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FSC mantém grupo da Paper Excellence sem certificado florestal

Conflito de interesses identificado em análise jurídica paralisa tentativa da companhia de recuperar o selo verde

O principal certificador florestal do mundo, o FSC (Forest Stewardship Council), decidiu manter a suspensão da certificação do grupo Paper Excellence, controlado pelo empresário Jackson Widjaja, após identificar um conflito de interesses no processo de análise jurídica contratado pela empresa. A informação foi divulgada pela revista Veja, que teve acesso aos detalhes do caso.

Segundo o FSC, o conflito de interesses envolvia a Domtar, nome sob o qual a Paper Excellence opera na América do Norte. A descoberta levou à extensão da suspensão da análise que poderia restituir o selo verde aos produtos da Asia Pulp and Paper (APP), maior empresa da família Widjaja, que perdeu a certificação em 2007, após ser flagrada praticando desmatamento ilegal no Sudeste Asiático.

Jackson Widjaya, dono da Paper Excellence (Foto: Divulgação)

O processo de reavaliação já estava interrompido desde janeiro, quando a APP comunicou de forma discreta às autoridades antitruste da Europa que Jackson Widjaja, já proprietário da Paper Excellence, também se tornaria o único dono da APP, por meio de uma doação de seu pai. A análise jurídica tinha como objetivo esclarecer as relações societárias entre as duas empresas do grupo, mas foi comprometida pelo conflito de interesses identificado no escritório de advocacia contratado para o trabalho.

Em nota oficial, o FSC afirmou que “buscará um novo escritório independente” para dar prosseguimento à análise jurídica necessária. O nome da firma envolvida no conflito, no entanto, não foi revelado.

Essa não é a primeira vez que a atuação de advogados ligados à Paper Excellence é questionada. Em um litígio anterior, um dos árbitros que decidiu a favor dos interesses sino-indonésios mantinha, segundo apontamentos da época, uma sociedade de fato com o escritório de advocacia que assessorava a Paper Excellence — a mesma firma que o indicou para atuar no processo. Tal circunstância levou o grupo J&F, adversário da Paper Excellence na disputa pelo controle da Eldorado Brasil Celulose, a solicitar a anulação da arbitragem. Atualmente, a disputa tramita na Justiça de São Paulo.

O impasse jurídico prolonga ainda mais a instabilidade no processo de reabilitação da Paper Excellence junto ao FSC, num momento em que as credenciais ambientais são cada vez mais exigidas no mercado internacional de celulose e papel.

Informações: Brasil 247.

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Paper recupera direitos societários na Eldorado Celulose

Decisão do CADE restabeleceu o poder da companhia como acionista minoritária

A Paper Excellence recuperou, nesta quarta-feira (19/3), os direitos societários como acionista minoritária na Eldorado Brasil Celulose. Por 6 votos a um, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) restabeleceu os direitos políticos previstos no acordo de acionistas e na Lei das Sociedades Anônimas (SAs).

A partir de agora, a Paper retoma o poder de voto como acionista minoritária, já que é titular de 49,41% das ações da Eldorado, controlada pela J&F Investimentos. O presidente do CADE e todos os conselheiros ressaltaram a importância de preservar os direitos de investimentos da Paper, que ainda não adquiriu o controle acionário da empresa, como estabelecido no contrato de compra e venda assinado em 2017.

A decisão foi definida no julgamento do recurso apresentado pela companhia. A medida preventiva que suspendeu os direitos societários da Paper, imposta pela Superintendência-Geral do CADE em novembro do ano passado, foi reformada de forma parcial. O Cade manteve o impedimento de veto da Paper no processo de expansão do complexo industrial, localizado em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul (MS).

A Paper Excellence, por sua vez, afirma que sempre foi favorável à expansão da fábrica. A companhia ressalta, no entanto, que vinha exigindo da J&F os estudos de viabilidade econômico-financeiro, como é praxe em grandes investimentos realizados no setor de celulose.

Contudo, a medida preventiva do CADE não estava em vigor. Desde 22 de janeiro de 2025, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) restabeleceu novamente a posição de acionista da Paper e o poder de voto nas assembleias gerais da Eldorado, ao acatar um recurso apresentado pela companhia.

