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Exclusivo – Senta que lá vem história: a criação do curso de Engenharia Florestal no Brasil

*Artigo de Cícero Ramos.

Você já parou para pensar por que foi criado o curso de Engenharia Florestal no Brasil? Por que uma graduação tão específica? Será que outras formações já existentes não poderiam suprir essas demandas?

A resposta está na complexidade dos ecossistemas florestais, que não podem ser plenamente atendidos por abordagens generalistas. As florestas exigem precisão em cada intervenção: demandam conhecimento técnico, visão clara do presente e compromisso com o futuro.

A história da Engenharia Florestal no Brasil está profundamente ligada à necessidade urgente de gerenciar nossos recursos florestais de forma sustentável, especialmente diante da intensa exploração das florestas brasileiras ao longo do século XX. Era preciso agir com responsabilidade e, para isso, era essencial formar profissionais capacitados para compreender, manejar e conservar os ecossistemas florestais.

Foi nesse contexto que, em 1960, com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e da FAO/SF, o governo brasileiro criou o primeiro curso de Engenharia Florestal do país, em Viçosa (MG). Enquanto países vizinhos já formavam profissionais especializados, o Brasil demorou a reconhecer a importância de formar profissionais capacitados para gerir suas florestas de maneira sustentável.

Em 2025, celebramos 65 anos dessa conquista — e mais do que comemorar, é hora de reconhecer sua importância histórica.

Para compreender plenamente essa trajetória, precisamos voltar no tempo. A escassez gera a invenção, e foi a partir da escassez de madeira que surgiu a ideia do manejo florestal sustentável, com o objetivo de conservar as florestas.

Na Saxônia do século XVII, a madeira era um recurso estratégico, essencial para a mineração e a economia local. No entanto, a exploração descontrolada levou ao risco de esgotamento, exigindo soluções urgentes.

Foi nesse cenário que Hans Carl von Carlowitz (1645–1714), membro de uma família com tradição em silvicultura e que trabalhou como diretor de mineração em Freiberg, apresentou uma proposta inovadora em sua obra Sylvicultura oeconomica, publicada em 1713. No livro, defendeu o uso sustentável das florestas, argumentando que a extração de madeira deveria ser limitada à capacidade de regeneração da floresta, ou seja, não se deve derrubar o estoque de árvores maduras da floresta até que se observe que há crescimento suficiente no local. Carlowitz fundamentou seus argumentos no conceito de “bem comum”, tanto para a comunidade quanto para as gerações futuras, introduzindo, assim, a ideia de sustentabilidade.

Quase um século depois, em 1811, Heinrich Cotta, seguidor das ideias de Carlowitz, fundou a Academia Florestal de Tharandt, na Saxônia, dando início aos estudos acadêmicos em ciências florestais.

Embora países como a Alemanha adotaram técnicas de silvicultura e gestão florestal sustentável desde o século XIX, o Brasil, apesar de abrigar a maior floresta tropical do mundo, seguia explorando seus recursos de forma empírica, sem amparo técnico ou formação especializada.

A primeira tentativa de ensino superior voltado à silvicultura ocorreu em 1875, com a fundação da Escola Agrícola da Bahia, que oferecia cursos para formar Silvicultores, Agrônomos, Engenheiros Agrícolas e Veterinários. No entanto, não existem registros concretos de que essa iniciativa tenha efetivamente formado Silvicultores e a exploração das matas nativas no Brasil continuou sendo realizada de maneira empírica, sem o embasamento técnico necessário.

No Brasil, a conscientização sobre a deficiência do ensino florestal começou a ganhar força nas primeiras décadas do século XX. Em 1929, o agrônomo silvicultor Paulo Ferreira de Souza chamou atenção para a realidade do ensino da Silvicultura no país. Na época, ensino da ciência florestal se limitava à disciplina ou abordagens de Silvicultura, em cursos de Agronomia, sem maiores ênfases.

A situação começou a mudar de forma mais concreta a partir de 1948, quando foi realizada a primeira Conferência Latino-americana de Florestas e Produtos Florestais no Brasil que recomendou a criação de escolas florestais, de grau universitário, para a formação de engenheiros florestais, capazes de realizarem trabalhos de direção, de política florestal, de administrações, etc.

A discussão sobre a necessidade de uma formação florestal mais robusta intensificou-se durante o I Congresso Florestal Brasileiro, organizado pelo Instituto Nacional do Pinho em 1953. Nesse fórum, diversas pautas foram abordadas, e o engenheiro agrônomo Lycio Grein de Castro Vellozo apresentou a questão da “Deficiência do Ensino Superior da Silvicultura no Brasil”. Ele destacou que no programa de Horticultura e Silvicultura, do 3° ano dos cursos de agronomia, era praticamente impossível de ser ministrado em sua totalidade, em virtude da exiguidade de tempo no ano letivo – o qual, sem dúvida, reflete no deficiência dos conhecimentos que deve possuir o agrônomo recém-formado, para enfrentar os problemas práticos de sua profissão.

Dois anos depois, em 1955, o engenheiro agrônomo Batista Benito Calzavara, em sua publicação “Notas sobre Silvicultura”, chamou a atenção para o fato de que apenas duas instituições no país ofereciam disciplinas autônomas de silvicultura, ministradas ao longo de um ano: a Escola de Agricultura de Viçosa, em Minas Gerais, e a Escola de Agronomia do Nordeste. Calzavara criticou essa abordagem fragmentada, considerando inadequado condensar em uma única matéria assuntos tão variados e cruciais. Sua análise reforçava a urgência de um ensino mais robusto e especializado, que pudesse verdadeiramente capacitar os profissionais para enfrentar as complexidades inerentes ao setor florestal.

 Em 1956, o agrônomo silvicultor David de Azambuja lançou a obra “Problemas florestais brasileiros”, editada pelo Serviço Florestal. O livro compilava dados de uma apresentação feita à Comissão de Recursos Naturais da Câmara Federal, revelando um cenário preocupante: em 1955, o Brasil contava com apenas 20 Engenheiros Agrônomos Silvicultores. A carência de técnicos qualificados e a ausência de um programa estruturado de pesquisa florestal eram evidentes. Azambuja propôs, como solução, a criação de estações experimentais florestais distribuídas pelas diferentes regiões brasileiras e mencionou o curso de Tecnologia da Madeira, recém-criado no Instituto Tecnológico de São Paulo, como um passo importante para o fortalecimento do setor.

Essas vozes criaram um coro por mudança, nações vizinhas como Venezuela, Colômbia, Chile e Argentina davam passos largos na formação de engenheiros florestais, deixando claro que o Brasil precisava agir.

A virada aconteceu em 1960 com a criação da Escola Nacional de Florestas em Viçosa-MG, com apoio direto da FAO. Ali nascia oficialmente o curso de Engenharia Florestal no Brasil — um marco fundamental para o desenvolvimento técnico, científico e institucional da área florestal no país (Decreto nº 48.247 de 30 de maio de 1960).

Antes disso, a pesquisa dos recursos florestais eram conduzidos por agrônomos silvicultores, uma vez que a formação de graduação padrão não contemplava o aprofundamento necessário em ciências florestais. Importante notar que a carreira de agrônomo silvicultor era formalmente reconhecida dentro da estrutura do Ministério da Agricultura.

É fundamental reconhecer as contribuições significativas de Helládio do Amaral Melo, atuante em Piracicaba (SP), e Arlindo de Paula Gonçalves, em Viçosa (MG). Ambos exerceram papéis cruciais no processo de estabelecimento e fortalecimento da Engenharia Florestal como campo de estudo e profissão no Brasil.

A FAO teve papel decisivo ao identificar a deficiência no ensino florestal em nível global. Como resultado, a educação profissional e a formação técnica tornaram-se prioridades no programa da Divisão de Silvicultura e Produtos Florestais, conforme detalhado a seguir:

Escolas florestais (FAO,1962a)

Várias instituições de treinamento e escolas florestais com status universitário foram criadas ou auxiliadas pela Latin-American Advisory Group on Research and Training (EPTA), por exemplo, Chile, Libéria e Costa Rica. Mais são esperadas para surgir por meio de projetos do Fundo Especial agora em estágio avançado de preparação, por exemplo, Argentina, Brasil, Irã e Sudão.

