PÁGINA BLOG
Featured Image

O eucalipto em Portugal: pilar da economia e da sustentabilidade

Eucalipto: uma curiosidade com 150 anos

A floresta portuguesa, tal como a conhecemos hoje, é em grande parte resultado da intervenção humana. No final do século XIX, menos de 10% do território nacional estava arborizado. No entanto, ao longo das décadas, políticas de reflorestação e iniciativas privadas permitiram que essa área ultrapassasse os 3 milhões de hectares, correspondendo a cerca de 36% do território nacional. Grande parte desse crescimento foi impulsionado pela plantação de espécies de alto valor económico, como o pinheiro-bravo e o sobreiro, mas também pelo eucalipto, que se afirmou como uma das árvores mais relevantes para a economia nacional. Introduzido há mais de 150 anos, o eucalipto começou por ser uma curiosidade ornamental em parques e jardins, mas rapidamente se tornou uma das espécies mais importantes da floresta portuguesa. O Eucalyptus globulus revelou-se particularmente adaptado às condições do país e, graças à sua madeira de fibras curtas e resistentes, Portugal tornou-se um dos líderes mundiais na produção de pasta e papel de alta qualidade. Hoje, os eucaliptais ocupam cerca de 26% da área florestal nacional, totalizando 845 mil hectares. Embora tenha uma presença significativa, o eucalipto não é a espécie dominante na floresta portuguesa, ficando atrás dos montados de sobro e azinho (34%) e dos pinhais (28%).

A importância do setor da pasta e papel na economia nacional

O eucalipto é um dos motores da economia florestal portuguesa, sendo a base de um setor industrial altamente competitivo e exportador. O setor da pasta e papel representa cerca de 8% das exportações nacionais e é responsável por um excedente na balança comercial. Só em 2023, as exportações do setor ultrapassaram os 3,3 mil milhões de euros, correspondendo a 51% das exportações do setor florestal português. Além do seu impacto económico, a fileira do eucalipto desempenha um papel crucial na criação de emprego e na dinamização do interior do país. O setor gera mais de 80 mil postos de trabalho diretos, indiretos e induzidos, ajudando a fixar populações em regiões de baixa densidade e a combater o abandono rural.

The Navigator Company: o motor da inovação na fileira do eucalipto

A The Navigator Company é uma das principais impulsionadoras do setor da pasta e papel em Portugal é uma referência mundial na indústria. Maior produtora europeia de papel fino não revestido (Uncoated Woodfree – UWF), a empresa tem sido um dos pilares da economia nacional, sendo a terceira maior exportadora do país. Com um forte compromisso com a inovação e a sustentabilidade, a Navigator investe na gestão responsável das florestas, na eficiência dos seus processos produtivos e no desenvolvimento de bioprodutos alternativos aos de origem fóssil. A empresa está na vanguarda da investigação e desenvolvimento na fileira do eucalipto, através do seu centro de I&D RAIZ – Instituto de Investigação da Floresta e Papel. Este instituto tem sido fundamental na melhoria genética do Eucalyptus globulus, aumentando a produtividade das plantações e tornando-as mais resistentes a pragas, doenças e às alterações climáticas. A investigação da Navigator também se estende à modernização da silvicultura, à digitalização das operações florestais e à utilização de biotecnologias para otimizar o rendimento da matéria-prima. A empresa tem ainda desempenhado um papel crucial na transição para uma bioeconomia sustentável, apostando em novos produtos de base florestal. Entre as inovações mais recentes está a produção de embalagens sustentáveis feitas a partir de fibras de eucalipto, destinadas a substituir plásticos de uso único. Além disso, a Navigator tem investido na valorização da biomassa florestal como fonte de bioenergia, contribuindo para a descarbonização da economia portuguesa.

