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Três Lagoas registra crescimento de quase 870% no PIB em duas décadas

PIB saltou de R$ 1,34 bilhão em 2002 para R$ 13,05 bilhões em 2021, impulsionado pela indústria, agronegócio e infraestrutura estratégica

O município de Três Lagoas, no Leste de Mato Grosso do Sul, viveu uma verdadeira transformação econômica nas últimas duas décadas. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que o Produto Interno Bruto (PIB) da cidade saltou de R$ 1,34 bilhão em 2002 para R$ 13,05 bilhões em 2021 — um crescimento de impressionantes 870% no período.

Essa expansão coloca Três Lagoas entre os maiores polos de desenvolvimento do estado, graças a uma combinação de fatores como industrialização acelerada, atração de grandes empreendimentos nacionais e internacionais, investimentos em infraestrutura e diversificação da economia.

De economia média à liderança regional

Em 2002, com um PIB de pouco mais de R$ 1,3 bilhão, Três Lagoas ainda apresentava um perfil econômico fortemente ligado a pecuária, comércio e serviços locais. A virada começou a se desenhar com os investimentos do setor de papel e celulose, a partir de meados da década de 2000. Em 2009, o PIB já havia mais que dobrado, atingindo R$ 2,82 bilhões.

O salto mais significativo, no entanto, ocorreu entre 2010 e 2013, quando o município viu seu PIB crescer de R$ 3,91 bilhões para R$ 6,49 bilhões — alta de quase 66% em apenas três anos. Esse avanço coincide com a instalação de grandes indústrias, como a Fibria (hoje Suzano), que impactaram diretamente a geração de emprego, renda e arrecadação de impostos.

Crescimento contínuo

Mesmo em períodos de crise econômica nacional, como em 2015 e 2016, Três Lagoas manteve sua trajetória ascendente. Em 2015, o PIB local foi de R$ 7,86 bilhões e, em 2016, ultrapassou R$ 9,2 bilhões. Em 2018, a economia da cidade atingiu R$ 11,5 bilhões — mais de oito vezes o valor registrado em 2002.

Pandemia não freou avanço

Durante a pandemia de Covid-19, muitos municípios brasileiros enfrentaram retração econômica. Três Lagoas, no entanto, seguiu na contramão. Em 2020, o PIB saltou para R$ 11,6 bilhões e, em 2021, bateu recorde: R$ 13,05 bilhões.

Esse desempenho confirma a resiliência da economia local, impulsionada não apenas pela indústria, mas também pelo agronegócio e por uma crescente base de serviços e comércio.

Modelo de desenvolvimento

A história recente do PIB de Três Lagoas comprova como políticas de atração de investimentos, aliadas à vocação logística e estratégica da cidade, podem transformar um município de médio porte em uma potência econômica regional.

Os números do IBGE mostram mais do que crescimento: revelam uma cidade que se reinventou e hoje é vitrine de desenvolvimento em Mato Grosso do Sul.

Para o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, Três Lagoas representa hoje o maior símbolo do avanço industrial no estado. “Três Lagoas, na verdade, é a nossa principal cidade industrial. O município adquiriu uma capacidade de geração de serviços impressionante. Às vezes, o pessoal comenta que está se montando a Arauco em Inocência, mas todos os serviços estão sendo concentrados em Três Lagoas, que adquiriu uma competência extremamente significativa na prestação de serviços industriais”, destaca Verruck.

Segundo o secretário, a cidade é referência para a continuidade da expansão industrial em Mato Grosso do Sul. “Três Lagoas é, para nós, a capital desse processo global da celulose. É um polo industrial que se consolida cada vez mais e que influencia diretamente o desenvolvimento de toda a região Leste do estado”, acrescenta o executivo.

Informações: RCN67.

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Coalizão Brasil celebra 10 anos de fundação com avanços na agenda agroambiental e fomento ao diálogo entre setores

Rede multissetorial destaca conquistas históricas na promoção do uso sustentável da terra, combate ao desmatamento e construção de políticas públicas integradas

Criada meses antes da histórica Conferência do Clima de Paris (COP 21), a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura completa dez anos neste mês com uma trajetória de influência em políticas públicas para o combate ao desmatamento, o fomento à agricultura sustentável e geração de emprego e renda no campo. O marco vem em um ano simbólico: o da realização da COP 30, em Belém, que deve alçar o Brasil ao protagonismo das negociações climáticas globais.
 

A Coalizão antecipou discussões fundamentais ao reunir atores com posicionamentos distintos — e por vezes antagônicos — em torno de uma pauta comum: o desenvolvimento sustentável do uso da terra. Dez anos atrás, o desmatamento já era um dos grandes vetores das emissões brasileiras de gases de efeito estufa, e a construção de pontes entre setores era vista como uma condição essencial para mudar este cenário.
 

“Não há um fórum multissetorial no Brasil tão abrangente e ambicioso com uma agenda semelhante à da Coalizão”, destaca Carolle Alarcon, gerente executiva da rede. “É emblemático comemorarmos os dez anos do movimento juntamente com a realização da COP no país. Este é um momento único para reafirmarmos nossa missão de unir diferentes setores e interesses em torno da defesa dos nossos biomas, da agricultura sustentável e do combate às mudanças climáticas.”
 

