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Exportação de produtos madeireiros mantém mesmo patamar de 2023

Em conversa durante o Podcast WoodFlow, executivo da STCP trouxe números e perspectivas para o último mês do ano

O valor pago pelos madeireiros exportados até outubro de 2024 se manteve estável quando comparado ao mesmo período do ano passado. Entretanto, na análise isolada de alguns grupos de produtos, é possível notar crescimento acima de 13%, que é o caso do compensado de Pinus, por exemplo. 

Os dados foram apresentados durante o décimo primeiro episódio do Podcast WoodFlow pelo Head de Desenvolvimento Estratégico da STCP, Marcelo Wiecheteck. Neste episódio, Gustavo Milazzo, CEO da WoodFlow, também recebeu a Gerente Industrial e Florestal da Imaribo, Mariza Marcon para uma conversa interessante sobre o futuro das serrarias no Brasil.

O que esperar das exportações de madeira de 2024? Durante a conversa, Marcelo explicou que os números não devem ficar muito diferentes dos do ano passado. “Começamos 2024 com uma grande expectativa, já que 2023 não foi um ano bom, se comparado ao período da pandemia. Se pegar o grande número, os principais produtos madeireiros do brasil, eles estão somando aí cerca de 2.8 bilhões de dólares exportados [até outubro]. O que está 1% acima, ou seja, totalmente mantido igual período do ano passado”,  destacou Marcelo. Entre os motivos dessa estagnação está a dificuldade logística do Brasil, que, na opinião dos entrevistados, tem diminuído a competitividade do Brasil, devido às incertezas de embarques e consequente falta de regularidade na oferta para compradores de outros países. 

Mercado interno

Tentando driblar o desaquecimento das exportações de madeira, Mariza destacou que desde meados de 2022, quando o mercado externo deixou de consumir tanta madeira serrada de pinus, a Imaribo adotou uma nova estratégia de vendas, dividindo entre 50% para mercado interno e a outra metade para o externo.

“Mas esse mercado interno que nós atendemos, o seu cliente final é a exportação, que são móveis e molduras. Infelizmente, aqui no brasil a gente ainda não tem essa cultura do uso do móvel de madeira maciça de pinus. No exterior é cultural. Eles preferem, tanto nos Estados Unidos, quanto na Europa e tem um vasto mercado lá fora e é isso que é explorado”, apontou Mariza.

Essa dinâmica adotada pela Imaribo é também a estratégia de outras empresas. Os números de mercado mostram que mais da metade da madeira serrada de pinus produzida no Brasil fica no mercado interno.  Porém, Marcelo destaca que por mais que essa madeira serrada tenha o primeiro mercado interno, depois de beneficiada, como móvel ou moldura, ela é exportada.

“Os grandes números mostram que o Brasil produz cerca de 8,2 milhões de metros cúbicos de madeira serrada de pinus e a maior parte fica no mercado brasileiro para, na sequência, uma exportação de produtos de maior valor agregado. Em números de 2023, trata-se de 5,6m3 de serrado do pinus para o mercado interno e 2,6m3 para a  exportação”, acrescentou. 

Futuro das serrarias

Quando se fala de serrarias no Brasil, ainda é possível encontrar no imaginário popular as estruturas rústicas com aquelas serras circulares e que produziam especificamente com tábuas. Mas com a evolução da tecnologia e sobretudo da exigência do mercado externo por produtos de maior qualidade, o mercado evoluiu. 

“Eu acredito que a indústria ficou estagnada por alguns anos, mas ela está voltando. Há um forte apelo para a reestruturação, tanto tecnologicamente, quanto de qualidade de seus produtos. Muitas serrarias que a gente conhece aqui do brasil já têm uma tecnologia de ponta, mesmo tendo que buscar máquinas e equipamentos fora”, apontou Mariza.

