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Taxação dos EUA frustra setor produtivo de MS e ameaça exportações de carne e celulose

Medida entra em vigor em 1º de agosto e pode gerar perda de mercado, queda de investimentos e pressão sobre preços

A taxação de 50% imposta pelos Estados Unidos frustrou o setor produtivo de Mato Grosso do Sul, que vinha celebrando o aumento nas exportações para o país. No primeiro semestre de 2025, os EUA foram o segundo maior destino dos produtos sul-mato-grossenses, ficando atrás apenas da China.

Dados da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (FIEMS) mostram que, entre janeiro e junho de 2025, o estado exportou US$ 315,9 milhões em produtos para os EUA — aumento de 11% sobre o mesmo período de 2024.

Carne bovina, ferro fundido e celulose — que compõem mais de 80% das exportações de MS para os EUA — estão entre os produtos mais afetados pela nova tarifa. Só as carnes bovinas desossadas e congeladas representaram 45,2% do total exportado neste ano, somando mais de US$ 142 milhões.

A indústria de celulose também demonstra preocupação. De janeiro a junho, as exportações de pasta química de madeira para os EUA ultrapassaram US$ 1,7 bilhão — alta de 65,2% em relação ao mesmo período de 2024.

Segundo Aldo Barigosse, analista de comércio exterior, a perda de competitividade é um dos principais impactos da nova taxação, podendo provocar efeitos em cadeia na economia estadual. Ele explica que, diante do aumento tarifário, parte da carne bovina deverá ser redirecionada a outros mercados, o que pode aumentar a oferta no Brasil e no exterior.

O analista alerta para possíveis impactos na mão de obra e nos investimentos, caso as indústrias comecem a perder mercado. “Podemos ter impacto na mão de obra dessas indústrias e menor investimento, se elas começarem a perder mercado. São reflexos negativos que tendem a atingir o setor produtivo”, alerta.

Com a entrada da medida prevista para 1º de agosto, representantes do setor produtivo e economistas acreditam que ainda há tempo para o Brasil negociar com os EUA e tentar reverter a nova tarifa.

Em abril, o governo Trump já havia elevado tarifas, impondo ao Brasil uma taxa extra de 10% sobre produtos exportados. O valor foi considerado razoável, por estar entre os menores entre países parceiros. Mesmo assim, o Brasil buscava negociar para reverter a medida. Até agora, os EUA fecharam acordos apenas com o Reino Unido e o Vietnã.

Marcelo Bertoni, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), reforçou a urgência da negociação.

“Recebemos uma taxação infundada, que vai trazer pra nós, provavelmente, alguns problemas. Principalmente hoje, os frigoríficos, por exemplo, já saiu das compras, então sabemos como vai abrir o mercado, porque estão fora da compra. Provavelmente só vai abrir mercado na semana que vem com preço bem abaixo do que estava sendo praticado”, afirma.

Barigosse acredita que a pressão empresarial deve crescer para que o Brasil avance nas negociações com os EUA. “Quando entra um produto mais caro pro mercado americano a gente gera também inflação naquele país. O nosso produto chega mais caro lá. O setor produtivo empresarial vai subir o tom para que o governo brasileiro sente com o governo americano para negociar e chegar a um acordo.”

Informações: G1.

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Três Lagoas (MS) coloca o Brasil no topo do mercado mundial de celulose

O país produz 24,3 milhões de toneladas de celulose anuais, com MS contribuindo com 7,6 milhões e Três Lagoas e Ribas do Rio Pardo representando 32% da produção estadual

Mato Grosso do Sul se destaca cada vez mais no mundo da celulose. Sem contar as fábricas que ainda entrarão em operação, o Estado já conta com a produção de mais de 7 milhões de toneladas por ano, fazendo o Brasil ser o maior exportador de celulose do planeta.

RANKING

De acordo com o levantamento realizado pelo IBA (Indústria Brasileira de Árvores), em 2023, o Brasil se manteve no ranking como o maior exportador de celulose do mundo. Quando o assunto é produção, o país só fica atrás dos Estados Unidos, algo que pode mudar nos próximos anos, já que várias indústrias entrarão em operação em Mato Grosso do Sul e também em outros estados.

Em termos de importação, ainda segundo o relatório do IBÁ, o Brasil está reduzindo a compra internacional de produtos do setor florestal. Em 2014, esses produtos correspondiam a 0,7% do total das importações brasileiras, enquanto em 2023 essa participação caiu para 0,5%. No mesmo ano, os produtos oriundos de base florestal contribuíram com cerca de 1% da produção nacional.

Em 2023, a produção brasileira de celulose atingiu 24,3 milhões de toneladas, contemplando 21,3 milhões de toneladas de fibra curta, 2,5 milhões de toneladas de fibra longa e 0,5 milhão de pasta de alto rendimento, apontando um CAGR (Compound Annual Growth Rate) nos últimos dez anos de 4,4%. As exportações de celulose seguem aquecidas, ficando pela segunda vez na história no patamar acima de 18 milhões de toneladas. O mercado interno, por sua vez, absorveu 6,2 milhões de toneladas.

Líder mundial na exportação desse produto, como já dito pouco acima, o Brasil é o segundo maior produtor no ranking global, atrás somente dos Estados Unidos.

