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Projeto de pesquisa integra proteção da biodiversidade e dos recursos hídricos em florestas de neblina

Uma pesquisa científica realizada no laboratório de hidrologia florestal do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA), no município de Cunha/SP, busca compreender como o dossel das árvores e as briófitas interagem na captação de água nas florestas de neblina, que são vulneráveis às mudanças climáticas. Analisando quais são as espécies ou grupos de plantas mais importantes para a manutenção da integridade do ecossistema, o objetivo do trabalho é prever possíveis impactos ambientais em curto e longo prazo.

O projeto é desenvolvido pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) em parceria com o IPA e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) – Processo nº 2021/11697-9.

“As florestas de neblina são particularmente sensíveis às variações de temperatura e umidade. Estudar seus componentes – folhagem, casca das árvores e briófitas – ajuda a decifrar esse sistema complexo de retenção e condução de água”, explica Kelly Tonello, pesquisadora da UFSCar e coordenadora da pesquisa.

O dossel e as briófitas formam um “guarda-chuva vivo”, capaz de capturar gotículas do nevoeiro e redirecioná-las ao solo, alimentando cursos d’água e influenciando diretamente a disponibilidade hídrica.

“Queremos decifrar quais são as espécies-chave ou grupos funcionais de maior significado ecológico para a manutenção da integridade ecossistêmica no que diz respeito à ecohidrologia”, relata o pesquisador Albano Magrin, também da UFSCar.

As briófitas são altamente dependentes do clima úmido e fresco, típico das florestas tropicais de altitude. Essas plantas avasculares podem crescer sobre outras plantas como epífitas, formando coxins, tramas, ramos pendentes de caules ou mesmo outros substratos como troncos em decomposição, solo e rochas. Esses organismos arrematam as florestas estendendo as funções ecológicas do dossel para o nível dos troncos e solo, atuando como uma espécie de “esponja natural”, absorvendo e retendo água proveniente tanto da precipitação direta quanto do nevoeiro.

“Utilizamos ferramentas que integram variáveis ambientais, estruturais e funcionais para a caracterização da comunidade funcional das briófitas, como o modelo LiBry”, informa Magrin. O pesquisador ressalta que o Brasil conta com a excelência de estudos taxonômicos e florísticos, fundamentais para subsidiar pesquisas aplicadas no âmbito ecológico.

A utilização de modelos utilizando plantas avasculares, como as briófitas, permite o melhor entendimento da dinâmica do ciclo hidrológico e do regime climático tanto em escala regional como global, ampliando o conhecimento dos ecossistemas tropicais. A relevância de se entender a dinâmica da água nesses ambientes se torna ainda maior diante de mudanças climáticas, que podem alterar a formação e a persistência do nevoeiro, fator fundamental para a sobrevivência dessas plantas e para o funcionamento hidrológico de todo o ecossistema.

Cooperação internacional

De 19 e 21 de fevereiro, a pesquisadora holandesa especialista em briófitas Maaike Bader, da Philipps-Universität Marburg (Alemanha), realizou no âmbito do projeto uma visita técnica ao Núcleo Cunha do Parque Estadual da Serra do Mar, onde está localizado o Laboratório de Hidrologia Florestal “Engenheiro Agrônomo Walter Emmerich”. Além de conhecer as áreas de campo em floresta de neblina, a pesquisadora teve a oportunidade de observar a infraestrutura e os protocolos de análise do laboratório, que desempenha papel essencial na coleta e interpretação de dados hidrológicos.

A visita fortalece o intercâmbio científico entre Brasil e Alemanha, abrindo caminho para futuras cooperações. A expectativa é que a colaboração gere resultados que contribuam para políticas de manejo ambiental mais eficientes e para a formação de novos pesquisadores. O projeto de pesquisa mostra a relevância de unir esforços internacionais em temas críticos como a conservação de florestas de neblina tropicais e a manutenção dos serviços ecossistêmicos que elas proporcionam. O laboratório de hidrologia florestal do IPA é único no bioma Mata Atlântica, sendo fundamental para avaliar o efeito das mudanças climáticas sobre a biodiversidade e sua interação com a água, sendo coordenado pelos membros da equipe técnica Juliano Oliveira, Rafael Bignotto e Roberto Starzynski.

Pesquisadores Albano Magrin e Maaike Bader, em levantamento de campo / Crédito da imagem: Rafael Bignotto

Informações: Gov/SP.

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Arcadis lidera o “Cacau Brasil Agrofloresta” para reflorestar 12,5 mil hectares e cortar 5,2 milhões t de CO₂

Parceria com IICA, CEPLAC e Fundo Verde do Clima recupera áreas degradadas na Amazônia e Mata Atlântica, impulsiona renda de 2,5 mil famílias produtoras e reforça, no Dia de Proteção às Florestas, o compromisso da empresa com a conservação e a produção sustentável de cacau

São Paulo, julho de 2025 – No mês em que se comemora o Dia de Proteção às Florestas, a Arcadis, líder global em soluções sustentáveis para infraestrutura e meio ambiente, destaca seu compromisso com a conservação florestal e o desenvolvimento sustentável através do projeto “Cacau Brasil Agrofloresta”. Esta iniciativa, liderada pelo Instituto Iberoamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC), em parceria com o Fundo Verde do Clima (GCF), visa enfrentar os desafios das mudanças climáticas por meio da produção de cacau em Sistemas Agroflorestais (SAF’s) nos biomas da Amazônia e Mata Atlântica.
 

