PÁGINA BLOG
Featured Image

Congresso Internacional de Incêndios Florestais reforça compromisso global com a preservação

Encerrado nesta última quarta-feira (18/06), o Congresso Internacional de Gestão de Incêndios Florestais promovido pelo Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso (CBMMT) teve início na segunda-feira (16), promovendo três dias de intensos debates, palestras e capacitações voltados à prevenção e combate aos incêndios florestais.

O evento reuniu especialistas nacionais e internacionais em Cuiabá, consolidando-se como um espaço fundamental para o compartilhamento de estratégias de manejo do fogo, inovação tecnológica e articulação entre instituições. A programação reforçou a urgência de ações coordenadas, principalmente diante dos desafios impostos pela estiagem.

Nesta quarta-feira, o congresso contou com a presença de importantes nomes do cenário internacional, como Alfredo Nolasco Morales, coordenador para a América Latina do Centro Interagências Canadense de Incêndios Florestais (CIFFC), e César Alberto Robles Gutiérrez, da Comissão Florestal Nacional do México, que abordaram as práticas adotadas em seus países no enfrentamento aos incêndios de grandes proporções.

Também palestraram Ramon Santos, responsável pelo Plano Estratégico de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais da Arauco 2025 (Chile); Moisès Galán Santano, chefe de Coordenação Central na Catalunha (Espanha); Jordi Vendrell, da Fundação Pau Costa; Rodrigo Jorquera, gerente de proteção contra incêndios florestais da CONAF (Chile); e o Major Philippe Sallenave, representante da Defesa Civil da França e referência na doutrina europeia de combate aos incêndios.

A programação foi complementada por minicursos técnicos, entre eles o curso “Comportamento Extremo do Fogo e Segurança Pessoal”, ministrado pelo professor Dr. Domingos Xavier Viegas, da Universidade de Coimbra (ADAI), e o curso de “Estratégias e Táticas de Combate Aéreo em Incêndios Florestais”, com Átila Machado de Oliveira, da FIRE.

Durante o encerramento do congresso, o comandante-geral do CBMMT, coronel BM Flávio Glêdson Vieira Bezerra, destacou a evolução do trabalho em incêndios florestais nos últimos anos e a importância de promover uma abordagem estruturada e integrada sobre o tema.

“Eu me lembro que há oito anos conversávamos sobre incêndios florestais, que aqui no estado olhávamos o incêndio florestal de forma sistemática e não apenas pontual. Fizemos proposituras e definimos eixos importantes a serem fortalecidos para termos uma resposta mais adequada. Lembro de falarmos que era necessário estruturar os bombeiros militares do país, brigadas, normativas. E, olhando para este evento hoje, vejo que o que ele trouxe foi exatamente o que gostaríamos: trazer todas as temáticas de forma sistemática, com palestras científicas, pesquisadores, novas tecnologias para aplicar no cenário operativo e troca de experiências.”

Na oportunidade o comandante reafirmou o impacto positivo do congresso.

“Esse evento mostrou que é preciso. Nós esperamos que os senhores saiam com conhecimento, troca de experiências e conexões. Que esse evento possa mudar a sua empresa, o seu setor e o seu país. Que a nossa experiência mostre para os países de vocês como o Brasil e o estado de Mato Grosso estão comprometidos com a preservação ambiental e com a temática dos incêndios florestais. Carreguem com os senhores que o nosso país tem pessoas engajadas e comprometidas com a causa.”

Patrocínio

O Forest Fire – Congresso Internacional de Gestão de Incêndios Florestais conta com o patrocínio da empresa multinacional Forest Fire, da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), da Aero Agrícola Rondon, do Fórum Agro e da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), da empresa Vallfirest (VTF), da MSA Safety Incorporated – Produtos de Segurança Sofisticados (MSA), e da Cervejaria Louvada.

Informações: Gov/MT.

Featured Image

Veracel é novamente reconhecida como uma das melhores empresas para trabalhar na Bahia pelo GPTW

A Veracel Celulose reafirma sua posição de destaque no mercado baiano ao ser reconhecida novamente como uma das melhores empresas para trabalhar na Bahia, segundo o ranking 2025 da consultoria Great Place to Work (GPTW). A empresa conquistou a 4ª. colocação no ranking estadual de empresas de médio porte, consolidando sua trajetória de excelência no ambiente de trabalho. O anúncio foi realizado na manhã desta terça-feira (17), em Salvador.

Este reconhecimento se soma à certificação GPTW que a Veracel mantém pelo sétimo ano consecutivo, fruto da alta adesão e avaliação positiva dos colaboradores na pesquisa de clima organizacional realizada em 2024. A certificação estadual reforça o compromisso da companhia com a construção de um ambiente justo, inclusivo e que valoriza o bem-estar de seus times.

Além do destaque regional, a Veracel também integra o ranking nacional da GPTW como uma das cinquenta Melhores Empresas para Trabalhar no Brasil na categoria Agronegócio, refletindo sua relevância no cenário corporativo nacional.

“A renovação da certificação GPTW e o reconhecimento no ranking da Bahia são a confirmação do nosso compromisso contínuo com as pessoas que fazem a Veracel. Estamos orgulhosos de proporcionar um ambiente onde todos têm voz, oportunidades e respeito”, destaca Marcos Rogerio Souza Gomes, Coordenador de Apoio, Cuidado e Infraestrutura da companhia.

Sobre a Veracel

A Veracel Celulose é uma empresa de bioeconomia brasileira que integra operações florestais, industriais e de logística, que resultam em uma produção anual média de 1,1 milhão de toneladas de celulose, gerando mais de 3,2 mil empregos próprios e de terceiros, na região da Costa do Descobrimento, sul da Bahia e no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais.

Além da geração de empregos, renda e tributos, a Veracel é protagonista em iniciativas socioambientais no território. A consultoria Great Place to Work (GPTW) validou a Veracel como uma das melhores empresas para trabalhar no Brasil pelo 6º ano consecutivo.

Além dos mais de 100 mil hectares de área protegida ambientalmente, é guardiã da maior Reserva Particular do Patrimônio Natural de Mata Atlântica do Nordeste brasileiro.

Featured Image

MIDR inicia cooperação para fazer projetos com créditos de carbono

Capacitação técnica apoiará projetos voltados à conservação ambiental, reflorestamento e uso de biodigestores, com foco no mercado de carbono e no desenvolvimento regional sustentável

Brasília (DF) – O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), por meio da Secretaria Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros (SNFI), vai começar uma cooperação técnica para que os empreendimentos beneficiários dos Fundos Regionais possam desenvolver projetos geradores de crédito de carbono. A ideia é identificar e apoiar oportunidades de investimento em projetos relacionados à conservação de florestas, reflorestamento, instalação de biodigestores e práticas agrícolas que promovem o sequestro de carbono.

As atividades referentes à cooperação, como trocas de conhecimento, boas práticas e experiências, acontecerão em parceria com o Banco do Brasil (BB), conforme estabelecido na assinatura de um protocolo de intenções entre o MIDR e a instituição financeira nesta quarta-feira (18).

