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O fim dos resíduos: a revolução silenciosa das florestas plantadas

*Artigo de Murillo Galli.

Tenho 41 anos. Sou da Geração Y — os Millennials. Uma geração marcada por ciclos de mudança e quebra de paradigmas. Crescemos num mundo fragmentado e depois hiper conectado. Vimos o Brasil com hiperinflação e depois com o Plano Real. Nascemos sob regime militar e amadurecemos na redemocratização. Vivenciamos governos de centro, direita e esquerda. Essa instabilidade moldou em nós uma habilidade única: adaptabilidade.

Profissionalmente, metade da minha vida estive ligado, de alguma forma, ao setor florestal brasileiro — como produtor, prestador de serviços, comprador, executivo ou consultor. E como bom Millennial, afirmo: estamos presenciando mais um momento de ruptura.

O setor florestal já passou por revoluções — a dos clones com o aumento de produtividade e redução do ciclo, do plantio manual ao mecanizado, da motosserra a super produtivas colhedeiras, da intuição à precisão dos drones e satélites. E essa transformação foi acompanhada, em sua maior parte, pela minha geração. Sabemos como era antes, vivemos o agora e lideraremos, provavelmente, o amanhã: as florestas do futuro. (futuro este que não é mais tão longe assim).

Mas há algo que pouco mudou até agora: a cultura da abundância. Somos favorecidos por clima, solo, água, escala e disponibilidade de geográfica. Essa fartura histórica moldou uma visão “gorda” sobre o uso da terra, onde priorizamos o “filé” — o fuste da árvore — e negligenciamos o restante. Resíduo virou sinônimo de descarte, e isso se cristalizou em “verdades operacionais” pouco desafiadas.

Contudo, desde 2010, essa lógica começou a ruir. Com a explosão da economia chinesa e a transformação do setor de celulose em polos industriais de bioprodutos, o Brasil se tornou o epicentro de investimentos florestais globais. Cidades, regiões e até estados inteiros foram impactados. A cadeia produtiva sofisticou. E com ela, cresceu também a demanda por madeira — e não só para papel e celulose.

A madeira virou insumo essencial para setores variados:

  • Indústria de chapas e compensados,
  • Siderurgia,
  • Pecuária (como insumo energético),
  • Secagem de grãos,
  • Indústria sucroenergética,
  • E a novíssima fronteira: o etanol de milho.

Mas a forma de olhar para a floresta não mudou.

Mesmo com o Brasil liderando globalmente em produtividade (IMA de 35–40 m³/ha.ano), e em velocidade do ciclo da floresta (6 a 8 anos — em alguns casos reduzido para 5), esse descompasso entre a nova demanda x estoque de floresta existente e o tempo biológico das novas florestas, gerou o chamado e previsto por alguns do setor, “apagão florestal”: onde temos a capacidade instalada ociosa por falta ou inviabilidade de matéria-prima.

Resultado?

  • Disparada nos preços da madeira (de históricos R$ 35-45 para R$ 180–200/m³),
  • Ampliação do raio de colheita,
  • Antecipações de corte,
  • Perdas de eficiência.

Mas é aqui, neste cenário desafiador que entra a oportunidade — e a mudança de mentalidade.

“Resíduo não dá retorno”, “Toco é difícil de tirar”, “Deixa no campo que vira nutriente”… Essas frases, tantas vezes repetidas, refletem um modelo mental moldado pela fartura. Só que a fartura acabou.

Hoje, com custo elevado, escassez de mão de obra, mecanização cara e pressão por eficiência, o setor começa a olhar com seriedade para algo que sempre esteve ali: os chamados resíduos florestais.

A pergunta é: eles são realmente resíduos?

Países como os nórdicos e ibéricos já responderam: não. Lá, resíduos são insumos — para energia, compostos, blends de biomassa. Isso não aconteceu por acaso: foi fruto de escassez, políticas públicas, pesquisa e tecnologia. E o Brasil está vivendo esse mesmo ponto de inflexão.

Na empresa que atuo, o Grupo IBS Energy , estamos protagonizando esse novo capítulo. Através da IBC Biomass Solutions, joint venture com o Grupo Madeplant Florestal , estamos projetando uma operação pioneira de entrepostos de biomassa no Estado de São Paulo, capazes de estocar, processar e misturar diferentes resíduos florestais e agrícolas para atender caldeiras com perfis técnicos diversos.

Um exemplo emblemático: A enfardadora de resíduos florestais Madeplant, a primeira do tipo no Brasil. Consolidada na Europa há mais de 15 anos, ela recolhe e enfarda mecanicamente os resíduos pós-colheita, levando muitos benefícios para a silvicultura, como a redução drástica de tempo entre colheita e entrada para plantio e até mesmo a viabilização da mecanização florestal quase imediata. Desde 2024 vem sendo testada no Brasil e já operou nos principais players do setor, em 4 estados, com desempenho técnico e operacional surpreendente.

Outro exemplo: A evolução do processo de destoca, realizado pela Madeplant. Em regiões do MS, onde o etanol de milho avança rapidamente, o uso do cavaco do toco como combustível está sendo feito em larga escala, com custo operacional cada vez menor e produtividade surpreendente.

Resultado final? A floresta deixa de ser mono-ofertante. O fuste vai para quem paga mais. Os resíduos viram combustível, insumo ou solução energética para quem tem menor capacidade de pagamento e a silvicultura gera ganhos hoje não contabilizados. A floresta se torna multifuncional, mais lucrativa e mais eficiente.

Lembro de uma visita à Espanha, onde perguntei ao gestor florestal: — O que vocês fazem com os resíduos? Ele riu e respondeu: — “¿Qué desperdicio? Esto no es desperdicio, es energía.”

Ali entendi tudo. Eles não têm sequer a palavra “resíduo” da forma como usamos. O que chamamos de resíduo, eles chamam de oportunidade.

E aqui no Brasil, finalmente, esse entendimento começa a chegar. Não temos mais espaço para ineficiência. Não temos mais margem para desperdício. A abundância, daqui para frente, precisa estar na produtividade — não na ociosidade.

Como Millennial, vejo nisso uma revolução silenciosa e promissora. Já vimos muita transformação antes — e essa, pessoalmente, talvez seja uma das mais empolgantes. A pergunta que fica não é “se” vamos mudar, mas “quando” deixaremos de usar a palavra resíduos para falar de ativos florestais e agrícolas.

Bora apostar?


*Murillo Galli é Diretor Executivo da IBC Biomass Solutions e Diretor de Relações Institucionais do Grupo IBS Energy.

