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Oportunidade: MS Florestal promove mutirão para captação de currículos em Itapura (SP)

Evento ocorre no próximo sábado, dia 15, no Centro de Juventude do município

Mato Grosso do Sul, 10 de março de 2025 – A MS Florestal, empresa genuinamente sul-mato-grossense na área especializada de florestas plantadas, fará uma ação de recrutamento e seleção, no dia 15 de março, sábado, em Itapura (SP) para captação de currículos nos cargos de auxiliar serviço de campo, motoristas, operadores, técnicos de operações e supervisores.

O mutirão acontece no Centro da Juventude, localizado na Rua Getúlio Vargas, das 9h até às 13h, horário local. A oportunidade é para trabalhar em Bataguassu (MS) na operação de plantio e irrigação, dentro do padrão de qualidade e segurança da companhia.

Os benefícios para quem trabalha na empresa são os seguintes: plano de saúde, plano odontológico, wellhub, auxílio farmácia, seguro de vida, transporte fretado, vale alimentação, refeição fornecida pela empresa.

Sobre a MS Florestal

A MS Florestal é uma empresa sul-mato-grossense que fortalece as atividades de operação florestal do Grupo RGE no Brasil, um conglomerado global com foco na manufatura sustentável de recursos naturais. Especializada na formação de florestas plantadas e na preservação ambiental, além do desenvolvimento econômico e social das comunidades onde atua, a MS Florestal participa de todas as etapas, desde o plantio do eucalipto até a manutenção da floresta. Para mais informações, acesse: www.msflorestal.com

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Eldorado Brasil está com mais de 50 vagas de emprego abertas para ajudante florestal em Selvíria e Inocência (MS)

Os interessados podem participar das entrevistas a partir desta terça-feira (11)

A Eldorado Brasil Celulose está com mais de 50 vagas de emprego abertas para a função de ajudante florestal nas cidades de Selvíria e Inocência, na região leste de Mato Grosso do Sul. Durante os dias 11, 12, 13 e 14 de março será realizada uma série de entrevistas com os interessados em ocupar os cargos. A agenda começa nesta terça-feira, em Inocência, a partir das 8 horas, no escritório de silvicultura da Eldorado. Na quarta-feira, dia 12 de março, as entrevistas serão em Castilho – SP, a partir das 8h (horário local), na quinta-feira, dia 13 de março, às 9 horas, a equipe de Recursos Humanos estará em Selvíria, e na sexta-feira, dia 14, às 8 horas, em Três Lagoas, no Senai.

Para concorrer a uma das vagas é necessário levar documentos pessoais, carteira de vacinação e currículo.

Importante: a seleção em Três Lagoas será para atuação em Inocência e os candidatos aprovados terão transporte diariamente.

Vaga

Ajudante florestal: responsável em executar trabalhos na área florestal desde o início do processo de formação de florestas, tais como: plantio, irrigação, replantio, combate a formigas, aplicação de herbicida, adubação, roçada, capina, manejo de mudas, dentre outras.

Requisitos: Ensino fundamental incompleto, vivência em atividades de campo e disponibilidade para alojar.

Locais de seleção:

Inocência – MS Dia: 11 de março – quarta-feira
Local: escritório de silvicultura da Eldorado
Endereço: Avenida Três Lagoas, 536B
Horário: 8h

Castilho – SP
Dia: 12 de março – quarta-feira
Local: Secretaria da Agricultura
Endereço: Anel Viário Sebastião Antônio da Silca, 50, Bairro Alvorada
Horário: 8h (horário local)

Selvíria- MS
Dia: 13 de março – quinta-feira
Local: escritório de Silvicultura da Eldorado em Selvíria
Rua Vereador José Antônio Trindade, 1570
Horário: 9h

Três Lagoas – MS
Dia: 14 de março – sexta-feira Local: Senai
R. José Amílcar Congro Bastos, 1313 – Vila Nova
Horário: 8h

A Eldorado Brasil

A Eldorado Brasil Celulose é reconhecida globalmente por sua excelência operacional e seu compromisso com a sustentabilidade, resultado do trabalho de uma equipe qualificada de mais de 5 mil colaboradores. Inovadora no manejo florestal e na fabricação de celulose, produz, em média, 1,8 milhão de toneladas de celulose de alta qualidade por ano, atendendo aos mais exigentes padrões e certificações do mercado internacional. Seu complexo industrial em Três Lagoas (MS) também tem capacidade para gerar energia renovável para abastecer uma cidade de 2,1 milhão de habitantes. Em Santos (SP), opera a EBLog, um dos mais modernos terminais portuários da América Latina, exportando o produto para mais de 40 países. A companhia mantém um forte compromisso com a sustentabilidade, inovação, competitividade e valorização das pessoas.

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Créditos de carbono sem dono: o impasse da titularidade da terra

*Artigo de Luiz Ugeda.

Não adianta se preocupar com as peças do xadrez se não se conhece as regras do tabuleiro. No mercado de créditos de carbono, avanços tecnológicos permitem medir a captura de CO₂ com alta precisão, mas essa sofisticação de nada vale se não há clareza sobre a titularidade das terras onde as florestas estão localizadas. Sem uma base jurídica sólida, qualquer tentativa de comercialização desses créditos se torna um risco.

O mercado de créditos de carbono tem sido impulsionado por avanços tecnológicos que buscam medir com precisão a captura de CO₂ pelas florestas. Sensores ultrassensíveis, inteligência artificial e modelagem molecular são algumas das técnicas utilizadas para quantificar o estoque de carbono em cada árvore. No entanto, há um problema que nenhuma dessas inovações consegue resolver: a indefinição sobre a titularidade da terra onde essas árvores estão plantadas.

O direito de vender créditos de carbono não se resume à comprovação da captura de CO₂. É imprescindível que haja clareza sobre quem detém a propriedade da área florestal, já que, sem essa definição, não há segurança jurídica para as transações. Empresas e fundos interessados em adquirir esses ativos ambientais enfrentam riscos elevados quando a posse do território é incerta ou contestada.

