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Valmet apresenta ampla oferta de soluções de automação em principais eventos do setor

Multinacional finlandesa será destaque no 11.º Seminário e Automação da ABTCP e no 6.º Workshop de Embalagens de Papel; confira

Reforçando cada vez mais seu propósito de liderança global em tecnologia e inovação, a Valmet apresenta um portfólio abrangente e integrado de soluções para os mercados de celulose, papel, cartão e tissue, cobrindo todas as etapas do processo produtivo, do cavaco à conversão do produto acabado. As ofertas em automação incluem medições específicas até sistemas completos de automação de processos industriais, incluindo aplicações básicas e gestão avançada de informações de processos.

Com uma ampla base instalada de aproximadamente 5.000 sistemas de automação e mais de 100.000 analisadores e transmissores em todo o mundo, a Valmet assegura compatibilidade contínua de sistemas e suporte ininterrupto, garantindo alta disponibilidade e eficiência energética. Suas soluções focam na melhoria da performance dos processos e suportam a redução do uso de químicos e do consumo de água, além de otimizar o uso de matérias-primas e aprimorar o controle de qualidade. Referência no segmento, a Valmet confirma sua presença em dois eventos do setor neste em abril: o 11.º Seminário de Automação da ABTCP e o 6.º Workshop de Embalagens de Papel.

Durante o evento promovido pela Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel, a ser realizado em São Paulo, a gigante finlandesa conduzirá uma palestra intitulada “O Controle da Máquina de Papel do Futuro”. Alinhado ao tema central do evento, “Avanços no uso da Inteligência Artificial para elevar a eficiência operacional”, os especialistas da multinacional discutirão como a implementação de APCs (Controladores Avançados de Processo) e a aplicação de tecnologias da Internet Industrial estão revolucionando o controle de processo e direcionando as empresas rumo autonomia das fábricas.

No workshop organizado pela ABTCP em parceria com a Empapel, o gerente de Vendas de Sistemas de Controle de Qualidade da Valmet, Angelo Leite da Silva, abordará estratégias para potencializar a produtividade e a qualidade em máquinas onduladeiras. “Os fabricantes de embalagens enfrentam inúmeros desafios ao buscar elevar sua produtividade e a qualidade de produção em onduladeiras. Essas dificuldades podem ser superadas com a implementação de sistemas avançados de controle da qualidade, que contribuem para a redução de desperdícios, diminuição do consumo de cola e de vapor, além de possibilitar um aumento na velocidade operacional média. A apresentação detalhará práticas e resultados obtidos nos últimos anos”, afirma Angelo.

Para mais informações sobre o 11.º Seminário de Automação da ABTCP, basta acessar o site da associação, enquanto detalhes sobre o 6.º Workshop de Embalagens de Papel podem ser consultados no site oficial do evento.

11.º Seminário de Automoção da ABTCP

Tema: Avanços no uso da Inteligência Artificial para elevar a eficiência operacional.

Data do Evento: 18/04/2024

Horário: 8h30 às 17h00

Local: OJI PAPÉIS – Estr. Monte Alegre, 3393 – Piracicaba – SP

Inscrições e informações: https://www.abtcp.org.br/seautomacao

Palestra Valmet: O Controle da Máquina de Papel do Futuro – Gabriel Morgan da Silva, gerente de Vendas de Serviços, e Bruno de Carvalho Gonçalves, engenheiro de Aplicação

6.º Workshop de Embalagens de Papel

Data do Evento: 25/04/2024

Horário: 8h30 às 17h00

Local: Hotel Senac Ilha do Boi – Rua Bráulio Macedo, 417 – Ilha do Boi – Vitória – ES

Inscrições e informações:

https://www.universidadesetorialabtcp.org.br/loja-eventos/6-workshop-de-embalagens-de-papel-detail

Palestra Valmet: Como aumentar a produtividade e a qualidade em onduladeiras – Angelo Leite da Silva, gerente de Vendas de Sistemas de Controle de Qualidade

Sobre a Valmet

A Valmet é líder global no desenvolvimento e fornecimento de tecnologias avançadas de processos, automação e serviços para as indústrias de celulose, papel e energia. Com nossos sistemas de automação e válvulas de controle de fluxo abrangem uma gama diversificada de indústrias de processo. Com uma equipe de mais de 19.000 profissionais distribuídos globalmente, nos empenhamos em fortalecer o desempenho operacional de nossos clientes diariamente, garantindo uma parceria próxima e eficaz. A empresa tem mais de 220 anos, a Valmet é sinônimo de inovação constante, melhorias contínuas e compromisso com a excelência. Em 2023, as vendas líquidas atingiram aproximadamente 5,5 bilhões de euros, refletindo a solidez no mercado e a confiança dos nossos clientes. As ações da Valmet estão listadas na Nasdaq Helsinki e a sede fica em Espoo, na Finlândia. Mais informações em: valmet.com | X | X (IR) | LinkedIn | Facebook | YouTube | Instagram |

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Aliança Brasil NBS debate perspectivas para a regulamentação do mercado de carbono, no dia 09 de abril

O webinar será realizado a partir das 11h e receberá representantes do Ministério da Fazenda, do Ministério do Meio Ambiente e do Consórcio Amazônia Legal

A Aliança Brasil NBS, associação sem fins lucrativos que tem como propósito fortalecer as iniciativas brasileiras em Soluções Baseadas na Natureza (do inglês Nature-Based Solutions – NBS), realiza, no próximo dia 09 de abril, das 11h às 12h30, o webinar gratuito “O Mercado de Carbono Regulado em 2024: Avanços e Perspectivas”. O encontro será dedicado a todos os interessados no tema, de empresas a agentes do governo e organizações não-governamentais, de especialistas e profissionais da área a pesquisadores e estudantes. Para participar, é necessário fazer inscrição pelo link https://lnkd.in/dEWubpdU.

O webinar pretende trazer ao centro do debate o PL 182/24 (2.148/2015), da Câmara dos Deputados, que trata da regulamentação do mercado brasileiro de carbono. No evento online, o texto atual será analisado pelos painelistas convidados, com perspectivas de possíveis desdobramentos e a expectativa de aprovação pelo Senado Federal. 

