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Cientistas buscam par para “planta mais solitária do mundo”

Apenas uma vez, em 1895, foi encontrado um macho desta espécie — os cientistas estão agora à procura de uma fêmea que possa salvá-la da extinção

Ela é conhecida como a planta mais solitária do mundo, uma espécie que está entre as mais ameaçadas do planeta, da qual restam apenas exemplares machos.

Com a ajuda da inteligência artificial (IA), os cientistas deram início a uma busca para encontrar uma companheira para ela.

Um projeto de pesquisa liderado pela Universidade de Southampton, na Inglaterra, está vasculhando milhares de hectares de floresta na África do Sul, o único lugar onde a Encepahalartos woodii (E. woodii) já foi encontrada.

Encephalartos woodii está, na verdade, quase completamente extinta. Há apenas clones machos do único exemplar selvagem conhecido preservados, já que sua reprodução natural é impossível.

Esta espécie já existia antes de os dinossauros caminharem pela Terra, mas hoje está em perigo — e é considerada um dos organismos mais ameaçados do planeta.

Laura Ciniti, pesquisadora da Universidade de Southampton, está liderando um projeto que usa drones e inteligência artificial para encontrar fêmeas de E. woodii.

“A história da E. woodii me inspirou muito; parece um daqueles contos clássicos de amor não correspondido”, afirma.

“Tenho esperança de que haja uma fêmea em algum lugar por aí; afinal de contas, deve ter havido uma em algum momento. Seria incrível recuperar esta planta tão próxima da extinção por meio da reprodução natural.”

O único exemplar conhecido da espécie foi encontrado em 1895 na Floresta de oNgoye, perto da costa leste da África do Sul.

Era um macho, e nunca mais outro exemplar foi encontrado. Por isso, todos os exemplares de E. woodii que existem hoje são clones, também machos, deste único exemplar selvagem conhecido.

Os drones tiram fotografias aéreas da floresta, que depois são analisadas por ferramentas de inteligência artificial em busca da planta. Por enquanto, eles cobriram menos de 2% dos quase 4,1 mil hectares de floresta.

“Usamos um algoritmo de reconhecimento de imagens para identificar as plantas pela sua forma. Geramos imagens de plantas, e as colocamos em diferentes cenários ecológicos para ensinar o modelo a reconhecê-las”, explica Cinti.

Esta floresta nunca havia sido totalmente explorada para determinar se a tão cobiçada fêmea da planta existe.

Os especialistas do Royal Botanic Gardens de Kew, o jardim botânico de Londres, ainda cultivam e propagam a espécie. Os visitantes podem contemplar a planta lá.

Informações: Correio Braziliense.

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Em defesa do reflorestamento

Ex-presidente do Capes, Claudio de Moura Castro lança livro em que reflete sobre a importância das florestas brasileiras para evitar a desertificação no país

Reflorestamento requer inteligência, cuidado e pesquisa para eficiência. É o que acredita Claudio de Moura Castro, pesquisador, economista e ativista do meio ambiente em tempo integral. Aos 85 anos, Castro se mantém ativo como crítico e observador das políticas públicas que pesam sobre as florestas, rios e a biodiversidade brasileira. Ele lança “O mutirão das árvores: queremos sombra e água fresca”, síntese de anos de estudos e pesquisa de campo nos assuntos.

Ex-presidente do Capes, Castro construiu uma sólida trajetória acadêmica nos EUA nas décadas de 1960 e 1970, tendo passado pelas universidades de Yale e Vanderbilt, onde fez mestrado e doutorado, respectivamente. No país, teve contato com a primeira grande onda ecológica e com o movimento hippie, trazendo ao Brasil, anos mais tarde, o conceito de sustentabilidade – até então malvisto em nosso país. Em entrevista exclusiva ao ((o))eco, Castro analisa a política de reflorestamento, a questão do manejo das águas, a agricultura brasileira e como ecologia e cultura precisam estar alinhadas para impedir que parte do território brasileiro se torne um deserto.

Claudio de Moura Castro no lançamento do seu novo livro, o Mutirão das Árvores. Foto: Rodrigo Valente © BEĨ Editora.

Uma das questões centrais que o senhor traz no livro é: não basta plantar árvores de maneira indiscriminada, é preciso saber plantar. Conhecer biomas, espécies e a terra de cada região que se vai realizar um plantio. O senhor dá o exemplo da fazenda do fotógrafo Sebastião Salgado, um projeto de sucesso em matéria de reflorestamento. É possível reflorestar o país seguindo o exemplo de Salgado? Qual caminho o senhor considera o mais viável? 

Partamos da hipótese bastante realista de que qualquer reflorestamento em área degradada deixa um balanço positivo. Mas há, necessariamente, vários caminhos. Se bem trilhados, são complementares. A Fazenda de Sebastião Salgado é uma solução purista: recriar o bioma original. Poucos conseguirão uma reprodução tão perfeita do que era, pois os estudos e as ações requeridas são demoradas e caras. Mas mesmo um reflorestamento meio improvisado é bem melhor do que nada. Além disso, reflorestamento com algo parecido à cobertura original não é lucrativo. E podemos imaginar que a combinação do lucro com o ganho ambiental pode alavancar um gigantesco soerguimento das nossas matas. Isso significa monoculturas, multiculturas com poucas espécies, consorciamento e alternativas que se revelaram lucrativas. Ou seja, estamos falando de muitas soluções em paralelo.

O senhor faz uma síntese de uma pesquisa muito interessante do Imperial College, de Londres, assinada por Ana Rodrigues, que diz: “Onde o meio ambiente fracassa, aí estão os bolsões da pobreza”. Como esta frase se encaixa no Brasil de hoje? 