A questão fundiária é particularmente complexa em países onde a governança da terra apresenta fragilidades. Em muitas regiões da Amazônia, por exemplo, há sobreposição de títulos, registros imprecisos e ocupações informais. Isso significa que, mesmo que uma floresta seja rigorosamente monitorada em termos de captura de carbono, o crédito correspondente pode estar vinculado a uma propriedade cuja titularidade não é incontroversa.

Além da insegurança jurídica, a ausência de definição clara sobre a propriedade da terra pode gerar conflitos socioambientais. Comunidades indígenas e populações tradicionais frequentemente reivindicam direitos sobre territórios utilizados para a venda de créditos de carbono por empresas privadas. Sem um marco regulatório sólido, esses conflitos podem se agravar, colocando em risco a viabilidade de projetos de conservação.

Organismos internacionais e investidores exigem garantias antes de ingressar no mercado de carbono. Um dos critérios fundamentais para a certificação de projetos de carbono florestal é a comprovação de que a terra tem um titular legítimo e que este possui o direito de explorar economicamente o sequestro de carbono. A falta dessa comprovação inviabiliza negócios e afugenta potenciais compradores.

O problema não se restringe a países em desenvolvimento. Nos Estados Unidos, por exemplo, disputas sobre direitos de uso da terra e sobre propriedade de árvores plantadas em áreas privadas têm gerado litígios envolvendo créditos de carbono. Em alguns casos, há divergências sobre se o proprietário da terra é o único detentor dos direitos sobre o carbono sequestrado pelas árvores ou se arrendatários e concessionários podem reivindicar participação.

Para que o mercado de carbono avance, é necessário investir tanto na regularização fundiária quanto na criação de mecanismos claros de reconhecimento da titularidade dos créditos. Empresas brasileiras, como a Infotech JusMapp, têm se dedicado exclusivamente a lidar com esse caos fundiário, desenvolvendo soluções tecnológicas para garantir segurança jurídica ao mercado de carbono. Sem essa base jurídica, qualquer medição científica de CO₂ armazenado se torna irrelevante para fins comerciais.

A digitalização dos registros de terras e a interoperabilidade entre diferentes bases de dados podem contribuir para reduzir a incerteza. No entanto, esses esforços devem ser acompanhados por reformas legais que garantam que os títulos emitidos tenham validade incontestável. A ausência de políticas eficazes nessa área pode fazer com que mercados emergentes de carbono fracassem antes mesmo de se consolidarem.

O paradoxo atual é que há tecnologia para medir a captura de carbono no nível molecular, mas questões básicas sobre quem tem direito a vender os créditos correspondentes seguem sem solução. Isso cria um ambiente de negócios arriscado e reduz a credibilidade do próprio mercado de carbono como instrumento de mitigação climática.

A ausência de clareza fundiária também abre brechas para fraudes e especulação. Há casos de áreas desmatadas que, anos depois, são reflorestadas artificialmente e utilizadas para gerar créditos de carbono sem que haja comprovação de que os novos plantios representam um adicional real na captura de CO₂. Sem uma governança transparente, o mercado se torna vulnerável a abusos.

Governos, reguladores e investidores precisam compreender que o sucesso dos mercados de carbono não depende apenas de avanços tecnológicos, mas também da capacidade de garantir que as transações tenham segurança jurídica. A regulamentação clara da propriedade da terra é um requisito tão relevante quanto a precisão na medição da captura de carbono.

Enquanto essa questão permanecer sem solução, iniciativas sofisticadas de monitoramento de carbono continuarão fracassando na prática. Nenhum modelo científico ou sensor de última geração pode compensar a falta de regras claras sobre a titularidade da terra. Sem essa base jurídica, o mercado de carbono seguirá sendo uma promessa frustrada, incapaz de cumprir seu papel na transição para uma economia de baixo carbono.


*Luiz Ugeda é Advogado e Geógrafo. Pós-doutor em Direito (Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG) e doutor em Geografia (Universidade de Brasília, UnB). Doutorando em Direito (Universidade de Coimbra, FDUC). Ocupou funções de gestão em diversas empresas, associações e órgãos públicos do setor elétrico, do aeroportuário e de concessões de rodovias. É fundador de startups de dados para setores regulados. Autor da obra “Direito Administrativo Geográfico”.

Origem da publicação: https://geocracia.com/creditos-de-carbono-sem-dono-o-impasse-da-titularidade-da-terra/

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Engenharia florestal: a ciência por trás do manejo de florestas nativas

*Artigo de Cícero Ramos.

Há mais de 300 anos, o saxão Hans Carl von Carlowitz defendeu o uso sustentável das florestas, argumentando que o consumo de madeira deve respeitar os limites de produção e regeneração das áreas florestais. Em outras palavras, não se deve derrubar o estoque de árvores maduras da floresta até que se observe que há crescimento suficiente no local. Carlowitz baseia seus argumentos no interesse do “bem comum”, da comunidade e da “querida posteridade”, ou seja, das gerações futuras, apresentando uma ideia claramente definida de sustentabilidade.

As florestas e biomas exigem a capacidade exata da visão do presente e do futuro em todas as ações que nelas efetua. A profissão de engenheiro florestal surgiu justamente com esse propósito: garantir que o uso dos recursos florestais seja sustentável. Afinal, a madeira e outros produtos florestais são essenciais para a humanidade, mas exigem tempo para serem produzidos. Com o crescimento populacional e a demanda crescente, é fundamental planejar atividades que sejam economicamente viáveis, socialmente justas e ambientalmente responsáveis.

No Brasil, o curso de Engenharia Florestal foi criado há 65 anos. No entanto, é importante esclarecer alguns aspectos sobre essa profissão: será que esse curso foi uma invenção nacional? A resposta é não. O curso já existia há décadas em países como Alemanha, Suécia, França, Estados Unidos. Na América do sul, Venezuela, Colômbia, Chile e Argentina também haviam implementado cursos de Engenharia Florestal muito antes do Brasil.