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Estão abertas as inscrições para a 2ª edição do Prêmio Ibá de Jornalismo

Concurso irá premiar reportagens escritas, de vídeo e áudio que joguem luz sobre o setor de árvores cultivadas para fins industriais e de restauração

São Paulo, junho de 2025 – Pelo segundo ano consecutivo, a Ibá lança seu Prêmio de Jornalismo, com o objetivo de estimular e reconhecer a cobertura jornalística de qualidade relacionada ao setor de árvores cultivadas para fins industriais e de restauração.

Em 2025, assim como no ano passado, serão quatro as categorias para inscrição: vídeo, áudio, texto e veículo setorizado. Uma reportagem será premiada por categoria, recebendo o valor de R$ 5 mil, além de troféu e certificado. Haverá ainda uma menção honrosa no valor de R$ 3 mil.

Para concorrer, trabalhos podem ser enviados até o dia 1º de outubro pelo formulário de inscrição disponível no site da Ibá (www.iba.org/premio). As reportagens devem respeitar alguns critérios básicos, entre eles, ser publicada em um veículo de imprensa entre o dia 1º de janeiro de 2025 até o término das inscrições. O edital com todas as regras também está disponível no site da Ibá.

Banca de jurados

Assim como no ano passado, o Prêmio Ibá de Jornalismo conta com uma banca avaliadora de peso, formada por especialistas renomados de diversas áreas. São eles Leão Serva, José Otávio Brito e Cindy Correa.

Leão Serva é diretor Internacional de Jornalismo, correspondente em Londres da TV Cultura e professor de Ética Jornalística na ESPM-SP. Escritor, é autor de “Jornalismo e Desinformação” (Senac, 2001) e “A Fórmula da Emoção na Fotografia de Guerra” (SESC, 2021), entre outras obras.

José Otávio Brito é professor titular sênior da USP (Universidade de São Paulo), no Campus Luiz de Queiroz, em Piracicaba (SP), do qual já foi prefeito. Foi diretor-executivo do Ipef (Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais), atuou como professor associado visitante na Université Henry Poincaré, de Nancy (França), e academic visitor, no Imperial College of London, na Inglaterra.

Cindy Correa é especialista em gerenciamento de crise e Comunicação 360º. Comanda a equipe de Comunicação da Ibá. Já atuou na Gazeta Mercantil, Valor Econômico, Revista Ferroviária e Viagem e Turismo. Comunicóloga formada na Faculdade Cásper Líbero, tem pós-graduação em Marketing na ESPM-SP, MBA Executivo no EADA Espanha em Gestão em Negócios e está cursando um mestrado em Sustentabilidade.

A Ibá também relançará nas próximas semanas o Guia de Cobertura, com o objetivo de apoiar jornalistas interessados em realizar reportagens. No manual, é possível encontrar os principais dados sobre a indústria de árvores cultivadas, definições de termos técnicos, explicações para equívocos comuns e referências de fontes que podem ser ouvidas em apurações.

Em seu primeiro ano, o Prêmio Ibá recebeu mais de 100 reportagens enviadas por profissionais de 17 estados de todas as regiões do país. A maioria das inscrições foi feita na categoria escrita (62), seguida por TV (28), veículo especializado (11) e áudio (7). Entre as reportagens premiadas, houve trabalhos de grandes veículos nacionais, assim como de filiadas, jornais e rádios regionais.

O setor brasileiro de árvores cultivadas é uma potência da bioeconomia global. Planta, colhe e replanta em mais de 10 milhões de hectares, além de preservar 6,9 milhões de hectares em áreas nativas. Trata-se de uma agroindústria que faz uso inteligente da terra, respeita a natureza e cuida das pessoas.

Sobre a Ibá

A Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) é a associação responsável pela representação institucional da cadeia produtiva de árvores plantadas para fins industriais e de restauração, do campo à indústria, junto a seus principais públicos de interesse. Lançada em abril de 2014, representa 50 empresas e 10 entidades estaduais de produtos originários do cultivo de árvores plantadas – painéis de madeira, pisos laminados, celulose, papel, florestas energéticas e biomassa -, além dos produtores independentes de árvores plantadas e investidores institucionais.

Site: iba.org/
Instagram: www.instagram.com/iba_oficial/
Facebook: web.facebook.com/industriabrasileiradearvores

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Câmara da Indústria de Base Florestal discute desafios ambientais e regulatórios

FIEMG debate políticas ambientais, o programa 360 e a certificação da madeira tratada

A Câmara da Indústria de Base Florestal da FIEMG se reuniu, no dia 28 de maio, na sede da FIEMG, em Belo Horizonte, para debater questões fundamentais para o setor florestal e o meio ambiente. O evento contou com a participação de empresários, especialistas e representantes do setor público, com o objetivo de discutir soluções para os desafios enfrentados pela indústria florestal em Minas Gerais.

O Fausto Varela Cançado, presidente da Câmara da Indústria de Base Florestal e do SINDIFER, iniciou os debates destacando a relevância do diálogo entre o setor empresarial e o poder público para promover políticas favoráveis ao desenvolvimento da indústria florestal. Ele também abordou as dificuldades enfrentadas pelas empresas devido a algumas políticas públicas que, segundo ele, podem impactar negativamente a competitividade do setor. “Estamos atravessando uma situação difícil e que continua a se agravar. O setor empresarial tem sido submetido a desafios constantes. A redução da jornada de trabalho, por exemplo, poderia afetar gravemente as empresas, especialmente aquelas que necessitam de maior tempo de operação ou que funcionam em regime de 24 horas”, afirmou Cançado.

O primeiro tema da reunião foi a Conferência Nacional de Meio Ambiente, tema abordado por Nathalia Martins, analista ambientalista da GMA FIEMG. Ela apresentou os avanços das discussões e os desafios das políticas ambientais, ressaltando a importância da conferência para o futuro das regulamentações que afetam o setor florestal. “Na conferência, discutimos mais de 100 propostas, algumas dessas propostas foram priorizadas pelos delegados, e muitas delas foram levadas para análise e priorização pelo governo federal na COP 30. Apesar do caráter predominantemente ambientalista da conferência, a FIEMG trabalhou para equilibrar as propostas, representando os interesses do setor produtivo, e buscando garantir que as propostas que afetam o setor florestal sejam mais equilibradas”, explicou Martins.

Em sequência, a analista destacou a importância do programa 360 da FIEMG, que visa garantir a representatividade da indústria nas audiências públicas, especialmente em questões ambientais. “O programa 360 foi criado para garantir que a voz da indústria fosse ouvida nas audiências públicas, onde historicamente o viés ambientalista dominava as discussões. O programa é voluntário e conta com cerca de 900 participantes, que defendem projetos da indústria, buscando equilibrar as discussões e fortalecer a posição do setor”, explicou Martins.