Notícias de Pessoal (FAO,1962b)

Uma escola nacional de silvicultura em nível universitário será estabelecida em Viçosa, no estado de Minas Gerais, e operará em estreita coordenação com a Universidade Rural de Minas Gerais. Uma organização de pesquisa florestal também será criada. Ambas ficarão sob a autoridade de um conselho técnico especial que servirá como órgão de planejamento e coordenação para a educação e pesquisa florestal para todo o Brasil.

A organização de pesquisa administrará uma estação de pesquisa florestal estabelecida nas proximidades da escola e dirigirá outras duas estações experimentais administradas pelo Serviço Florestal Federal na região amazônica e na região do pinheiro-do-paraná.

O curso escolar completo cobrirá um período de cinco anos, sendo os dois primeiros anos ocupados com as mesmas matérias básicas ensinadas nas escolas brasileiras de agricultura. Os três anos seguintes serão dedicados inteiramente à silvicultura, com o último ano reservado para estudos especializados.

O recrutamento será feito a partir de duas fontes:

(a) alunos que tenham concluído o ensino médio e tenham sido aprovados em um exame especial em matemática, física, química e biologia: os candidatos aprovados farão o curso completo de cinco anos;

(b) alunos que, após o ensino médio, tenham feito um curso de treinamento que os isente dos dois primeiros anos do curso na escola florestal e que tenham sido aprovados em um exame especial: os alunos desta categoria farão apenas os três últimos anos do curso da escola florestal.

Inicialmente, o objetivo será formar aproximadamente 30 formandos por ano, que é a estimativa do número de pessoas que poderão ser empregadas ou encontrar emprego fora do serviço público.

Algumas atividades da divisão de silvicultura e produtos florestais, 1962-63- FUNDO ESPECIAL DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO: PROJETOS FLORESTAIS ATUAIS (FAO,1963)

1. Argentina – Forestry and watershed management training institute.

2. Brazil – National forestry school.

3. Chile – Institute for development of forest resources and industries.

4. Ecuador – Preinvestment studies for forestry development.

5. Guatemala – Preinvestment survey on forest development.

6. Honduras – Survey of pine forests.

7. Mexico – National forest inventory.

8. Peru – Forestry research and training.

9. Venezuela – Preinvestment study on forestry development.

10. Morocco – Rural economic preinvestment project for the Western Rif.

11. Nigeria – Forestry department, University College, Ibadan.

12. Greece – Preinvestment survey of selected forest areas.

13. Turkey – Preinvestment survey of Antalya region.

14. Turkey – Poplar research institute.

15. Iran – Forestry and range department and forest rangers’ school.

16. Jordan – Forestry development studies and research.

17. Lebanon – Forestry education, training and research.

18. Sudan – Forestry research and education center.

19. Burma – Forest research institute.

20. Ceylon – Preinvestment study on forest industries development.

21. India – Preinvestment study of forest resources.

22. Pakistan – National forestry research and training program.

23. Thailand – Paper pulp materials survey.

Comissão Florestal da América Latina (FAO,1965)

A silvicultura e as indústrias florestais estavam praticamente em sua infância na América Latina há apenas 20 anos. Desde então, houve um desenvolvimento substancial, e a Comissão Florestal Latino-Americana, reunida para sua nona sessão em Curitiba, Brasil, em novembro de 1964, considerou que as Nações-membros poderiam se orgulhar dos avanços que ocorreram nos últimos anos, conforme descrito nos relatórios nacionais de progresso submetidos à reunião e suplementados por declarações de delegados.

No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer para garantir que as florestas da região sejam utilizadas da melhor forma possível. O desenvolvimento futuro deve ser cuidadosamente planejado. Ajuda nesse sentido é uma das funções do grupo consultivo regional FAO/ECLA sobre desenvolvimento da indústria florestal, e a ajuda por meio de projetos do Fundo Especial atingiu um volume considerável. Ao discutir as perspectivas para o futuro, a comissão demonstrou interesse particular nas atividades do novo programa conjunto FAO/BIRD, que deve facilitar a identificação e preparação de projetos para estabelecimento de plantações e desenvolvimento da indústria que seriam aceitáveis para o Banco Internacional ou suas afiliadas, a Agência Internacional de Desenvolvimento e a Corporação Financeira Internacional.

Curitiba, capital do Estado do Paraná, foi selecionada pelo Governo do Brasil como o local para a sessão porque é o centro da área de pinheiros do Paraná e de um complexo de indústrias florestais, e o local da nova Escola Nacional de Silvicultura estabelecida na Universidade Federal com a ajuda do Fundo Especial das Nações Unidas e da FAO. Por esta última razão, a reunião foi aberta pelo Ministro da Educação do Brasil.

Os países que tiveram delegações presentes foram Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, República Dominicana, França (Guiana e Antilhas), Guatemala, México, Holanda (Suriname), Paraguai, Peru, Trinidad e Tobago, Reino Unido (Honduras Britânicas e Guiana), Estados Unidos da América, Uruguai e Venezuela.

Comissão Florestal da América Latina (FAO,1968)

Ao rever o estado da silvicultura na região, a comissão registrou progresso considerável desde sua última sessão no Brasil em 1964. Ainda havia muito a ser feito para incorporar o setor florestal – em um grau compatível com suas potencialidades – nos planos governamentais para o progresso socioeconômico. O planejamento havia se tornado a ordem do dia na América Latina e, em vista dos esforços em direção à integração econômica, era de grande importância que os governos tivessem planos florestais de médio e longo prazo e uma definição clara de sua política florestal. Em países com populações densas e de baixa renda, as vantagens sociais do desenvolvimento florestal devem ter prioridade sobre outros objetivos.

Notícias do mundo-Brasil (FAO,1969)

Estima-se que, há 500 anos, as florestas do Brasil cobriam 83 % do seu território. Em 1962, restava menos da metade de suas florestas. Cerca de 36 milhões de quilômetros quadrados de floresta (uma área quase igual à de todo o subcontinente indiano) foram derrubados ou destruídos pelo fogo. Os valiosos povoamentos de pinheiros do Paraná no sul do Brasil foram intensamente superexplorados e, consequentemente, estão ameaçados de extinção. Essa devastação reflete uma inclinação a considerar a silvicultura apenas em termos de desmatamento, e a madeira meramente como um subproduto natural.

Não é de se estranhar, portanto, que, embora possua os maiores recursos florestais do mundo, o Brasil não tivesse escola de engenharia florestal em 1960 e houvesse uma balança comercial desfavorável em produtos florestais.

A situação era tal que o Governo foi instado a agir. O primeiro passo foi criar uma escola de silvicultura capaz de fornecer uma produção regular de especialistas florestais de altos padrões profissionais em administração, ensino e pesquisa. Em 1960, o Governo, portanto, buscou a ajuda do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e, como resultado, um projeto FAO/SF para o estabelecimento de tal escola foi aprovado e tornou-se operacional em fevereiro de 1962. A contribuição do PNUD foi de $ 1 474 000, enquanto o Governo contribuiu com $ 882 872.

O projeto começou em Viçosa, no estado de Minas Gerais, mas mudou-se para Curitiba, no estado do Paraná, em 1963, onde a escola formou um novo corpo docente na Universidade Federal.

Em 1º de janeiro de 1969, 76 alunos obtiveram o diploma de engenheiro florestal, uma nova qualificação no Brasil, e agora estão todos trabalhando para o governo e outras agências florestais. A cada ano, mais 35 a 50 alunos se qualificarão em um futuro próximo, e o número deve aumentar para 70. Uma agência separada de pesquisa florestal também foi estabelecida na Universidade Federal do Paraná em Curitiba. A Universidade Rural de Viçosa aproveitou o período em que o projeto estava localizado lá para iniciar uma escola florestal própria. Esta escola formou 20 engenheiros florestais em 1968 e 1969, e a Universidade Estadual de São Paulo está planejando iniciar uma escola florestal em nível universitário com um currículo de cinco anos. Uma produção anual de pelo menos 250 técnicos florestais (guardas florestais) é necessária para acompanhar essa expansão no ensino superior florestal.

