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Inovações no cultivo de seringueira: como aumentar a produtividade e sustentabilidade

*Artigo de Erivaldo José Scaloppi Junior.

São Paulo tem os seringais mais produtivos do mundo graças ao protagonismo do Instituto Agronômico (IAC), que desde meados do século XX endossou a seringueira como potencial para cultivo em “áreas de escape” e introduziu clones superiores, o que permitiu a liderança da produção paulista e a posterior expansão da cultura para o Brasil (Figura 1).

A base da heveicultura

Aumento de produtividade e qualidade são determinantes para a sustentabilidade das culturas. Nesse sentido, o melhoramento genético, por meio da obtenção de novas variedades, é a linha de pesquisa prioritária para almejar o sucesso.

Figura 1. Cronologia da seringueira no Instituto Agronômico (IAC)

Com o avanço do Programa de Melhoramento, o IAC tem desenvolvido vários clones com alto potencial produtivo, vigor e resistência às moléstias.

A experimentação em melhoramento de seringueira no IAC é desenvolvida no Centro de Seringueira e Sistemas Agroflorestais (CSSAF) em Votuporanga (SP).

Inovações

Dentre os mais recentes produtos tecnológicos em seringueira estão os clones da Série IAC 500. O potencial produtivo desses materiais pode ser visualizado na Figura 2. O clone IAC 502 (Figura 3) produziu 74% a mais do que o clone tradicional RRIM 600 na média de 11 anos de produção.

Além de mais produtivos, os clones de seringueira da Série IAC 500 são vigorosos e permitem a entrada em produção aos cinco anos, sendo que, na média, os seringais começam a produzir somente aos sete anos de idade (Figuras 4 e 5).

Assim, esses materiais permitem o retorno do investimento mais rápido aos heveicultores.

Figura 2. Potencial produtivo de borracha seca de clones de seringueira da Série IAC 500 em relação ao tradicional clone RRIM 600 no IAC CSSAF em Votuporanga (SP)

Figura 3. Seringueira clone IAC 502 no IAC CSSAF em Votuporanga (SP)

Figura 4Case de sucesso. Clone de seringueira IAC 502 apto para a sangria com pouco mais de quatro anos de plantio em Cardoso (SP). Proprietário: Sr. Januário Gorga Filho.

Figura 5Case de sucesso. Clone de seringueira IAC 502 já em sangria aos cinco anos de plantio em Cardoso (SP). Proprietário: Sr. Januário Gorga Filho.

Alta performance

Outros clones que vêm apresentando excelente performance é a Série IAC 400 (Figura 6). Entre os clones elites com grande destaque tem-se o IAC 418 (Figura 7), com potencial produtivo superior a 70%, na média de seis safras, em relação aos clones tradicionais.

Figura 6. Potencial produtivo de borracha seca de clones de seringueira da Série IAC 400 em relação ao tradicional clone RRIM 600 no IAC CSSAF em Votuporanga (SP)

Figura 7. Seringueira clone IAC 418 no IAC CSSAF em Votuporanga (SP)

Tecnologias

O IAC é o atual mantenedor de 37 clones de seringueira junto ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), no Registro Nacional de Cultivares (RNC).

A difusão de tecnologia é realizada pela ativa transferência de clones elite na forma de material propagativo (borbulhas), certificado de plantas matrizes junto aos produtores de mudas credenciados (Figura 8).

Figura 8. Processo de Transferência de Tecnologia em clones elites de Seringueira no Instituto Agronômico (IAC)

A ativa transferência de tecnologia institucional tem permitido o acesso aos produtos tecnológicos IAC pelo setor heveícola (Figura 9), que experimenta, na atualidade, mudança de paradigma em produtividade e qualidade.

A estimativa atual é que 80% dos novos plantios de seringueira são constituídos por clones IAC, especialmente com os clones IAC 502 e IAC 418.

Figura 9Case de sucesso. Adoção de Tecnologia IAC em clones de seringueira. Viveiro de mudas Geromel em Valentim Gentil (SP). Jardim clonal de seringueira clone IAC 418

O futuro logo ali

Clones elite e material propagativo IAC certificado são determinantes para o sucesso do negócio. Neste cenário próspero, a perenização da pesquisa e difusão de tecnologia no IAC permitirá a constante evolução em produtos e processos, que contribuirá para a sustentabilidade da heveicultura paulista e nacional.

Novos experimentos vêm sendo conduzidos e novos clones IAC têm apresentado grande potencial produtivo para inserção futura no sistema de produção paulista e brasileiro, através do IAC CSSAF na gestão de material propagativo.

É o Instituto Agronômico – IAC trabalhando em prol da heveicultura!

Conheça o portfólio de tecnologias IAC:

Plataforma IAC Bluein: https://bluein.iac.sp.gov.br/portfolio-iac/


*Erivaldo José Scaloppi Junior é Doutor em Produção Vegetal e pesquisador científico – Instituto Agronômico (IAC), Centro de Seringueira e Sistemas Agroflorestais.
erivaldo.junior@sp.gov.br

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Suzano fará 4º aumento em preços de celulose a partir de abril

A Suzano, maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, fará uma nova rodada de aumentos de preços de celulose em abril, a quarta seguida neste ano, informou a companhia nesta quinta-feira.

O preço da celulose vendida pela Suzano para clientes na Ásia vai subir em US$20 a tonelada, enquanto na Europa e na América do Norte o reajuste será de US$60 por tonelada em cada região.

A informação sobre os aumentos foi antecipada à Reuters por uma fonte e confirmada posteriormente pela Suzano.

Com o reajuste de abril, o preço da celulose da Suzano na Europa irá para US$1.280 a tonelada.

As ações da Suzano fecharam a quinta-feira em alta de 0,71%, enquanto o Ibovespa encerrou com avanço de 0,47%.

Informações: Terra.

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Plante com a Klabin: programa impulsiona renda de agricultores no PR e SC com cultivo sustentável de eucalipto; conheça

Produtores rurais podem diversificar seus ganhos sem necessidade de experiência na silvicultura e contar com suporte técnico completo da Klabin

A silvicultura tem se consolidado como uma alternativa estratégica para produtores que buscam diversificar sua renda e aumentar a produtividade de suas propriedades. No Paraná e em Santa Catarina, agricultores já podem aproveitar essa oportunidade por meio do Plante com a Klabin, programa de parceria que permite o cultivo de eucalipto com suporte técnico completo e benefícios sustentáveis.

