PÁGINA BLOG
Featured Image

Com o apoio da Suzano, agricultores entregam mais de 7 toneladas de alimentos a famílias de Ribas do Rio Pardo (MS)

Empresa viabiliza que parte da produção de 24 agricultores(as) organizados(as) em associação seja destinada a 290 famílias em situação de insegurança alimentar atendidas por programas sociais da prefeitura municipal.

A Suzano, referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do cultivo de eucalipto, desenvolve o projeto Sacola Verde em Ribas do Rio Pardo (MS), por meio do qual compra parte da produção de 24 agricultores(as) organizados(as) e atuantes na ASARIBAS (Associação dos Apicultores e Agricultores Familiares de Ribas do Rio Pardo) para garantir complemento alimentar a 290 famílias atendidas por programas sociais da prefeitura local. Graças à parceria, a empresa já colaborou para a distribuição de 7,7 toneladas de alimentos produzidos por agricultores familiares do Assentamento Melodia, que também são beneficiados com a geração de emprego e renda.

Para viabilizar a preparação das sacolas (cestas), a Suzano destina recursos para a ASARIBAS, que conta ainda com o apoio do Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) e do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) para gerenciar a produção agrícola. Depois de preparadas, as sacolas são destinadas à administração municipal, que, por meio da Secretaria de Assistência Social, realiza a entrega para as famílias em situação de insegurança alimentar, cadastradas em programas do município. Até o final de 2023, ainda estão previstas outras duas entregas, quando a empresa irá adquirir mais 2,2 toneladas.

“A Suzano já promove parcerias para que as famílias do assentamento Melodia recebam o apoio técnico necessário para a produção. Ao participarem do Sacola Verde, eles têm a oportunidade de gerar renda a partir da comercialização desses alimentos de qualidade. Na Suzano, temos um direcionador que diz que ‘só é bom para nós se for bom para o mundo’ e, ao viabilizarmos a destinação desses alimentos a famílias em situação vulnerabilidade, estamos gerando trabalho e renda no campo e colaborando para a redução de desigualdades sociais, atuando sempre para compartilhar valor com as pessoas das localidades onde mantemos operações”, destaca Maurício Miranda, diretor de engenharia na Suzano.

As famílias agricultoras ainda são apoiadas por técnicos do Senar por meio de fornecimento de qualificação técnica e de programas que fomentam a produção, assim como recebem orientação do Sebrae para a organização da produção e das sacolas. As entregas obedecem a um cronograma desenvolvido em conjunto com Secretaria Municipal de Assistência Social.

Toda a produção dos alimentos que compõem as sacolas verdes é oriunda da comunidade Melodia e as cestas são compostas por duas variedades de folhas; 1 quilo de fruta (mamão, laranja ou banana); temperos (cheiro verde, limão ou pimentão); 1 quilo de algum tipo de raiz (1 quilo de mandioca ou 1 quilo de batata doce); legumes (itens mistos), com duas variedades (abóbora, berinjela, beterraba, cenoura, jiló, quiabo, repolho ou tomate cereja); e 2 pães.

Investimento Social

O projeto Sacola Verde faz parte de investimentos voluntários da empresa na área social de Ribas do Rio Pardo, município onde constrói sua nova fábrica. Visando honrar o compromisso de promover o desenvolvimento sustentável nas regiões onde atua, a Suzano está investindo um total R$ 13,8 milhões distribuídos em seis pilares sociais: Educação, Geração de renda, Infraestrutura, Relacionamento com a comunidade, Proteção de direitos de crianças, adolescentes e mulheres e Saúde até o final de 2024.

Além disso, a empresa ainda executa o Plano Básico Ambiental (PBA), composto por 18 programas, sendo que um deles, o Programa de Adequação de Infraestrutura Urbana, conta com um investimento de R$ 48 milhões (valor inicial). No total, a cidade está sendo beneficiada por mais de 20 projetos que foram aprovados pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável.

Sobre a Suzano

A Suzano é a maior produtora mundial de celulose, uma das maiores produtoras de papel da América Latina e referência no desenvolvimento de soluções sustentáveis e inovadoras de origem renovável. Os produtos da companhia, que fazem parte da vida de mais de 2 bilhões de pessoas e abastecem mais de 100 países, incluem celulose, papéis para imprimir e escrever, canudos e copos de papel, embalagens de papel, absorventes higiênicos e papel higiênico, entre outros. A Suzano é guiada pelo propósito de Renovar a vida a partir da árvore. A inovabilidade, a busca da sustentabilidade por meio da inovação, orienta o trabalho da companhia no enfrentamento dos desafios da sociedade. Com 99 anos de história, a empresa tem ações negociadas nas bolsas do Brasil (SUZB3) e dos Estados Unidos (SUZ). Saiba mais em: www.suzano.com.br

Featured Image

Com investimento de R$ 28 bilhões, Arauco abre 400 vagas em nova fábrica de celulose em MS

A empresa Arauco abriu 400 vagas de emprego em sua nova fábrica de celulose em Inocência, que terá um investimento de R$ 28 bilhões. A previsão é que em fevereiro ou março do ano que vem a empresa já tenha a licença de instalação e as obras de construção da fábrica comecem em 2025.  

A primeira fase de contratação está focada em vagas de emprego para técnico florestal, com salário médio de R$ 2,3 mil. Entretanto, a empresa também planeja oferecer vagas de emprego em diversas outras áreas, como pedreiro, motorista, montadores, soldador, entre outras. Os trabalhadores serão empregados através da intermediação da Casa do Trabalhador de Três Lagoas, facilitando o processo de contratação.

A empresa disponibilizará plano de saúde, alojamento, refeições e ticket alimentação aos contratados. Os trabalhadores terão a opção de residir em Três Lagoas, se preferirem, tornando a oportunidade ainda mais acessível.

No início deste mês de outubro, a direção da empresa se reuniu com o governador Eduardo Riedel (PSDB). A Arauco se aproxima de mais de 100 mil hectares de floresta plantada e, atualmente, o cronograma da obra está na fase de licença ambiental.

O prefeito de Inocência, Antônio Ângelo Garcia, anunciou na reunião que conseguiu uma área de 55 hectares, que vai contar com recursos do Governo do Estado, que vai ser utilizada no futuro pela Arauco para construir mais de 700 casas na cidade.

A empresa ainda solicita autorização do Estado para construir um ramal ferroviário de 47 km de Inocência até a Ferronorte.

A nova fábrica de celulose terá um impacto ambiental significativo, mas a empresa diz estar comprometida em utilizar de forma sustentável os recursos naturais da região. 

Segundo o Estudo de Impacto Ambiental, a multinacional chilena planeja produzir 5 milhões de toneladas de celulose por ano e precisará de 10,5 milhões de toneladas de eucalipto para atender as duas linhas de produção.

A construção da fábrica está prevista para durar 40 meses, com a indústria começando a operar no início de 2028. Durante o pico da construção, espera-se a geração de 12 mil empregos diretos. 