NOVAS LINHAS

O número de fábricas vai crescer muito em Mato Grosso do Sul. Os dados disponibilizados, ainda não somam as potências que estão pode vir, já que até 2028, pelo menos mais duas indústrias de celulose vão estar operando no Estado. Os números já são ótimos. Atualmente, se compararmos MS a um país, ele seria o 10º maior produtor de celulose do planeta, passando sozinho na frente de países como o Chile, por exemplo.

A primeira fábrica da Suzano em Mato Grosso do Sul entrou em operação no ano de 2009, no município de Três Lagoas, com uma capacidade instalada de 1,3 milhão de toneladas de celulose ao ano. Em 2017, foi inaugurada a segunda linha, com capacidade para produzir 1,95 milhão de toneladas de celulose/ano, totalizando 3,25 milhões de celulose produzidas ao ano.

MAIOR DO MUNDO

No dia 21 de julho de 2024, entrou em operação a terceira fábrica da companhia no Estado, no município de Ribas do Rio Pardo, com capacidade para produzir mais 2,55 milhões de toneladas de celulose ao ano, a maior fábrica de linha única do mundo.

Dessa forma, a Suzano tem uma capacidade instalada para produzir cerca de 5,8 milhões de toneladas de celulose ao ano em Mato Grosso do Sul, somando as unidades de Ribas do Rio Pardo e Três Lagoas, com a geração de 9 mil postos de trabalho diretos na região, entre próprios e terceiros.

CAPACIDADE SUPERADA

Por sua vez, a Eldorado Brasil foi projetada para produzir 1,5 milhão de toneladas celulose por ano. Porém, desde a inauguração da fábrica, a produção tem superado essa capacidade nominal, chegando a operar 20% acima. Atualmente, a empresa produz, em média, 1,8 milhão de toneladas de celulose por ano.

Somando a produção anual das duas empresas, Mato Grosso do Sul produz 7,6 milhões de toneladas de celulose por ano. Além disso, o Estado tem tudo para despontar ainda mais nesse ranking mundial’ já que nos próximos anos, mais duas fábricas de celulose estarão entrando em operação.

Uma delas é a chilena Arauco. A obra está dentro do cronograma. O empreendimento está sendo construído no município de Inocência, vizinha de Três Lagoas. Conhecido como ‘Projeto Sucuriú’ e com investimento de US$ 4,6 bilhões (R$ 26,8 bilhões), tem previsão de iniciar operação no último trimestre de 2027, com capacidade produtiva estimada de 3,5 milhões de toneladas de celulose.

MAIS OUTRA FÁBRICA

Outra vizinha de Três Lagoas, a cidade de Bataguassu, também recentemente foi agraciada com o anúncio de mais uma fábrica de celulose. O governo de Mato Grosso do Sul assinou, o termo de concessão de incentivos fiscais para a instalação da primeira fábrica de celulose solúvel do Estado. O investimento será feito pela empresa Bracell, que pretende aplicar R$ 16 bilhões na unidade, que será construída em Bataguassu, ou seja, mais município localizado na região leste do Estado que vai viver amplo desenvolvimento.

Além da unidade em Bataguassu, a Bracell discute a expansão das atividades no município de Água Clara, onde já mantém operações florestais. O plano inclui a possibilidade de produção de celulose kraft, voltada para papel e embalagens, com capacidade de até 2,8 milhões de toneladas por ano. Também existe a possibilidade de configuração híbrida, com produção de celulose kraft e solúvel.

De acordo com o governo estadual, desde 2015, Mato Grosso do Sul atraiu R$ 125 bilhões em investimentos privados, dos quais R$ 65 bilhões se concretizaram nos últimos dois anos. O setor florestal, que conta com 30 empresas e emprega mais de 7 mil trabalhadores, representa atualmente 17,8% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial do Estado.

RANKING SE MS FOSSE COMPARADO A UM PAÍS

Atualmente, os Estados Unidos lideram a ranking de países produtores de celulose, com 47,8 milhões de toneladas por ano. Em segundo lugar está o Brasil, com 24,3 milhões de T/A, sendo grande parte dela produzida em solo sul-mato-grossense, mais precisamente na região leste do Estado, onde está localizada Três Lagoas e região.

Em terceiro lugar vem a China, com 22,6 milhões T/A. O Canadá ocupa a quarta posição com 14,2 milhões T/A. Em quinto lugar vem a Suécia, com 11,8 milhões T/A. Já em sexto a Finlândia, 10,9 milhões T/A.

Em sétimo é a Indonésia, com 10, 1 milhões T/A. Já em oitava é a Rússia, com 8,8 milhões T/A e em nono, o Japão, com 7,7 milhões T/A e em 10º lugar o Chile, com 4,7, milhões de toneladas/ano.

SALTO COMPETITIVO

Porém, a partir do start da fábrica da chilena Arauco que está sendo construída no município de Inocência, o MS dará um salto competitivo, passando dos atuais 7,6 milhões, para 11,2 milhões e duzentas mil toneladas de celulose/ano, ocupando o 6º lugar no podium de países produtores de celulose.

De acordo com os dados estão inseridos no relatório anual da IBA – Instituto Brasileiro da Árvore, publicado em dezembro do ano passado, com essa produção, o Estado de Mato Grosso do Sul pode ‘bater de frente’ com grandes países desenvolvidos, subindo para a sexta posição, deixando Chile, Japão, Rússia, Indonésia e Finlândia para trás.