A mesa será coordenada pela presidente da Aliança Brasil NBS, Janaina Dallan, e receberá Cristina Reis, subsecretária de Desenvolvido Econômico Sustentável do Ministério da Fazenda, Raoni Rajão, diretor do Departamento de Políticas de Controle do Desmatamento e Queimadas do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças do Clima (MMA), Marcello Brito, secretário-executivo do Consórcio Amazônia Legal, e Jeronimo Roveda, Secretário Geral da Aliança Brasil NBS.

“A proposta do webinar é ampliar os diálogos em torno do projeto de lei atual e debater sobre os possíveis caminhos para o avanço da regulamentação do mercado de carbono brasileiro em 2024. Trazendo visões do governo federal, dos Estados e do setor privado, o evento tem como objetivo proporcionar ao público uma visão atualizada do processo de regulamentação e convida a aprofundarmos nas diferentes perspectivas e desafios envoltos no tema”, explica Carla Zorzanelli, coordenadora da Aliança Brasil NBS. 

Webinar “O Mercado de Carbono Regulado em 2024: Avanços e Perspectivas”

Data: 09 de abril de 2024
Horário: 11h às 12h30
Inscrições:https://lnkd.in/dEWubpdU
Mais informações: nbs@nbsbrazilalliance.org

Sobre a Aliança Brasil NBS:

Fundada em 2021, a Aliança Brasil NBS é uma associação sem fins lucrativos que tem como propósito fortalecer as iniciativas brasileiras em Soluções Baseadas na Natureza (do inglês Nature-Based Solutions – NBS), que visam combater o desmatamento, restaurar florestas e implementar práticas sustentáveis por meio do mercado de créditos de carbono. A instituição representa as empresas desenvolvedoras de projetos de carbono responsáveis por mais de 70% dos créditos brasileiros emitidos desde o ano passado, relativos a NBS e AFOLU (Agriculture, Forestry and Other Land Use), além de organizações não-governamentais, investidores de impacto e empresas de integridade. A Aliança Brasil NBS surgiu da demanda das empresas de carbono que atuam no Brasil por uma autoridade técnica, que pudesse trabalhar pelo nivelamento das práticas de mercado e em prol da agenda positiva do setor. 

Foto: Paulo Cardoso.

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A madeira maciça é o elemento-chave num futuro de baixo carbono?

*Artigo de Mark Alan Hewitt.

Os templos chineses permanecem há séculos, fustigados por ventos e terremotos, sem nenhuma rachadura ou madeira fora do lugar. Eles empregam uma técnica antiga chamada “construção de conjunto de suportes” que não requer pregos ou peças de metal para conectar elementos estruturais de madeira. As igrejas de madeira escandinavas são quase tão duráveis. Não é novidade que existem muitas árvores na Suécia e em toda a China.

Então, qual é o entusiasmo sobre a inovação na construção de “madeira em massa” nos últimos anos? Como Boyce Thompson argumenta em seu novo e cuidadoso livro, Innovations in Mass Timber: Sequestering Carbon with Style in Commercial Buildings (Schiffer Publishing), esta será a próxima grande novidade em tecnologia “verde” para arquitetos que se sentem culpados por suas dispendiosas películas de titânio e tamanhos descomunais. pegadas de carbono. As fotos coloridas mostram alguns edifícios impressionantes em lugares onde a indústria madeireira sempre foi saudável, como o noroeste do Pacífico e a Escandinávia. Pergunte a alguém no Oriente Médio onde conseguir madeira e você receberá um olhar interrogativo. Os japoneses constroem cabanas de madeira com material importado que poderia muito bem ser ouro.

Um projeto se destaca imediatamente. Shigeru Ban, um arquitecto vencedor do Prémio Pritzker que constrói com tubos de papel quando podem cumprir um orçamento apertado, deu à empresa de relógios Swatch uma sede maluca feita com grandes madeiras laminadas laminadas numa configuração semelhante a um tubo que cria um telhado translúcido sobre betão. escritórios de estrutura. Uma vez que a maior parte da construção parece ser convencionalmente não sustentável, estamos a olhar para “greenwashing” aqui? (Só perguntando.) 

Como muitas alegações falsas de que há promessas na “alta tecnologia verde”, a mania da madeira maciça é excitante até que se percebe que os artifícios são concebidos para esconder problemas económicos e políticos maiores que devem ser resolvidos antes de podermos chegar à nossa utopia líquida zero. . Como arquiteto que há décadas restaurou edifícios de madeira pesada e construiu com estruturas tradicionais, já acredito. Você não pode fazer melhor do que a construção dos Três Porquinhos. Como argumenta Steve Mouzon em seu site Original Green , o design tradicional é sustentável por definição.

Portanto, adicionar alguns novos produtos colados a um catálogo que já incluía elementos compostos de madeira de grandes seções é uma ótima opção. A tecnologia da madeira em massa existe há mais de um século em países onde a madeira é abundante. Alvar Aalto usou muitos tipos diferentes de estruturas de madeira de “alta tecnologia” em seus edifícios da década de 1930. Paul Hayden Kirk fez o mesmo em edifícios ao redor de Seattle nas décadas de 1950 e 1960. À medida que o tamanho das árvores colhidas nessas áreas diminuía, os fabricantes foram forçados a encontrar maneiras de criar madeiras grandes a partir de madeiras menores e mais finas, unindo-as. As primeiras colas usavam formaldeído e causavam problemas de saúde. Hoje temos alternativas melhores, mas adesivos fortes são fundamentais.

As duas novidades do bloco são painéis e grandes conjuntos de vigas e colunas formados por chips. As esquadrias laminadas de madeira curvada sempre foram uma opção para estruturas de médio vão, como igrejas. Antes de entrarmos nas suas inovações, porém, devemos abordar o elefante no coliseu: os códigos de construção modernos.

Os engenheiros contemporâneos e os responsáveis ​​pelo código têm medo da madeira. Eles têm algumas preocupações legítimas sobre um material que geralmente é onipresente em climas úmidos e temperados. Durante séculos, os edifícios de madeira forneceram combustível para incêndios enormes e terríveis nas cidades e nos campos. (Pense na vaca da Sra. O’Leary.) Prédios de madeira feitos de “construção em pau” queimam rapidamente. Madeiras maciças não funcionam, mas antigamente não havia bombeiros disponíveis para apagar os incêndios em poucas horas. Acredite ou não, os nossos códigos de incêndio baseiam-se em estudos de caso do início do século XX e proíbem ou desencorajam a construção em madeira para a maioria dos tipos de edifícios públicos, bem como habitações de vários andares.