A expectativa é que a nova unidade da Arauco beneficie não apenas Inocência, mas também as cidades de Costa Rica e Água Clara. A empresa utilizará a água dos rios Sucuriú e Verde, que cortam os três municípios.

Crescimento econômico

Com o impulso do agronegócio e os investimentos no setor de papel e celulose, Mato Grosso do Sul se destaca como estado com grande potencial de crescimento econômico. Projeções da Tendências Consultoria indicam que o setor de papel e celulose receberá um investimento total de R$ 47 bilhões na região até o fim desta década. Isso representa um aumento substancial em relação à receita do estado, que alcançou R$ 22,5 bilhões no ano passado.

Esses investimentos privados, juntamente com projetos públicos como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal, impulsionam o crescimento econômico do Estado, com expectativa de se tornar a maior região produtora de celulose do mundo até 2028, quando a planta da Arauco entrar em operação.

Por: O Jacaré

Featured Image

Suzano projeta vendas de 700 mil toneladas de celulose do Projeto Cerrado em 2024

A Suzano estimou vendas de celulose produzida em sua nova fábrica de celulose no Centro-Oeste, apelidada de Projeto Cerrado, de 700 mil toneladas em 2024, afirmaram executivos da companhia nesta sexta-feira, em apresentação a investidores.

A empresa mantém expectativa de ativar a nova fábrica em junho do próximo ano. Atualmente, as obras estão 78% concluídas, segundo a apresentação.

O volume a ser produzido em 2024 pela fábrica deverá vir a mercado no quarto trimestre do ano. A capacidade da unidade, que abriga a maior linha de produção de celulose de eucalipto do mundo, será de cerca de 2,55 milhões de toneladas por ano.

A fábrica, que quando ficar pronta vai ocupar uma área semelhante à da cidade próxima em que foi instalada no Mato Grosso do Sul, Ribas do Rio Pardo, terá um custo de produção de cerca de 500 dólares por tonelada durante a ativação e estrutural previsto de 400 dólares.

O diretor de celulose da Suzano, Leonardo Grimaldi, afirmou durante a apresentação, que novos projetos de celulose sendo planejados na Ásia não preocupam a companhia uma vez que, segundo ele, não há disponibilidade de madeira na região para atender a demanda de todos eles.

Segundo Grimaldi, a companhia está vendo uma entrada de pedidos “extremamente saudável” vinda de clientes na China em outubro, algo que também tem se mostrado válido para novembro.

Outro fator que dá confiança à companhia sobre a sustentabilidade de reajustes recentes de preços de celulose está na grande série de paradas para manutenção anunciadas de maneira inesperada este ano, que devem atingir uma capacidade global de 3 milhões de toneladas, disse Grimaldi.

“Desde agosto, na Europa, temos visto encomendas de papel se recuperando e isso é o primeiro sinal de fim do ciclo de desestocagem”, disse Grimaldi. “A China tem publicado números muito sólidos, dois dígitos de crescimento sobre um ano antes em produção de papel”, afirmou.

Depois de ter atingido a condição de ser a maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, analistas questionaram a companhia sobre a possibilidade de a Suzano avançar com frentes de produção em outros países. Atualmente, a companhia está toda concentrada no Brasil.

O presidente-executivo da Suzano, Walter Schalka, afirmou que uma internacionalização da companhia, quando ocorrer, representará uma “mudança de cultura” para o grupo, que tem apostado em uma série de vias de crescimento futuro baseadas na celulose, incluindo produção de têxteis e monetização de créditos de carbono.

“Acreditamos que não podemos cometer erros em alocação de capital, os valores que vamos investir no internacional vão representar riscos pequenos para nós”, disse Schalka sem dar detalhes financeiros ou prazos. Segundo ele, a companhia não vai investir em outros mercados se não garantir que será capaz de escalar os negócios e obter diferenciação em relação à concorrência.

“Escala é muito importante para nós. O segundo fator é diferenciação. Se não tiver nenhum tipo de diferenciação não queremos estar no negócio”, disse Schalka. “Não vamos crescer internacional apenas por crescer. Se não tivermos diferenciação, não vamos estar nesses mercados.”

Para se diferenciar da competição, a Suzano inclui distribuição e marcas próprias. Na véspera, a companhia anunciou investimento de 650 milhões de reais na construção de sua sétima fábrica de papeis sanitários. No segmento, a empresa opera com a marca Neve, que segundo o diretor da área permite à empresa cobrar um “prêmio” de 20% a 30% no preço do produto.

“Ainda tem muito valor a ser criado no mercado brasileiro de ’tissue'”, disse o diretor de bens de consumo da Suzano, Luis Bueno, durante a apresentação.

Já na frente de papéis e embalagens, o diretor da área, Fabio Oliveira, disse que a Suzano observa oportunidades “orgânicas e inorgânicas”.

Em celulose fluff, usada em produtos como fraldas e absorventes, a Suzano está apenas na “primeira fase” de crescimento, disse Schalka, se referindo ao investimento de 490 milhões de reais também anunciado na véspera para expandir a capacidade da empresa de fabricação do produto para 340 mil toneladas.

O volume é bem pequeno para uma empresa do porte da Suzano, mas é “escalável”, disse Schalka, que vê a celulose de eucalipto avançando sua participação para 30% a 40% do mercado hoje praticamente dominado pela fibra longa, derivada de pinus.

Segundo os executivos da companhia, o mercado global de celulose fluff tem potencial de atingir 7,8 milhões de toneladas em 2027, um crescimento anual de 4,2% ante os 6,4 milhões de 2022. Atualmente, de acordo com a Suzano, cerca de 80% do mercado global é atendido por apenas três fornecedores localizados na América do Norte e 48% da demanda está na Ásia.

https://www.terra.com.br/economia/suzano-projeta-vendas-de-700-mil-toneladas-de-celulose-do-projeto-cerrado-em-2024,a48cc6ad917942506a50c3ae4e52c5b0z9tic7u3.html?utm_source=clipboard
https://www.terra.com.br/economia/suzano-projeta-vendas-de-700-mil-toneladas-de-celulose-do-projeto-cerrado-em-2024,a48cc6ad917942506a50c3ae4e52c5b0z9tic7u3.html?utm_source=clipboard
Featured Image

IBÁ participa do lançamento do Plano Bracell 2030

Paulo Hartung participou na manhã desta terça-feira do Bracell 2030, evento realizado em parceria com a Editora Globo e o Valor Econômico. Com mediação da jornalista de Christiane Pelajo, o evento foi aberto por Praveen Singhavi, presidente da Bracell, que apresentou o Bracell 2030, plano estratégico da empresa para a construção de um futuro sustentável. O executivo explicou que a companhia está investindo ainda mais na descarbonização para aprofundar seu impacto positivo no clima.

Também houve fala de Natalia Rezende, secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Governo de São Paulo, que comentou a importância do trabalho conjunto entre atores públicos e privados na busca de objetivos de longo prazo para o cuidado com o meio ambiente.