Com a fábrica da Bracell entrando em operação nos próximos anos, MS tem tudo para fazer o Brasil subir no ranking ainda mais e sozinho, conseguir produzir praticamente ocupar que hoje o Canadá produz de celulose. Ou seja, solitário, o Estado entra na disputa mundial do setor, não deixando a possibilidade de conseguir ocupar a terceira posição do ranking.

Informações: Perfil News.

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Empresas de celulose impulsionam a economia de Três Lagoas e região

O impacto da indústria vai muito além da produção

Três Lagoas consolidou-se como um dos maiores polos de produção de celulose do mundo, e essa trajetória de sucesso começou com a chegada da Votorantim, hoje sucedida pela Suzano. Atualmente, uma das maiores produtoras globais do setor, a empresa apostou no potencial da cidade sul-mato-grossense, ao adquirir sua primeira fábrica em 2009. O sucesso da operação foi tamanho que, em 2017, a companhia inaugurou uma segunda unidade, transformando Três Lagoas na unidade mais produtiva da Suzano em todo o país.

O impacto da indústria vai muito além da produção. A presença da indústria de celulose impulsionou a economia local, gerando milhares de empregos diretos e indiretos, fortalecendo o comércio e atraindo novos investimentos para a região. Para o gerente industrial da Suzano de Três Lagoas, Eduardo Ferraz, essa decisão pioneira mostra a confiança da empresa no potencial do município. “A empresa sempre acreditou no potencial de Três Lagoas para a indústria de celulose. Isso mostra o quanto a gente acredita na região. Além dos empregos e da arrecadação de impostos, falamos de um crescimento orgânico da economia local”, afirma Ferraz.

Eldorado Brasil se une ao polo industrial

A chegada da Eldorado Brasil, em 2012, consolidou Três Lagoas como referência mundial no setor. A planta da empresa entrou em operação como a segunda grande indústria de celulose da cidade, reforçando a vocação industrial da região.

Carregamento de fardos de celulose – Eldorado Brasil.

Atualmente, a unidade da Suzano tem capacidade instalada para produzir mais de 3,5 milhões de toneladas de celulose por ano, figurando entre as maiores do mundo. Já a Eldorado Brasil opera com uma produção anual de 1,7 milhão de toneladas, mas já planeja uma expansão que pode dobrar essa capacidade nos próximos anos.

Juntas, essas gigantes da celulose não apenas transformaram Três Lagoas em um centro industrial de destaque internacional, como também ajudaram a reconfigurar a economia de Mato Grosso do Sul, tornando o setor de base florestal um dos pilares do desenvolvimento estadual.

Informações: RCN67.

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Unidade da Suzano em Ribas do Rio Pardo (MS) alcança marca de 2 milhões de toneladas de celulose produzidas

Este é o terceiro marco importante registrado em tempo recorde desde o início das operações em 21 de julho de 2024, o que reforça o alto desempenho da nova unidade

A Suzano, maior produtora mundial de celulose e referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do eucalipto, alcançou no sábado (07/06) a marca de 2 milhões de toneladas de celulose produzidas na nova fábrica em Ribas do Rio Pardo (MS). O resultado foi registrado 321 dias após o início das operações, em 21 de julho de 2024, e menos de cinco meses após atingir o primeiro milhão de toneladas — um novo recorde para a unidade, que reafirma sua excelência operacional. A fábrica concluiu sua curva de aprendizagem em pouco mais de cinco meses e atingiu o primeiro milhão em menos de seis meses, o menor tempo já registrado por uma unidade do setor.

Para Leonardo Mendonça Pimenta, diretor de Operações Industriais da Suzano em Ribas do Rio Pardo, os números e recordes refletem a qualidade operacional construída ao longo de mais de 100 anos de história. “Os marcos alcançados traduzem não apenas o desempenho industrial, mas também a maturidade da empresa, o domínio do setor e o investimento contínuo em tecnologia, pessoas e sustentabilidade. Desde o início das operações, a nova fábrica tem superado desafios em escala, eficiência e competitividade. Esses avanços são resultado do esforço conjunto das equipes, com foco técnico, integração e responsabilidade socioambiental”, afirma.

Segundo Claudio Nunes Aguiar, gerente executivo de Produção da Suzano em Ribas do Rio Pardo, o novo marco reforça o alto desempenho da unidade e a dedicação da equipe. “O resultado reflete a eficiência no processo de partida e estabilização da fábrica, além do comprometimento de todos os envolvidos. Mais do que números, mostra a importância do trabalho conjunto e do foco em sustentabilidade, com impacto positivo para o mercado e a comunidade. Vale destacar ainda a contribuição das áreas de engenharia, com uma montagem precisa; florestal, pelo fornecimento de madeira de qualidade; e logística, pela agilidade no escoamento da produção”, afirma.

Para Rodrigo Zagonel, diretor de Operações Florestais da Suzano em Ribas do Rio Pardo, a produção de 2 milhões de toneladas de celulose reflete a eficiente integração entre as operações florestais e industriais, característica do empreendimento desde sua criação. “A qualidade da madeira de eucalipto, cultivada com práticas sustentáveis, foi fundamental para o alto desempenho da fábrica. Nossas operações no Mato Grosso do Sul, apoiadas por uma logística eficiente, garantiram o fornecimento contínuo e preciso, assegurando a estabilidade e eficiência do processo produtivo. Esse resultado é fruto do trabalho conjunto, com foco em responsabilidade ambiental e desenvolvimento regional”, afirma.