O protocolo tem como objetivo articular institucionalmente ações e políticas públicas voltadas ao desenvolvimento regional sustentável. A iniciativa busca reduzir as desigualdades regionais, melhorar a qualidade de vida da população e promover práticas sustentáveis. Essa articulação ganha ainda mais relevância no atual contexto de retomada do setor industrial brasileiro, que registrou crescimento de 3,1% no ano passado.

O Secretário Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros, Eduardo Tavares, ressaltou que a colaboração com o BB permitirá estudar soluções inovadoras, em especial no mercado de carbono, com impactos positivos para o meio ambiente e a economia local.

“Agendas como essa são transformadoras. Fazer um laboratório com o Banco do Brasil, aprofundar conhecimentos, testar possibilidades com um parceiro que já estrutura operações reais de créditos de carbono, apoiando várias cadeias produtivas, é o que precisamos”, afirmou.

A parceria entre o MIDR e o BB prevê a prospecção de projetos inseridos no escopo dos Fundos de Desenvolvimento Regional e do Fundo Constitucional de Investimento do Centro-Oeste (FCO). Do lado do Banco do Brasil, a parceria reforça a busca por fontes de receita alternativas, por mais regulação e governança no mercado de carbono no país.

“Os créditos de carbono podem ser uma fonte de receita relevante para o Brasil à medida que a nova regulamentação permite gerar créditos em áreas de preservação, reflorestamento e reservas indígenas. Sabemos que há muito interesse nesse sentido”, declarou José Ricardo Sasseron, Vice-Presidente de Negócios, Governo e Sustentabilidade Empresarial do BB.

Sem excluir outras temáticas que podem ser acordadas futuramente, o protocolo de intenções prevê que sejam analisados os seguintes tipos de crédito de carbono:

  • REDD+ (conservação florestal): Projetos em áreas de floresta no bioma amazônico e cerrado, incluindo reserva legal e/ou excedente de vegetação nativa preservados;
  • ALM (carbono no solo): Projetos que financiam a implantação de práticas de plantio direto, recuperação de pastagens, implantação de ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta), SAFs (Sistemas Agroflorestais), entre outras práticas de melhoria do solo;
  • Biogás: Projetos que financiam a implantação de biodigestores em granjas de suínos ou bovinos confinados;
  • ARR (reflorestamento): Projetos que possuem déficit de reserva legal ou áreas de proteção permanente em suas propriedades.

A Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) também estava representada na reunião, com a presença do Expert Financeiro Alejandro Barreneche. A AFD é outra importante parceira da SNFI, participando da estratégia de captação de recursos para os Fundos de Desenvolvimento.

“AFD, como banco de desenvolvimento, tem muitas propostas de metodologias de acompanhamento dos impactos socioambientais, da medida da pegada de carbono. Então, para nós, faz sentido ver como esses dois parceiros estão juntando forças para continuar no mesmo caminho e promover um setor que está se formalizando no Brasil, que é o mercado de carbono”, concluiu.

Desenvolvimento Sustentável

Para regulamentar o mercado de carbono no país, foi instituído em 2024 o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE). Por convenção, um crédito de carbono corresponde a uma tonelada de dióxido de carbono não emitida ou removida da atmosfera. Esses créditos são negociados entre empresas e países para compensar suas emissões e cumprir metas de redução de gases do efeito estufa.

Ao impulsionar projetos de crédito de carbono e o desenvolvimento regional sustentável, o MIDR colabora com as medidas de adaptação às mudanças climáticas, e contribui para as discussões na COP 30, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. O encontro global ocorrerá em novembro de 2025, em Belém (PA), reunindo líderes mundiais, representantes de governos, ciência e sociedade civil para debater soluções climáticas — e marcará a primeira vez que a conferência será realizada na Amazônia.

Featured Image

Veracel: produtividade, respeito a natureza e desenvolvimento regional como aliados de negócio

No sul da Bahia, em uma região onde a Mata Atlântica ainda resiste com toda sua diversidade, uma empresa brasileira mostra que desenvolvimento econômico e proteção ambiental não só podem caminhar juntos — como devem. A Veracel Celulose, prestes a completar 34 anos de operação e com duas décadas completas de operação fabril possui um modelo de inovação sustentável que une tecnologia, conservação, geração de emprego e desenvolvimento social em um contexto econômico de mercado desafiador para a celulose – com pressão internacional, mudanças climáticas, exigências legais e sociais. A experiência da Veracel mostra que é possível crescer com ética, tecnologia e cuidado real com o planeta e as pessoas.

A responsabilidade ambiental começa antes mesmo da floresta ser plantada. No viveiro de mudas da Veracel, tecnologia e ciência se unem para produzir árvores mais fortes e adaptadas ao clima da região. Com técnicas de clonagem e melhoramento genético, a empresa busca maior produtividade com menos impacto e acompanha de perto as variações climáticas e adaptabilidade das mudas de eucalipto que se tornarão as florestas, e a matéria-prima, da empresa.

Um exemplo claro deste trabalho foi a redução de 80% no uso de defensivos agrícolas nos viveiros devido à adoção de controle biológico, com fungos e insetos, que substitui produtos químicos por soluções naturais. Isso protege a saúde do solo, dos trabalhadores e dos ecossistemas ao redor.

Além disso, dos cerca de 200 mil hectares de área da Veracel, metade é dedicada à conservação ambiental, em um modelo de 1 hectare de mata nativa para cada hectare de eucalipto plantado.

Outra frente importante é o modelo de mosaico florestal adotado pela empresa que alterna áreas plantadas com eucalipto e áreas de vegetação nativa preservada. Os platôs são destinados ao plantio, enquanto os vales mantêm a vegetação original. O resultado é um modelo de base florestal eficiente, que protege rios e nascentes e mantem corredores naturais para a fauna e flora, algo que, consequentemente, fortalece o controle biológico de pragas, e diminui o uso de defensivos agrícolas.

A empresa também promove a restauração florestal ativa, com o plantio de cerca de 400 hectares por ano com espécies nativas da Mata Atlântica. Isso reforça a resiliência dos ecossistemas e contribui para a recuperação de uma das florestas mais ameaçadas do planeta.

Recentemente, a companhia anunciou uma parceria inédita com a Biomas, uma empresa de restauração ecológica em larga escala, para a restauração de 1,2 mil hectares de Mata Atlântica em áreas da Veracel. O modelo de negócio prevê que a restauração seja financiada pelos créditos de carbono que serão gerados na área recuperada, uma iniciativa inovadora para uma empresa de base florestal.

“Essa parceria com a Biomas reforça o compromisso da Veracel com a conservação ambiental e o desenvolvimento sustentável no território onde atuamos. Mais do que uma ação compartilhada, estamos aportando um histórico consolidado que nos posiciona como referência em iniciativas de regeneração ecológica e proteção da biodiversidade da Mata Atlântica no Sul da Bahia. Ao destinar áreas próprias para restauração com espécies nativas, reafirmamos nosso papel como protagonistas na promoção de soluções baseadas na natureza e na preservação de ecossistemas de alta relevância ambiental”, afirma Caio Zanardo, diretor-presidente da Veracel.