O vice-presidente da empresa, Márcio Nappo, apresentou mais detalhes das metas e compromissos do plano, que incluem 75% de redução das emissões por tonelada de produto; remoção de 265 milhões de toneladas de CO2 da atmosfera entre 2020 e 2030, o que seria semelhante a retirar toda a frota leve de carros da cidade de SP; conservação de 230 mil hectares de mata nativas, uma ampliação dos atuais 67 mil hectares de áreas conservadas; 47% de redução no consumo de água por tonelada de produto; redução de 90% do envio de resíduos sólidos para aterro; e ampliação da diversidade entre colaboradores, entre outras metas.

Por fim, foi realizado um debate com Luiz Dutra, VP de Assuntos Corporativos da Bracell; Liv Costa, diretora de Gestão Corporativa da Cetesb; Mauricio Voivodic, presidente da WWF-Brasil; e Paulo Hartung.

Dutra explicou que a Bracell é uma empresa com compromisso de Brasil de longo prazo. “Nossa visão é de uma gestão integrada empresarial, ambiental e social”, disse.

Ao iniciar sua intervenção, o presidente da Ibá destacou a mudança de patamar que os impactos socioambientais ganharam nos tempos atuais. “As empresas se reportavam para seus acionistas e a empresa moderna se reporta para a sociedade. Esta iniciativa da Bracell, que busca estabelecer metas de clima, biodiversidade e impacto positivo nas comunidades, e apresenta-las a sociedade também é reflexo deste momento.”

Hartung também ressaltou, entre as iniciativas de inovação e tecnologias que marcam o setor, a geração de bioenergia, que hoje abastece as fábricas no país. “O complexo industrial desse setor praticamente roda com energia verde. Já chega a 86% de energia limpa. E nós vamos chegar além disso.” O presidente da Ibá também falou sobre os novos usos, como os tecidos produzidos a partir das árvores cultivadas, que hoje já representam 6% deste mercado global.

Mauricio Voivodic elogiou a postura do setor com relação à questão da sustentabilidade. “Este é um setor adiantado em diversas discussões sustentáveis”. Ele citou o compromisso há anos contra desmatamento e crescimento em áreas ligadas ao desmatamento, o cuidado com a questão hídrica e conservação de nativas. “O Brasil precisa de lideranças puxando o país para a economia de baixo carbono. E o setor é uma liderança. Importante ver que atua para ser ainda mais ativo nesse processo”, disse. Liv Costa também elogiou a atuação do setor e comentou do trabalho que tem sido desenvolvido com as prefeituras para adaptação às mudanças climáticas, além de mitigação.

Encerrando o evento, Hartung elogiou o time da Bracell pela iniciativa. “Um evento como esse da Bracell é um gol de placa que leva a conversa para a sociedade. É assim que saímos das boas ideias e evoluímos para ações.”

Featured Image

Porque os projetos internacionais precisam ser geridos com sotaques locais

Artigo de Robson Consolato, gerente de projetos na Voith Paper

Atuo há mais de 30 anos na Voith Paper, sendo boa parte desse tempo dedicado a projetos de engenharia para a indústria de papel e celulose. Por diversas vezes, mesmo antes de me tornar o gerente dos projetos, os acompanhei de perto em todas as suas fases, realizando o contato com o cliente e sendo responsável pelas diversas interfaces envolvidas, tais como: engenharia, fabricação, fornecedores externos, área comercial, logística, finanças etc.

Talvez quem nunca vivenciou essa experiência não consiga entender o grau de complexidade que é projetar, construir e implantar máquinas com milhares de componentes e que envolvem muitas disciplinas diferentes, diversas fases, insumos e processos. Algo que observo é que algumas empresas multinacionais quando desenvolvem projetos em outros países erram ao não contratar uma empresa local, aumentando custos, tempo de execução, ocorrência de falhas e queda na qualidade.

Isso porque as pessoas são o principal fator para o sucesso na gestão de qualquer projeto com essas características. São elas, profissionais de diferentes formações e experiências, que farão o projeto ter sucesso, ser implementado no prazo e custo esperados e não ter imprevistos sérios no seu decorrer.

É fato que, quando uma empresa multinacional desenvolve um grande projeto em outro país, a contratação de pessoas locais para sua gestão, se torna um ponto fundamental, pois elas detêm o conhecimento regional que inclui aspectos técnicos, como legislação, geografia e infraestrutura, mas, principalmente, comportamentais.

Linguagem corporal, o jeito de se comunicar, expressões, gírias e traços culturais são diferentes de país para país e impactam de maneira importante no sucesso do projeto. Além do que, uma equipe local pode facilmente entender e se alinhar com as expectativas do cliente, garantindo que as entregas e os objetivos e do projeto sejam bem definidos e executadas com precisão.

A proximidade e o conhecimento do mercado local geram vantagens na agilidade da tomada de decisões, mas também ampliam as possibilidades de redução dos custos envolvidos. Estar no mesmo país permite que os gerentes de projeto tenham acesso direto a recursos, fornecedores e clusters locais. Eles podem alavancar sua compreensão do mercado para negociar contratos mais favoráveis, obter matéria-prima em condições mais econômicas e rápidas, além de possibilitar a contratação de mão de obra especializada próxima ao local de execução. Essa proximidade reduz as despesas de viagens, o tempo de mobilização, mitiga os riscos financeiros (cambiais) e permite um controle mais refinado sobre os gastos do projeto. No geral, o gerenciamento de projetos feito localmente otimiza a utilização de recursos e maximiza as oportunidades de economia.

A colaboração efetiva entre as partes e a compreensão dos padrões de qualidade do cliente e dos principais fornecedores envolvidos é fundamental para evitar desvios e retrabalhos. Estar no mesmo país que o cliente, permite que os gerentes de projeto obtenham conhecimento das suas expectativas e das nuances culturais que podem impactar nos requisitos de qualidade. Essa proximidade facilita também diligências e inspeções de qualidade mais frequentes, garantindo que as entregas do projeto atendam ou excedam as especificações de qualidade. A equipe localizada também pode aproveitar sua compreensão dos regulamentos locais e padrões de conformidade para garantir a adesão aos requisitos de qualidade e das normas específicas do país no qual o projeto está sendo conduzido.

Como a comunicação eficaz está no cerne do gerenciamento de todo projeto bem-sucedido, ao ser conduzido no mesmo idioma e cultura, as barreiras de comunicação são minimizadas. Os membros da equipe podem expressar suas ideias, preocupações e expectativas com mais precisão, facilitando uma compreensão mais clara dos requisitos do projeto. Nuances de linguagem e contextos culturais podem ser mais facilmente compreendidos, reduzindo enormemente as interpretações errôneas e garantindo uma colaboração mais bem ajustada entre as partes.

