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Em dois anos, Bracell qualifica cerca de 600 colaboradores e fortalece o mercado de trabalho no interior paulista

A capacitação de colaboradores em Lençóis Paulista, no interior de São Paulo, é impulsionada por parcerias com instituições educacionais

São Paulo, 11 de setembro de 2024 – A Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê que, até 2025, as fábricas no Brasil criarão 497 mil novos postos de trabalho. Para essas posições, o setor vem investindo em treinamento e capacitação dos profissionais, preparando-os para os novos desafios e tecnologias. Um exemplo disso é a Bracell, líder global na produção de celulose solúvel, que conta com cerca de 7 mil colaboradores na unidade de Lençóis Paulista (SP). Em constante expansão, a empresa está gerando oportunidades de emprego em todo o interior de São Paulo. Nos últimos dois anos, por exemplo, a companhia qualificou cerca de 600 profissionais para essas novas vagas.

Instituições de ensino como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o Serviço Social do Transporte e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Sest Senat), e a Fundação Brasileira de Educação no Transporte (Fabet) têm desempenhado um papel crucial nesse aspecto. Elas oferecem cursos à comunidade e aos novos colaboradores da empresa, que, ao ingressarem, são direcionados a treinamentos especializados. Esses programas garantem que os funcionários adquiram as habilidades necessárias para suas funções e integrem-se adequadamente ao ambiente de trabalho.

Um exemplo do impacto positivo dessa capacitação é Elizabete da Silva, que hoje atua como operadora de máquina florestal na Bracell, na região de Botucatu (SP). No passado, Elizabete trabalhou como motorista de Uber, dona de casa e teve uma breve experiência na área florestal. Quando soube da oportunidade de capacitação oferecida pela empresa, não hesitou em enfrentar o desafio. “Sou mãe e tenho cinco filhos. Abracei a chance, dei o meu melhor e estou como operadora de harvester há quase um ano. Estou muito feliz. O emprego tem ótimos benefícios e possibilitou conquistas pessoais também,” comenta.

Ela enfatiza o quanto o formato de ‘treinar’ os profissionais já como colaboradores da empresa é um diferencial. “É um investimento de carreira. O curso é muito bom, temos aulas teóricas e práticas e, depois, a empresa faz o acompanhamento. A gente ganha para aprender! A Bracell é uma empresa muito grande e com oportunidades de crescimento. Tenho o apoio da minha família e quero me desenvolver cada vez mais na área”, destaca.

Thiago Petine, Gerente de Desenvolvimento e Projetos da Bracell em São Paulo, reforça essa visão ao afirmar que apoiar a promoção profissional das comunidades é um dos valores da companhia. “Acreditamos que a capacitação é uma ferramenta que promove a transformação e possibilita um leque de oportunidades. Por isso, investimos em parcerias com escolas, empresas e instituições qualificadas para aprimorar as habilidades técnicas dos nossos profissionais e impulsionar o desenvolvimento das localidades onde atuamos. Nosso compromisso é gerar o crescimento socioeconômico dessas regiões, garantindo que nossos colaboradores e suas comunidades se beneficiem diretamente das oportunidades,” afirma.

Vidas transformadas

Até o momento, cerca de 600 profissionais já participaram dos treinamentos de formação oferecidos pela Bracell. Em 2023, a empresa alcançou números expressivos em seus programas de capacitação: em parceria com a Fabet, foram treinados 157 colaboradores para a condução de caminhões de transporte de madeira, distribuídos em 11 turmas. Com o Senai, a Bracell qualificou 266 colaboradores em operação de máquinas florestais e auxiliares de manutenção, em 15 edições. Além disso, 23 profissionais foram formados em operação de máquinas por meio da parceria com a empresa especializada Contremp.

Em 2024, até o momento, foram realizadas quatro turmas, incluindo a formação de 27 motoristas pela Fabet, 11 operadores de máquinas para a área de estradas e 14 operadores para a colheita. Além das turmas já concluídas, a Bracell tem várias outras formações em andamento ou previstas. Atualmente, estão sendo realizadas 2 turmas com 30 colaboradores para a função de auxiliares de manutenção, uma turma com 15 colaboradores para motoristas polivalentes de caminhões de apoio (abrangendo operações de comboio, pipa, caçamba e guindauto) e mais 3 turmas para motoristas de transporte de madeira, com um total de 45 vagas em formação pela Fabet.

Sobre a Bracell 
A Bracell, líder global na produção de celulose solúvel e especial, se destaca por sua expertise no cultivo sustentável do eucalipto, que é a base para a produção de matéria-prima essencial na fabricação de celulose de alta qualidade. Atualmente, a multinacional conta com mais de 11 mil colaboradores e duas principais operações no Brasil, sendo uma em Camaçari, na Bahia, e outra em Lençóis Paulista, em São Paulo. Além de suas operações no Brasil, a Bracell possui um escritório administrativo em Singapura e escritórios de vendas na Ásia, Europa e Estados Unidos. Para mais informações, acesse: www.bracell.com 

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Suzano abre inscrições para o programa Supervisão Florestal

A Suzano, maior produtora mundial de celulose e referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do eucalipto, está com as inscrições abertas para o Programa Supervisão Florestal, que tem como objetivo atrair talentos para a companhia centenária, com foco no desenvolvimento de lideranças operacionais nas áreas florestais.