Observou-se que os lugares desmatados nas últimas décadas são pobres. Há evidência suficientemente persuasiva demonstrando que, nos lugares onde houve desmatamento, isso pode haver criado um surto momentâneo de prosperidade. Mas não dura, o que fica é uma pobreza ainda maior e persistente.

O brasileiro leva a sério a questão ecológica? A ecologia está arraigada nos valores básicos do cidadão médio? 

Como não existe uma escala de medida de “consciência ecológica”, não podemos senão fazer algumas comparações. Quando vi o céu do vale do Ruhr, totalmente coberto da fumaça das fábricas, fiquei admirado: isso é que é progresso! Nenhum jovem hoje pensaria assim. Tínhamos legislação que premiava o desmatamento. Não temos mais. Obviamente, os jovens estão muito mais alertas para os pecados ambientais. No todo, não estamos tão mal assim. Porém, quando pensamos que leis draconianas de reflorestamento na Suíça vem do século XIX, há que se admitir, estamos longe de um nível adequado de percepção e seriedade no lidar com o meio ambiente

Nos últimos 20 anos, pelo que me lembro, a reciclagem, antes um assunto periférico, virou um tema amplamente discutido. O senhor traz isso no livro. Mas hoje o Brasil vive uma outra tragédia sanitária: a questão da ineficiência do tratamento de esgoto. Como tornar esta pauta tão importante quanto a reciclagem? 

Reciclagem é um processo barato e visível. É um trabalho para todos darem a sua pequena contribuição e ficarem felizes com isso. Pegou, virou símbolo de bom comportamento ecológico. Esgoto é caro e invisível. Por longo tempo, penamos com uma legislação inadequada. E a equação política é fatal: Entre construir um estádio e tratar o esgoto, qual dá mais votos de um eleitorado pouco educado? De fato, o cidadão comum desconhece as consequências nefastas de esgoto não tratado. E ainda menos os pobres que são os principais prejudicados.

No livro, o senhor faz menção à crise do petróleo, nos anos 1970, e afirma que a crise hoje é hídrica. Como chegamos a este ponto? 

Quando os gregos clássicos viajaram para a Mesopotâmia, ficaram impressionados com a quantidade e variedade de alimentos. Ou seja, era uma região de extraordinária fertilidade. Hoje, é quase um deserto. Muitos dos desertos que conhecemos eram férteis no passado. Regiões como o Oriente Médio foram progressivamente se desertificando, pelos maus tratos com florestas e águas. E, em muitos lugares, não paramos ainda de devastar florestas. Opta-se pelos benefícios de curto prazo. Dá-se as costas à saúde do meio ambiente no longo e médio prazo. As projeções dos cientistas são muito pessimistas. Diante do quadro que veem, concluem que haverá uma dramática falta de água nos próximos anos. O contra exemplo é a Europa, que soube preservar suas florestas. Nesse particular, a América do Norte pecou, porém menos do que em outras regiões.

O senhor nos conta, logo no início do livro, sobre como os ciclos de chuva na Amazônia impactam todo o Brasil. Classifica esses ciclos como viciosos e virtuosos. Poderia explicar esses conceitos e, tendo em vista a recente tragédia no Rio Grande do Sul, seria correto afirmar que a região sucumbiu a um ciclo vicioso? 

O ciclo da água refere-se às consequências de haver ou não cobertura vegetal onde cai a chuva. É um processo estável e previsível. Se, por descuido ou irresponsabilidade, cuidamos mal das florestas, a atmosfera aquece mais e desaparece a água à nossa disposição. O que aconteceu no Rio Grande do Sul é algo diferente. É o resultado do aquecimento global e de uma travessura imprevisível do El Nino. Mas na cadeia de causação, essas enchentes podem haver sido o resultado de cuidar mal da água e do excesso de gás carbônico na atmosfera.

O senhor escreve que os mais pobres de países africanos pagam mais pela água que consomem em relação aos ingleses. Como a distribuição de água e a tributação responsável podem sanar dilemas sociais e humanitários? 

A diferença do preço da água não é uma malvadeza de alguém, mas o resultado da existência de muita ou pouca água na região. Da África ao Sul do Saara, o clima é desértico e a água é inevitavelmente cara. Na Inglaterra, chove quase todos os dias. Isso até pode ser desagradável, mas torna a água mais barata. Falta dizer que as florestas inglesas são hoje muito bem cuidadas e muitas das africanas desapareceram. Novamente, floresta e água estão intimamente imbricadas.

No livro, o senhor traz exemplos de agricultura produtiva e agricultura responsável, qual é a diferença entre as duas? 

Se quisermos ser logicamente rigorosos, uma agricultura produtiva é aquela que gera resultados abundantes. Mas nada fica dito sobre a saúde do meio ambiente onde ela ocorre. No caso da responsável, queremos dizer que não lesa o meio ambiente. Ou seja, permite que o futuro não seja comprometido por consequências negativas do que fazemos hoje.

Hoje, no Brasil, a agricultura e a indústria utilizam 90% da água distribuída. Por quê? Isso é falta de modernização? 

Sempre foi mais ou menos assim. Resulta da natureza dos processos produtivos. Só que com a escassez de água, é preciso economizar. Algo é possível nas cidades, mas nem tanto assim. Já no campo e nas fábricas, é possível alterar os processos produtivos e gastar muito menos água. Dois exemplos: cada vez mais, as fábricas estão reciclando suas águas servidas. Na agricultura, aspergir água sobre as culturas gera muito mais desperdício do que os sistemas subterrâneos de gotejamento.