Sustentabilidade e gestão florestal: o papel do eucalipto

Apesar da sua importância económica, o eucalipto tem sido alvo de críticas relacionadas com o impacto ambiental e o risco de incêndios florestais. No entanto, os dados demonstram que a verdadeira ameaça não está na espécie em si, mas na falta de gestão das florestas. Entre 2000 e 2024, cerca de 44% da área ardida em Portugal ocorreu em matos e pastagens sem qualquer tipo de gestão, enquanto os eucaliptais representaram 18%. Contudo, dentro desta percentagem, apenas 2% dos incêndios ocorreram em plantações geridas pela indústria, provando que a gestão ativa reduz significativamente o risco de fogo. As plantações bem geridas de eucalipto podem ter um impacto positivo no ambiente. Estudos indicam que esta espécie desempenha um papel relevante na conservação dos solos, ajudando a reduzir a erosão e a manter a estrutura do solo através da deposição de matéria orgânica. O eucalipto também tem um papel importante na regulação do ciclo da água e na captura de carbono, sendo um contributo valioso para a mitigação das alterações climáticas.
A The Navigator Company tem sido um dos principais promotores da certificação florestal em Portugal, garantindo que as suas plantações cumprem elevados padrões ambientais e sociais. A empresa aderiu aos esquemas de certificação FSC® e PEFC, que promovem a gestão responsável das florestas e asseguram o equilíbrio entre os valores económicos, ambientais e sociais.

O eucalipto e o futuro da bioeconomia Portuguesa

Com a crescente procura global por madeira e bioprodutos sustentáveis, Portugal tem uma vantagem competitiva única: o Eucalyptus globulus, cuja fibra é reconhecida mundialmente pela sua qualidade superior. No entanto, para garantir que esta riqueza natural continue a ser uma fonte de desenvolvimento económico e ambientalmente responsável, é essencial investir
na inovação e na gestão ativa das florestas. A Navigator está a liderar essa transformação, apostando na evolução das suas fábricas para verdadeiras biorrefinarias, onde a madeira e a biomassa florestal são convertidas em fibras celulósicas, bioenergia e novos bioprodutos de base renovável. Estes avanços permitem substituir materiais derivados do petróleo por alternativas sustentáveis, contribuindo para a redução da pegada de carbono e para o desenvolvimento de uma economia circular.

Um equilíbrio entre economia e sustentabilidade

O eucalipto é um dos principais ativos da floresta portuguesa, sendo um pilar da economia nacional é um elemento-chave para a transição para uma bioeconomia mais sustentável. A fileira do eucalipto, com destaque para o setor da pasta e papel e para empresas como a The Navigator Company, tem demonstrado a capacidade de aliar inovação, competitividade e
responsabilidade ambiental. Com uma gestão florestal responsável, certificação rigorosa e investimento contínuo em investigação e desenvolvimento, Portugal pode continuar a liderar o setor a nível mundial. A chave para o futuro da fileira do eucalipto está na aposta na modernização da silvicultura, na diversificação dos bioprodutos e na adoção de práticas cada vez mais sustentáveis, garantindo que esta riqueza natural seja um fator de progresso económico e ambiental para as próximas gerações.

Informações: CNN.

Featured Image

Minas avança em ações de gestão florestal, conservação e restauração ambiental em 2023

Análises de CAR e implementação do PRA são importantes destaques do balanço de ações do IEF em 2023

Gestão da fauna silvestre, de Unidades de Conservação (UCs) e de florestas plantadas e a implementação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e do Programa de Regularização Ambiental (PRA) são alguns dos principais trabalhos desenvolvidos pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) em 2023.

O Estado já contabiliza 17.173 análises de Cadastros Ambientais Rurais (CARs), com 191 já concluídas. Esses números colocam Minas em destaque no país, refletindo as diversas estratégias adotadas pelo IEF como a contratação de empresa especializada e o uso da Análise Dinamizada. Como resultado, Minas avança na implementação do Programa de Regularização Ambiental (PRA).

O CAR é um registro público, eletrônico e de âmbito nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais, com o propósito de integrar informações ambientais das propriedades e posses rurais, especialmente em relação às áreas de Reserva Legal (RL) e de Preservação Permanente (APP). Essas informações compõem uma base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico, e combate ao desmatamento.

O compromisso é acelerar cada vez mais as análises do CAR e a adesão ao PRA no estado. Em agosto deste ano, tiveram início as publicações das notificações das análises do CAR. No primeiro edital, foram divulgadas 112 análises; no segundo, 160; no terceiro, 836; e no quarto, 1.584. O objetivo é a publicação de 4 mil por mês. Isso permitirá ao IEF desenvolver estratégias eficazes para a conservação ambiental e o uso sustentável dos recursos naturais.