São 35 vagas abertas para atuação nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Bahia, Espírito Santo e Maranhão. Somente para MS, são 20 vagas disponibilizadas, sendo 10 para a Unidade Três Lagoas e as outras 10 para Ribas do Rio Pardo. Para participar do processo de seleção, os(as) candidatos(as) precisam ter concluído o curso superior, possuir experiência profissional em campo de no mínimo um ano – operações agrícolas em área de floresta, cana, soja, entre outros –, além de identificação com o setor agro.

Para concorrer às vagas é necessário ter disponibilidade de atuação e viagens nas cidades/estados selecionados. O conhecimento de um segundo idioma, como o inglês, não é obrigatório, e possuir experiência com liderança de equipes e de projetos serão considerados diferenciais.

O processo de seleção é 100% online, e a previsão de início das atividades é em novembro de 2024. Durante um ano, as pessoas selecionadas se prepararão para lidar com os desafios atuais da Suzano e poderão contribuir com o futuro da área Florestal da companhia. Ao longo da jornada, os(as) selecionados(as) terão uma vivência prática em todas as operações florestais, sendo preparados(as) para posição de liderança operacional.

Além de um plano robusto de desenvolvimento, o programa oferece salário compatível com o mercado, assistência médica e seguro de vida, vale-refeição e vale transporte, ou refeitório e fretado nas unidades.

As inscrições para o Programa Supervisão Florestal estão abertas até 17 de setembro e devem ser feitas pelo site: https://jobs.jornadayu.com/job/programa-superviso-florestal-suzano-2024?src=hnt

Sobre a Suzano  

Suzano é a maior produtora mundial de celulose, uma das maiores produtoras de papéis da América Latina, líder no segmento de papel higiênico no Brasil e referência no desenvolvimento de soluções sustentáveis e inovadoras a partir de matéria-prima de fonte renovável. Nossos produtos e soluções estão presentes na vida de mais de 2 bilhões de pessoas, abastecem mais de 100 países e incluem celulose, papéis para imprimir e escrever, papéis para embalagens, copos e canudos, papéis sanitários e produtos absorventes, além de novos bioprodutos desenvolvidos para atender a demanda global. A inovação e a sustentabilidade orientam nosso propósito de “Renovar a vida a partir da árvore” e nosso trabalho no enfrentamento dos desafios da sociedade e do planeta. Com 100 anos de história, temos ações nas bolsas do Brasil (SUZB3) e dos Estados Unidos (SUZ). Saiba mais na página www.suzano.com.br

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Exclusiva – Paulo Cardoso Comunicações lança agenda de eventos 2025, com destaque para um grande e inédito no setor florestal da América Latina

Agenda é pautada em agregar informação e desenvolvimento para a cadeia produtiva com base florestal

O calendário de eventos para este ano ainda nem se encerrou, e a Paulo Cardoso Comunicações (www.paulocardosocom.com.br) acaba de lançar uma agenda trazendo super eventos para 2025, sendo um deles inédito no setor florestal da América Latina. São oportunidades únicas – literalmente – para ampliar networking, fazer benchmarking, e discutir insights no setor e seus segmentos, por meio de temas relevantes e atuais.

Pautando o setor florestal

Os eventos promovidos pela Paulo Cardoso Comunicações, têm a finalidade de contribuir para desenvolvimento de toda a cadeia produtiva com base no setor florestal, através da informação difundida nos encontros e oportunidades de negócios. Serão encontros na modalidade online, proporcionando mais comodidade e praticidade para o público, com temas 100% focados nos segmentos, com a participação de especialistas e profissionais atuantes nas mais renomadas empresas e instituições nacionais e internacionais, estudantes e fornecedores, interessados nos temas abordados.

Em 2025, a Paulo Cardoso Comunicações, estará como apoiadora e de dois grandes eventos do setor de construção civil com madeira sustentável. Todas as mídias sociais da agência estarão voltadas para a divulgação dos eventos: Madeicon e EBRAMEM, que acontecem em maio, em Curitiba (PR). Devido ao apoio dedicado aos eventos, o congresso My Wood Home que seria realizado em maio, foi adiado para 2026. Detalhes logo abaixo.

Agenda de eventos 2025

Madeicon

  • Feira com stands direcionada à indústria, com espaço dedicado a palestras exclusivas para expositores.
  • Área externa disponível para demonstração de casas em madeira e soluções inovadoras.
  • Data e local: 05 a 07 de maio de 2025, na FIEP – Campus da Indústria – Curitiba (PR).

EMBRAMEM

  • Congresso técnico focado na tecnologia de construção com madeira, com 300-400 engenheiros participantes previstos. Já na 18ª edição.
  • Painéis com a participação de 5 palestrantes internacionais.
  • Eventos especiais como o Prêmio Arquitetura e Design com Madeira e o Hackathon.
  • Data e local: 05 a 09 de maio de 2025, no Centro de Eventos da FIEP, Curitiba (PR).

A madeira engenheirada (vigas laminadas, painéis CLT, wood frame) – por se tratar de um material de alto desempenho técnico – está ganhando cada vez mais destaque na construção civil devido aos seus inúmeros benefícios. Além de ser um material sustentável e renovável, permite construções rápidas, arquitetonicamente bonitas e modernas, alinhadas às tendências globais de design. Sua competitividade também se dá pelo excelente desempenho térmico e acústico, tornando-a uma escolha inteligente e eficiente para projetos arquitetônicos de todos os portes. A construção com madeira é, sem dúvida, o futuro – unindo inovação, estética e responsabilidade ambiental. Inscrições e programação dos eventos nos sites: www.madeicon.com.br e www.ebramem18.wixsite.com/ebramem.