Além disso, as vigas de madeira são relativamente fracas na flexão em comparação com o aço, de modo que os vãos máximos são menos da metade do esperado para vigas de aço com flange larga ou vigas em J. Se alguém estiver projetando um edifício alto ou médio em uma cidade, precisará de 6 metros ou mais para economia e flexibilidade. E os engenheiros de hoje não estão treinados para trabalhar com ligações madeira-madeira ou madeira-aço quando métodos mais simples, utilizando aço ou betão armado, já estão modelados no seu software. Eles olham para seus computadores e são desencorajados a se arriscar (desculpe) para especificar componentes estruturais de madeira. Na minha experiência, muitos simplesmente se recusam a trabalhar em edifícios de madeira, mesmo os históricos.

Digite as novas vigas de grande seção e colunas de madeira que são fabricadas a partir de pequenas tiras ou lascas de espécies de madeira onipresentes. Sem a necessidade de fresar tiras de abeto, abeto ou pinho com 3 ou 4 polegadas de profundidade para criar seções convencionais de madeira lamelada, as empresas têm liberdade para usar peças menores em seções grandes que podem ser prensadas a quente com menos cola. A economia resultou em preços competitivos, em comparação com a construção em aço ou concreto. Embora os especialistas discordem sobre se a madeira maciça é mais barata, a indústria está pressionando fortemente por mudanças no código que lhe permitirão competir em condições de concorrência equitativas.

Na verdade, existem dois produtos revolucionários que arquitetos inteligentes estão usando com elegância. Os painéis de madeira laminada cruzada (CLT) são formados pela laminação de tiras de madeira perpendiculares entre si em camadas sucessivas. Muitos construtores usam vigas de madeira laminada (LVL) na estrutura da casa; você pode encontrá-lo na Home Depot. A nova variedade confusa é a madeira laminada (LS) e não é feita de folheados. O painel de fios orientados (OSB) é seu primo mais próximo, pois ambos usam cavacos de madeira, que muitas vezes são restos de uma serraria, como matéria-prima. Isso significa seções mais fracas, então você não pode fazer isso funcionar em vãos longos. Porém, podem-se utilizar vigas e pilares maiores em montagens de madeira porque resistem às chamas quando há mais madeira para queimar e porque pesam menos que o concreto. Eles também tendem a ficar bonitos quando terminados. O CLT pode ser estrutural e não portante, como quando utilizado em forros.

O que muitos arquitectos de ponta estão a apostar é que toda a gama de produtos de madeira pode ser sobrecarregada com novos métodos de fabrico e construção para dar nova vida a uma indústria antiga. Acontece que a madeira é mais leve e mais rápida de construir do que o aço ou o concreto, economizando tempo valioso de mão de obra e custos de envio. E aquelas juntas de madeira difíceis? Novas tecnologias facilitam a fabricação com máquinas CNC, para que encaixes e espigas possam ser cortados em segundos. Embora muitas conexões ainda exijam placas e suportes de metal, eles são menos intrusivos do que os grandes reforços de ferro vistos em muitos edifícios de fábricas antigas. Guindastes usados ​​em edifícios de aço podem levantar e manipular grandes vigas e colunas de madeira com facilidade.

O livro de Thompson documenta uma ampla gama de projetos interessantes com detalhes suficientes para abrir o apetite por mais. Ele não atenua os problemas que destaquei aqui, mas dá exemplos de novos códigos de construção que estão a caminho da aprovação tanto nos EUA como na Europa. A questão da umidade nos canteiros de obras também é mencionada, com a ressalva de que mesmo as madeiras laminadas encolhem e expandem o suficiente para causar dores de cabeça aos construtores. Mas não confunda este livro com um manual técnico, pois os dados estão espalhados pelos estudos de caso e não são abrangentes.

Os projetos que achei mais interessantes foram aqueles que utilizavam madeira de uma forma que só a madeira pode ser utilizada. Apartamentos de oito a 12 andares ou torres de escritórios com grades que poderiam ser de concreto não me impressionam, mas compostos de madeira e vidro, como o Museu Hans Christian Andersen (Dinamarca) e Sara Kulturhus (Suécia) são deslumbrantes. Parece que a arquiteta de Seattle, Susan Jones, é pioneira com dois projetos no livro, um deles na minha cidade natal, Bellevue, no lado leste do Lago Washington. Ela teve que trabalhar com códigos e bombeiros para aprovar seus edifícios, mas descobriu que eles estavam sujeitos a alguns hacks engenhosos.

Um projeto gigantesco que não pode ser avaliado devido à sua construção híbrida foi construído recentemente na Austrália. Os arquitetos não foram exigentes quanto à mistura de materiais, metáforas e motivos de design, por isso o Bunjil Place agrada a todos, dando-lhes opções: se você não gosta de uma fachada ou espaço, caminhe mil metros e verá algo diferente. A extraordinariamente complexa estrutura de madeira em forma de perna de águia na entrada principal é puramente decorativa, já que os arquitetos tiveram que usar aço e concreto para a maioria dos telhados em forma de asa. Os únicos outros elementos de madeira no vasto complexo multiuso foram os painéis de parede, que possuem núcleo de madeira, mas metal e placa de gesso nas superfícies externas e internas. O edifício é uma maravilha, mas não o chame de madeira maciça.

Sejamos claros: qualquer coisa construída em madeira é sustentável e reduz a nossa pegada de carbono colectiva. As árvores são as melhores máquinas de sequestro de carbono da natureza. Eles podem ser cultivados de forma sustentável ou cortados para fins lucrativos e desperdiçados. A indústria madeireira global dificilmente se comportou como um bom cidadão durante a maior parte do século passado. Se for forçado a jogar bem com os outros, isso será um benefício para a indústria da construção. Adicionar novos produtos e dar aos arquitetos bons motivos para empregá-los é algo que aplaudo. Mas ainda podemos construir com paus, treliças e árvores no telhado, como temos feito há milênios. Um carvalho branco de 200 anos é tão grande quanto qualquer coisa feita hoje em uma fábrica – se você conseguir encontrar um.