Ainda, a maior proximidade, compreensão cultural e conhecimento das leis e dos regulamentos locais tem grande impacto na redução dos riscos de um projeto. A proximidade facilita e estreita a colaboração com o cliente e com os principais fornecedores, permitindo a identificação de riscos em potencial e a implementação imediata de estratégias mitigatórias. Além disso, os gerentes de projeto podem aproveitar seu conhecimento das regulamentações regionais, práticas de negócios para adotar ações proativas na redução dos riscos e na adesão total aos requisitos legais. Esse entendimento garante também que os projetos cumpram todos os padrões relevantes evitando ao máximo as não conformidades e os retrabalhos. Ao incorporar o conhecimento local, os gerentes de projeto conseguem minimizar riscos, atrasos, penalidades e contratempos legais muitas vezes pouco visíveis a olhos destreinados.

O mesmo conhecimento é estendido à gama de fornecedores, concedendo aos gerentes locais um profundo conhecimento dos fornecedores confiáveis e empresas subcontratadas. Eles podem aproveitar esse conhecimento e conexões para selecionar os parceiros mais adequados, negociar contratos favoráveis e garantir o embarque dos recursos dentro projeto no momento apropriado. A proximidade permite também um monitoramento das atividades de aquisição, controle de qualidade de materiais e a resolução eficiente de quaisquer problemas relacionados à aquisição.

Por último, comento que a interação em tempo real entre as equipes, reduz atrasos causados por falhas de comunicação ou diferenças de fuso horário. Os gerentes de projeto podem realizar visitas frequentes no local, monitorar o progresso e resolver prontamente quaisquer obstáculos que possam afetar o bom andamento do projeto. Além disso, estar no mesmo país que o cliente permite que os gerentes de projeto colaborem estreitamente com as partes interessadas e alinhem os cronogramas com os costumes locais, levando em conta feriados e outras nuances regionais que podem afetar a execução de um projeto. O resultado é a maior eficiência, riscos de desvios de prazo minimizados e, portanto, maior probabilidade de entrega dentro do prazo esperado.

Afirmo essas questões com conhecimento de causa, pois vivi essas experiências e trabalhei em muitos projetos de sucesso, e outros nem tanto e, com isso, compreender a importância da atuação das pessoas em todas as fases do projeto. Sem elas, nenhuma excelente ideia consegue se transformar em uma máquina precisa, eficiente e segura.

Sobre o Grupo Voith

O Grupo Voith é uma empresa de tecnologia com atuação global. Com seu amplo portfólio de sistemas, produtos, serviços e aplicações digitais, a Voith estabelece padrões nos mercados de energia, papel, matérias-primas, e transporte e automotivo. Fundada em 1867, a empresa atualmente tem cerca de 21.000 colaboradores, gera € 4,9 bilhões em vendas e opera filiais em mais de 60 países no mundo inteiro, o que a coloca entre as grandes empresas familiares da Europa.

A Divisão do Grupo Voith Paper integra o Grupo Voith. Como fornecedora completa para o setor papeleiro, oferece a mais ampla gama de tecnologias, serviços e produtos ao mercado, fornecendo aos fabricantes de papel soluções holísticas a partir de uma única fonte. O fluxo contínuo de inovações da empresa possibilita uma produção que conserva recursos e ajuda os clientes a minimizar sua pegada de carbono. Com os produtos de automação e as soluções de digitalização líderes de mercado do portfólio Papermaking 4.0, a Voith oferece aos seus clientes tecnologias digitais de ponta para aumentar a disponibilidade e eficiência de fábricas em todas as etapas do processo produtivo.

Robson Consolato, gerente de projetos na Voith Paper

Featured Image

As “pedras” edificantes da silvicultura brasileira

Artigo de: Sebastião Renato Valverde[i], Aléxia Penna Barbosa Diniz[ii] e Felipe Corrêa Ribeiro[iii]

Neste pouco mais de meio milênio do Descobrimento, só agora, após 35 anos das políticas de incentivos do período de 1966 a 1988, o Brasil se tornou a potência silvicultural. Apesar da maior floresta tropical do mundo, o país, de florestal mesmo, tinha só o nome oriundo do Pau-Brasil, pois o setor primário produtivo predominante sempre foi a agricultura. Embora hoje o florestal já contribua com parcela mais significativa nos macros indicadores sociais e econômicos do país.

Salta aos olhos ver que o Brasil, outrora detentor de pequenas, poluidoras e ineficientes fábricas de celulose e importador de papel, se tornou, em pouco mais de 60 anos, o segundo maior produtor e primeiro exportador de celulose de fibras curtas e que, em breve, será seguido pelo Mato Grosso do Sul que desbancará países tipicamente florestais (Finlândia e Suécia) que, até a primeira década deste século, foram players neste mercado.

Nesta mesma toada da indústria de celulose, mas não em quantidade e, sim, em qualidade ambiental, o carvão vegetal usado nas siderúrgicas para a termorredução do minério de ferro, que antes da década de 1970, advinha da Mata Atlântica e do Cerrado, a partir deste milênio, praticamente, vem todo de florestas plantadas, tornando o Brasil, orgulhosamente, único país do mundo a produzir ferrogusa, ferroligas e silício metálico com biorredutor renovável e, sabe lá Deus como, a custo competitivo com seus concorrentes internacionais que queimam diariamente milhões de toneladas de carvão mineral.

Além desta diferenciação das siderúrgicas e metalúrgicas brasileiras a carvão vegetal, boa parte das indústrias do país já utiliza biomassa florestal (lenha e cavaco) como insumo energético, propiciando uma produção limpa e sustentável a custo operacional equivalente a um terço do custo quando se usa o mais barato dos derivados do petróleo (óleo BPF).

Assim, enquanto nos países ricos a preocupação com as mudanças climáticas continua no campo da retórica, tendo inclusive aumentado o consumo de carvão mineral e petróleo, no Brasil florestal a descarbonização acontece de fato e de forma consciente e competitiva.

Esta mesma evolução tecnológica e competitiva que ocorreu na produção de celulose, de carvão vegetal e da biomassa energética, também ocorreu para a madeira serrada, para os painéis reconstituídos e para os laminados e compensados que passaram a processar madeira oriunda de plantações florestais.

Apesar de toda esta inigualável e sustentável evolução florestal, a silvicultura brasileira é refém dos excessos burocráticos de regramentos e instrumentos de comando e controle, alguma das vezes fundamentados em críticas mais evasivas do que contundentes, quando não embasados em mitos e crendices. Mesmo reconhecendo que eles, embora tenham dificultado o setor florestal, também foram, por tabela e como efeito colateral, responsáveis pela silvicultura mais evoluída e sustentável do mundo, quando comparado com o que ela foi no início dos incentivos, mesmo tendo seguido o que preconizava a legislação da época.

Sob este aspecto, é fundamental considerar o momento histórico em que a atividade começou seu período de consolidação no Brasil até atingir o patamar atual. Investiu-se não apenas em um projeto florestal, mas sim em um de nação florestal, visando desenvolver a ideia de um País como potência também em reflorestamento, além da vastidão de suas florestas naturais. 