A companhia também é responsável pela gestão e proteção da maior reserva privada de Mata Atlântica do Nordeste, a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Estação Veracel. São mais de 6 mil hectares protegidos, habitat de espécies raras e ameaçadas de extinção. Além disso, a Veracel protege outras Áreas de Alto Valor de Conservação (AAVCs), monitoradas constantemente para garantir a integridade da flora e da fauna locais. 

A Estação Veracel também é uma sala de aula viva. Escolas da região participam de visitas e programas de educação ambiental que ensinam, de forma prática, sobre conservação, uso consciente da água, reciclagem e respeito à natureza. Além disso, centros de pesquisa e universidades internacionais fazem estudos em parceria com a reserva.

Outra frente que coloca a sustentabilidade como aliada de negócio são os processos industriais da empresa. A empresa consome cerca de 20 m³ de água por tonelada de celulose, um dos menores índices do setor no mundo. Mais de 99% dos resíduos industriais são reaproveitados, com parte deles transformada em fertilizante para a agricultura familiar e para as próprias florestas da empresa.

A fábrica da Veracel também é autossuficiente em energia desde 2005, utilizando resíduos provenientes da própria produção de celulose para gerar energia limpa. A empresa ainda possui a tecnologia para transformar produtos que existem em abundância no Sul da Bahia e seriam descartados em aterros, como o caroço de açaí e o bagaço de cana-de-açúcar em biomassa alternativa para gerar energia e, consequentemente, negócios para produtores locais. 

No quesito energia limpa, a empresa foi além: em 2023, implantou cinco usinas solares em suas áreas além da fábrica, que geram 1,2 MWp, energia suficiente para abastecer 300 famílias e evitar a emissão de mais de 230 toneladas de CO₂ por ano.

O transporte da celulose também segue o caminho da sustentabilidade. A Veracel utiliza o Terminal Marítimo de Belmonte, escoando a produção por via marítima com barcaças. Cada viagem evita cerca de 384 viagens de caminhão, reduzindo as emissões de CO₂ em mais de 116 toneladas por embarque. E tudo isso com tecnologia de monitoramento 24 horas e programas de proteção à fauna marinha, como botos e tartarugas.

A Veracel também acredita que nenhuma floresta se sustenta sozinha – e nenhuma empresa também. Por isso, investe mais de R$ 10 milhões por ano em projetos sociais que apoiam a agricultura familiar, a pesca artesanal, o empreendedorismo feminino e a valorização de culturas indígenas.

Somente 2024, mais de 1.600 famílias foram beneficiadas, incluindo 34 aldeias indígenas. O apoio vai desde cursos de capacitação e doação de equipamentos até ações estruturantes que geram renda e autonomia. Tudo isso construído com diálogo contínuo e escuta ativa, fortalecendo a licença social para operar da empresa.

Por fim, a Veracel preza pela transparência e lançou recentemente seu Relatório de Sustentabilidade referente ao ano de 2024 em que estes e outros dados podem ser consultados.

Na Veracel, cada muda plantada carrega um propósito. Cada tonelada de celulose exportada leva junto uma história de respeito ao meio ambiente e às comunidades. E cada inovação aplicada reforça o compromisso com um futuro em que produzir mais e melhor significa também proteger e incluir.

Featured Image

O que a seringueira produz? Conheça mais sobre a árvore amazônica

Na natureza, a seringueira produz látex como mecanismo de defesa contra ferimentos, insetos e microrganismos

seringueira, conhecida cientificamente como Hevea brasiliensis, é uma árvore típica da região amazônica e tem um papel fundamental na produção de borracha natural. O que pouca gente sabe é que o látex tem uma função importante na natureza, e sua produção depende de diversos fatores.

Onde tem seringueira no Brasil?

A seringueira é uma árvore nativa da floresta amazônica, ocorrendo naturalmente em estados como Acre, Amazonas, Rondônia e Pará. Em entrevista à Globo Rural, Paulo explica que a árvore pode atingir até 45 metros de altura e apresentar tronco de até 90 centímetros de diâmetro, geralmente com a base mais larga. A casca é fina, dura e quebradiça, e o látex — branco ou creme — é abundante.

Já as folhas são compostas por três folíolos, com pequenas glândulas visíveis na ponta do pecíolo. Já os frutos, do tipo tricoca, se abrem com força, lançando as sementes pela mata.

Desde que o gênero Hevea foi descrito pela primeira vez pelo naturalista Fusée Aublet, em 1775, muitos pesquisadores vêm se dedicando a compreender melhor essas árvores típicas da Amazônia. Atualmente, esse trabalho continua por meio de pesquisas voltadas à origem e à classificação das espécies, conduzidas pelo Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Evolução do Museu Paraense Emílio Goeldi, em parceria com o Instituto Tecnológico Vale (ITV). O projeto é coordenado pelo Dr. Santelmo Vasconcelos e conta com a participação do pesquisador Paulo Souza.

O que é o látex da seringueira e por que ele é produzido

De acordo com o pesquisador, o látex é produzido por estruturas internas chamadas laticíferos e atua como uma forma de defesa da planta contra ferimentos e microrganismos.

Segundo Souza, o látex é uma emulsão complexa formada por óleos, resinas, ceras, borracha e outros metabólitos secundários da planta, como mucilagem, carboidratos, ácidos orgânicos, íons minerais, enzimas e alcaloides. Essa substância é liberada quando a árvore sofre algum tipo de injúria — como cortes, mordidas de insetos ou queda de folhas — funcionando como um mecanismo de proteção contra agressões externas.

Qual o lucro de 1 hectare de seringueira?

O lucro por hectare de seringueira no Brasil varia conforme a região, práticas de manejo e condições de mercado. Em São Paulo, por exemplo, o Instituto Agronômico (IAC) desenvolveu clones de seringueira que permitem a produção de látex em menor tempo, com produtividade superior a 2.000 kg por hectare, o que representa um aumento de 40% em relação ao clone mais utilizado anteriormente, o RRIM 600.

O Instituto de Economia Agrícola (IEA) estima que, com manejo adequado, a rentabilidade anual por hectare de seringueira pode variar de R$ 5.500 a R$ 7.000. Esses valores são influenciados por fatores como custo de implantação, que pode chegar a R$ 17.483,29 por hectare no primeiro ano, e o preço médio do coágulo de borracha, que foi de R$ 2,94/kg na safra de 2016/17.

Quanto tempo vive uma seringueira?

Paulo explica que a extração do látex só é indicada a partir do quinto ano e meio ou sexto ano de vida da planta, quando o tronco atinge uma espessura adequada para a sangria sem comprometer o crescimento. A partir dessa fase, uma seringueira pode continuar sendo produtiva por até 30 anos, dependendo das condições de manejo. “Esse é o tempo médio de vida útil em cultivos comerciais. Após isso, muitas vezes a árvore é destinada ao aproveitamento da madeira”, explica.

Pode comer seringueira?

Embora o látex não seja comestível — por conter substâncias de defesa que podem ser tóxicas ao organismo humano —, algumas partes da árvore têm usos alimentares em contextos específicos. As sementes da seringueira são consumidas por animais como cutias, tartarugas e tracajás, e também por algumas comunidades indígenas, que as cozinham antes do consumo.