*Mark Alan Hewitt é arquiteto, historiador e preservacionista que mora em Sutton, New Hampshire. Ele lecionou por muitos anos em escolas de arquitetura americanas e também lecionou História da Arte na Rutgers University. Seu último livro, Draw In Order To See, foi publicado pela ORO Editions em 2020. Ele está trabalhando em um estudo sobre os arquitetos da Escola da Filadélfia e atua na Academia de Neurociências para Arquitetura. Ele é um membro da AIA.

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Eldorado Brasil inicia o mês de abril com vagas para Auxiliar de Cozinha e Ajudante Florestal

A oportunidade de ajudante são para as cidades de Água Clara, Três Lagoas e para o distrito de Arapuá e Auxiliar de Cozinha para Água Clara, no Mato Grosso do Sul

A Eldorado Brasil está abrindo suas portas para novos talentos neste início de abril. As vagas são para as áreas de Auxiliar de Cozinha para a cidade de Água Clara e Ajudante Florestal, destinadas para as cidades de Água Clara, Três Lagoas e para o distrito Arapuá, ambas no estado de Mato Grosso do Sul, proporcionando oportunidades de desenvolvimento profissional em um ambiente dinâmico e desafiador. Nos dias 2, 3, 5 e 10 de abril serão realizadas entrevistas presenciais conforme agenda nessas localidades.

Na função de Auxiliar de Cozinha, o profissional será responsável pela organização e higienização dos ambientes das cozinhas, produção de kits de café da manhã, preparo de bebidas e sobremesas, além do auxílio no recebimento de mercadorias. Esta oportunidade está disponível exclusivamente em Água Clara.

Para a posição de Ajudante Florestal, as atividades incluem trabalhos como plantio, irrigação, replantio, adubação, roçada, capina e manejo de mudas. Esta oportunidade requer aderência ao trabalho em campo e disponibilidade para alojamento nas frentes de trabalho em Água Clara, Três Lagoas e Arapuá.

Requisitos

Para a posição de auxiliar de cozinha, é exigido ensino fundamental completo. Já para o cargo de ajudante florestal, não é obrigatório. Ambas as funções requerem disponibilidade para trabalhar em diferentes turnos e aderência às atividades específicas de cada função.

Benefícios

A Eldorado oferece diversos benefícios atrativos para seus colaboradores, tais como assistência médica e odontológica, vale alimentação, programa de participação de resultados, plano de previdência privada e seguro de vida.

Confira a agenda e local das entrevistas presenciais em cada uma das cidades:

  • 02/04/24 – Arapuá (Ajudante Florestal)

Local: Centro Comunitário Arapuá

Horário: 8h às 11h

  • 03/04/24 – Água Clara (Ajudante Florestal e Auxiliar Cozinha)

Local: Escritório da Eldorado Brasil – Rua: Filinto Luiz Ottoni, S/N – Bairro: Jardim Nova Água Clara

Horário: 8h às 17h

  • 05/04/24 – Três Lagoas (Ajudante Florestal)

Local: SENAI – Rua: José Amilcar Congro Bastos, 1313– Bairro Vila Nova em Três Lagoas

Horário: 8h às 17h

  • 10/04/24 – Água Clara (Ajudante Florestal e Auxiliar Cozinha)

Local: Escritório da Eldorado Brasil – Rua: Filinto Luiz Ottoni, S/N – Bairro: Jardim Nova Água Clara

Horário: 8h às 17h

Os interessados devem comparecer às entrevistas munidos de documentos pessoais, incluindo RG, CPF e Carteira de trabalho – todas as vias.

Para mais informações sobre as vagas, acesse:     

https://vagaseldoradobrasil.gupy.io/

SOBRE A ELDORADO BRASIL CELULOSE

A Eldorado Brasil Celulose é reconhecida globalmente por sua excelência operacional e seu compromisso com a sustentabilidade, resultado do trabalho de uma equipe qualificada de mais de 5 mil colaboradores. Inovadora no manejo florestal e na fabricação de celulose, produz, em média, 1,8 milhão de toneladas de celulose de alta qualidade por ano, atendendo aos mais exigentes padrões e certificações do mercado internacional. Seu complexo industrial em Três Lagoas (MS) também tem capacidade para gerar energia limpa para abastecer uma cidade de 1,2 milhão de habitantes. Em Santos (SP), opera a EBLog, um dos mais modernos terminais portuários da América Latina, exportando o produto para mais de 40 países. A companhia mantém um forte compromisso com a sustentabilidade, inovação, competitividade e valorização das pessoas.

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Microsoft adquire créditos de carbono de nova instalação de biochar

A Microsoft anunciou um grande acordo com o The Next 150, planejando comprar 95.000 toneladas de créditos de remoção de carbono ao longo de seis anos. Esses créditos serão originados de uma nova instalação de biochar no México, gerenciada pela The Next 150.

Biochar é um carvão orgânico produzido pelo aquecimento de materiais como resíduos florestais ou restos de colheitas sem oxigênio. Isto forma uma forma de carbono estável que pode permanecer no subsolo por um longo tempo, sequestrando assim o carbono. Além disso, o biochar aumenta a fertilidade do solo, promove o crescimento das plantas e auxilia na remediação de solos contaminados.

The Next 150, um desenvolvedor de risco para remoção de carbono estabelecido em 2022, tem como objetivo fornecer resultados ambientais e financeiros positivos.

Aquisição de crédito de carbono da Microsoft da biochar

A organização promove projetos que incentivam o sequestro de carbono, desde agrossilvicultura até produção de energia renovável. O seu modelo robusto de receitas por projecto conduz a um fluxo de rendimento sustentável, promovendo tanto a restauração ambiental como o crescimento económico.

A instalação de biochar no México, sob a General Biochar Systems (GBS) – uma subsidiária da The Next 150, utiliza resíduos agrícolas para gerar biochar, beneficiando substancialmente os agricultores locais. Esta operação reduzirá as emissões de gases com efeito de estufa, alinhando-se assim com os objetivos de sustentabilidade da Microsoft e ajudando no seu objetivo de se tornar negativo em carbono até 2030.

Patrick Atanasije Pineda, sócio-gerente da The Next 150, expressou que compromissos como o da Microsoft são cruciais para viabilizar projetos de biochar em grande escala. Não só impulsiona o crescimento económico, mas também estabelece as bases para iniciativas ambientais de elevado impacto.