As estações de pesquisa em Santarém, Curuá, Viçosa e Rio Negro que estão anexadas ao projeto FAO/Fundo Especial fizeram experimentos importantes em seleção de espécies, métodos de plantio, regeneração natural, extração e conversão. Elas também fizeram inventários florestais e realizaram estudos sobre os usos econômicos de produtos florestais.

Enquanto o projeto estava em operação, a imagem pública da silvicultura e sua importância para o país melhoraram muito. O Governo Brasileiro aprovou uma legislação dando substanciais concessões fiscais para replantio e para melhorar o manejo florestal, e a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia está fornecendo suporte financeiro para o desenvolvimento de recursos madeireiros na bacia amazônica. As várias agências governamentais que lidam com silvicultura e produtos florestais foram amalgamadas em um Serviço Florestal.

O projeto ajudou o Governo a formar um núcleo de especialistas florestais brasileiros que já estão ajudando a executar e controlar planos de políticas de longo e médio prazo.

Como um segundo passo, problemas específicos estão sendo enfrentados, particularmente na Amazônia, onde há grande escopo para o desenvolvimento da floresta e da indústria florestal. Uma solicitação de projeto elaborada para auxiliar no atendimento dessas necessidades está sob consideração e, se aceita, será de grande assistência ao Governo.

Comissão Florestal Latino-Americana (FAO,1971)

Foi expressada satisfação com o progresso feito durante os últimos três anos em questões de política florestal, legislação, desenvolvimento institucional e planejamento de desenvolvimento. A Comissão sentiu que o Seminário da FAO de 1968 sobre Desenvolvimento Florestal, Reforma Agrária e Colonização realizado em Brasília, a primeira reunião florestal a ter ocorrido na nova capital do Brasil, deu um impulso considerável à incorporação do setor florestal no planejamento de desenvolvimento de áreas rurais. A Comissão observou com satisfação a melhoria do status dos serviços florestais na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e Cuba. Duas novas faculdades florestais em nível universitário foram estabelecidas (na Bolívia e Honduras), bem como quatro escolas florestais de nível médio (na Colômbia, República Dominicana, Honduras e Peru). As instalações de treinamento no nível médio eram, no entanto, ainda em geral inadequadas para as necessidades da região.

A sustentabilidade não é apenas um princípio da Engenharia Florestal — ela é sua razão de existir. A profissão nasceu com um propósito claro: garantir que as florestas possam continuar oferecendo seus recursos às gerações presentes e futuras, de forma equilibrada, inteligente e responsável.

A madeira e outros produtos florestais são indispensáveis para a humanidade. No entanto, diferentemente de outros recursos, sua produção exige tempo, conhecimento e planejamento. Com o crescimento populacional e a demanda crescente por matérias-primas renováveis, a necessidade de gerir as florestas de forma sustentável se tornou ainda mais urgente.

O conhecimento dos recursos florestais é estratégico para o desenvolvimento e o ordenamento territorial e ambiental do Brasil — e é exatamente nesse contexto que a Engenharia Florestal assume um papel central. Antes da consolidação dessa profissão, a exploração das florestas brasileiras ocorria de forma empírica, desprovida de critérios técnicos. A engenharia florestal contribuiu para os avanços no Código Florestal de 1965, que aperfeiçoou o Código de 1934. Entre os avanços, destaca-se a proibição da exploração empírica das florestas primitivas da região amazônica, que passaram a exigir planos técnicos de condução e manejo florestal — uma das poucas formas de uso econômico do solo que preserva a floresta em pé.

O manejo florestal sustentável é uma das ferramentas mais eficazes para combater o desmatamento ilegal. Ele permite a geração de renda com a extração responsável de produtos florestais, mantém os serviços ecossistêmicos e contribui diretamente para o desenvolvimento social e econômico, especialmente na região amazônica.

A criação do curso de Engenharia Florestal não foi um ponto final — foi o ponto de partida. Desde então, novas escolas surgiram, e a pesquisa florestal conquistou reconhecimento junto ao setor florestal, o melhoramento genético, o controle fitossanitário, o aperfeiçoamento das práticas silviculturais e adoção de técnicas de plantio mais eficientes possibilitaram aumento nos índices de produção. No entanto, os desafios permanecem. O desmatamento ilegal, as mudanças climáticas exigem, cada vez mais, uma atuação técnica, ética e comprometida.

A missão da Engenharia Florestal é clara: promover o equilíbrio entre conservação e desenvolvimento, entre floresta e sociedade. E isso só é possível com profissionais preparados, ciência aplicada e políticas públicas que valorizem o conhecimento técnico como ferramenta de transformação.


*Cícero Ramos é engenheiro florestal e vice-presidente da Associação Mato-grossense dos Engenheiros Florestais.

Fonte de pesquisa:

A ciência florestal de Hans Carl von Carlowitz e a origem da sustentabilidade 2020.  Disponível em: http://www.centralflorestal.com.br/2020/05/a-ciencia-florestal-de-hans-carl-von.html

CALZAVARA, B. B. Notas sobre silvicultura, INSTITUTO AGRONOMICO DO NORTE.

Belém, PA, v. 2, n. 2, p. 46-49, dez. 1955. Disponível em: https://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/978202?mode=simple

DECRETO Nº 5.957, DE 23 DE JUNHO DE 1875. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1824-1899/decreto-5957-23-junho-1875-550048-publicacaooriginal-65657-pe.html

FAO – The Food and Agriculture Organization of the United Nations – An international review of forestry and forest products – Unasylva Number 64 Vol. 16 (1) 1962a disponível em: https://www.fao.org/4/b3200e/b3200e00.htm#Contents

FAO – The Food and Agriculture Organization of the United Nations – An international review of forestry and forest products – Unasylva Number 65 Vol. 16 (2) 1962b disponível em: https://www.fao.org/4/b3200e/b3200e00.htm#Contents

FAO – The Food and Agriculture Organization of the United Nations – An international review of forestry and forest products – Unasylva Number 69 Vol. 17 1963 disponível em: https://www.fao.org/4/f3200e/f3200e00.htm#Contents

FAO – The Food and Agriculture Organization of the United Nations – An international review of forestry and forest products – Unasylva Number 76 Vol. 19 (1) 1965 disponível em: https://www.fao.org/4/21636e/21636e00.htm#Contents

FAO – The Food and Agriculture Organization of the United Nations – An international review of forestry and forest products – Unasylva Number 88 Vol. 22 (1) 1968 disponível em: https://www.fao.org/4/68738e/68738e00.htm#Contents

FAO – The Food and Agriculture Organization of the United Nations – An International Review of Forestry and Forest Products – Unasylva Number 94 Vol. 23 (3), 1969. Disponível em: https://www.fao.org/4/93269e/93269e00.htm#Contents

FAO – The Food and Agriculture Organization of the United Nations – An International Review of Forestry and Forest Products – Unasylva Number 100 Vol. 25, 1971. Disponível em: https://openknowledge.fao.org/server/api/core/bitstreams/40b32ff9-de60-4325-ae8a-0c28fa2b4b3c/content/b3350e00.htm#Contents

VELLOZO, L.G. de C., A Deficiência do Ensino Superior da Silvicultura no Brasil, in Anais do 1º Congresso Florestal Brasileiro, 1954. Disponível em: https://www.celso-foelkel.com.br/artigos/1953_1_Congresso+Florestal+Brasileiro.pdf

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ABTCP prepara 57.º Congresso de Celulose e Papel

Pessoas e biocombustíveis pautam programação do evento anual dedicado a debater caminhos estratégicos para o setor de árvores cultivadas

Promovido pela Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (ABTCP) entre os próximos dias 14 e 16 de outubro, o 57.º Congresso Internacional de Celulose e Papel — ABTCP 2025 apresenta como pauta central Pessoas e Biocombustíveis: construindo o futuro sustentável da indústria de base florestal com energias renováveis.