Vazamentos de água potável, pastos e florestas devastadas, ojeriza a discursos em favor do meio ambiente, precarização do trabalho, estes são alguns fatores que pesam na conta do Brasil e do Agro. No livro, o senhor faz um diagnóstico do nosso sistema, como resolver estes gargalos?

Antes de tudo, se é verdade que há hoje muito mais consciência ecológica, ainda falta muito para chegarmos a um nível satisfatório – com em vários países europeus. Se o povo não liga, prevalecem os interesses privados de alguns poucos beneficiários de práticas e políticas perniciosas. Sem uma oposição séria e bem organizada, o bem-estar do meio ambiente irá quase sempre perder para os lobbies e militâncias de quem ganha no curto prazo. Tais derrapagens acontecem pela via de leis permissivas e de controles fracos. Quando tais comportamentos se tornarem politicamente inaceitáveis, as mudanças virão.

O sequestro de carbono pelas florestas resolveria o problema? Por que não há uma política séria de preservar – que é muito mais barato – do que reflorestar?

Já não vivemos mais os dias de liberdade para depredar ou até de estímulos fiscais para isso. Atualmente, o marco legal é bastante satisfatório e há punições para os recalcitrantes. Porém, em um país do tamanho do nosso, fazer funcionar essa máquina de monitoramento e de punições legais não é nada fácil. Agrava-se a situação quando alguns governos fazem vistas grossas. No Centro-Sul, as leis são cumpridas, até com exagero. Mas o país é grande. E nas regiões em que há mais desmatamento ilegal, o acesso é precário. O lado positivo é que, de meio século para cá, o ritmo de desmatamento vem caindo de forma bem impressionante – apesar de algumas recaídas.

Informações: O Eco.

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Queimadas no Pantanal crescem 898% neste ano e bioma já acumula maior número desde 2020, aponta análise da WWF-Brasil

Organização alerta que temporada de seca ainda está em seu início, uma vez que os incêndios se concentram entre os meses de agosto e outubro, com pico em setembro

O clima é de alerta no Pantanal. Com chuvas abaixo das médias históricas desde o ano passado e a seca extrema impulsionada pelo El Niño, o bioma registrou neste ano um aumento de 898% no número de queimadas em comparação com o mesmo período de 2023. É o que aponta uma análise da ONG WWF-Brasil baseada em dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Com 880 focos de queimada, o valor acumulado nos primeiros cinco meses de 2024 é o segundo maior dos registros nos últimos 15 anos, ficando atrás somente de 2020, quando foram reportados 2.128 casos.

O cenário de seca severa no bioma preocupa ambientalistas que ressaltam a possibilidade de aumento do número de incêndios de grande escala, comparáveis aos que devastaram 30% da área natural do bioma há quatro anos. No mês passado, foram registrados 246 focos de queimadas no Pantanal, contra 33 em maio de 2023. O material destaca que a preocupação se dá pelo fato de a temporada de seca ainda estar em seu início, uma vez que os incêndios no bioma se concentram entre os meses de agosto e outubro, com pico em setembro.

— Em 2020, tivemos aquele fogo catastrófico e as análises atuais mostram que os números estão muito parecidos com o que tínhamos naquele ano — alerta Cyntia Santos, analista de conservação da WWF.

Santos diz ser preciso atuar rapidamente, reforçando as brigadas e contando com o apoio das comunidades locais, para “evitar uma catástrofe”. A pesquisadora aponta que a falta de chuvas, a pouca quantidade de água no território e o acúmulo de matéria orgânica seca são características do solo pantaneiro que propiciam queimadas.

A análise indica que as chuvas escassas e irregulares nos primeiros meses do ano foram insuficientes para transbordar rios e conectar lagos e o Rio Paraná, o principal do bioma.

Os dados do Inpe apontam também o crescimento do número de focos de queimada em outros biomas brasileiros. Na Amazônia, foram registrados 10.647 casos nos cinco primeiros meses deste ano, um aumento de 107% em relação ao mesmo período no ano passado (5.103). O valor é 131% superior à média dos três anos anteriores (4.580).

Já no Cerrado, foram registrados 8.012 focos de queimadas nos cinco primeiros meses do ano, um aumento de 37% em comparação com o mesmo período do ano passado (5.850) e 35% superior à média dos três anos anteriores (5.956).

Especialista em conservação do WWF-Brasil, Daniel Silva ressalta a importância de políticas públicas de preservação de todos os biomas para o combate dos efeitos das mudanças climáticas.

— Os biomas são interdependentes quando se trata das consequências da crise climática. Assim, a conversão e o desmatamento do Cerrado geram desequilíbrios para a Amazônia e o Pantanal, afeta a disponibilidade hídrica em outros ecossistemas e contribui até tempestades como as que afetaram o Rio Grande do Sul no mês passado — aponta Silva.

Informações: O Globo.

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Bambu tem potencial inexplorado para agricultura familiar e indústria no Brasil

Perene, de rápido crescimento (algumas espécies crescem até 20 centímetros por dia) e fácil regeneração, o bambu pode produzir por mais de 30 anos, sem a necessidade de replantio

Com uma história que se estende por mais de 200 milhões de anos e cerca de 1.300 espécies identificadas, o bambu compõe 3% das florestas globais. Apesar da vasta diversidade e da longa trajetória, esta fibra ainda não alcançou seu pleno potencial no setor industrial, segundo aponta a International Network for Bamboo and Rattan (Inbar), uma organização não governamental que se dedica ao estudo do bambu.