Informações: F7 Comunicação.

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Paper Excellence realiza doação para Hospital de Amor de Barretos (SP)

Recurso contribuirá para o atendimento integral de pacientes com câncer em unidades do Hospital de Amor em todo o país

A Paper Excellence, uma das principais produtoras de papel e celulose do mundo, por meio do Fundo dos Direitos do Idoso, realizou uma doação de R$ 550.000,00 ao Hospital de Amor de Barretos (SP), referência no Brasil de atendimento gratuito a pacientes com câncer.

O recurso será utilizado no projeto de amparo ao idoso, criado pelo hospital para realizar o atendimento integral aos pacientes 60+ em todas as unidades do Hospital de Amor espalhadas pelo Brasil. São contemplados os custos relacionados ao tratamento oncológico e as atividades multidisciplinares no contraturno, com a finalidade de promover a saúde e o bem-estar dos pacientes da melhor idade.

Com 62 anos de história, o Hospital de Amor é a maior rede de atendimento oncológico da América Latina, acolhendo pacientes de 2.596 municípios de todo o país, gratuitamente (Sistema Único de Saúde). Em 2023, o Hospital de Amor diagnosticou mais de 23 mil casos de cânceres por todo o Brasil e atendeu mais de meio milhão de pessoas.

É essencial reforçar que a prevenção continua sendo a forma mais eficaz de combater o câncer. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 40% dos casos de câncer poderiam ser prevenidos com mudanças no estilo de vida emedidas simples de proteção. A adoção de hábitos saudáveis pode reduzir significativamente os riscos, aumentando as chances de uma vida mais longa e equilibrada.

“A Paper Excellence tem um compromisso com a saúde e o bem-estar dos brasileiros. Sabemos que prevenir é sempre o melhor caminho, e por isso apoiamos iniciativas que oferecem atendimento humanizado e acessível para a população”, afirma Claudio Cotrim, CEO da Paper Excellence Brasil. “Acreditamos que cuidar das pessoas é essencial para construir um futuro mais saudável e sustentável”, completa.

Consciente da importância da prevenção e do acesso a tratamentos humanizados, a Paper Excellence, uma das maiores produtoras de papel e celulose do mundo, tem como um de seus pilares a responsabilidade social e o compromisso com o bemestar da população brasileira. A empresa acredita que investir na saúde é essencial para um futuro sustentável e tem demonstrado esse compromisso por meio de diversas ações e investimentos que impactam diretamente a vida de milhares de brasileiros.

Recentemente, a Paper destinou R$ 550 mil para a linha materno-infantil do Hospital Auxiliadora, em Três Lagoas (MS), por meio do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA).

Sobre a Paper Excellence

A Paper Excellence é uma das maiores produtoras de papel e celulose do mundo, com produção anual de 12,8 milhões de toneladas por ano. A companhia possui 58 fábricas distribuídas no Canadá (onde iniciou sua história em 2006), França, Estados Unidos e Brasil, estrutura que atende clientes em mais de 60 países em todos os continentes. Hoje, a Paper Excellence é uma companhia com 77% do suprimento de energia a partir de fontes renováveis e 100% das operações florestais com certificação internacional. A companhia possui hoje 21 mil colaboradores. No Brasil, a Paper possui o controle de 49,14% das ações da Eldorado Celulose, unidade industrial localizada na cidade de Três Lagoas (MS)

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Nova bomba da Bracell atinge o mercado: quem fica ferido?

*Artigo de Marcelo Schmid

Em meados de junho de 2024 tivemos a confirmação de algo que o Grupo Index já vinha falando aos seus clientes há muito tempo: a Bracell irá construir uma nova fábrica em Mato Grosso do Sul. Nossas análises de mercado apontavam que essa fábrica seria construída nos municípios de Bataguassu ou Brasilândia, ambos à beira de dois importantes rios que desaguam do Rio Paraná: o Rio Pardo e o Rio Verde, respectivamente.