Mas por que criar um curso tão específico, não teria sentido a criação da Escola Nacional de Florestas pela União e dos cursos de Engenharia Florestal por algumas Universidades, para formar o Engenheiro Florestal? outras formações não poderiam cobrir essas necessidades? A resposta está na complexidade dos ecossistemas florestais. Recursos abundantes e ecossistemas florestais diferenciados, recomposição de florestas, técnicas de regeneração e plantio, manutenção de habitas, alternativas de uso do solo, previsões de produção em floresta, produtos não madeireiros oriundos da floresta, manutenção de florestas, necessidades econômicas, dentre outras variáveis heterogenias, clamavam, como clamaram antes na Europa, por alternativas técnicas e ciências que pudessem responder de forma organizada há estas questões que variavam de ambiental a econômica. A criação da Engenharia Florestal surgiu da necessidade de formar profissionais qualificados para enfrentar os desafios do setor florestal brasileiro. Essa iniciativa não apenas fortaleceu a formação de especialistas, mas também impulsionou a adoção de práticas sustentáveis e inovadoras no manejo dos recursos florestais.

Em que pese a legislação, de forma bem intencionada, tentar simplificar as normas para o manejo de florestas naturais (esse é o tema que abordaremos aqui), e isso é compreensível, continuam subjacentes as necessidades de conhecimentos técnico-científicos para elaboração e execução dos planos de manejo.

O engenheiro florestal é um gerente dos recursos florestais, desempenhando um papel essencial na conservação e no manejo sustentável das florestas, desse modo ele precisa saber o ambiente ideal para a regeneração natural de determinada espécies, e também se algum tratamento silvicultural adicional será necessário. Precisa saber planejar e calcular a rede ideal   de estradas, pátios e trilhas de arraste visando menor dano a floresta e com menor custo aplicando conhecimentos de exploração de impacto reduzido (EIR) e precisa de conhecimento sólidos de estratificação das diferentes tipologias e sub-tipologias, e sua combinação de espécies florestais para um melhor lançamento amostral estatístico, o qual não comprometa a regeneração da floresta quando explorada.

Além disso, o engenheiro florestal precisa saber identificar a qualidade, sanidade e potencial dos fustes a serem manejados e quais devem ficar como árvores matrizes ideais. Precisa estudar a capacidade de suporte da floresta a ser manejada e qual a intensidade de exploração que deve ser utilizada de maneira a que não ponha em risco a sustentabilidade da mesma. A floresta, e dentro dela, todas a suas espécies, possuem uma “faixa de variação ótima” na sua curva de desenvolvimento e formação. Retiradas que perturbem esta faixa de variação, implicarão no “ponto de não retorno” mencionado por especialistas e seguidamente mencionado na mídia.

O engenheiro florestal precisa saber monitorar a floresta em exploração. Para isso não são suficientes a correta instalação de parcelas permanentes, mas saber calcular sua intensidade ideal, e mais que isso, interpretar seus resultados a luz das informações das fases sucessionais da floresta. Quais classes diametricas merecem abertura para luminosidade? E para qual espécie? E em que intensidade? Como está a estrutura da floresta? Os ciclos de corte estarão adequados? Quando ela estará produtiva de novo? Já pode haver uma reentrada no talhão? Como pleitear isto junto aos órgãos ambientais? Quais medidas mitigadoras devem ser utilizadas no caso de impactos imprevistos?

Atualmente, há uma grande preocupação ambiental, e muitas profissões passaram a opinar sobre o meio ambiente de acordo com suas próprias visões de mundo, muitas vezes sem uma direção clara ou base técnica sólida. No entanto, é importante destacar que já existe uma formação específica e consolidada que permite trabalhar com as florestas naturais de forma produtiva e sustentável quando necessário. Grandes cientistas do passado, como Carlowitz, Hartig, Cotta, Liocourt, Brandis, Odum, Osmaston, Whitmore, Dawkins e, mais recentemente, Natalino Silva, entre outros, já haviam refletido sobre o uso sustentável das florestas naturais. Todo esse conhecimento acumulado está organizado e disponível no curso de Engenharia Florestal, que continua sendo a base para o manejo responsável e científico dos recursos florestais.

O engenheiro florestal precisa saber identificar as áreas de ocorrência principal das espécies e diferenciar das ocasionais e identificar o risco local de determinada espécie, se esse for o caso. Ele também precisa entender de modelos matemáticos de crescimento e volume de madeira, ajustar equações hipsométricas.  Combinar variáveis dendrométricas com ambientais.

Por outro lado sabemos, que todas estas preocupações não utilizam talvez até o momento, 20 ou 30% do aporte e estoque cientifico que a Engenharia Florestal possui. Mas ela possui!!! E ela está qualificada para enfrentar os novos desafios que surgirão quando das necessidades já em discussão sobre o aperfeiçoamento do manejo florestal se tornarem mais fortes. Manejo de precisão, manejo por espécie são novos desafios! A ciência florestal não para! Embrapa, INPA, faculdades, continuam apresentando sugestões de modernização do manejo florestal. Mais e mais especialistas com sólida formação em Ciência Florestal serão necessários. Novos protocolos de manejo florestal estão sendo desenvolvidos.

A Engenharia Florestal não é apenas uma profissão — é uma ciência. Ela se baseia em diversas disciplinas, entre as quais destacam-se: Entomologia Florestal, Anatomia da Madeira, Tecnologia da Madeira, Ecologia Florestal, Experimentação Florestal, Dendrologia, Tecnologia e Produção de Sementes Florestais, Dendrometria, Melhoramento Genético Florestal, Inventário Florestal, Métodos e Tratamentos Silviculturais, Silvicultura Tropical, Economia Florestal, Colheita, Transporte e Logística Florestal, além de outras que complementam o conhecimento necessário. Todas essas áreas convergem em uma disciplina que integra e aplica esses conhecimentos de forma prática e abrangente: o Manejo de Florestas Naturais.