Desta forma, o que de fato aconteceu e que alavancou a silvicultura foi a criação da Política de Incentivos Fiscais ao Florestamento e Reflorestamento (Fiset- FR), em 1966 visando evitar a pressão sobre as matas naturais utilizadas inicialmente para produção de carvão e de madeira serrada. Além desta política, implantou-se o Programa Nacional de Desenvolvimento (PND) na década de 1970, para a formação das grandes siderúrgicas e indústrias de celulose para concorrer com as dos países escandinavos, do Canadá e dos EUA.

Praticamente, o setor florestal brasileiro (SFB) se metamorfoseou com a política do Fiset-FR e do PND. Os poucos reflorestamentos de antes visavam atender a demanda de dormentes e energia para o transporte ferroviário, de taninos para os curtumes e de borracha para as indústrias de pneumáticos.

Os gêneros florestais que mais se destacaram com a política foram Pinus e Eucalyptus, devido a taxa de crescimento, a boa qualidade da madeira e a adaptabilidade ao clima e ao solo das regiões sul e sudeste. Mesmo assim, os reflorestamentos implantados neste período apresentavam baixas produtividades comparadas com as atuais, decorrência da falta de conhecimento e pesquisa sobre a cultura, na escolha das espécies e nas técnicas de implantação, além de falhas na política, na legislação, na fiscalização etc. Mesmo assim, felizmente, estes gêneros se adaptaram tão bem no Brasil e, graças ao avanço tecnológico, apresentam produtividades até dez vezes maiores que as dos competidores internacionais.

Este rápido crescimento das plantações florestais confere ao país uma vantagem competitiva invejável devida, além da tecnologia silvicultural e condições edafoclimáticas, mas também a vasta extensão territorial, mão-de-obra, infraestrutura e capacidade gerencial produtiva. Isso transformou o país em uma potência produtiva apta a exportar, não apenas os produtos da silvicultura, mas a atividade intelectual por trás dela.

Apesar destas virtudes, no entanto, naturalmente alguns erros ocorreram. Dado o desconhecimento com relação à atividade de silvicultura da época, tiveram-se algumas falhas perdoáveis. Plantaram-se espécies florestais incompatíveis com as condições edafoclimáticas da região e para a destinação da madeira. Além disso, do ponto de vista da produção florestal, dada a sua natureza de longo prazo, baixa rentabilidade, limitada atratividade financeira, baixa relação entre preço e peso específico da madeira, bem como a necessidade de um investimento inicial substancial, as empresas se viram obrigadas a estabelecer grandes extensões de áreas florestais, como reflexo legal do autossuprimento.

Além destes problemas técnicos e econômicos, a partir da década de 1980 as questões ambientais e sociais ganharam força, impactando o setor primário. Nos aspectos ambientais associaram ao reflorestamento, principalmente com o gênero Eucalyptus, o consumo exagerado de água e consequente redução do nível do lençol freático, o empobrecimento do solo, o afugentamento da fauna e a contaminação do ambiente pelo uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos.

Nos sociais, os maciços florestais dificultavam a coexistência e proximidade de outros produtores e consumidores de madeira, eliminando as possibilidades de concorrência e ajustes nos preços dado o monopólio natural das empresas nas suas regiões de atuação, tornando a atividade menos valorizada e eliminando o interesse dos produtores rurais em investir nos projetos de reflorestamento. 

Embora inevitáveis, dado o obscurantismo da época, com o avanço tecnológico e o domínio da ciência e das práticas silviculturais, tais problemas e impactos do passado foram solucionados ou, no mínimo, minimizados. Agora, com o know-how adquirido é possível replicar em outras regiões ou países a política de incentivos ao reflorestamento de forma sustentável, sem as consequências apontadas no passado.

Hoje, há quase seis décadas de avanços das pesquisas pós Fiset-FR e PND, conhece-se não só as melhores espécies florestais para cada situação edafoclimática e destinação da madeira, mas também “cria-se” clones para dadas circunstâncias ou objetivos.

Aparentes problemas ambientais atrelados ao reflorestamento, sobretudo na relação solo-água-planta, embora controversos, já são contornados por técnicas de manejo. Atualmente as empresas buscam minimizar e tornar o uso de defensivos e fertilizantes cada vez mais eficientes, além de ter os seus maciços florestais ladeados de áreas protegidas com matas naturais, seja de Reserva Legal (RL), de Preservação Permanente (APP) e as de corredores ecológicos. Há também o monitoramento constante das bacias hidrográficas, a construção de barraginhas nas propriedades visando aumentar a infiltração das águas de chuvas e preservar as nascentes e o nível do lençol freático.

Os avanços da ciência do solo possibilitam as operações da implantação e manutenção florestal de mínimo impacto e a redução no consumo de fertilizantes com o aumento na produtividade das florestas. Isso porque a gestão florestal por meio dos programas nutricionais leva em consideração as condições dos sites, a expectativa de produtividade e a espécie a ser plantada.

Além dos mosaicos de paisagens das áreas de plantio junto das de proteção, o ordenamento territorial, a regulação e a definição da rotação florestal permitem a melhor condução da floresta.  As operações florestais, principalmente a implantação e a colheita/transporte, que outrora ocorriam intensivamente em curto espaço de tempo, agora é diluída ao longo dos anos da rotação/ciclo florestal.

O retorno da fauna é mais um aspecto positivo associado ao reflorestamento. Por se estender por um longo período, durante a fase de manutenção florestal, que ocorre após o plantio e antes da colheita/transporte, as áreas em questão vivenciam uma reduzida movimentação de máquinas e pessoas. Isso faz com que essas áreas, juntamente com as protegidas (APP e RL) e corredores ecológicos integrados ao reflorestamento, tornem-se verdadeiros refúgios para a fauna.

Outras críticas ferrenhas associadas aos reflorestamentos referem-se à contaminação dos solos e da água devido ao uso excessivo e indiscriminado de defensivos químicos. Acontece que avanços tecnológicos e de manejo do controle e do combate a pragas, doenças e matocompetição foram marcantes e hoje, inclusive, algumas pragas são eliminadas pela técnica do controle biológico.

A proteção contra pragas, doenças e plantas daninhas são preocupações monitoradas constantemente dado que comprometem o investimento florestal. Quando inevitável, o uso dos agrotóxicos é a opção que resta para os reflorestamentos, considerando a segurança em sua aplicação e os cuidados com a água, solo e comunidades do entorno. A aplicação deles segue orientações técnicas e legislação específica, além de serem considerados sua seletividade, efeito residual e mecanismos de ação. As embalagens dos defensivos, a limpeza e manutenção de aplicadores e a proteção da equipe são preocupações rigorosas nas empresas. Outro ponto positivo é, novamente, o mosaico de plantações com as áreas protegidas que garantem uma faixa de proteção ao defensivo aplicado.