Ela ainda destaca que até mesmo os fabricantes de equipamentos brasileiros estão se desenvolvendo tecnologicamente e complementa: “eu vejo as fábricas de móveis com muita tecnologia, as máquinas de moldura com processos muito automatizados, de qualidade excepcional. Porque essas indústrias exportam tanto Estados Unidos quanto para Europa que são destinos que têm um nível de exigência muito alto. Nós temos muita gente boa e muitas indústrias boas”, destacou.

O futuro das serrarias passa, principalmente, pela evolução tecnológica, com o objetivo de minimizar perdas e aumentar o aproveitamento das toras. E, na opinião da executiva industrial da Imaribo, a sobrevivência se dá na capacidade de agregar valor ao seu produto final. “Na minha opinião, precisamos buscar formas de oferecer ao mercado produtos de maior qualidade e maior valor agregado”, finalizou.

Sobre o Podcast WoodFlow

O Podcast WoodFlow é uma iniciativa da startup de exportação de madeira WoodFlow, e visa debater, uma vez ao mês, sobre o mercado de madeira. O CEO da WoodFlow, Gustavo Milazzo conduz as entrevistas sempre retratando o cenário e o futuro da madeira. O Podcast WoodFlow é o primeiro do país a debater temas do mercado madeireiro e pode ser acessado diretamente no youtube ou nas plataformas de streaming de áudio

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Madeira: exportações mês a mês mostram estabilidade no primeiro semestre de 2024

Apesar de desafios com o custo de produção e transporte (valor dos fretes e disponibilidade dos portos e navios), indústrias relatam uma estabilidade na cartela de pedidos no período

O volume das exportações de produtos madeireiros monitorados se mantiveram estável em junho, na comparação com o mês anterior. A queda de apenas  8% no volume frente a maio é um sinal de que o mercado está se regularizando frente aos desafios logísticos de 2024.  O valor pago pelo montante exportado ficou em 164,7 mi USD, 2% a menos que o mês cinco.

Os dados revelam uma certa estabilidade na exportação de produtos madeireiros nos primeiros seis meses de 2024. “Ao se olhar o histórico de pedidos da indústria, as vendas estão estáveis. O que influenciou muitos embarques foi a situação logística do sul do país, que prejudicou a venda externa”, destacou o CEO da WoodFlow, Gustavo Milazzo. Ao comparar os dados do segundo trimestre de 2024, com o mesmo período do ano passado, os volumes e valores praticados se mantiveram estáveis. A diferença é de -8% em volume e de 1% em valores.

Fonte: WoodFlow com dados ComexStat

Os valores pagos, conforme é possível observar no gráfico, também se mantiveram estáveis entre maio e junho de 2024 (-2%). Já na comparação com o mesmo período do ano passado, há uma ligeira valorização de 17%. Entre os fatores que justificam essa alta é o valor do dólar que fechou o mês de junho em alta, atingindo a maior cotação de R$ 5,58, enquanto em junho de 2023 a moeda chegou a valer R$ 4,77.

“Em contato com os principais exportadores do Brasil, conseguimos dizer que o ano de 2024 tem sido tão desafiador quanto 2023, com relação a custos de produção e desafios logísticos (valor do frete e disponibilidade dos portos e navios). Porém, em sua maioria, as indústrias relatam uma certa estabilidade na carteira de pedidos. O pedido primordial do setor é por uma ação de melhoria nas condições de entrega do produto nos portos e no cliente”, destaca Gustavo.

Produtos em junho

Em junho de 2024, o principal produto exportado foi Madeira Serrada de Coníferas, com 42% do volume total. Em segundo lugar figura Compensado de Coníferas (38%), seguido por Madeira em Tora de Folhosas (14%).

Fonte: WoodFlow com dados ComexStat

Os preços praticados caíram 2% na comparação com maio de 2024. O principal montante pago foi para Compensado de Coníferas (79 mi USD), seguido por Madeira Serrada de Coníferas (59,9 mi USD).

Informações: Woodflow / Imagem destaque: divulgação.

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