O tradicional evento anual convoca todos os elos da cadeia produtiva da indústria de árvores cultivadas para lançar um olhar atento aos avanços tecnológicos e demais potenciais desvendados no último ano. “Ao reunir profissionais, acadêmicos e estudantes da indústria de celulose, papel e florestas plantadas, temos o propósito de oferecer um ambiente propício para fomentar a inovação, a partir de um conhecimento amplo e aprofundado sobre o setor de base florestal”, comenta Darcio Berni, diretor executivo da ABTCP, sobre a relevância do evento, a ser realizado em formato presencial no Novotel Center Norte, em São Paulo (SP).

Berni evidencia que o sucesso do evento realizado no ano passado, que reuniu mais de 6 mil participantes para conferir as inovações tecnológicas dos expositores e os trabalhos da programação técnica, reforça as expectativas positivas para esta próxima edição.

A ABTCP conta com o apoio dos correalizadores IPEF (Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais), PI (Puunjalostus-Insinöörit, Finnish Forest Products Enginners’ Association) e RIADYCYP (Rede Iberoamericana de Pesquisadores em Celulose e Papel) para montar um programa relevante ao contexto atual. Entre as novidades que os parceiros preparam para a edição deste ano, destaca-se o Simpósio de Embalagens. “Fortalecendo uma parceria já consolidada que temos com o RIADYCYP, vamos reunir especialistas de todo o Brasil e convidados internacionais para debater os desafios e as inovações que vêm marcando o setor de embalagens atualmente”, antecipa Viviane Nunes, head of Education da ABTCP.

O 3º Fórum de Mulheres na Indústria, que desponta como mais um passo para fortalecer o protagonismo feminino e promover a diversidade na cadeia florestal, e o Encontro de Estudantes, um dos momentos mais aguardados do Congresso, que propõe atividades voltadas à formação, networking e aproximação dos jovens com o mercado de trabalho, são outros destaques do ABTCP 2025.

Eleito presidente do Congresso ABTCP 2025, Paulo Silveira, profissional com cerca de 40 anos de experiência em grandes empresas do setor de celulose e papel, que atualmente ocupa o cargo de Diretor Industrial da Regional Sul da Suzano, ressalta a importância do tema central, que une duas pautas indispensáveis para o cenário atual e futuro: a capacitação profissional e o desenvolvimento de produtos alinhados à bioeconomia.

“Estamos prestes a acompanhar um novo ciclo de investimentos do setor que irá demandar um processo de capacitação e formação como nunca vivenciamos antes. Além das contribuições que a ABTCP já oferece, a partir de suas frentes de atuação, o evento reflete uma oportunidade única de encontrarmos soluções conjuntamente. Em paralelo, a descoberta de novos produtos, advindos de uma base renovável como as nossas florestas, tem trazido uma série de evoluções tecnológicas, que, por sua vez, estão totalmente alinhadas às questões de captura de carbono e aos demais aspectos atrelados à bioeconomia”, resume Silveira sobre os enfoques.

Os artigos técnicos, estudos e cases pertinentes à pauta central do ABTCP 2025 serão divididos por grandes áreas de conhecimento referentes à Celulose, Papel, Recuperação e Energia, Florestal, Meio Ambiente, Indústria 5.0, Biorrefinaria, Nanotecnologia, Engenharia e Transformação Digital, Segurança do Trabalho, Manutenção, ESG e Tissue. Em breve, a ABTCP divulgará o programa técnico e as informações para inscrição do público participante.

Assembleia, escolha de áreas para Exposição e jantar de confraternização acontecem ao longo do ABTCP 2025

Durante o último dia do 57.º Congresso Internacional de Celulose e Papel, a ABTCP realizará a assembleia anual, oportunidade que reúne associados para compartilhar detalhes sobre as frentes de trabalho em andamento e que consolida o espaço de diálogo com os players do setor.

A data também será marcada pela reunião de escolha/reserva de áreas para a exposição ABTCP 2026, exclusiva para associados PJ da ABTCP. Os horários e as regras para escolha e confirmação, assim como valores e mapa, serão informados no site do evento no final de setembro.

Vale lembrar que na noite de 15 de outubro, acontecerá na Casa Giardini, no Campo Belo, em São Paulo, o tradicional jantar de confraternização promovido pela ABTCP. Em processo de reformulação, o Prêmio Destaques do Setor volta à agenda em 2026.

A ABTCP agradece aos patrocinadores gold Ecolab Nalco Water, Irmãos Passaúra, Kadant, Kemira, Solenis, SPIG – Torres de Resfriamento, Valmet e Veolia; aos patrocinadores premium Albany Internacional e Andritz; aos patrocinadores master Buckman, Peróxidos do Brasil e Voith, e ao patrocinador standard Tequaly.

ABTCP 2025 — 57.º Congresso Internacional de Celulose e Papel

Tema: Pessoas e biocombustíveis: construindo o futuro sustentável da indústria de base florestal com energias renováveis

Data: 14 a 16 de outubro de 2025

Local: Novotel Center Norte (São Paulo/SP)

Regras para submissão de trabalhos: https://abtcp2025.org.br/regras-para-submissao

Website: https://abtcp2025.org.br

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Suzano oferece 20 vagas para inclusão de jovens na carreira de manutenção em Três Lagoas (MS)

Desenvolvido em parceria com o Senai, Programa de Aprendizagem visa qualificar jovens da cidade para ingressarem na carreira de Manutenção de Máquinas Florestais

A Suzano, maior produtora mundial de celulose e referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir de eucalipto, está com inscrições abertas para o seu Programa de Aprendizagem na área de Manutenção de Máquinas Florestais em Três Lagoas (MS). A iniciativa, realizada em parceria com o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), visa desenvolver jovens talentos para carreiras na área de manutenção. As inscrições estão disponíveis até o dia 31 de maio e devem ser feitas pela página: https://suzano.gupy.io/jobs/9211882.

O processo seletivo está aberto a todas as pessoas interessadas, sem distinção de gênero, origem, etnia, deficiência ou orientação sexual, desde que atendam a alguns pré-requisitos, como: ter Ensino Médio completo e idade entre 18 e 22 anos (estão elegíveis os(as) jovens que não completam 24 anos antes do término do programa). Além disso, é necessária disponibilidade de horário para jornada de 8 horas diárias (combinando atividades no SENAI e na Suzano) e é obrigatório residir em Três Lagoas.

Desenvolvimento profissional

O Programa de Aprendizagem da Suzano visa promover a equidade de oportunidades e o desenvolvimento socioeconômico sustentável da região por meio da qualificação profissional e a inclusão de jovens no mercado de trabalho. Os(as) participantes selecionados(as) terão acesso a um curso de formação em Técnico em Mecânica fornecido pelo SENAI, complementado por atividades práticas realizadas nas instalações da Suzano.

Ao longo da qualificação, os(as) aprendizes serão capacitados(as) nos conceitos e práticas de manutenção preventiva e corretiva em máquinas e equipamentos florestais, sempre sob a supervisão de profissionais experientes e seguindo os procedimentos da empresa, com foco em normas de segurança e socioambientais.

Benefícios

Além da oportunidade de desenvolvimento profissional, a Suzano oferece um pacote de benefícios abrangente que inclui: bolsa de estudos de acordo com o mercado; plano de assistência médica; seguro de vida; convênio academia, refeitório; transporte fretado até o local de trabalho.

Mais informações sobre o Programa de Qualificação Profissional e sobre o processo seletivo de Aprendiz de Mecânico(a) estão disponíveis na Plataforma de Oportunidades da Suzano: https://suzano.gupy.io/. Na página, é possível acessar ainda todos os processos seletivos da Suzano abertos em Mato Grosso do Sul e nas regiões onde a empresa atua.

