponderadas de preservação emanadas do poder público, sem extremismos,  baseadas em fundamentos científicos e técnicos, geram confiança na sociedade, que se torna uma grande aliada no objetivo da preservação pretendida”.

+ Florestas + recursos

A restauração de ecossistemas é a solução natural para lidar com questões como segurança hídrica e ajuda a garantir uma qualidade suficiente de água para apoiar comunidades e ecossistemas resilientes.

As florestas e as árvores são parte integrante do ciclo global da água e, portanto, vitais para a segurança hídrica – regulam a quantidade, a qualidade e o momento da água e proporcionam funções de protecção contra (por exemplo) a erosão do solo e costeira, inundações e avalanches.

As bacias hidrográficas florestadas fornecem 75% da nossa água doce, fornecendo água a mais de metade da população mundial. Florestas nativas intactas e florestas plantadas bem geridas podem ser uma abordagem relativamente barata para a gestão da água, ao mesmo tempo que geram múltiplos co-benefícios, segundo o Guia para gestão floresta-água da ONU.

“Ao celebrarmos o Dia Internacional das Florestas e o Dia Internacional da Água, somos recordados da íntima relação entre esses dois temas fundamentais para a sobrevivência e prosperidade de nosso planeta. A relevância dessas datas transcende as fronteiras e os limites geográficos, ecoando a necessidade urgente de ação coletiva para preservar nossos recursos naturais. Em tempos atuais, e em meio aos desafios ambientais crescentes, a interconexão entre as florestas e a água se torna ainda mais evidente. As florestas são as guardiãs naturais dos nossos mananciais, regulando o ciclo da água e mantendo a estabilidade dos ecossistemas. Por sua vez, a água é a essência da vida, indispensável para todas as formas de vida, desde a agricultura até o consumo humano”, destaca Adilson Pepino, consultor Florestal na Florasetec – Serviços Tecnológicos Reflorestal da Amazônia, e Idealizador do Projeto Beija Flor da Amazônia (acesse o link para conhecer o projeto: https://shre.ink/8JRh). 

“Nas nascentes que residem a essência desse precioso recurso, tornando sua preservação uma prioridade incontestável. E para verdadeiramente compreendermos a importância dos recursos hídricos, devemos reconhecer a magnitude de seu impacto em todas as esferas de nossa existência”, explica o consultor.

Mata ciliar restaurada com 16 anos – Projeto Beija Flor da Amazônia. Imagem: Adilson Pepino.
Nascente restaurada com 7 anos – Projeto Beija Flor da Amazônia. Imagem: Adilson Pepino.

À medida que celebramos essas datas simbólicas, convido todos a refletirem sobre nossa responsabilidade coletiva de proteger e preservar nossos recursos naturais para as gerações futuras. Devemos agir com urgência, com determinação e com compaixão, reconhecendo que somos todos guardiões deste planeta e que juntos podemos fazer a diferença”, finaliza Adilson.

Mata ciliar restaurada com 27 anos – Projeto Beija Flor da Amazônia. Imagem: Adilson Pepino.

Você sabia?

Dia Internacional da Água Em 22 de março é celebrado o Dia Mundial da Água. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1992, com o intuito de que toda a comunidade internacional coloque em pauta questões essenciais que protejam os recursos hídricos e promova o uso consciente da água em âmbito global.

  • Tema central de 2024: “Aproveitar a água para a paz”

Dia Internacional das Florestas – O Dia Internacional das Florestas, comemorado no 21 de março, é uma data criada com a finalidade de conscientizar toda a população a respeito da importância das florestas para todo o nosso planeta. A data foi proclamada em 2012, na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU).

  • Tema central de 2024: “Florestas e Inovação: Novas soluções para um mundo melhor”

Dia Nacional da Amazônia – O maior bioma brasileiro, berço da maior biodiversidade dentre as florestas tropicais do mundo, a Amazônia é celebrada em 5 de setembro, data que marca a criação da Província do Amazonas pelo imperador D. Pedro II, em 1850. Comemora-se a data para chamar a atenção para a importância de uma das maiores riquezas da humanidade. A maior floresta tropical do mundo contribui para a regulação do clima. Representando dois terços das florestas naturais do Brasil e cobrindo quase 50% do território brasileiro.