Voltado para produtores rurais com ou sem experiência na silvicultura, o programa não exige investimentos em tecnologia ou conhecimento especializado. A Klabin oferece suporte técnico em todas as etapas do cultivo, desde o plantio até o manejo pré-colheita, além de auxiliar os parceiros na obtenção de certificações que garantem um manejo sustentável. Uma excelente oportunidade para diversificação de renda.

Plante com a Klabin já está disponível em propriedades localizadas em regiões de elevado potencial florestal no Paraná e em Santa Catarina, incluindo áreas próximas a Telêmaco Borba e Ortigueira, no Norte paranaense e nos Campos Gerais.

Silvicultura: uma alternativa lucrativa e sustentável

Além de gerar uma nova fonte de renda para os agricultores, a silvicultura desempenha um papel fundamental na preservação ambiental e na sustentabilidade do agronegócio. O plantio de florestas contribui para:

– Captura e estoque de carbono, ajudando no combate às mudanças climáticas;

– Preservação do solo e da água, reduzindo impactos ambientais;

– Manutenção da biodiversidade, com áreas planejadas para conservação;

– Fortalecimento da economia local, com geração de empregos e movimentação do setor florestal.

Com essas vantagens, os produtores podem aliar rentabilidade e responsabilidade ambiental, participando de um modelo de parceria que traz benefícios tanto para suas propriedades quanto para a comunidade e o planeta.

Como funciona a parceria com a Klabin?

A Klabin disponibiliza três modelos de parceria para os produtores, permitindo que cada um escolha a opção mais adequada às suas necessidades e objetivos:

– Permuta de Insumos e Serviços: a Klabin realiza o plantio e faz a manutenção inicial da floresta. Após o prazo estipulado, o agricultor assume a gestão, contando com suporte técnico contínuo;

– Permuta de Mudas: a empresa fornece mudas de eucalipto para que o produtor faça o plantio, podendo contar com assistência técnica para manutenção da floresta; 

– Outros formatos sob demanda, ajustados conforme as necessidades da propriedade.

Independentemente do modelo escolhido, os participantes do programa recebem orientação técnica especializada para garantir o melhor manejo da floresta, além de suporte para a regularização da propriedade e obtenção de certificações de manejo sustentável, como o selo FSC® (Forest Stewardship Council®), que abre portas para mercados mais exigentes.

Benefícios para os produtores e a região

Ao se tornarem parceiros do Plante com a Klabin, os produtores rurais têm acesso a um pacote de benefícios que vai além da geração de renda. O programa também fortalece o desenvolvimento econômico e social das comunidades locais.

Para o produtor:

–  Assistência técnica especializada durante todo o ciclo de crescimento das árvores;

–  Apoio às certificações internacionais que agregam valor à produção; 

– Diversificação da renda sem necessidade de experiência prévia na silvicultura;

– Regularização ambiental da propriedade.

Para a região:

– Estímulo à economia de base florestal;

– Geração de empregos e fortalecimento do trabalho no campo;

– Movimentação do empreendedorismo local;

– Conformidade com normas ambientais.

Para o meio ambiente:

– Plantio de florestas que ajudam a regular o clima e absorver CO2;

– Proteção do solo e da biodiversidade;

– Uso sustentável dos recursos naturais.

Como participar do Plante com a Klabin

Os produtores interessados podem entrar em contato com a Klabin para obter mais informações e avaliar a melhor modalidade de parceria para sua propriedade. Para isso, basta acessar o site oficial e preencher o formulário de interesse, clicando aqui!

Com o Plante com a Klabin, os agricultores têm a oportunidade de ampliar seus ganhos, fortalecer sua produção e contribuir para um futuro mais sustentável.

Informações: Notícias Agrícolas.

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Suzano utiliza exército de joaninhas no combate a pragas

Iniciativa pioneira no Brasil reduziu 17,1 mil kg de produtos com defensivos agrícolas em apenas um ano

Suzano, maior produtora mundial de celulose e referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir de eucalipto, adotou joaninhas como solução natural para o controle biológico de pragas em suas florestas de eucalipto. Pela primeira vez no Brasil, a espécie está sendo utilizada na silvicultura em larga escala nos estados de São Paulo, Maranhão e Mato Grosso do Sul, cobrindo uma área de 57 mil hectares no ano passado. A iniciativa também contribui para o uso racional de defensivos agrícolas. Apenas em 2024, cerca de 17,1 mil quilos deixaram de ser utilizados, gerando uma economia superior a R$ 3 milhões para a companhia.

O projeto foi desenvolvido em parceria com a Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da UNESP, a Embrapa Florestas e a Universidade Federal de Viçosa (UFV), e representa um avanço importante nas pesquisas brasileiras sobre controle biológico. O objetivo é promover o uso mais racional de defensivos e utilizar a biodiversidade para o controle preventivo de pragas, reduzindo impactos ambientais e fortalecendo uma produção agrícola mais sustentável e eficiente a longo prazo.

A joaninha da espécie Olla v-nigrum é uma grande aliada no controle do Glycaspis brimblecombei, ou psilídeo-de-concha, uma das pragas mais nocivas ao cultivo de eucalipto. Com ocorrência natural no Brasil, a joaninha se adapta rapidamente ao ambiente: nas primeiras 24 a 48 horas após a liberação, ela explora o território em busca de alimento antes de se estabelecer. Em condições favoráveis, a oviposição ocorre entre 5 e 7 dias após o acasalamento, indicando uma adaptação bem-sucedida e o estabelecimento do ciclo reprodutivo. Para que o controle biológico seja eficaz em campo, a temperatura ideal não deve ultrapassar a amplitude de 20°C e 37°C, combinada com umidade moderada.

Antes de liberar as joaninhas no ambiente, a Suzano analisou como a espécie reagia a diferentes temperaturas, dietas e às principais pragas do eucalipto. “As joaninhas ficavam em um laboratório da companhia que simulava o ambiente de floresta, localizado na Unidade Florestal de Três Lagoas (MS). Foram dois anos de trabalho, com uma equipe de quatro pesquisadores entomologistas da companhia dedicados a cuidar e estudar o comportamento da espécie”, diz Maurício Magalhães Domingues, pesquisador principal do tema. “Inovação e sustentabilidade caminham juntas na Suzano, e o uso de joaninhas como controle biológico reflete esse compromisso. A iniciativa permite o uso racional de defensivos químicos, fortalece a biodiversidade e traz ganhos ambientais e sociais, como a valorização da ciência, a geração de empregos e o desenvolvimento de soluções mais sustentáveis para o setor florestal”, finaliza Maurício.