Sobre a Suzano

A Suzano é a maior produtora mundial de celulose, uma das maiores produtoras de papéis da América Latina, líder no segmento de papel higiênico no Brasil e referência no desenvolvimento de soluções sustentáveis e inovadoras a partir de matéria-prima de fonte renovável. Nossos produtos e soluções estão presentes na vida de mais de 2 bilhões de pessoas, abastecem mais de 100 países e incluem celulose; papéis para imprimir e escrever; papéis para embalagens, copos e canudos; papéis sanitários e produtos absorventes; além de novos bioprodutos desenvolvidos para atender a demanda global. A inovação e a sustentabilidade orientam nosso propósito de “Renovar a vida a partir da árvore” e nosso trabalho no enfrentamento dos desafios da sociedade e do planeta. Com mais de 100 anos de história, temos ações nas bolsas do Brasil (SUZB3) e dos Estados Unidos (SUZ). Saiba mais na página: www.suzano.com.br

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Curso oferece alojamento e bolsa-auxílio para trabalhar na Klabin

Estão abertas até o dia 30 de maio as inscrições para o Programa de Aprendizagem em Operações de Máquinas Florestais do Centro Estadual de Educação Profissional (CEEP) Florestal e Agrícola de Ortigueira. A iniciativa do curso é realizada pela Klabin e oferece aos alunos uma bolsa-auxílio mensal, alojamento e formação em uma das áreas mais promissoras do setor florestal.

Curso na Klabin

As aulas serão realizadas de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, na única escola técnica da América Latina especializada em operação de máquinas florestais. Podem se candidatar jovens com idade entre 18 e 22 anos, que tenham concluído o ensino médio e residam em Ortigueira.

Estudantes de municípios vizinhos, como Telêmaco Borba, Imbaú, Reserva, Rio Branco do Ivaí, Arapoti, Sengés e Jaguariaíva, também podem participar. Para esses, o CEEP oferece alojamento gratuito na própria instituição.

Além da formação técnica, os aprendizes selecionados terão a oportunidade de atuar na Klabin, maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do Brasil. A empresa oferece, além da bolsa, benefícios como vale-alimentação ou refeitório no local, assistência médica, programa de incentivo à atividade física (Gympass), seguro de vida, plataforma de psicoterapia online para colaboradores e dependentes, programa de apoio psicológico, cursos e treinamentos a distância, auxílio-creche mensal e kit escolar anual.

As inscrições podem ser realizadas pelo site oficial do CEEP. Outras informações estão disponíveis pelo WhatsApp (42) 9 9133-2711.

Parceria já empregou mais de 150 jovens

Desde sua inauguração em 2020, o CEEP de Ortigueira recebeu investimentos de R$ 35 milhões do Governo do Paraná e da Klabin. Ao longo dos últimos cinco anos, a instituição formou 346 jovens nos cursos técnicos de Operações de Máquinas Florestais, Manutenção de Máquinas Pesadas e Agronegócio. Destes, 55% foram contratados pela própria Klabin.

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Se já dá pra tokenizar o sol, por que não a floresta?

*Artigo de Rodrigo de Almeida.

Semana passada, a startup IPE Assets, em parceria com a TAB Energia, anunciou a tokenização de usinas solares. Com apenas R$ 100, qualquer pessoa pode se tornar sócia da geração de energia limpa — tudo via blockchain e smart contracts (fonte: Economia SP, 15/05/2025).

A energia virou token. E funciona. Porque há estrutura: a usina existe, a produção é medida, o contrato é digital. O token tem lastro, execução automática e rastreabilidade. Isso abre mercado e acesso a capital.

Agora, e a floresta?

O setor florestal movimenta bilhões. Mas os contratos são frágeis, a rastreabilidade é falha e a informalidade trava o crédito. A floresta não acessa capital — não por falta de valor, mas por falta de infraestrutura.

É por isso que estamos desenvolvendo o ForestChain, da ForesToken: uma solução que usa blockchain, contratos digitais e inteligência artificial para estruturar o mercado florestal com dados confiáveis, rastreabilidade e automação real.

Antes da floresta virar ativo, ela precisa virar dado. E o contrato precisa sair da gaveta.

Se já conseguimos tokenizar o sol, tá mais do que na hora de organizar o chão.


*Rodrigo de Almeida é CEO na Forestoken S.A., e especialista de Mercado Florestal – Blockchain e AI.

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Exclusiva – Congresso IPEF 2025: sucesso que reforça a liderança do setor florestal

O Congresso de Plantações Florestais 2025 do IPEF superou todas as expectativas, consolidando-se como um evento de destaque no setor. Realizado em Piracicaba/SP neste mês de maio, o encontro reuniu 400 participantes, com uma programação robusta que incluiu 10 palestras plenárias, 25 talk shows e apresentação de 200 trabalhos científicos.

Em sua segunda edição, o Congresso foi fruto de uma parceria estratégica com a ABTCP, IBÁ e IUFRO. Durante três dias, estudantes de graduação e pós-graduação, profissionais de empresas de base florestal e acadêmicos tiveram a oportunidade de se aprofundar em temas cruciais como sustentabilidade, desenvolvimento tecnológico e produtividade.

O evento contou com a presença de expoentes do setor florestal brasileiro e palestrantes internacionais da Austrália, África do Sul e Alemanha. O formato ‘talk show’, bastante dinâmico e interativo, permitiu que os participantes escolhessem os temas de seu maior interesse, otimizando a experiência. Os estandes também se destacaram como espaços vibrantes para networking e diálogo entre marcas e profissionais, fomentando conexões valiosas.

Legado e transição de liderança

O Prof. Dr. José Otávio Brito, coordenador do evento, expressou sua satisfação: “Tenho a convicção de que o Congresso de Plantações Florestais já está consolidado como o mais importante evento técnico-científico do setor no Brasil. Esse é um dos legados que deixo com grande satisfação ao encerrar minha jornada na Direção do IPEF, um trabalho construído a muitas mãos, que seguirá crescendo com consistência”.

A abertura oficial marcou um momento significativo de transição no IPEF, com a saída do professor Brito e a posse de Robinson Cannaval Jr. como o novo Diretor Executivo. O evento incluiu ainda uma emocionante homenagem ao Prof. Eládio do Amaral Mello, fundador do IPEF, com a presença de seu neto. O encerramento celebrou a excelência na pesquisa florestal, premiando os melhores trabalhos apresentados.

Robinson Cannaval Jr. reforçou a relevância do evento: “O Congresso se alinha à missão e à visão do IPEF. A comunhão de diversas gerações de profissionais do setor florestal proporciona integração e networking, fundamental para perpetuar o conhecimento existente e oxigenar o ecossistema de indústrias de base florestal”.

Com o sucesso desta edição, o IPEF já projeta o próximo Congresso de Plantações Florestais, prometendo ainda mais conteúdo relevante e oportunidades para o desenvolvimento e relacionamento dos profissionais da área.

Levantamento sobre Mecanização Florestal

Um dos pontos altos do Congresso de Plantações Florestais 2025 foi o lançamento da nova edição do Levantamento do Nível de Mecanização na Silvicultura. Apresentada em 14 de maio pelo Prof. Dr. Saulo Guerra, a publicação despertou grande interesse por seus dados atualizados sobre os sistemas mecanizados nas culturas de eucalipto e pinus.

Desenvolvido pelo Programa Cooperativo sobre Mecanização e Automação Florestal (PCMAF), em parceria com o PPPIB, este estudo bianual detalha os avanços na mecanização da silvicultura e, como novidade nesta edição, inclui dados sobre o monitoramento de incêndios florestais, um tema de crescente importância para o setor.

A publicação já está disponível no site do IPEF (clique aqui). Este levantamento é uma ferramenta estratégica que oferece suporte a empresas, pesquisadores e fornecedores, auxiliando na tomada de decisões e contribuindo para a eficiência operacional e a sustentabilidade da silvicultura brasileira.

Escrito por: redação Mais Floresta.