A unidade

Com capacidade para produzir 2,55 milhões de toneladas de celulose de eucalipto por ano, a Unidade de Ribas do Rio Pardo é a maior fábrica de celulose em linha única do mundo. O ritmo acelerado e consistente da produção desde o início tem sido fundamental para a conquista de marcos sucessivos em tempo recorde. Com a nova planta, a capacidade instalada de produção da Suzano saltou de 10,9 para 13,44 milhões de toneladas anuais — um aumento superior a 20%. A maior parte dessa produção é destinada ao mercado externo e escoada por uma combinação de modais rodoviário e ferroviário até os terminais portuários de Santos (SP).

Maior investimento da Suzano em 100 anos de história, a unidade de Ribas do Rio Pardo contou com investimento total de R$ 22,2 bilhões, que incluem a construção da fábrica e iniciativas como a formação da base florestal e a estrutura logística para escoamento da celulose, com cerca de 3 mil colaboradores(as) diretos, entre próprios e terceiros, atuando nas operações florestais e industriais. Parte desses(as) profissionais começou a ser formada muito antes do início das operações por meio de iniciativas próprias da Suzano, juntamente com seus parceiros, para valorizar a mão de obra local e contribuir com o desenvolvimento socioeconômico da região.

Sobre a Suzano

A Suzano é a maior produtora mundial de celulose, uma das maiores fabricantes de papéis da América Latina e líder no segmento de papel higiênico no Brasil. A companhia adota as melhores práticas de inovação e sustentabilidade para desenvolver produtos e soluções a partir de matéria-prima renovável. Os produtos da Suzano estão presentes na vida de mais de 2 bilhões de pessoas, cerca de 25% da população mundial, e incluem celulose; itens para higiene pessoal como papel higiênico e guardanapos; papéis para embalagens, copos e canudos; papéis para imprimir e escrever, entre outros produtos desenvolvidos para atender à crescente necessidade do planeta por itens mais sustentáveis. Entre suas marcas no Brasil estão Neve®, Pólen®, Suzano Report®, Mimmo®, entre outras. Com sede no Brasil e operações na América Latina, América do Norte, Europa e Ásia, a empresa tem mais de 100 anos de história e ações negociadas nas bolsas do Brasil (SUZB3) e dos Estados Unidos (SUZ). Saiba mais em: suzano.com.br.

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Exportações de MS chegam a US$ 4,28 bilhões em maio, com destaque para a celulose, carne bovina e carne de aves

Mato Grosso do Sul exportou US$ 4,288 bilhões entre janeiro e maio de 2025, valor que representa 2,95% de crescimento em relação aos cinco primeiros meses do ano passado. A celulose foi o principal destaque positivo no período, liderando a pauta com US$ 1,44 bilhão, crescimento de 78,1% em relação ao mesmo período de 2024. Na sequência, aparecem a carne bovina (US$ 605,5 milhões) que cresceu 36,5% e as carnes de aves, que totalizando US$ 145,69 milhões, salto de 17,5% em relação ao mesmo período do ano passado. A soja, segundo item da pauta em termos de valor, totalizou US$ 1,16 bilhão), com retração de 26%.

Os dados estão na Carta de Conjuntura do Comércio Exterior elaborada pela Assessoria Especial de Economia e Estatística da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação). “O bom desempenho da indústria e a expansão da celulose como principal produto da pauta exportadora reforçam a estratégia de diversificação econômica do Estado”, comentou o secretário Jaime Verruck, da Semadesc.

Segundo o relatório, Mato Grosso do Sul exportou 10,8 milhões de toneladas no período de janeiro a maio de 2025, quantidade 10,6% a mais que nos cinco primeiros meses de 2024. Com esse desempenho, o Estado acumula superávit comercial de US$ 3,25 bilhões, alta de 8,41% sobre 2024.

O setor industrial se mantém em alta nas exportações. A indústria de transformação aumentou em 29,65% o valor exportado e em 25,38% o volume embarcado. A indústria extrativa também cresceu, com alta de 0,74% nos preços e de 37,7% na quantidade. Em contrapartida, a agropecuária teve retração de 34,36% em valor e de 28,76% em volume.

O município de Três Lagoas segue como o maior polo exportador de Mato Grosso do Sul, com 18,65% do total embarcado. Também se destacam Dourados (13,46%), Ribas do Rio Pardo (9,53%) e Campo Grande (7,54%). A China lidera como principal destino, absorvendo 46,61% das exportações, seguida por Estados Unidos (6,64%) e Países Baixos (4,15%).

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Governo de MS firma termo de incentivos fiscais com a Bracell para viabilizar instalação de fábrica de celulose solúvel no Estado

O governador Eduardo Riedel e o secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) se reuniram na manhã desta terça-feira (6) com o presidente da Bracell Praveen Singhavi e seus diretores Mauro Quirino, Diretor de Operações Florestais; André Bogo, Diretor do Projeto no Estado e Manoel Browne, Diretor de Relações Institucionais e Responsabilidade Social e José Marcio Bizon, Head de Operações Florestais em MS, para discutir o andamento do processo de instalação da primeira fábrica de celulose solúvel no Mato Grosso do Sul.