Ela também ressaltou a relevância da participação da FIEMG nas audiências, como a que discutiu o projeto de alteamento de barragem da Anglo American, fundamental para a continuidade das operações da mineradora e para o desenvolvimento econômico da região.

Seguindo, foi apresentado a Minuta de Deliberação Normativa CERH-MG foi apresentada, discutindo a suspensão e cassação das outorgas de direito de uso de recursos hídricos devido ao não-pagamento da cobrança pela utilização desses recursos. O debate gerou reflexões sobre os impactos dessa medida para a sustentabilidade da indústria florestal e alternativas para garantir o uso responsável da água no setor.

A reunião também abordou a certificação para madeira tratada, com a apresentação do PROMAT, que explicou o processo de certificação desenvolvido em parceria com a ABNT, visando padronizar e garantir a qualidade do produto final.

Informações: Imprensa FIEMG

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ABTCP prepara 57.º Congresso de Celulose e Papel

Pessoas e biocombustíveis pautam programação do evento anual dedicado a debater caminhos estratégicos para o setor de árvores cultivadas

Promovido pela Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (ABTCP) entre os próximos dias 14 e 16 de outubro, o 57.º Congresso Internacional de Celulose e Papel — ABTCP 2025 apresenta como pauta central Pessoas e Biocombustíveis: construindo o futuro sustentável da indústria de base florestal com energias renováveis.

O tradicional evento anual convoca todos os elos da cadeia produtiva da indústria de árvores cultivadas para lançar um olhar atento aos avanços tecnológicos e demais potenciais desvendados no último ano. “Ao reunir profissionais, acadêmicos e estudantes da indústria de celulose, papel e florestas plantadas, temos o propósito de oferecer um ambiente propício para fomentar a inovação, a partir de um conhecimento amplo e aprofundado sobre o setor de base florestal”, comenta Darcio Berni, diretor executivo da ABTCP, sobre a relevância do evento, a ser realizado em formato presencial no Novotel Center Norte, em São Paulo (SP).

Berni evidencia que o sucesso do evento realizado no ano passado, que reuniu mais de 6 mil participantes para conferir as inovações tecnológicas dos expositores e os trabalhos da programação técnica, reforça as expectativas positivas para esta próxima edição.

A ABTCP conta com o apoio dos correalizadores IPEF (Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais), PI (Puunjalostus-Insinöörit, Finnish Forest Products Enginners’ Association) e RIADYCYP (Rede Iberoamericana de Pesquisadores em Celulose e Papel) para montar um programa relevante ao contexto atual. Entre as novidades que os parceiros preparam para a edição deste ano, destaca-se o Simpósio de Embalagens. “Fortalecendo uma parceria já consolidada que temos com o RIADYCYP, vamos reunir especialistas de todo o Brasil e convidados internacionais para debater os desafios e as inovações que vêm marcando o setor de embalagens atualmente”, antecipa Viviane Nunes, head of Education da ABTCP.

O 3º Fórum de Mulheres na Indústria, que desponta como mais um passo para fortalecer o protagonismo feminino e promover a diversidade na cadeia florestal, e o Encontro de Estudantes, um dos momentos mais aguardados do Congresso, que propõe atividades voltadas à formação, networking e aproximação dos jovens com o mercado de trabalho, são outros destaques do ABTCP 2025.

Eleito presidente do Congresso ABTCP 2025, Paulo Silveira, profissional com cerca de 40 anos de experiência em grandes empresas do setor de celulose e papel, que atualmente ocupa o cargo de Diretor Industrial da Regional Sul da Suzano, ressalta a importância do tema central, que une duas pautas indispensáveis para o cenário atual e futuro: a capacitação profissional e o desenvolvimento de produtos alinhados à bioeconomia.

“Estamos prestes a acompanhar um novo ciclo de investimentos do setor que irá demandar um processo de capacitação e formação como nunca vivenciamos antes. Além das contribuições que a ABTCP já oferece, a partir de suas frentes de atuação, o evento reflete uma oportunidade única de encontrarmos soluções conjuntamente. Em paralelo, a descoberta de novos produtos, advindos de uma base renovável como as nossas florestas, tem trazido uma série de evoluções tecnológicas, que, por sua vez, estão totalmente alinhadas às questões de captura de carbono e aos demais aspectos atrelados à bioeconomia”, resume Silveira sobre os enfoques.

Os artigos técnicos, estudos e cases pertinentes à pauta central do ABTCP 2025 serão divididos por grandes áreas de conhecimento referentes à Celulose, Papel, Recuperação e Energia, Florestal, Meio Ambiente, Indústria 5.0, Biorrefinaria, Nanotecnologia, Engenharia e Transformação Digital, Segurança do Trabalho, Manutenção, ESG e Tissue. Em breve, a ABTCP divulgará o programa técnico e as informações para inscrição do público participante.

Assembleia, escolha de áreas para Exposição e jantar de confraternização acontecem ao longo do ABTCP 2025

Durante o último dia do 57.º Congresso Internacional de Celulose e Papel, a ABTCP realizará a assembleia anual, oportunidade que reúne associados para compartilhar detalhes sobre as frentes de trabalho em andamento e que consolida o espaço de diálogo com os players do setor.

A data também será marcada pela reunião de escolha/reserva de áreas para a exposição ABTCP 2026, exclusiva para associados PJ da ABTCP. Os horários e as regras para escolha e confirmação, assim como valores e mapa, serão informados no site do evento no final de setembro.

Vale lembrar que na noite de 15 de outubro, acontecerá na Casa Giardini, no Campo Belo, em São Paulo, o tradicional jantar de confraternização promovido pela ABTCP. Em processo de reformulação, o Prêmio Destaques do Setor volta à agenda em 2026.

A ABTCP agradece aos patrocinadores gold Ecolab Nalco Water, Irmãos Passaúra, Kadant, Kemira, Solenis, SPIG – Torres de Resfriamento, Valmet e Veolia; aos patrocinadores premium Albany Internacional e Andritz; aos patrocinadores master Buckman, Peróxidos do Brasil e Voith, e ao patrocinador standard Tequaly.

ABTCP 2025 — 57.º Congresso Internacional de Celulose e Papel

Tema: Pessoas e biocombustíveis: construindo o futuro sustentável da indústria de base florestal com energias renováveis

Data: 14 a 16 de outubro de 2025

Local: Novotel Center Norte (São Paulo/SP)

Regras para submissão de trabalhos: https://abtcp2025.org.br/regras-para-submissao

Website: https://abtcp2025.org.br

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Ebramem foi um sucesso de público, reunindo especialistas e visitantes do Brasil e exterior

O XVIII Ebramem (Encontro Brasileiro em Madeiras e em Estruturas de Madeira) foi marcante em vários aspectos. O evento, realizado de 5 a 7 de maio, em Curitiba, aproximou teoria e prática com  palestras, painéis de debate, Expo com participação de empresas do setor construtivo com madeira, e ainda o Hackaton!