História do movimento reflete avanços e desafios do cenário socioambiental brasileiro
 

A atuação da rede ganhou ainda mais relevância no atual cenário global, marcado tanto pelo agravamento da crise climática quanto pelo avanço do negacionismo em relação à ação humana sobre os eventos extremos. A falsa dicotomia entre produtividade econômica e conservação ambiental reforça a urgência de agendas voltadas à geração de emprego e renda por meio de práticas e atividades sustentáveis, justas e competitivas. 

Por meio de contribuições técnicas de seus membros, de parcerias institucionais e ações de advocacy, a Coalizão Brasil vem influenciando debates essenciais para a agenda agroambiental do país. “O grande legado da Coalizão é criar uma convergência entre diferentes setores da sociedade interessados na agenda de clima e uso da terra”, ressalta Fernando Sampaio, cofacilitador do movimento e diretor de Sustentabilidade da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). “Ao longo dos anos, propomos cada vez mais medidas para o desenvolvimento sustentável do país, enviadas e implementadas por diferentes esferas do governo.”
 

Em 2025, a rede ultrapassou 430 membros, consolidando-se como espaço de construção coletiva de soluções para os desafios do clima, florestas e agricultura, e ampliando sua voz em fóruns nacionais e internacionais. A Coalizão, assim, viu a importância de ampliar sua participação em debates sobre mecanismos de financiamento da transição: 
 

“A destinação de recursos para o combate à crise climática é fundamental para viabilizar a transição energética”, avalia a cofacilitadora Karen Oliveira, que também é diretora para Políticas Públicas e Relações Governamentais da The Nature Conservancy Brasil (TNC). “A Coalizão entendeu a necessidade de acompanhar de perto os instrumentos para atingirmos este objetivo de forma justa e equitativa, como os mercados de carbono, crédito rural e o Fundo Florestas Tropicais para Sempre.”

Sete marcos da Coalizão Brasil

Em uma década de atuação, a Coalizão lançou cerca de 60 estudos e publicou mais de 150 manifestações públicas, enviadas para o governo federal, parlamentares, membros do Judiciário e embaixadas. Veja abaixo os principais marcos:

1. A primeira meta climática do Brasil:

A Coalizão envolveu-se na construção da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) apresentada pelo Brasil em 2015, no contexto do Acordo de Paris. Dois anos depois, a rede divulgou uma carta aberta que sintetizou sua visão sobre as oportunidades associadas à implementação da NDC. O documento foi entregue em mãos ao então presidente Michel Temer

2. Ações contra o desmatamento

Diante da escalada da devastação da Amazônia, a Coalizão publicou, em 2020, o documento “Ações para a queda rápida do desmatamento“, entregue ao então vice-presidente Hamilton Mourão. Em 2025, diante do compromisso do Brasil em zerar o desmate em cinco anos, a rede lançou a publicação “Brasil sem desmatamento“, com 12 propostas para erradicar a derrubada ilegal da vegetação e desestimular aquela passível de autorização. Pela primeira vez, o movimento abordou com destaque a gravidade das queimadas em todo o país e a conexão entre o crime organizado e o desmatamento ilegal na Amazônia.

3. Observatório da Restauração

Em 2021, a Coalizão e organizações parceiras criaram o Observatório da Restauração e Reflorestamento, uma plataforma de monitoramento da recuperação da vegetação no país. Desde então, a ferramenta tem influenciado políticas públicas, como o Planaveg, e mostrado o progresso do Brasil em restaurar áreas conforme acordos nacionais e internacionais. Segundo dados de 2024, o Brasil conta com 150 mil hectares em restauração, uma área 90% maior do que a registrada três anos antes.

4. Programa de Silvicultura de Nativas

Também em 2021, a Coalizão lançou, com apoio de organizações da sociedade civil, o Programa de Pesquisa e Desenvolvimento em Silvicultura de Espécies Nativas. A iniciativa tem como objetivo estudar ao menos 30 espécies da Amazônia e da Mata Atlântica, com foco em aumentar seu retorno econômico nos mercados nacional e internacional, além de contribuir para a restauração de milhões de hectares de áreas degradadas. Em 2023, o projeto ganhou uma doação de US$ 2,5 milhões do Bezos Earth Fund, instituto do empresário Jeff Bezos.

5. Carta para Joe Biden

Em 2022, a Coalizão enviou uma carta ao então presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em apoio à aprovação do projeto de lei Amazon 21 Act, que previa um fundo de US$ 9 bilhões para a proteção de florestas tropicais em países em desenvolvimento. A rede coletou assinaturas e contribuições para o texto, que foi endossado por 22 organizações da sociedade civil, empresas e representantes de povos indígenas.

6. O Brasil que Vem

Em novembro de 2022, a Coalizão lançou o documento “O Brasil que vem“, com propostas direcionadas ao governo federal e a parlamentares recém-eleitos. Entre as medidas consideradas urgentes pela rede estavam a restauração do Fundo Amazônia, a retomada da homologação de Terras Indígenas e a criação de grupo de trabalho para elaborar novos planos de prevenção e controle do desmatamento na Amazônia e no Cerrado – todas atendidas no início da nova gestão.