Escrito por: redação Mais Floresta / Imagem destaque: Paulo Cardoso.

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Novo material de construção sustentável rouba carbono da atmosfera

Pesquisadores criaram deque sustentável que não só tem emissões de carbono negativas, mas, também, é mais barato e durável que a versão “normal”

Materiais de construção – e as construções em si – são responsáveis por fatia considerável de emissões de dióxido de carbono na atmosfera, o que agrava o aquecimento global e as mudanças climáticas. Alternativas ecológicas já estão sendo desenvolvidas, mas, normalmente, são mais caras do que o normal, o que inibe o suo.

Um estudo estadunidense encontrou forma de criar novo material de construção popular com pegada de carbono negativa, que ainda é mais barata do que a versão poluente atual.

Material de construção com pegada de carbono negativa

O estudo foi conduzido pela American Chemical Society. Os cientistas relataram que desenvolveram material para deques, que armazena mais CO₂ do que é necessário para fabricá-lo, o que não só zera a pegada de carbono, mas a torna negativa.

Eles mencionam como já existem outros compostos “sustentáveis” na indústria da construção, mas eles são, ou mais caros, ou menos duráveis do que suas versões “poluentes”. É o próprio caso dos deques: segundo o TechXplore, a alternativa mais popular atualmente é um composto feito de madeira e plástico. Isso porque as versões só com madeira estão mais sujeitas aos efeitos da radiação e duram menos tempo.

Exemplo de deque (Imagem: Radoslav Cajkovic/Shutterstock)

Como é o novo deque sustentável

  • O estudo propôs nova composição do deque: junto à madeira e ao plástico, adicionar lenhite (ou linhito) de baixa qualidade – produto derivado da madeira que sobrou da fabricação do papel – como enchimento dos deques;
  • Eles usaram éster e uma série de reações químicas para fazer com que o novo material aderisse ao plástico;
  • A questão é que os ésteres são ácidos carboxílicos, uma forma capturada de CO₂. Pensando nisso, eles resolveram tornar o material ainda mais ecológico e colocaram carbono na superfície do composto, para que o enchimento o capture;
  • Eles testaram a viabilidade dessa tentativa e provaram que o material final tinha apenas de 2 a 5% de dióxido de carbono;
  • Um deque com a nova composição contém 80% de enchimento (bem menos plástico do que a versão anterior) e, de quebra, ainda captura CO₂ de sua fabricação.

No vídeo, um dos pesquisadores explica o projeto e traz pequena amostra da composição do novo deque:

Carbono negativo

Além da sustentabilidade e durabilidade maior, o preço também é um diferencial. O novo material custa 18% menos do que as placas de deque padrão.

Ele também armazena mais carbono do que é liberado durante a fabricação e toda sua vida útil. Os cientistas estimam que, se mais de um bilhão de metros de deques vendidos todos os anos nos Estados Unidos fossem substituídos pelos deques com a nova composição, 250 mil toneladas de carbono seriam sequestradas anualmente, o equivalente à emissão anual de 54 mil carros. Agora, a equipe segue testando o material para permitir sua comercialização em breve.

Informações: Olhar Digital.

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WoodFlow análise: Intermodal 2024 e a necessidade de investimentos na cadeia logística

Na primeira semana de março, a WoodFlow marcou presença na Intermodal South America 2024, a maior feira do setor de logística da América do Sul. A feira integrou ainda eventos técnicos que debateram a eficiência, a sustentabilidade e a tecnologia voltada à logística global. “Como ponto alto, podemos destacar que o transporte marítimo, sobretudo no sul do Brasil, está sofrendo com a falta de estrutura”, analisou a Co-founder da WoodFlow, Giullian Fernanda da Silva.

Um dos pontos analisados por Giullian é a dificuldade de escoar contêineres no sul do país. Segundo ela, a feira trouxe à tona as dores dos exportadores, como a sobrecarga do Porto de Paranaguá (PR), devido, principalmente, à reforma no porto de Navegantes (SC) e à incerteza da reabertura do porto de Itajaí (SC).