Do ponto de vista dos impactos sociais, o problema está mais relacionado com à dificuldade de inclusão do produtor rural na atividade florestal do que à geração de empregos. A atividade florestal, por sua própria natureza e mais que a agricultura, é intensiva em trabalho mesmo quando praticada em áreas planas onde é possível mecanizar quase todas as grandes operações, exceto a fase do plantio.

Até o Fiset-FR, poucos empregos eram gerados. Além disso, não havia interesse por parte dos produtores rurais de investir em projetos de reflorestamento, devido ao hiato sobre a economia e o mercado de madeira, a possível baixa rentabilidade, ao longo prazo de maturação e aos riscos e incertezas inerentes a quaisquer atividades de longo prazo.

Devido à inexistência de um mercado de madeira sob competição perfeita, circunstancialmente o setor florestal brasileiro (SFB) cresceu-se de forma concentrada e verticalizada. Ele se resumia em poucas e grandes indústrias de celulose e painéis que se responsabilizaram pelo plantio de suas próprias matérias primas florestais. Mas, independentemente a tudo isso, graças a esta política, o Brasil é respeitado mundialmente no mercado florestal e, praticamente, único que se dá ao luxo de ter a madeira de plantações na matriz energética industrial.

Assim, considerando que o SFB é referência no mundo por suas empresas certificadas por padrões internacionais ISOs e FSC, além de terem internalizados os conceitos de ESG e mostrando uma alta dedicação com o dever de casa da sustentabilidade social, econômica e ambiental, é inegável que as críticas são recebidas com sabor amargo. Ainda assim, os técnicos, os pesquisadores e professores, quando informados delas, jamais se eximiram de buscar entendê-las, debruçando sobre elas até desvendá-las e solucioná-las.

Em que pese certa revolta com as críticas, não tem dúvidas de que o SFB cresceu e ficou melhor, mas cabe questionar que, se elas fossem menos ácidas e mais moderadas, o setor seria ainda mais forte? Principalmente para as siderúrgicas e metalúrgicas a carvão vegetal. Talvez a sustentabilidade da produção já teria ganhado os devidos créditos. Afinal, que país do mundo tem condições de produzir ferrogusa, ferroligas e silício metálico sustentável?

De qualquer forma, justas ou não, elas não podem travar o progresso, sobretudo num país carente como o Brasil. Há gente esperando uma mínima oportunidade de emprego que poderia ser criada caso não houvesse tanto obstáculo ao progresso florestal. Por todos os defeitos que o nascedouro da silvicultura possa ter, foi fundamental ela ter nascido. Nenhuma cidade e região ficou pior com a silvicultura. Que o diga as regiões carentes e que tinham os piores IDHs antes dela, como no norte do Espírito Santo, no sul da Bahia, no Jequitinhonha e Norte de Minas, em Imperatriz no Maranhão, e no leste do Mato Grosso do Sul.

Tudo isso explica uma certa indignação contra a criação e promulgação de leis municipais que pipocam no Brasil proibindo indiretamente o plantio de eucalipto e embargando às suas colheitas via ações civis públicas embasadas em críticas sanadas pelo setor, mas ainda abraçadas pela Justiça.

Há de saber que, assim como os plantios de soja, milho, feijão e arroz são para produzir grãos e a cana-de-açúcar para etanol e açúcar sob “pivô central”, o pinus e o eucalipto são para produzir fibras sob “balde d´água”. Entretanto, sem demérito e hipocrisia à agricultura, a questão é saber se tais grãos e a cana-de-açúcar produziriam viavelmente nas condições de solo e clima adversos em que estas espécies florestais sobrevivem e produzem eficientemente.

Óbvio que culturas agrícolas são indispensáveis, mas não há como ignorar a necessidade das florestais em nossa vida. Não queira imaginá-la sem os papéis tissues, principalmente o higiênico (famoso PH) que tiveram suas demandas e as das embalagens alavancadas com a pandemia do covid.

As políticas direcionadas ao setor de floresta plantada ainda não lograram em pacificar a relação setor florestal com populações e grupos locais, o que gera a judicialização das pautas associadas ao setor, sem que haja a resolução de conflito de modo a equilibrar o interesse das partes. O conflito e a judicialização do mesmo mostram-se barreiras ao avanço da atividade florestal no Brasil e trazem desafios para os profissionais da área além dos problemas cotidianos impostos pela atividade. Questões legais e políticas passam assim a ter a mesma importância que os problemas técnicos e operacionais.

Não se trata de endeusar a silvicultura ou tratá-la como grande vilã, mas sim sobre saber que ela é derradeira para regiões montanhosas e áreas degradadas preteridas pela agricultura, gerando emprego e renda sem concorrer com a produção de alimentos. Tem-se a consciência de que as plantações florestais mal manejadas são tão ruins quanto as pastagens degradadas que elas substituíram, mas aí o problema não é com as plantas e, sim, com o homem.

Enfim, as plantações florestais foram introduzidas no Brasil para diminuir o consumo da madeira nativa e para potencializar o desenvolvimento da celulose e das regiões carentes da época. O eucalipto não veio para cá com vontade própria e nem veio direto da Oceania. Fez conexão em Portugal em meados do séc. XIX onde foi experimentado antes de vir para cá no início do séc. XX. E aqui, foi plantado para produzir madeira e, não para produzir água, nem alimentos ou enriquecer o solo, embora, se bem manejado, pode aumentar o nível do lençol freático, virar refúgio de fauna e melhorar as condições físicas e químicas do solo.

É paradoxal saber que muitos dos que criticam às plantações das exóticas sugerindo plantio de espécies nativas, são os que apoiam a criação de leis tornando imunes de corte as espécies nativas potenciais, tal como a araucária que poderia, guardada as devidas proporções de crescimento, substituir o pinus.

Finalmente, não que o setor florestal brasileiro seja masoquista, mas há que reconhecer que as “pedradas” que recebeu no caminho e as políticas do Fiset-FR e do PND os fizeram pujante.


[i] Professor Titular do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa (DEF/UFV), valverde@ufv.br.

[ii] Alexia Penna Barbosa Diniz, Bacharela em direito pela Universidade Federal de Viçosa e mestranda no DEF/UFV, alexia.diniz@ufv.br

[iii]Felipe Corrêa Ribeiro, Engenheiro Florestal, Mestre e Doutorando em Ciências Florestais na Universidade Federal de Viçosa.  felipe.c.ribeiro@ufv.br

Featured Image

Navigator quer mais área para plantação de eucalipto em Portugal

António Redondo apela à ajuda de todos neste desígnio de “valorizar uma espécie única de que Portugal se pode e deve orgulhar”.

O presidente executivo (CEO) da Navigator, António Redondo, defendeu esta segunda-feira o aumento da área para a plantação de eucalipto em Portugal, de forma a garantir a sustentabilidade da empresa.

“Para continuarmos a ser sustentáveis precisamos de ter mais floresta plantada de eucalipto”, disse o gestor, durante as comemorações dos 70 anos da fábrica da Navigator em Cacia, Aveiro.