Expedição Silvicultura

A grande novidade da agenda 2025, da Paulo Cardoso Comunicações, vai ser a Expedição Silvicultura, evento a ser realizado pela primeira vez na América Latina. Durante 2 meses, equipes de especialistas vão percorrer mais de 40.000 quilômetros pelas principais regiões produtoras em 14 Estados, coletando cerca de 40.000 pontos de controle e 1.000 amostras de inventário florestal. O Expedição Silvicultura é uma parceria da Canopy Remote Sensing Solutions (www.canopyrss.com.br), da Paulo Cardoso Comunicações e Embrapa Florestas e vai acontecer entre os meses de setembro a novembro.

“Esses dados serão utilizados para avaliar a produtividade e a qualidade das florestas plantadas do Brasil”, destaca Fábio Gonçalves, cofundador e CEO da Canopy.

Durante os mais de 70 dias em que as equipes irão percorrer as várias regiões produtivas, serão realizados nove eventos presenciais, começando no dia 10 de setembro em Belo Horizonte (MG), em seguida,  dia 17 em Vitória (ES), e dia 22 em Eunápolis (BA). Já em outubro será a partir do dia 09, em Lucas do Rio Verde (MT), dia 16 em Três Lagoas (MS), dia 22 em Botucatu (SP), dia 27 em Curitiba (PR), e dia 31 em Lages (SC). Porto Alegre (RS) encerra o roteiro, no 07 de novembro.

A equipe de reportagem e vídeo da Paulo Cardoso Comunicações vai acompanhar todo o trajeto da viagem trazendo semanalmente reportagens exclusivas sobre o andamento da expedição. As reportagens serão publicadas nas mídias sociais do Mais Floresta.

Para Paulo Cardoso, CEO da Paulo Cardoso Comunicações e do portal Mais Floresta: “A Expedição Silvicultura é uma forma de fortalecer o relacionamento entre patrocinadores e líderes do setor florestal, criando oportunidades de interação por meio de palestras e rodadas de negócios. Sem contar o vasto e riquíssimo material que será resultado dessa viagem. Mais uma contribuição que estamos dando para a cadeia produtiva de florestas cultivadas”.

Forest Carbon Brasil

No dia 27 de agosto será realizada presencialmente a segunda edição do congresso Forest Carbon Brasil, no mesmo local onde foi realizada a primeira, na Sala São Paulo. “Porque esse é um tema atual, pujante e que ainda merece muita atenção, pois tem novidades acontecendo quase que diariamente. Esperamos repetir o sucesso da primeira edição”, destaca Paulo Cardoso.

Florestas Online

E entre os dias 01 e 05 de setembro vai acontecer a 10ª Edição do congresso Florestas Online, pela primeira vez com o tema Biomassa, Compostagem e Floresta, como “uma forma de também divulgarmos o riquíssimo conteúdo que foi discutido nas palestras do congresso BioComForest para mais profissionais do Brasil e da América Latina, já que a segunda edição do BioComForest só vai acontecer em 2026”, salienta Paulo Cardoso.

Onde acompanhar os eventos?

A Paulo Cardoso Comunicações mantém sempre atualizadas as redes Mais Floresta (www.maisfloresta.com.br), que além de pautar o setor florestal, também divulga agendas de todos os eventos realizados pela empresa. Acompanhe o site oficial, e siga as redes sociais para saber em primeira mão sobre os grandes eventos de 2025! Cada evento também conta com redes sociais próprias, para atualizar o público com as programações completas e notícias específicas de cada área abordada nos encontros.

Para mais informações e como ser parceiro desses grandes eventos, entre em contato com Paulo Cardoso no e-mail paulo@paulocardosocom.com.br (Whatsapp 67-99227-8719) ou com Aline Brandão no e-mail comercial@maisfloresta.com.br (Whatsapp 34-99164-3122).

Escrito por: redação Mais Floresta.

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Como a silvicultura abrirá oportunidades aos agricultores familiares no RS

Indústria de celulose da CMPC, em Barra do Ribeiro, pretende implantar 80 mil hectares de eucalipto na região até 2029, com ampliação dos sistemas integrados de produção

A implantação do projeto Natureza CMPC, que tem como ponto principal a instalação de uma nova fábrica de celulose em Barra do Ribeiro, com capacidade para 2,5 milhões de toneladas anuais de celulose, ampliará a oportunidade de renda e diversificação das propriedades rurais gaúchas.

O município também é sede da Fazenda Barba Negra e de um horto, onde a empresa mantém viveiro de mudas, centro de pesquisas de aprimoramento genético do eucalipto e promove estudos sobre a fauna e flora da região.

Atualmente, a empresa administra cerca de 500 mil hectares de terras no Estado, com plantios florestais e áreas de preservação ambiental.

“Muita gente imagina que, quando entramos em uma área, há só eucalipto. Mas, mas, na verdade, temos 56% de eucaliptos e 44% de áreas de preservação”, esclarece o diretor-geral da unidade Guaíba da CMPC, Antonio Lacerda, que visitou a casa do Correio do Povo, na Expointer.

A multinacional chilena está reforçando ações do programa RS+Renda para estimular o plantio do eucalipto e garantir o suprimento de madeira para unidade. A meta é expandir sua base florestal em 15 mil hectares por ano até 2029 e chegar ao total de 80 mil hectares.

“Este ano, no segundo semestre, vamos injetar R$ 150 milhões na economia gaúcha, através das parcerias, de adiantamentos e dos novos plantios”, adianta Lacerda.