Confesso que nos surpreendemos quando a mídia divulgou que a empresa, pertencente ao grupo asiático RGE, iria construir uma grande fábrica de capacidade produtiva de 2,8 milhões de toneladas de celulose no município de… Água Clara. Embora o site mostre viabilidade por uma série de fatores (disponibilidade hídrica, logística, mão-de-obra, entre outros), a notícia nos surpreendeu por dois motivos:

  1. Está relativamente fora da região onde a Bracell tem desenvolvido a sua base florestal, no estado, que é mais próxima do eixo da MS-040 do que da BR 262, que passa por Água Clara;
  2. Em termos de competição por madeira, a região é a “faixa de Gaza” de Mato Grosso do Sul, pois fica entre os municípios de Três Lagoas e Ribas do Rio Pardo, onde estão as fábricas da Suzano e Eldorado, e ainda suficientemente próxima à região onde estará a fábrica da Arauco.

Essa semana novamente  o mercado se agitou com uma nova possível bomba da Bracell. Desta vez foi divulgado que a empresa planeja uma segunda fábrica no estado, também de 2,8 milhões de toneladas, essa no município que estava em nossas previsões: Bataguassu. Embora essa notícia tenha nos deixado mais aliviados em saber que a nossa bola de cristal não está desajustada pois cravamos o município onde a empresa iria se instalar, o fato de serem divulgados planos para construção de duas fábricas da mesma capacidade, tão próximas uma da outra (cerca de 100 km em linha reta), nos causou estranheza.

Investigando um pouco melhor, descobrimos que, de fato, a Bracell está com processo de licenciamento ambiental aberto nas duas cidades, embora não confirme nada além disso (como é usual). Rumores dizem que a unidade de Água Clara seria dedicada à produção de fibra curta, enquanto a fábrica em Bataguassu estaria voltada para a celulose solúvel especial. Isso ajuda a entender um pouco melhor esse passo agressivo da empresa, mas ainda permanecem algumas dúvidas em aberto, sobretudo em relação à capacidade produtiva da suposta fábrica de celulose solúvel: 2,8 milhões de toneladas, capacidade muito alta para esse tipo de produto. Sabemos que esse mercado é limitado, que o patamar de preço dos últimos anos é baixo perante o rendimento das plantas (na conversão de madeira para celulose) e que a produção mundial é alta.

Recorremos à nossa bola de cristal para ver se ela nos ajuda novamente, e o que ela nos disse?

  • Embora não se possa duvidar nada do Grupo RGE, acreditamos que a empresa vai focar seus esforços em uma fábrica de celulose de mercado, para tissue, em primeiro lugar e, quem sabe, daqui a alguns anos (pelo menos 5), a empresa usará o segundo site para outro tipo de celulose, talvez, solúvel (sim, aparentemente a Bracell está “reservando” os dois sites)
  • As fábricas comprometem a “capacidade máxima” do estado e forçariam os demais players a voltarem à prancheta, tanto aqueles que flertam expansão ou aqueles que estudam novas fábricas;
  • A movimentação da empresa é, antes de mais nada, um golpe agressivo nos atuais concorrentes e seus planos de expansão, enquanto, de certa forma, “tranca” o estado para novos entrantes

Dúvidas e concorrência à parte, quem ganha com isso certamente é o país, demonstrando que a indústria de base florestal mundial (ainda) nos enxerga como um local adequado para expansão. Ganha também o estado de Mato Grosso do Sul, que de forma exemplar soube identificar e explorar o seu potencial de desenvolvimento de base florestal e desenvolvê-lo de forma primorosa nos últimos 15 anos. E por fim, ganha todo o setor, pois quanto mais concorrência e movimentação, mais geração de oportunidades, receita e desenvolvimento!

E agora? Com o Mato Grosso do Sul lotado, qual, ou melhor, onde será o próximo capítulo do desenvolvimento da indústria de celulose no Brasil?


*Marcelo Schmid é sócio-diretor do Grupo Index, engenheiro florestal e advogado, mestre em economia e política florestal.

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Cade mantém suspensão de direitos da Paper Exellence na Eldorado

Cade negou nesta semana pedido da Paper Excellence de retomar direitos políticos na Eldorado Brasil Celulose

Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) negou o pedido da Paper Excellence para suspender uma decisão anterior do órgão, que proibiu a empresa indonésia de exercer os direitos políticos de acionista minoritária na Eldorado Brasil Celulose.