O projeto, que teve a participação da Arcadis, busca mitigar o desmatamento e reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) através da recuperação de áreas já desmatadas, transformando o solo dessas áreas em sumidouros de carbono. A Arcadis, entre março e junho de 2025, desenvolveu quatro produtos essenciais para fortalecer a proposta: um Mecanismo de Reparação de Queixas, Indicadores Socioambientais e Econômicos, o Plano de Envolvimento das Partes Interessadas e uma Avaliação Ambiental e Social acompanhada de um Plano de Ação de Salvaguarda.
 

Impacto Transformador e Sustentabilidade
 


Crédito: Divulgação


A iniciativa “Cacau Brasil Agrofloresta” se destaca por sua abordagem inovadora ao integrar sistemas agroflorestais em áreas degradadas da Transamazônica, no Pará, e no sul da Bahia. Com a meta de plantar 12.500 hectares de cacau, o projeto promete transformar a realidade de 2.500 famílias produtoras, alcançando um impacto significativo em cerca de 800 mil pessoas de forma indireta. Em um período de quatro anos, a expectativa é de que a iniciativa resulte na redução de 5,2 milhões de toneladas de CO2 equivalente, ao mesmo tempo em que eleva a qualidade de vida e os padrões de trabalho na cadeia produtiva do cacau. Ao consolidar o Brasil como uma referência em cacau sustentável, o projeto amplia a conservação produtiva e a inclusão social.
 

O projeto conta com o apoio do Ministério da Agricultura e Pesca (MAPA), reforçando o compromisso coletivo com a proteção das florestas e a promoção de práticas agrícolas sustentáveis.

No mês em que se celebra o Dia de Proteção às Florestas, a Arcadis reafirma seu papel como catalisador de mudanças positivas, integrando planejamento estratégico, soluções socioambientais, ciência e inovação para enfrentar os desafios climáticos do nosso tempo. Com iniciativas como o Cacau Brasil Agrofloresta, a Arcadis continua a contribuir com os esforços globais em prol de um futuro mais sustentável e equitativo.
 

SOBRE ARCADIS
 

A Arcadis é uma parceira global de referência, atuando em alguns dos projetos mais transformadores do nosso tempo. Ajudamos nossos clientes a fazer escolhas sustentáveis ao combinar inovação digital, expertise humana e competências voltadas para o futuro em setores como meio ambiente, energia, água, edificações, transporte e infraestrutura.
 

Levamos o design, a engenharia, a arquitetura e a consultoria a um novo patamar, utilizando insights baseados em dados para cocriar ambientes que reflitam as necessidades de negócio e dos stakeholders de nossos clientes. Com um time de 36 mil profissionais, unimos expertise global para enfrentar desafios como mudanças climáticas, segurança e diversificação energética e cidades mais habitáveis, sempre com o objetivo de melhorar a qualidade de vida.
 

Saiba mais em: www.arcadis.com/pt-br

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Suzano tem vagas para Comboísta, Mecânico(a), Operador(a) de Máquinas Florestais e Motorista de Caminhão Pipa em Ribas do Rio Pardo (MS)

As inscrições estão abertas para todas as pessoas interessadas, sem distinção de gênero, origem, etnia, deficiência ou orientação sexual, na Plataforma de Oportunidades da empresa

A Suzano, maior produtora mundial de celulose e referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do eucalipto, está com quatro processos seletivos abertos em Ribas do Rio Pardo (MS). As oportunidades são para as funções de Comboísta, Mecânico(a) de Máquina Florestal, Motorista (Caminhão Pipa) e Operador(a) de Máquina Florestal. As inscrições estão abertas a todas as pessoas interessadas, sem distinção de gênero, origem, etnia, deficiência ou orientação sexual. Para concorrer às vagas, os(as) interessados(as) devem enviar seus currículos pelo Whatsapp (67) 3509-8053, com a indicação da vaga de interesse.

Todas as vagas requerem Ensino Fundamental completo e disponibilidade para trabalhar em turnos, em regime de campo, além da disposição para residir em Ribas do Rio Pardo. As pessoas interessadas no processo seletivo de Comboísta precisam possuir Carteira Nacional de Habilitação (CNH) categoria D ou superior, além de cursos obrigatórios de Movimentação e Operação de Produtos Perigosos (MOPP) e NR 20. Para concorrer a uma vaga de Mecânico(a) de Máquina Florestal, é necessário ter CNH C ou superior e comprovar, no mínimo, dois anos de experiência com manutenção florestal ou em máquinas pesadas.

Já para a função de Motorista (Caminhão Pipa), os(as) interessados(as) precisam ter CNH D ou superior e conhecimentos básicos em manutenção veicular. A oportunidade para Operador(a) de Máquina Florestal requer CNH B ou superior, além de curso específico de operador de máquina florestal. A função abrange equipamentos como escavadeira, garra traçadora, skidderfellerharvesterforwarder e trator de silvicultura.

Mais detalhes sobre os benefícios oferecidos pela empresa, estão disponíveis na Plataforma de Oportunidades da Suzano (https://suzano.gupy.io/). A Suzano reforça que todos os processos seletivos são gratuitos, sem a cobrança de qualquer valor para garantir a participação, e que as vagas oficiais estão abertas a todas as pessoas interessadas. Na página, candidatos e candidatas também poderão acessar todas as vagas abertas no Estado e em outras unidades da Suzano no País, além de se cadastrar no Banco de Talentos da empresa.