As pesquisas para viabilizar a produção da Olla v-nigrum começaram em 2022, com a identificação de populações nativas durante surtos da praga do eucalipto em Mato Grosso do Sul, São Paulo e Tocantins. Em 2023, os estudos avançaram com o objetivo de estabelecer uma criação experimental de joaninhas, resultando no desenvolvimento da técnica de multiplicação e liberação em larga escala. No ano seguinte, 210 mil insetos foram liberados. No ambiente, o equilíbrio natural impede que os inimigos naturais se tornem superpopulosos, uma vez que sua sobrevivência depende da disponibilidade da praga-alvo como fonte de alimento, além de estarem sujeitos a seus próprios biocontroladores na cadeia alimentar.

Embora o uso dessa estratégia com joaninhas seja inédito no Brasil, países como os Estados Unidos já aplicam com sucesso o controle biológico em plantios de eucalipto comerciais, reforçando sua eficácia como alternativa sustentável no manejo florestal. Para mais informações sobre essas e outras iniciativas da Suzano na agenda ESG, acesse aqui o Relatório Anual de Sustentabilidade da companhia.

Sobre a Suzano

A Suzano é a maior produtora mundial de celulose, uma das maiores produtoras de papéis da América Latina, líder no segmento de papel higiênico no Brasil e referência no desenvolvimento de soluções sustentáveis e inovadoras a partir de matéria-prima de fonte renovável. Nossos produtos e soluções estão presentes na vida de mais de 2 bilhões de pessoas, abastecem mais de 100 países e incluem celulose; papéis para imprimir e escrever; papéis para embalagens, copos e canudos; papéis sanitários e produtos absorventes; além de novos bioprodutos desenvolvidos para atender à demanda global. A inovação e a sustentabilidade orientam nosso propósito de “Renovar a vida a partir da árvore” e nosso trabalho no enfrentamento dos desafios da sociedade e do planeta. Com mais de 100 anos de história, temos ações nas bolsas do Brasil (SUZB3) e dos Estados Unidos (SUZ). Saiba mais na página: www.suzano.com.br.

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Pesquisa revela 60 novas espécies de insetos no Brasil

Os psilídeos, conhecidos popularmente como “piolhos-de-planta saltadores”, desempenham papéis importantes nos ecossistemas

Uma pesquisa recente realizada pela Embrapa, em parceria com cientistas internacionais, identificou 60 novas espécies de insetos em diversos biomas do Brasil, como a Amazônia, a Mata Atlântica e o Cerrado.

O estudo, publicado na revista Zootaxa, amplia o conhecimento sobre esse grupo de insetos e destaca a importância de ações voltadas à conservação da biodiversidade.

Novas espécies de insetos

Novas espécies de insetos
Foto: Divulgação/Embrapa

Os psilídeos, conhecidos popularmente como “piolhos-de-planta saltadores”, desempenham papéis importantes nos ecossistemas. Algumas espécies são utilizadas para o controle de plantas invasoras, enquanto outras podem servir como indicadores da qualidade ambiental ou até serem incluídas em listas de espécies ameaçadas.

Com as novas descobertas, o Brasil se consolida como um dos principais focos de diversidade dessa família de insetos na América do Sul.

O estudo, que se estendeu por mais de dez anos, envolveu a coleta de amostras em cerca de 50 unidades de conservação espalhadas por 15 estados brasileiros, entre 2011 e 2021.

A pesquisa utilizou técnicas avançadas de identificação, como sequenciamento genético e análise detalhada da morfologia dos insetos. A equipe conseguiu identificar uma nova espécie de Klyveria e 59 novas espécies de Melanastera, o que revela uma biodiversidade muito mais rica do que se imaginava.

Insetos no Brasil
Foto: Divulgação/Embrapa

Os psilídeos são insetos pertencentes à superfamília Psylloidea (Hemiptera), que inclui sete famílias e mais de 4.000 espécies descritas mundialmente. Muitas vezes confundidos com pulgões, os psilídeos se diferenciam por suas patas adaptadas para saltar e pelo exoesqueleto mais robusto, rico em quitina, o que lhes confere maior resistência.

Algumas espécies desses insetos, como o psilídeo da erva-mate (Gyropsylla spegazziniana), são pragas nativas, enquanto outras, como Diaphorina citri e Ctenarytaina spatulata, foram introduzidas no país nos últimos anos.

A descoberta dessas novas espécies sublinha o potencial ainda pouco explorado da biodiversidade brasileira e ressalta a necessidade de investimentos em pesquisa e conservação.

A pesquisadora Dalva Queiroz, da Embrapa Florestas, destaca que cada nova espécie descoberta contribui para uma compreensão mais aprofundada dos ecossistemas e da importância de proteger o patrimônio natural do Brasil.

Informações: AGRO2.

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O eucalipto em Portugal: pilar da economia e da sustentabilidade

Eucalipto: uma curiosidade com 150 anos

A floresta portuguesa, tal como a conhecemos hoje, é em grande parte resultado da intervenção humana. No final do século XIX, menos de 10% do território nacional estava arborizado. No entanto, ao longo das décadas, políticas de reflorestação e iniciativas privadas permitiram que essa área ultrapassasse os 3 milhões de hectares, correspondendo a cerca de 36% do território nacional. Grande parte desse crescimento foi impulsionado pela plantação de espécies de alto valor económico, como o pinheiro-bravo e o sobreiro, mas também pelo eucalipto, que se afirmou como uma das árvores mais relevantes para a economia nacional. Introduzido há mais de 150 anos, o eucalipto começou por ser uma curiosidade ornamental em parques e jardins, mas rapidamente se tornou uma das espécies mais importantes da floresta portuguesa. O Eucalyptus globulus revelou-se particularmente adaptado às condições do país e, graças à sua madeira de fibras curtas e resistentes, Portugal tornou-se um dos líderes mundiais na produção de pasta e papel de alta qualidade. Hoje, os eucaliptais ocupam cerca de 26% da área florestal nacional, totalizando 845 mil hectares. Embora tenha uma presença significativa, o eucalipto não é a espécie dominante na floresta portuguesa, ficando atrás dos montados de sobro e azinho (34%) e dos pinhais (28%).

A importância do setor da pasta e papel na economia nacional

O eucalipto é um dos motores da economia florestal portuguesa, sendo a base de um setor industrial altamente competitivo e exportador. O setor da pasta e papel representa cerca de 8% das exportações nacionais e é responsável por um excedente na balança comercial. Só em 2023, as exportações do setor ultrapassaram os 3,3 mil milhões de euros, correspondendo a 51% das exportações do setor florestal português. Além do seu impacto económico, a fileira do eucalipto desempenha um papel crucial na criação de emprego e na dinamização do interior do país. O setor gera mais de 80 mil postos de trabalho diretos, indiretos e induzidos, ajudando a fixar populações em regiões de baixa densidade e a combater o abandono rural.