7. Contribuições para políticas públicas

Há sete anos, a Coalizão envia contribuições ao Plano Safra, que destina bilhões de reais à política agrícola brasileira. A rede também tem atuado, por meio de diálogos com ministérios e frentes parlamentares, na construção de projetos de lei, decretos, políticas nacionais e regulamentações sobre temas como bioeconomiaconcessões florestaismercado de carbonopagamento por serviços ambientais e rastreabilidade de commodities, entre outros. 

Sobre a Coalizão 

Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura é um movimento composto por mais de 400 organizações, entre entidades do agronegócio, empresas, organizações da sociedade civil, setor financeiro e academia. A rede atua por meio de debates, análises de políticas públicas, articulação entre diferentes setores e promoção de iniciativas que contribuam para a conservação ambiental e o desenvolvimento socioeconômico do Brasil.

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Criadores de abelhas são formados por projeto da Bracell para potencializar a meliponicultura em Mata de São João

Iniciativa profissionaliza apicultores e meliponicultores em sete cidades na Bahia, gerando renda e postos de trabalho nas comunidades

Com foco no desenvolvimento e no fortalecimento da meliponicultura, visando à geração de renda de forma sustentável com a atividade, a Bracell promoveu nesta segunda-feira, 16, mais uma atividade formativa para criadores de abelhas em Mata de São João, no Litoral Norte da Bahia. A iniciativa é parte do projeto Polinizadores, que integra Bracell Social, o programa de investimento social privado da empresa. O projeto busca monitorar e impulsionar a produção de mel por meio de oficinas, cursos, suporte técnico e fornecimento de áreas de vegetação nativa da empresa como pasto apícola, onde os apiários dos produtores inscritos no projeto são instalados.

O treinamento foi ministrado pelo agrônomo Ediney Magalhães, parceiro técnico da empresa na implementação do Projeto Polinizadores. “O foco inicial dos trabalhos com os criadores de abelhas de Mata de São João foi profissionalizar os envolvidos, a fim de promover a geração de renda por meio de uma atividade estruturada, técnica, economicamente viável e que contribua para a preservação das espécies de abelhas sem ferrão”, informa Magalhães. Segundo ele, durante o encontro, os profissionais aprenderam sobre as estratégias de alimentação de abelhas, inclusive suplementação à base de carboidratos e proteínas, de forma a garantir a nutrição adequada das colônias em períodos críticos de escassez floral.

“Por meio da transferência de tecnologias apropriadas, os produtores aprendem, aplicam e aperfeiçoam técnicas modernas de manejo, o que reflete diretamente no fortalecimento da cadeia produtiva local”, salienta o agrônomo. Ele acrescenta que a iniciativa conta com a parceria institucional da Secretaria Municipal de Agricultura de Mata de São João.

O Polinizadores está presente ativamente nos municípios de Araçás, Alagoinhas, Entre Rios, Esplanada, Itanagra, Inhambupe e Mata de São João, mas conta também com a participação de produtores de outros municípios da região, sempre de forma gratuita. Todas as atividades do projeto, com exceção da assistência técnica, são abertas ao público.

Fábio Sento Sé Oliveira, coordenador de Relações Institucionais da Bracell, salienta que o projeto alcançou, direta e indiretamente, mais de 3 mil pessoas em diversas comunidades onde a Bracell atua na Bahia. “O objetivo de investirmos em iniciativas como essa é tornar o conhecimento em apicultura e meliponicultura acessível, fortalecendo as produções de pequenos produtores do Litoral Norte e Agreste Baiano e, consequentemente, contribuir para o desenvolvimento sustentável das comunidades onde atuamos”, afirma.

Sobre a Bracell

A Bracell é uma das líderes globais na produção de celulose solúvel e especial, com expertise no cultivo sustentável de eucalipto, base para a fabricação de celulose de alta qualidade. Com operações no Brasil desde 2003, a empresa integra o grupo Royal Golden Eagle (RGE), com sede em Singapura. Conta com mais de 11 mil colaboradores e duas unidades industriais no país — em Camaçari (BA) e Lençóis Paulista (SP) — além de escritório administrativo em Singapura e estruturas comerciais na Ásia, Europa e Estados Unidos. Para mais informações, acesse: www.bracell.com 

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Empresas de celulose impulsionam a economia de Três Lagoas e região

O impacto da indústria vai muito além da produção

Três Lagoas consolidou-se como um dos maiores polos de produção de celulose do mundo, e essa trajetória de sucesso começou com a chegada da Votorantim, hoje sucedida pela Suzano. Atualmente, uma das maiores produtoras globais do setor, a empresa apostou no potencial da cidade sul-mato-grossense, ao adquirir sua primeira fábrica em 2009. O sucesso da operação foi tamanho que, em 2017, a companhia inaugurou uma segunda unidade, transformando Três Lagoas na unidade mais produtiva da Suzano em todo o país.