O Cade decidiu, no último dia 18 de novembro, instaurar um inquérito para apurar a atuação da  Paper Excellence na gestão de estratégias de mercado na companhia nacional.

A empresa brasileira alega no Cade que a Paper prejudica o mercado de celulose ao utilizar seus direitos de acionista minoritária para prejudicar a própria companhia, o que levou o órgão a suspender todos os direitos políticos da estrangeira. A Paper Excellence já não votou em uma assembleia de acionistas da Eldorado realizada na terça-feira (26/11).

A Paper Excellence detém 49,41% do capital da Eldorado desde 2017 e disputa internamente com a J&F Investimentos, sócia controladora.

No novo capítulo da disputa entre as duas empresas, o conselheiro que relata o processo no Cade, Victor Oliveira Fernandes, recebeu um recurso da Paper Excellence contra a decisão do órgão, mas negou o efeito suspensivo solicitado pela empresa, mantendo a decisão de suspender todos os direitos políticos da acionista.

Entenda o caso

Na reclamação apresentada ao conselho, a Eldorado alega que a Paper Excellence utiliza a posição de acionista minoritária para prejudicar a própria companhia, afetando negativamente o mercado de celulose. A brasileira alega que a estrangeira cria dificuldade para a obtenção de financiamentos, causa prejuízos e obstrui os investimentos na expansão da capacidade produtiva.

Com essas ações, alega a Eldorado, a Paper Excellence causaria restrição da oferta de celulose no mercado, com consequente aumento de preço do produto. A indonésia também teria acesso a informações “concorrencialmente sensíveis” da Eldorado e praticaria enfraquecimento de concorrente, uma vez que planeja construir uma fábrica própria de celulose no Mato Grosso do Sul ou em Minas Gerais.

Ligado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, o Cade é o órgão é responsável pela defesa da livre concorrência e pode investigar e julgar condutas anticompetitivas de empresas e fusões ou aquisições que possam resultar em monopólios.

Informações: Metrópoles.

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Paper Excellence anuncia a unificação operacional da Domtar e da Resolute Forest Products

Paper Excellence divulgou na última segunda-feira (28), a integração operacional da Domtar Corporation e da Resolute Forest Products, resultando em uma organização unificada focada no setor de produtos florestais na América do Norte. A Resolute Forest Products, parte do Grupo Paper Excellence, é uma empresa canadense especializada em produtos florestais, enquanto a Domtar é uma renomada fabricante norte-americana de papel e celulose.

“Hoje marca um novo e importante capítulo na jornada da Domtar, representando o futuro promissor que temos pela frente”, disse John D. Williams, presidente não executivo do Conselho de Administração da Domtar. “Como uma empresa totalmente integrada, estamos melhor posicionados para atender nossos clientes, fortalecer relacionamentos com nossos principais interessados e impulsionar a inovação em nosso setor. Como resultado da integração, agora temos uma empresa que reúne o melhor de nossas três empresas legadas e está preparada para buscar e alcançar crescimento e sucesso no futuro. Nossa nova marca reflete nossa missão compartilhada de liderar com propósito e impacto”, concluiu.

A Domtar seguirá atuando nos segmentos de celulose, papel, embalagens, produtos de papel toalha e madeira, utilizando suas capacidades expandidas para oferecer produtos e serviços aprimorados a clientes em todo o mundo. A marca manterá seus nomes de legado, e as informações comerciais serão atualizadas no site da empresa nas próximas semanas.

Os escritórios corporativos da Domtar permanecerão localizados em Fort Mill, Carolina do Sul, nos Estados Unidos; Richmond, Colúmbia Britânica, no Canadá; e Montreal, Quebec, também no Canadá. Essas cidades são centros de operações da empresa, e não haverá mudanças nas localizações físicas nem na capacidade de produção. O compromisso da Domtar com a sustentabilidade e o investimento na comunidade continuará a ser um foco central durante a transição.

Informações: Fusões & Aquisições | Imagem destaque: Paper Excellence/Divulgação.