The Navigator Company: o motor da inovação na fileira do eucalipto

A The Navigator Company é uma das principais impulsionadoras do setor da pasta e papel em Portugal é uma referência mundial na indústria. Maior produtora europeia de papel fino não revestido (Uncoated Woodfree – UWF), a empresa tem sido um dos pilares da economia nacional, sendo a terceira maior exportadora do país. Com um forte compromisso com a inovação e a sustentabilidade, a Navigator investe na gestão responsável das florestas, na eficiência dos seus processos produtivos e no desenvolvimento de bioprodutos alternativos aos de origem fóssil. A empresa está na vanguarda da investigação e desenvolvimento na fileira do eucalipto, através do seu centro de I&D RAIZ – Instituto de Investigação da Floresta e Papel. Este instituto tem sido fundamental na melhoria genética do Eucalyptus globulus, aumentando a produtividade das plantações e tornando-as mais resistentes a pragas, doenças e às alterações climáticas. A investigação da Navigator também se estende à modernização da silvicultura, à digitalização das operações florestais e à utilização de biotecnologias para otimizar o rendimento da matéria-prima. A empresa tem ainda desempenhado um papel crucial na transição para uma bioeconomia sustentável, apostando em novos produtos de base florestal. Entre as inovações mais recentes está a produção de embalagens sustentáveis feitas a partir de fibras de eucalipto, destinadas a substituir plásticos de uso único. Além disso, a Navigator tem investido na valorização da biomassa florestal como fonte de bioenergia, contribuindo para a descarbonização da economia portuguesa.

Sustentabilidade e gestão florestal: o papel do eucalipto

Apesar da sua importância económica, o eucalipto tem sido alvo de críticas relacionadas com o impacto ambiental e o risco de incêndios florestais. No entanto, os dados demonstram que a verdadeira ameaça não está na espécie em si, mas na falta de gestão das florestas. Entre 2000 e 2024, cerca de 44% da área ardida em Portugal ocorreu em matos e pastagens sem qualquer tipo de gestão, enquanto os eucaliptais representaram 18%. Contudo, dentro desta percentagem, apenas 2% dos incêndios ocorreram em plantações geridas pela indústria, provando que a gestão ativa reduz significativamente o risco de fogo. As plantações bem geridas de eucalipto podem ter um impacto positivo no ambiente. Estudos indicam que esta espécie desempenha um papel relevante na conservação dos solos, ajudando a reduzir a erosão e a manter a estrutura do solo através da deposição de matéria orgânica. O eucalipto também tem um papel importante na regulação do ciclo da água e na captura de carbono, sendo um contributo valioso para a mitigação das alterações climáticas.
A The Navigator Company tem sido um dos principais promotores da certificação florestal em Portugal, garantindo que as suas plantações cumprem elevados padrões ambientais e sociais. A empresa aderiu aos esquemas de certificação FSC® e PEFC, que promovem a gestão responsável das florestas e asseguram o equilíbrio entre os valores económicos, ambientais e sociais.

O eucalipto e o futuro da bioeconomia Portuguesa

Com a crescente procura global por madeira e bioprodutos sustentáveis, Portugal tem uma vantagem competitiva única: o Eucalyptus globulus, cuja fibra é reconhecida mundialmente pela sua qualidade superior. No entanto, para garantir que esta riqueza natural continue a ser uma fonte de desenvolvimento económico e ambientalmente responsável, é essencial investir
na inovação e na gestão ativa das florestas. A Navigator está a liderar essa transformação, apostando na evolução das suas fábricas para verdadeiras biorrefinarias, onde a madeira e a biomassa florestal são convertidas em fibras celulósicas, bioenergia e novos bioprodutos de base renovável. Estes avanços permitem substituir materiais derivados do petróleo por alternativas sustentáveis, contribuindo para a redução da pegada de carbono e para o desenvolvimento de uma economia circular.

Um equilíbrio entre economia e sustentabilidade

O eucalipto é um dos principais ativos da floresta portuguesa, sendo um pilar da economia nacional é um elemento-chave para a transição para uma bioeconomia mais sustentável. A fileira do eucalipto, com destaque para o setor da pasta e papel e para empresas como a The Navigator Company, tem demonstrado a capacidade de aliar inovação, competitividade e
responsabilidade ambiental. Com uma gestão florestal responsável, certificação rigorosa e investimento contínuo em investigação e desenvolvimento, Portugal pode continuar a liderar o setor a nível mundial. A chave para o futuro da fileira do eucalipto está na aposta na modernização da silvicultura, na diversificação dos bioprodutos e na adoção de práticas cada vez mais sustentáveis, garantindo que esta riqueza natural seja um fator de progresso económico e ambiental para as próximas gerações.

Informações: CNN.

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Pesquisa aponta áreas prioritárias para restauração da vegetação nativa do Brasil

A regeneração de 30% dos 76 milhões de hectares mapeados nos seis biomas poderia aumentar a disponibilidade de hábitat para mais de 11 mil espécies animais e vegetais, além de ajudar a mitigar as mudanças do clima

O novo Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg), lançado em dezembro pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), atualizou as estratégias brasileiras para alcançar a meta de recuperar 12 milhões de hectares (ha) de vegetação nativa até 2030. O compromisso foi assumido no Acordo de Paris, tratado internacional assinado por 195 países em 2016 que prevê medidas para conter os impactos das mudanças climáticas e limitar o aquecimento global abaixo de 2 graus Celsius.

Segundo o Planaveg 2025-2028, serão combinadas quatro “estratégias transversais” (monitoramento, fomento à cadeia produtiva, financiamento e pesquisa) com “arranjos de implementação”, que preveem a recuperação da vegetação nativa em áreas de preservação permanente, reserva legal e uso restrito, além de áreas públicas e propriedades rurais de baixa produtividade.

A bióloga Rita Mesquita, secretária de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais do MMA, defende o resgate da diversidade de espécies, de processos ecológicos e de serviços ambientais para evitar a perda da capacidade do sistema natural de responder a impactos futuros, como os provocados pelas mudanças do clima. “Para isso, é muito importante ter boas informações sobre todos os biomas, porque cada ecossistema vai seguir uma trajetória diferente, típica daquele lugar”, enfatiza, sobre o comportamento na regeneração.