Preservação seringueira

O gênero Hevea inclui cerca de 11 espécies, mas é a Hevea brasiliensis que domina os cultivos comerciais. Paulo Souza ressalta, no entanto, que a introdução de novas cultivares em áreas de floresta pode gerar cruzamentos com espécies nativas e ameaçar a diversidade genética do grupo. “Esses híbridos podem comprometer a adaptação das plantas às condições ambientais da Amazônia, por isso é fundamental manter a conservação das populações naturais”, alerta.

A seringueira, conhecida cientificamente como Hevea brasiliensis, é uma árvore típica da região amazônica e tem um papel fundamental na produção de borracha natural. O que pouca gente sabe é que o látex tem uma função importante na natureza — e que a árvore oferece muito mais do que borracha. Com usos que vão da indústria de tintas à medicina regenerativa, a seringueira ainda representa uma importante oportunidade econômica para agricultores e comunidades da floresta.

Informações: Globo Rural.

Featured Image

Suzano está com três processos seletivos abertos em Ribas do Rio Pardo e Três Lagoas (MS)

As inscrições estão abertas para todas as pessoas interessadas, sem distinção de gênero, origem, etnia, deficiência ou orientação sexual, na Plataforma de Oportunidades da empresa

A Suzano, maior produtora mundial de celulose e referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do eucalipto, está com três processos seletivos abertos para atender suas demandas em Ribas do Rio Pardo e Três Lagoas (MS). As inscrições podem ser feitas por todas as pessoas interessadas, sem distinção de gênero, origem, etnia, deficiência ou orientação sexual, na Plataforma de Oportunidades da empresa (https://suzano.gupy.io/).

Em Ribas do Rio Pardo, está aberta uma oportunidade para Analista de Suprimentos Pleno – Materiais de Manutenção, Reparo e Operações Industriais Para participar os(as) candidatos(as) devem ter Ensino Superior completo e disponibilidade para atuar no modelo híbrido, com quatro dias presenciais por semana em qualquer unidade fabril da Suzano. É necessário ter sólida experiência em gestão de categorias, negociação e construção de estratégias voltadas para materiais industriais. Vivência no desenvolvimento de fornecedores no setor automotivo é considerado um diferencial. Além disso, é obrigatório o domínio do Pacote Office e inglês avançado. As inscrições seguem até o dia 22 de junho e podem ser feitas pelo link: https://suzano.gupy.io/jobs/9339326?jobBoardSource=gupy_public_page

Também há uma oportunidade para Soldador(a) – Oficina Florestal. Interessados(as) precisam ter Ensino Fundamental completo, curso de solda e experiência comprovada em soldas MIG, TIG e eletrodo. As inscrições podem ser feitas até o dia 31 de julho pelo link: https://suzano.gupy.io/jobs/9093264?jobBoardSource=gupy_public_page

Já em Três Lagoas, há um processo seletivo para a vaga de Operador(a) Abastecimento Madeira II – Logística Florestal. Os(as) interessados(as) devem ter Ensino Fundamental completo, experiência comprovada como Operador(a) de Grua ou Operador(a) de Máquinas Florestais – Forwarder -, além de possuir CNH categoria B. É importante ter disponibilidade para atuar em turnos e escalas, bem como residir em Três Lagoas (MS). As inscrições para esta vaga seguem até o dia 26 de junho e podem ser feitas pelo link: https://suzano.gupy.io/jobs/9356343?jobBoardSource=gupy_public_page

Mais detalhes sobre os processos seletivos, assim como os benefícios oferecidos pela empresa, estão disponíveis na Plataforma de Oportunidades da Suzano (https://suzano.gupy.io/). A Suzano reforça que todos os processos seletivos são gratuitos, sem a cobrança de qualquer valor para garantir a participação, e que as vagas oficiais estão abertas a todas as pessoas interessadas. Na página, candidatos e candidatas também poderão acessar todas as vagas abertas em Mato Grosso do Sul e em outras unidades da Suzano no Brasil, além de se cadastrar no Banco de Talentos da empresa.

Sobre a Suzano

A Suzano é a maior produtora mundial de celulose, uma das maiores fabricantes de papéis da América Latina e líder no segmento de papel higiênico no Brasil. A companhia adota as melhores práticas de inovação e sustentabilidade para desenvolver produtos e soluções a partir de matéria-prima renovável. Os produtos da Suzano estão presentes na vida de mais de 2 bilhões de pessoas, cerca de 25% da população mundial, e incluem celulose; itens para higiene pessoal como papel higiênico e guardanapos; papéis para embalagens, copos e canudos; papéis para imprimir e escrever, entre outros produtos desenvolvidos para atender à crescente necessidade do planeta por itens mais sustentáveis. Entre suas marcas no Brasil estão Neve®, Pólen®, Suzano Report®, Mimmo®, entre outras. Com sede no Brasil e operações na América Latina, América do Norte, Europa e Ásia, a empresa tem mais de 100 anos de história e ações negociadas nas bolsas do Brasil (SUZB3) e dos Estados Unidos (SUZ). Saiba mais em:suzano.com.br.

Featured Image

O agronegócio pode ser uma solução para a agenda climática?

Especialistas garantem que país pode ajudar a frear o aquecimento global se ocupar áreas degradadas com agropecuária sustentável

Há quem acredite ainda que agropecuária e meio ambiente ficam em lados opostos quando o assunto é desenvolvimento, mas para que o planeta não continue aquecendo e sofrendo cada vez mais por causa das mudanças climáticas, é fundamental entender que os dois setores precisam estar de mãos dadas. Por sinal, tanto ambientalistas quanto líderes do agronegócio hoje entendem que a produção de alimentos pode muito bem deixar de ser apontada como vilã ambiental, para se tornar a maior aliada na luta para a redução na emissão de gás carbônico na atmosfera. 

Federações e associações ligadas à agropecuária devem levar para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima – Conferência das Partes (COP30), que será realizada em novembro, em Belém (PA), as mais diferentes pesquisas, projetos e soluções que mostram como é possível produzir alimentos de maneira escalonada e sustentável, retendo o carbono no solo e limpando um ar tomado por gases produzidos pelas mais diferentes queimas – veículos, indústria, queimadas etc. Afinal, todas as plantas realizam fotossíntese e podem reter carbono em suas raízes e caule durante o processo natural, a partir do gás carbônico absorvido por elas. 

Especialistas explicam que, investindo na ampliação de práticas sustentáveis para agricultores e pecuaristas e todo o país, o Brasil garante melhor rentabilidade para a produção de alimentos e maior resiliência do solo, possibilitando uma maior sobrevivência do cultivo em relação às mudanças climáticas, como chuvas intensas ou estiagem mais forte do que era registrado anteriormente. 

Thais Ferraz, diretora programática do Instituto Clima e Sociedade (iCS), organização filantrópica que apoia projetos de enfrentamento às mudanças climáticas, afirma que o Brasil tem toda a condição de aumentar a quantidade de alimento produzido sem abrir mão de requisitos de sustentabilidade – especialmente se ocupar de forma inteligente os mais de 100 milhões de hectares de áreas degradadas, sem precisar expandir áreas de plantio ou pastagem para onde hoje existe vegetação nativa. 