Este acordo é apenas um dos muitos compromissos de remoção de carbono da Microsoft, com o objetivo final de alcançar a neutralidade de carbono até 2030. Brian Marrs, da Microsoft, afirmou que esta parceria é um passo crucial para os seus objetivos de sustentabilidade, esperando que a colaboração aumente os investimentos na redução de carbono. tecnologias e soluções, incentivando, em última análise, outros gigantes da indústria a assumirem compromissos semelhantes.

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Créditos de carbono florestais são os mais eficazes, diz estudo

Do ponto de vista da ciência, preservação e restauro de florestas tropicais oferecem o melhor benefício climático entre as soluções baseadas na natureza

De um ponto de vista estritamente climático, as atividades geradoras de créditos de carbono mais comuns no Brasil – desmatamento evitado e reflorestamento – estão entre as mais eficazes soluções de combate ao aquecimento global baseadas na natureza.

Essa foi a conclusão de uma revisão de artigos científicos publicada no final de março na revista Nature Climate Change.

Especialistas de 11 instituições, incluindo Universidade Columbia e duas das maiores ONGs ambientais do mundo, Environmental Defense Fund (EDF) e The Nature Conservancy, analisaram a produção acadêmica relacionada a 43 atividades que reduzem ou removem gases de efeito estufa.

O paper não se debruça nem tenta analisar os méritos individuais das várias alternativas existentes. O painel de 27 pesquisadores se baseou na literatura disponível para determinar quais atividades têm mais respaldo científico e, portanto, deveriam ser priorizadas com recursos.  

O resultado do trabalho é uma matriz que cruza o impacto potencial das atividades (em termos de redução ou remoção de carbono) com o grau de confiabilidade de cada uma delas.

Conservar ou restaurar florestas temperadas ou tropicais ­– a amazônica é a maior de todas – apresenta a melhor relação entre esses dois indicadores.

Em outras palavras, são as estratégias que combinam benefício climático com um maior grau de certeza científica em relação a reduções ou remoções de carbono.

“Há uma enorme proliferação de soluções climáticas baseadas na natureza, e muitas delas já têm protocolos para a geração de créditos de carbono”, disse ao Reset Doria Gordon, pesquisadora-sênior do EDF e uma das autoras do estudo.

“Queremos acelerá-las, mas não podemos depender de rotas que ainda não entendemos plenamente”, afirma Gordon. “Em vários casos a ciência ainda não é conclusiva.”

Atividades como a preservação e restauração de corais foram consideradas as de menor impacto e confiabilidade. Métodos como restauro de áreas pantaneiras, rotação de culturas agrícolas e manejo de pastagens ficaram no meio do caminho.

Os motivos variam: em alguns casos ainda há poucos estudos científicos sobre o assunto; em outros, houve divergência entre os pesquisadores consultados. 

Nesses casos, são necessárias mais pesquisas, argumentam os autores. Soluções “sem forte sustentação científica ameaçam a contabilidade global [de carbono], potencialmente superestimando benefícios climáticos futuros e minando a confiança nas soluções naturais rigorosas”.

Ressalvas

As conclusões devem ser lidas pelo que são, afirma a pesquisadora. Em primeiro lugar, elas representam um apanhado da literatura científica existente e levam em conta apenas o benefício do carbono.

Isso não significa que a proteção de corais ou a agricultura de baixo carbono não tragam outros ganhos, seja de biodiversidade ou sociais.

O segundo ponto, e talvez mais crítico, é que uma sólida fundação na ciência não garante bons projetos geradores de créditos.

Já existem evidências suficientes sobre a capacidade de armazenamento de CO2 das árvores da Amazônia e as maneiras de medir as mudanças nas paisagens remotamente, usando imagens de satélite, afirma Gordon.

“O que não fica claro é se estamos implementando bem os projetos. E são coisas muito diferentes. Só podemos contar com essas soluções [no combate à mudança climática] se elas forem feitas do jeito certo.”

De “superfaturamento” de carbono a exploração de populações indígenas e comunidades locais mancharam a reputação do mercado, no qual empresas compram esse tipo de crédito voluntariamente para compensar suas emissões.

Várias medidas de autorregulação, tanto do lado da geração dos créditos quanto do lado dos compradores, vêm sendo desenvolvidas globalmente para recuperar a credibilidade desse instrumento.

Gordon afirma que a confiança científica anda em paralelo com a mercadológica. Com a ressalva de que seu olhar é acadêmico, ela afirma que o setor avançou nas últimas duas décadas.

“Acho que os padrões atuais aprenderam com os erros do passado. Se os investidores insistirem neles, a confiança vai retornar.”

Ao mesmo tempo, a solidez científica das atividades não pode ser ignorada. Gordon aponta as turfeiras, tipicamente consideradas um grande sumidouro de CO2.

Esses ecossistemas são normalmente inundados e formados por camadas de matéria orgânica parcialmente decomposta, o que explica as grandes quantidades de carbono armazenadas.

Mas em algumas partes do planeta o nível da água nas turfeiras vem caindo ou apresentando grandes variações. Com secas prolongadas ou incêndios, as turfeiras podem se tornar emissoras em vez de sequestradoras de carbono.

Esse é o tipo de incerteza, potencializada pelas mudanças no clima, que o estudo tentou capturar.

Não se trata de determinar por quanto tempo aquele CO2 está “seguro”, mas sim entender que talvez faça mais sentido investir em outras soluções cujos riscos são mais bem compreendidos, afirma a pesquisadora.

Informações: Capital Reset.

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Marcelo Francia Arco-Verde assume a Chefia Geral da Embrapa Florestas

O pesquisador Marcelo Francia Arco-Verde assumiu interinamente, a partir de segunda-feira 01/04, o cargo de chefe geral da Embrapa Florestas. Arco-Verde é engenheiro florestal, com doutorado em silvicultura. É pesquisador da Embrapa desde 1994, já foi chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Roraima e está na Embrapa Florestas desde 2012. Atualmente, é também presidente da Sociedade Brasileira de Sistemas Agroflorestais. Durante sua trajetória profissional, Arco-Verde tem trabalhado em todo o país apoiando pesquisas para a viabilidade financeira de sistemas de produção e o desenvolvimento de sistemas sustentáveis na agricultura familiar, com espécies florestais nativas e introduzidas.