Sobre a Suzano

A Suzano é a maior produtora mundial de celulose, uma das maiores fabricantes de papéis da América Latina e líder no segmento de papel higiênico no Brasil. A companhia adota as melhores práticas de inovação e sustentabilidade para desenvolver produtos e soluções a partir de matéria-prima renovável. Os produtos da Suzano estão presentes na vida de mais de 2 bilhões de pessoas, cerca de 25% da população mundial, e incluem celulose; itens para higiene pessoal como papel higiênico e guardanapos; papéis para embalagens, copos e canudos; papéis para imprimir e escrever, entre outros produtos desenvolvidos para atender à crescente necessidade do planeta por itens mais sustentáveis. Entre suas marcas no Brasil estão Neve®, Pólen®, Suzano Report®, Mimmo®, entre outras. Com sede no Brasil e operações na América Latina, América do Norte, Europa e Ásia, a empresa tem mais de 100 anos de história e ações negociadas nas bolsas do Brasil (SUZB3) e dos Estados Unidos (SUZ). Saiba mais em:suzano.com.br.

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Exclusiva – 2º Forest Carbon Brasil traz debate de ponta em formato online sobre as principais tendências do mercado de carbono florestal

A regulamentação, os benefícios relacionados pelas florestas, e a COP-30 estarão entre os temas centrais do evento, que nesta edição será 100% online; saiba mais detalhes

A segunda edição do Forest Carbon Brasil – Congresso Internacional sobre Mercado de Carbono traz uma grande novidade: programação 100% online, visando mais praticidade e flexibilidade para o seu público. Participarão do evento as principais empresas, instituições e profissionais do setor, sendo uma oportunidade ímpar para trocas e experiências, networking e benchmarking, com ambiente propício focado nos temas.

O carbono armazenado pelas florestas é considerado como um mecanismo essencial ao combate às mudanças climáticas. Além disso, a valoração do carbono incentiva a conservação de florestas existentes e o reflorestamento, promovendo o desenvolvimento sustentável, criando renda para comunidades, atraindo investimentos verdes e novos empregos. Embora existam desafios, seu potencial é vasto, especialmente para países como o Brasil, com grandes áreas florestais. Neste sentido, o Forest Carbon abordará as principais tendências, e um panorama de futuro do setor no país.

O Forest Carbon Brasil é uma realização da Paulo Cardoso Comunicações, conta com a organização técnica de Marcelo Schmid, sócio diretor do Grupo Index, e mídia oficial Mais Floresta.

Entre os temas centrais desse evento de sucesso, que já se consolida como um dos pioneiros no Brasil no setor, a geração de créditos de carbono e os benefícios relacionados pelas florestas serão destaque. “Para este ano, com a proximidade da COP-30, a discussão será focada na regulamentação de mercado, informa Paulo Cardoso”, idealizador do evento, CEO da Paulo Cardoso Comunicações e do portal Mais Floresta.

Forest Carbon vai explorar as tendências e o futuro do setor. Imagem gerada por inteligência artificial.

Programação

O 2º Forest Carbon Brasil acontece com transmissão ao vivo no dia 27/08, no canal do evento no Youtube (https://youtube.com/@forestcarbonbrasil), com início às 08h. Com programação robusta, alinhada com os principais temas, iniciativas, projetos e negócios de carbono, palestras e debates sobre aspectos técnicos, legais e tecnológicos, certamente trarão um impacto positivo para o setor.

A redação do Mais Floresta falou com Marcelo Schmid, que passou mais detalhes sobre a programação, temas em destaque e novidades da segunda edição do Forest Carbon Brasil.

MF – Como foi feita a escolha dos palestrantes desta edição?

Schmid – Foram escolhidos profissionais que estão à frente da discussão dos temas abordados, considerando tanto os executivos das maiores empresas desse setor quanto consultores e pesquisadores que assessoram o desenvolvimento deste mercado.

MF – Qual o panorama geral do que o público irá encontrar na programação do Forest Carbon, e qual o principal diferencial deste ano?

Schmid – O panorama geral é bastante positivo, devido aos avanços do último ano nas questões regulamentares em âmbito global e nacional. Teremos palestras específicas para cada um desses temas, além, é claro, de abordar o status atual do mercado voluntário, que continua sendo o principal balcão para venda de créditos de carbono florestais.

A novidade deste ano, é que a programação será completamente online, proporcionando maior comodidade para os participantes, que poderão se planejar e acompanhar de onde estiverem, sem a necessidade de deslocamento, por exemplo. Imperdível!

MF – Quais as novidades em destaque do setor de carbono florestal serão debatidas no evento?

Schmid – A regulamentação do Artigo 6 do Acordo de Paris e as expectativas para a COP-30, a regulamentação do mercado nacional de créditos de carbono (Lei 15.042/2024), as tendências e riscos do mercado voluntário, são alguns dos temas centrais, sempre destacando como que os projetos florestais (restauração, desmatamento evitado e outros) e as empresas de base florestal irão participar destes mercados.

MF – Quais as principais expectativas para o setor para os próximos anos, e qual o papel do Brasil neste cenário?