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Paper Excellence tem 3º recurso negado pelo Incra em disputa com Eldorado

A lei determina que estrangeiros só podem adquirir vastas extensões de terras no país com aprovação do Incra

A novela envolvendo a extensa briga judicial entre as gigantes da celulose, a multinacional Paper Excellence e Eldorado Brasil Celulose, do grupo J&F, teve mais um capítulo, e desfavorável à empresa estrangeira nesta sexta-feira (19) .

Isso porque o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), por meio da Coordenação-Geral de Cadastro Rural, setor responsável nacionalmente pela coordenação, supervisão e controle do arrendamento e da aquisição de imóveis rurais por estrangeiros, negou um recurso apresentado pela Paper Excellence em um processo administrativo que concluiu que esta celebrou ilegalmente a aquisição da empresa brasileira em 2027. Essa foi a terceira vez que a Paper Excellence tentou, sem sucesso, recorrer dessa conclusão no processo administrativo no Incra.

Conforme a decisão, a lei brasileira determina que estrangeiros só podem adquirir ou arrendar vastas extensões de terras no país mediante a aprovação prévia do Incra e do Congresso Nacional.

“Com fundamento na legislação vigente, manifestações técnicas e jurídicas constantes no processo nº 54000.020133/2023-26, a Coordenação-Geral de Cadastro Rural se manifesta pelo Indeferimento do recurso administrativo SEI Incra 20108187 interposto pela CA INVESTMENT (BRAZIL) S.A”, diz o despacho.

A regra vale também quando essa transferência de terras se dá por meio de operações de fusões e aquisições de empresas brasileiras que controlem as propriedades rurais. É o caso da aquisição da Eldorado, empresa de capital majoritariamente brasileiro que tem sob seu controle mais de 400 mil hectares de terras no Mato Grosso do Sul, sendo adquirida por uma empresa com capital 100% estrangeiro.

Em agosto de 2023, o órgão já havia declarado no processo que “o negócio deve ser previamente autorizado” e que “a consequência é a nulidade de pleno direito da aquisição dos imóveis, conforme previsão do art. 15 da Lei n° 5.709, de 1971”.

Informações: Campo Grande News.

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Órgão especializado do Incra pode reavaliar venda da Eldorado Brasil

Sócios disputam fábrica de celulose; Incra em MS é contra transação com empresa estrangeira

O Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) deve fazer uma nova avaliação da compra da Eldorado pelo grupo estrangeiro C.A., que é dono da Paper Excellence, sócia da J&F Investimentos na fábrica Eldorado Brasil Celulose S/A, que funciona em Três Lagoas. Isso porque o grupo recorreu à direção nacional do Incra contra a decisão emitida no Estado se opondo à transferência da empresa pelo fato de que a sócia tem origem estrangeira e sinalizou interesse de fazer um acordo para superar o impasse.

Um parecer emitido por técnicos da Coordenação-Geral de Cadastro Rural recomenda que o assunto seja analisado pela Procuradoria Federal especializada, uma vez que o entendimento sobre transações de empreendimentos que envolvam terras pode repercutir também em outras situações em análise no órgão. Por lei, a aquisição de terras por estrangeiros exige autorização do poder público, o que não ocorreu no caso da Eldorado.

A empresa sócia da J&F alega que a restrição imposta por lei não deve envolver situações em que a transação não é especificamente sobre terras, como no caso da fábrica, que se trata de empreendimento econômico, uma indústria de celulose que tem propriedades que são utilizadas para o plantio de florestas para a produção da celulose especificamente.  Para sustentar essa posição, a C.A. enviou à direção nacional do Incra pareceres de peso, assinados pela ex-ministra do STF Ellen Gracie e o ex-advogado geral da União Luís Inácio Lucena Adams.

Longa briga – O capítulo envolvendo o Incra faz parte de uma longa briga entre a Paper e a J&F, que em setembro de 2017 fizeram acordo para a compra da Eldorado por parte da empresa comandada pelo grupo estrangeiro, uma transação envolvendo cerca de R$ 15 bilhões. A J&F Investimentos S.A. é a acionista controladora, com 50,59%, e a CA Investment tem 49,41% de participação. Pela negociação, o grupo brasileiro deveria ter transferido o restante das ações até outubro de 2018, entretanto desistiu do negócio e o desacordo desencadeou uma briga judicial.

A J&F já manifestou desejo de recomprar as ações da Paper, que mantém interesse em concluir o negócio.