O manejo florestal na Amazônia está alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU, nos objetivos 8 (trabalho decente e crescimento econômico), 12 (consumo e produção responsáveis), 13 (ação contra a mudança global do clima), 15 (vida terrestre) e 17 (parcerias e meios de implementação). É crucial promover um entendimento mais profundo sobre o manejo florestal sustentável e da cadeia produtiva da madeira de florestas nativas, considerando aspectos socioeconômicos e ecológicos. Reforçando práticas florestais sustentáveis e a inovação baseada na ciência e engenharia florestal são essenciais para proteger as florestas, gerar renda e mitigar as mudanças climáticas, integrando o uso dos recursos florestais com estratégias de conservação ambiental.

No Brasil, a Engenharia Florestal foi responsável por introduzir o manejo florestal sustentável, antes a exploração das florestas nativas era feita de maneira empírica, sem o suporte técnico necessário. O manejo florestal sustentável é, de fato, uma das poucas atividades de uso do solo que mantém a cobertura florestal enquanto gera renda a partir da floresta em pé. Essa prática é fundamental para conciliar a produção econômica com a conservação ambiental, garantindo a sustentabilidade dos recursos naturais.

É importante deixar claro que a silvicultura envolve uma série de atividades essenciais — como a produção de sementes, mudas, preparo da área e do solo para o plantio, controle de plantas invasoras, pragas e doenças, além do plantio, replantio, adubação e calagem, sempre com o devido acompanhamento técnico —, essas práticas não devem ser confundidas com o manejo de florestas nativas.

Agora, imagine o que acontece quando profissionais sem a qualificação adequada assumem essas tarefas. Os princípios da administração pública, como legalidade e eficiência são ignorados, projetos acabm mal elaborados, sem base científica sólida, e os danos materiais e ambientais são inevitáveis. No final, quem paga o preço é a floresta — e, por consequência, todos nós.

Reduzir o ensino da ciência florestal apenas à disciplina de Silvicultura é um erro grave. A Engenharia Florestal é muito mais ampla. Permitir que profissionais sem formação completa atuem no manejo de florestas nativas é como deixar alguém operar um paciente só porque leu um manual de cirurgia. Conhecimento técnico e científico não são opcionais — são fundamentais.

Sendo a Engenharia Florestal uma ciência, é impossível assimilar todo o conhecimento acumulado acerca desta ciência com apenas uma carga horária de 60, 75 ou 90 horas. Se fosse assim, em três, quatro ou cinco anos, o ser humano poderia dominar todas as ciências da humanidade e poderia exercer todas as profissões existentes no mundo. o que é claramente inviável e impossível de se conceber.

O conhecimento técnico e científico não é uma opção, mas uma necessidade. Transferir essa responsabilidade para quem não está preparado é, no mínimo, irresponsável. A ciência florestal não é apenas uma palavra bonita — é a base que sustenta práticas seguras, eficazes e sustentáveis. E quando se trata de florestas nativas, não há espaço para atalhos.


*Cícero Ramos é engenheiro florestal e vice-presidente da Associação Mato-grossense dos Engenheiros Florestais-AMEF.

Origem da publicação: https://www.remade.com.br/noticias/20567/engenharia-florestal:-a-ciencia-por-tras-do-manejo-de-florestas-nativas

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Suzano chega a mais de 1,4 mil mulheres atuando em suas operações em Mato Grosso do Sul

Em 2024, a empresa contratou 849 mulheres, o que corresponde a 32% das contratações da empresa realizadas ao longo do ano em MS; foram 402 para atender a Unidade Três Lagoas e 447 para a Unidade Ribas do Rio Pardo

A Suzano, maior produtora mundial de celulose e referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir de árvores plantadas de eucalipto, segue com o propósito de aumentar a diversidade em suas operações e inicia 2025 com mais de 1,4 mil mulheres atuando em diferentes áreas no Mato Grosso do Sul. Somente no ano passado, 849 mulheres foram contratadas para as áreas industriais e florestais, o que corresponde a cerca de 32% das contratações. Desse total, foram 402 para atender a Unidade Três Lagoas e 447 para a Unidade Ribas do Rio Pardo.

De acordo com Angela Aparecida dos Santos, gerente executiva de Gente e Gestão da Suzano, a empresa segue ampliando a contratação de mulheres. “Esse aumento de mulheres em diferentes áreas de atuação reflete um trabalho iniciado há muito tempo pela companhia, envolvendo não apenas mudanças em nossos processos seletivos, mas também ações de atração de talentos e investimentos na formação dessas profissionais. A Suzano acredita que a criação de um ambiente de trabalho em que a mulher possa ser protagonista é essencial para o fortalecimento do ambiente de negócios e para a construção de um mercado de trabalho mais justo e igualitário”, reforça.

Atualmente, a Unidade Três Lagoas mantém cerca de 6 mil postos de trabalho, dentre os quais 3,5 são próprios. Desse total, 836 postos são ocupados por mulheres, sendo que 183 atuam na operação industrial e 653 na área florestal. Já a Unidade Ribas do Rio Pardo, que conta com 3 mil colaboradores, entre próprios e terceiros, tem 642 mulheres em seus quadros próprios, das quais 181 atuam na operação industrial e 461 na área florestal. O número de mulheres em cargos de liderança, que incluem posições como supervisão, coordenação e acima, também tem aumentado ao longo dos anos, chegando a 21% em todo o estado.

“A Suzano está no caminho certo para alcançar o compromisso de atingir 30% de mulheres em cargos de gerência e acima até o final de 2025. Alinhados ao nosso direcionador, que diz que ‘só é bom para nós, se for bom para o mundo’, seguimos investindo em programas de mentoria, no fortalecimento de lideranças femininas em cargos de supervisão e coordenação e na construção de um plano de sucessão que priorize a equidade de gênero, acelerando essa transformação”, completa Angela.