O pesquisador Guilherme Schühli será o novo chefe de Pesquisa e Desenvolvimento. Biólogo com doutorado em ciências biológicas/entomologia, o pesquisador tem atuação também em genética molecular. Permanecem na equipe de chefia a pesquisadora Edina Moresco, na chefia adjunta de Transferência de Tecnologia; e Rejane Stumpf Sberze, na chefia de Administração.

Para este período, Arco-Verde e equipe definiram linhas estratégicas de ação tanto para o ambiente interno quanto externo. “Na gestão externa, vamos seguir algumas linhas de trabalho, sempre buscando fortalecer e ampliar as parcerias, internas e externas, incluindo a agricultura familiar e movimentos sociais”, explica o chefe geral. “Vamos elaborar um plano estratégico para tornar a Embrapa Florestas um centro de referência em pesquisas e tecnologias para a Mata Atlântica e aumentar a participação da Unidade nas demandas de pesquisa e desenvolvimento, e transferência de tecnologias socioambientais junto a parceiros da região amazônica”, completa.

Para isso, a ideia é ⁠expandir as parcerias da Embrapa Florestas com outras unidades da Embrapa e com órgãos governamentais para promover o desenvolvimento florestal integrado e sustentável, com base em silvicultura, sistemas integrados de produção, restauração florestal e mudanças climáticas. “Com isso, vamos poder contribuir para impactos econômicos, sociais e ambientais positivos a partir da pesquisa florestal e adoção de sistemas produtivos mais sustentáveis”, completa Arco-Verde.

Na gestão interna, a nova equipe de chefia vai trabalhar para dar maior autonomia às chefias adjuntas no planejamento, organização de processos e execução de metas em cada setor, com fortalecimento dos grupos de pesquisa e do Comitê Técnico Interno (CTI), com maior participação nas tomadas de decisão da Embrapa Florestas. “Vamos promover maior aproximação entre as áreas de pesquisa e de transferência de tecnologia, além de diálogos frequentes com o sindicato local e nacional”, explica. O chefe geral completa ainda que, “em termos de qualidade de vida aos empregados, vamos priorizar a humanização do ambiente de trabalho, por meio do diálogo, respeito, acolhimento e interação entre gestores e empregados, incentivando a participação de todos na gestão, com melhorias na interação com os empregados dos serviços terceirizados e, claro, adaptando as necessidades às exceções”, explica o novo Chefe Geral.

O mandato interino permanece até que a Diretoria Executiva da Embrapa conduza um novo processo de recrutamento e seleção para o cargo de chefe-geral efetivo.


Informações: Embrapa Florestas.

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Onde estão os créditos de carbono brasileiros? Este painel aponta

Ferramenta reúne em um único lugar projetos de conservação e restauro florestal que negociam créditos no mercado voluntário

Estimativas não faltam sobre o potencial bilionário dos créditos de carbono florestais e a oportunidade do Brasil como um dos grandes vendedores desses ativos naturais.

Saber quais são e onde estão os projetos de proteção e restauro de vegetações nativas é outra história. Ou era.

Um painel interativo lançado hoje reúne pela primeira vez em um lugar só todas as informações publicamente disponíveis sobre as iniciativas que geram (ou pretendem gerar) carbono florestal no Brasil.

A iniciativa foi do Idesam, entidade sem fins lucrativos com atuação na Amazônia e que defende o sistema de compensações voluntárias – diferente do mercado regulado, em discussão no Congresso – como uma fonte importante de recursos para a proteção da natureza.

A ferramenta inclui apenas os créditos de padrão Verra para atividades como desmatamento evitado (também conhecidos como REDD+), restauro florestal e agricultura, mas esse recorte contempla a imensa maioria dos projetos do país.

Hoje, estes são alguns dos grandes números do mercado voluntário brasileiro compilados pelo Painel de Carbono Florestal:

  • 139 projetos
  • 33 já emitiram créditos
  • 96 têm algum co-benefício socioambiental
  • 60 desenvolvedores
  • 99% dos créditos emitidos vêm da Amazônia Legal
  • 95% dos projetos são realizados em áreas privadas
  • 1,8 bilhão de créditos estimados entre 2020-2050

A interface também mostra a localização de cada um deles no mapa (foto acima) e detalhes como os responsáveis, o tamanho da área coberta e a produção esperada – cada crédito de carbono equivale a uma tonelada de CO2 que deixou de ser emitida ou foi retirada da atmosfera.

Não há dados sobre valores, pois as transações são privadas. Uma possibilidade é incluir no futuro os créditos que foram aposentados, ou seja, tirados de circulação, pois o benefício climático foi contabilizado pelo comprador.  

Trabalho manual

A maior parte do trabalho foi manual, diz Victoria Bastos, líder da área de serviços ambientais do Idesam. “A única maneira de saber mais sobre os projetos era entrar na plataforma da Verra, baixar planilhas e outros documentos e ler tudo, um por um.”

As informações são públicas, mas navegar pelo site da certificadora e saber onde encontrar os vários indicadores não é trivial para os leigos (e mesmo os entendidos reclamam da usabilidade do site da Verra).

A necessidade de uma alternativa mais acessível ficou clara numa reunião de que Bastos participou alguns anos atrás com o governo amazonense.

A certa altura, um integrante da secretaria do Meio Ambiente disse não saber ao certo quantas iniciativas de créditos de carbono existiam no Estado.

“Quando começamos a fazer o levantamento, já tínhamos percebido que a cada mês aparecia algo novo, mas não existia um lugar para acessar as informações de forma rápida e visual”, afirma Bastos.

O painel mostra todos os projetos cadastrados na certificadora, incluindo os ainda em análise. Dos 139 que constam da base de dados, mais da metade ainda se encontra em fase de validação, e somente 33 emitiram créditos.

Os dados serão atualizados a cada três meses, o que não deve ser um problema diante do ritmo – extremamente lento, segundo os críticos – de aprovação pela Verra.

Alertas

A plataforma oferece uma análise da situação fundiária das áreas em que os projetos são realizados, mostrando se o Cadastro Ambiental Rural (CAR) da propriedade já está regularizado, por exemplo.

O Idesam também plotou os empreendimentos em um mapa para verificar se havia sobreposição com áreas públicas.

Em alguns casos a coincidência é pequena e provavelmente causada por um erro, diz Bastos. Outros apresentam problemas potencialmente mais sérios, mas o painel não pretende fazer nenhum tipo de avaliação definitiva.