“Somado à conjuntura internacional de transporte marítimo, podemos dizer que há consequências graves. No segmento de madeira, em que atuamos, os efeitos já são sentidos, sobretudo no volume de exportações que estão menores”, disse Giu.

O transporte marítimo de cargas internacional vem sofrendo amargas consequências desde o ano passado devido a dois eventos: O primeiro é a seca no Canal do Panamá, que reduziu drasticamente o número de navios que cruzam do oceano pacífico para o atlântico; o segundo são os ataques dos Houthis a navios no Canal de Suez, essa insegurança faz com que empresas desviem essa rota, aumentado o trajeto em duas semanas, pelo Cabo da Boa Esperança.

Sustentabilidade e Tecnologia

Um debate muito relevante na Intermodal foi a adoção de medidas de redução da pegada de carbono do setor logístico e o investimento em tecnologias para aumentar a eficiência dos portos. “Os portos brasileiros estão carentes de investimentos públicos e privados para aumentar a capacidade, a sua eficiência e, por consequência, a tecnologia aplicada à movimentação de cargas”, opinou a especialista em exportação da WoodFlow, Gisele Santos, que também esteve presente na feira. Diante desse cenário, diversos expositores abordaram o uso de novas tecnologias, uso de drones e outras inovações do setor foram destaque.

Negócios

Além de debater o futuro do setor logístico nacional, a Intermodal também foi oportunidade para se fazer negócios. “[a presença na feira] Nos proporcionou uma ampla visão das novidades e direções do mercado, mas também atuou como um impulsionador para fortalecer e expandir nossa rede de contatos. Ao longo dos três dias do evento, renovamos laços com parceiros e amigos de longa data, fortalecendo ainda mais as relações cruciais para o êxito na exportação de madeira do Brasil para o mundo. Além disso, foi uma oportunidade para estabelecer novas conexões, abrindo caminho para futuras colaborações”, finalizou Giullian.

Sobre a WoodFlow

A WoodFlow é uma plataforma online especializada na exportação de madeira brasileira. Com conhecimento técnico especializado, seleciona os melhores produtores, realiza o processo de cotação e negociação e oferece rastreabilidade e transparência no acompanhamento dos pedidos. Mais do que um portal, a WoodFlow conecta importadores do mercado global com produtores brasileiros.

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Indústrias de base florestal terão selo de certificação da ABNT

O setor de base florestal brasileiro terá uma certificação de origem dos produtos atestado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Esta iniciativa do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem), Fórum Nacional de Base Florestal (FNBF) e Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) vai beneficiar não somente o segmento no estado, mas de todo o país com a sistematização do processo de rastreabilidade.

Em agenda no Rio de Janeiro na quinta-feira (14/03) para o Fórum Madeira Sustentável, o presidente da Fiemt, Silvio Rangel, junto com o presidente do Cipem, Ednei Blasius, e do FNBF, Frank Rogieri, se reuniram com o presidente da ABNT para dar seguimento às tratativas sobre esse contrato. Em abril deve ser realizado um evento em Cuiabá para o lançamento oficial da certificação.

Cipem, FNBF e Fiemt reunidos com representantes da ABNT – Foto: Divulgação

Conforme o presidente da Fiemt, durante a Conferência do Clima (COP) realizada este ano em Dubai, a ABNT lançou o norma técnica 1020 com as normas e regras para o setor. Agora será criado um selo de certificação para as empresas que atendem a essas normas.

Durante o encontro, o presidente do Cipem, Ednei Blasius explicou que a madeira de Mato Grosso cumpre um rigoroso processo de rastreabilidade, que é garantido pelo sistema de cadeia de custódia. Este sistema é utilizado pelo setor de base florestal do Estado e tem como objetivo controlar e certificar a origem da madeira nativa, desde a floresta até o consumidor final. Ainda utiliza ferramentas como o Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (Sisflora 2.0) e o Documento de Origem Florestal (DOF+ Rastreabilidade), que são, respectivamente, estaduais e federais.