A proposta consiste em agregar a espécie arbórea em propriedades que produzam grãos, como arroz e soja e pastagens.

“O programa oferece a oportunidade ao agricultor de receber três anos adiantados de um valor que pode variar de área para área, dependendo da distância da fábrica”, explica o diretor.

Ao detalhar o programa, Lacerta exemplifica: “hoje, supondo que seja 12 sacas de soja por hectare, a gente adianta esse valor por três anos e se encarrega do plantio da área. Não podemos esperar até a colheita para rentabilizar o produtor rural”, completa.

A renda anual oferecida tem variação equivalente entre 10 e 16 sacas de soja por hectare e o plantio tem base de custo médio de R$ 10 mil por hectare. Os contratos contemplam dois ciclos florestais, perfazendo em torno de 18 anos.

Durante esse período, a empresa também se responsabiliza pelos tratos culturais necessários, especialmente contra formigas e para que gado não se alimente de mudas e rebrotes.

A recomendação da multinacional é que o agricultor inicie o cultivo de eucalipto em 40 hectares para que seja dispensado do licenciamento ambiental.

“Mas, se um grupo de agricultores se interessar e cada um deles plantar de 10 a 15 hectares, fica interessante”, afirma o executivo.

Isso porque o valor final da remuneração depende da distância da floresta plantada e da unidade industrial. “As áreas próximas facilitam a colheita e o transporte”, complementa Lacerda. A empresa oferece diferentes indexadores de rentabilidade, como o quilo vivo do gado, o IPCA ou ao preço médio da soja, divulgado pela Emater/RS-Ascar.

Os planos da CMPC de incluir novos produtores florestais em sua base de fornecedores interessa à Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag-RS). A entidade já se reuniu com a multinacional e com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado para discutir a questão.

Na Expointer, o presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva, novamente encontrou o diretor Lacerda e ambos sinalizaram interesse em aprofundar tratativas para encaixar a agricultura familiar no maior investimento privado da história do RS.

De olho nas exportações

A nova fábrica ampliará a força da CMPC no Rio Grande do Sul, onde a empresa investiu recentemente R$ 2 bilhões para melhorar o processo produtivo e aumentar a capacidade de produção. “Isso faz com que a gente tenha hoje uma segurança do ponto de vista ambiental ainda maior do que tínhamos”, afirma o diretor.

Os aportes resultaram em novo recorde de produção de celulose em julho, atingindo 205.460 admt (sigla em inglês para tonelada métrica seca ao ar, que corresponde a unidade de medida de celulose vendável) e de redução de consumo de água por tonelada de celulose fabricada, que ficou em 22,6m³/admt. “É o segundo mês que batemos recorde sucessivamente, o que nos leva a 2,4 milhões de toneladas de celulose anualizada”, analisa Lacerda.

A nova unidade também deve acrescentar mais 2,5 milhões de toneladas a partir de 2029. Com isso, a companhia chegará a quase 5 milhões de celulose produzidas por ano, 100% destinada à exportação.

O mercado global abrange 270 milhões de toneladas anuais e está em crescimento com a adoção da fibra de celulose em substituição a plásticos, pela maior utilização de produtos de higiene e de celulose na confecção de roupas em substituição a fibras sintéticas. “O Rio Grande do Sul é onde a gente obtém a maior produtividade de madeira do Brasil, em termos de metros cúbicos por ano, podendo chegar a até 20% acima da de outras áreas”, confirma Lacerda. Neste segmento, o Brasil supera os concorrentes globais com vantagens como biotecnologias para produção florestal, condições climáticas e disponibilidade de terras. O Estado ainda se destaca pelas condições edafoclimáticas e pela produção agropecuária. “Temos uma diversidade que outros estados não têm.l. Outro fato é que mais de 40% das áreas onde atuamos são áreas de preservação. Nos nossos 500 mil hectares, mais de 200 mil são áreas de preservação”, pontua.

Informações: Correio do Povo.

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Alerta: oito cidades do estado de São Paulo apresentam focos ativos de incêndio nesta segunda (9)

Defesa Civil decretou estado de atenção para altas temperaturas

O estado de São Paulo tem oito cidades com focos ativos de incêndio nesta segunda-feira (9). No entanto, todo o estado está em situação de emergência devido ao alto risco de incêndios.

Veja a lista abaixo:

  • Pedregulho;
  • Dois Córregos;
  • Mairiporã;
  • Itirapuã;
  • Elias Fausto;
  • Santo Antônio do Aracanguá;
  • São João da Boa Vista;
  • General Salgado.

A cidade de São Paulo registrou a maior temperatura do inverno nesse domingo (8). Os termômetros das estações meteorológicas automáticas do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) registraram uma média de 33,9°C, sendo que a máxima absoluta foi marcada na Freguesia do Ó, com 35,2°C.

Ao longo da semana, o calor permanece e ganha força. Um novo recorde pode ser batido na sexta-feira (13), segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A Defesa Civil, inclusive, decretou estado de atenção para altas temperaturas.

A população deve se manter hidratada, proteger-se do sol, dar preferência a ambientes internos úmidos por meio de vaporizadores, toalhas molhadas e recipientes com água, além de evitar exercícios físicos ao ar livre entre 11 e 17 horas.

Informações: Uol/TV Cultura.

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Recorde no mês: expedição de papelão ondulado totaliza 371.389 toneladas em julho de 2024

O Boletim Estatístico Mensal da EMPAPEL aponta que o Índice Brasileiro de Papelão
Ondulado (IBPO) subiu 8,0% em julho, na comparação com o mesmo mês do ano anterior,
para 165,4 pontos (2005=100).