No seu discurso, António Redondo disse que é preciso “desmistificar aquilo que as pessoas pensam acerca da espécie, condenando-a por desconhecimento”. E apelou à ajuda de todos neste desígnio de “valorizar uma espécie única de que Portugal se pode e deve orgulhar”.

Questionado pela Lusa sobre este assunto, o gestor não quis alongar-se, mas fonte da empresa disse que, atualmente, há um défice de matérias-primas florestais como o eucalipto, pinheiro e sobreiro, que no futuro vai ter consequências na indústria da celulose.

A expansão de eucaliptais tem sido vista pelos ambientalistas e alguns partidos políticos como um dos problemas que tem contribuído para os incêndios florestais em Portugal, levando o Governo a criar condicionantes à plantação ou replantação de eucaliptos.

O presidente executivo da Navigator anunciou ainda para o primeiro semestre de 2024 a entrada em funcionamento de uma unidade, na fábrica de Cacia, para a produção integrada de peças de celulose moldada de eucalipto para a indústria alimentar.

“Vamos contribuir por isso para a desplastificação”, referiu o mesmo responsável, acrescentando que esta unidade vai produzir 100 milhões de embalagens por ano destinadas a substituir embalagens de plástico no mercado do ‘food service’ e ‘food packaging’.

Em 23 de julho de 1953 iniciou-se a produção na fábrica de Cacia da então Companhia Portuguesa de Celulose (CPC), antecessora da The Navigator Company.

Atualmente, o complexo industrial de Cacia integra uma central de cogeração a biomassa associada à fábrica de pasta e uma central termoelétrica de biomassa para a produção de energia renovável.

De acordo com dados da empresa, em 2022 saíram deste complexo industrial perto de 200 mil toneladas de pasta de papel e cerca de 50 mil toneladas de ’tissue’ (utilizado em papel higiénico, lenços de papel ou papel de cozinha) para mais de 40 países em todo o mundo.

A Navigator é a terceira maior exportadora em Portugal e a maior geradora de Valor Acrescentado Nacional, representando aproximadamente 1% do Produto Interno Bruto nacional, cerca de 3% das exportações nacionais de bens, e mais de 30 mil empregos diretos, indiretos e induzidos.

Em 2022, a The Navigator Company teve um volume de negócios de 2,465 mil milhões de euros. Mais de 80% dos produtos do grupo são vendidos para fora de Portugal e têm por destino aproximadamente 130 países.

Fonte: Diário de Notícias

Featured Image

Programa Aliança da Veracel oferece rentabilidade e segurança aos produtores rurais

Programa de parcerias da Veracel Celulose oferece apoio técnico e financeiro no plantio de eucalipto

Aliar competitividade a boas práticas socioambientais é uma questão de extrema importância para o agronegócio. Para a Veracel Celulose, conquistar esse equilíbrio é motivo de orgulho. O programa de parcerias florestais da companhia, chamado Programa Aliança, gera valor para o Sul da Bahia, território onde a empresa está instalada há 32 anos, oferendo uma oportunidade de negócio segura aos produtores rurais da região, com alta expertise técnica e práticas de manejo pautadas por sustentabilidade, ética e integridade.

Por ser realizado por uma empresa que já possui uma trajetória de três décadas de atuação e uma estrutura robusta na região da Costa do Descobrimento (BA), com operação em 11 municípios, além de parcerias no Vale do Jequitinhonha (MG), o Programa Aliança é uma opção de negócio segura para os produtores rurais que desejam produzir eucalipto e diversificar seus negócios.

Apenas em 2022, o investimento da Veracel na região Sul da Bahia e no Vale do Jequitinhonha (MG) no Aliança foi de R$ 72 milhões. A meta da empresa é fechar este ano de 2023 com um investimento aproximado de R$ 136 milhões no território.

Atualmente, cerca da metade da madeira utilizada como matéria prima pela Veracel é proveniente de parceiros florestais da empresa. Além da renda por um longo período e da compra garantida da produção do eucalipto, o programa Aliança da Veracel promove rigor no manejo e alta tecnologia, ações aliadas ao cuidado com a terra, as pessoas, o meio ambiente e a preservação do patrimônio. São 111 produtores rurais, distribuídos entre 11 municípios da região sul da Bahia e do Vale do Jequitinhonha (MG), que vendem eucalipto para Veracel, sendo que alguns já são parceiros há mais de 20 anos, ou seja, três ciclos de plantio.

José Henrique do Nascimento Junior, gerente de Negócios e Administração de Terras da Veracel, ressalta que o programa é uma via de mão dupla, com impactos positivos tanto para a empresa como para produtores rurais com propriedades de diferentes dimensões. “Para quem é nosso parceiro, a participação no Programa Aliança garante liquidez, rentabilidade e segurança, com renda por um longo período e compra garantida da produção. Tudo isso aliado ao cuidado com a terra, o meio ambiente e a preservação do patrimônio, além de assistência técnica especializada para o produtor parceiro”, destaca.

O programa disponibiliza hoje cinco modalidades de negócio para atender aos diferentes perfis de produtores: Arrendamento de Terra; Fomento; Compra de Terra; Compra Futura da Madeira de Eucalipto; e a modalidade mais recente de todas, o modelo de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta. Abaixo, você pode conhecê-los melhor:

• Arrendamento de terra: arrendamento total ou parcial da sua terra. A Veracel se responsabiliza por todas as operações – do plantio de eucalipto à colheita. O produtor receberá mensal ou anualmente o valor combinado, em um período previamente acordado e por, no mínimo, sete anos.

• Fomento: plantio de eucalipto na terra do produtor, com o fornecimento de mudas e adiantamento financeiro para o plantio ao longo do ciclo. Garantia de renda intermediária, apoio técnico e compra da madeira ao fim do contrato.

• Compra de terra: avaliação da possibilidade de comprar a terra do produtor, caso ele queira se dedicar a outra atividade.

• Compra futura da madeira de eucalipto: compra do plantio de eucalipto do produtor. Essa modalidade é para quem quer cultivar eucalipto com os próprios recursos e a própria tecnologia, tendo a garantia de venda da madeira no futuro.

• Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF): Permite a produção de eucalipto em sinergia com outras culturas. Essa modalidade pode ser realizada tanto pelo modelo de arrendamento, quanto pelo modelo de fomento. Na modalidade ILPF, durante um ano, enquanto o eucalipto está em fase de crescimento inicial e o gado não pode circular pela plantação, a Veracel arca com o arrendamento de 100% da propriedade.

Os interessados podem entrar em contato com a Veracel Celulose para o levantamento das informações sobre sua propriedade rural e para verificar se ela está apta ao plantio de eucalipto. A propriedade deve estar localizada nos municípios do Sul da Bahia (De Vitória da Conquista a Teixeira de Freitas).

A Veracel oferece um canal específico para esse atendimento pelo WhatsApp (73) 99818-9999 ou pela página do Programa Aliança, localizada no site da companhia, espaço onde estão também mais informações e detalhes do programa.