“Trabalhamos para ampliar a comercialização dos produtos florestais e acreditamos que com o documento da ABNT, além de somar a confiabilidade e segurança à madeira do Estado, o certificado irá tornar a madeira mato-grossense mais competitiva com produtos em conformidade às normas técnicas”, destacou o presidente do Cipem.

Para o presidente do Fórum, Frank Rogieri, o selo vai garantir mais competitividade e reconhecimento para os produtos de mato-grossense. “Temos projeto de desenvolver um selo de qualidade da madeira, alinhando todas as condicionantes ambientais e sociais para exploração, industrialização e transporte de madeira”, reforçou.

Informações: Notícia Exata.

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Stora Enso e SEB oferecem um novo modelo de financiamento para atrair novos empreendedores para a indústria florestal

A Stora Enso lançou seu conceito Harvesting Partner em novembro de 2022 para incentivar operadores mais habilidosos e novos empreendedores a ingressarem na indústria florestal. O conceito foi inicialmente introduzido na Suécia, mas desde então foi lançado também na Finlândia, Noruega e Lituânia. A Stora Enso está atualmente recrutando a segunda geração de parceiros de colheita que poderão ingressar na rede em 2024.

O SEB é parceiro da Stora Enso desde o início e o banco desenvolveu um novo modelo de financiamento para facilitar o início dos seus negócios aos novos empreendedores. Com base neste modelo, o novo maquinário é alugado com um custo mensal por um período de aluguel de quatro anos, após o qual o maquinário será devolvido à Stora Enso para manutenção e uso posterior, seja em um novo aluguel ou no treinamento de novos parceiros de colheita.

“Estamos felizes em apoiar uma configuração financeira que permite à Stora Enso manter a propriedade e o controle das máquinas com o objetivo de estender o uso ao longo de sua vida útil, bem como prolongar o fim da vida útil das máquinas”, diz Jakob Hansson, Chefe da Incubadora de Produto como Serviço SEB para Grandes Corporações .

“Juntamente com o SEB queremos atrair mais pessoas para ingressar na indústria e possibilitar o empreendedorismo para as pessoas que vivem na zona rural. O novo modelo de financiamento desenvolvido pela SEB reduz as barreiras de entrada no mercado, uma vez que o investimento inicial do empresário será menor devido ao financiamento externo”, afirma Mattias Bränngård, Diretor de Fornecimento, Colheita na Stora Enso. “O modelo de financiamento também nos permite ter o controle da circularidade e maior utilização das máquinas.”O conceito Harvesting Partner da Stora Enso é baseado em um contrato de quatro anos com empreendedores novos ou estabelecidos. O contrato inclui financiamento de novas máquinas, serviços de contabilidade e RH, treinamento e participação nas redes de gestão e colheita da Stora Enso. Através do contrato, a Harvesting Partners se comprometerá a fornecer à Stora Enso operações seguras, sustentáveis ​​e eficientes e volumes acordados, bem como desenvolver ainda mais suas operações.

Parte da bioeconomia global, a Stora Enso é fornecedora líder de produtos renováveis ​​em embalagens, biomateriais e construção em madeira, e uma das maiores proprietárias florestais privadas do mundo. Acreditamos que tudo o que hoje é feito a partir de materiais fósseis poderá ser feito a partir de uma árvore amanhã. A Stora Enso tem aproximadamente 20.000 funcionários e as suas vendas em 2023 foram de 9,4 mil milhões de euros. As ações da Stora Enso estão listadas na Nasdaq Helsinki Oy (STEAV, STERV) e Nasdaq Stockholm AB (STE A, STE R). Além disso, as ações são negociadas nos EUA como ADRs e Ações Ordinárias (SEOAY, SEOFF, SEOJF).

Informações: Stora Enso.

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Exclusivo – A importância da perícia em áreas de ocorrência de incêndios florestais

Artigo de Erwin Hugo Ressel Filho*

Os incêndios florestais representam uma das maiores ameaças ao meio ambiente e à segurança das comunidades. Quando esses desastres ocorrem, é crucial realizar uma perícia minuciosa nas áreas afetadas. Essa investigação não apenas fornece insights sobre as causas e impactos do incêndio, mas também desempenha um papel fundamental na prevenção de futuros incidentes e na gestão adequada dos recursos naturais.