Em termos de volume, a expedição de caixas, acessórios e chapas de papelão ondulado
alcançou de 371.389 toneladas no mês. Na série iniciada em 2005, este é o maior volume
expedido em toda a série histórica.

Por dia útil, o volume de expedição foi de 13.755 toneladas, uma alta de 4,0% na comparação
interanual, em que julho de 2024 registrou um dia útil a mais do que em 2023 (27 x 26 dias
úteis).

Expedição de Papelão Ondulado
(dados originais em toneladas e variação interanual)

Nos dados livres de influência sazonal, o Boletim Mensal de julho registrou avanço de 2,2% no
IBPO, para 158,1 pontos, equivalentes a 354.179 toneladas. Na mesma métrica, a expedição
por dia útil foi de 13.118, uma queda de 5,4% em relação ao mês anterior. O resultado de julho
devolve a queda observada no mês passado e representa a segunda maior expedição da série,
ficando atrás apenas de fevereiro de 2021 (361.553 toneladas).

Expedição de Papelão Ondulado
(dados dessazonalizados em toneladas e em médias móveis trimestrais)

Para maiores informações entre em contato com empapel@empapel.org.br.

Informações: EMPAPEL / Imagem: divulgação.

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Plano de auxílio mútuo na prevenção de incêndios rurais em SP

Na noite da última terça-feira (03), a Florestar São Paulo, representada pela diretora-executiva Fernanda Abilio, participou de uma reunião do Gabinete de Crises do Governo do Estado de São Paulo, no Palácio dos Bandeirantes. Com a presença do governador Tarcísio de Freitas, representantes de órgãos do governo estadual e de entidades privadas, o encontro foi para tratar dos incêndios rurais ocorridos nos últimos dias. O grande objetivo é formar um plano de auxílio mútuo para prevenir novos focos e atuar no combate de forma orquestrada.

“Foi algo que tomou uma proporão gigantesca em função da estiagem que tivemos. Foi uma combinação de fatores explosivos. Baixíssima umidade relativa do ar, altas temperaturas e ventos fortes”, lembrou o governador.

A expectativa é que a cooperação seja estruturada nos próximos dias com a integração das empresas no Plano de Contingência montado na operação SP Sem Fogo, e possa ser o início de um plano maior de cooperação de resiliência climática.

“A gente aumenta nosso potencial de trabalho. Nosso objetivo é integrar o setor público e o privado, entender as necessidades de cada área e unir a força do estado com a força da iniciativa privada para trazer boas políticas públicas que ajude a população”, disse o coordenador da Defesa Civil de São Paulo, coronel PM Henguel Ricardo Pereira.

A representante da Florestar falou sobre a atuação das empresas associadas na prevenção e combate aos incêndios e disse que o setor está pronto para colaborar. “Nossa entidade é composta por 11 empresas, dentre elas as maiores do setor em nível nacional e mundial. Estas empresas possuem uma infraestrutura de inteligência especializada para prevenção, monitoramento e combate a incêndios rurais”, afirmou Fernanda. Esta estrutura inclui centrais de monitoramento e 66 torres de vigilância equipadas com câmeras. Durante as ocorrências o setor mobilizou aproximadamente 150 caminhões pipa, 500 veículos de combate rápido e de apoio, helicóptero, e mais de 3 mil colaboradores, entre brigadistas e plantonistas.

“Cerca de 70% das ocorrências em que nosso setor atua são áreas de vizinhos, limítrofes aos plantios florestais. Isso demonstra o compromisso do setor, não só para os ativos próprios, mas também com áreas de preservação e propriedades vizinhas”, completou ela. Fazem parte das áreas do setor florestal paulista, cerca de 500 mil hectares protegidos de vegetação nativa. Isto equivale a 9% da área com vegetação natural do estado de São Paulo, que também é monitorada 24 horas por dia, sete dias por semana, pelas empresas de base florestal.

Após a reunião, a representante da Florestar São Paulo conheceu o Centro de Gerenciamento de Emergências da Defesa Civil.

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Bracell é reconhecida pela primeira vez no Prêmio Expressão de Ecologia

Empresa recebeu premiação na categoria Conservação de Recursos Naturais com o Compromisso Um-Para-Um

Como reforço do seu comprometimento crescente com o pilar da sustentabilidade, a Bracell, líder global na produção de celulose solúvel, recebeu o Prêmio Expressão de Ecologia pelo seu “Compromisso Um-Para-Um”, iniciativa inédita no setor de celulose que estabelece a conservação de um hectare de mata nativa para cada um hectare de eucalipto plantado. A premiação, promovida pela Editora Expressão, é a mais antiga do Brasil no segmento ambiental, com reconhecimento do Ministério do Meio Ambiente.

Neste ano, o prêmio, que anteriormente abrangia apenas a cidades do Sul do Brasil, foi estendido para São Paulo, permitindo que a Bracell participasse e fosse premiada pela primeira vez. O projeto da companhia foi selecionado entre mais de 100 iniciativas ambientais dos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A cerimônia de entrega do “Troféu Onda Verde” ocorreu no Costão do Santinho Resort, em Florianópolis (SC), e contou com a presença de diversas lideranças empresariais e especialistas do setor ambiental.

“O Compromisso Um-Para-Um é uma importante iniciativa dentro da estratégia de sustentabilidade da Bracell e está alinhado com os valores fundamentais da companhia. Esse importante reconhecimento só ressalta nossa dedicação com a preservação ambiental e o uso responsável dos recursos naturais”, afirma Marcio Nappo, vice-presidente de Sustentabilidade e Comunicação corporativa da companhia. 