“Essas áreas podem ser recuperadas com práticas muito mais sustentáveis. Isso pode ampliar o volume de produção do Brasil e já com critérios de sustentabilidade, podendo  agregar ainda mais valor para esse tipo de transação comercial”, afirma Thais, para quem o Brasil pode muito bem liderar um debate internacional sobre a importância da agropecuária para a agenda climática. “Também não se pode esquecer do papel fundamental que o agro tem na garantia do controle do desmatamento, que ainda é o principal impacto em termos de emissões na matriz brasileira”.

De acordo com Kamyla Borges, líder em agricultura sustentável do iCS, uma estimativa da Universidade Federal de Goiás (UFG) indica que o Brasil possui cerca de 179 milhões de hectares de pastagens, sendo que cerca de 60% apresentam algum nível de degradação (108 milhões de hectares). Minas é o estado com maior área degradada (17,2 milhões de hectares), seguido de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.  

A especialista indica que essas áreas podem ser transformadas em áreas sustentáveis e mais produtivas para a pecuária “desde que realizada com uma boa estrutura de manejo, que tenha uma profissionalização, um pasto bem cuidado, que tenha adoção de práticas como rotação das áreas de pastoreio por parte do gado”. 

“Esse rebanho precisa de suplementação com ração, uma boa qualidade vacinal, algum melhoramento genético. Ou seja, um conjunto de cuidados que indicam que essa pecuária está caminhando para uma estrutura de manejo adequada e um manejo que olha também os aspectos de sustentabilidade, como, por exemplo, a redução de metano e assim por diante”, explica Kamyla Borges.

Embora o país já detenha muito conhecimento sobre soluções sustentáveis e tecnológicas para os 108 milhões de áreas degradadas, colocá-lo em prática demanda planejamento. Por isso, o iCS, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e outras entidades se uniram para desenvolver um Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis, publicado no ano passado. 

O documento faz um mapeamento das áreas degradadas a partir de critérios técnicos, jurídicos e climáticos. “Tentou-se fazer algumas avaliações econômicas na perspectiva de avaliar, por exemplo, quais áreas estão bem servidas com frigoríficos. Então, se no raio de 100 km houver frigorífico, isso é um indicativo positivo, econômico de que aquela área tem um bom potencial para a pecuária”, exemplifica Kamyla.

De acordo com Antônio de Salvo, presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), o Brasil pode mostrar ao mundo que possui soluções sustentáveis ao produzir culturas de grande importância comercial, como soja, milho, café, cana de açúcar e eucalipto – além da pecuária bovina. 

“Se existe alguém que pode barrar as mudanças climáticas no mundo e se existe alguma atividade que é a principal responsável para atenuar isso é a agricultura brasileira. Porque nós estamos fazendo isso 365 dias por ano, diferentemente da Europa ou dos Estados Unidos, que produzem num curto período e depois lidam com neve”, afirma o presidente da Faemg. “Nós alimentamos 1 bilhão de pessoas e ainda limpamos o ar”.

Segundo Daniel Trento, coordenador executivo do Grupo de Trabalho da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para a COP30, o debate sobre a agropecuária passou a ter maior relevância na Conferência das Partes em 2023, quando a COP28 foi realizada em Glasgow, na Escócia. 

Agora, o Brasil poderá protagonizar um debate relevante sobre ampliação da agricultura sustentável. A Embrapa, por exemplo, vai levar para a COP30 os resultados de suas pesquisas sobre agricultura de baixo carbono,  lavoura-pecuária-floresta (ILPF), plantio direto, bioinsumos, sistemas florestais na Amazônia, entre outros.

“Boa parte das tecnologias hoje utilizadas na produção agropecuária são com base em ciência, vem com base em muita pesquisa da Embrapa, de institutos de pesquisa e universidades. Isso já chega no produtor e tem feito a diferença”, afirma Trento, garantindo que muitos projetos de adaptação e mitigação já vêm colocados em prática nos últimos anos.

Questão de sobrevivência

Seguir por um caminho sustentável é uma questão também de sobrevivência para o setor agropecuário, justamente por ser o mais afetado pelas mudanças climáticas (como excesso ou falta de chuvas), de acordo com Gabrielle Ferreira Pires, líder do Grupo de Pesquisas em Climatologia Aplicada da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

“Por um lado, a gente precisa se adaptar a esse clima, por isso é importante estar atento às questões climáticas e ao rumo que as coisas estão tomando, segundo a ciência. E, por outro, existem as oportunidades relacionadas a contribuir para a mitigação das mudanças climáticas”, diz a professora.Cultivo de soja combinado com eucalipto em Mato Grosso. Foto: Gabriel Faria / Divulgação

Para que a agropecuária possa, ao mesmo tempo, se preparar para o pior e ainda contribuir para mitigação do aquecimento global é preciso pensar em três pilares, de acordo com a especialista: adaptação, mitigação e economia. “Então o que seria a adaptação climática? É considerar que a gente tem um clima adverso e a gente vai continuar dentro nas próximas décadas e a gente precisa se adaptar a essa situação. Muitas decisões precisam ser tomadas no sentido de adaptar os sistemas produtivos. Já a mitigação seria buscar diminuir as emissões de gases de efeito estufa, ou seja, diminuir, reduzir, zerar e até remover o carbono da atmosfera. Mas também tem que ter um pilar econômico, precisa fazer sentido para o produtor, ele precisa ter uma segurança econômica”, conclui.

Para que as adaptações possam ser feitas com sucesso, pesquisas são realizadas em diversas universidades públicas do país. Na meteorologia agrícola da UFV, por exemplo, estão sendo realizadas pesquisas sobre efeitos do desmatamento, múltiplas safras, efeitos das mudanças climáticas no solo, entre outros.

Plantio direto é uma boa solução

Existem várias técnicas para tornar uma propriedade mais sustentável tanto para o meio ambiente quanto para o bolso do produtor, como combinar pastagem para pecuária com o plantio de eucalipto ou promover rotações de culturas. Uma das principais tecnologias empregadas em sistemas sustentáveis, tanto para pequenos quanto grandes cultivos, é a do plantio direto – que consiste em não revolver o solo com arado e aproveitar a matéria orgânica de produções anteriores para retenção do carbono no solo – e reter carbono significa menos gás carbônico na atmosfera e, consequentemente, menos efeito estufa. 

“Quando você tem sistemas que são bem manejados, quando se mantém essa matéria orgânica, a gente pode considerar como carbono neutro ou até com um balanço negativo de carbono, ou seja, está sequestrando mais carbono do que jogando ele para a atmosfera”, explica José Mário Lobo, pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).

De acordo com o especialista, os microorganismos no solo geram uma “cola” natural que não retém somente o carbono, mas também a água da chuva, que depois será escoada naturalmente para o lençol freático. “E a gente tenta minimizar outros componentes que podem gerar distúrbios, que são os pesticidas, e diminuir a dependência de insumos externos. Hoje o Brasil é muito dependente da importação de fertilizantes de potássio, nitrogênio e fósforo. Para se ter uma ideia, em 2020, 96% dos nitrogenados eram importados”, argumenta Lobo, apontando ainda que as propriedades que adotam esse sistema agrícola são mais resilientes sobre as mudanças climáticas – ou seja, suportam mais os efeitos das temperaturas altas, das chuvas escassas ou das tempestades. 