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Área da Suzano terá 1,2 mil hectares de reserva particular

Território está localizado na Fazenda Boi Preto e em processo de formalização junto ao Instituto Chico Mendes

Área de 1,2 mil hectares da fábrica de celulose, a Suzano, deve se transformar em uma RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural). A informação foi repassada na manhã desta segunda-feira (26), durante evento no Parque Estadual Matas do Segredo, em Campo Grande.

De acordo com a diretora-geral do Ecofuturo, Valéria Blos, a expectativa é anunciar a consolidação do projeto a partir do segundo semestre.

“Estamos iniciando esse processo e esperamos anunciar essa nova RPPN para o Estado em cerca de dois meses. A área terá 1,2 mil hectares. Além disso, ao redor dessa RPPN, queremos lançar um parque público com visitação, pesquisa e educação ambiental. Ele ficará em Ribas do Rio Pardo, bem próximo ao município, com cerca de 3,5 mil hectares. É uma área maravilhosa, com diferentes tipos de Cerrado. Ao longo do ano, vamos planejar e buscar novas parcerias para que esse espaço possa ser oferecido ao público a partir do ano que vem”, explicou.

Ainda segundo informações, a área que se tornará reserva particular está localizada na Fazenda Boi Preto e em processo de formalização junto ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

Parceria – O Instituto Ecofuturo, organização sem fins lucrativos mantida pela Suzano S.A., e a Associação Aliança 5P firmaram um acordo para traçar ações voltadas à conservação e proteção da biodiversidade em Mato Grosso do Sul. Na ocasião, as entidades assinaram o “Memorando de Entendimento”, que marca o início oficial da colaboração. A formalização ocorreu no Parque Estadual Matas do Segredo.

Em relação aos principais desafios encontrados no Estado, Valéria destaca a capacitação de profissionais para o setor do meio ambiente.

“Conversando com o poder público, percebemos que um dos grandes desafios é o preparo e a formação técnica dos profissionais que atuam nas unidades de conservação. Precisamos adaptar o que já oferecemos para a realidade local, que tem suas particularidades”, completou.

À esquerda, Ana Paula, da Associação Aliança 5P; à direita, Valéria, do Ecofuturo (Foto: Marcos Maluf)

A secretária-executiva Ana Paula Felício, da Aliança 5P, destaca o primeiro objetivo da parceria. “Nosso primeiro projeto é trazer para cá o treinamento técnico que eles já é realizado no Parque das Neblinas, voltado para gestores de unidades de conservação. Neste momento, estamos em busca de recursos para dar esse pontapé inicial. Esse será o primeiro passo da nossa parceria. Estamos pensando, de fato, no Estado, investindo na capacitação de pessoas com expertise em gestão de unidades de conservação”, disse.

Informações: Campo Grande News.

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Ebramem foi um sucesso de público, reunindo especialistas e visitantes do Brasil e exterior

O XVIII Ebramem (Encontro Brasileiro em Madeiras e em Estruturas de Madeira) foi marcante em vários aspectos. O evento, realizado de 5 a 7 de maio, em Curitiba, aproximou teoria e prática com  palestras, painéis de debate, Expo com participação de empresas do setor construtivo com madeira, e ainda o Hackaton!

Agradecemos a todos que fizeram parte do evento, desde nossos parceiros na organização, assim como apoiadores, patrocinadores, palestrantes, autores e participantes.

Confira os números:

– 300 congressistas
– Mais de 700 visitantes
– 28 especialistas
– 116 trabalhos de 7 países para o prêmio Ibramem
– 383 autores de trabalhos científicos, totalizando 113 artigos
– 43 empresas e instituições participantes do Ebramem Expo
– Cerca de 60 alunos e profissionais no primeiro Hackaton
– Palestras internacionais do Canadá, Chile, Itália, Portugal e Áustria
– Exposições digitais em torno da arquitetura, história e cultura
– Mais de dois anos de dedicação para esse grande acontecimento

A participação expressiva e o conteúdo sobre madeira e tecnologia demonstram que o Ebramem continua sendo um encontro de atualizações e troca de conhecimento sobre a construção aliada à sustentabilidade.

Além do encontro técnico-científico, o evento foi marcado por duas exposições culturais inéditas e interativas. Uma delas foi a “Wood Life Sweden”, organizada pela Embaixada da Suécia, a qual apresentou fotos e descrições de projetos suecos que utilizaram a madeira de diferentes formas, estimulando arquitetos a adotar a madeira engenheirada como material sustentável, além de promover seu uso no Brasil.

“Madeira na arquitetura – ontem, hoje e amanhã” foi outra exposição que proporcionou aos participantes uma imersão digital na evolução do uso da madeira na construção, revelando como esse material foi utilizado por gerações, e de quais formas podemos aumentar sua participação na construção, seja em wood frame, CLT (Cross-laminated timber), MLC (Madeira Laminada Colada), ou em residências, restaurantes, edifícios e teatros. 

Ebramem Expo – Paralelamente ao evento, ocorreu também o Ebramem Expo, onde inovação, tecnologia e design uniram-se para transformar a maneira como o mercado enxerga e utiliza a madeira na construção civil. No total, tivemos a presença de 43 empresas e instituições participantes do Ebramem Expo, em um ambiente de negócios, e trocas de experiências.

Prêmio IBRAMEM 2025 registrou número recorde de inscrições: foram 116 trabalhos provenientes de sete países da América Latina

Premiações – O prêmio IBRAMEM de Arquitetura e Design em Madeira 2025 anunciou seus vencedores durante a cerimônia de encerramento do XVIII.

Com duas categorias, Arquitetura e Design, e duas modalidades (profissionais e estudantes de graduação das áreas de Arquitetura, Engenharias e Design), o Prêmio IBRAMEM 2025 registrou número recorde de inscrições: foram 116 trabalhos, provenientes de sete países da América Latina (Brasil, Argentina, Chile, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai) e nove estados brasileiros (CE, DF, ES, MG, RJ, SP, PR, SC e RS).

Todos os trabalhos inscritos passaram por um criterioso processo de avaliação, conduzido por um júri formado por docentes e profissionais renomados nas áreas de Arquitetura, Engenharia e Design da América Latina. Após as etapas de homologação e julgamento, 20 trabalhos foram selecionados para a fase final.

Durante o XVIII EBRAMEM, os trabalhos finalistas foram expostos e submetidos a uma votação popular, cujo resultado também foi divulgado na cerimônia de premiação.

O prêmio destacou projetos que evidenciam as qualidades técnicas, culturais e socioambientais da madeira, reafirmando seu papel estratégico para uma construção mais sustentável, inovadora e humanizada. A seguir, os trabalhos premiados:

Arquitetura – modalidade profissional

Vencedor

Biblioteca Comunitária Yuyarina Pacha – Al Borde | Equador

Menção Honrosa

Casas Taguaí – Protótipos em MLC – Xavier Arquitetura | São Paulo – Brasil

Chaki Wasi – Centro de Artesanías de la Comunidad de Shalalá – La Cabina de la Curiosidad | Equador

Casa Quinta – Arquipélago Arquitetos | São Paulo – Brasil

Crematorio Maule – Urzúa Soler Arquitectos | Chile


Menção de Destaque

Conjunto Tanica – Izquierdo Lehmann Arquitectos | Chile

Hangar Museu – Nola Arquitetura | Santa Catarina – Brasil

Casa Aleros – Urzúa Soler Arquitectos | Chile


Prêmio IBRAMEM 2025 | Arquitetura – modalidade estudante

Vencedor

Regeneração e Espaço – Canteiro Experimental UFPR – Eduarda Michelon, Cibele Kunzler e prof. Patricia de Freitas Nerbas | UNISINOS – São Leopoldo/RS

Menção Honrosa

Canteiro Trama – João Augusto Brandão Baldassin, Beatriz Medeiros Urbano, João Gabriel Costa e Silva, Leonardo Luis Floriano e prof. Akemi Ino | IAU USP – São Carlos/SP

Canteiro IPÊ – Raul Comelli Pizzato, Gabriel Castro Osachuki, prof. Marina Oba e prof. Maria Regina Leoni Schmid Sarro | UFPR – Curitiba/PR