Na ocasião foi assinado o termo de concessão de incentivos fiscais, que garante segurança jurídica ao projeto e viabiliza um empreendimento de R$ 16 bilhões no Estado, um dos maiores investimentos privados no país. Também foram mencionados os avanços no processo de licenciamento ambiental para a construção da fábrica no munícipio de Bataguassu. Também participaram da reunião a prefeita de Bataguassu, Wanderleia Caravina; o deputado estadual Pedro Caravina; o secretário de Governo, Rodrigo Perez; o secretário de Fazenda, Flávio César; o secretário-executivo de Qualificação Profissional e Trabalho da Semadesc, Esaú Aguiar e o diretor-presidente do Imasul, André Borges.

O EIA/RIMA (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental) já foi entregue pela empresa ao Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), com expectativa de emissão da licença prévia até dezembro de 2025. Um outro projeto, já em tramitação junto ao Imasul, envolve a expansão da atuação da Bracell no município de Água Clara, aonde o grupo já atua por meio da MS Florestal, com a produção de mudas de eucalipto em uma área de 110 mil metros quadrados.

“Mato Grosso do Sul possui enorme potencial de desenvolvimento em diversas áreas. Temos grandes desafios em infraestrutura, mas também temos feitos grandes avanços em saúde, logística, sustentabilidade, energia, educação, e bilhões previstos em infraestrutura para todo Estado, especialmente na Costa Leste do estado. O governo está comprometido com o crescimento de Mato Grosso do Sul e em trabalhar para garantir um ambiente de desenvolvimento e competitividade que garanta sucesso ao projeto e oportunidade a todo estado”, afirmou o governador Eduardo Riedel.

O presidente da Bracell, Praveen Singhavi, ressaltou a importância do projeto em Mato Grosso do Sul para a companhia. “Gostaria de agradecer ao Governador e sua equipe pela concessão de benefícios fiscais para o projeto da Bracell no estado do Mato Grosso do Sul. Este é um marco muito importante para nós”, afirmou.

O projeto da Bracell contempla duas possibilidades operacionais: a produção de celulose kraft, voltada ao mercado de papel e embalagens, com capacidade de até 2,8 milhões de toneladas por ano, ou uma configuração mista, que combinará a produção de celulose kraft e celulose solúvel. Essa última será uma inovação estratégica para o setor industrial sul-mato-grossense, com potencial de abrir novos mercados e atrair investimentos de alto valor agregado.

A celulose solúvel é utilizada principalmente na fabricação de fibras como viscose, modal e lyocell. Diferente da celulose tradicional, seu processo de produção exige maior pureza e controle técnico, resultando em um insumo de elevado valor comercial que tem conquistado cada vez mais espaço na indústria têxtil como um tecido sustentável. “Esse tipo de celulose abre portas para cadeias produtivas mais sofisticadas e para exportações com maior valor agregado. É um passo fundamental para a diversificação da nossa base industrial”, comenta o secretário Jaime Verruck.

“O Mato Grosso do Sul se consolidou como um dos principais protagonistas do setor florestal no Brasil. Somos o segundo maior produtor de madeira em tora para papel e celulose e responsável por 24% da produção nacional de celulose”, lembra Jaime Verruck. Segundo ele, esse protagonismo, que justifica o título de “Vale da Celulose”, é resultado da expansão das áreas de eucalipto, da crescente base industrial, com 30 indústrias e mais de 7 mil trabalhadores, além de uma política pública comprometida com o desenvolvimento sustentável. “Desde 2015, já foram atraídos R$ 125 bilhões em investimentos, R$ 65 bilhões só na atual gestão, o que mostra o impacto positivo do setor na economia do Estado, que hoje responde por 17,8% do PIB industrial e gera mais de 26 mil empregos diretos e indiretos”, finalizou.

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Setor de celulose deve investir R$ 31 bilhões em MS até 2032

Projeção da XP Investimentos aponta Inocência e Bataguassu como áreas em expansão e construção de nova fábrica

A indústria de processamento de eucalipto para produção de papel e celulose deve investir US$ 5,4 bilhões, o equivalente a R$ 31 bilhões, nos próximos sete anos, no Vale da Celulose, em Mato Grosso do Sul. A projeção consta de relatório da XP Investimentos que mapeou expectativas de novos projetos no estado nos próximos sete anos, pelo menos.

Conforme o relatório da XP, ao qual o Campo Grande News teve acesso, os especialistas da agência financeira informam que esses recursos são para construção de uma nova fábrica com capacidade de 2,5 milhões de toneladas de celulose. Estima-se que a produção deverá dobrar, embalada pela crescente demanda da China, que vem impulsionado os projetos na América Latina.

As regiões mais promissoras para receber esses novos investimentos são o Norte de Inocência e Sul de Bataguassu, onde existem terras mais acessíveis em meio à concorrência de outras culturas agrícolas na região.

Hoje a maioria das plantações de eucalipto concentra-se na região Leste do estado, onde o cultivo concorre com a soja, pastagens e, em menor escala, com cana-de-açúcar. As terras mais valorizadas ficam em Água Clara e Três Lagoas, com preços variando entre R$ 25 mil e R$ 30 mil por hectare, conforme o relatório da XP.

Estão presentes no estado indústrias da Eldorado, da Suzano, da Arauco e, mais recentemente, da Bracell, cuja fábrica encontra-se em processo de licenciamento em Bataguassu.