Sobre a Veracel

A Veracel Celulose é uma empresa de bioeconomia brasileira que integra operações florestais, industriais e de logística, que resultam em uma produção anual média de 1,1 milhão de toneladas de celulose, gerando mais de 3,2 mil empregos próprios e de terceiros, na região da Costa do Descobrimento, sul da Bahia e no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Além da geração de empregos, renda e tributos, a Veracel é protagonista em iniciativas socioambientais no território. O ranking Great Place to Work (GPTW) validou a Veracel como uma das melhores empresas para trabalhar do Brasil pelo 5º ano consecutivo.

Além dos mais de 100 mil hectares de área protegida ambientalmente, é guardiã da maior Reserva Particular do Patrimônio Natural de Mata Atlântica do Nordeste brasileiro.

Featured Image

Suzano realiza Parada Geral nas duas fábricas de Três Lagoas

A manutenção das duas linhas de produção de celulose da empresa ocorrerá entre 7 de julho e 5 de agosto e deve envolver em torno 1,8 mil profissionais de outras localidades

A Suzano, referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do cultivo de eucalipto, realizará, entre 7 de julho e 5 de agosto, a Parada Geral 2023 para a manutenção das duas fábricas em operação na Unidade de Três Lagoas. Como a ação envolve duas linhas de produção, que juntas somam uma capacidade produtiva de 3,25 milhões de toneladas de celulose ao ano, a Parada Geral é realizada em duas etapas. A primeira delas será na fábrica 1, de 7 a 22 de julho. Já no dia 23 de julho, será iniciada a manutenção geral na fábrica 2, ação que se estende até o dia 5 de agosto.

“A Parada Geral programada é essencial para a revisão e manutenção de toda a nossa operação. Por isso, ela segue um planejamento estratégico, iniciado assim que a manutenção anterior se encerra, visando garantir a excelência pela qual somos reconhecidos e, principalmente, a segurança de nossos colaboradores e de todas as pessoas. Além disso, na Suzano temos um direcionador que diz que só é bom para nós se for bom para o mundo, e as paradas gerais vem ao encontro dele, uma vez que são essenciais para a segurança e qualidade em nossas operações e ainda colaboram diretamente para o fomento da economia local”, destaca Eduardo Ferraz, gerente Executivo Industrial da Unidade Três Lagoas.

A Parada Geral visa manter a produtividade, excelência operacional, bom desempenho ambiental e a segurança do time de colaboradores da indústria. Um dos diferenciais da ação na Unidade Suzano de Três Lagoas tem sido realizar a manutenção em uma linha de produção enquanto a outra linha segue em plena atividade.

A partir deste ano, o ciclo entre uma Parada Geral e outra passou de 15 para 18 meses. Esta alteração, resultado dos bons resultados obtidos nas manutenções anteriores, proporcionará a ampliação do período da “campanha”, destinado para a organização da próxima manutenção geral.

Além da vistoria de rotina de todos os processos das duas fábricas, uma das principais atividades durante a Parada Geral é a inspeção das duas Caldeiras de Recuperação da unidade, seguindo regulamentação do setor. Para isso, a operação conta com a participação de cerca de 1,8 mil profissionais temporários e de 107 empresas de diferentes segmentos nos momentos de pico.

“A Parada Geral é extremamente minuciosa, em que todos os processos são revisados e equipamentos, inspecionados. Isso demanda centenas profissionais, especialistas trazidos de estados e até de outros países, o que também colabora diretamente com o aquecimento da economia. E, em Três Lagoas, como são duas fábricas, essa movimentação dura ainda por mais tempo, beneficiando principalmente, setores como hoteleiro, bares e restaurantes, lavanderias, entre outros por pouco mais de um mês”, completa Eduardo Ferraz.

Sobre a Suzano

A Suzano é a maior produtora mundial de celulose, uma das maiores produtoras de papel da América Latina e referência no desenvolvimento de soluções sustentáveis e inovadoras de origem renovável. Os produtos da companhia, que fazem parte da vida de mais de 2 bilhões de pessoas e abastecem mais de 100 países, incluem celulose, papéis para imprimir e escrever, canudos e copos de papel, embalagens de papel, absorventes higiênicos e papel higiênico, entre outros. A Suzano é guiada pelo propósito de ‘Renovar a vida a partir da árvore’. A inovabilidade, a busca da sustentabilidade por meio da inovação, orienta o trabalho da companhia no enfrentamento dos desafios da sociedade. Com 99 anos de história, a empresa tem ações negociadas nas bolsas do Brasil (SUZB3) e dos Estados Unidos (SUZ). Saiba mais em: suzano.com.br   

Fonte: Suzano

Featured Image

Projeto Cerrado da Suzano tomando mais forma a cada dia

Catedral de biomassa

silo de biomassa da nova fábrica da Suzano lembra uma catedral. Não por acaso é informalmente conhecida como “igrejinha”. A estrutura tem a finalidade de receber a matéria que sobra das linhas de picagem de toras (cascas e pedaços de eucalipto) e pode armazenar até 26 mil m³ de biomassa triturada, o que seria equivalente a encher 578 piscinas de 45 mil litros.

Essa biomassa abastece a Caldeira de Força, uma das estruturas responsáveis por gerar a energia elétrica renovável que alimenta a fábrica.

Super estrutura alimentar

Para alimentar o grande contingente de trabalhadores que atuam na construção da nova fábrica, o refeitório de obras conta com uma tropa de 112 colaboradores(as), dentre os quais estão 10 cozinheiros(as) e um chef de cozinha. Não podia diferente: esse time tem a responsabilidade de servir quase 10 mil refeições por dia, mais de 230 mil por mês.

Isso é 3,2 vezes mais do que o maior restaurante do Brasil, o Madalosso em Curitiba, serve num único mês: em média 70 mil pratos.

O volume de cada alimento é ainda mais impressionante. Por exemplo, por mês são consumidas atualmente 37 toneladas do tradicional arroz com feijão, 63 toneladas de carne e 97 mil ovos. Imagine ir buscar tudo isso no supermercado, quantas viagens seriam necessárias?

Você sabia?

A nova fábrica da Suzano tem um “Gêmeo Digital”. Utilizando-se das mais modernas ferramentas de Engenharia disponíveis, os profissionais da empresa criaram, de forma pioneira no mercado de celulose, todo o seu ativo digital compatível com a representação física da planta virtualizada em modelo 3D.

Com a fábrica inteira simulada em computador, a equipe pode trabalhar com alto índice de inovação em todas as fases do empreendimento, desde o projeto básico e detalhado, passando pela construção, lançamento, operação e manutenção da fábrica. É como no antigo jogo Sim City, com a diferença que, em vez de uma cidade, os engenheiros construíram virtualmente a maior fábrica de celulose do mundo.

Fonte: Suzano

Anúncios aleatórios

+55 67 99227-8719
contato@maisfloresta.com.br

Copyright 2023 - Mais Floresta © Todos os direitos Reservados
Desenvolvimento: Agência W3S