O impacto da indústria vai muito além da produção. A presença da indústria de celulose impulsionou a economia local, gerando milhares de empregos diretos e indiretos, fortalecendo o comércio e atraindo novos investimentos para a região. Para o gerente industrial da Suzano de Três Lagoas, Eduardo Ferraz, essa decisão pioneira mostra a confiança da empresa no potencial do município. “A empresa sempre acreditou no potencial de Três Lagoas para a indústria de celulose. Isso mostra o quanto a gente acredita na região. Além dos empregos e da arrecadação de impostos, falamos de um crescimento orgânico da economia local”, afirma Ferraz.

Eldorado Brasil se une ao polo industrial

A chegada da Eldorado Brasil, em 2012, consolidou Três Lagoas como referência mundial no setor. A planta da empresa entrou em operação como a segunda grande indústria de celulose da cidade, reforçando a vocação industrial da região.

Carregamento de fardos de celulose – Eldorado Brasil.

Atualmente, a unidade da Suzano tem capacidade instalada para produzir mais de 3,5 milhões de toneladas de celulose por ano, figurando entre as maiores do mundo. Já a Eldorado Brasil opera com uma produção anual de 1,7 milhão de toneladas, mas já planeja uma expansão que pode dobrar essa capacidade nos próximos anos.

Juntas, essas gigantes da celulose não apenas transformaram Três Lagoas em um centro industrial de destaque internacional, como também ajudaram a reconfigurar a economia de Mato Grosso do Sul, tornando o setor de base florestal um dos pilares do desenvolvimento estadual.

Informações: RCN67.

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Produção de papel, celulose e petróleo cresce no ES em abril, mas indústria capixaba registra queda geral

A produção industrial do Espírito Santo apresentou resultados contrastantes no mês de abril, conforme levantamento da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Regional (PIM-PF), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e compilado pelo Observatório da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes).

Enquanto os segmentos de celulose e papel e de petróleo e gás natural registraram crescimento, o desempenho geral da indústria capixaba apresentou retração de 3,5% na comparação com março, já com ajuste sazonal. Essa queda interrompe dois meses consecutivos de alta: 1,4% em fevereiro e 5,9% em março.

Segundo o presidente da Findes, Paulo Baraona, o cenário reflete os desafios macroeconômicos enfrentados pelas indústrias. “O setor industrial vem se empenhando para continuar avançando, mas esbarramos no alto patamar dos juros. Taxas mais altas significam crédito mais caro para as empresas e os consumidores. No caso das empresas, ele inviabiliza investimentos e dificulta o acesso a recursos de capital de giro, por exemplo, essenciais para as necessidades do dia a dia”, destacou.

Indústria de transformação retrai, mas celulose e papel avançam

Entre os quatro segmentos industriais avaliados pelo IBGE no Espírito Santo, três apresentaram desempenho negativo em abril:

Segmento industrialVariação mensal (abr/mar)
Fabricação de produtos alimentícios-11,1%
Fabricação de produtos de minerais não metálicos-2,2%
Metalurgia-1,7%
Fabricação de celulose, papel e produtos de papel+15,2%

A alta expressiva de 15,2% no setor de papel e celulose é atribuída à ausência de paradas programadas na unidade da Suzano no Espírito Santo no segundo trimestre. “No primeiro trimestre, tivemos uma parada programada na linha C. A próxima está prevista apenas para o último trimestre, na linha B”, explicou a economista-chefe da Findes, Marília Silva.

Petróleo e gás natural: produção avança com força do campo Jubarte

A indústria extrativa teve avanço de 1% na passagem de março para abril. Embora o IBGE não detalhe os dados por tipo de extração, o Observatório Findes analisou os dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que apontam aumento relevante da produção no Estado.

IndicadorMarçoAbrilVariação mensal
Produção de petróleo (bbl/dia)154,4 mil166,7 mil+8%
Produção de gás natural (mil m³/dia)3,39 mil3,8 mil+12,2%

“O crescimento da produção foi puxado pelo bom desempenho do campo de Jubarte, localizado na Bacia de Campos, no litoral sul do ES, que registrou alta de 7,9% na produção de petróleo e 15,4% na de gás natural”, detalhou Nathan Diirr, economista do Observatório Findes.

As plataformas P-58, FPSO Cidade de Anchieta e P-57 foram os principais motores do aumento. Em contrapartida, o FPSO Maria Quitéria operou abaixo de 10% da capacidade em abril, com menor contribuição ao total produzido.

Ambiente macroeconômico e conjuntura global pressionam indústria

De acordo com Marília Silva, o desempenho da indústria entre janeiro e abril foi impactado por uma série de fatores:

  • Inflação elevada
  • Taxa de juros alta
  • Incertezas no cenário internacional
  • Paradas programadas em fábricas e unidades extrativas no ES

A taxa Selic, por exemplo, passou por três elevações no ano e alcançou 14,75% ao ano, uma das mais altas em duas décadas. “O Comitê de Política Monetária ainda não sinalizou quando irá iniciar cortes. O mercado espera que a taxa permaneça elevada ao menos até 2026, podendo recuar para algo em torno de 12,5%”, destacou.

No acumulado de 12 meses até maio, a inflação medida pelo IPCA subiu de 4,56% (janeiro) para 5,32%, acima da meta oficial de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual. Na Grande Vitória, a inflação foi de 5,15% no mesmo período.