Schmid – São positivas, uma vez que hoje existe um consenso de que a resposta para o problema climático passa necessariamente pelas Soluções Baseadas na Natureza (SBN) e pelas florestas. Neste cenário, não existe país no mundo mais favorável ao desenvolvimento de projetos que no Brasil.

MF – O que pontuaria como os principais gargalos ainda existentes no setor? O que precisa melhorar?

Schmid – Ainda estamos construindo muitas regras para diferentes mercados. Talvez o maior desafio seja definir como iremos integrar todos os mercados, de modo a garantir seu potencial máximo e evitar o que chamamos de “dupla contagem”, mas não tenho dúvida que chegaremos lá!

MF – Como eventos como o Forest Carbon contribuem para a ascensão do setor de carbono florestal no país?

Schmid – O mercado de créditos de carbono é complexo e, graças a isso, existe muita desinformação e desconhecimento sobre seu funcionamento. Eventos de primeira grandeza como o Forest Carbon Brasil são essenciais para disseminar conhecimento sobre o que de fato está acontecendo no mercado e levar às empresas as oportunidades reais neste setor.

MF – Qual o convite faria para estudantes, profissionais, especialistas do setor e parceiros?

Schmid – Trata-se de uma ocasião ímpar para estudantes conhecerem um campo de atuação que só irá crescer nas próximas duas ou três décadas. Para profissionais, uma oportunidade para entender como que sua empresa pode se beneficiar deste mercado e para especialistas uma oportunidade de encontrar os grandes ícones deste mercado, reciclar conhecimento e trocar experiências.

E todas as grandes empresas estão interessadas neste assunto. Sem dúvida é atualmente a vitrine do mercado, quando se fala em economia verde e sustentabilidade. Logo, ser um parceiro do evento é uma oportunidade de demonstrar que a empresa está alinhada àquilo que existe de vanguarda em termos de desenvolvimento econômico sustentável.

Seja um patrocinador Forest Carbon Brasil!

Esteja entre as principais empresas e instituições do setor apoiadoras do evento que pauta as principais tendências sobre o mercado de carbono florestal.

Para se inscrever e saber mais acesse https://forestcarbon.com.br/, envie e-mail para paulo@paulocardosocom.com.br, ou envie mensagem para o Whatsapp (67) 9227-8719.

Escrito por: redação Mais Floresta.

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‘Boom da celulose’: contrariando IBGE, MS espera crescer mais que previsto ao mudar base econômica

IBGE projeta só 3,8 mil habitantes a mais por ano; indústrias da celulose podem ajudar a mudar os números

O panorama nacional é de marcha ré em 11 estados brasileiros quando o assunto é população. Mato Grosso do Sul aparece entre os 6 que devem escapar desse apagão demográfico, com incremento no número de habitantes, porém, extremamente modesto. A previsão do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) é que sejam mais 172,2 mil pessoas vivendo por aqui nos próximo 45 anos. É como ganhar 3,8 mil pessoas por ano, número muito baixo diante das expectativas do governo estadual.

A população total no Estado é de 2,9 milhões, podendo atingir 3,2 milhões em 2052. A partir de 2053, a população diminuirá até atingir 3,09 milhões em 2070.

A estimativa contrasta com a expansão econômica do Estado, tendo como iniciativas a Rota Bioceânica, a instalação de fábricas de celulose e investimentos em economia verde, especialmente na produção de biodiesel. Com isso, o Governo do Estado aposta em um cenário bem mais acelerado.

O titular da Semadesc (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, acredita que Mato Grosso do Sul deve ultrapassar essa projeção.

“Colocando num cenário, vamos ter indústrias de celulose, aumento de frigorífico, aumento de estrutura, aumento de bioenergia, temos crescimento de 5% do PIB. Nós não temos uma taxa, mas esse cenário indica um crescimento populacional superior a esse projetado pelas regras, focado na migração. A ideia é da fixação dessas pessoas em Mato Grosso do Sul. Esse cenário cria uma possibilidade de aumentar o número de residentes no estado de Mato Grosso do Sul”, pontuou. Ele também afirma que os dados estão estatisticamente corretos e servem como base para se ter o número oficial da população e eleitores, por exemplo.

Conforme o secretário explica, as pessoas que chegam com os grandes projetos, não incluem como população sul-mato-grossense.

“É comum ouvir nos municípios ‘aqui tem mais gente’, ‘tem muita estrutura’, mas é importante colocar que essa população volante dos grandes projetos, não imputa como população sul-mato-grossense, porque são pessoas de outros estados que vão estar transitoriamente aqui”, disse.

Mato Grosso do Sul tem uma baixa densidade populacional, com 75% da população focada em dez municípios. “Percebe claramente que existe uma concentração da população e as taxas de crescimento das cidades maiores são superiores às das pequenas cidades. A tendência, do ponto de vista de médio e longo prazo, é aumentar a população concentrando nas cidades maiores”, completou.

Com isso, uma das estratégias que o Governo do Estado utiliza, por meio do MS Ativa, é oferecer infraestrutura adequada aos municípios menores, a fim de manter essas pessoas nas cidades e evitar que se mudem.

Na visão do economista Odirlei Fernando Dal Moro, mesmo com a projeção de crescimento populacional, considerada pouca a cada ano, o número pode mudar a depender dos investimentos previstos.