A instituição financeira considera a Suzano, que já possui fábricas no estado, e a Klabin, como as empresas com maior potencial de aproveitar esse novo cenário. A Klabin ainda não possui fábricas em Mato Grosso do Sul, mas realiza estudos de material genético florestal na região a fim de avaliar a qualidade dos eucaliptos no estado. Procurada pela reportagem, a empresa não respondeu.

Sem falar de investimentos futuros, a Suzano informou que possui capacidade instalada para produzir cerca de 5,8 milhões de toneladas de celulose ao ano em Mato Grosso do Sul, somando as unidades de Ribas do Rio Pardo e Três Lagoas, com a geração de 9 mil postos de trabalho diretos na região, entre próprios e terceiros. Com a nova fábrica em Ribas do Rio Pardo, a Suzano ampliou sua produção global de celulose em cerca de 20%.

Hoje toda a cadeia produtiva florestal no estado responde por mais de 14,9 mil empregos diretos e 12 mil indiretos.

Autoridades durante lançamento da fábrica da Arauco, no dia 9, em Inocência. (Foto: Marcos Maluf)
Aumento da produção – Pelos cálculos dos especialistas da XP, área de terra dedicada ao plantio de eucalipto deverá quase dobrar até 2032, saindo de 1,5 milhão de hectares, em 2024, para cerca de 3 milhões de hectares. “Com esse aumento e assumindo uma produtividade de 35 m³ por hectare ao ano, projetamos que a capacidade de produção de celulose poderá aumentar de 9,2 milhões de toneladas para mais de 20,6 milhões de toneladas até 2032.”

Especialistas da XP avaliam que as grandes áreas de pastagens próximas a regiões como Inocência (onde existe o novo projeto da Arauco) e Bataguassu (novo projeto da Bracell) devem ser transformadas em plantações de eucalipto futuramente, já que o estado deve se fortalecer como o “Vale da Celulose” do Brasil.

Consolidado como o maior exportador de celulose no Brasil, Mato Grosso do Sul praticamente dobrou a área cultivada de eucalipto no período de 2013 a 2023, de 0,7 milhão de hectares para 1,4 milhão de hectares.

Informações: Campo Grande News.

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Novo embaixador quer missão para fortalecer investimentos na celulose entre MS e Áustria

Com atuação na Áustria e em Mato Grosso do Sul, empresa de celulose Suzano pode ser meio para incentivar investidores austríacos

O novo embaixador da Áustria, Eduardo Paes Saboia, foi sabatinado pela Comissão de Relações Exteriores do Senado na última terça-feira (22) e comentou sobre o crescimento do mercado da produção de celulose em Mato Grosso do Sul.

Questionado pelo presidente da comissão, senador Nelsinho Trad (PSD), sobre os investimentos no Vale da Celulose, em MS, Saboia disse que a presença da Suzano no Estado pode ser usada para estreitar os laços com investidores austríacos.

“A Suzano atua na Áustria também e o fato de nós termos investidores austríacos no Brasil também dá conforto aos outros investidores porque eles se espelham nas iniciativas nacionais. Quero me aprofundar nesse assunto”, respondeu Saboia.

Ele ainda ressaltou que quer organizar uma missão à Áustria com o senador Nelsinho Trad para construir essa relação de investimentos no setor da celulose. Eduardo é ministro de Primeira Classe da carreira de Diplomata do Ministério das Relações Exteriores e vai exercer o cargo de Embaixador do Brasil na República da Áustria.

Com localização privilegiada, vocação logística e inserção no cenário internacional por meio da Rota Bioceânica, a capital consolida-se como protagonista no novo ciclo de desenvolvimento do Mato Grosso do Sul.

A cadeia produtiva florestal em MS gera mais de 14,9 mil empregos diretos e 12 mil indiretos. Conta com quatro fábricas de celulose em operação, já tendo iniciado a construção da quinta — da Arauco, em Inocência — e confirmada a sexta (Bracell).

Informações: Mídia Max.

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Arauco investirá 3 vezes mais que a previsão inicial em sua ferrovia

Valor estimado aumentou dos iniciais R$ 800 milhões para R$ 2,831 bilhões, de acordo com relatório da ANTT

A empresa Arauco Celulose vai investir três vezes mais que o estimado inicialmente no ramal ferroviário de 46 km que vai ligar a unidade produtora do Projeto Sicuriú até a linha férrea Rumo Malha Norte, a Ferronorte, no município de Inocência. O valor previsto subiu de R$ 800 milhões para R$ 2,831 bilhões, de acordo com a Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT).

O valor foi apresentado no parecer do requerimento de autorização para a construção do trecho ferroviário solicitado pela empresa, que foi aprovado por unanimidade no dia 4 pela diretoria colegiada da ANTT.

Na Deliberação nº 118/2025, a autarquia permitiu a construção e a exploração do ramal por 99 anos, até 2124, e o contrato de adesão terá de ser assinado em 30 dias (até 9/5), “sob pena de eficácia dessa deliberação e o consequente arquivamento do processo”.

A linha férrea vai utilizar bitola larga, tendo investimento global de R$ 2,831 bilhões, considerando como parâmetro de cálculo os valores de julho de 2024, o que pode fazer o montante ser ainda maior ao ser atualizado. Esse quantitativo é três vezes e meia superior ao estimado no anúncio do empreendimento.

Embora a produção de 3,5 milhões de toneladas de fibra de eucalipto por ano deva começar em 2027, o ramal só vai entrar em operação em fevereiro de 2035, quando será concluída a obra.