Expansão para o Mato Grosso do Sul

Em julho deste ano, a Bracell ampliou a área preservada pelo Compromisso Um-Para-Um ao assinar um acordo com o governo do Mato Grosso do Sul, comprometendo-se a apoiar a conservação e proteção da biodiversidade em mais de 118 mil hectares do estado, incluindo áreas na região do Pantanal. Este passo está alinhado com o Bracell 2030, agenda de sustentabilidade lançada pela empresa em 2023, que estabelece metas ambiciosas para a conservação ambiental e a mitigação das mudanças climáticas. Até o final de 2023, a companhia já havia atingido 92% da meta estabelecida para o Compromisso Um Para Um – o objetivo é que, até 2025, a meta seja atingida 100%.

Essa expansão reforçou a atuação da Bracell na conservação da biodiversidade para além da área de produção e está totalmente integrada com a visão mais ampla do Bracell 2030. “Continuaremos a investir em iniciativas que reafirmam nosso compromisso com a sustentabilidade e a conservação ambiental, promovendo o equilíbrio entre nossas operações e a preservação dos recursos naturais. Nosso objetivo é contribuir para um futuro mais sustentável e equilibrado para as próximas gerações”, afirma Nappo.

Sobre a Bracell 

A Bracell, líder global na produção de celulose solúvel e especial, se destaca por sua expertise no cultivo sustentável do eucalipto, que é a base para a produção de matéria-prima essencial na fabricação de celulose de alta qualidade. Atualmente, a multinacional conta com mais de 11 mil colaboradores e duas principais operações no Brasil, sendo uma em Camaçari, na Bahia, e outra em Lençóis Paulista, em São Paulo. Além de suas operações no Brasil, a Bracell possui um escritório administrativo em Singapura e escritórios de vendas na Ásia, Europa e Estados Unidos. Para mais informações, acesse: www.bracell.com 

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Sistema de monitoramento de incêndios da Cemig identifica focos de queimadas  em tempo real

Iniciativa tem o objetivo de identificar queimadas e diminuir o tempo de resposta no combate ao fogo com apoio da sociedade

O tempo seco e as mudanças climáticas estão impulsionando a propagação de incêndios e queimadas em todo o país. Sendo uma das principais empresas que investem em tecnologia no país, a Cemig tem um projeto inovador que pode ajudar a combater o fogo, principalmente em áreas de mata e de preservação, o Apaga o Fogo!.

De acordo com Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), até 26 de agosto de 2024, foram registrados 109.943 focos de incêndio, um aumento de 78% em comparação com o mesmo período do ano anterior, quando foram contabilizados 61.720 casos. 

Apaga o Fogo! – parceria da Cemig com as Universidades Federais de Minas Gerais e dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, além da startup Gaia – é uma plataforma online que disponibiliza imagens de florestas em tempo real para usuários cadastrados. Desta forma, a companhia e qualquer voluntário podem identificar focos de fumaça e fogo em sua fase inicial.

O engenheiro de Transmissão da Cemig, Carlos do Nascimento, explica que o Apaga o Fogo! foi criado no ano de 2013, a partir de um programa de Pesquisa e Desenvolvimento da companhia. Em um primeiro momento, a iniciativa foi desenvolvida para monitorar, em tempo real e em caráter experimental, a Reserva Biológica da UFMG, por meio de câmeras instaladas no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-Tec). Depois, o projeto foi ampliado para a mata Serra Verde, em Belo Horizonte; a serra Rola Moça, localizada entre a capital e Brumadinho; e a mata da UniverCemig, no município de Sete Lagoas.

“A intenção é expandir esse sistema de monitoramento, para que o uso da câmera possa contribuir para a preservação ambiental por meio da redução das queimadas em Minas Gerais. Além disso, a plataforma também pretende minimizar interrupções de falta de energia provocadas por incêndios florestais”, comenta o engenheiro. 

No ano passado, o Apaga o Fogo! ultrapassou as fronteiras nacionais e firmou parceria com um site da Espanha. “Isso demonstra o potencial da plataforma, uma vez que é um sistema na internet e pode contemplar várias regiões do país e do mundo. Recentemente, fizemos uma parceria com um pesquisador espanhol que pode auxiliar no combate às nossas queimadas, de forma voluntária, do outro lado do mundo”, detalha.

Ferramenta colaborativa

As imagens do monitoramento do Apaga o Fogo! são processadas por algoritmos de inteligência artificial que podem monitorar, ainda na fase inicial, focos de fumaça e evolução de incêndios. A plataforma também permite a participação de internautas, que podem se cadastrar e auxiliar na identificação precoce dessas queimadas.

“Desta forma, áreas de preservação ambiental são supervisionadas 24 horas por dia, e ainda podem contar com ampla colaboração dos internautas. O objetivo do projeto é reduzir os registros de incêndio e interrupções de energia por meio do compartilhamento inteligente da infraestrutura das redes da Cemig”, destaca Carlos do Nascimento.

Redução no tempo de resposta

Ronnie Gilson Oliveira, voluntário da Brigada Carcará, que fica no Parque do Rola Moça, destaca os benefícios que o Apaga o Fogo! trouxe e como o monitoramento em tempo real ajuda no combate a princípios de incêndios, evitando que uma grande área seja consumida pelo fogo.