Um estudo publicado em fevereiro na revista Biological Conservation pode contribuir para o trabalho dos órgãos ambientais e de gestão do território ao identificar áreas prioritárias para recuperação em cada um dos seis biomas brasileiros: Amazônia, Cerrado, Caatinga, Pampa, Pantanal e Mata Atlântica. Sua seleção deve levar em conta a expansão do hábitat disponível para as espécies nativas e a melhoria da conectividade funcional, que é quando a paisagem permite o deslocamento, a dispersão e o estabelecimento das espécies pelo fluxo de pólen, sementes e organismos entre fragmentos de vegetação.

O trabalho envolveu mais de 80 pesquisadores de universidades, instituições de pesquisa e organizações ambientais do Brasil e do exterior e apresenta os resultados de uma metodologia que combina o desenvolvimento de modelos de distribuição de espécies e de conectividade do território, com aplicação de um algoritmo de programação linear para otimizar a restauração, priorizando áreas com maior impacto para a diversidade e integração dos ecossistemas.

“O que o modelo vai fazer é simular como cada pixel de uma área desmatada seria restaurada e identificar como cada critério pode ser potencializado”, explica a bióloga Luisa Fernanda Liévano-Latorre, primeira autora do artigo e pesquisadora do Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS), uma organização ambiental privada com base no Rio de Janeiro. Uma das funcionalidades do modelo é saber qual a distribuição potencial de cada espécie na área escolhida.

Os autores mapearam 76 milhões de ha prioritários para a restauração, distribuídos nos seis biomas. As áreas anteriormente eram cobertas por ecossistemas naturais e agora estão ocupadas por agricultura, pastagens e silvicultura. Foram excluídas regiões urbanas e de mineração, onde a regeneração da vegetação nativa é inviável.

Em relação à biodiversidade, o grupo analisou 8.692 espécies de plantas (angiospermas) e 2.699 de animais, abrangendo ambientes terrestres e aquáticos. De acordo com as conclusões, se 30% das áreas prioritárias identificadas fossem regeneradas, seria possível aumentar em até 10% o hábitat disponível para essas espécies e em 60%, em média, a conectividade funcional, em relação ao cenário atual, utilizado como controle.

Regeneração florestal em paisagem de agricultura de corte e queima na Amazônia Central – Catarina Jakovac / UFSC

O estudo analisou organismos com diferentes capacidades de dispersão, abrangendo um espectro mais amplo de fauna e flora e tornando o trabalho mais robusto. Os benefícios são mais expressivos no Cerrado, onde a conectividade aumentaria em mais de 80%, seguido pela Amazônia, Mata Atlântica e Caatinga (acima de 70%), e pelo Pampa e Pantanal (até 50%).

Para Mesquita, além de destacar as áreas onde se deve concentrar esforços, os dados de conectividade apresentados são importantes para a gestão pública, uma vez que eles precisam “estar cada vez mais presentes nas tomadas de decisão, incluindo os arranjos produtivos, pois não existe produção efetiva em paisagens inviáveis”. Para a bióloga, que não participou do estudo, a restauração de vegetação nativa deve buscar devolver a a resiliência das paisagens.

O estudo da Biological Conservation classificou algumas das áreas identificadas como altamente prioritárias, por abrigarem grande biodiversidade e estarem sob forte pressão. Comumente, são territórios de transição entre biomas. No caso da Amazônia, as áreas estão concentradas principalmente no arco do desmatamento, localizado no limite sul do bioma.

Se 30% das áreas restauráveis da região fossem recuperadas, ela poderia reter mais de 50% do seu potencial máximo de armazenamento de carbono, segundo a publicação, contribuindo significativamente para a mitigação das mudanças climáticas. A Amazônia tem a maior capacidade de captura de carbono entre os ecossistemas analisados.

“Pensando na Amazônia como um todo, o sucesso é limitado por dois fatores, principalmente: o número de vezes que aquela mata foi cortada, ou seja, a frequência de desmatamento; e o histórico de uso antes de começar a regeneração”, ressalta o biólogo André Giles, pesquisador em estágio de pós-doutorado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Ele é o primeiro autor de um estudo publicado em dezembro na revista Communications Earth & Environment, que se propõe a fornecer indicadores para medir o sucesso da regeneração e apoiar ações voltadas à conservação do território e mitigação das mudanças climáticas na Amazônia.

O trabalho reúne 29 pesquisadores de instituições nacionais e internacionais – incluindo Mesquita, do MMA – que identificaram quatro indicadores-chave: a área basal, que representa a estrutura da floresta e a densidade da vegetação; a heterogeneidade estrutural, que mede a variação no tamanho das árvores, indicando um ecossistema mais equilibrado; a riqueza de espécies nativas, que avalia a biodiversidade da floresta secundária; e a biomassa acima do solo, que indica a quantidade de carbono estocado na vegetação, essencial para estimar o papel da floresta na mitigação das alterações do clima.

“Não se trata apenas de plantar árvores, mas de reconstruir ecossistemas complexos”, ressalta a engenheira-agrônoma Ima Vieira, do Museu Paraense Emílio Goeldi e coautora do estudo. “Nossos indicadores mostram exatamente como fazer isso de forma eficiente e mensurável.”

Os autores definiram esses indicadores a partir de análises de 448 parcelas de floresta secundária em 24 localidades da Amazônia e estabeleceram valores de referência para avaliar a integridade das florestas com 5, 10, 15 e 20 anos de regeneração, permitindo a comparação do desenvolvimento florestal com padrões ideais de recomposição.

“Criamos um modelo com um cenário ótimo de regeneração natural para definir quais seriam os valores dessa trajetória de restauração”, explica Giles. “A partir disso, chegamos em indicadores que são importantes para a integridade, e eles têm que agir juntos para se alcançar o resultado esperado na restauração vegetal.”

A partir das análises realizadas para traçar a trajetória de recuperação, os pesquisadores perceberam que os impactos são mais severos em áreas que sofreram múltiplos desmatamentos ou longos períodos de uso agrícola ou para pastagem. Além disso, a textura e a compactação dos solos influenciam a recomposição da floresta. “Solos mais argilosos podem limitar o estabelecimento de novas espécies, possivelmente por serem mais suscetíveis à degradação pelo uso”, destaca Giles.

Samaúma (Ceiba pentandra) remanescente de floresta original em área restaurada na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, no Pará – André Giles / UFSC

Embora os dados e indicadores sejam restritos à Amazônia, pode ser possível adaptá-los a ecossistemas semelhantes. Para a bióloga Fátima Arcanjo, que não participou do estudo, os dados para a Mata Atlântica, ecossistema com o qual trabalha, ainda são restritos. “Aqui, o cenário mudaria porque há uma degradação maior e menos conectividade ecológica. Com isso, é preciso considerar a restauração ativa”, ressalta, sobre a prática que envolve o plantio de mudas nativas.