Agradecemos a todos que fizeram parte do evento, desde nossos parceiros na organização, assim como apoiadores, patrocinadores, palestrantes, autores e participantes.

Confira os números:

– 300 congressistas
– Mais de 700 visitantes
– 28 especialistas
– 116 trabalhos de 7 países para o prêmio Ibramem
– 383 autores de trabalhos científicos, totalizando 113 artigos
– 43 empresas e instituições participantes do Ebramem Expo
– Cerca de 60 alunos e profissionais no primeiro Hackaton
– Palestras internacionais do Canadá, Chile, Itália, Portugal e Áustria
– Exposições digitais em torno da arquitetura, história e cultura
– Mais de dois anos de dedicação para esse grande acontecimento

A participação expressiva e o conteúdo sobre madeira e tecnologia demonstram que o Ebramem continua sendo um encontro de atualizações e troca de conhecimento sobre a construção aliada à sustentabilidade.

Além do encontro técnico-científico, o evento foi marcado por duas exposições culturais inéditas e interativas. Uma delas foi a “Wood Life Sweden”, organizada pela Embaixada da Suécia, a qual apresentou fotos e descrições de projetos suecos que utilizaram a madeira de diferentes formas, estimulando arquitetos a adotar a madeira engenheirada como material sustentável, além de promover seu uso no Brasil.

“Madeira na arquitetura – ontem, hoje e amanhã” foi outra exposição que proporcionou aos participantes uma imersão digital na evolução do uso da madeira na construção, revelando como esse material foi utilizado por gerações, e de quais formas podemos aumentar sua participação na construção, seja em wood frame, CLT (Cross-laminated timber), MLC (Madeira Laminada Colada), ou em residências, restaurantes, edifícios e teatros. 

Ebramem Expo – Paralelamente ao evento, ocorreu também o Ebramem Expo, onde inovação, tecnologia e design uniram-se para transformar a maneira como o mercado enxerga e utiliza a madeira na construção civil. No total, tivemos a presença de 43 empresas e instituições participantes do Ebramem Expo, em um ambiente de negócios, e trocas de experiências.

Prêmio IBRAMEM 2025 registrou número recorde de inscrições: foram 116 trabalhos provenientes de sete países da América Latina

Premiações – O prêmio IBRAMEM de Arquitetura e Design em Madeira 2025 anunciou seus vencedores durante a cerimônia de encerramento do XVIII.

Com duas categorias, Arquitetura e Design, e duas modalidades (profissionais e estudantes de graduação das áreas de Arquitetura, Engenharias e Design), o Prêmio IBRAMEM 2025 registrou número recorde de inscrições: foram 116 trabalhos, provenientes de sete países da América Latina (Brasil, Argentina, Chile, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai) e nove estados brasileiros (CE, DF, ES, MG, RJ, SP, PR, SC e RS).

Todos os trabalhos inscritos passaram por um criterioso processo de avaliação, conduzido por um júri formado por docentes e profissionais renomados nas áreas de Arquitetura, Engenharia e Design da América Latina. Após as etapas de homologação e julgamento, 20 trabalhos foram selecionados para a fase final.

Durante o XVIII EBRAMEM, os trabalhos finalistas foram expostos e submetidos a uma votação popular, cujo resultado também foi divulgado na cerimônia de premiação.

O prêmio destacou projetos que evidenciam as qualidades técnicas, culturais e socioambientais da madeira, reafirmando seu papel estratégico para uma construção mais sustentável, inovadora e humanizada. A seguir, os trabalhos premiados:

Arquitetura – modalidade profissional

Vencedor

Biblioteca Comunitária Yuyarina Pacha – Al Borde | Equador

Menção Honrosa

Casas Taguaí – Protótipos em MLC – Xavier Arquitetura | São Paulo – Brasil

Chaki Wasi – Centro de Artesanías de la Comunidad de Shalalá – La Cabina de la Curiosidad | Equador

Casa Quinta – Arquipélago Arquitetos | São Paulo – Brasil

Crematorio Maule – Urzúa Soler Arquitectos | Chile


Menção de Destaque

Conjunto Tanica – Izquierdo Lehmann Arquitectos | Chile

Hangar Museu – Nola Arquitetura | Santa Catarina – Brasil

Casa Aleros – Urzúa Soler Arquitectos | Chile


Prêmio IBRAMEM 2025 | Arquitetura – modalidade estudante

Vencedor

Regeneração e Espaço – Canteiro Experimental UFPR – Eduarda Michelon, Cibele Kunzler e prof. Patricia de Freitas Nerbas | UNISINOS – São Leopoldo/RS

Menção Honrosa

Canteiro Trama – João Augusto Brandão Baldassin, Beatriz Medeiros Urbano, João Gabriel Costa e Silva, Leonardo Luis Floriano e prof. Akemi Ino | IAU USP – São Carlos/SP

Canteiro IPÊ – Raul Comelli Pizzato, Gabriel Castro Osachuki, prof. Marina Oba e prof. Maria Regina Leoni Schmid Sarro | UFPR – Curitiba/PR

Canteiro de Obras UFPR – Rodolfo de Lima Tomazelli, Nadine Dranka Moro e prof. Maria Regina Leoni Schmid Sarro | UFPR – Curitiba/PR

Canteiro do Aviário – Christian Almeida Campos do Nascimento, prof. Reginaldo Luiz Nunes Ronconi e Jônatas de Souza e Silva | FAU USP – São Paulo/SP

Prêmio IBRAMEM 2025 | Design – modalidade profissional

Vencedor

Poltrona Paco – Lattoog | Rio de Janeiro – Brasil

Menção Honrosa

Projeto Piso 4D – Tetrus Tecnologia de Soluções Ltda | São Paulo – Brasil

Cabideiro Jaboticaba – O Criativo Design | Paraná – Brasil

Estante Tajapi – Grafismo – Estúdio Igor Lima | São Paulo – Brasil

Arandela Boreal – David Tessler Design | Paraná – Brasil

Prêmio IBRAMEM 2025 | Design – modalidade estudante

Vencedor

Modularis – Maria Julia Fusco Ferreira, prof. Débora Cristina Rosa Faria da Costa e Heloisa Martin Mendes Pereira Helena | IFSP – Jacareí/SP

Menção Honrosa

Goiabão – Gabriel Luiz Tiepermann e prof. Rodolfo Krul Tessari | UTFPR – Curitiba-PR