Em relação ao cenário internacional, as incertezas ligadas à política econômica dos Estados Unidos, especialmente sobre taxações de importações, afetaram a confiança dos mercados. “Por ora, os dados de abril mostram que não houve impactos significativos, o que pode aliviar as tensões futuras”, observou Marília.

Indústria resiliente

Apesar dos desafios, o presidente da Findes reforça a força do setor no Espírito Santo. “Estamos falando de mais de 20 mil indústrias que geram quase 273 mil empregos formais, de norte a sul do Estado. O setor é resiliente, aprende com os desafios e permanece firme na busca pelo crescimento socioeconômico do Espírito Santo”, concluiu Paulo Baraona.

Informações: Findes.
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Governo congela leilão da Rota da Celulose após polêmica; confira

Suspensão ocorre após K-Infra perder concessão de rodovia no RJ

O governo de Mato Grosso do Sul suspendeu os prazos do leilão da Rota da Celulose, que prevê a concessão de 870 km de rodovias. A decisão veio após a K-Infra, uma das empresas do consórcio vencedor, perder a concessão da BR-393 no Rio de Janeiro. “Realizaremos diligências para a correta instrução do processo licitatório”, informou o Estado em nota oficial.

A suspensão ocorreu um dia após a K-Infra ser retirada da chamada Rodovia do Aço por decisão da ANTT e do DNIT. A própria empresa confirmou a saída. “Fomos compelidos a interromper todas as operações de atendimento ao usuário”, declarou em comunicado. A empresa alegou que a decisão inviabilizou serviços como socorro médico e mecânico, e disse ter herdado problemas da antiga concessionária.

A K-Infra afirmou ainda que apresentou um plano de investimentos de R$ 1,6 bilhão ao Ministério dos Transportes. “A caducidade representa uma punição a quem agiu com responsabilidade”, afirmou. A empresa prometeu recorrer ao STF, argumentando que a decisão foi tomada “sem a devida observância ao contraditório e à ampla defesa”.

O segundo colocado no leilão, consórcio liderado pela XP, questionou a validade de documentos do grupo vencedor e pediu sua desclassificação. “Foram identificados diversos documentos emitidos fora do prazo determinado pelo edital”, declarou. Também foi levantada a preocupação com a saúde financeira da K-Infra, cujo capital social é de apenas R$ 10 mil.

A concessão da Rota da Celulose inclui trechos das BRs 262 e 267 e da MS-040, com previsão de 12 praças de pedágio e contrato de 30 anos. Ainda não há nova data para retomada do processo. “O procedimento legal foi seguido, com ampla defesa da concessionária”, afirmou George Santoro, do Ministério dos Transportes.

Informações: Capital News.

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Resultado do Prêmio IBRAMEM de Arquitetura e Design em Madeira 2025 é divulgado em cerimônia de encerramento do XVIII EBRAMEM

Premiação reconhece excelência acadêmica e profissional no uso da madeira na arquitetura e no design latino-americanos

O Prêmio IBRAMEM de Arquitetura e Design em Madeira 2025 anunciou seus vencedores no dia 7 de maio, durante a cerimônia de encerramento do XVIII Encontro Brasileiro em Madeira e em Estruturas de Madeira (EBRAMEM), realizado no Campus da FIEP, em Curitiba (PR). Promovido e organizado pelo XVIII EBRAMEM, Instituto Brasileiro da Madeira e das Estruturas de Madeira (IBRAMEM) e Núcleo da Madeira, o prêmio celebrou sua 8ª edição reconhecendo a excelência acadêmica e profissional no uso da madeira na arquitetura e no design latino-americanos.

Com duas categorias – Arquitetura e Design – e duas modalidades – profissionais e estudantes de graduação das áreas de Arquitetura, Engenharias e Design –, o Prêmio IBRAMEM 2025 registrou número recorde de inscrições: foram 116 trabalhos recebidos entre os dias 16 de setembro de 2024 e 02 de fevereiro de 2025, provenientes de sete países da América Latina (Brasil, Argentina, Chile, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai) e nove estados brasileiros (CE, DF, ES, MG, RJ, SP, PR, SC e RS).

Todos os trabalhos inscritos passaram por um criterioso processo de avaliação conduzido por um júri formado por docentes e profissionais renomados nas áreas de Arquitetura, Engenharia e Design da América Latina. Após as etapas de homologação e julgamento, 20 trabalhos foram selecionados como finalistas e, durante o XVIII EBRAMEM, foram expostos e submetidos a votação popular. Todos os resultados foram divulgados na cerimônia de premiação.