Desenvolvimento

Entre as mulheres que estão fazendo a diferença em posições de liderança na Unidade de Três Lagoas, Ester Storck, 33 anos, é um exemplo do compromisso da empresa com a equidade de oportunidades. Formada em Engenharia Florestal, ela está desde 2020 na Suzano e acumulou experiência em diversas regiões antes de ingressar na companhia. Iniciou sua trajetória no Mato Grosso do Sul, liderando um módulo de colheita durante a pandemia, o que fortaleceu sua capacidade de gestão. Dois anos depois, foi promovida a consultora da área e, posteriormente, à coordenação de Governança de Processo.

Ela destaca que a presença feminina na liderança traz um olhar mais equilibrado e humanizado para a gestão. “Meu gerente comentou que eu era a primeira supervisora mulher de colheita de Mato Grosso do Sul, o que me deu um frio na barriga, mas também uma enorme satisfação em poder abrir caminho para outras mulheres. A colheita é um setor desafiador, com operação 24 horas e alta exigência, mas acredito que, como mulheres, conseguimos trazer um olhar diferenciado, com mais proximidade e cuidado na gestão da equipe”, destaca.

Ester Storck. Crédito imagem: Suzano.

Em Ribas do Rio Pardo, a engenheira de produção Palloma Vigiani, 34 anos, foi a primeira mulher contratada pela Suzano na área industrial da Unidade de Ribas do Rio Pardo. Com uma trajetória de qualificação, Palloma consolidou sua carreira na indústria e hoje contribui ativamente para o desenvolvimento de novas profissionais na Suzano, onde encontrou um ambiente que valoriza a diversidade e incentiva a presença feminina.

Atualmente, Paloma faz parte de um time de 181 mulheres que atuam na operação industrial, muitas das quais ajudou a formar. “A Suzano confia na força das mulheres, e essa valorização me deu coragem para avançar e inspirar outras profissionais a seguirem o mesmo caminho. Por muito tempo, fui a única mulher nos setores em que atuei. Hoje, tenho o privilégio de acompanhar e formar novas colegas, que agora fazem parte da operação e ajudam a transformar a indústria”, destaca.

Palloma Vigiani.

Sobre a Suzano

A Suzano é a maior produtora mundial de celulose, uma das maiores produtoras de papéis da América Latina, líder no segmento de papel higiênico no Brasil e referência no desenvolvimento de soluções sustentáveis e inovadoras a partir de matéria-prima de fonte renovável. Nossos produtos e soluções estão presentes na vida de mais de 2 bilhões de pessoas, abastecem mais de 100 países e incluem celulose; papéis para imprimir e escrever; papéis para embalagens, copos e canudos; papéis sanitários e produtos absorventes; além de novos bioprodutos desenvolvidos para atender a demanda global. A inovação e a sustentabilidade orientam nosso propósito de “Renovar a vida a partir da árvore” e nosso trabalho no enfrentamento dos desafios da sociedade e do planeta. Com mais de 100 anos de história, temos ações nas bolsas do Brasil (SUZB3) e dos Estados Unidos (SUZ). Saiba mais na página: www.suzano.com.br.

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No Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, conheça a história de quem deixou a casa para conquistar sua independência

Mato Grosso do Sul, 7 de março de 2025 – Coragem! Uma palavra pequena, mas exigente. Imagina só, mudar o destino de uma família e ser a primeira pessoa a ter um curso técnico e sair da extrema pobreza. Agora, imagina deixar a família e amigos e se mudar para uma cidade distante 2.547 km, viver uma cultura completamente diferente para trabalhar e ter sucesso na área de formação.

Coragem e Jaiane Santos Moreira, de 26 anos, andam lado a lado. Ela nasceu e cresceu na cidade praiana de Entre Rios, na Bahia. De uma família extremamente humilde, como ela mesma menciona, os avós eram analfabetos e ela cresceu sabendo o que queria e não era apenas se casar e ser dona de casa, assim como todas as outras mulheres de sua família. Então, ela mudou seu destino.

Jaiane Santos Moreira.

Sempre estudiosa e curiosa em aprender tudo o que pudesse, Jaiane foi a primeira a ter curso técnico entre os 30 primos. “Alguns começaram, mas nenhum concluiu por motivos pessoais. Eu me formei, mudei de cidade, sai da roça e fui para a cidade ali em Entre Rios mesmo e consegui um emprego em um resort em uma escala 6×1, apenas uma folga na semana. O trabalho era intenso, tive crise de ansiedade, foi quando surgiu a oportunidade de trabalhar no viveiro da MS Florestal, em Água Clara”.

A vaga de auxiliar de serviços gerais ela viu pela internet e se interessou. “Pensei que o ‘não’ eu já tinha, então corri atrás”.

Formada em técnica agropecuária e com a nova oportunidade à vista, Jaiane estudou, viu as possibilidades de crescer com a nova chance e conseguiu ser efetivada. “Eu nunca tive medo de enfrentar o novo, gosto de desafio, eu falei para minha mãe que eu me mudaria, e ela sempre me apoia em tudo. Trabalhar no viveiro é uma experiência diferente e vai agregar no meu currículo”.

Em Água Clara há um ano, Jaiane iniciou a faculdade de Ciências Contábeis e não tem custo com aluguel, pois a MS Florestal oferta alojamento. “Aqui eu consegui dar um novo começo aos estudos, eu curso faculdade e não tenho essa preocupação se o dinheiro vai dar no fim do mês ou não porque sou amparada”.

Jaiane conta nunca ter tido plano de saúde, o que é ofertado pela empresa. “Eu adoro trabalhar aqui, os benefícios são ótimos, nunca tive plano de saúde e agora tenho, todas as empresas em que já trabalhei só davam folga uma vez na semana e aqui eu trabalho de segunda a sexta-feira, tendo o fim de semana para poder ter vida social e estudar”.