O Incra entrou no assunto no ano passado, após receber, de forma anônima, documentação na regional de Mato Grosso do Sul denunciando  falta de autorização do órgão para empresa de origem estrangeira adquirir terras. Foi denunciado que a transação envolve 11 fazendas, somando 14,3 mil hectares em Selvíria, Três Lagoas e Aparecida do Taboado.

No parecer divulgado no fim de junho, recomendando a análise do caso pela Procuradoria especializada, técnicos também defendem que todas as movimentações sejam informadas à Paper, não apenas à Eldorado, que segue comandada pela J&F.

Além de uma briga judicial pelos termos do contrato envolvendo as duas empresas, tramitando na Justiça paulista, o destino da Eldorado também é analisado na Justiça Federal, com uma ação civil pública apresentada em Três Lagoas e uma ação popular em Chapecó, já sentenciada, pela anulação do negócio, por conta da irregularidade com as fazendas.

Ambas as empresas seguem firmes no desejo de ter a propriedade total da Eldorado. Recentemente, Wesley Batista, empresário, fundador e acionista da J&F Investimentos, anunciou uma nova planta para a produção na Eldorado Brasil Celulose, com valor estimado em R$ 25 bilhões. A Paper divulgou que apoia o projeto e irá mantê-lo se assumir a unidade. Na documentação enviada ao Incra, ela manifestou interesse em fazer um acordo com o órgão federal para não ficar como proprietária ou arrendatária de terras, mas somente da fábrica, atendendo a legislação federal, segundo consta no documento mais recente do órgão.

Informações: Campo Grande News.

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Paper Excellence pode trazer nova fábrica de celulose de R$ 20 bilhões para MS

Multinacional estuda instalar indústria do setor florestal em Mato Grosso do Sul, Minas Gerais ou Mato Grosso

A multinacional Paper Excellence, parceira da J&F Investimentos na Eldorado, pode construir mais uma fábrica de celulose em Mato Grosso do Sul. Conforme apurou o Correio do Estado, o governador Eduardo Riedel (PSDB) reuniu-se com o empresário indonésio Jackson Wijaya, que teria demonstrado o interesse em investir por aqui. 

Ainda de acordo com fonte ouvida pela reportagem, o dono de mais de 60 fábricas espalhadas pelo mundo, ainda não teria definido a unidade da federação em que a unidade fabril própria será instalada. A diretoria da Paper estaria em conversas inciais com Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Mato Grosso. 

Conforme reportagem do jornal do Comércio, o aporte destinado a nova instalação seria em torno de US$ 4 bilhões (cerca de R$ 20 bilhões). O veículo aponta Minas Gerais como o provável destino dos investimentos, mas que as conversas estariam em fase inicial. 

Correio do Estado apurou que a região Leste de MS, conhecida como vale da celulose, está no radar para receber os aportes. Entre os locais, a cidade de Três Lagoas seria uma das possibilidades, o município já abriga a fábrica da Eldorado Brasil Celulose, que é motivo de disputa judicial entre Paper Excellence e J&F Investimentos. 

Enquanto no estado vizinho, Mato Grosso, o alto do Taquari seria a porção estadual mais provável para receber o investimento. Já em Minas Gerais, a região sondada, conforme o jornal do Comércio, é a região Norte daquele estado.  

Reportagem do Valor Econômico explica que a Paper está interessada em estabelecer contratos de fornecimento de madeira para a futura fábrica, em vez de adquirir terras, considerando as restrições legais à compra por estrangeiros no País.

O empresário Jackson Wijaya, proprietário da Paper e neto do fundador do conglomerado asiático Sinar Mas,  se reuniu há um ano com sete governadores brasileiros em Nova York, e na época anunciou planos de crescimento no Brasil.

Na ocasião, o indonésio já expressou o desejo de expandir a Eldorado e investir em uma nova fábrica no País, com capacidade de 2,5 milhões de toneladas por ano.

Além da participação de 49,41% na Eldorado, que produziu 1,78 milhão de toneladas de celulose na fábrica de Três Lagoas (MS) no ano passado, a Paper possui seis fábricas de celulose e papel no Canadá, com uma produção anual de mais de 2,5 milhões de toneladas.