O prêmio destacou projetos que evidenciam as qualidades técnicas, culturais e socioambientais da madeira, reafirmando seu papel estratégico para uma construção mais sustentável, inovadora e humanizada. Confira os trabalhos premiados:

PRÊMIO IBRAMEM 2025 | Resultado do JÚRI

ARQUITETURA | MODALIDADE PROFISSIONAL

VENCEDOR

Biblioteca Comunitária Yuyarina Pacha

Al Borde | Equador

MENÇÃO HONROSA

Casas Taguaí – Protótipos em MLC

Xavier Arquitetura | São Paulo | Brasil

Chaki Wasi – Centro de Artesanías de la Comunidad de Shalalá

La Cabina de la Curiosidad | Equador

Casa Quinta

Arquipélago Arquitetos | São Paulo | Brasil

Crematorio Maule

Urzúa Soler Arquitectos | Chile

MENÇÃO DE DESTAQUE Conjunto Tanica

Izquierdo Lehmann Arquitectos | Chile

Hangar Museu

Nola Arquitetura | Santa Catarina | Brasil

Casa Aleros

Urzúa Soler Arquitectos | Chile

ARQUITETURA | MODALIDADE ESTUDANTE

VENCEDOR

Regeneração e Espaço – Canteiro Experimental UFPR

Eduarda Michelon, Cibele Kunzler e Prof. Patrícia de Freitas Nerbas | UNISINOS – São Leopoldo/RS

MENÇÃO HONROSA Canteiro Trama

João Augusto Brandão Baldassin, Beatriz Medeiros Urbano, João Gabriel Costa e Silva, Leonardo Luis Floriano e Prof. Akemi Ino | IAU USP – São Carlos/SP

Canteiro IPÊ

Raul Comelli Pizzato, Gabriel Castro Osachuki, Prof. Marina Oba e prof. Maria Regina Leoni Schmid Sarro | UFPR – Curitiba/PR

Canteiro de Obras UFPR

Rodolfo de Lima Tomazelli, Nadine Dranka Moro e Prof. Maria Regina Leoni Schmid Sarro | UFPR – Curitiba/PR

Canteiro do Aviário – Canteiro Experimental da UFPR

Christian Almeida Campos do Nascimento, Prof. Reginaldo Luiz Nunes Ronconi e Jônatas de Souza e Silva | FAU USP – São Paulo/SP

DESIGN | MODALIDADE PROFISSIONAL VENCEDOR Poltrona Paco

Lattoog | Rio de Janeiro – Brasil

MENÇÃO HONROSA Projeto Piso 4D

Tetrus Tecnologia de Soluções Ltda | São Paulo – Brasil

Cabideiro Jaboticaba

O Criativo Design | Paraná – Brasil

Estante Tajapi – Grafismo

Estúdio Igor Lima | São Paulo – Brasil

Arandela Boreal

David Tessler Design | Paraná – Brasil

DESIGN | MODALIDADE ESTUDANTE VENCEDOR Modularis Maria Julia Fusco Ferreira, Prof. Débora Cristina Rosa Faria da Costa e Prof. Heloisa Martin Mendes Pereira Helena | IFSP – Jacareí/SP

MENÇÃO HONROSA Goiabão

Gabriel Luiz Tiepermann e Prof. Rodolfo Krul Tessari | UTFPR – Curitiba-PR

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PRÊMIO IBRAMEM 2025 | Resultado da VOTAÇÃO POPULAR

*a votação popular foi realizada de 05 a 06 de maio de 2025, durante o XVIII EBRAMEM.

ARQUITETURA | MODALIDADE PROFISSIONAL Biblioteca Comunitária Yuyarina Pacha

Al Borde | Equador

19,4% dos votos

ARQUITETURA | MODALIDADE ESTUDANTE Canteiro IPÊ

Raul Comelli Pizzato, Gabriel Castro Osachuki, Prof. Marina Oba e Prof. Maria Regina Leoni Schmid Sarro | UFPR – Curitiba/PR

53% dos votos

DESIGN | MODALIDADE PROFISSIONAL Arandela Boreal

David Tessler Design | Paraná – Brasil

34,3% dos votos DESIGN | MODALIDADE ESTUDANTE Goiabão

Gabriel Luiz Tiepermann e Prof. Rodolfo Krul Tessari | UTFPR – Curitiba-PR

62,7% dos votos

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O Prêmio IBRAMEM de Arquitetura e Design em Madeira 2025 reafirma a relevância da madeira como protagonista na arquitetura e no design contemporâneos, valorizando soluções construtivas inovadoras, sensíveis ao contexto social e comprometidas com a sustentabilidade na América Latina.

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Comissão Organizadora

Prêmio IBRAMEM de Arquitetura e Design em Madeira 2025

Maio de 2025.

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Trabalhadores da Jari Celulose aprovam proposta e devem retomar atividades

Clima, entretanto, ainda é de cautela; “essa aprovação não é uma carta branca, é um voto de confiança condicionado à retomada dos pagamentos, conforme prometido”, destacou representante sindical

Após uma série de assembleias e longas negociações, os trabalhadores da Jari Celulose aprovaram, nessa quarta-feira, 11, a proposta da empresa para o pagamento parcial dos débitos trabalhistas. A deliberação ocorreu em assembleia geral convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Papel e Celulose do Estado do Pará e Amapá (Sintracel), em Monte Dourado (PA), selando um acordo que viabiliza o retorno gradual das atividades da fábrica. Segundo a empresa, pagamentos começam a ser depositados nesta quinta-feira, 12.

A proposta aprovada prevê:

– O pagamento de um salário referente a janeiro de 2023 e benefícios (incluindo férias) para os trabalhadores;
– Aqueles que ingressaram na empresa após janeiro de 2023 receberão o valor correspondente ao único salário trabalhado;
– Para quem retornou de férias e constava com saldo zero em janeiro, será pago o mês subsequente;
– Os salários de junho e julho de 2025 serão pagos regularmente ao final de cada mês;
– O plano de saúde permanece inativo, mas haverá assistência médica conforme necessidade, com previsão de retomada plena em até três meses após o reinício das operações da fábrica.