“O número de habitantes de uma região pode variar levando-se em consideração diversos fatores, um deles é o econômico. Caso o nível de investimentos do estado cresça e repercuta no crescimento econômico, naturalmente o número de empregos tende a crescer e com isso atrair pessoas de outras regiões. Quando uma região como MS realiza investimento é natural que o número de habitantes do estado cresça mais que de outros estados, por conta da vinda de pessoas de outras regiões”, pontuou.

Isso diz respeito ao processo de industrialização no Estado, que terá como consequência o aumento da população. “O processo de industrialização do estado poderá provocar uma expansão populacional, é praticamente natural isso, seja direta ou indiretamente. A indústria em si, por mais que seja cada vez mais poupadores de mão de obra, acaba por estimular outros setores econômicos indiretamente”, explicou.

O Brasil deverá atingir o pico populacional em 2041, com aproximadamente 220,4 milhões de habitantes, e então iniciar uma trajetória de queda que levará o total a 199,2 milhões em 2070. A freada decorre de menos nascimentos, envelhecimento acelerado e migração de saída em boa parte do território.

Os resistentes são Santa Catarina, com mais 2.3 milhões, Mato Grosso, com 1,4 milhão, Goiás, com 901,5 mil, Amazonas com 385,3 mil, Roraima com 335,9 mil. Mato Grosso do Sul aparece com os menores números nessa parte positiva da tabela. É o último no ranking de crescimento.

Secretário de Estado de Governo e Gestão Estratégica, Rodrigo Perez, explica cenário de expansão (Foto: Alex Machado/arquivo)

Para o secretário Rodrigo Perez, da SGGE (Secretaria de Governo e Gestão Estratégica), as projeções do IBGE não captam a velocidade dessa transformação: mudanças econômicas estruturais podem puxar o crescimento populacional acima do previsto. Projetos como a Rota Bioceânica e os novos parques de celulose, além de aportes em bioenergia e infraestrutura, estão tornando Mato Grosso do Sul mais atraente para profissionais qualificados de outros estados, reforça.

Segundo Perez, a combinação de grandes investimentos privados em mineração, alimentos, frigoríficos e logística vem gerando empregos com salários acima da média e estimulando migração de mão de obra especializada. Ele cita como exemplo empresas de celulose que contratam com remuneração elevada e a ampliação de plantas do setor de proteína animal em Campo Grande e Dourados, com expectativa de mais de 4 mil vagas diretas.

O secretário destaca que não se trata de um boom isolado, mas de diversificação econômica: papel e celulose, alimentos e obras de infraestrutura avançam juntos. O reflexo aparece nas estatísticas: até maio, o Estado acumulou 20.898 postos formais. Para ele, o saldo positivo é fruto de emprego com carteira, renda em alta e qualidade de vida que consolidam MS como destino para quem busca estabilidade e bons salários.

Crescimento modesto – Com uma população estimada em 2.901.895 habitantes, Mato Grosso do Sul deve chegar a 3,09 milhões em 2070. O avanço de 6,7 % é praticamente a metade do verificado em 12 anos, de acordo com os censos de 2010 e 2022, quando a variação foi de 12,6 % no período, o que equivale a uma média aproximada de 25,7 mil novos habitantes por ano, contra 18,1 mil previstos por ano até 2070. Apesar de parecer pequeno, contrasta com a retração prevista em onze estados.

São Paulo deve perder 5,4 milhões de habitantes, e o Rio  de  Janeiro outros 2,7 milhões. Proporcionalmente, o Rio Grande do Sul tende a encolher quase 19 %.

Entre 2017 e 2022, o saldo migratório sul‑mato‑grossense foi positivo em quase 49 mil pessoas. O agronegócio, o polo urbano de Campo Grande e plantas de celulose atraíram mão de obra, compensando a queda na taxa de fecundidade.

Santa Catarina lidera a projeção de ganhos populacionais graças ao baixo desemprego e a redes de contato que puxam conhecidos para o estado. Em escala menor, o mesmo fenômeno começa a acontecer no Centro‑Oeste.

Informações: Campo Grande News.

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Fundo Amazônia financiará ações contra incêndios no Cerrado e Pantanal

Verba de até R$ 150 milhões será usada para equipar bombeiros e brigadas em seis estados e no DF

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) confirmaram a liberação de até R$ 150 milhões em recursos do Fundo Amazônia para iniciativas de prevenção e combate a incêndios florestais nos biomas Cerrado e Pantanal.

O projeto contemplado, intitulado Manejo Integrado do Fogo, foi proposto pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e representa a primeira aplicação de recursos do fundo fora da Amazônia Legal.

A gestão do Fundo Amazônia é responsabilidade do BNDES, sob coordenação do MMA.

Fundo Amazônia para iniciativas de prevenção e combate a incêndios florestais

Combate a incêndios florestais
Foto: Envato

As ações previstas incluem apoio aos Corpos de Bombeiros Militares dos estados de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Piauí e Distrito Federal, além da Força Nacional de Segurança Pública.

Os recursos serão utilizados para a aquisição de equipamentos, veículos, máquinas e insumos, visando ampliar a capacidade de resposta frente ao aumento de ocorrências de incêndios florestais em 2024 e à previsão de novos eventos críticos em 2025.