BRIGA JUDICIAL

A Paper e J&F Investimentos disputam 100% da empresa Eldorado Brasil Celulose na Justiça. Enquanto não há definição judicial, a estrangeira tem 49,5% das ações e a brasileira 50,5%.

A disputa foi travada em 2017 e desde então há uma “guerra” na esfera jurídica para definir o controle da empresa. Os irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da J&F Investimentos, venderam a empresa por R$ 15 bilhões. 

A multinacional indonésia assinou um contrato para adquirir 100% das ações da empresa de celulose, pagando R$ 3,8 bilhões por 49,41% das ações da empresa brasileira. 

Conforme o contrato assinado entre as partes, a previsão era de que a Paper pagaria pelo restante das ações após a liberação das garantias das dívidas, o que deveria ocorrer dentro de um ano. Segundo a J&F, a empresa nunca liberou as garantias e o prazo venceu em setembro de 2018. 

Ainda de acordo com o grupo brasileiro, a multinacional alegou que os vendedores não colaboraram para que ela cumprisse a condição que a permitisse comprar 100% da Eldorado. Por outro lado, a Paper diz que, com a alta do valor da celulose no mercado externo, a J&F tentou renegociar valores do contrato, o que não foi aceito pela Paper. 

Ações judicias tramitam em diferentes instâncias tanto da Justiça Federal quanto em tribunais de Justiça Estadual e por enquanto não existe previsão para solução da disputa.

Enquanto isso, a promessa de investimento da ordem de R$ 15 bilhões para dobrar a capacidade da empresa segue somente no papel.

Conforme já publicado pelo Correio do Estado, em um ano marcado pelo acirramento da “guerra judicial” pelo controle da empresa, a Eldorado Brasil Celulose, de Três Lagoas, fechou 2023 com lucro líquido de R$ 2,3 bilhões, conforme dados divulgados pela empresa no início de março deste ano. 

Isso significa lucro diário de R$ 6,3 milhões, ou R$ 262 mil por hora. Somente no último trimestre do ano o lucro foi de R$ 444 milhões, ante R$ 24 milhões no trimestre anterior, quando as atividades sofreram interrupção para serviços de manutenção. 

Estado se consolida como vale da celulose 

Atualmente, Mato Grosso do Sul opera com uma capacidade instalada de produção de 4,9 milhões de toneladas anuais de celulose nas três linhas em funcionamento no município de Três Lagoas, sendo duas da Suzano e uma da Eldorado.

A capacidade produtiva já deve ser ampliada em mais 2,9 milhões de toneladas a partir do próximo mês, com a entrada em operação do Projeto Cerrado, da Suzano, em Ribas do Rio Pardo, cuja inauguração está prevista para junho, conforme o cronograma.

Até 2028, está previsto o início da operação da primeira linha da Arauco, em Inocência, com capacidade de processamento anual de 2,5 milhões de toneladas de celulose.

Conforme já publicado pelo Correio do Estado, há ainda as já planejadas segundas linhas da Eldorado Celulose, em Três Lagoas (com capacidade de produção prevista de 2,3 milhões de toneladas por ano), e da Arauco, em Inocência (fábrica que poderia gerar 2,5 milhões de toneladas de celulose por ano).

A reportagem também adiantou, na edição de 4 de maio, que os municípios de Figueirão e Alcinópolis são apontados como possíveis próximos endereços para a instalação de uma nova indústria de celulose em Mato Grosso do Sul. 

Atraída pelos incentivos fiscais, a localização e o ambiente favorável, a implantação de um novo megaempreendimento contribui para o fortalecimento do Vale da Celulose no Estado.

Ainda não confirmado, o novo empreendimento seria fruto de negociações da multinacional Portucel Moçambique, empresa criada pela portuguesa The Navigator Company.

Em webinário promovido pelo Itaú BBA, no início deste ano, o titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, disse que a base florestal de eucalipto em Mato Grosso do Sul ainda tem espaço para crescer.

“A expansão pode ser ainda mais rápida, pois 4,9 milhões de hectares atualmente ocupados por pastagens a serviço da pecuária poderiam ser convertidos para florestas plantadas, em que o processo de conversão seria rápido em termos de Capex, solo, entre outros fatores”, disse.