“Para alcançar esses avanços, o IEF utiliza diversas alternativas, que são empregadas de forma concomitante, conforme a viabilidade técnica. Entre as estratégias lançadas pelo IEF estão a contratação de uma empresa especializada, o reforço da equipe técnica do CAR, o uso da ferramenta de Análise Dinamizada do Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e a utilização da ferramenta CAR 2.0 da Plataforma Selo Verde”, afirma o diretor-geral do IEF, Breno Esteves Lasmar.

Avanços do PRA

O Programa de Regularização Ambiental (PRA) compreende um conjunto de ações e medidas de natureza técnico-ambiental com o intuito de promover a regularização de posses e propriedades rurais que apresentem passivos ambientais, incluindo a implantação da recomposição de tais áreas, identificadas a partir da declaração no CAR.

Como resultado dos avanços referentes às análises e à homologação do cadastro, Minas já conta com 112 Termos de Compromissos firmados para fins de adequação legal/ambiental de imóveis rurais, em consonância com o PRA. Esse avanço ocorreu por meio da adoção da modalidade ‘PRA declaratório’, em que o proprietário se compromete e realiza, com apoio do IEF, a adequação ambiental, conforme determina a legislação, mesmo antes da análise e homologação do CAR. Ele se compromete a complementar a adequação posteriormente, caso seja verificada a necessidade, durante a análise do CAR de sua propriedade.

Essa estratégia responde à emergência das mudanças climáticas e ao combate ao desmatamento, que requer do poder público um senso de urgência na implementação e regularização, por meio da restauração da vegetação nativa, de Áreas de Reserva Legal (RL), Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Áreas de Uso Restrito (AUR).

PRA Produzir Sustentável

Minas Gerais tem mais de 1 milhão de imóveis cadastrados no CAR e um passivo ambiental declarado no cadastro estimado em aproximadamente 3 milhões de hectares. Para enfrentar esse desafio, o IEF lançou, em 2022, o Programa PRA Produzir Sustentável, que visa promover a regularização dos imóveis rurais em Minas, por meio da conservação e restauração de ecossistemas, conciliada à produção rural. Nesse programa, a governança dos territórios viabiliza a união dos atores locais, resultando em convergência de esforços e sinergia entre os setores ambiental e produtivo.

“O PRA Produzir Sustentável é um programa guarda-chuva que alinha o Código Florestal a outras políticas como restauração, Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), clima e recursos hídricos. O programa pretende promover a adequação ambiental através da restauração produtiva, gerando renda para os produtores rurais”, explica a diretora de Conservação e Recuperação de Ecossistemas do IEF, Marina Dias.

Números do CAR em 2023:

– 15.714 CARs com análise individualizada iniciada;
– 191 com análise concluídas;
– 1.459 CARs em processo de análise dinamizada até dezembro;
– Lançamento do curso EAD de Análise do CAR na Plataforma Trilhas do Saber, com segunda turma iniciando em dez/2023.

Números do PRA Produzir Sustentável em 2023:

– 112 Termos de Compromisso de PRA firmados até novembro/2023;
– 15 Unidades Demonstrativas do PRA Produzir Sustentável em implantação, com adequação ambiental e produtiva dos IRs;
– 25 oficinas de mobilização do PRA Produzir Sustentável nas Unidades Regionais de Florestas e Biodiversidade (URFBios) do IEF;
– 20 municípios mobilizados para elaboração de seus Planos Municipais de Mata Atlântica (PMMAs);
– Lançamento do curso EAD de PMMA na Plataforma Trilhas do Saber;
– Produção de 562.184 mudas de espécies nativas até novembro/2023.

Fauna Silvestre

No ano de 2023, a fauna silvestre tem muitas ações relevantes a compartilhar como, por exemplo, lançamento da Pedra Fundamental para construção do Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras) no município de Lavras. O evento aconteceu no Complexo de Clínicas Veterinárias (CCV) do Centro Universitário de Lavras (Unilavras), com previsão para inauguração no primeiro semestre de 2025. A implementação e operacionalização do Cetras em Lavras é uma parceria entre o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o Centro Mineiro de Alianças Intersetoriais, o Instituto Estadual de Florestas (IEF), a Unilavras e a Agência Regional de Proteção Ambiental da Bacia do Rio Grande.