Arcanjo é docente da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e lidera um projeto de restauração vegetal no Laboratório de Ecologia Aplicada da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). O estudo investiga as mudanças ecológicas graduais que ocorrem ao longo do tempo na composição, na estrutura e no funcionamento da vegetação na Mata Atlântica em áreas de restauração ativa.

Nesse bioma, 186 mil ha de florestas maduras deram lugar, entre 2010 e 2020, a áreas agrícolas, de silvicultura e pecuária, além de pastagens. É o que alerta um estudo publicado em fevereiro na revista Nature Sustainability. Os autores identificaram 14.401 locais de desmatamento, totalizando 186.289 ha, grande parte deles com indícios de ilegalidade.

Os dados indicam que 73% da perda de floresta madura ocorreu em terras privadas, sendo que a maior quantidade de área desmatada (40% do total) estava em grandes propriedades. “Os tamanhos das áreas estão diretamente relacionados aos modos de produção e ao tipo de ator das atividades de supressão da vegetação nativa”, detalha a ecóloga Silvana Amaral, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e primeira autora do estudo.

Nem áreas protegidas, como unidades de conservação e terras indígenas, escaparam da destruição da mata nativa, evidenciando falhas na fiscalização da Lei da Mata Atlântica, que desde 2006 estabelece regras específicas para o uso, a exploração e a conservação do bioma (ver reportagem sobre desmatamento nessa região).

O estudo utilizou uma metodologia combinada de sensoriamento remoto, estatísticas espaciais e dados geoespaciais para mapear e entender a perda de florestas antigas, sem sinais de degradação visíveis por imagens de satélite. Essa abordagem permitiu identificar os principais vetores do desmatamento, os atores envolvidos e as falhas nas políticas de conservação, e poderia ser aplicada a outros biomas.

“Além de disponibilizar os dados utilizados e os resultados, descrevemos todas as etapas realizadas. Adaptar o método a outro bioma exigiria ter profissionais especialistas naquele ecossistema que sejam aptos a reconhecer os diferentes usos e coberturas da terra para a qual a vegetação nativa tenha sido convertida”, explica Amaral.

Artigos científicos LIÉVANO-LATORRE, L. F. et al. Addressing the urgent climate and biodiversity crisis through strategic ecosystem restoration in Brazil. Biological Conservation. v. 302, 110972. fev. 2025. GILES, A. L., SCHIETTI, J. et al. Simple ecological indicators benchmark regeneration success of Amazonian forests. Communications Earth & Environment. v. 5, 780. 20 dez. 2024. AMARAL, S. et al. Alarming patterns of mature forest loss in the Brazilian Atlantic Forest. Nature Sustainability. on-line. 13 fev. 2025.

O estudo utilizou uma metodologia combinada de sensoriamento remoto, estatísticas espaciais e dados geoespaciais para mapear e entender a perda de florestas antigas, sem sinais de degradação visíveis por imagens de satélite. Essa abordagem permitiu identificar os principais vetores do desmatamento, os atores envolvidos e as falhas nas políticas de conservação, e poderia ser aplicada a outros biomas.

“Além de disponibilizar os dados utilizados e os resultados, descrevemos todas as etapas realizadas. Adaptar o método a outro bioma exigiria ter profissionais especialistas naquele ecossistema que sejam aptos a reconhecer os diferentes usos e coberturas da terra para a qual a vegetação nativa tenha sido convertida”, explica Amaral.

Informações: Revista Pesquisa/Fapesp.

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Do Porto de Santos para o mundo: como é a exportação de celulose

Nesta edição do MPor Pelo Brasil vamos mostrar como o Porto de Santos se consolida como a principal saída da celulose

Versátil, biodegradável e abundante na natureza, a celulose é um dos produtos mais importantes para a economia brasileira. O Brasil é o maior exportador mundial dessa matéria-prima, essencial para a produção de papel, fraldas descartáveis, roupas, materiais de construção, medicamentos, cosméticos, alimentos e muitos outros itens do nosso dia a dia.

No MPor Pelo Brasil desta edição vamos falar sobre dados desse insumo tão importante para nossa economia. No ano passado, por exemplo, aproximadamente 19,6 milhões de toneladas de celulose saíram do Brasil para diversos destinos internacionais. Desse total, 8,1 milhões foram embarcadas pelo Porto de Santos, segundo dados da Autoridade Portuária.

O Porto de Santos lidera a exportação de celulose no Brasil, respondendo por mais de 42% do volume total. Essa liderança se deve ao tamanho do complexo portuário santista, o maior da América Latina, e à presença de cinco terminais especializados na movimentação do produto. Dali partem navios principalmente para a China, o maior mercado consumidor de celulose do mundo e principal destino da produção brasileira.

“Toda essa celulose vem do Centro-Oeste brasileiro, que conta com vastas fazendas de reflorestamento para atender à demanda da Ásia, além de parte do Norte da África e da Europa”, explica o superintendente da Assessoria de Comunicação do Porto de Santos, Clóvis Vasconcelos.

O valor financeiro das exportações de celulose também impressiona: em 2023, o setor movimentou US$ 10,6 bilhões, sendo US$ 4,6 bilhões do mercado chinês, o que representa 43,7% do total. Outros compradores importantes foram os Estados Unidos (15,8%), a Itália (8,8%) e a Holanda (8,3%).

“Os esforços do Governo Federal estão voltados para investimentos em nossos portos. Melhorar sua infraestrutura significa fortalecer a economia, gerar empregos e renda para a população e impulsionar o desenvolvimento do país”, destaca o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.

Modernização dos terminais

Diante da crescente demanda global, grandes empresas do setor investiram na modernização dos terminais portuários para garantir mais eficiência na exportação da celulose.

A Eldorado Brasil construiu um terminal de 53 mil metros quadrados, com capacidade para armazenar 150 mil toneladas de celulose. O local comporta até 72 vagões simultaneamente e permite o embarque de dois navios ao mesmo tempo, além de contar com sistemas logísticos automatizados. Desde sua inauguração, em 2023, a capacidade de escoamento da empresa passou de 1 milhão para 3 milhões de toneladas por ano.

A Suzano também investiu na expansão e modernização de seu terminal portuário T-32. Com isso, sua capacidade de exportação cresceu 43,5%, passando de 4,6 milhões para 6,6 milhões de toneladas anuais. O terminal, especializado em carga não conteinerizada, ocupa uma área de 33 mil metros quadrados e é estratégico para a logística de exportação do setor.

A Bracell, por sua vez, modernizou seu terminal no Porto de Santos, que tem uma média anual de 2,8 milhões de toneladas embarcadas. A empresa instalou guindastes automatizados para o descarregamento de vagões e o embarque em navios, buscando otimizar a logística intermodal e ampliar o volume transportado por ferrovias.