A diversidade do bambu permite a utilização do material em diversas construções, substituindo a madeira e tornando a obra mais barata e sustentável. A Estação de Pesquisa em Agroecologia do IDR-Paraná, em Pinhais, conta com várias bioconstruções em bambu como estufas para hortaliças, galinheiro, pocilga para suínos, curral para bezerros, barracas de feira e exposição, além de estruturas, suportes e mesas de bambu.

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Nailton de Lima, professor especialista em bambu e auxiliar técnico do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), afirma que a “bambuzeria” da estação funciona como uma vitrine, na qual o agricultor tem a oportunidade de conhecer tudo que pode ser feito com o bambu.

“Eu estou sempre falando que você pode estar dentro de uma casa de bambu, sentado em uma cadeira de bambu, andando de bicicleta de bambu e comendo broto de bambu. Então, é um leque enorme de possibilidades com o bambu”, comenta.  

Segundo Juliana Cortez, presidente da Associação Brasileira do Bambu (BambuBR), fóruns, leis estaduais, parcerias com empresas privadas, órgãos do governo e instituições internacionais são ações que acompanham o bambu no Brasil. “A demonstração do potencial desta planta não só para essas organizações, mas também para a sociedade é uma responsabilidade e tarefa de todos os envolvidos neste segmento”, explica Juliana.

O caráter renovável e os usos múltiplos fazem do bambu uma excelente alternativa de produção para agricultores familiares e uma opção de negócio sustentável para o país, com benefícios econômicos, sociais e ambientais. De acordo com Juliana a parceria com indústrias do segmento pode gerar a busca por matéria prima em abundância, consequentemente havendo necessidade por criação de novas áreas plantadas. “Desta forma, o bambu poderá integrar parte das propriedades dos produtores já estabelecidos na região, contribuindo para aumento de renda e melhoria na qualidade de vida. Com a demanda por matéria prima em escala, naturalmente o tipo de operação deve passar por melhoria de processos, visando melhores resultados na segurança, qualidade dos produtos e eficiência na produção”, esclarece.

Produção agrícola

Perene, de rápido crescimento (algumas espécies crescem até 20 centímetros por dia) e fácil regeneração, o bambu pode produzir por mais de 30 anos, sem a necessidade de replantio. Para o professor Nailton o que impede que mais agricultores trabalhem com o bambu é a falta de compreensão. “Além de não conhecerem sobre o bambu também perderam os conhecimentos dos ancestrais na agricultura, como por exemplo saber quando um bambu está maduro, qual a melhor lua para colheita, identificar a melhor espécie para cada uso, entre outros pontos”, afirma Nailton.

Nailton esclarece, ainda, que a extração regular, com base em orientações técnicas, ajuda a planejar a produção, facilita a colheita e permite o surgimento de novas plantas, aspecto que garante a manutenção do bambuzal e sustentabilidade à atividade. “O bambu é um bom sequestrador de carbono e isso contribui para o rápido crescimento. Com uma adubação e manejo corretos é possível acelerar o crescimento dele contribuindo para o agricultor ter mais matéria prima. Aqui as espécies mais comuns são o bambu verde, tuldoides, cana da índia usado na modelaria e artesanato”.

O produtor Fabio Remuszka, de Campina Grande do Sul, o maior desafio é a mão de obra, além do conhecimento. “Sempre que vamos vender ou trabalhar com o bambu, antes temos que dar uma aula, fazer uma ‘pré-educação’ do que é possível fazer com o bambu.

Fábio, que é arquiteto e já trambalhava com bambu, fechou parceria com uma propriedade para produção e colheita. Ele reforça que o bambu tem um grande mercado, mas ficamos atrás da China que é o grande produtor do mundo.

“O brasil está engatinhando ainda. É um mercado que cresce devagar, a passos lentos, falta união dos produtores e conhecimento do mercado. É como o ferro. Você pode ter até mina de ferro, mas não adianta ter a mina se você não tem os produtos a serem criados a partir do ferro. Você fica só com a matéria prima”.

Informações: Canal Rural.
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Projeto de reflorestamento da Heineken com a SOS Mata Atlântica aumenta em 20% volume de água em Itu

Parceria da produtora de bebidas com a Fundação SOS Mata Atlântica replantou 7 milhões de mudas na cidade pautlista; melhorias nas nascentes e na biodiversidade já são percebidas

Desde 2007, o Grupo Heineken e a Fundação SOS Mata Atlântica contam com uma parceria para restaurar o bioma na cidade de Itu, no interior de São Paulo. Em uma fazenda cedida pela fabricante de bebidas foram replantadas 7 milhões de mudas de espécies nativas da região, processo que tem beneficiado a população, os animais e até mesmo a oferta de água.

Chamada de Centro de Experimentos Florestais, a área de 526 hectares já foi utilizada no passado para a produção de café e a criação de gado. Desde 2022, após ter sido “emprestado” para a Fundação SOS Mata Atlântica, o local abriga a sede da ONG que luta pela conservação do ecossistema. Do total, 386 hectares da região já foram reflorestados.

A área conta com um viveiro com a capacidade de cultivar até 700 mil mudas de 110 espécies nativas do bioma por ano. Pontos turísticos também são incluídos no passeio, com o intuito de permitir que o visitante conheça a Mata Atlântica em diferentes estágios de preservação e recuperação. Entre esses pontos, estão a Trilha do Jequitibá, caminho com 600 m de extensão, além de um jardim sensorial.

De acordo com a diretora de sustentabilidade do Grupo Heineken, Ligia Camargo, a região escolhida reúne diversos fatores, incluindo a proximidade com a fábrica da Heineken na cidade. “Além disso, a cidade sofre uma preocupação constante com a disponibilidade hídrica, tema que é tão caro para a estratégia global da Heineken”, conta.