“Houve um caso de sobreposição em que procuramos o desenvolvedor ainda na etapa de consulta pública. Eles responderam que o Incra já tinha reconhecido a propriedade deles, mas a base de dados pública não estava corrigida.”

O importante, diz Bastos, é que a informação esteja disponível para que eventuais interessados no projeto possam buscar mais detalhes por conta própria.

 O carbono na ponta

Um dos objetivos do painel era mostrar que povos indígenas, comunidades tradicionais e agricultores familiares têm participação pequena como “donos” de projetos.

Essas populações aparecem como proponentes – ou seja, donas dos direitos sobre os créditos e sua comercialização – de somente seis das iniciativas registradas na base da certificadora.

Bastos reconhece que esse dado é uma maneira imperfeita de entender a distância entre o dinheiro movimentado no mercado de carbono e as pessoas que estão na outra ponta, efetivamente protegendo a natureza.

Apresentar um projeto tem um custo inicial alto, exige conhecimento técnico e capacidade de navegar diversos níveis de burocracia. O outro lado da moeda é que depender da ajuda de especialistas muitas vezes leva a assédio e exploração, diz Bastos.

“A gente queria investigar e entender onde estão os projetos, e de fato pouquíssimos estão em territórios coletivos, como assentamentos, terras indígenas, unidades de conservação que têm comunidades.”

Muitos empreendimentos privados preveem remuneração dessas comunidades, mas a única maneira de garantir que os direitos serão respeitados é dando a elas o controle dos créditos.

Bastos afirma que o Idesam, em parceria com o Instituto Socioambiental e o Imaflora, duas outras ONGs brasileiras, vai começar um estudo de viabilidade para a criação de um sistema específico para territórios coletivos que remunere serviços ambientais.

O Idesam é coautor da VM0015, metodologia da Verra e a mais utilizada na geração de créditos de desmatamento evitado.

Informações: Capital Reset.

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CNA discute políticas para florestas plantadas e situação do setor de borracha natural

Comissão Nacional de Silvicultura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) realizou, na terça-feira (26), reunião para tratar sobre políticas para florestas plantadas, como o Plano de Ação para Recuperação e Manejo de Florestas (Floresta+Sustentável) e o Plano Nacional de Desenvolvimento de Florestas Plantadas (PNDF), além de abordar a situação do setor de borracha natural e as principais ações do grupo para 2024.

A reunião foi aberta pelo diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi, para apresentar o novo presidente da Comissão, Antônio Ginack. O ex-presidente, Moacir Reis, assume o cargo de vice-presidente.

“Essa comissão é palco de grandes e importantes discussões e vamos buscar, cada vez mais, trazer temas ao debate que nos impactam diretamente, seja em relação à crise vivenciada pelos produtores de borracha, seja em relação às demais espécies florestais cultivadas”, disse Ginack.

Durante a reunião, a coordenadora do Departamento de Reflorestamento e Recuperação de Áreas Degradadas do Ministério da Agricultura, Jaine Cubas, fez uma apresentação sobre o Plano Floresta+Sustentável e o PNDF 2024, lançado recentemente Ministério da Agricultura.

“O objetivo do Plano de Ação para Recuperação e Manejo de Florestas é sustentabilidade ambiental, o desenvolvimento das cadeias produtivas, a inclusão social, geração de renda rural e aumento da produtividade”, destacou Jaine.

Segundo ela, para o desenvolvimento das ações é importante a parceria entre diversos setores da silvicultura brasileira. “A CNA representa diretamente o produtor rural, para quem esses planos são direcionados, precisamos trabalhar em sinergia para o desenvolvimento do setor”, disse a coordenadora do Mapa.

Ginack apresentou aos membros da comissão o atual cenário da borracha natural no país, com um recorte específico do estado de São Paulo, e mostrou toda a problemática vivenciada pelos produtores rurais.

“Nos últimos anos, tivemos quedas bruscas nos preços e aumento dos custos de produção. Somado a isso, estamos com uma grande escassez de mão de obra. Precisamos discutir estratégias para o setor e propor ações que minimizem as perdas para os produtores rurais”, explicou o presidente da Comissão.

A analista técnica da CNA, Eduarda Lee, destacou os principais eixos de atuação da comissão durante o ano, ressaltando a importância do índice da borracha natural e sua metodologia desenvolvida pela CNA. Ela também falou sobre o foco em energias renováveis, principalmente em relação a incentivos à produção e incremento da participação de biomassas na matriz energética brasileira, e ressaltou o acompanhamento e articulação nas esferas executiva e legislativa dos temas relacionados ao setor da silvicultura.

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Symbiosis, a empresa florestal que atraiu a Apple

Fundada há 16 anos, companhia recebeu aporte da gigante tech por créditos de carbono; objetivo é vender madeira sustentável de espécies nativas

Quando a Apple partiu em busca de fornecedores de créditos de carbono, há três anos, a Symbiosis tinha o projeto certo, na hora certa, para oferecer a uma das maiores e mais admiradas empresas do mundo.

Àquela altura a startup brasileira de manejo sustentável de madeira nativas entrava em seu 13° ano de vida, depois de estudos, testes de laboratório e um piloto de 1.400 hectares plantados no sul da Bahia, perto de Trancoso.

Com um investimento de R$ 70 milhões até aqui, a Symbiosis criou um negócio 100% integrado para restaurar áreas degradadas com árvores de valor comercial.

A ideia é cortar periodicamente apenas parte das árvores, mantendo a paisagem e permitindo a recuperação da biodiversidade local. A receita virá principalmente dos metros cúbicos de madeira, mas também do estoque de carbono nas áreas plantadas.

“Agora estamos com o modelo comprovado, e com a entrada da Apple vamos escalar”, diz Bruno Mariani, CEO e fundador da empresa, que também tem como sócio José Roberto Marinho, da família que controla o Grupo Globo.

Foram 13 anos para chegar aos primeiros 1.400 hectares plantados. A partir de agora, o objetivo é plantar 1.500 por ano.

A empresa recebeu um aporte de valor não-revelado do Restore Fund, um fundo criado pela Apple que tem US$ 480 milhões para investir em soluções naturais que removam carbono da atmosfera.  