O economista Eduardo Matos, avalia que a chegada de novas plantas de celulose trazem desenvolvimento para todo o Estado.

“É importante citar que, quando uma grande indústria se instala em um local, antes mesmo do início de suas operações, traz a reboque diversos empreendimentos, uma vez que haverá um aumento do fluxo monetário no local, abrindo a oportunidade para outras empresas, sejam elas fornecedores diretas ou indiretas da fábrica, além daqueles que visam atender os novos colaboradores, ou seja, fortalece o fluxo circular da renda”, acrescenta o economista.

Informações: Correio do Estado.

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Norte de Minas Gerais debate sobre nova fábrica de celulose

Evento organizado pela InvestMinas contou com a presença do ex-ministro Anderson Adauto e consultor da empresa Paper Excellence

A Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (AMAMS) participou nesta quinta-feira (16), da discussão sobre a criação de uma fábrica de celulose na microrregião do Irapé, em Grão Mogol, no Norte de Minas. O evento foi organizado pela agência de Desenvolvimento do Governo de Minas Gerais, InvestMinas e ocorreu na Casa de Cultura, em Grão Mogol, com a presença do ex-ministro Anderson Adauto e consultor da empresa Paper Excellence. Esta empresa é reconhecida como uma das maiores líderes do mundo na produção sustentável de celulose, papéis, embalagens e produtos à base de madeira e está posicionada em mercados globais como China, Europa, Estados Unidos e Japão. Conforme analisou o ex-ministro, a empresa analisa um local para implantar uma fábrica de celulose no Norte de Minas, mas há concorrência com Goiás e Mato Grosso para sediar a empresa. Grão Mogol se habilitou a receber este empreendimento estimado em 4 bilhões de dólares, ou 20 bilhões de reais.

O presidente da Amams e prefeito de Padre Carvalho, José Nilson Bispo de Sá, o “Nilsinho”, lembrou que há muitos anos foi cogitada a criação de uma fábrica de celulose no município de Grão Mogol, na época envolvendo o maciço florestal de Padre Carvalho. “Agora, com a possibilidade do Norte de Minas ser contemplado com este grande investimento, a região reúne todos os requisitos para receber esta fábrica. Temos o município de Buritizeiro que se habilitou a receber o empreendimento e Grão Mogol que também se apresenta com grande potencial por possuir uma vasta área de floresta plantada com possibilidade de aumento de área, mas nesta primeira fase de estudos a Amams vai se empenhar para que o Norte de Minas se una para receber a unidade, depois a definição da localização. Vale ressaltar que a nossa região tem uma área plantada de 2 milhões de eucalipto com boa qualidade”, disse Nilsinho.

Breno Miranda, do Banco do Nordeste, reforçou que o banco tem linha de financiamentos para este empreendimento. Adauto Marques, que é do conselho deliberativo da SUDENE, lembrou que existem fiscais para ajudar o empreendimento. O ex-ministro e consultor da empresa Pepper Anderson Adauto, lembrou que o governador Romeu Zema conversou com o presidente do grupo, manifestando interesse para Minas Gerais sediar esta empresa. Ele lembrou que o projeto precisa de 300 mil hectares de madeira, o que necessitará da produção dos grandes, médios e pequenos produtores de eucalipto. Ele também anunciou que a empresa estuda um mais grande empreendimento no Norte de Minas, na produção de gás não convencional. O grupo Pepper possui 10 fábricas de celulose no mundo, a maior no estado do Mato Grosso no Brasil.

Ainda sobre o evento em Grão Mogol, uma outra reunião ocorreu no período da tarde a participação dos produtores de eucaliptos, que reclamaram da dificuldade de licenciamento ambiental. Anderson Adauto explicou que o Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha tem todos potenciais de abrigar a unidade, por diversos fatores, como extensa área plantada. Ele estima que em três anos a fábrica pode estar em funcionamento e que já está sendo articulada uma lei mais flexível para este tipo de empreendimento, nos moldes da fábrica que existe no Mato Grosso, Igor do InvestMinas lembrou que o estado oferece outros incentivos fiscais.

Informações: Rede Gazeta.

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