A estratégia de reflorestamento ajudou nas nascentes da região. O Centro de Experimentos Florestais contava com 17 nascentes 2007. Após os anos de trabalho com plantio das mudas, o número de nascentes aumentou para 19. A área também vivenciou um aumento no volume de água disponível: a alta foi de 5% na água superficial e de 20% na água subterrânea.

Essa maior disponibilidade hídrica favoreceu a cidade de Itu — que sofre historicamente com crises hídricas — durante um dos mais longos períodos de racionamento de água que a cidade enfrentou, em 2014. Foram 11 meses de desabastecimento.

Reverter crises hídricas é uma das prioridades da Heineken, aponta Camargo. A empresa tem uma meta de devolver ao meio ambiente 1,5 vez o volume de água que é utilizado nas cervejarias localizadas em cidades com crise hídrica até 2030. No Brasil, a estratégia se aplica para Itu e Pacatuba (CE).

A companhia também instituiu uma meta de redução no consumo hídrico: até 2030, irá reduzir a 260 litros de água utilizados para produzir 100 litros de cerveja nas cidades em estresse hídrico. Já nas regiões sem crises hídricas, o objetivo é alcançar 290 litros de água para produzir 100 litros de cerveja até 2025.

Efeitos (positivos) na biodiversidade

Os benefícios do plantio das mudas incluem até mesmo a biodiversidade da região: um estudo realizado pela empresa em parceria com a Universidade de São Carlos identificou a presença de 208 espécies de aves na antiga fazenda. O Centro abriga duas espécies ameaçadas de extinção, além de seis consideradas como “quase ameaçadas de extinção” e 13 espécies endêmicas, ou seja, que são encontradas apenas na Mata Atlântica.

Outra pesquisa, dessa vez a Escola Superior de Agricultura da USP, monitorou a região por três anos e identificou 20 espécies de mamíferos de médio e grande porte, desde lontras a onças-pardas. Delas, seis tem algum grau de ameaça de extinção.

Os dois estudos chegaram à conclusão de que o alto número de espécies aponta que o local se tornou um refúgio para os animais da região, seja pela passagem até seus habitats ou como uma moradia com recursos disponíveis. De acordo com Camargo, o estudo comprova que a restauração é importante para que a biodiversidade se mantenha no bioma, que é considerado como uma área crítica para a extinção de espécies de plantas e animais.

“O trabalho de reflorestamento comprova que a manutenção da vida é potente no sentido de multiplicar as espécies presentes, de aproximar novas espécies e garantir a biodiversidade. Além disso, também há melhora do microclima, o que ajuda a garantir uma reprodução mais apropriada para os animais”, explica Camargo.

Educação ambiental

O Centro de Experimentos Florestais também recebe visitas educativas de escolas. Segundo a diretora, o objetivo é conscientizar desde a infância sobre a importância de preservar o bioma. “Essa parceria com a SOS Mata Atlântica busca amplificar os desafios e complexidades do bioma para toda a sociedade. Acredito que só com a educação conseguimos a preservação contínua, e levar isso para as comunidades escolares é valorizar a iniciativa como um espaço educativo”, conta.

As visitas educativas acontecem desde 2010 e já tiveram a participação de quase 50 mil alunos de 218 escolas. A formação dos professores também é uma das tarefas: eles foram 2700 dos visitantes, além de participarem da formação Mata Atlântica vai à Escola, que aplica formações socioambientais aos educadores. Quase 200 pessoas já passaram pela capacitação.

De acordo com Ligia, a gestão ambiental leva em conta a resiliência do próprio negócio em um planeta com cada vez menos disponibilidade de recursos. “O Grupo Heineken busca conectar pessoas e iniciativas para disseminar mais informações sobre sustentabilidade. Até porque lá na frente, sem essas ações, não vai ter nem água nem meio ambiente para garantir a continuação do negócio”.

Informações: Exame.

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Rótulo de celulose promete reduzir em 50% o tempo de resfriamento da cerveja

Tecnologia desenvolvida pela AlmaScience “corrige” a baixa condutividade térmica do vidro e permite o alcance da temperatura de consumo ideal em 12 minutos

Mais do que a roupagem da marca, aliados eficientes no processo de refrigeração das bebidas: esta é ideia por trás dos novos rótulos à base de fibras de celulose desenvolvidos pelo laboratório português AlmaScience.

A tecnologia, que ganhou o nome GELA Cooling durante a testagem, promete reduzir em 50% o tempo de refrigeração de bebidas envasadas em recipientes de vidro. Segundo a empresa, o invólucro atua na “correção” da baixa condutividade térmica do material.

Em um vídeo de demonstração, a AlmaScience exibe um processo que começa com um banho d’água na garrafa. Ainda molhado, o material é colocado no freezer, onde o rótulo atua como um catalisador para o resfriamento. Após 12 minutos, a bebida atinge a temperatura ideal para o consumo.

Esta não é a primeira solução desenvolvida pelo laboratório mirando o setor de bebidas. Em novembro do ano passado, a AlmaScience apresentou ‍um revestimento de tinta sensível à base de celulose, seguido de gravação a laser, para criar nas garrafas imagens de alta fidelidade, invisíveis ao consumidor mas que podem ser lidas por sistemas de reconhecimento visual.

Informações: Mundo Marketing.

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Veracel lança solução para ampliar a produtividade de seu viveiro de mudas

Ferramenta monitora todas as variáveis que impactam o desenvolvimento dos novos eucaliptos da empresa e permite uma tomada de decisão mais rápida para evitar perdas de produção

A Veracel, indústria de celulose localizada no Sul da Bahia, acaba de implementar uma solução de monitoramento para seu viveiro de mudas e, em pouco mais de um mês de operação, a tecnologia já tem apresentado ganhos na gestão da produção das mudas de eucalipto. A nova ferramenta permite um controle mais preciso das condições ideais para o desenvolvimento das mudas, garantindo um melhor aproveitamento e apoiando a implementação de melhorias nos processos da área.