O valor está dividido em dois veículos, e o investimento na Symbiosis veio do fundo batizado de Carbon Solutions Fund, que tem US$ 200 milhões e é administrado pelo Goldman Sachs. Com o aporte, a Apple passou a deter 49% da Symbiosis Florestal, criada abaixo da holding para abrigar o projeto.

 A Apple estima que 25% das emissões de efeito estufa de sua cadeia de valor não podem ser reduzidas e precisarão ser neutralizadas com com créditos até 2030.

Pelo contrato, a gigante da tecnologia fica também com 49% dos créditos de carbono e tem prioridade para comprar os 51% restantes. Apesar de não haver exclusividade, a Symbiosis espera que o acordo seja estendido para realizar a meta de 50 mil hectares restaurados.

“A ideia é que a Apple acompanhe nosso crescimento daqui para a frente”, diz Mariani.

Inspiração

A história da Symbiosis começou em 2005, dois anos antes de Steve Jobs mostrar ao mundo o primeiro iPhone.

Mariani estava com 45 anos e tinha acabado de deixar o banco da família, o BBM. “Estava há 20 anos no banco, numa crise da meia idade, com filhos pequenos. Resolvi sair em busca de mais sentido.”

Passou a buscar atividades que reunissem propósito com oportunidades ligadas às mudanças climáticas. “Era muito claro para mim que teríamos que mudar o jeito de fazer negócios no mundo, ou a humanidade não teria futuro.”

Ele estudou opções em economia circular, em energia renovável e, finalmente, nas atividades hoje reunidas sob a expressão “soluções baseadas na natureza”, mas que na época não eram conhecidas assim.

O sucesso do setor de papel e celulose no Brasil era particularmente intrigante. Gigantes como Klabin e Suzano apostaram em melhoria genética e encurtaram dramaticamente o tempo de crescimento das árvores.

Produtores de madeira no Hemisfério Norte faziam o mesmo (apesar de o tempo de crescimento ser naturalmente mais longo). Não funcionaria com espécies nativas brasileiras?

Em uma comunidade indígena na fronteira do Acre com o Peru ele conheceu uma experiência de restauro bem-sucedida. Voltou ao Rio e procurou literatura científica. “É inacreditável, mas não existiam dados sobre a velocidade de crescimento numa escala grande e com medição precisa.”

Mariani procurou alguns investidores e apresentou a ideia de criar um laboratório a céu aberto. “Minha proposta foi: vamos fazer um piloto de 1.500 hectares para testar todo o processo, medir, auditar e ter certeza do custo de tudo. Vai demorar uns oito anos para sabermos tudo isso. Também coloquei meu capital e assim fizemos.” 

Ponta a ponta

O negócio da Symbiosis começa na coleta das sementes e acaba numa serraria, que está sendo erguida – mas o que importa acontece entre essas duas pontas.

A empresa investe em melhoramento genético de espécies nativas da Mata Atlântica, como jacarandá, paraju, peroba rosa e louro pardo. “Estamos falando de seleção, recombinação, clonagem, para ter árvores selecionadas e mais produtivas”, diz Alan Batista, que é CFO da companhia e tem formação de engenheiro florestal.

O objetivo é aumentar a produtividade da madeira produzida e encurtar o ciclo de crescimento das plantas – que é longo.

“Hoje em nosso plano de negócios a gente trabalha com um ciclo de 30 anos [até a “colheita”]. A ideia é encurtar para 20”, afirma Batista. A inspiração é a indústria de celulose, com algumas diferenças importantes.

“No primeiro plano de negócios, achávamos que colheríamos as espécies consideradas acessórias em 20 anos e as nativas, em 30 anos. Hoje, sabemos que as acessórias podem ser colhidas em menos da metade do tempo, com 8 anos, e as nativas com 10, 12 anos. Somente algumas espécies mais raras levarão 20 anos”, completa Mariani.

A inspiração é a indústria de celulose, com algumas diferenças importantes.

A primeira é que as áreas cultivadas recebem espécies variadas – a empresa já testou 55 espécies e hoje está focada em 20 delas. A plantação é feita em linhas, como na agricultura tradicional, mas, com o crescimento das copas, a paisagem fica semelhante à original, segundo Batista.

O corte acontece continuamente. Diferentemente de uma floresta de pinus, que é plantada e derrubada de uma vez, no caso da Symbiosis as árvores são derrubadas conforme atingem o tamanho ideal. 

Os primeiros 1.400 hectares foram plantados em 2011, e a produção será colhida só agora. “Enquanto o eucalipto leva 7 anos para crescer, nós levaremos 8, 10 anos e nossa madeira será muitas vezes mais valiosa, sem falar no impacto positivo para natureza e fauna”, diz Mariani, o CEO.

A Symbiosis está construindo uma serraria para fazer a pré-fabricação dos produtos que vai vender.

Uma das opções iniciais são ripas para fazer decks, para o mercado internacional. “É um produto caro, e tem a vantagem de gerar caixa em moeda forte”, diz o CFO.

Móveis de luxo são outro possível destino da madeira. Batista afirma que a empresa está conversando com marcas e designers já estabelecidos.

Créditos de carbono

A Apple está interessada nos créditos de carbono, mas Batista afirma que essa linha de receitas nunca foi uma prioridade no modelo da Symbiosis.

Quando a companhia foi criada, no fim da década passada, as transações de carbono no âmbito do Protocolo de Kyoto tinham entrado em colapso. A mentalidade sempre foi de “desenvolvedores de florestas”, segundo Batista.

Mas o aumento das metas net zero corporativas, junto com novas metodologias e processos, trouxe o mercado de compensações voluntárias de volta à vida no fim dos anos 2010.

O setor ainda atravessa dias turbulentos, com problemas de integridade e denúncias de fraudes, mas o modelo da Symbiosis tem um diferencial importante, segundo Batista.

“Garanto perpetuidade”, diz ele. “Como corto apenas uma parte [das árvores], meu estoque de carbono sempre se mantém numa média alta.” De qualquer forma, a empresa encara os créditos muito mais como um componente na estrutura de financiamento da operação do que como uma fonte de receita prioritária.

A recuperação da biodiversidade também pode ser um ativo futuro, afirma ele. “Estamos em um grande corredor ecológico, vários rios passam pelas nossas propriedades. Tem um fluxo genético bem interessante ali.”

Informações: Capital Reset/UOL.

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