Prêmio IBRAMEM 2025 | Votação Popular

Arquitetura – modalidade profissional

Biblioteca Comunitária Yuyarina Pacha – Al Borde | Equador – 19,4% dos votos

Arquitetura – modalidade estudante

Canteiro IPÊ – Raul Comelli Pizzato, Gabriel Castro Osachuki, prof. Marina Oba e prof. Maria Regina Leoni Schmid Sarro | UFPR – Curitiba/PR – 53% dos votos

Design – modalidade profissional

Arandela Boreal | David Tessler Design | Paraná – Brasil – 34,3% dos votos

Design – modalidade estudante

Goiabão | Gabriel Luiz Tiepermann e prof. Rodolfo Krul Tessari | UTFPR – Curitiba-PR – 62,7% dos votos

O Prêmio IBRAMEM de Arquitetura e Design em Madeira 2025 reafirma a relevância da madeira como protagonista na arquitetura e no design contemporâneos, valorizando soluções construtivas inovadoras, sensíveis ao contexto social e comprometidas com a sustentabilidade na América Latina.

Hackaton – De forma inédita, foi realizado no Centro Politécnico da Universidade Federal do Paraná (UFPR) o primeiro Hackathon da Madeira. Participaram cerca de 60 estudantes e profissionais em uma intensa jornada de inovação e formação voltada para o impacto social da madeira na construção civil. 

O patrocinador exclusivo foi o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná (CAU-PR), através dos seus recursos e edital de chamamento público da lei federal de Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social (ATHIS). 

Participaram do hackaton cerca de 60 estudantes e profissionais em uma intensa jornada de inovação

O tema do desafio apresentado nesta edição do hackathon foi ATHIS e Crise Climática no RS: soluções em madeira para habitação de interesse social da comunidade indígena Tekoá Pará Rokê, no município de Rio Grande – RS. 

O CAU/PR ofereceu uma oficina sobre a lei de Athis junto a experiências de editais pretéritos e com a presença da Federação Nacional de Arquitetos (FNA). E pela tarde houve outra mesa sobre  ATHIS e a questão indígena para a arquitetura. 

Além destas, houve oficinas técnicas de treinamento com profissionais das empresas Art Massif, Timbau Estruturas, Ita Engenharia e Tecverde. 

As equipes foram nomeadas com Árvores Brasileiras e desenvolveram maquetes protótipos em madeira e uma entrega digital.

Vencedores – A equipe Cedro, primeira colocada, foi contemplada com o  Prêmio Roberto Alfredo Pompéia, em homenagem a esse renomado arquiteto e urbanista, além de um kit de livros, enquanto o segundo lugar (equipe Sucupira) e terceiro lugar (equipe Itauba e Cumaru) receberam medalhas Roberto Pompéia e um kit de livros.

Foram entregues duas menções honrosas decididas pelo “Júri Araucária”, composto por profissionais do IBRAMEM, UFPR, UFSC, IAU-USP São Carlos, Estúdio 41, Art Massif e os dois representantes da comunidade parceira – Gabriel Fernandes (Arquiteto assessor técnico) e Gildo Silvo (cacique e liderança comunitária da Tekoá Pará Rokê).

Todos os projetos desenvolvidos com soluções em madeira para os módulos habitacionais da comunidade foram entregues para os seus representantes para que possam agregar a discussão do processo participativo que têm realizado no território.

Atingidos pelas enchentes de 2024, a parceria com o IBRAMEM no Hackathon se deu através do apoio e parceria da Federação Nacional de Arquitetos (FNA) pela atual presidente desta, Andréa dos Santos (RS).

Desfio do hackaton foi a crise climática no Rio Grande do Sul e soluções em madeira para habitação de interesse social

Trabalhos científicos e palestras – Um número expressivo de trabalhos científicos foram apresentados durante o Ebramem. No total, 383 autores submetendo suas pesquisas, perfazendo 113 trabalhos científicos em torno de temas como “Construções e sistemas construtivos: práticas nacionais e internacionais”; “Arquitetura em madeira”; “Projetos estruturais e de ligações em madeira (maciça, engenheirada, LWF)”; “Industrialização da madeira”; “Segurança contra incêndio nas edificações em madeira”; “Conservação de edificações históricas em madeira”; “Recuperação de estruturas de madeira”; “Habitações em madeira”; “Normas técnicas para estruturas de madeira”; e “Sustentabilidade e assuntos complementares”. 

Já as experiências práticas e as palestras internacionais giraram em torno do uso da madeira na construção civil em países como Canadá, Itália, Portugal, Áustria, Chile e também Brasil.

O Ebramem foi organizado pela Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE), Birka, Instituto Brasileiro da Madeira e das Estruturas de Madeira (Ibramem), pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), e pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), que sediou o evento.

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Transição silenciosa: a escassez de mão de obra florestal ameaça a base da produção

*Artigo de Geraldo Dias.

A mecanização da silvicultura é um caminho sem volta e desejável. Reduz riscos, aumenta produtividade e melhora a ergonomia. Mas há um ponto que precisamos encarar com mais seriedade: a janela de transição entre o modelo tradicional e o modelo mecanizado está escancarada, e não estamos preparados para atravessá-la.

Enquanto os investimentos em mecanização avançam, muitas das nossas operações ainda dependem fortemente de trabalho manual. E esse profissional simplesmente deixou de existir em muitas regiões.
Historicamente, quem ocupava essas funções eram pessoas vindas da agropecuária familiar, com forte ligação ao campo e familiaridade com o ritmo rural. Mas esse perfil está desaparecendo. O êxodo rural e a rejeição cultural ao trabalho braçal tornaram esse profissional uma raridade especialmente entre os mais jovens.

Empresas já sentem os impactos:

  • Aumento expressivo de custos para trazer mão de obra de outras regiões;
  • Rotações altíssimas de equipes em atividades de preparo de solo, plantio e manutenção;
  • Quedas na qualidade da execução em atividades críticas, mesmo com supervisão presente;
  • Atrasos operacionais por falta de equipe, especialmente em grandes polos florestais como MS.

E o mais preocupante: mesmo com o avanço da mecanização, a viabilidade plena exige tempo, tempo de adaptação técnica, validação operacional, ajustes de logística e escala. Ou seja, enquanto não cruzamos totalmente essa ponte, precisamos encontrar novas formas de manter a operação de pé.

O risco é claro: se negligenciarmos essa fase intermediária, teremos um gargalo crônico na base da produção e nenhuma máquina resolve um plantio sem operador qualificado para pilotá-la ou mesmo para prepará-la.

Esse contexto nos leva a questionar:

  • Como reestruturar a atração e formação de profissionais operacionais?
  • Que incentivos regionais ou programas de capacitação podem ser criados?
  • Como redesenhar a cultura de trabalho no campo para torná-la mais atrativa às novas gerações?