Desde 2023, o Fundo Amazônia tem sido utilizado para apoiar estados da Amazônia Legal no enfrentamento ao fogo, com a aprovação de R$ 405 milhões voltados a nove estados da região. Desse total, R$ 370 milhões já foram contratados.

Os projetos contemplam valores de R$ 45 milhões para Roraima, Amapá, Pará, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso e Tocantins; R$ 21 milhões para o Acre e cerca de R$ 34 milhões para Rondônia.

A ampliação do uso dos recursos do fundo para além da Amazônia foi autorizada pelo Comitê Orientador do Fundo Amazônia (COFA) em maio deste ano. A legislação vigente permite que até 20% dos recursos sejam empregados em outras regiões do país, considerando os riscos associados ao avanço dos incêndios em diversos biomas.

O projeto busca fortalecer a política pública de prevenção e controle do fogo por meio de uma atuação coordenada entre diferentes esferas de governo.

Confira como será destinado o projeto em cada área específica:

Incêndios florestais
Foto: Envato
  • Apoio às brigadas florestais: Serão fornecidos equipamentos de proteção e combate para brigadas comunitárias vinculadas aos Corpos de Bombeiros dos estados participantes. Essas brigadas atuam em áreas estratégicas antes da chegada das equipes oficiais.
  • Reforço à estrutura dos Corpos de Bombeiros: A proposta inclui aquisição de veículos com kits de combate a incêndios, bombas costais, caminhões adaptados (como ABTF e ABTS-1), GPS, drones e outros equipamentos, com o objetivo de garantir maior eficiência e segurança nas operações.
  • Equipamentos para a Força Nacional de Segurança Pública: A Força Nacional será equipada para atuar de forma complementar, em casos que demandem apoio técnico e logístico adicional. Estão previstos drones, caminhonetes, bombas costais, sopradores, notebooks e veículos de transporte adaptados.

A proposta está inserida na Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, que envolve compromissos por parte dos entes federativos apoiados e busca criar uma abordagem integrada, baseada em ciência, para o enfrentamento de incêndios e queimadas.

Além do combate ao fogo, o Fundo Amazônia também já vem sendo utilizado para apoiar o aprimoramento de sistemas de controle ambiental, como o Cadastro Ambiental Rural (CAR), em estados fora da Amazônia Legal.

Informações: Agro2.

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São Paulo ganhará edifício de madeira engenheirada mais alto do Brasil

O Ibá, projetado pelo Estúdio BG, será um dos primeiros residenciais do gênero no país, impulsionando o setor; obras começam no fim do ano

Em alta nos debates sobre o futuro da construção civil e das cidades, a madeira engenheirada está no cerne do Ibá, empreendimento residencial que será lançado em breve em São Paulo, com sete pavimentos, que será o edifício mais alto do Brasil já construído com o material. Com projeto arquitetônico e de interiores do Estúdio BG – dos arquitetos Antonio Brandão e Murilo Gabriele –, o edifício deve entrar em obras no final deste ano e tem previsão de entrega até 2028.

São Paulo ganhará edifício de madeira engenheirada mais alto do Brasil

(Reprodução / Divulgação)


O Ibá – palavra em tupi que significa “fruto” – terá estrutura híbrida, combinando sistemas construtivos tradicionais (especialmente, em concreto) com a madeira engenheirada fornecida pela parceira Urbem, pioneira no Brasil. “Tecnicamente, daria para construir todo o edifício, à exceção da fundação, usando somente a madeira. Mas vimos nessa combinação uma forma de atravessar barreiras no mercado da construção, que ainda conserva alguns preconceitos. É uma escolha que faz parte do processo de tropicalização da tecnologia”, afirma a arquiteta Ana Belizário, especialista em madeira engenheirada e diretora comercial da Urbem.

São Paulo ganhará edifício de madeira engenheirada mais alto do Brasil

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Arquitetura para cidades mais verdes

Em termos ambientais, a madeira engenheirada é considerada uma matéria-prima robusta, industrializada, renovável e uma alternativa de baixo carbono e menos impacto, uma vez que proporciona obras com baixíssima geração de resíduos e canteiro mais limpo, eficiente e seguro. No projeto do Estúdio BG, o material se une a estratégias passivas que reduzem o consumo de energia elétrica, tais como a fachada ventilada com brises solares, ventilação cruzada, conforto térmico natural e uso inteligente da iluminação.

São Paulo ganhará edifício de madeira engenheirada mais alto do Brasil

(Reprodução / Divulgação)


São Paulo ganhará edifício de madeira engenheirada mais alto do Brasil

(Reprodução / Divulgação)


“Levamos dois anos de muito trabalho para realizar esse projeto que vai quebrar um paradigma para a cidade. Sua estrutura híbrida, em madeira e concreto, demandou um tempo maior de estudos e adaptações”, afirma o arquiteto Murilo Gabriele. Segundo ele, trata-se de um empreendimento muito inovador para toda a cadeia da construção.

São Paulo ganhará edifício de madeira engenheirada mais alto do Brasil

(Reprodução / Divulgação)


Além disso, nos apartamentos, Gabriele ressalta que a presença marcante da madeira vai gerar espaços biofílicos, em que há uma maior conexão com a natureza, promovendo o bem-estar das pessoas em um contexto extremamente urbano. O paisagismo integrado, assinado por Rodrigo Oliveira, reforça essa interação, com texturas, volumes e espécies que transformam o residencial em um refúgio natural no meio da metrópole.