No viveiro da MS Florestal em Água Clara trabalham 147 mulheres de 225 colaboradores, no total.

Segundo a gerente de Recursos Humanos da MS Florestal, Amanda Barrera, histórias como a de Jaiane inspiram outras mulheres. “É isso o que queremos incentivar, mostrar a capacidade delas e encorajá-las. Histórias de superação como a da nossa colaboradora assim como de tantas outras fazem a diferença”.

Sobre a MS Florestal

A MS Florestal é uma empresa sul-mato-grossense que fortalece as atividades de operação florestal do Grupo RGE no Brasil, um conglomerado global com foco na manufatura sustentável de recursos naturais. Especializada na formação de florestas plantadas e na preservação ambiental, além do desenvolvimento econômico e social das comunidades onde atua, a MS Florestal participa de todas as etapas, desde o plantio do eucalipto até a manutenção da floresta. Para mais informações, acesse: www.msflorestal.com

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CMPC terá uma das plantas mais sustentáveis do país no setor de celulose

Investimento de 2,75 bilhões de reais modernizará a unidade de Guaíba, reduzindo resíduos e melhorando a produtividade em 18%

Grandes projetos aproximam a indústria de celulose às práticas de sustentabilidade e à bioeconomia. Um exemplo é o projeto BioCMPC, um conjunto de 31 ações ligadas à sustentabilidade, que contará com a modernização da Unidade Industrial em Guaíba, transformando-a em uma das mais sustentáveis do Brasil no setor de celulose e papel.

O projeto foi elaborado visando os 3 Cs da empresa: criar soluções inovadoras a partir da celulose; conviver com as comunidades vizinhas promovendo iniciativas sociais voltadas para educação, geração de renda e qualidade de vida; e conservar os recursos naturais, praticando a gestão ambiental adequada em todos os processos produtivos.

“Queremos influenciar positivamente toda a sociedade e mostrar que é possível investir em competitividade nos negócios, ao mesmo tempo que se promove desenvolvimento social e ações de ESG”, afirma Mauricio Harger, diretor-geral da CMPC no Brasil.

Benefícios para o entorno

O projeto, iniciado em setembro de 2021, conta com o investimento de 2,75 bilhões de reais e trará contribuições em produtividade e sustentabilidade para a unidade de Guaíba, gerando um ganho de 18% na performance industrial.

O resultado promete melhores índices ambientais em pelo menos cinco quesitos: gestão de resíduos, tratamento de efluentes, emissões atmosféricas, sistemas de tratamento de gases e gestão ambiental.

Além de trazer benefícios ao meio ambiente, a iniciativa aquecerá a economia. Isso porque ela deve criar 7.500 novos postos de trabalho durante a obra. A empresa também vai impulsionar um programa de educação ambiental que será compartilhado com a rede pública de ensino.

Unidade industrial da CMPC: empresa produz, por ano, cerca de 1,9 milhão de toneladas de celulose (Fabiano Panizzi/Divulgação).

Redução dos gases de efeito estufa

A planta de Guaíba, que já é referência mundial em economia circular, reciclando 100% dos resíduos sólidos oriundos do processo industrial, prevê agora, com as novas medidas do BioCMPC, diminuir consideravelmente o volume de material gerado e eliminar 100% os resíduos de cinzas.

A empresa espera ainda, com a revisão do sistema de coleta de gases, fazer com que a CMPC no Brasil tenha o melhor sistema de tratamento de gases do setor no país – e um dos melhores do mundo.

“Além das nossas florestas que já sequestram milhares de toneladas de carbono, eliminaremos uma fonte de energia não renovável e vamos instalar uma nova caldeira de recuperação para produção de energia 100% limpa”, afirma Harger. “No século 21 a sociedade espera que as empresas não gerem problemas e ainda ajudem a sociedade a superar seus próprios desafios. E é isso que estamos fazendo.”

Arte/Exame.

Informações: Exame.

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Da China à FS Fueling Sustainability, Bambu Vai de Casas a Caldeiras e Abre Mercado no Agro

Como a milenar planta asiática está entrando em projetos no Brasil, um mercado global que movimenta US$ 68 bilhões por ano

Era a virada do milênio, ano 2000, quando Guilherme Korte, recém-formado em jornalismo, recebeu uma proposta para ser repórter internacional na China. Sem hesitar, como em todo começo de carreira, ele aceitou cobrir a economia chinesa, mas outra pauta chamou sua atenção chegando lá: a utilização do bambu na indústria.

O bambu (Bambusa vulgaris) é uma planta da família das gramíneas, de origem asiática, e historicamente plantado de forma abundante naquele país. “Apesar de ser um material de uso milenar, culturalmente integrado à sociedade, o uso do bambu como elemento estrutural e industrial era uma novidade na época, na China. Então, comecei a escrever muito sobre isso”, conta Korte em entrevista exclusiva à Forbes. Depois de quatro anos ele voltou para o Brasil, mas não para o jornalismo.

O contato com o bambu na China fez Korte se lembrar dos tempos que viveu em Mato Grosso, nos anos 1980, e acompanhou o desenvolvimento da atividade agrícola na região. Então, pensou: “por que não se dedicar à produção da planta?”.

Guilherme Korte fundou a Abrafibras em 2014. Imagem: divulgação.

“Como eu já tinha tido esse contato com o agro antes, voltei para o Brasil e comecei a fazer pesquisas sobre a produção de bambu. Viajei para 20 países, estudei e fundei a Abrafibras”, diz. Abrafibras significa Associação Brasileira da Industria e dos Produtores de Bambu e de Fibras Naturais, entidade fundada por ele em 2014, em São Paulo.

Como nasce uma associação para o bambu

“O governo precisava de uma entidade para acompanhar os gastos com estudos sobre o bambu. Então, criei a associação”, afirma Korte. Ele também cuida de um viveiro de bambu em uma propriedade de sete hectares em Tatuí, na mesma linha.