Apesar de inicialmente exigir o pagamento de ao menos cinco salários para retomar as atividades, os trabalhadores, por maioria, optaram por aceitar os termos diante do impasse prolongado e das dificuldades financeiras enfrentadas.

A mudança de postura ocorre em meio a um cenário jurídico ainda conturbado. Conforme revelado em decisão judicial recente, o Ministério Público do Estado do Pará havia solicitado que os valores da venda da UPI Amapá permanecessem judicializados, uma vez que a empresa não teria cumprido todas as exigências de transparência e planejamento financeiro para a liberação dos recursos. Ainda assim, a Justiça entendeu que não havia elementos suficientes para suspender a liberação parcial, o que abriu espaço para a empresa avançar nos compromissos com os trabalhadores.

Com o novo acordo, o clima entre a categoria ainda é de cautela. “Essa aprovação não é uma carta branca. É um voto de confiança condicionado à retomada dos pagamentos conforme prometido”, destacou um representante sindical ouvido pela reportagem.

A previsão é de que os trabalhos na unidade industrial de Monte Dourado sejam retomados gradualmente nas próximas semanas, à medida que os pagamentos forem sendo efetuados. O sindicato deve acompanhar o cumprimento dos prazos acordados e poderá convocar nova assembleia caso haja descumprimento dos termos. A Jari Celulose prevê o retorno completo das atividades em até 90 dias.

Informações: Diário do Amapá.

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Arauco promove Jornada do Meio Ambiente e plantio de árvores em Inocência (MS)

Ação reforça o compromisso da companhia com o bioma local e o fortalecimento da relação com a comunidade

A Arauco Brasil promoveu nesta quarta-feira (11) um encontro institucional na Casa Arauco, em Inocência (MS), seguido da ação “Inocência Arborizada” com plantio de mudas nativas em área urbana da cidade. A iniciativa faz parte da Jornada do Meio Ambiente e marca o compromisso da companhia com o desenvolvimento sustentável, o fortalecimento de parcerias locais e a valorização do bioma Cerrado, onde está localizado o Projeto Sucuriú, marco da entrada da divisão de celulose da empresa no Brasil.

No início da tarde, o encontro na Casa Arauco reuniu comunidade, representantes da Prefeitura de Inocência, lideranças institucionais, empresariais, vereadores, Sindicato Rural local, além de membros do corpo diretivo e gerencial da Arauco. A agenda incluiu o compartilhamento de estratégias para a gestão ambiental, uso consciente da água, manejo de resíduos e a integração entre iniciativa privada e políticas públicas voltadas ao desenvolvimento com responsabilidade.

Na sequência, estudantes participaram do plantio de 150 mudas de espécies da região – pata-de-vaca, tamboril, quaresmeira, barbatimão, caliandra e tarumã – todas indicadas ao ambiente urbano, com reconhecido potencial de arborização sustentável. Esta ação foi protagonizada por alunos do CEI (Centro Educacional Professor Olivalto Elias da Silva), simbolizando um pacto coletivo por um futuro mais verde e resiliente, em harmonia com as características do Cerrado e seu papel estratégico na conservação dos recursos naturais.

“Recebemos com entusiasmo esta primeira ação de plantio, que transforma uma das principais ruas da nossa cidade em um símbolo vivo da beleza e da riqueza do Cerrado. Que cada árvore seja um convite à reflexão sobre a importância de preservar aquilo que nos conecta à nossa origem e ao nosso futuro”, destaca o prefeito de Inocência, Antônio Ângelo, parabenizando a Arauco pela Jornada do Meio Ambiente, iniciada em 2 de junho.

“A valorização do bioma Cerrado e a integração com as comunidades do entorno são essenciais no desenvolvimento do Projeto Sucuriú. Ao plantar espécies nativas, reforçamos a importância de preservar o equilíbrio ambiental e fortalecer os vínculos com as pessoas que vivem nessa região, junto a uma das mais ricas áreas de biodiversidade do planeta”, afirma Theófilo Militão, diretor de ESG e Relações Institucionais da Arauco.

Além da referência ao Dia Internacional do Meio Ambiente, comemorado no dia 5, a Jornada mobilizou colaboradores da Arauco e das empresas que trabalham no Projeto Sucuriú em ações temáticas que abordaram questões importantes da pauta ambiental, como biodiversidade regional, práticas sustentáveis em obras civis, eficiência no uso de recursos e os impactos das mudanças climáticas.

Conforme a gerente de Meio Ambiente da Arauco, Camila Paschoal, trata-se de um trabalho diário e contínuo realizado na região. “Além dos 24 programas de monitoramento ambiental que desenvolvemos durante a instalação da fábrica, desde 2024 a Arauco iniciou um trabalho de educação ambiental em Inocência e São Pedro, sempre com objetivo de conscientizar sobre a biodiversidade e recursos naturais, para garantir que tenhamos um crescimento sustentável pra cidade”, explica.