O viveiro é responsável por manter a produção mensal de mais de 4 milhões de novas mudas, em diferentes estágios de desenvolvimento, para que estejam saudáveis e aptas para o plantio de novas florestas da empresa, de acordo com o cronograma de plantio da companhia.

A ferramenta foi desenvolvida dentro da plataforma PIMS (Plant Information Management System), que é amplamente utilizado em operações industriais, inclusive da própria Veracel. Para o uso no viveiro, ela foi adaptada em parceria com a área de Tecnologia da Informação da empresa de forma personalizada para monitorar variáveis como a temperatura e umidade das estruturas de produção de mudas, o controle de abertura das portas e janelas de ventilação, a frequência de irrigação, os indicadores de uso de água e o acompanhamento de diversos outros sistemas de automação necessários para o desenvolvimento das plantas.

Antes da implementação da nova solução, a empresa acompanhava o histórico de desempenho dos equipamentos por meio dos painéis disponíveis na área e pelo registro dos relatórios das equipes, feitos em planilhas. Agora, com uma ferramenta única, a companhia dispõe de um arquivo completo, com o histórico de todos os equipamentos e as atividades do viveiro em tempo real, o que permite uma atuação muito mais rápida quando um problema é identificado.

“A produção de celulose começa a ser materializada aqui no viveiro, e qualquer pequeno desvio de temperatura ou umidade pode trazer impactos grandes, como perdas significativas de até mesmo lotes inteiros de mudas”, destaca o coordenador de Produção de Mudas, Rafael Henrique da Silva. “Essa inovação é muito importante para podermos atuar de imediato em caso de problemas. Isso também nos ajuda a desenvolver melhorias de processos que aumentarão a nossa eficiência de produção e a qualidade das mudas que se tornarão as florestas da companhia nos próximos ciclos de plantio”, afirma ainda o coordenador.

A nova solução tem a capacidade de identificar problemas mecânicos nas estufas, monitorar se todos os processos estão sendo cumpridos corretamente e garantir que variáveis, como temperatura e umidade, estejam devidamente reguladas para garantir a sobrevivência e o desenvolvimento das mudas.

“A sinergia entre soluções já existentes na companhia com outras áreas traz uma adoção tecnológica consistente e padronizada para nossas operações. Além disso, o sistema PIMS facilita a atualização e a distribuição rápida e eficiente de informações sobre os produtos, o que é crucial em um ambiente de negócios dinâmico e competitivo como o da Veracel” destaca André Silva Borges, especialista em Projetos Estratégicos de Inovação e Transformação Digital (I&TD) da Veracel.

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Irani é reconhecida pelo Prêmio Expressão de Ecologia

A companhia foi vencedora na categoria Manejo Florestal Sustentável por meio do projeto “Monitoramento e preservação da AAVC – Mata da Restinga Bojuru”

A Irani, uma das principais indústrias de papel e embalagens sustentáveis do país, foi reconhecida na 30ª edição do Prêmio Expressão de Ecologia com o projeto “Monitoramento e preservação da AAVC – Mata da Restinga Bojuru”, na categoria Manejo Florestal Sustentável. A cerimônia de premiação está prevista para acontecer em 31 de agosto, em Florianópolis, Santa Catarina.

Organizada pela editora Expressão desde 1993, essa é a maior premiação ambiental do Brasil no segmento empresarial, com certificação concedida pelo Ministério do Meio Ambiente. Ela foi criada um ano após a Conferência Mundial do Meio Ambiente no Rio de Janeiro – Eco 92, o primeiro evento da ONU no Brasil que discutiu as questões ambientais.

O prêmio tem como objetivo divulgar as principais ações de sustentabilidade que estão sendo postas em prática, incentivando a replicabilidade das iniciativas. No total, mais de 3.390 projetos foram inscritos para concorrer ao troféu desde a sua primeira edição.

case apresentado pela Irani foi desenvolvido a partir de um estudo na Mata de Restinga de Bojuru, em São José do Norte, no Rio Grande do Sul. A pesquisa visou o monitoramento de anfíbios, répteis, aves, mamíferos e flora local, além de identificar espécies raras, ameaçadas e bioindicadores. Ao longo do período de análise – de um ano – foram apontadas mais de 279 espécies de animais e mais de 95 espécies de plantas vasculares. O número de pessoas beneficiadas pelo projeto também se mostrou positivo, com 57 colaboradores/lindeiros e 2,3 mil moradores de Bojuru.

“Reconhecimentos como esse mostram que estamos na direção certa, pois a sustentabilidade é um dos pilares do negócio da Irani. O projeto busca assegurar a preservação da biodiversidade na região e proteger os habitats naturais, e isso é essencial para mantermos a integridade dos ecossistemas onde estamos inseridos”, declarou Fabiano Oliveira, diretor de Pessoas, Estratégia e Gestão da Irani Papel e Embalagem.

Informações: Portal Packaging.

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Dia Mundial do Meio Ambiente – FSC® quer alcançar 300 milhões de hectares de áreas certificadas em todo o mundo até 2026

A estratégia, que inclui 50 milhões de hectares de florestas tropicais e áreas geridas por pequenos produtores, enfatiza o valor do manejo florestal no combate às alterações climáticas

Nos últimos 30 anos, desde a Rio-92, houve uma mudança significativa na conscientização e abordagem da sustentabilidade. É visível o aumento crescente da consciência global sobre as questões ambientais, principalmente, à medida que as pessoas experimentam cada vez mais as consequências do aquecimento global.