*Geraldo Dias é técnico em Agropecuária (UFV – Campus Florestal), e administrador (Unopar). Possui mais de 12 anos de experiência na área florestal, atuando como supervisor de colheita, transporte e silvicultura em empresas multinacionais certificadas. Trabalhou em desenvolvimento de soluções tecnológicas, mecanização, gestão de recursos humanos, e treinamento de equipes, com foco em melhorias operacionais, sustentabilidade e segurança.

*Imagem em destaque: crédito Paulo Cardoso/Mais Floresta.

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No Dia Internacional da Biodiversidade, Bracell destaca o uso da tecnologia para registro de fauna e reforça o compromisso com a conservação ambiental

Programa de Avistamento de Fauna soma mais de 5 mil registros de animais silvestres e integra iniciativas como o Compromisso Um-Para-Um e parcerias para restauração ecológica

São Paulo, 22 de maio de 2025 – No Dia Internacional da Biodiversidade, a Bracell, uma das líderes globais na produção de celulose solúvel, reforça seu compromisso com a conservação da fauna e dos ecossistemas onde atua. Entre as principais iniciativas, destaca-se o Bicho à Vista, aplicativo desenvolvido para ampliar o registro de avistamentos de animais silvestres. A ferramenta já contabiliza mais de 5.000 registros nas operações da empresa em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Bahia, incluindo espécies ameaçadas de extinção.

Integrado ao Programa de Monitoramento da Biodiversidade da companhia, o Bicho à Vista permite que colaboradores registrem animais em tempo real, gerando dados inéditos que complementam os estudos técnicos realizados com armadilhas fotográficas e gravadores autônomos. Esses registros fazem parte do Programa de Avistamento de Fauna e, desde sua implementação, já resultaram em mais de 5 mil avistamentos nas operações da Bracell na Bahia e em São Paulo. Na Bahia, foram identificadas 62 espécies — sete delas ameaçadas — e, em São Paulo, 113. As informações reunidas por meio do aplicativo vêm sendo utilizadas para apoiar o planejamento das atividades de manejo florestal, com foco na proteção da fauna local.

Segundo Gilberto Ferreira Moraes, gerente sênior de Planejamento Florestal da Bracell em São Paulo, sustentabilidade e inovação caminham juntas, e o aplicativo é um exemplo de como o envolvimento das equipes de campo pode fortalecer a conservação da biodiversidade. “Nosso compromisso com a preservação ambiental e o uso de ferramentas que aproximam e sensibilizam os colaboradores desse propósito comum, reforçam nossa atuação como um agente transformador em busca de um futuro mais equilibrado”, afirma.

O engajamento dos colaboradores é um diferencial para o sucesso da iniciativa com contribuições de equipes diversas, como brigadas de incêndio, setores ambientais, silvicultura, logística e planejamento. “O aplicativo nos ajuda a mapear a fauna com mais precisão, inclusive em áreas onde não há acompanhamento sistemático. O diferencial do Bicho à Vista é que qualquer colaborador pode participar. Ele não substitui os estudos técnicos, mas complementa de forma significativa os monitoramentos sazonais”, destaca Gilberto.

Preservar para transformar

A proteção da biodiversidade está no centro da Agenda Bracell 2030, estratégia de longo prazo para a sustentabilidade que reúne 14 metas estruturadas nos pilares: Ação pelo Clima, Paisagens Sustentáveis e Biodiversidade, Promovendo Crescimento Sustentável e Empoderando Vidas. Entre as metas estão o apoio à conservação de 230 mil hectares de vegetação nativa, o estímulo à pesquisa com foco em conservação da biodiversidade e a ampliação de áreas certificadas para a soltura de animais silvestres.

Uma das principais iniciativas que traduzem essa visão é o Compromisso Um-Para-Um, que estabelece que, para cada hectare de eucalipto plantado pela Bracell, outro hectare de vegetação nativa deve ser conservado. Lançado em 2022, o programa já atingiu 92% de sua meta e está presente em três biomas brasileiros — Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga — com atuação nos estados de São Paulo, Bahia e Mato Grosso do Sul.

No Mato Grosso do Sul, a Bracell apoia a conservação de mais de 116 mil hectares em áreas de alta relevância ecológica, como os Parques Estaduais das Nascentes do Rio Taquari e do Pantanal do Rio Negro. A atuação integra ações de prevenção de incêndios e fortalecimento da governança ambiental. O objetivo é promover não apenas a proteção de espécies e habitats, mas a construção de soluções duradouras, em diálogo com o poder público e com as necessidades específicas de cada território.

Outro exemplo do compromisso da Bracell com a biodiversidade é a parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica, que resultou no plantio de mais de 61 mil mudas nativas em uma área estratégica da Cuesta de Botucatu (SP). A ação favorece a regeneração da fauna local e contribui para a melhoria da qualidade da água e o equilíbrio climático, beneficiando duas importantes microbacias da região.

Para João Augusti, gerente de Sustentabilidade da Bracell, é esse compromisso com o longo prazo que orienta as ações da empresa. “A biodiversidade não é um ativo da companhia, é um patrimônio coletivo. Nosso papel é contribuir para sua proteção com responsabilidade, consistência e respeito pelos territórios onde atuamos. Ao investir em ciência, tecnologia e parcerias, ampliamos o alcance das nossas ações e ajudamos a construir paisagens mais equilibradas e resilientes”, afirma.

Sobre a Bracell

A Bracell, uma das líderes globais na produção de celulose solúvel, se destaca por sua expertise no cultivo sustentável do eucalipto, que é a base para a produção de matéria-prima essencial na fabricação de celulose de alta qualidade. Atualmente a multinacional conta com mais de 11 mil colaboradores e duas principais operações no Brasil, sendo uma em Camaçari, na Bahia, e outra em Lençóis Paulista, em São Paulo. Além de suas operações no Brasil, a Bracell possui um escritório administrativo em Singapura e escritórios de vendas na Ásia, Europa e Estados Unidos. Para mais informações, acesse: www.bracell.com

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Setor de silvicultura mira expansão de 100 mil hectares no RS

Cultura possui atualmente 973 mil hectares cultivados com espécies como eucalipto, pinus e acácia negra

O setor de silvicultura do Rio Grande do Sul visa uma a ampliação em 100 mil hectares de florestas plantadas nos próximos anos, área a ser somada aos atuais 973 mil hectares cultivados com espécies como eucalipto, pinus e acácia negra, o que representa 4,5% da área dedicada ao agronegócio no estado.