Canteiro de Obras UFPR – Rodolfo de Lima Tomazelli, Nadine Dranka Moro e prof. Maria Regina Leoni Schmid Sarro | UFPR – Curitiba/PR

Canteiro do Aviário – Christian Almeida Campos do Nascimento, prof. Reginaldo Luiz Nunes Ronconi e Jônatas de Souza e Silva | FAU USP – São Paulo/SP

Prêmio IBRAMEM 2025 | Design – modalidade profissional

Vencedor

Poltrona Paco – Lattoog | Rio de Janeiro – Brasil

Menção Honrosa

Projeto Piso 4D – Tetrus Tecnologia de Soluções Ltda | São Paulo – Brasil

Cabideiro Jaboticaba – O Criativo Design | Paraná – Brasil

Estante Tajapi – Grafismo – Estúdio Igor Lima | São Paulo – Brasil

Arandela Boreal – David Tessler Design | Paraná – Brasil

Prêmio IBRAMEM 2025 | Design – modalidade estudante

Vencedor

Modularis – Maria Julia Fusco Ferreira, prof. Débora Cristina Rosa Faria da Costa e Heloisa Martin Mendes Pereira Helena | IFSP – Jacareí/SP

Menção Honrosa

Goiabão – Gabriel Luiz Tiepermann e prof. Rodolfo Krul Tessari | UTFPR – Curitiba-PR

Prêmio IBRAMEM 2025 | Votação Popular

Arquitetura – modalidade profissional

Biblioteca Comunitária Yuyarina Pacha – Al Borde | Equador – 19,4% dos votos

Arquitetura – modalidade estudante

Canteiro IPÊ – Raul Comelli Pizzato, Gabriel Castro Osachuki, prof. Marina Oba e prof. Maria Regina Leoni Schmid Sarro | UFPR – Curitiba/PR – 53% dos votos

Design – modalidade profissional

Arandela Boreal | David Tessler Design | Paraná – Brasil – 34,3% dos votos

Design – modalidade estudante

Goiabão | Gabriel Luiz Tiepermann e prof. Rodolfo Krul Tessari | UTFPR – Curitiba-PR – 62,7% dos votos

O Prêmio IBRAMEM de Arquitetura e Design em Madeira 2025 reafirma a relevância da madeira como protagonista na arquitetura e no design contemporâneos, valorizando soluções construtivas inovadoras, sensíveis ao contexto social e comprometidas com a sustentabilidade na América Latina.

Hackaton – De forma inédita, foi realizado no Centro Politécnico da Universidade Federal do Paraná (UFPR) o primeiro Hackathon da Madeira. Participaram cerca de 60 estudantes e profissionais em uma intensa jornada de inovação e formação voltada para o impacto social da madeira na construção civil. 

O patrocinador exclusivo foi o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná (CAU-PR), através dos seus recursos e edital de chamamento público da lei federal de Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social (ATHIS). 

Participaram do hackaton cerca de 60 estudantes e profissionais em uma intensa jornada de inovação

O tema do desafio apresentado nesta edição do hackathon foi ATHIS e Crise Climática no RS: soluções em madeira para habitação de interesse social da comunidade indígena Tekoá Pará Rokê, no município de Rio Grande – RS. 

O CAU/PR ofereceu uma oficina sobre a lei de Athis junto a experiências de editais pretéritos e com a presença da Federação Nacional de Arquitetos (FNA). E pela tarde houve outra mesa sobre  ATHIS e a questão indígena para a arquitetura. 

Além destas, houve oficinas técnicas de treinamento com profissionais das empresas Art Massif, Timbau Estruturas, Ita Engenharia e Tecverde. 

As equipes foram nomeadas com Árvores Brasileiras e desenvolveram maquetes protótipos em madeira e uma entrega digital.

Vencedores – A equipe Cedro, primeira colocada, foi contemplada com o  Prêmio Roberto Alfredo Pompéia, em homenagem a esse renomado arquiteto e urbanista, além de um kit de livros, enquanto o segundo lugar (equipe Sucupira) e terceiro lugar (equipe Itauba e Cumaru) receberam medalhas Roberto Pompéia e um kit de livros.

Foram entregues duas menções honrosas decididas pelo “Júri Araucária”, composto por profissionais do IBRAMEM, UFPR, UFSC, IAU-USP São Carlos, Estúdio 41, Art Massif e os dois representantes da comunidade parceira – Gabriel Fernandes (Arquiteto assessor técnico) e Gildo Silvo (cacique e liderança comunitária da Tekoá Pará Rokê).

Todos os projetos desenvolvidos com soluções em madeira para os módulos habitacionais da comunidade foram entregues para os seus representantes para que possam agregar a discussão do processo participativo que têm realizado no território.

Atingidos pelas enchentes de 2024, a parceria com o IBRAMEM no Hackathon se deu através do apoio e parceria da Federação Nacional de Arquitetos (FNA) pela atual presidente desta, Andréa dos Santos (RS).

Desfio do hackaton foi a crise climática no Rio Grande do Sul e soluções em madeira para habitação de interesse social

Trabalhos científicos e palestras – Um número expressivo de trabalhos científicos foram apresentados durante o Ebramem. No total, 383 autores submetendo suas pesquisas, perfazendo 113 trabalhos científicos em torno de temas como “Construções e sistemas construtivos: práticas nacionais e internacionais”; “Arquitetura em madeira”; “Projetos estruturais e de ligações em madeira (maciça, engenheirada, LWF)”; “Industrialização da madeira”; “Segurança contra incêndio nas edificações em madeira”; “Conservação de edificações históricas em madeira”; “Recuperação de estruturas de madeira”; “Habitações em madeira”; “Normas técnicas para estruturas de madeira”; e “Sustentabilidade e assuntos complementares”. 

Já as experiências práticas e as palestras internacionais giraram em torno do uso da madeira na construção civil em países como Canadá, Itália, Portugal, Áustria, Chile e também Brasil.

O Ebramem foi organizado pela Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE), Birka, Instituto Brasileiro da Madeira e das Estruturas de Madeira (Ibramem), pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), e pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), que sediou o evento.

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Melhorando a compreensão sobre a ótima história sustentável do papel

À medida que a conscientização ambiental aumenta sua influência sobre as decisões dos consumidores, a nova pesquisa Trend Tracker 2025 traz informações atualizadas e muito relevantes sobre a percepção do público quanto aos impactos ambientais da comunicação impressa e das embalagens de papel, cartão e papelão. Realizada com 12.400 entrevistados, em 17 países, a pesquisa aborda os mais importantes temas sobre a sustentabilidade e a eficácia dos produtos derivados do papel. Na América Latina a pesquisa foi realizada no Brasil e na Argentina.

Um número expressivo de consumidores ainda acredita que a produção e o uso de papel, cartão e papelão promovem desmatamento, mas houve uma pequena melhora nesse indicador. Na Europa, a parcela dos que acreditam que as florestas do continente estão diminuindo caiu de 60% em 2023 para 56% neste ano. O fato é que as florestas europeias estão crescendo.  Em outras regiões o indicador permaneceu praticamente estável. No Brasil, o percentual da população que acredita que papel desmata era de 71% em 2023 e caiu levemente para 70%. Entre os argentinos, 78 % dos consumidores relacionaram o consumo de produtos de papel ao desmatamento, pequeno acréscimo em relação aos 77% de 2023. Na América Latina papel, cartão e papelão são feitos exclusivamente a partir de árvores cultivadas, de fibras recicladas ou de resíduos como bagaço de cana, ou seja, a sua produção e uso não contribuem para o desmatamento.

“O mito de que papel desmata ainda está profundamente enraizado entre o público em geral. O objetivo de Two Sides é continuar esclarecendo os consumidores sobre a origem renovável da sua principal matéria-prima, a celulose, e sobre a gestão responsável das árvores cultivadas para essa finalidade na América Latina. Two Sides também trabalha para reforçar as práticas de consumo consciente e da reciclagem”, esclarece Fabio Mortara, presidente de Two Sides América Latina.