As razões pelas quais a realização da perícia é fundamental corroboram para a identificação das causas. A perícia em uma área de incêndio florestal permite identificar as causas primárias e contribuintes do incêndio. Isso pode incluir atividades humanas, como negligência, práticas agrícolas ou atividades criminosas, além de causas naturais, como raios.

Compreender as causas é essencial para implementar medidas de prevenção eficazes. Determinar a extensão dos danos também se faz fundamental para avaliação precisa dos danos causados pelo incêndio, sendo essa uma peça essencial para planejar a recuperação e a restauração das áreas afetadas. A perícia ajuda a quantificar o impacto do incêndio na biodiversidade, ecossistemas, recursos hídricos, solo e propriedades adjacentes.

A perícia também fornece suporte a investigação legal para determinar responsabilidades e aplicar a lei. As descobertas da perícia devem ser usadas como evidência em processos judiciais relacionados a danos ambientais, negligência ou atividades criminosas e ainda na cobrança de seguro florestal, no caso de perícias extrajudiciais.

Com base nas conclusões da perícia, é possível desenvolver estratégias de prevenção mais eficazes para reduzir o risco de incêndios florestais futuros. Isso pode incluir a implementação de regulamentações mais rigorosas, campanhas de conscientização pública e medidas de gestão florestal sustentável.

Os incêndios florestais não apenas causam danos ambientais, mas também representam uma séria ameaça à saúde pública devido à emissão de poluentes atmosféricos e à destruição de habitats naturais, residências ou equipamentos públicos. Neste caso a perícia auxilia na avaliação dos impactos à saúde humana, bem como os prejuízos econômicos e na adoção de medidas para mitigar esses efeitos adversos.

As áreas afetadas por incêndios florestais muitas vezes oferecem oportunidades únicas para pesquisas científicas sobre a regeneração e resiliência dos ecossistemas. A realização da perícia permite preservar evidências importantes para estudos futuros e o desenvolvimento de estratégias de adaptação às mudanças climáticas.

Em suma, a realização da perícia em áreas de incêndio florestal desempenha um papel crucial na compreensão das causas, impactos e consequências desses desastres. Além de fornecer informações essenciais para a gestão ambiental e a prevenção de futuros incêndios, a perícia contribui para a proteção do meio ambiente, da saúde pública e dos recursos naturais. Investir em perícia eficaz é fundamental para promover a sustentabilidade e a resiliência dos ecossistemas florestais frente aos desafios contemporâneos.

*Erwin Hugo Ressel Filho é professor na FURB, engenheiro florestal e perito judicial.
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Boletim ‘Projeto Cerrado’ – Edição n. 31

Empresa divulgou nesta última segunda-feira (18), no Boletim Ed. nº 31, atualizações e curiosidades de seu megaempreendimento que está sendo construído – já em etapas de finalização – em Ribas do Rio Pardo (MS).

No informe, a empresa divulga como se prepara para uma colheita de eucalipto, os passos finais antes da chegada ao porto de Santos para exportação e também conhecer o Green Santos, o maior navio de transporte de celulose do mundo. Confira as informações abaixo.

Colhendo o futuro

Para garantir que toda a madeira necessária para a produção de celulose chegue à fábrica da Suzano em Ribas do Rio Pardo, o time de especialistas da Operação Florestal planeja o trabalho com muita antecedência, levando em conta indicadores como a produtividade local, tipo de manejo, fertilização e outros fatores para definir a hora certa colher o eucalipto.

Quando chega o momento, a colheita é executada com o uso de duas máquinas: harvesters, colheitadeiras que derrubam, desgalham, descascam e cortam as toras em tamanhos certos para o transporte; e os forwaders, que organizam e transportam a madeira para a beira das estradas rurais. Lá as toras ficam esperando por cerca de 45 dias para perder umidade e, então, são carregadas nos tritrens e hexatrens que as levam para a fábrica, onde se inicia o ciclo da celulose.

Última parada antes de Santos

Após o enfardamento e carregamento da celulose produzida na fábrica, os caminhões carregados seguem de Ribas do Rio Pardo pela BR-262 e MS-377 até o Terminal Intermodal de Inocência, atualmente em construção naquele município.