A meta da Associação Gaúcha de Produtores de Florestas Plantadas (Agaflor) é expandir essa cultura de forma sustentável para atender à crescente demanda dos mercados de celulose, móveis, construção civil e energia. “Não cortamos árvores. Colhemos árvores porque nós as plantamos. É diferente”, afirma Paulo Bennemann, ex-diretor-presidente da Agaflor. 

A fala resume a essência do setor, que atua com florestas cultivadas em ciclos longos, de até 25 anos, dependendo da espécie e do uso final da madeira. O conceito, que ainda enfrenta resistência de parte da população, está diretamente ligado à sustentabilidade e ao respeito ao meio ambiente.

O ciclo da silvicultura é bem diferente do de lavouras tradicionais como milho e soja. A acácia negra, por exemplo, leva cerca de sete anos até a colheita, enquanto o eucalipto pode chegar a 15 anos e o pinus, até 25. Esse tempo é usado não apenas para o desenvolvimento da madeira, mas também para capturar grandes quantidades de carbono da atmosfera. “A árvore é carbono puro. De 50% a 60% do que está ali é carbono que ela retirou do ar e consolidou”, explica Bennemann.

Durante a maturação, as árvores também ajudam a fortalecer a biodiversidade, defende o produtor. Segundo Bennemann, nas áreas de floresta plantada, é comum observar o retorno de espécies da fauna nativa. “Hoje temos veado-campeiro em abundância, jaguatirica em várias áreas — animais que antes nem se imaginava que existiam nessas regiões. Onde tem floresta plantada, tem fauna pujante”, relata.

Além disso, a legislação exige que cada propriedade mantenha pelo menos 40% de mata nativa preservada, o que reforça o compromisso do setor com o equilíbrio ambiental. A silvicultura no Rio Grande do Sul também é uma importante fonte de empregos: são 12 mil postos diretos no campo e mais de 400 mil indiretos em cadeias como serrarias, fábricas de celulose, móveis e esquadrias, segundo a entidade.

A madeira produzida no estado tem destino diversificado: resinas, celulose, madeira serrada e biomassa para geração de energia. Toda a cadeia é pensada de forma circular, com aproveitamento máximo da matéria-prima e preocupação com a reposição das florestas após a colheita. Segundo o Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul, os municípios gaúchos que tiveram maior destaque, no período 2020-2022, foram Encruzilhada do Sul, Cachoeira do Sul e Piratini, com produção média superior a 500 mil metros cúbicos por ano.

Com a projeção de aumentar 100 mil hectares cultivados nos próximos anos pelas empresas do setor, a Agaflor pretende não apenas garantir o suprimento de matéria-prima para a indústria, mas também contribuir com a agenda ambiental e climática, defende Bennemann.  A expectativa é que essa ampliação seja feita com planejamento, respeitando áreas de preservação e adotando boas práticas agrícolas.

Em setembro do ano passado, conforme noticiado pelo Jornal do Comércio, a Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), em conjunto com a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), criaram um grupo de trabalho para estudar se deverá ser feita ou não alguma alteração nos procedimentos de licenciamento da silvicultura.

A secretaria defende que a alteração da regulamentação federal sobre o potencial poluidor da silvicultura acarretou a necessidade de o Rio Grande do Sul avaliar novamente os processos internos estaduais. A Lei 14.876, aprovada no Congresso nacional e sancionada pelo governo federal, tirou a silvicultura do rol de práticas com potencial poluidor e utilizadoras de recursos ambientais.

Alguns empreendedores do RS defendem a expansão da área de plantio de eucaliptos (utilizado principalmente para a produção de celulose) livre da obrigatoriedade de licenciamento ambiental (hoje estipulada em até 40 hectares – o que equivale a aproximadamente um parque da Redenção, em Porto Alegre). No âmbito federal, a produção de eucaliptos não precisa de licença ambiental, independentemente da área a ser ocupada, porque essa atividade foi igualada a todas as culturas agrícolas.

Silvicultura produziu R$ 37,9 bilhões em 2023 no Brasil

Em 2023, a pesquisa Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS 2023) registrou produção primária florestal em 4.924 municípios brasileiros, que, juntos, totalizaram R$ 37,9 bilhões em valor da produção, o que representou um aumento de 11,2% em relação ao ano anterior. Esse crescimento é inferior ao verificado em 2022, que foi de 13,4%, porém representa um recorde no valor da produção do setor. A pesquisa foi divulgada em setemvbro do ano passado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O valor da produção da silvicultura superou o da extração vegetal, o que ocorre desde o ano de 1998. Em 2023, houve crescimento de 13,6% no valor da produção da silvicultura e diminuição de R$ 132 mil na extração vegetal. Em termos proporcionais, observa-se que a silvicultura aumentou 1,8% sua participação no valor da produção primária florestal (83,6%) frente ao extrativismo vegetal, que passou a responder por 16,4% desse total.

Informações: Jornal do Comércio.

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Mato Grosso do Sul fecha primeiro trimestre de 2025 com criação de 12,5 mil empregos formais

No primeiro trimestre de 2025, Mato Grosso do Sul gerou 12.584 empregos formais, ampliando para 682.901 o estoque de trabalhadores com carteira assinada. Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho e Emprego e foram compilados pela Assessoria de Economia e Estatística da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).

O Estado vem numa sequência de três meses com dados positivos na geração de empregos formais. Em janeiro o saldo entre demissões e admissões resultou na geração de 3.255 empregos formais, em fevereiro foram mais 8.215 e no mês de março, 1.114 novos trabalhadores contratados com carteira assinada em Mato Grosso do Sul, conforme o Caged.

O setor de Serviços liderou a contratação de novos trabalhadores em março com 1.613 novas vagas, enquanto a Indústria gerou 550 empregos e a Construção, outras 453. Dois setores apresentaram retração: Comércio (-466) e Agropecuária (-1.036). As mulheres ocuparam a quase totalidade (1.078) das vagas, enquanto os homens ficaram com as outras 36.

Dentro do setor de Serviços, o subsetor de Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas apresentou melhor desempenho, com 688 novas vagas. Administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais vem em segundo, com 661 empregos formais.

Já o subsetor de Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, dentro do setor Agropecuária, registrou saldo negativo de 1.114 demissões, exatamente igual ao saldo final do mês. Outro subsetor com retração significativa foi o de Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (-466), dentro do setor de Construção.

Na distribuição regional das vagas, pela primeira vez uma cidade do interior superou a Capital na geração de empregos formais. Inocência, que recebe a nova planta de celulose do Grupo Arauco, teve saldo de 585 empregos formais em março.

Em seguida veio Campo Grande com 569 novas contratações, seguido de Dourados (219), Bataguassu (140), Três Lagoas (125), Naviraí (93), Fátima do Sul (70), Rio Verde e Anastácio (64) e fechando o ranking dos 10 municípios que mais contrataram em março, Nova Andradina com 54 novos empregos gerados.