Com esses investimentos, o Brasil segue como referência global na exportação de celulose, garantindo eficiência e competitividade, tão importantes para movimentar nossa economia e garantir mais emprego e renda.

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Com 3,5 mil atendimentos mensais, Suzano amplia e moderniza salas de estimulação contra o sono em MS

Ao todo, são quatro unidades em operação, que contam com profissionais qualificados, bicicletas ergométricas e outros equipamentos que colaboram para manter a atenção de motoristas da logística florestal

A Suzano, maior produtora mundial de celulose e referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do eucalipto, ampliou e modernizou as salas de estimulação contra o sono, espaços equipados com profissionais capacitados e aparelhos para exames de rotina e estimulação de condutores(as) que atuam no transporte de madeira. Com 42 mil atendimentos somente em 2024, o que corresponde a uma média de 3,5 mil motoristas por mês, as salas de estimulação são um projeto pioneiro da companhia e estão em operação desde 2016, quando a primeira estrutura foi implantada em Mato Grosso do Sul.

A partir deste ano, o projeto passou a contar com quatro salas, sendo três móveis (trailers) destinadas à operação de tritrens e uma fixa voltada à operação de hexatrens, permitindo a locomoção das estruturas até pontos estratégicos no estado. Os trailers são equipados com bicicleta ergométrica, aparelhos para aferição de pressão arterial, oxímetro, testes de coordenação motora e atenção, além de cafeteira, micro-ondas, frigobar e óculos Re-Timer, que emitem uma luz verde para estimular a atenção e inibir a produção de melatonina, hormônio responsável pelo sono.

“As salas de estimulação contra o sono são uma ação pioneira da Suzano para garantir a segurança e o bem-estar do nosso time de logística florestal. Além de oferecer atendimento com profissionais qualificados para uma triagem inicial, o(a) motorista encontra nesse espaço um local para tomar um café, descansar e, quando estiver preparado, seguir viagem. Essa ferramenta, aliada às tecnologias embarcadas de ponta, reforça um dos principais direcionadores da Suzano, que afirma que ‘só é bom para nós se for bom para o mundo’, pois aumenta a segurança dos nossos colaboradores e de todos que utilizam as rodovias da região”, destaca Leonardo Giusti, diretor de Operações Florestais da Suzano em Três Lagoas.

Ao chegar à sala, o motorista passa por uma série de exames de rotina, incluindo aferição de pressão arterial, oxigenação e batimentos cardíacos, seguindo depois para a bicicleta e o uso do Re-Timer. Após esse circuito, acompanhado por profissionais de saúde e educação física, ele realiza testes de coordenação motora e atenção. Se aprovado, é liberado para descanso ou para seguir viagem. Caso reprove nos testes, precisará refazer todas as etapas ou, se necessário, a equipe será alertada para providenciar a substituição do motorista.

“A Suzano preza pela qualidade de vida do nosso time. Temos um controle rigoroso da jornada de trabalho para garantir que o(a) motorista cumpra as pausas obrigatórias, os períodos de folga e esteja descansado(a) para a atividade. No entanto, sabemos que alguns fatores fogem ao nosso controle. Questões pessoais, uma noite mal dormida ou outros motivos não relacionados ao trabalho podem afetar a rotina e a atenção. Por isso, temos esse cuidado extra para manter nossos motoristas despertos e aptos para o trabalho”, explica Gustavo Henning, gerente de Logística Florestal da Suzano em Três Lagoas.

Câmeras de fadiga

Além das salas de estimulação contra o sono, a Suzano utiliza câmeras de fadiga instaladas nas cabines dos caminhões. Esses dispositivos contam com sensores de expressões faciais para detectar sinais de sonolência, desatenção e outras distrações, como o uso de celulares. Caso sejam identificados riscos, um alerta imediato é emitido dentro da cabine e a Central de Logística Florestal é acionada para adotar as medidas necessárias, que podem incluir o envio do(a) motorista para a sala de estimulação ou até mesmo sua substituição.

O sistema opera 24 horas por dia, com comunicação constante entre motoristas e a central, que também dispõe de telemetria e outros sistemas de monitoramento dos veículos, funcionando mesmo em áreas sem sinal de internet. Essa infraestrutura moderna permite acompanhar a localização dos caminhões, o status da operação e dados de segurança, garantindo maior eficiência e resposta rápida em casos de desvio ou irregularidade.

Sobre a Suzano

A Suzano é a maior produtora mundial de celulose, uma das maiores fabricantes de papéis da América Latina e líder no segmento de papel higiênico no Brasil. A companhia adota as melhores práticas de inovação e sustentabilidade para desenvolver produtos e soluções a partir de matéria-prima renovável. Os produtos da Suzano estão presentes na vida de mais de 2 bilhões de pessoas, cerca de 25% da população mundial, e incluem celulose; itens para higiene pessoal como papel higiênico e guardanapos; papéis para embalagens, copos e canudos; papéis para imprimir e escrever, entre outros produtos desenvolvidos para atender à crescente necessidade do planeta por itens mais sustentáveis. Entre suas marcas no Brasil estão Neve®, Pólen®, Suzano Report®, Mimmo®, entre outras. Com sede no Brasil e operações na América Latina, América do Norte, Europa e Ásia, a empresa tem mais de 100 anos de história e ações negociadas nas bolsas do Brasil (SUZB3) e dos Estados Unidos (SUZ). Saiba mais em: suzano.com.br.

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Fundação Bracell e Insper iniciam curso sobre implementação de políticas educacionais

O primeiro módulo foi aplicado em março e reuniu gestores da União, estados e municípios; os próximos estão vistos para abril, maio e junho

São Paulo, março de 2025 – Com o objetivo de apoiar lideranças educacionais na aplicação prática de políticas públicas, a Fundação Bracell, em parceria com o Insper, iniciou em março o curso “Implementação de Políticas Educacionais – Transformando Políticas em Ação”. A formação, voltada a gestores públicos da área da educação, teve seu primeiro módulo realizado entre os dias 20 e 22, na sede do Insper, em São Paulo. Os próximos módulos estão previstos para os meses de abril e maio, com atividades presenciais e online, e um encontro final em junho.

A proposta do curso é fortalecer competências técnicas voltadas à implementação de políticas educacionais baseadas em evidências, contribuindo para que lideranças públicas atuem com mais preparo na condução de iniciativas no campo da educação. Nesta primeira etapa, participaram gestores da União, de estados como Bahia, São Paulo e Mato Grosso do Sul e de municípios, reunindo um grupo diverso de profissionais diretamente envolvidos com a formulação e execução de políticas públicas.