Lá, profissionais capacitados serão responsáveis por acomodar os fardos nos 21 mil m² do grande complexo intermodal, onde ficarão armazenados até serem carregados nos vagões de trem. Em apoio à diversidade e ao aprimoramento dos(as) colaboradores(as), a Suzano apoia o programa Mulheres na Direção, realizado pela empresa JSL, que visa ter 70% da mão de obra de operadores de empilhadeira do terminal compostos por mulheres.

Quando a operação ferroviária da Suzano em Inocência for iniciada, será uma das mais eficientes da empresa. Os vagões terão cerca de 10% a mais de capacidade em comparação com aqueles que transportam a celulose de Três Lagoas, garantindo uma operação mais eficiente e sustentável ao permitir o transporte de mais carga em menos tempo.

Você sabia?

Após ser embarcada nos trens em Inocência e atravessar todo o estado de São Paulo pela ferrovia Malha Norte, a celulose produzida em Ribas do Rio Pardo será finalmente descarregada em dois grandes terminais portuários, o DPW e T32, em Santos (SP), que estão sendo reformados e ampliados pela Suzano para atender à nova fábrica. Esse trabalho é realizado com o auxílio de pórticos e pontes rolantes, estruturas essenciais para a movimentação segura da carga de alto peso, e empilhadeiras para o armazenamento.

A partir desses terminais, os fardos serão carregados em grandes navios cargueiros com destino ao exterior. Um desses navios é o Green Santos, o maior dessa categoria no mundo para transporte de celulose, com capacidade para acomodar 77 mil toneladas, que vai operar para Suzano pela empresa chinesa Cosco Shipping, e ficou pronto no final de 2023. A maior capacidade da embarcação resulta em menor emissão de carbono por tonelada transportada, tornando o modelo mais ecologicamente sustentável.

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Silvicultura: conheça a indústria que já está em 94% das cidades mineiras

Minas é líder em atividade florestal, com 27% da produção. São 2,2 milhões de hectares de plantio, quase a totalidade de eucalipto, em 803 dos 853 municípios

Com uma área superior a 2,2 milhões de hectares de plantio, Minas Gerais é o estado líder da chamada indústria florestal, de acordo com dados do último levantamento de Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento ainda revela que o estado possui o maior valor de produção, com R$ 7,5 bilhões gerados em 2022, representando 27,3% do total produzido no país.


Entre os municípios, João Pinheiro aparece na terceira posição em maiores valores da produção da silvicultura, gerando R$ 497 milhões. A cidade do Noroeste de Minas é destaque nacional no carvão vegetal, com 437,8 mil toneladas em 2022. No entanto, o dado revela uma queda de 7,8% em termos de volume de produção na comparação com o ano anterior.


Ainda de acordo com dados do IBGE, organizados pela Associação Mineira da Indústria Florestal (AMIF), o cultivo de árvores em Minas é destinado, principalmente, à produção de papel e celulose, indústria que atingiu um volume total de 7,9 milhões de metros cúbicos (m³) em 2022. Ao mesmo tempo, é estimado que o plantio florestal esteja presente em 803 municípios, sendo que 96,8% do toral se refere à cultura de eucalipto.


Adriana Maugeri, presidente da AMIF e da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Florestas Plantadas do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), afirma que, para o estado liderar tanto em área plantada quanto em valor de produção, foi necessário uma combinação de fatores que inclui o tamanho do território disponível.


“Não há restrição locacional para os plantios. Uso o exemplo do Mato Grosso do Sul, que também tem sido um expoente na indústria da celulose, mas apenas a zona Leste do estado é adaptada para o plantio florestal, porque tem o pantanal e várias outras culturas. Em Minas Gerais, pode se plantar em todas as regiões, então para se ter uma ideia de escala, de 853 municípios, 803 têm plantio florestal”, explicou.

O Norte do estado lidera em área plantada destinada à silvicultura, com 566.380,58 hectares totais, sendo 98% coberto pelo eucalipto, árvore de cultura predominante em Minas Gerais. Na região, o destaque fica com o município de Buritizeiro, a segunda cidade com a maior área coberta, abrangendo 77,5 mil hectares.