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Em alta, silvicultura brasileira ganha com avanços tecnológicos para atender demanda global crescente

Automação em florestas plantadas já é realidade no segmento, responsável por movimentar mais de R$ 27 bilhões ao ano. Empresas têm máquinas que garantem maior precisão e produtividade no plantio

O Brasil é líder mundial na exportação de celulose, com um volume de US$ 12,7 bilhões (R$ 72,8 bilhões) em 2024 e o segundo melhor desempenho exportador da última década, de acordo com a Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ).

O resultado espelha a ascensão da silvicultura, ramo do agronegócio voltado para o fornecimento de matéria-prima obtida por meio de florestas plantadas e que tem ganhado o impulso com novas tecnologias para atender uma demanda global cada vez maior.

“O setor florestal ainda é um dos menos automatizados dentro do agronegócio, mas esse cenário está mudando rapidamente. A escassez de mão-de-obra e a crescente pressão por produtividade têm acelerado a adoção de soluções automatizadas em todas as etapas do manejo florestal”, afirma Marcello Guimarães, fundador da AutoAgroMachines, empresa sediada em Boa Vista (RR) especializada em máquinas inteligentes no campo e na floresta.

Silvicultura: agro sustentável

A silvicultura representa 1,3% do PIB agro brasileiro e movimenta mais de R$ 27 bilhões por ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O segmento é voltado ao cultivo, manejo e aproveitamento sustentável de florestas plantadas, principalmente para a produção de madeira, papel, celulose, biomassa e outros derivados.

Além disso, envolve técnicas específicas para o plantio e conservação de espécies como eucalipto e pinus, garantindo produtividade, preservação ambiental e fornecimento contínuo de matéria-prima para diversas indústrias.

“A operação florestal é bem peculiar, requer determinados equipamentos específicos para a colheita, desde o preparo do solo, desde o plantio”, afirma Marcos Marinho, coordenador de vendas da Komatsu Florestal, multinacional japonesa que está há cinco décadas no país e há quase 30 atuando também com silvicultura.

De acordo com dados da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS), elaborada pelo IBGE, o valor de produção da silvicultura e da extração vegetal alcançou, em 2023, um recorde de R$ 33,7 bilhõescom aumento de 11,9% em relação ao ano anterior.

Para 2025, as projeções indicam um cenário ainda mais promissor. A demanda global por produtos renováveis e práticas sustentáveis tende a crescer, o que deve impulsionar o setor florestal brasileiro, com destaque para florestas de mogno africano, que apresentam grande potencial para investimentos.

“Hoje a florestal está em tudo, na roupa que você esté vestindo, na cadeira em que você está se sentando, na alimentação que você tem, porque não é só celulose, não é so serraria, a nanocelulose está em tudo. Então é um ramo que justifica todo e qualquer tipo de investimento”, diz Marinho.

Plantadeira capaz de plantar 600 mudas de árvores por hora é uma das novidades da Agrishow 2025 — Foto: Divulgação/ Komatsu

Plantadeira capaz de plantar 600 mudas de árvores por hora é uma das novidades da Agrishow 2025 — Foto: Divulgação/ Komatsu

Capacidade e otimização de tempo

Nesse cenário de crescimento acelerado, a tecnologia tem desempenhado um papel importante para otimizar a produção. Na Agrishow, uma das maiores feiras de tecnologia agrícola do mundo, que se encerra nesta sexta (02), em Ribeirão Preto (SP), a Komatsu apresenta uma plantadeira automatizada de florestas capaz de realizar quatro operações em um só processo: formação da bacia, plantio da muda, adubação e irrigação.

A PC240 Planter carrega quase 2 mil mudas de uma só vez, além de 900 quilos de fertilizantes e tem um reservatório para 6,1 mil litros de água, o que reduz as paradas para reabastecimento. Em uma hora, o equipamento tem a capacidade de plantar 600 mudas, o triplo do que outras tecnologias produziam antes.

Segundo Marinho, tecnologias como essas, focadas no plantio, ainda estão se consolidando, mas o Brasil é uma referência mundial. “Ele na sua essência já é avançado porque faz o plantio, coisa que a gente não tinha até três, quatro anos atrás. (…) Ele consegue entregar uma produtividade”, diz.

Além disso, a máquina, embarcada com tecnologias de georreferenciamento e controle de dados, é projetada tanto para áreas planas quanto para terrenos com até 19 graus em declive. “Hoje a florestal na sua maioria trabalha em condições de topografias acima de 10 graus. (…) Estava faltando e essa máquina veio pra fechar essa lacuna.”

Precisão, geolocalização de mudas e alta produtividade

Na empresa do Marcello, uma das inovações mais promissoras é um robô de plantio que garante alta precisão e reduz os erros durante a aplicação de mudas. A tecnologia incorporada a uma das máquinas da empresa já conta com patentes no Brasil, Estados Unidos e Índia e é programada para evitar situações comuns como mudas inclinadas ou com substrato exposto e que comprometem o desenvolvimento da floresta.

“Estamos desenvolvendo máquinas autônomas para irrigação, adubação, inventário florestal e análise da saúde das mudas, tudo integrado por inteligência artificial.”

Outra capacidade desenvolvida é o registro de geolocalização de cada muda plantada, informação compartilhada com outros equipamentos, permitindo irrigação e adubação de precisão com base em dados reais. Em termos práticos, isso representa um desempenho maior, com o envolvimento de menos pessoas.

Fundador da AutoagroMachines, Marcello Guimarães, e máquina projetada para otimizar plantio de mudas — Foto: Giovani Oliveira/Divulgação

Fundador da AutoagroMachines, Marcello Guimarães, e máquina projetada para otimizar plantio de mudas — Foto: Giovani Oliveira/Divulgação

“Uma equipe tradicional com nove pessoas planta cerca de 0,8 hectare por hora. A Forest.Bot planta até 1,2 hectare por hora com apenas dois operadores e ainda reduz o custo total do plantio em até um terço”, explica o fundador da AutoAgroMachines.

Com autonomia para operar até 20 horas por dia, a máquina garante operações contínuas com logística de apoio já adaptada à rotina de campo. “Ela reduz a exposição de trabalhadores a riscos, diminui o número de equipamentos no campo e garante maior qualidade de plantio. Isso fortalece pilares fundamentais das práticas ESG.”

Apesar de ter sido pensada inicialmente para eucalipto e pinus, a tecnologia também é compatível com outras espécies. Atualmente, a empresa está adaptando a máquina para o plantio de árvores frutíferas como laranja, limão e tangerina.

Informações: G1.

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