Para justificar o pedido, a Arauco afirmou que a linha férrea será usada para transportar a celulose “proveniente de fabricação própria” e que “o transporte ferroviário tem inúmeras vantagens sobre os demais modos terrestres, por ter uma grande capacidade de carga, reduzir o consumo de combustíveis, ser menos poluente e diminuir o número de caminhões e acidentes nas rodovias, além de baixar o custo de transporte do produto”.

A empresa também ressaltou que “são inquestionáveis a importância e o potencial do Projeto Sucuriú para a região. A construção do trecho ferroviário representa uma oportunidade única de desenvolvimento, trazendo benefícios econômicos, sociais e ambientais não apenas para o município de Inocência, mas para todo o Estado”.

A Arauco destacou que o Projeto Sucuriú “consiste em uma planta de celulose Kraft, com capacidade projetada para 3,5 milhões de toneladas, tornando-se o maior projeto de celulose em fase única no mundo”.

Para evitar conflitos na concessão da outorga, a ANTT solicitou em janeiro um posicionamento da Rumo Malha Central, da Rumo Malha Norte e da Rumo Malha Paulista se queriam ter o direito de preferência, em virtude do ramal estar na área de influência dessas três concessionárias.

Elas responderam, conforme parecer no voto da diretoria, “o não interesse em exercer o direito de preferência para o projeto de implantação de ferrovia no município de Inocência, por meio de outorga por autorização, requerido pela empresa Arauco Celulose do Brasil S.A.”.

MAIS PEDIDOS

Outras empresas de celulose instaladas no Estado já estão autorizadas a construir linhas férreas.

O primeiro pedido e com estudos mais adiantados foi a da Eldorado Celulose, em 2021, para instalar a EF-A05, localizada entre Três Lagoas e Aparecida do Taboado, e explorar a infraestrutura pelo prazo de 99 anos, com extensão de 89 km e investimentos de R$ 890 milhões, calculados em 2021 – valor também que deve subir, uma vez que os custos de construção aumentaram nos últimos quatro anos. 

A empresa obteve em julho de 2024 a licença prévia para instalação do governo de MS e comprometeu-se a pagar mais de R$ 7,8 milhões em compensações ambientais ao Estado.

Além da Eldorado, a Suzano – a qual opera uma fábrica de celulose em Três Lagoas com capacidade para 2,55 milhões de toneladas anuais –, em 2022, também solicitou autorização à ANTT para uma ferrovia com extensão de 111,7 km até Aparecida do Taboado.

A agência, no entanto, indicou que apenas uma autorização será concedida, o que poderá forçar as empresas a compartilharem o mesmo ramal. 

A Suzano fez um outro pedido, o de construção de um ramal em Três Lagoas com 24,28 km.

Outro processo em andamento na ANTT é para a autorização de construção de trecho que se conectará com a Ferroeste, a EF-483, entre Maracaju e Dourados, com 76 km, e a permissão para explorar por 99 anos. O pedido foi realizado em 2021 e, nesse caso, será para o transporte de grãos.

“Tanto a Suzano quanto a Eldorado solicitaram, mas isso está em stand-by. A Eldorado já teve licenciamento ambiental autorizado, porém, nesse momento, eles não conseguem tocar o projeto, porque estão aguardando como vai ser a recomposição total da Malha Oeste”, explicou ao Correio do Estado o titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck.

“Hoje, a proposta é ligar Campo Grande a Ribas do Rio Pardo e subir para Aparecida do Taboado. Então, antes dessa linha da Suzano e da Eldorado, a gente aguarda a decisão do TCU [Tribunal de Contas 
da União], em função da repactuação da Malha Oeste”, disse.

FERROVIA

Conforme adiantou o Correio do Estado no início deste mês, o trecho que começará a ser construído em setembro será a primeira obra desse modal a ser implantada em MS em mais de 27 anos. O último ramal foi inaugurado no Estado em 1999.

“Esse é o primeiro processo, na verdade, que foi autorizado no novo regime de autorização – vamos chamar assim – da nova regulamentação. A ANTT já autorizou a construção e a Rumo também autorizou a conexão”, pontuou Verruck.

Ainda de acordo com o titular da Semadesc, o que falta atualmente é a declaração de utilidade pública (DUP). Após ela, é feita a desapropriação das áreas onde a ferrovia vai passar.

“A parte processual está toda resolvida. Em setembro, vamos fazer o lançamento dessa ferrovia. A ideia é de que em setembro a gente tenha tudo isso resolvido, de tal forma que eles possam, a partir de então, já iniciar as obras”, concluiu o secretário.

Informações: Correio do Estado.

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Mato Grosso do Sul deve assumir a liderança nacional na produção de eucalipto

Área plantada começa a expandir além do Vale da Celulose e pode chegar a 2,7 milhões de hectares em 2026

O estado de Mato Grosso do Sul já consolidou a sua posição como o maior produtor de eucalipto e celulose no Brasil e deve chegar à liderança nacional da produção de eucalipto.

Impulsionada pela expansão das indústrias, a área plantada de eucalipto deve alcançar 2,7 milhões de hectares até o fim de 2026. O Estado está atrás apenas de Minas Gerais, que lidera com 2,1 milhões de hectares plantados.

O titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, destacou o crescimento exponencial do setor florestal e a sua importância para a economia e a sustentabilidade de Mato Grosso do Sul.