Aos poucos, essa técnica vai chegando aos produtores. Em 2021, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) deu início ao projeto Construindo Solos Saudáveis, levando o plantio direto para unidades demonstrativas em diversas partes do estado. 

Uma delas é a propriedade do Daniel Capella, de 45 anos, em Itatiaiuçu, na região metropolitana de Belo Horizonte. No fim do ano passado, ele cultivou diversas hortaliças, como alface, quiabo, repolho, vagem e mostarda, usando a técnica ensinada pela Emater. Primeiro ele plantou sementes de leguminosas e usou as plantas para gerar uma “palhada” – a matéria orgânica que deixou o solo poroso e perfeito para semear as hortaliças.Daniel Capella (à esquerda) recebe capacitação de técnico da Emater-MG. Foto: Rafael Soal/Emater-MG

“Estou fazendo a primeira colheita e posso adiantar que a densidade dos repolhos foi muito maior, ou seja, ficou mais pesado. Como o repolho a gente vende no quilo, foi um benefício muito grande para a gente”, relata Capella, acrescentando que percebeu também uma grande economia na hora de adubar o solo no processo. “Usei muito menos esterco”.

O que falta para todo mundo adotar a sustentabilidade?

Se as tecnologias sustentáveis oferecem ao produtor muitos ganhos econômicos, por que todos os agricultores e pecuaristas brasileiros ainda não aderiram às soluções sustentáveis? Para José Mário Lobo, é preciso engajar especialmente os grandes produtores, fazer chegar a eles esse conhecimento. “A gente precisa de capacitação, principalmente de técnicos que podem dar assistência para esses produtores e orientar na adoção dessas práticas. Isso depende de política pública, de mobilizar federações, associações e cooperativas de agricultores”, opina. 

Segundo ele, é preciso acabar com o antigo pensamento que coloca agro e meio ambiente em lados opostos. “As mudanças climáticas estão mostrando para os produtores que se eles não mudarem os modelos mentais, eles vão aumentar a vulnerabilidade em relação aos aos eventos extremos que estão acontecendo por causa das mudanças climáticas”.

Para Kamyla Borges, do iCS, é preciso engajar os produtores através de incentivos econômicos, como o recém-lançado Caminho Verde, um programa nacional de conversão e recuperação de pastagens degradadas. A ideia é que, no final da linha, cheguem ao produtor rural linhas de financiamento atrativas. Para que o produtor possa converter a sua pastagem num uso mais produtivo, sustentável, ou melhorar a qualidade da sua atividade pecuária”, diz a especialista, lembrando que no Plano Safra já existe uma linha de financiamento voltada para recuperação de pastagens. 

Mas Kamyla faz um alerta: o recurso ofertado tem realmente que ser usado para a recuperação ambiental da propriedade, para que não haja perpetuação do problema. “Um estudo recente da Agroícone sobre pastagens degradadas mostra que, a concessão do crédito está indo para a aquisição de gado e para áreas com um alto nível de degradação das pastagens. Então, assim, os bancos e o Plano Safra não estão enxergando de fato a finalidade desse crédito, porque não faz sentido você conceder crédito para aquisição de mais bois, se esse gado vai estar localizado numa pastagem ruim”.

Já o presidente da Faemg, Antônio de Salvo, afirma que os produtores não querem ter propriedades degradadas, mas muitas vezes não se sentem confiantes o suficiente para tomar empréstimo para investir em melhorias nas pastagens. Para ele, os governos precisam fazer os investimentos certos, para que os produtores se sintam incentivados a fazer o mesmo. “Como posso investir, se não sei se a BR-381 vai ser duplicada e vai trazer o que eu preciso para a minha região? Como posso ter confiança em investimento se eu não tenho confiança no que o governo faz, por que ele gasta mais do que arrecada?”, questiona.

Para Daniel Trento, da Embrapa, o  produtor rural é muito pragmático em suas escolhas e isso deve ser levado em conta ao se apresentar propostas a ele. “Essas práticas têm que ter viabilidade e fazer sentido para o seu dia a dia. Incentivos econômicos reais, como acesso a crédito, pagamento por serviços ambientais (PSA), prêmios por produção sustentável e valorização no mercado externo, entre outros mecanismos, são exemplos de como isso é possível”, explica Trento.

O especialista da Embrapa reforça que é fundamental o país investir em assistência técnica e capacitação continuada, porque muitos agricultores ainda desconhecem boa parte das tecnologias. Além disso, deve-se oferecer reconhecimento e valorização social. “Mostrar que quem produz de forma sustentável é protagonista da solução climática, e não vilão. Isso inclui dar visibilidade aos bons exemplos e integrar os produtores aos fóruns de decisão climática. Para isso, ter uma estratégia de comunicação eficaz é essencial, deve-se traduzir os conceitos da agenda climática para a linguagem do campo e mostrar ganhos concretos de produtividade, rentabilidade e resiliência”, completa.

Ações em Minas

Destaque nacional na geração de energia limpa, especialmente solar, Minas também tem investido estrategicamente no setor agropecuário para cumprir a meta de zerar as emissões líquidas de carbono até 2050. Entre os planos estão a aceleração da implementação do Plano ABC+, que prevê não só a recuperação de pastagens, mas também a adoção de tecnologias como integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e sistemas agroflorestais; o fomento à suplementação alimentar do rebanho, melhoria genética e manejo de dejetos, que são práticas reconhecidas por reduzir significativamente as emissões de metano entérico; e o estímulo à geração de créditos de carbono no setor agropecuário.

“O agro pode e deve ser parte da solução (para os efeitos do aquecimento global), conciliando produção, geração de renda e sustentabilidade climática”, afirma a secretária de Meio Ambiente, Marília Carvalho de Melo, que vai apresentar o que o estado tem feito durante a COP30.

Featured Image

Imprimir importa: os consumidores preferem o papel para aprender, confiar e viver no dia a dia

Apesar do crescimento contínuo das plataformas digitais, uma nova pesquisa mostra que os consumidores continuam a valorizar a mídia impressa, principalmente quando se trata de compreensão, confiança e aprendizado. A Pesquisa Trend Tracker 2025, realizada pela Toluna para Two Sides, um dos maiores e mais abrangentes estudos da indústria de impressão e papel, revela uma valorização consistente e resiliente da impressão na vida cotidiana.

A pandemia de Covid-19 trouxe grandes interrupções no consumo de mídia impressa, remodelando a forma como os consumidores interagiam com notícias e conteúdo impresso. Embora o mundo digital possa oferecer praticidade e velocidade, a pesquisa destaca que a preferência pela leitura impressa se recuperou desde a pandemia e é o formato preferido para livros, revistas e documentos importantes. De fato, 61% dos consumidores brasileiros e 72% dos argentinos preferem livros impressos. Em se tratando de revistas impressas a preferência é de 32% (Brasil) e 41% (Argentina) e quanto a catálogos comerciais, a pesquisa mostrou que 19% (Brasil) e 20% (Argentina) tendem a escolher as versões impressas.