O Cetras vai funcionar em uma área de quase 7 mil metros quadrados disponibilizada pela Unilavras e atenderá mais de 200 cidades da região Sul de Minas. A unidade contará com todas as etapas de atendimento, desde o recebimento, identificação, marcação, triagem, realização de exames clínicos, físico e comportamental dos animais silvestres, até o tratamento, a reabilitação e a devolução dos animais ao seu ambiente natural.

Atualmente, o Estado conta com cinco Cetras: Belo Horizonte, Divinópolis, Patos de Minas, Juiz de Fora e Montes Claros, sendo que os Cetras de Belo Horizonte, Juiz de Fora e Montes Claros funcionam de forma compartilhada com o Ibama. Até novembro de 2023, 61% dos animais silvestres provenientes dos Cetras foram reintroduzidos no ambiente natural.

No âmbito da conservação, através Plano de Ação Territorial Espinhaço Mineiro, parte do Projeto Pró- Espécies, o IEF dará início em janeiro a ações de conservação da espécies-alvo Surubim do Jequitinhonha, com a elaboração de oficinas e de um manual de conservação da espécie. A aprovação do Plano de Trabalho do Projeto Surubim-do-Jequitinhonha (Steindachneridion amblyurum), no âmbito do PAT Espinhaço Mineiro será mais uma ação relevante para a conservação.

Em 2023, foi desenvolvido e liberado ao usuário o novo Sistema de autorização de pesca amadora por autosserviço. O órgão ainda desenvolveu o Jogo da Fauna no intuito de trabalhar com as crianças a importância da conservação da fauna silvestre. Outro destaque foi o lançamento do cadastro de instituições interessadas em firmar parcerias com o IEF para ampliar a preservação e o cuidado com a fauna, com 26 instituições cadastradas.

Gestão florestal

Governo de Minas utiliza a Tecnologia Blockchain para garantir segurança e transparência a todas as transações e atividades registradas no sistema MG Florestas. A plataforma realiza a gestão de florestas plantadas em Minas Gerais, com controle da cadeia do carvão vegetal, ajudando na proteção da vegetação nativa. Mais de 87% dos municípios mineiros já aderiram ao sistema.

A iniciativa é desenvolvida pelas Secretarias de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad-MG) e de Planejamento e Gestão (Seplag-MG), pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) e pela Companhia de Tecnologia da Informação do Estado de Minas Gerais (Prodemge), sendo financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES).

Utilizando um banco de dados distribuído, que armazena dados em vários computadores e à prova de violações, a Tecnologia Blockchain assegura que todas as informações relacionadas à produção, colheita e transporte de carvão vegetal sejam permanentes e acessíveis a todas as partes envolvidas. A tecnologia reduz o risco de atividades ilegais, melhorando a eficiência operacional de toda a cadeia produtiva.

Gestão de UCs

Na gestão das unidades de conservação, o IEF investiu na prevenção de incêndios florestais, com a análise de três planos de queima prescrita de nove Unidades Regionais de Florestas e Biodiversidade (URFBios) diferentes.

A queima prescrita é uma das técnicas previstas no Manejo Integrado do Fogo, que também envolve práticas de planejamento, monitoramento, conscientização ambiental, pesquisas, e inclusive a recuperação de áreas atingidas por incêndios. Ela consiste no uso intencional de fogo para manejo de vegetação, sempre seguindo um planejamento prévio e objetivos bem definidos.

Também foram realizados 16 cursos de formação de brigadistas florestais, com 360 pessoas capacitadas. Houve ainda a estruturação do programa de capacitação e fomento de brigadas florestais municipais, com doação de equipamentos.

Outro aspecto da gestão de unidades de conservação, foram os seis planos de manejo elaborados ou revisados e aprovados pela Câmara de Proteção da Biodiversidade e Áreas Protegidas (CPB) do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam). Também foi elaborado o planejamento estratégico da regularização fundiária das UCs estaduais.

Os recursos da compensação florestal minerária ganharam uma normatização do banco de áreas de crédito. Os da compensação minerária também foram utilizados na estruturação de 17 unidades operacionais do IEF.

Informações: Agência Minas.

Anúncios aleatórios

+55 67 99227-8719
contato@maisfloresta.com.br

Copyright 2023 - Mais Floresta © Todos os direitos Reservados
Desenvolvimento: Agência W3S