“Estamos chegando agora em 2 milhões de hectares. Contando com esse conjunto de novas indústrias, nós teríamos um estado de 2,5 milhões, 2,7 milhões de hectares de floresta”, afirmou Verruck, apontando para a expansão impulsionada por novos investimentos da Bracell e da Arauco e a possível duplicação da Eldorado Brasil.

Com a meta de alcançar 2,7 milhões de hectares de eucalipto até 2026, Mato Grosso do Sul está no caminho para superar Minas Gerais e se tornar o maior polo florestal do País.

“Nós acreditamos inclusive que a gente agregue ainda mais de 500 mil hectares, ampliando um pouco”, projetou Verruck.

O setor florestal sul-mato-grossense tem crescido acima das expectativas. Conforme publicou o Correio do Estado em julho de 2023, a área de floresta plantada em MS era de 1,4 milhão de hectares, com projeções de alcançar 2 milhões até 2030 – um aumento de 42,8%. No entanto, o ritmo acelerado dos investimentos no chamado Vale da Celulose antecipou essas metas.

Em 2024, conforme dados da Semadesc, o Estado já contava com cerca de 1,6 milhão de hectares de eucalipto, consolidando a sua posição como o segundo maior produtor de madeira em tora para papel e celulose do Brasil, com 24% da produção nacional.

A expansão para 2,7 milhões de hectares, conforme estima a Pasta, reflete a chegada de grandes projetos industriais. A Arauco, empresa chilena que está construindo uma fábrica em Inocência, é um dos principais motores desse crescimento. 

“Esse projeto especificamente da Arauco, que é um projeto de 3,5 milhões de toneladas de celulose, o maior projeto em planta única do mundo, ele por si só vai precisar de 400 mil hectares de eucalipto”, destacou o secretário.

Além disso, a Bracell, que já opera em Água Clara, planeja novos empreendimentos, enquanto a Eldorado Brasil, em Três Lagoas, avalia a duplicação de sua capacidade produtiva. E ainda a fábrica da Suzano em Ribas do Rio Pardo, inaugurada em 2024, é a maior planta de celulose de linha única do mundo, com capacidade para 2,55 milhões de toneladas por ano.

NOVAS REGIÕES

O crescimento da base florestal está levando o cultivo de eucalipto para além da tradicional costa leste, que engloba municípios como Três Lagoas, Ribas do Rio Pardo e Água Clara.

Verruck observou que “vai ter que ter um pouquinho de expansão de floresta para aquela região de Figueirão, de Camapuã. Isso já está acontecendo, algumas empresas já começam a investir”.

O secretário ainda mencionou um “transbordamento” para áreas como Santa Rita do Pardo, Bataguassu, Bandeirantes e Sonora, sinalizando uma diversificação geográfica que promete dinamizar a economia de novas regiões do Estado. Essa expansão é facilitada pela conversão de pastagens degradadas, uma estratégia que reduz custos e impactos ambientais.

Em fevereiro de 2024, o Correio do Estado noticiou que cerca de 4,9 milhões de hectares de pastagens poderiam ser convertidos para florestas plantadas, segundo Verruck, o que reforça o potencial de crescimento do setor sem comprometer áreas de vegetação nativa.

“A base florestal de eucalipto em Mato Grosso do Sul representa 4% da área total plantada na região, que tem 36 milhões de hectares”, destacou o secretário em um webinar promovido pelo Itaú BBA.

Um dos diferenciais do Vale da Celulose, segundo o titular da Semadesc, é o compromisso com a sustentabilidade.

“O primeiro ponto importante no desenvolvimento do Vale da Celulose é que essas indústrias são fortemente vinculadas a um conceito de sustentabilidade bastante amplo, gerar o desenvolvimento econômico, o desenvolvimento social e a sustentabilidade ambiental”, afirmou.

A silvicultura em Mato Grosso do Sul já contribui significativamente para a descarbonização.

“As indústrias de floresta com a produção de eucalipto, elas normalmente já são carbono neutro. Então, isso contribui inclusive para a nossa estratégia de médio prazo, que é chegar em 2030 já com a nossa estrutura e com as nossas metas de descarbonização da economia consolidada”, explicou Verruck.

IMPACTO

O avanço do setor florestal tem impactos diretos na economia de MS. A fábrica da Arauco, por exemplo, deve gerar um incremento de 4% a 5% no Produto Interno Bruto (PIB) estadual, com investimentos de US$ 4,6 bilhões.

“Uma indústria dessas impacta no PIB de Mato Grosso do Sul entre 5 a 6%”, afirmou Verruck.

Municípios como Inocência, que receberá a fábrica da Arauco, já sentem os efeitos positivos. Mesmo antes do início das obras, a atividade econômica local gerou mais de mil empregos, conforme noticiado pelo Correio do Estado em maio de 2024. A Suzano, outro gigante do setor, também contribui para o desenvolvimento regional.

Além do impacto econômico, o setor florestal promove benefícios sociais, como a melhoria da infraestrutura. O governo estadual planeja investir em rodovias, como a MS-377 e a MS-316, para atender ao crescimento de Inocência, além da construção de um aeroporto na região.

O setor também pressiona pela retomada das ferrovias em MS. Conforme já publicado pelo Correio do Estado, as empresas pretendem inclusive construir ramais próprios.

Informações: Correio do Estado.

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