A impressão ainda é preferida onde é mais importante. Quando se trata de comunicações essenciais, como informações médicas, demonstrações financeiras e documentos legais, os consumidores escolhem consistentemente o impresso em vez do digital por sua segurança, clareza, confiabilidade e permanência:

  • 53% (BR) e 48% (AR) preferem bulas e receituários impressos
  • 46% (BR) e 46% (AR) preferem receber exames e relatórios médicos e hospitalares impressos
  • 84% (BR) e 81% (AR) querem ter o direito de escolher se receberão seus extratos e contas impressas ou no formato digital

As descobertas deste ano refletem um comportamento mais consciente do consumidor em relação a requisitos de sustentabilidade, ainda que não se perceba grandes variações dos indicadores quando comparados aos resultados anteriores. Embora as ferramentas digitais sejam valiosas, as pessoas reconhecem cada vez mais os pontos fortes únicos da impressão, especialmente onde a compreensão, a memória e a confiança são críticas.”  diz Fabio Mortara, presidente de Two Sides América Latina.

O papel da impressão no aprendizado e na compreensão

Além dos documentos cotidianos, a impressão continua a desempenhar um papel vital na educação e no consumo de notícias. A pesquisa descobriu que:

  • 65% (BR) e 57% (AR) acreditam que os alunos aprendem melhor usando materiais impressos do que digitais
  • 38% (BR) e 39% (AR) estão preocupados com o desaparecimento dos jornais impressos
  • 60% (BR) e 65% (AR) estão preocupados com os prejuízos à saúde decorrentes do uso excessivo de dispositivos eletrônicos.

Em uma época em que as pessoas dedicam tempo demais às telas já se percebe um desejo crescente de se desconectar e ampliar a experiência com o tangível. O impresso oferece uma experiência física que o digital simplesmente não pode replicar – sem pop-ups, sem distrações, apenas uma maneira mais imersiva e calma de consumir informações.

A mídia impressa não é apenas relevante, é mais sustentável do que a maioria das pessoas pensa. Livros impressos, jornais, revistas, correspondência publicitária e outras peças de comunicação em papel são recicláveis, biodegradáveis e sua matéria-prima é renovável – árvores cultivadas e fibras recicladas. Frequentemente vemos apelos ambientais quanto à maior sustentabilidade das mídias digitais, no entanto estas têm impactos ambientais muito elevados, que costumam ser completamente negligenciados.

Mortara continua: “A pesquisa Trend Tracker 2025 de Two Sides deixa uma coisa clara: mesmo com a constante evolução da tecnologia, o impresso continua sendo confiável, valorizado e essencial na vida moderna. Do aprendizado e alfabetização à tranquilidade jurídica, o papel ainda se destaca onde mais importa.”

Um resumo do título contendo algumas das principais descobertas está disponível publicamente para visualização e download aqui: https://twosides.info/trend-tracker-2025.

Os dados completos da pesquisa, divididos por país, idade e sexo, estão disponíveis apenas para membros de Two Sides ou disponíveis para compra.

Para saber mais sobre a campanha ou como se tornar um membro, visite twosides.org.br.

FIM

O que é Two Sides?

Fundada em 2008, Two Sides é uma iniciativa global, sem fins lucrativos que divulga os atributos únicos, sustentáveis e atraentes do papel e das embalagens de papel, bem como esclarece equívocos comuns sobre seus impactos ambientais. Two Sides é uma colaboração de empresas de celulose, papel, embalagens, gráficas, editoras, jornais e revistas e opera na Europa, América do Norte e do Sul, África do Sul, Austrália e Nova Zelândia. Papel, cartão e papelão são recicláveis biodegradáveis e provêm de florestas cultivadas.

Featured Image

Rede ILPF amplia para cinco estados programa de estímulo à expansão do Sistema de Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta

Sistema ILPF chega hoje a aproximadamente 17,4 milhões de hectares, e seu potencial de expansão é enorme porque estima-se que o Brasil tenha cerca de 160 milhões de hectares de pastagens que podem ser convertidos para ILPF

A partir da trajetória de sucesso em curso já há três anos em São Paulo, a Associação Rede ILPF ampliou, neste primeiro quadrimestre de 2025, para mais cinco estados – Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro – o programa Integra destinado a estimular a expansão do Sistema de Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) no agro brasileiro.

Ancorado em acordos assinados com as secretarias estaduais de Agricultura, bem como com entidades, como, por exemplo, a ABCZ, a iniciativa contempla uma extensa agenda de atividades de difusão de conhecimento e de transferência de tecnologias, entre técnicos, produtores e instituições parceiras, por meio de dias de campo, palestras, treinamentos, encontros técnicos, mentorias etc. pautada nas oportunidades socioeconômicas e ambientais da adoção do Sistema ILPF.

O programa prevê também a articulação junto a instituições financeiras e parceiros estratégicos, com o intuito de viabilizar o acesso a linhas de financiamento, com condições mais atrativas de crédito e alinhadas a práticas sustentáveis, para o produtor rural que implantar o Sistema ILPF, assim como irá fomentar o acesso a mercados diferenciados, como, por exemplo, de carne de baixo carbono.

“A integração lavoura-pecuária-floresta significa a emancipação do produtor. De que forma? Porque tem uma renda de curto prazo, que são as lavouras de grãos e cereais. Tem o gado no médio prazo e o componente florestal no longo prazo”, ressalta o presidente-executivo da Rede ILPF, Francisco Matturro, que acrescenta: “o Sistema ILPF chega hoje a aproximadamente 17,4 milhões de hectares, e seu potencial de expansão é enorme porque estima-se que o Brasil tenha cerca de 160 milhões de hectares de pastagens que podem ser convertidos para ILPF”.

O gerente técnico da Rede ILPF, Gabriel Martins, menciona ainda que o Integra utiliza ainda ferramentas digitais, como o ILPF Digital, para apoiar o diagnóstico, o mapeamento de práticas e o acompanhamento das propriedades envolvidas. “O fortalecimento das Unidades de Referência Tecnológica também compõe a agenda, com foco em capacitação prática e demonstração de modelos integrados”.

:: ILPF, benefícios socioeconômicos e ambientais

A ILPF é uma estratégia de produção que combina diferentes sistemas produtivos: agrícolas, pecuários e florestais em uma mesma área, seja em consórcio, sucessão ou em rotação de culturas, gerando benefícios para todas as atividades.

A prática intensifica de modo sustentável o uso da terra, protege e fertiliza o solo, promove a economia de insumos e consequente redução de custos, e simultaneamente eleva a produtividade em uma mesma área, diversificando produção e fontes de receita. Ao mesmo tempo, o Sistema é ambientalmente correto, com baixa emissão de gases de efeito estufa e permite o sequestro de carbono, tornando a atividade mais resiliente às mudanças climáticas.

Culturas agrícolas como grãos [soja e milho] e produção de fibras [algodão] podem ser utilizadas na ILPF. A modalidade pecuária contempla, sobretudo a bovinocultura de corte ou leite e a parte florestal envolve a silvicultura, com destaque, por exemplo, para o plantio de eucaliptos. Diferentemente do senso comum, a ILPF pode ser adaptada para pequenas, médias e grandes propriedades, em todos os biomas brasileiros.