Sob coordenação da professora Laura Müller Machado, a formação conta com um corpo docente composto por especialistas em gestão pública e políticas educacionais. Estão entre os professores: Ricardo Paes de Barros (PhD em Economia pela University of Chicago), Frederico Amancio (secretário municipal de Educação do Recife), Laura Abreu (mestre em Políticas Públicas pelo Insper), Matthew Andrews (Harvard Kennedy School of Government), Mirela de Carvalho (PhD em Ciências Sociais pelo IUPERJ), Patrícia Pessoa Valente (PhD pela Faculdade de Direito da USP) e Úrsula Peres (PhD em Administração Pública pela FGV).

Ao longo dos três dias do primeiro módulo, os participantes discutiram temas centrais para a implementação de políticas públicas de educação. No primeiro dia, foram abordados o uso de evidências, a teoria da mudança e a divisão de atribuições, com aulas de Ricardo Paes de Barros, Laura Abreu e Patrícia Pessoa Valente. No segundo dia, os temas foram financiamento da educação, com Úrsula Peres, e sistema de monitoramento, com Samuel Franco, além de uma apresentação sobre modelos de mudança e avaliação, mediada por Mirela de Carvalho.

Já no terceiro dia, os gestores foram introduzidos ao conceito de PDIA (Adaptação Iterativa Orientada pelo Problema), apresentaram os pré-trabalhos desenvolvidos ao longo do módulo e acompanharam o secretário de Educação do Recife, Frederico Amancio, em uma apresentação de caso sobre a política de alfabetização. Os presentes também tiveram a oportunidade de dialogar com David Evans, economista-chefe para o Setor Social do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que compartilhou lições de experiências internacionais na implementação de políticas educacionais.

Para Eduardo Queiroz, diretor-presidente da Fundação Bracell, a iniciativa busca contribuir para o fortalecimento da capacidade técnica da gestão pública. “A formação contribui para fortalecer a capacidade da gestão pública de desenhar modelos de implementação de políticas educacionais, utilizando e gerando todas as evidências possíveis e considerando os recursos disponíveis”, afirma. Segundo ele, ao final das três etapas do curso, os participantes estarão mais preparados para aliar teoria e prática em seus contextos de atuação e multiplicar o conhecimento junto às suas equipes.

Essa visão é compartilhada por Davi Santos, superintendente de Modalidades e Programas Educacionais da Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul, que destaca a relevância da formação. “O curso ajuda a pensar a política pública de forma mais estratégica, porque conecta a teoria às evidências, direcionando para ações concretas acerca das políticas educacionais. E todo gestor de políticas públicas necessita de um arcabouço legal, mas, principalmente, de ferramentas que possibilitem o desenvolvimento dessas políticas. Então, a gente sai com ferramentas reais para desenhar, para implementar e até melhorar as políticas que já trabalhamos no âmbito das nossas instituições. Políticas essas que impactam diretamente a vida do nosso público prioritário, que são os estudantes inseridos nas redes públicas de ensino”, afirma.

Ele também ressalta a aplicabilidade do curso. “A formação oferecida pela Fundação Bracell e Insper é de alto nível, com aplicabilidade imediata, justamente porque a gente retorna às nossas instituições já com uma visão muito refinada a respeito da boa implementação e em condições de fazer esse trabalho transformador na política educacional e na vida dos nossos estudantes.”

Na mesma linha, Rita Bastos, secretária municipal de Educação de Alagoinhas (BA), ressalta que participar do curso é uma experiência inspiradora. “Participar no curso é inspirador pelos estudos, trocas e reflexões, pois contamos com a participação de grandes lideranças e pesquisadores do cenário educacional brasileiro e internacional, que, com suas experiências e saberes acadêmicos, nos brindaram com momentos de aprendizagem, contribuindo para o pensar e fazer dos desenhos de políticas públicas, considerando diagnósticos, evidências e os impactos socioeducacionais”, afirma.

Novos módulos

Além dos encontros presenciais, os participantes também terão, no segundo módulo, atividades online nos dias 4, 12 e 26 de abril e 10 de maio. Um terceiro módulo do curso será aplicado presencialmente nos dias 22, 23 e 24 de maio. No dia 14 de junho, os gestores terão um novo encontro virtual para falar sobre os desafios pós-implementação, encerrando a formação do curso. No módulo final, os participantes irão discutir assuntos como estratégia de implementação, incentivos e governança, recursos humanos na educação, formação e assistência técnica e conexão entre PP e implementação.

“O grupo de lideranças reunido, composto por pessoas das três esferas da Federação, tem a responsabilidade de desenhar, implementar e acompanhar políticas públicas que garantam educação de qualidade para todas as crianças e jovens, nossa expectativa é poder apoiar essa missão ampliando seu repertório com ferramentas de gestão que os conduzam a uma maior efetividade”, destaca Alejandra Meraz Velasco, diretora de Advocacy e Comunicação da Fundação Bracell.

Sobre a Fundação Bracell

A Fundação Bracell é uma organização privada sem fins lucrativos que, desde 2023, tem se dedicado ao fortalecimento da educação infantil e ao apoio a iniciativas voltadas para a primeira infância, além do desenvolvimento de lideranças. Criada por meio da consolidação da Bracell no país, seu foco principal é alavancar o poder transformador da educação desde a primeira infância, possibilitando que cada criança desenvolva plenamente seu potencial para uma vida melhor, tanto no presente quanto no futuro. Para mais informações, acesse: https://fundacaobracell.org.br/

Sobre o Insper

É uma instituição sem fins lucrativos, dedicada ao ensino e à pesquisa, que oferece cursos de graduação e pós-graduação lato stricto sensu, além de educação executiva e customizados.

A Insper visa a promover a transformação do Brasil por meio da formação de líderes inovadores e pesquisa aplicada – atuando com excelência acadêmica e visão integrada das áreas de conhecimento.  Por meio da excelência acadêmica e do apoio ao desenvolvimento profissional e pessoal dos nossos estudantes, busca contribuir para o progresso do país, encorajando todas e todos a pensar além da sala de aula, seguindo uma trajetória de impacto positivo, seja na esfera privada, pública ou no terceiro setor.

Com forte comprometimento do corpo docente, o Insper busca desenvolver características de liderança, habilitando os alunos e alunas a lidar, de forma ética, com as complexidades do ambiente em que atuam. A instituição acredita que o aprendizado interdisciplinar, com a integração de competências de diferentes áreas do conhecimento, prepara melhor os profissionais para a realidade global.

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