“O Apaga o Fogo! revolucionou o sistema de controle de incêndio no Parque da Serra do Rola Moça. Temos o monitoramento por meio do aplicativo nos celulares e também nos computadores da base. Assim, conseguimos ter alguém monitorando a área 24 horas pelas ferramentas disponíveis, que também conta com satélite e grupo no WhatsApp”, explica.

“Quando saí um alerta, vamos ao ponto indicado pela pessoa e, a partir da nossa experiência, conseguimos identificar se é um incêndio em progressão. Isso diminui bastante o nosso tempo de resposta. Assim, conseguimos chegar em menos de 15 minutos no foco do incêndio para poder combatê-lo”, ressalta Ronnie.

Além de combater queimadas no Parque do Rola Moça, o Apaga o Fogo! possibilita o monitoramento de outras regiões e o acionamento de outros órgãos de combate a incêndios.  “Além da minha área, consigo monitorar outros locais e informar o Corpo de Bombeiros ou brigadas de incêndios de outros locais”, completa.  

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Estudo aponta que Brasil precisa fortalecer ações de proteção de florestas para cumprir metas internacionais

Em artigo publicado em revista internacional, pesquisadores do Inpe e do Cemaden discutem desafios e soluções para a redução das emissões de CO2 do país

Sede da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) em 2025 – a primeira a ser realizada na Amazônia –, o Brasil está em um momento crucial. Ainda tem a possibilidade de cumprir suas metas internacionais de redução de emissão de gases de efeito estufa, mas precisa ajustar as ações socioambientais e fortalecer políticas focadas na salvaguarda das florestas e na restauração dos biomas. Esse é um dos principais apontamentos de pesquisa publicada na revista Perspectives in Ecology and Conservation.

Liderado por cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o estudo ressalta a necessidade de controlar o desmatamento ilegal e a degradação dos biomas, incorporando um olhar para florestas secundárias – que crescem após a remoção da cobertura original.

Sugere ainda reforçar e expandir políticas que mantenham os serviços ecossistêmicos. Esse processo deve vir acompanhado de mecanismos consistentes de atração de investimentos para financiar atividades de restauração e pagamentos por serviços ambientais em todos os biomas, incentivando iniciativas de bioeconomia e criando novas áreas de proteção ambiental.

“A pesquisa foi um trabalho conjunto visando mostrar o panorama de desmatamento, degradação e restauração dos biomas e suas relações com as metas globais do Brasil. Destacamos pontos importantes nesse processo para que o país busque o desenvolvimento sustentável”, explica a doutoranda no Inpe e primeira autora do artigo Débora Joana Dutra, bolsista da FAPESP.

Para a bióloga Liana Oighenstein Anderson, orientadora de Dutra e pesquisadora no Cemaden, mesmo quando há medidas preventivas, ainda assim elas têm sido insuficientes frente ao desafio das mudanças climáticas. “É o caso dos incêndios florestais registrados neste ano na Amazônia e no Pantanal.

A prevenção não foi suficiente para conter os números alarmantes. Quando fazemos estimativas como na pesquisa, temos a sensação de sermos extremamente conservadores frente ao que a realidade está mostrando e aos desafios enfrentados”, diz Anderson à Agência FAPESP.

O Brasil vem registrando neste ano recordes de queimadas. Entre janeiro e 4 de agosto, foram 65.325 focos de calor detectados no país, o maior número em quase 20 anos – o mais alto até então havia sido em 2005 (69.184 no mesmo período), segundo dados do Inpe. Os biomas Amazônia e Cerrado são os mais atingidos (28.396 e 22.217, respectivamente).

De janeiro a julho, o Pantanal teve 4.756 focos, o maior desde 1998, início da série histórica. Para o bioma, até o momento, 2020 teve o pior total anual de focos de queimadas.

“Em 2020, os incêndios no Pantanal chamaram a atenção do mundo e levaram a uma série de reações. O Ministério da Ciência e Tecnologia criou, por exemplo, a Rede Pantanal e, em escala local, o Estado de Mato Grosso do Sul instituiu um plano de manejo integrado do fogo. Em 2023, o governo federal lançou um plano de manejo para o bioma e, em abril, Mato Grosso do Sul decretou estado de emergência. Ou seja, houve um conjunto de ações de gestão, de governança, de regulamentação para tentar evitar os incêndios, mas, infelizmente, não foi suficiente. Tivemos avanços. Porém, há necessidade de aperfeiçoamentos na governança, nas estratégias adotadas e no financiamento das ações. É preciso acelerar o passo”, completa Anderson.

Coautor do artigo e pesquisador do Inpe, Luiz Aragão diz que a pesquisa é um alerta para a sociedade sobre questões relacionadas às emissões.

“A sociedade tem de encarar o problema não só do ponto de vista ambiental, mas sim socioeconômico. Está tudo ligado. Isso porque o desmatamento, por exemplo, é indutor do fogo, que por sua vez traz problemas de saúde para a população e degrada a floresta. A floresta desmatada e degradada tem menor potencial de prover serviços ecossistêmicos, como a ciclagem de água e a biodiversidade, que garantem a qualidade de vida das populações locais e têm influência muito grande em atividades econômicas.”

As mudanças no uso e na cobertura da terra (por exemplo, o desmatamento para o uso agropecuário e a degradação florestal) são as principais fontes de emissões do Brasil. Como um dos mais de 190 signatários do Acordo de Paris, firmado em 2005, o país assumiu o compromisso de ajudar a conter o aumento da temperatura média global em até 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais (anos 1850-1900) – marca que já tem sido ultrapassada nos últimos meses.