São Paulo ganhará edifício de madeira engenheirada mais alto do Brasil

(Reprodução / Divulgação)


Além disso, o empreendimento será construído no Jardim Paulista, região nobre e arborizada da cidade, a apenas 300 metros do Parque Ibirapuera e perto das avenidas Faria Lima e Juscelino Kubitschek, possibilitando aos futuros moradores uma mobilidade urbana mais sustentável entre trabalho, lazer e vida pessoal. A promessa do projeto, que apresenta apenas sete apartamentos, um por andar, é unir arquitetura de alto padrão, design, sustentabilidade, bem-estar e conexão com a natureza – com direito a spa com ofurô e sauna, academia, bicicletário, elevador de veículos e três subsolos de estacionamento.

São Paulo ganhará edifício de madeira engenheirada mais alto do Brasil

(Reprodução / Divulgação)


Mercado em expansão

O empresário Pedro Diniz é o grande investidor do projeto, que é uma realização da Comporta Family Office. A construtora responsável para execução da obra será definida em breve. “Hoje o residencial é de alto padrão, mas acreditamos no crescimento desse mercado e na proliferação de prédios de madeira para médio padrão e até casas populares nos próximos anos”, diz Murilo Gabriele. Para quem se preocupa com a manutenção do material e a segurança da estrutura, ele dá o recado: “É um material de alta tecnologia, que recebe um super tratamento e aplicações que mantêm a madeira mais protegida, de maneira a possibilitar uma manutenção quase zero”.

São Paulo ganhará edifício de madeira engenheirada mais alto do Brasil

(Reprodução / Divulgação)


Quando o assunto é custo, Ana Belizário afirma que um prédio desse tipo sai mais caro, mas traz vantagens significativas. “Material industrializado custa mais porque embarca muita tecnologia, mas é preciso ponderar essa conta, incluindo os benefícios que ela traz, como a redução do tempo da obra, que é uma questão importante para o mercado, além da economia nos acabamentos, já que a madeira pode ficar aparente em todas as unidades. Além disso, basta uma equipe de cinco a oito pessoas treinadas para montar tudo”, pontua.

São Paulo ganhará edifício de madeira engenheirada mais alto do Brasil

(Reprodução / Divulgação)


Em um futuro próximo, é possível que tenhamos cada vez mais edifícios do gênero, especialmente com a entrada de novas empresas especializadas no material – por enquanto, os fornecedores não chegam a dez empresas diferentes no Brasil. “É uma semente que tende a crescer muito, não dá mais para trabalhar sem materiais alternativos. O mundo inteiro está pensando nisso”, finaliza Murilo Gabriele, de olho no que vem por aí.

Informações: CasaCor.

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Suzano amplia produção e lidera mercado de celulose em Mato Grosso do Sul

Empresa investe em tecnologia, empregos e inclusão social no estado

A Suzano, maior produtora de celulose do mundo, reforça sua presença em Mato Grosso do Sul com três unidades operacionais – duas em Três Lagoas e uma em Ribas do Rio Pardo. A empresa atingiu uma capacidade total de 5,8 milhões de toneladas anuais, representando quase metade da produção nacional. A inauguração da unidade de Ribas, em 2024, elevou os investimentos para R$ 22,2 bilhões e consolidou o Projeto Cerrado como marco do setor.

O diretor industrial da Regional Sul, Maurício Miranda, destaca que a empresa impacta diretamente a economia local. “A Suzano faz parte da transformação socioeconômica de Mato Grosso do Sul ao longo de 16 anos. Investimos em educação, qualificação, agricultura familiar e fortalecimento do comércio local, sempre alinhados ao princípio de que ‘só é bom para nós se for bom para o mundo’”, disse. Atualmente, são mais de 9 mil empregos diretos e terceirizados, com 27% das vagas da unidade de Ribas ocupadas por mulheres.

No setor industrial, a Suzano é pioneira em sustentabilidade, reutilizando 85% da água captada e gerando 330 MW de energia limpa, suficientes para abastecer mais de 4 milhões de pessoas. Tecnologias como gaseificação de biomassa e transporte por hexatrens reduzem emissões de carbono. A empresa mantém 808 mil hectares de florestas no estado, sendo 250 mil destinados à preservação ambiental.

Além da produção, a companhia investe em inclusão social e agricultura familiar. Em 2024, cerca de R$ 5 milhões foram aplicados em projetos rurais, com apoio à bovinocultura de leite e hortifruticultura em 12 municípios. A construção da unidade de Ribas trouxe ainda R$ 300 milhões em investimentos em habitação e infraestrutura, incluindo 954 casas e melhorias urbanas.

Mato Grosso do Sul, responsável por 35% das exportações nacionais de celulose, deve ampliar essa fatia nos próximos anos. A capacidade instalada no estado deve quase dobrar, chegando a 14,7 milhões de toneladas anuais, impulsionada por novos projetos como os da Arauco e Bracell, que devem iniciar operações entre 2028 e 2030.

Suzano em Três Lagoas e Mato Grosso do Sul

Informações: Capital News.