Durante todo esse tempo, o que começou como uma discussão entre alguns atores, tornou-se uma preocupação de todos. Agora está claro que a proteção do meio ambiente e a promoção do desenvolvimento sustentável são cruciais para as gerações futuras. E que as questões ambientais estão interligadas com aspectos sociais e econômicos.

Preocupações com as mudanças climáticas, perda de biodiversidade, poluição e escassez de recursos naturais se tornaram temas centrais na agenda global. Isso se reflete tanto na criação de regulamentações e acordos internacionais, como o Acordo de Paris sobre Mudança Climática, o Marco Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal e, mais recentemente, o Regulamento da União Europeia sobre Desmatamento, quanto nos nossos hábitos de consumo. Em 2022, por exemplo, o FSC, mais reconhecido sistema de certificação florestal do mundo, divulgou uma pesquisa feita pela Ipsos que revelou que, em todo o mundo, a maioria dos entrevistados (71%) prefere escolher produtos que não prejudiquem plantas e animais e 59% preferem escolher produtos que não contribuam para a crise climática.

Outro fato que revela essa preocupação crescente é que, no Brasil, a área certificada FSC aumentou mais de 45% nos últimos dez anos. No mesmo período, o número de certificados de cadeia de custódia – que garantem a rastreabilidade desde a produção da matéria-prima que sai das florestas até o produto que chega ao consumidor final – cresceu 25%. Tem havido, também, uma maior diversificação das certificações que, além da madeira, hoje incluem produtos florestais não madeireiros, como erva-mate, borracha, castanhas e açaí, subprodutos da madeira, como lignina e licor negro, e até mesmo serviços ecossistêmicos. Atualmente,  são 20 serviços ecossistêmicos verificados no País, de dez organizações diferentes, sendo nove de Conservação da Biodiversidade, cinco de Sequestro e Armazenamento de Carbono, quatro de Bacias Hidrográficas e dois de Serviços Recreacionais.

Se o nosso país – rico em recursos naturais como sabidamente é – adotar efetivamente o manejo florestal responsável e voltar seu foco para as florestas, haverá inúmeros benefícios. “O setor florestal é um dos poucos setores econômicos capazes de gerar valor ambiental, social e financeiro simultaneamente, em larga escala e com impactos positivos para pequenos produtores e comunidades tradicionais e indígenas”, diz Elson Fernandes de Lima, diretor executivo do FSC Brasil. “Investir nesse setor colocaria o Brasil na vanguarda da nova economia baseada na natureza, ou seja, focada em produtos biológicos e de baixa emissão de carbono”, completa. E, de quebra, geraria emprego e renda, melhorando a qualidade de vida de milhões de pessoas que vivem e dependem das florestas.

A certificação FSC ainda pode abrir oportunidades de mercado internacional e exportação para produtos brasileiros, o que acontece pela melhoria da imagem das empresas brasileiras, demonstrando seu comprometimento com a sustentabilidade e a responsabilidade social. Negócios e projetos certificados também têm acesso mais fácil a financiamentos e investimentos, pois são vistos como menos arriscados e mais alinhados aos objetivos de desenvolvimento sustentável.

No Dia do Meio Ambiente, celebrado no dia 05 de junho, mais do que nunca, é preciso reforçar que a floresta não é entrave para o desenvolvimento. Muito pelo contrário. Sua conservação garante a saúde dos ecossistemas, inúmeras oportunidades financeiramente atraentes de uso da biodiversidade, assegura a produção de alimentos e medicamentos, gera renda, não apenas com a madeira, mas também com o turismo ecológico e a pesquisa científica, e tem um papel fundamental na regulação do clima. O nosso futuro passa pelas florestas.

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Arauco celebra a presença de espécies ameaçadas de extinção em suas florestas em MS

Registro de animais reforça o trabalho de conservação de áreas nativas e práticas de conservação realizado pela empresa

Com o compromisso de proteger o ecossistema em todas as regiões onde atua, a Arauco, referência global nos setores de celulose, produtos de madeira, reservas florestais e bioenergia, tem acompanhado a fauna e flora de Mato Grosso do Sul, estado onde deve construir, a partir de 2025, sua primeira fábrica de celulose branqueada no país. Um dos trabalhos focados na conservação da biodiversidade é o levantamento e monitoramento feitos na AAVC (Área de Alto Valor de Conservação) Refúgio das Antas, na fazenda Lobo.

No Dia Nacional do Meio Ambiente (05 de junho) a Arauco divulga e celebra o resultado dos dados coletados, que mostram a presença de espécies raras e ameaçadas de extinção. “Desde que iniciamos nossa atuação em MS, temos nos dedicado a compreender e monitorar a flora e a fauna locais para implementar ações que priorizem a conservação e preservação da natureza. O cuidado com o meio ambiente e com as pessoas faz parte do DNA da Arauco e ficamos muito felizes com o resultado do levantamento feito em nossa fazenda”, afirma Márcio Roberto Couto, coordenador de Relações Institucionais & ESG da Arauco.

Entre 2022 e 2024, a empresa conduziu campanhas de campo para coleta de dados na AAVC Refúgio das Antas, com o objetivo de identificar a ocorrência e proteger a fauna nativa – que é composta por aves, mamíferos de médio e grande porte, anfíbios e répteis. “As campanhas foram distribuídas de forma equitativa entre as diferentes estações do ano para aumentar a chance de registro do maior número possível de espécies animais, levando em consideração que a detectabilidade de muitas espécies varia entre épocas de chuva e seca, e que muitas delas possuem comportamento migratório, ocorrendo na região somente em alguns períodos específicos”, explica Couto.