A iniciativa do jornalista tem um fundamento econômico. O bambu hoje atrai setores da indústria, especialmente a construção civil, no segmento de residências sustentáveis, decoração e a indústria de papel e embalagens. Não fica de fora o setor de bioenergia, que precisa de fontes renováveis, como a FS Fueling Sustainability, antiga FS Bioenergia, biorrefinaria mato-grossense que produz etanol, farelo, óleo e energia elétrica, fundada em 2017, e que faz parte do Agro100, ranking que lista as maiores empresas do setor com balanços publicados.

E aqui vai um fato curioso: as primeiras fábricas de papel no Brasil, em 1950, utilizavam o bambu como matéria-prima por causa da escassez de florestas homogêneas de pinheiros, árvores comuns no hemisfério Norte utilizadas para esse fim. Mas, logo a agroindústria do eucalipto começou a ganhar mais força.

Detalhes de cultivo de bambu, floresta que pode ser explorada por 50 anos. Imagem: divulgação.

De volta aos dias atuais, o mercado global de bambu movimenta cerca de US$ 68 bilhões (R$ 400 bilhões na cotação atual) por ano, segundo a Organização Internacional de Bambu e Rattan (INBAR), entidade chinesa fundada em 1997, dedicada à promoção do uso sustentável do bambu para o desenvolvimento sustentável.

De olho no Brasil, em 2024, as importações de produtos de bambu do país aumentaram 30% em relação a 2023, ultrapassando US$ 42 milhões (R$ 247 milhões), segundo dados o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços pela consultoria do Centro Brasileiro Inovação e Sustentabilidade (CEBIS).

Bambu vira fonte de energia na FS Bioenergia

Com mais de 200 milhões de anos e algo em torno de 1.300 espécies identificadas, o bambu ocupa 3% das florestas globais. O Brasil possui 230 variedades da planta, e abriga a segunda maior floresta nativa de bambu do mundo, de até 4,5 milhões de hectares, segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Apesar de não haver dados oficiais exatos sobre a área de bambu cultivada no país, Korte afirma que são 80 mil hectares, sendo 50 mil hectares de plantios recentes. Os números devem ser atualizados em breve, já que a segunda publicação da Embrapa sobre a planta está em preparação e deve ser lançada em meados de 2025. O livro é uma continuação da obra “Bambus no Brasil: da biologia à tecnologia”, publicada em 2017.

Segundo Korte, para fins de produção energética, o bambu vem sendo cultivado nos estados do Maranhão, Mato Grosso do Sul, Bahia e Paraná. É uma nova forma de aproveitamento, além da construção civil. Não por acaso, 12 mil já foram plantados para serem utilizados nas usinas de geração de energia de biomassa da FS Fueling Sustainability, primeira usina de etanol 100% de milho do Brasil. A empreitada do bambu começou em 2019, em Diamantino, a 200 km de Lucas do Rio Verde, onde está a sede da empresa, e teve investimento inicial de R$ 170 milhões.

A empresa começou arrendando 3 mil hectares de terras com algum tipo de degradação. “Foi um experimento inicial, mas ficamos muito animados com os resultados. O bambu é forte, resistente e não sofre ataques de pragas como o eucalipto”, diz Daniel Lopes, vice-presidente executivo de sustentabilidade e novos negócios da FS Fueling Sustainability.

Depois da colheita, o bambu vai para um armazém que recebe todas as outras biomassas que a empresa utiliza para gerar energia, como caroço de algodão e de açaí, bagaço de cana e casca de arroz. “Misturamos cerca de 50% de eucalipto, 20% de bambu e 30% de outros resíduos na caldeira, queimamos e o vapor gerado cozinha o milho e seca os grãos”, diz ele. Em usinas nos Estados Unidos, por exemplo, esse processo é feito com gás natural, combustível fóssil nocivo ao meio ambiente.

Daniel Lopes é vice-presidente executivo de sustentabilidade e novos negócios da FS Fueling Sustainability. Imagem: divulgação – FS Bioenergia.

Apesar do eucalipto ser a matéria-prima principal da queima, para Lopes, depender somente da árvore pode ser um desafio para o crescimento da produção do etanol de milho. “Se não plantamos eucalipto há 6 anos, não teremos biomassa disponível para gerar vapor. Aí entra o bambu com o seu ciclo curto, de três anos no primeiro corte, e depois dois nos anos subsequentes”, diz ele. O bambu também se destaca por perder 50% da sua umidade em 15 dias, enquanto o eucalipto leva 120 dias.

Outro fator que chamou atenção de Daniel foi o crescimento da planta antes e depois dos cortes. “O bambu não para, é quase que uma praga porque você corta e ele cresce mais forte”, brinca. O custo menor também foi considerado, já que da produção à colheita, a espécie asiática gera uma economia de 10%, comparada ao eucalipto. Vale lembrar que a planta não exige um solo específico para cultivo e necessita apenas de quantidades de chuvas acima de 1.200 milímetros anuais.

Por enquanto, para a FS Fueling Sustainability, os 12 mil hectares plantados de bambu, que tem duração média de 50 anos, são suficientes para fomentar de 25% a 30% da matriz de biomassa. Por isso, não há planos de expansão para a receita adotada, que por ora está equilibrada. No entanto, a empresa quer se tornar a primeira usina a produzir etanol de milho carbono negativo, e manter a geração de energia de biomassa a partir do bambu é um começo promissor.

O cultivo do bambu vai crescer no Brasil
Quanto ao potencial do bambu para a indústria, não será necessário esperar a virada do próximo milênio para que ele seja reconhecido. O plano estratégico para o setor no Brasil prevê um aumento de 20% na área de cultivo até 2026 e a meta de alcançar 12 milhões de hectares sob manejo sustentável até 2035, segundo dados da INBAR.