Adriana Maugeri ressalta ainda que as potencialidades da cultura de árvores no estado são impulsionados pelo clima e pelo investimento em tecnologia, proveniente dos cursos de engenharia florestal em universidades mineiras. A representante do setor também destaca o que chamou de “vocação agrícola”.


“A vocação por plantar floresta é antiga, mas não necessariamente se plantava da melhor forma. Qualquer vegetal que você planta em locais não recomendados, não vai crescer ou vai deteriorar o solo. Isso foi se desenvolvendo tanto que Minas Gerais é o estado que possui o maior número de universidades com Engenharia Florestal no Brasil. A academia é muito forte, então, se tem uma mão de obra muito qualificada”, frisou.

Fábrica da Cenibra em Belo Oriente, no Vale do Rio Doce
Fábrica da Cenibra em Belo Oriente, no Vale do Rio Doce: além de plantar, empresa faz parcerias com pequenos e médios produtores ruraisCenibra/Divulgação

Cifras da cadeia produtiva

No último dia 6 de março, a presidente da Amif e outros representantes do setor se reuniram com o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. Na oportunidade eles apresentaram os potenciais da cadeia produtiva florestal. Segundo Adriana Maugeri, o setor teve receita bruta de R$ 260 bilhões em 2022, mas a análise varia segundo o segmento da indústria e seus diferentes perfis.


A presidente da AMIF cita, por exemplo, a celulose, matéria-prima essencial para produção de papel, cujo volume é majoritariamente destinado ao mercado externo. Segundo o relatório PEVS do IBGE, a produção de madeira em tora para papel e celulose representa o maior valor entre os grupos de produtos da indústria florestal, com R$ 9,1 bilhões.


“A celulose é uma commoditie que tem um peso muito forte na balança comercial. Quando a gente estratifica o PIB Mineiro, a celulose tem um valor forte, devido à exportação. A indústria nacional da produção de papel não é tão expressiva quanto a internacional. Alguns desses produtos que a gente compra, como os papéis higiênicos, vêm da indústria de fora. Sai da nossa celulose e volta como produto já acabado”, explicou Adriana Maugeri.


De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Fazenda, a celulose ocupou o 11ª lugar no ranking das exportações totais do país em 2022 (2,5%), com 19,8 milhões de toneladas. Uma das principais empresas produtoras da matéria-prima em Minas, a Cenibra, por exemplo, destina só 2% da sua produção ao mercado interno.


“Em 2022, foram comercializadas 1.165,3 mil toneladas de celulose; 98% desse total é destinado ao mercado externo e 2% de toneladas destinadas ao mercado doméstico. Nossos principais destinos de exportação são América do Norte, Ásia e Europa”, conta o diretor técnico, industrial e florestal da Cenibra, Júlio César Tôrres Ribeiro.


Atualmente a companhia ocupa área total de 254 mil hectares, sendo 131 mil destinados ao plantio de eucalipto, 106 mil a matas nativas e áreas de preservação permanente, além de 17 mil hectares de infraestrutura e estradas. Segundo Júlio Ribeiro, os plantios estão distribuídos em 54 municípios, mas a empresa também trabalha em parceria com o pequeno e médio produtor rural.


“Quando incluímos o Fomento Florestal com produtores rurais, alcançamos 89 municípios. Atualmente, são 575 parceiros, numa área aproximada de 21 mil hectares, o que contribui com 15% do abastecimento de madeira na fábrica. O produtor rural recebe toda a instrução técnica, insumos para início da produção e a muda de clone adaptada à sua região”, explicou.


Queixa sobre a burocracia

O diretor da Cenibra e a presidente da Amif afirmam que entre os principais entraves do setor está a burocracia para o plantio. Adriana Maugeri afirma que Minas Gerais já perdeu “muito investimento” por causa das dificuldades jurídicas, e que empresas já chegaram a esperar 10 anos para conseguir licenciamento ambiental.