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Árvore quase extinta é registrada após 40 anos

Programa de conservação da Norte Energia ajudou a recuperar o pau-cravo, espécie histórica explorada desde o período colonial

Depois de mais de quatro décadas sem registros oficiais, uma árvore quase esquecida da história brasileira foi documentada: o pau-cravo (Dicypellium caryophyllaceum). Espécie nativa da floresta amazônica, pode atingir até 30 metros de altura e é conhecida por seu aroma marcante e sua longa trajetória de exploração no Brasil Colonial. A planta, considerada criticamente em perigo de extinção, foi encontrada na área de influência da Usina Hidrelétrica Belo Monte.

Também conhecido como cravo-do-maranhão ou canela-cravo, o pau-cravo foi intensamente extraído a partir do século XVIII, tanto por seu valor como especiaria quanto por sua madeira de lei. O método de retirada da casca envolvia o corte completo da árvore, o que levou a um colapso populacional da planta. Ao longo do século XX, poucos registros foram feitos na Amazônia até a realização dos Estudos de Impactos Ambientais, em 2008, na região da Usina Belo Monte.

Na época, a Norte Energia, concessionária da usina, liderou ações concretas visando a conservação genética da espécie. Entre os resultados estão a identificação e proteção de 30 árvores matrizes em Área de Preservação Permanente (APP), o transplante para áreas de preservação permanente de 11 plantas localizadas em áreas de supressão vegetal e, no ano de 2024, a produção de mais de 150 mudas em viveiro próprio.

“Estamos falando de uma espécie com importância ecológica, cultural e histórica. Ao cuidar da flora, a Norte Energia reforça seu compromisso com a conservação da biodiversidade da Amazônia e o respeito à memória viva da floresta. No caso do pau-cravo, realizamos um trabalho contínuo, técnico e cuidadoso, voltado à preservação genética e à recuperação dessa espécie rara em seu habitat natural”, afirma Roberto Silva, gerente de Meios Físico e Biótico da Norte Energia.

A importância da conservação do pau-cravo é reconhecida oficialmente pelo Estado brasileiro. Ele consta na Lista Nacional da Flora Ameaçada de Extinção, publicada pelo Ibama em 2008 — norma ainda vigente e que formaliza o status de risco da espécie no território nacional. Estudos mais recentes do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora), coordenado pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro, reafirmam essa condição.


Hoje, o pau-cravo é considerado endêmico do Brasil, com registros confirmados apenas nos estados do Pará — nos municípios de Itaituba e Vitória do Xingu — e do Maranhão, em Buriticupu. As ações de preservação seguirão com o monitoramento das matrizes, novas coletas de sementes, produção de mudas e plantios para recomposição de APPs.

“A ocorrência dessa planta na área protegida pela Norte Energia oferece uma oportunidade única para a ciência, pois permite o estudo de sua biologia, genética, estratégias de regeneração e papel ecológico na floresta. É um ponto de partida para pesquisas que antes eram limitadas pela baixa ocorrência de exemplares em campo”, destaca Roberto. Os dados obtidos pela Usina, inclusive, já subsidiaram parcerias para elaboração de trabalhos acadêmicos, incluindo tese de conclusão de doutorado.

O identificador botânico, Lindomar da Silva Lima, atua na região desde 2011 e participou diretamente desse trabalho. Ele conta que a descoberta transformou sua relação com a floresta.

“Quando a gente encontrou o pau-cravo foi uma alegria muito grande, porque era uma planta que ninguém conhecia, só os antigos falavam. Eu fico muito feliz de ter participado disso. Eu ajudei, apoiei, e vou contar essa história para meus filhos, meus netos, para eles já crescerem sabendo preservar.”

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Setor florestal catarinense faz apelo ao poder público brasileiro

A Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR), há 50 anos defensora do setor de florestas plantadas em Santa Catarina, vem manifestar profunda inquietação diante da decisão do governo dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros — medida que ameaça diretamente a sobrevivência de um dos pilares da economia catarinense.

A madeira proveniente de florestas plantadas é mais do que uma matéria-prima: ela sustenta cadeias produtivas inteiras, gera empregos e consolida Santa Catarina como um dos protagonistas do comércio internacional de madeira. Ao longo das últimas décadas, empresas catarinenses investiram pesado em inovação, sustentabilidade e qualidade para atender com excelência às exigências do mercado norte-americano. Hoje, colhem frutos dessa dedicação — frutos que correm sério risco de serem ceifados.

Só em 2024, os Estados Unidos se destacaram como principais compradores de produtos catarinenses:

* A taxa de porcentagem é sobre o volume total exportado por SC em 2024.

A nova tarifa imposta coloca em xeque a competitividade desses produtos. Caso entre em vigor, Santa Catarina poderá assistir à retração ou até à paralisação de empresas que hoje sustentam mais de 103 mil postos de trabalho, espalhados por 11,4 mil estabelecimentos no estado. O impacto será devastador, atingindo não apenas o setor florestal, mas toda a economia catarinense.

Não se trata apenas de números, mas de histórias, famílias e comunidades inteiras que dependem dessa atividade. Por isso, fazemos um apelo urgente às autoridades brasileiras e norte-americanas: é essencial que o diálogo prevaleça. Que se busquem soluções justas, que respeitem os acordos comerciais e valorizem o esforço contínuo por práticas produtivas responsáveis e sustentáveis.

Preservar esse comércio é proteger empregos, fortalecer parcerias históricas e garantir que décadas de trabalho sério não sejam comprometidas por decisões unilaterais.

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Jose Mario Ferreira
Presidente

Imagem: Divulgação.

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