:: Rede ILPF

A Associação Rede ILPF é uma parceria público-privada formada pela Embrapa, a cooperativa Cocamar e as empresas Bradesco, John Deere, Soesp, Suzano, Syngenta e Timac Agro e tem como objetivo intensificar a sustentabilidade da agropecuária brasileira, por meio da adoção das tecnologias de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF).

Featured Image

Sistema com árvores neutraliza emissões de metano de mais de dois bovinos por hectare

Um estudo realizado na Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP), investigou a capacidade de um sistema silvipastoril (SSP) em neutralizar as emissões de metano entérico de bovinos de corte pela fixação de carbono pelas árvores. Os resultados, publicados na revista internacional Agricultural Systems, revelam que o sistema compensou a emissão de metano de mais de dois bovinos adultos (um bovino adulto corresponde a 450 kg de peso vivo). A pesquisa considerou apenas o carbono armazenado na parte do tronco das árvores destinada a produtos de maior valor agregado e mobiliário.

A média nacional é de apenas um animal adulto por hectare no Brasil. Porém, a integração da pecuária com componente arbóreo permite mais do que o dobro da lotação padrão brasileira, o que torna o modelo sustentável e mais produtivo por unidade de área.

Comparou-se uma área composta por pastagem de capim-piatã sombreada por eucaliptos com um sistema a pleno sol de manejo intensivo. Os pesquisadores avaliaram a emissão de metano utilizando a metodologia do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e a fixação de carbono pelas árvores por meio de medições de altura e diâmetro dos eucaliptos.

Papel das árvores na pecuária

O metano, liberado durante a digestão dos bovinos, é um dos principais gases de efeito estufa (GEE), contribuindo com 65% das emissões agropecuárias em equivalente de CO2. Apesar de ter uma vida útil menor na atmosfera em comparação ao CO2, o metano possui um potencial de aquecimento global 27 vezes maior.

Nesse contexto, a integração de pecuária com eucaliptos surge como uma solução climática inteligente. As árvores presentes no sistema realizam a fotossíntese, absorvendo o dióxido de carbono (CO2) da atmosfera e armazenando-o em sua biomassa. Os cientistas consideraram a parcela do carbono acumulada no tronco, que possui maior estabilidade a longo prazo, como a madeira utilizada na indústria moveleira, seguindo as diretrizes do protocolo Neutral Carbon Brazilian Beef (NCBB).

Sequestra CO2 e ainda proporciona conforto animal

Mesmo em um sistema intensivo, com uma taxa de lotação 256% maior que a média brasileira, o componente florestal apresentou potencial significativo de neutralização das emissões de metano. De acordo com o pesquisador da Embrapa José Ricardo Pezzopane, ao considerar todo o carbono fixado no tronco das árvores, o balanço líquido foi negativo em -14,28 Mg CO2 eq. por hectare ao ano. “Ou seja, se considerarmos todo o carbono fixado no tronco das árvores, além de neutralizar a emissão de metano pelos animais, o sistema silvipastoril ainda sequestra grande quantidade de carbono”, explica o cientista.

Além da significativa redução do metano e do CO2, a pesquisa constatou que o SSP proporcionou maior conforto térmico aos animais em comparação com o sistema a pleno sol. A presença das árvores oferece sombra, reduzindo o calor no ambiente, o que pode impactar positivamente o bem-estar animal e, potencialmente, a produtividade. “Os sistemas silvipastoris têm dupla função no combate às mudanças climáticas. Por um lado, é uma estratégia de mitigação por sequestrar carbono da atmosfera. Por outro, é uma estratégia de adaptação, pois aumenta o conforto térmico em um cenário cada vez maior de aumento de temperaturas”, destaca o pesquisador.

Implicações para a agropecuária brasileira

Os resultados demonstram o grande potencial do modelo silvipastoril como uma estratégia eficaz para mitigar as emissões de gases de efeito estufa na pecuária brasileira, ao mesmo tempo em que promove o bem-estar animal. A adoção pode contribuir significativamente para as metas de redução de emissões do Brasil e para o desenvolvimento de uma produção de carne bovina mais sustentável e alinhada com as demandas de consumidores cada vez mais preocupados com as questões ambientais.

Segundo Pezzopane, embora o SSP possa apresentar uma menor massa de forragem em algumas estações devido ao sombreamento promovido pelas árvores, a suplementação permitiu manter um desempenho animal semelhante ao do sistema a pleno sol. 

Foto: Juliana Sussai

Experimento

O sistema estudado foi estabelecido com eucalipto em 2011, inicialmente com um espaçamento de 15 por 2 metros (15m x 2m), resultando em uma densidade populacional de 333 árvores por hectare. Em julho de 2016, as árvores foram desbastadas para um espaçamento de 15 m x 4 m, resultando em uma densidade de 167 árvores por hectare.

Com essa configuração, concluiu-se que o modelo compensou 77% da emissão de metano, considerando o Carbono estocado nos troncos destinados a produtos de maior valor agregado e mobiliário. Essa compensação correspondeu à emissão de 2,3 bovinos adultos por hectare, enquanto a taxa de lotação real no experimento foi de 3,01 bovinos adultos por hectare.

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

A principal contribuição do estudo para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) é reforçar as práticas de mitigação às mudanças climáticas e promover sistemas de produção mais sustentáveis. Também alinhada ao ODS 13 – Ação Contra a Mudança Global do Clima, a pesquisa demonstra que o sistema integrado com árvores é uma alternativa inteligente para a produção de carne bovina, capaz de reduzir significativamente as emissões de GEE no setor agropecuário brasileiro. O Consumo e Produção Responsáveis (ODS 12) é atendido ao propor um sistema com menor pegada de carbono e maior atenção ao bem-estar animal, o estudo estimula práticas de produção mais responsáveis e com adaptação às Mudanças Climáticas Globais. Por fim, o ODS 2 – Fome Zero e Agricultura Sustentável também está contemplado, uma vez que a pesquisa explora uma via para uma produção de carne mais sustentável, essencial para sistemas alimentares a longo prazo.

As mudanças climáticas, principalmente o aumento das temperaturas, podem diminuir o conforto térmico e o desempenho animal e, consequentemente, aumentar a idade de abate e a emissão de carbono por produto animal. Estratégias que promovam alternativas para aumentar o conforto térmico animal serão cruciais. A presença de árvores tem se mostrado uma alternativa interessante para fornecer sombra aos animais em regiões tropicais, principalmente durante as horas mais quentes do dia.

Sobre a pesquisa

O trabalho completo pode ser acessado em: Silvopastoral system as a climate-smart alternative for beef production: Enteric methane emission neutralization and animal thermal comfort increase – ScienceDirectOs autores são Henrique B. Brunetti, Patrícia Anchão Oliveira, José Ricardo Pezzopane, Alberto Bernardi, Alexandre Rossetto Garcia, Alexandre Berndt, André Pedroso e Sergio Raposo Medeiros, da Embrapa Pecuária Sudeste, além de Ana Lelis, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp). 

Informações: Embrapa.

Anúncios aleatórios

+55 67 99227-8719
contato@maisfloresta.com.br

Copyright 2023 - Mais Floresta © Todos os direitos Reservados
Desenvolvimento: Agência W3S