Mas, de acordo com a representante do setor, o diálogo com o governo do estado é bom e há boa vontade em desburocratizar. “A indústria não precisa de dinheiro (público), o recurso, ela tem. A gente precisa da contrapartida do estado em licenciamento, tributação, sistemas que favoreçam e sejam algo simplificado”, frisou Adriana Maugeri.


Ela ressalta que é preciso estabilidade para que as empresas se instalem em Minas, porque os projetos são de “longuíssimo prazo”. O ciclo de eucalipto é um dos menores entre as árvores, mas desde o plantio de mudas até a colheita de uma árvore adulta a duração é de sete anos.


Júlio Ribeiro acrescenta que fatores como o cenário econômico, mão-de-obra no campo e a infraestrutura são desafios importantes da Cenibra, mas que devido à burocracia não é possível expandir a produção. “Toda a área plantada hoje atende à produção atual e não existe excedente de madeira que permita uma expansão no momento. Existe no Brasil uma lei que limita a compra de terras por empresas com capital estrangeiro e esse é um dos empecilhos para aumento de nossa base florestal”, disse o representante da companhia.


Silvicultura

A atividade pode ser definida como a ciência que estuda maneiras naturais e artificiais de plantio de árvores, para atender as exigências do mercado. A silvicultura moderna opera com plantações mantidas artificialmente e com emprego de tecnologia para a produção de madeira e derivados, como a celulose, matéria-prima para o papel.

Informações: Estado de Minas.

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Em episódio inaugural CEO da WoodFlow conversa com convidados especiais e aborda o cenário e as conjunturas econômicas do setor

Nesta última segunda-feira, 18 de março, a WoodFlow colocou no ar o seu primeiro episódio do Podcast WoodFlow. O programa, que será mensal, vai trazer entrevistas para abordar sobre o mercado e a exportação de madeira do Brasil. No episódio inaugural, o CEO da startup de exportação de madeira, Gustavo Milazzo, conversou com o diretor comercial da Sudati Compensados, Fabiano Sangali, e com o head de assuntos/desenvolvimento estratégico da STCP, Marcelo Wiecheteck.

Disponível no Youtube da WoodFlow e em plataformas de serviço de áudio por streaming, o enfoque deste primeiro Podcast WoodFlow foi o cenário do mercado de madeira no Brasil, desde a pandemia até os dias atuais. “Durante os anos de 2020 e 2021, vivemos algo extraordinário. O consumo global estava alto, com as pessoas permanecendo em suas casas. Com isso, aumentou o consumo de madeira a preços elevados. Mas o cenário começou a mudar a partir de 2022, por questões geopolíticas, altas inflações globais e elevação das taxas de juros que reduziram o consumo mundial”, destacou Marcelo.

“A cadeia toda de madeira foi beneficiada com os altos preços pagos nos anos de pandemia. Porém, ao mesmo tempo, os custos de produção também se elevaram muito. Mesmo assim, o preço compensava e a demanda estava muito alta”, complementou Fabiano.  

A conversa conduzida por Gustavo trouxe ainda curiosidades enfrentadas pelas indústrias nesse período e dados relevantes do setor. Passando para os anos seguintes, os entrevistados analisaram o cenário da queda dos volumes exportados em 2022 e 2023, apontando os principais fatores que levaram a essa retração do mercado madeireiro. 

Perspectivas para 2024 e próximos anos

Marcelo apontou que a expectativa para o setor em 2024, apesar das incertezas, é um primeiro semestre ainda com menores volumes mas algum ganho de escala, e sinais positivos a partir da  segunda metade do ano. “Espera-se que as maiores economias globais, como os EUA, baixem suas taxas de juros e, com isso, o consumo de madeira aumente. Isso poderá estimular o mercado de madeira do Brasil”, disse o head de desenvolvimento estratégico da STCP.

Segundo Fabiano, no mercado internacional, já se sente uma estabilização dos estoques e a expectativa é de que o consumo de madeira volte a níveis pré 2020. “Há alguns sinais de que os estoques que se formaram durante a pandemia já tenham acabado e muitas indústrias estão trabalhando sem gerar estoque. Isso deve trazer um bom resultado para 2024”, estima o diretor comercial da Sudati Compensados.

Serviço:

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