O acordo, que deve passar por revisão na COP30, prevê que os países definam metas de redução de emissões até 2030, tendo o Brasil se comprometido a diminuir em 53% (comparado aos níveis de 2005). Apesar disso, as emissões de dióxido de carbono (CO2) líquidas (descontadas as remoções) por mudanças no uso e na cobertura da terra dobraram entre 2017 e 2022, segundo o Sistema de Estimativa de Emissão de Gases de Efeito Estufa (Seeg). Em relação à restauração, o Brasil tem a meta de restaurar 12 milhões de hectares de florestas nativas, o que corresponde a quase a área territorial de Portugal.

Dificuldades

A pesquisa aponta que um dos desafios é conter a alta do desmatamento em todos os biomas. Os cientistas destacam o crescimento da remoção de vegetação nativa desde que o país submeteu, em 2016, suas metas do Acordo de Paris, atingindo taxas próximas ou superiores a 2 milhões de hectares ao ano (considerando os seis biomas).

Somente em 2022, foram 2,8 milhões de hectares desmatados, a maior taxa desde 2008, impulsionada principalmente pela destruição da Amazônia e do Cerrado. Isso representaria 23% da meta de restauração do país. Aliado a isso, há um déficit de aproximadamente 16 milhões de hectares em áreas de reserva legal em propriedades rurais que precisam de restauração florestal. Desse total, mais da metade está na Amazônia e outros 25% no Cerrado.

Outro dado destacado pelo estudo é o crescimento de áreas de florestas secundárias, que têm alta capacidade de sequestrar carbono da atmosfera, mas não contam com legislação específica de proteção. De acordo com a pesquisa, 5,46 milhões de hectares de florestas secundárias cresceram no Brasil entre 2017 e 2022 fora de terras públicas – 40% na Amazônia e 36% na Mata Atlântica. Apesar de esse total representar quase metade da meta de restauração do Brasil, a manutenção do sequestro de carbono das florestas secundárias corre risco, já que elas estão suscetíveis a novos desmatamentos e incêndios.

Caminhos

No trabalho, os pesquisadores sugerem medidas a serem adotadas, entre elas o combate ao desmatamento ilegal – fortalecendo o arcabouço legal, ampliando a fiscalização e a responsabilização. Há destaque para a necessidade de medidas de prevenção e a implementação de programas para restaurar áreas de vegetação nativa em larga escala, com a criação de incentivos financeiros para proprietários rurais por meio de pagamentos por serviços ambientais.

Esses incentivos serão importantes, inclusive, para garantir que áreas passíveis de serem desmatadas legalmente permaneçam em pé. De acordo com o estudo, o Cerrado e a Caatinga têm as maiores áreas de vegetação nativa passíveis de desmatamento legal. Para garantir que as florestas secundárias consigam contribuir a longo prazo com o sequestro de carbono, a pesquisa aponta a necessidade de uma legislação nacional que aumente a proteção delas fora das áreas de reserva legal ou de preservação permanente.

“O que está sendo feito atualmente não é suficiente para que nós consigamos mudar. O clima global está diferente. Não será possível resolver problemas ambientais, pressionados pelas mudanças climáticas, usando pensamento do passado. Temos de pensar no futuro”, avalia Aragão.

Por meio da assessoria de imprensa, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima informou que tem adotado medidas para cumprir o compromisso de “desmatamento zero em todos os biomas até 2030”. Entre elas está o programa “União com Municípios”, lançado em abril como parte do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), com R$ 785 milhões destinados a 70 municípios prioritários (até o momento 48 assinaram o termo de adesão).

Outras ações incluem alterações de regras do Conselho Monetário Nacional – como a restrição de crédito rural para proprietários com Cadastro Ambiental Rural (CAR) suspenso, com embargos e imóveis sobrepostos a Terras Indígenas, Unidades de Conservação e florestas públicas não destinadas.

Além disso, o ministério destaca a retomada do Fundo Amazônia, com novos contratos que somam R$ 1,4 bilhão e doações anunciadas que devem chegar a R$ 3,1 bilhões. Para o Cerrado, foi lançado um Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento. Em relação à restauração de florestas, cita o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa, com o objetivo de ampliar e fortalecer políticas públicas, incentivos financeiros, mercados, tecnologias de recuperação e boas práticas agropecuárias, que deve passar por atualização neste ano.

Futuro

Segundo Dutra, os próximos passos da pesquisa estão direcionados para levantar perdas e impactos econômicos da destruição das florestas, aprofundando os dados do trabalho atual.

“Vemos com extrema relevância a valoração dos impactos. Quantificar esses valores vai demonstrar que é muito mais barato prevenir do que reconstruir. O Brasil trabalha com a resposta aos eventos extremos e desastres, mas precisa investir em prevenção”, diz Aragão.

Para Anderson, é importante aprimorar o diálogo entre instituições – federais, estaduais, municipais, do terceiro setor e comunidades locais –, além da necessidade de responsabilização frente à inação ou omissão no desenvolvimento dos planos.

“Nossa capacidade de diálogo ainda é muito limitada, esbarrando em vieses políticos que estão muito aquém do que tecnicamente poderíamos fazer para avançar rapidamente”.

O estudo recebeu apoio da FAPESP por meio de seis projetos (20/15230-5; 20/08916-8; 22/11698-8; 19/25701-8; 23/03206-0; e 20/16457-3).

O artigo Challenges for reducing carbon emissions from Land-Use and Land Cover Change in Brazil pode ser lido em: www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2530064424000245#gs0010r.

Informações: Agência FAPESP.

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