A pesquisa também revelou um desconhecimento sobre as altas taxas de reciclagem do papel, mas também apontou uma pequena melhoria nessa percepção, Na Europa, um em cada quatro consumidores agora compreende corretamente que mais de 60% do papel é reciclado no continente – um aumento significativo em relação aos 18% registrados em 2023. Já no Brasil esse percentual cresceu pouco – 21% em 2025 contra 20% em 2023. Na Argentina os números foram 19% em comparação a 16% na pesquisa anterior. Na realidade, a taxa de reciclagem de papel no Brasil está em 58% e na América Latina como um todo a média é de 47%. Ou seja, papel é um dos materiais mais reciclados nessas regiões. Embora a reciclagem seja um pilar fundamental da sustentabilidade, o ciclo de vida do papel depende de um equilíbrio saudável entre fibras recicladas e fibras novas. O papel não pode ser reciclado indefinidamente; fibras novas provenientes de fontes renováveis são essenciais para manter a qualidade e a resistência dos produtos de papel.

A preferência em relação às embalagens de papel, cartão e papelão revelou que no Brasil 59% dos consumidores consideram-nas melhores para o meio ambiente. Na Argentina esse número foi 41% e na América do Norte 51% têm essa percepção.

Para Mortara, “os resultados da Trend Tracker Survey 2025 mostram que ainda há muito trabalho de esclarecimento a ser feito para comunicar a história sustentável do papel – desde a origem renovável da sua matéria-prima, passando pela produção com baixos impactos ambientais, até as altas taxas de reciclagem”.

Com a crescente preocupação pública em torno das mudanças climáticas, da poluição e da escassez de recursos naturais, os produtos de papel oferecem uma alternativa baseada em matéria-prima renovável e reciclável. Desde comunicações impressas e embalagens de papel até produtos de higiene do dia a dia, o papel é essencial e, usado de forma responsável, sem desperdícios, pode contribuir para uma vida mais sustentável.

Iniciativas como a campanha Love Paper, desenvolvida por Two Sides, estão ajudando a promover essa mensagem – divulgando inúmeros benefícios ambientais e práticos do papel por meio da mídia, parcerias e conteúdos educativos.

O que é Two Sides?

Fundada em 2008, Two Sides é uma iniciativa global, sem fins lucrativos que divulga os atributos únicos, sustentáveis e atraentes do papel e das embalagens de papel, bem como esclarece equívocos comuns sobre seus impactos ambientais. Two Sides é uma colaboração de empresas de celulose, papel, embalagens, gráficas, editoras, jornais e revistas e opera na Europa, América do Norte e do Sul, África do Sul, Austrália e Nova Zelândia. Papel, cartão e papelão são recicláveis biodegradáveis e provêm de florestas cultivadas.

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O futuro em módulos: a revolução da construção modular na arquitetura

A construção modular vem ganhando cada vez mais espaço como alternativa viável e eficiente na arquitetura contemporânea. Composta por módulos pré-fabricados que são montados fora do canteiro de obras e depois transportados para o local definitivo, essa técnica oferece vantagens como rapidez, economia de materiais e menor demanda de mão de obra.

A ideia não é nova. A origem remonta ao século 19, quando o carpinteiro inglês John Manning criou uma casa modular de madeira para o filho na Austrália. Desde então, o conceito evoluiu e passou a incorporar novos materiais e tecnologias, consolidando-se como uma solução inteligente para as demandas da construção civil moderna.

Durante o século 20, especialmente após a Segunda Guerra Mundial, a construção modular ganhou força como resposta à urgência de reconstrução em diversos países europeus. A industrialização da construção civil tornou-se um marco desse período, permitindo obras mais rápidas, padronizadas e com menor custo.

Um exemplo notório foi o edifício Nakagin Capsule Tower, construído em Tóquio em 1972, que utilizou cápsulas habitacionais modulares acopladas a um núcleo fixo de circulação. A proposta era clara: reduzir o tempo e os recursos aplicados em cada nova unidade habitacional, sem abrir mão da funcionalidade e do design inovador.

No Brasil, a construção modular ainda representa uma parcela pequena do total, com destaque para as edificações em madeira, que somam cerca de 5%. No entanto, esse número tende a crescer à medida que arquitetos, designers e construtores buscam soluções mais sustentáveis e eficientes.

Modelos como o wood frame e o steel frame vêm sendo cada vez mais adotados por proporcionarem alta qualidade e menor impacto ambiental. Além disso, exemplos locais como a Eco Cabanas, no Espírito Santo, demonstram que há mercado e aceitação para esse tipo de inovação, especialmente quando há preocupação com a procedência e certificação dos materiais utilizados.

“A construção modular é, sem dúvida, uma resposta atual aos desafios da sustentabilidade, produtividade e racionalização de recursos. O futuro da arquitetura depende de sistemas mais limpos e inteligentes como esse”, afirma o arquiteto Heliomar Venâncio, fundador da HVenâncio Arquitetura e presidente da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea-ES).

Heliomar Venâncio.

Transformação

O método construtivo também se mostra um aliado no enfrentamento de um dos principais desafios do setor: a escassez da mão de obra na construção civil. Com um sistema industrializado e montagens mais rápidas, a necessidade de profissionais em campo é reduzida. Além disso, as construções modulares permitem maior controle de qualidade, menos desperdício e mais flexibilidade para desmontagem ou expansão futura, tornando-se uma alternativa cada vez mais atraente em tempos de transição ecológica e digital.

Projetos modulares de sucesso têm sido realizados no Brasil e no mundo, como a Casa Contêiner Modular, construída em 15 dias em 2016, o Drinks Bar da Casa Cor 2021 ou o Espaço Digital Influencer, durante a Casa Cor 2024, também na capital capixaba, concluído em apenas dez dias. Internacionalmente, dois marcos da construção modular rápida são o Hospital de Wuhan, erguido em apenas dez dias durante a pandemia, e o Mini Sky City, um arranha-céu de 57 andares construído em 19 dias na China. “Os chineses são os papas hoje no mundo em construção modular”, diz Venâncio. São exemplos que mostram o potencial transformador dessa abordagem, principalmente em contextos que exigem agilidade, economia e sustentabilidade.

Espírito Madeira 2025- As informações acima foram compartilhadas por Heliomar Venâncio durante palestra na edição 2024 da feira Espírito Madeira- Design de Origem. Ele é um dos principais defensores da construção modular no país e estará de volta ao evento em sua terceira edição, de 11 a 13 de setembro, em Venda Nova do Imigrante (ES), trazendo um módulo construtivo. Mestre em Arquitetura e Cidade pela UVV, pós-graduado em Construção Civil pela UFMG e em Engenharia Ambiental pela Universidade Cândido Mendes, Heliomar também foi presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Espírito Santo (CAU-ES), venceu o Prêmio Ecologia do Governo do Estado do Espírito Santo em quatro oportunidades e é autor de cinco livros sobre Construção Civil, entre eles o “Minha Casa Sustentável“. A próxima edição do Espírito Madeira promete trazer ainda mais inovações e debates sobre o futuro da construção sustentável no Brasil. Fique ligado no site: www.espiritomadeira.com.br.

*Seja um patrocinador da Espírito da Madeira! 

Esteja entre as principais empresas e instituições que apoiam esta Feira já consolidada como referência nacional do setor de madeira. Oportunidade única para conectar negócios, elevar conhecimento e cultura nas Montanhas Capixabas. Clique aqui e garanta sua participação como parceiro e apoiador do Espírito da Madeira 2025!

Serviço:

3ª Feira Espírito Madeira- Design de Origem

Dias 11, 12 e 13 de setembro de 2025

Local: Centro de Eventos Padre Cleto Caliman, “Polentão”, em Venda Nova do Imigrante (ES)

Realização: Montanhas Capixabas Convention & Visitors Bureau

Mais informações: www.espiritomadeira.com.br 

Instagram: @espiritomadeiraoficial

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