Para Korte, a produção da espécie asiática no Brasil deve crescer nos próximos anos, impulsionada pela mecanização da colheita, o custo de produção mais barato e as inúmeras possibilidades de uso. “O Brasil é considerado o país com maior potencial de fornecimento de fibra de bambu. Na China, a produção ainda é muito manual. Desse jeito, vamos exportar para lá”, afirma.

Korte já deu o primeiro passo. Em dezembro, ele enviou para a China amostras genômicas de oito espécies de bambu para serem estudadas em um projeto de substituição de plástico naquele país. Esse passo é importante, mas ele ressalta que o foco precisa ser, primeiro, o mercado interno, principalmente para atender o setor de energia de biomassa e de construção sustentável.

Segundo Korte, esse é um caminho sem volta. “Em função do desenvolvimento de tecnologia na colheita, há cada vez mais empresas interessadas nessa matéria-prima. O bambu vai deslanchar”, afirma.

Informações: Forbes.

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Brasil contará com US$ 247 milhões para restauração florestal e soluções baseadas na natureza

Desse montante, US$ 100 milhões serão direcionados ao setor privado para financiar projetos de restauração na Amazônia e no cerrado

O Brasil contará com um total de US$ 247 milhões em investimentos para
promover a restauração orestal e ampliar o uso de soluções baseadas na natureza
no país. O Plano de Investimento do Programa Natureza, Povos e Clima (NPC) dos
Fundos de Investimento Climático ( Climate Investment Funds – CIF) foi aprovado
na quinta-feira, 27/2, durante reunião do Comitê do Fundo.

O plano prevê US$ 47 milhões em recursos reembolsáveis do CIF, combinados com
US$ 100 milhões do Fundo Clima, via Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), e US$ 100 milhões do Banco Mundial, que serão
direcionados ao setor privado para nanciar projetos de restauração na Amazônia e
no cerrado.

O Programa NPC do CIF apoia o desenvolvimento de soluções baseadas na
natureza para o enfrentamento das mudanças climáticas, promovendo a
restauração de ecossistemas e o fortalecimento da resiliência das populações
rurais. Com um orçamento global de US$ 400 milhões, o programa reconhece aprograma reconhece a interdependência entre o uso da terra, a crise climática e os meios de subsistência
das comunidades, incentivando países a implementarem projetos que combinam mitigação e adaptação de forma integrada.

A Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, no papel de
ponto focal do CIF no Brasil, coordenou a elaboração do Plano de Investimento
brasileiro e a articulação entre os atores envolvidos. O desenvolvimento do plano
foi liderado pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB), como ponto focal técnico do NPC
Brasil, e contou com a participação do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do
Clima (MMA), BNDES, Banco Mundial e Banco Interamericano de Desenvolvimento
(BID).

O plano brasileiro será implementado pelo BNDES, que concederá crédito ao setor
privado para impulsionar investimentos em restauração orestal e cadeias
produtivas sustentáveis. O objetivo é transformar áreas degradadas da bacia do
Tocantins-Araguaia, conhecida como Arco do Desmatamento, em um novo Arco
da Restauração, contribuindo para a redução das emissões de gases de efeito
estufa, recuperação da vegetação nativa e criação de novas oportunidades
econômicas.

O Plano prevê a restauração de 54 mil hectares de orestas, com impacto estimado
na redução de até 7,75 milhões de toneladas de CO₂ e a geração de até 21 mil
empregos diretos e indiretos.

O subsecretário de Financiamento ao Desenvolvimento Sustentável do Ministério
da Fazenda, Ivan Oliveira, celebrou a aprovação do Plano de Investimento e
destacou sua importância para o avanço da restauração florestal no Brasil.

“A restauração de ecossistemas degradados é uma das estratégias fundamentais
para enfrentarmos a crise climática e fortalecer a resiliência dos territórios e das
comunidades. Com esse plano, estamos viabilizando um modelo inovador de
nanciamento, que reduz o custo do capital, aumenta a escala e incentiva o setor
privado a atuar como protagonista na recuperação ambiental do país”, armou.

O NPC Brasil é o primeiro Plano de Investimento aprovado no âmbito do Fundo
Climático Estratégico (SCF) do CIF com 100% de foco no setor privado. Esse modelo
inovador utiliza nanciamento misto ( blended nance ) para alavancar
investimentos em restauração e incentivar a participação de empresas em
iniciativas de recuperação ambiental. Além de reduzir custos nanceiros para os
tomadores de crédito, o programa fomentará o desenvolvimento de cadeias produtivas ligadas à restauração, gerando empregos e renda para comunidades

Adicionalmente, pela primeira vez, o CIF direcionará recursos para investimentos
na Amazônia brasileira, ampliando sua atuação no país e alinhando-se às políticas
nacionais, como o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg).

A versão aprovada pelo Fundo passou por consulta pública, garantindo um
processo inclusivo e colaborativo nesta iniciativa fundamental para o avanço das
soluções baseadas na natureza no Brasil.

Com a aprovação do Plano de Investimento, o Brasil tem agora um prazo de 18
meses para desenvolver o plano de implementação e detalhar os projetos que
serão desenvolvidos no âmbito do NPC.

Informações: Agora MT.

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Expedição de papelão ondulado totaliza 335.067 toneladas em janeiro de 2025

O Boletim Estatístico Mensal da EMPAPEL aponta que o Índice Brasileiro de Papelão Ondulado (IBPO)
caiu 1,2% em janeiro, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, para 149,2 pontos
(2005=100).

Em termos de volume, a expedição de caixas, acessórios e chapas de papelão ondulado alcançou
de 335.067 toneladas no mês.

Por dia útil, o volume de expedição foi de 12.887 toneladas, uma queda de 1,2% na comparação
interanual, em que janeiro de 2025 registrou a mesma quantidade de dias que em 2024 (26 dias
úteis).

Nos dados livres de influência sazonal, o Boletim Mensal de janeiro registrou queda de 0,3% no
IBPO, para 153,9 pontos, equivalentes a 344.740 toneladas.

Informações: EMPAPEL / Imagem: divulgação.

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