O resultado foi o registro de 243 espécies de aves, número que representa 35,8% das 678 espécies de aves encontradas em todo o Estado. A maioria é comum no Cerrado da região, porém algumas são raras, como a pomba-trocal, pica-pau-de-cabeça-amarela, falcão-caburé, choca-de-asa-vermelha, choquinha-lisa, meia-lua-do-cerrado, bico-virado-carijó, estalador, gritador e sabiazinho-norte-americano. Também foram registradas na AAVC seis espécies de aves endêmicas do Cerrado, dezenove migratórias vindas do sul da América do Sul, três migratórias vindas da América do Norte e uma que consta como vulnerável na lista internacional de espécies ameaçadas de extinção, o mutum-de-penacho.

Em relação aos mamíferos, foram registradas 26 espécies na área, equivalente a 60,4% das 43 espécies deste grupo encontradas no Cerrado da região. Dentre estas, dez estão ameaçadas de extinção, como a onça-pintada, espécie muito rara no Cerrado da Bacia Hidrográfica do Alto Rio Paraná, o gato-mourisco, raposinha, tatu-canastra, veado-campeiro e cervo-do-pantanal. Também foram registradas 42 espécies da herpetofauna, sendo 25 espécies de anfíbios (sapos, rãs e pererecas), cinco espécies de lagartos, nove espécies de serpentes, uma de jacaré e uma de cágado. Todas estas espécies são comuns no Cerrado da região.

A AAVC Refúgio das Antas está localizada no município de Água Clara, região central do estado de Mato Grosso do Sul, cerca de 355 km de distância da capital Campo Grande. A fazenda Lobo, onde fica a AAVC Refúgio das Antas, possui 22.230 hectares, com aproximadamente 73% de área produtiva ou 16.334 hectares cobertos por florestas plantadas de Eucalyptus para exploração comercial, além de 5.232 hectares cobertos por vegetação nativa, equivalente a 23% da área total da Fazenda – 3% a mais do exigido pela legislação de MS – e 664 hectares de outros usos.

A Arauco soma 1,7 milhão de hectares de patrimônio florestal na América do Sul, que incluem 509 mil hectares de preservação da floresta nativa, proteção e conservação, segundo dados do Relatório Integrado de 2023. Todo o território abriga 157 Áreas de Alto Valor de Conservação (AAVCs), que abrigam grande biodiversidade, espécies endêmicas e que apresentam riscos de ameaças de extinção. No Brasil, os dados de patrimônio florestal da empresa, atualizados em fevereiro de 2024, apontam 310.287 hectares de área total, sendo que 99.257 hectares são áreas de conservação – equivalente a 32% da área total.

Atuação Responsável

Com propósito de contribuir para a vida das pessoas e do planeta a partir da natureza e de fontes renováveis, a Arauco conta com sólidas políticas de ESG, que orientam sua atuação na preservação do meio ambiente e o bem-estar das comunidades lindeiras à sua operação, promovendo o desenvolvimento sustentável das regiões onde está presente.

Primeira empresa florestal do mundo a ser certificada como Carbono Neutro, utilizando o protocolo validado pela consultoria global Delloite e auditado pela Price Waterhouse, a Arauco possui também a certificação FSC® (Forest Stewardship Council®), com reconhecimento global no manejo florestal como ambientalmente adequado, socialmente benéfico e economicamente viável.  Em Mato Grosso do Sul, a recertificação FSC® aconteceu em setembro de 2022. Já no Paraná, a recertificação se deu em março de 2023.

Redução de GEE

Focada em ajudar a limitar o aumento da temperatura no mundo, a Arauco assumiu o compromisso de reduzir ainda mais suas emissões de GEE (gases de efeito estufa). A empresa adotou metas para reduzir suas emissões em aproximadamente 1,5 milhões de toneladas de CO2 até 2030. Isso equivale a tirar cerca de 330 mil carros ¹ Fonte: Relatório Integrado Arauco 2023das estradas¹ ou às emissões anuais de 400 mil habitantes¹.

A empresa quer atingir zero emissões líquidas até 2050.  As metas foram validadas pela Science Based Targets iniciative (SBTi), organização corporativa de ação climática que permite que empresas e instituições financeiras em todo o mundo desempenhem o seu papel no combate à crise climática. A iniciativa é resultado de uma parceria entre o CDP (originalmente: Carbon Disclosure Project), o Pacto Global das Nações Unidas, o World Resources Institute (WRI) e o World Wide Fund for Nature (WWF).

Relatório Integrado

Publicado em abril deste ano, o Relatório Integrado Arauco 2023 revela a gestão da empresa e traz as metas e avanços no cuidado com o planeta e com as pessoas. O documento aponta os indicadores internos correspondentes às normas dos relatórios de sustentabilidade da Global Reporting Initiative (GRI), as recomendações da Task Force on Climate-Related Financial Disclosures (TCFD) para riscos de mudanças climáticas, e as normas da Sustainability Accounting Standards Board (SASB) específicas para os setores industriais de produtos de madeira, manejo florestal e produtos de celulose e papel. Também traz os rankings e principais reconhecimentos conquistados pela empresa ao longo do ano.

Dentre os trabalhos e metas elencados no Relatório, a Arauco traz o manejo florestal sustentável, com 29% do patrimônio alocado em áreas de proteção e conservação de floresta nativa da América do Sul, monitoramento de flora e fauna nativas, geração de produtos que podem substituir materiais de origem fóssil nas indústrias como embalagens, construção, vestuário, varejo e energia, entre outros.

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