Com investimento de US$ 4,6 bilhões, o Projeto Sucuriú inclui a construção de uma planta com capacidade de produção anual de 3,5 milhões de toneladas de celulose por ano. O empreendimento está sendo desenvolvido em uma área de 3.500 hectares, às margens do Rio Sucuriú, a 50 quilômetros do centro de Inocência. Com início das obras em 2024, a operação plena é prevista até o final de 2027.

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Plantio de florestas ganha espaço em terras agrícolas no país

Números preliminares indicam que a área chegou a 10,5 milhões de hectares no ano passado

Distribuída em três áreas, a plantação florestal representa 80% do negócio do produtor rural André Assis, de Terra Roxa, no oeste do Paraná. Assis também cultiva grãos e mantém produção de frango e peixe, mas vê no segmento de árvores plantadas uma alternativa rentável. “É uma excelente opção para solos sem aptidão para lavoura ou pastagem”, afirma ele.

Para diversificar suas fontes de renda, Assis deu seguimento ao plantio de eucalipto, atividade em que sua família entrou há mais de 20 anos. Atualmente, o produtor mantém 1,5 mil hectares de floresta em áreas arrendadas, nas quais o rendimento médio é de 290 toneladas de madeira por hectare. O corte das árvores ocorre a cada seis ou sete anos, e a madeira serve como biomassa.

“Para nós, o eucalipto é tão rentável quanto a soja, mas ele tem a vantagem de ter uma produtividade mais estável. Com isso, acaba sendo mais viável”, afirma Assis. Ele entrega a madeira a cooperativas agrícolas da região.

Segundo a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), em 2023, o país tinha 10,2 milhões de hectares de árvores cultivadas. Números preliminares indicam que a área chegou a 10,5 milhões de hectares em 2024, o que representou um crescimento de 2,2%, ou 234 mil hectares, em relação ao ano anterior.

Para Paulo Hartung, presidente da Ibá, os maiores desafios são a falta de mão de obra e de infraestrutura de transporte, incluindo rodovias, ferrovias e portos. Ele destaca, porém, o crescimento da área de floresta que o segmento conserva, que soma 6,91 milhões de hectares. “Progredimos muito na produtividade, mas a preservação é o que nos diferencia”, disse.

Em Ponta Grossa, a Águia Florestal, empresa de plantio e industrialização de madeira, tem 10 mil hectares de pinus, de um total de 24 mil hectares de floresta. “O restante é de área nativa preservada”, afirma Álvaro Scheffer Junior, diretor da companhia.

Segundo ele, a empresa faz todo o processo produtivo, de maneira verticalizada. Isso inclui desde a pesquisa e produção de mudas de pinus nos viveiros até a entrega da madeira no Porto de Paranaguá.

Com volume de produção de cerca de 100 mil metros cúbicos de madeira serrada ao ano, que exporta para os Estados Unidos, a empresa está entrando no mercado interno neste ano, com a produção de painel de madeira sólida. O material servirá à construção de moradias para famílias do Rio Grande do Sul que perderam suas casas na enchente de 2024.

“É inegável a contribuição do setor para o desenvolvimento econômico e social, mas também no quesito ambiental”, enfatiza. A empresa faz um controle das emissões e estoque de carbono gerados pelo processo produtivo da atividade, com registro de 4,8 milhões de toneladas de CO2 estocadas até o fim de 2024: “o setor de árvores plantadas é o que mais preserva a floresta nativa atualmente”.

Águia Florestal produz cerca de 100 mil metros cúbicos de madeira serrada ao ano — Foto: Águia Florestal/Divulgação
Águia Florestal produz cerca de 100 mil metros cúbicos de madeira serrada ao ano — Foto: Águia Florestal/Divulgação

De acordo com a Ibá, dos 10,2 milhões de hectares de árvores cultivadas no país em 2023, 7,83 milhões de hectares eram de eucalipto, 1,92 milhão de hectares, de pinus, e 500 mil hectares, de outras espécies. Ainda segundo a entidade, 38% das áreas de floresta plantada no Brasil pertencem a produtores independentes. O restante está dividido entre os produtores de celulose, papel, painéis, pisos laminados, carvão e madeira serrada, além de investidores.

José Mauro Moreira, pesquisador de economia e planejamento florestal da Embrapa Florestas, destaca a importância de planejar a implantação de florestas com fins comerciais na propriedade rural. “Primeiramente, é importante avaliar o mercado e definir a finalidade da produção. Também é preciso planejar cada etapa e ter um controle eficiente dos custos da atividade”, afirma.

Uma alternativa, segundo o pesquisador, é começar aos poucos, implantando a floresta em áreas menores. Moreira destaca que a atividade é considerada uma poupança verde, uma vez que o retorno financeiro só terá início a partir de seis a oito anos após a implantação da cultura.

Edilson Batista de Oliveira, pesquisador da área de manejo de florestas, também da Embrapa Florestas, ressalta que o clima e o solo da região são fatores que interferem diretamente na escolha da espécie a ser plantada: “a introdução do componente arbóreo na propriedade rural é sempre positiva, mas é fundamental receber orientação sobre a espécie, seu comportamento e sobre os tratos culturais que exige”.

Informações: Globo Rural.

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