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O que a seringueira produz? Conheça mais sobre a árvore amazônica

Na natureza, a seringueira produz látex como mecanismo de defesa contra ferimentos, insetos e microrganismos

seringueira, conhecida cientificamente como Hevea brasiliensis, é uma árvore típica da região amazônica e tem um papel fundamental na produção de borracha natural. O que pouca gente sabe é que o látex tem uma função importante na natureza, e sua produção depende de diversos fatores.

Onde tem seringueira no Brasil?

A seringueira é uma árvore nativa da floresta amazônica, ocorrendo naturalmente em estados como Acre, Amazonas, Rondônia e Pará. Em entrevista à Globo Rural, Paulo explica que a árvore pode atingir até 45 metros de altura e apresentar tronco de até 90 centímetros de diâmetro, geralmente com a base mais larga. A casca é fina, dura e quebradiça, e o látex — branco ou creme — é abundante.

Já as folhas são compostas por três folíolos, com pequenas glândulas visíveis na ponta do pecíolo. Já os frutos, do tipo tricoca, se abrem com força, lançando as sementes pela mata.

Desde que o gênero Hevea foi descrito pela primeira vez pelo naturalista Fusée Aublet, em 1775, muitos pesquisadores vêm se dedicando a compreender melhor essas árvores típicas da Amazônia. Atualmente, esse trabalho continua por meio de pesquisas voltadas à origem e à classificação das espécies, conduzidas pelo Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Evolução do Museu Paraense Emílio Goeldi, em parceria com o Instituto Tecnológico Vale (ITV). O projeto é coordenado pelo Dr. Santelmo Vasconcelos e conta com a participação do pesquisador Paulo Souza.

O que é o látex da seringueira e por que ele é produzido

De acordo com o pesquisador, o látex é produzido por estruturas internas chamadas laticíferos e atua como uma forma de defesa da planta contra ferimentos e microrganismos.

Segundo Souza, o látex é uma emulsão complexa formada por óleos, resinas, ceras, borracha e outros metabólitos secundários da planta, como mucilagem, carboidratos, ácidos orgânicos, íons minerais, enzimas e alcaloides. Essa substância é liberada quando a árvore sofre algum tipo de injúria — como cortes, mordidas de insetos ou queda de folhas — funcionando como um mecanismo de proteção contra agressões externas.

Qual o lucro de 1 hectare de seringueira?

O lucro por hectare de seringueira no Brasil varia conforme a região, práticas de manejo e condições de mercado. Em São Paulo, por exemplo, o Instituto Agronômico (IAC) desenvolveu clones de seringueira que permitem a produção de látex em menor tempo, com produtividade superior a 2.000 kg por hectare, o que representa um aumento de 40% em relação ao clone mais utilizado anteriormente, o RRIM 600.

O Instituto de Economia Agrícola (IEA) estima que, com manejo adequado, a rentabilidade anual por hectare de seringueira pode variar de R$ 5.500 a R$ 7.000. Esses valores são influenciados por fatores como custo de implantação, que pode chegar a R$ 17.483,29 por hectare no primeiro ano, e o preço médio do coágulo de borracha, que foi de R$ 2,94/kg na safra de 2016/17.

Quanto tempo vive uma seringueira?

Paulo explica que a extração do látex só é indicada a partir do quinto ano e meio ou sexto ano de vida da planta, quando o tronco atinge uma espessura adequada para a sangria sem comprometer o crescimento. A partir dessa fase, uma seringueira pode continuar sendo produtiva por até 30 anos, dependendo das condições de manejo. “Esse é o tempo médio de vida útil em cultivos comerciais. Após isso, muitas vezes a árvore é destinada ao aproveitamento da madeira”, explica.

Pode comer seringueira?

Embora o látex não seja comestível — por conter substâncias de defesa que podem ser tóxicas ao organismo humano —, algumas partes da árvore têm usos alimentares em contextos específicos. As sementes da seringueira são consumidas por animais como cutias, tartarugas e tracajás, e também por algumas comunidades indígenas, que as cozinham antes do consumo.

Preservação seringueira

O gênero Hevea inclui cerca de 11 espécies, mas é a Hevea brasiliensis que domina os cultivos comerciais. Paulo Souza ressalta, no entanto, que a introdução de novas cultivares em áreas de floresta pode gerar cruzamentos com espécies nativas e ameaçar a diversidade genética do grupo. “Esses híbridos podem comprometer a adaptação das plantas às condições ambientais da Amazônia, por isso é fundamental manter a conservação das populações naturais”, alerta.

A seringueira, conhecida cientificamente como Hevea brasiliensis, é uma árvore típica da região amazônica e tem um papel fundamental na produção de borracha natural. O que pouca gente sabe é que o látex tem uma função importante na natureza — e que a árvore oferece muito mais do que borracha. Com usos que vão da indústria de tintas à medicina regenerativa, a seringueira ainda representa uma importante oportunidade econômica para agricultores e comunidades da floresta.

Informações: Globo Rural.

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Embrapa faz nova oferta de hastes de clones de seringueira a viveiristas

Produtores de mudas de seringueira inscritos no Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem) terão, já no início de 2024, mais uma oportunidade de adquirir hastes dos clones de seringueira selecionados pela Embrapa para cultivo no Centro-Oeste brasileiro. A Empresa está ofertando lotes de 10 metros de hastes dos clones PB 291PB 311PB 312PB 314PB 324PB 350PB 355PC 119PC 140, PM 10, OS 22RRIM 713RRIM 901RRIM 937 e RRIM 938. As quantidades e valores dos lotes de cada clone estão especificadas neste edital.

Os interessados devem se manifestar pelo e-mail cpac.cigv@embrapa.br com o assunto “Oferta de seringueira 23/24” a partir das 8h do dia 3 de janeiro até as 17h de 30 de janeiro de 2024. No e-mail, devem constar as informações solicitadas no edital. Os produtores serão contemplados por ordem de recebimento dos e-mails até o esgotamento dos lotes. Eles serão comunicados também por e-mail logo após o recebimento, pela Embrapa, dos documentos de solicitação, para que possam ser iniciados os trâmites de aquisição das hastes.

Os clones ofertados apresentam elevadas produtividades de borracha e são indicados para cultivo nas regiões de Goiás e Distrito Federal onde foram testados e em outras com condições de clima e solo semelhantes, com período seco bem definido, o que propicia o escape ao mal-das-folhas causado pelo fungo Pseudocercospora ulei, classificadas como áreas aptas conforme o Zoneamento climático da heveicultura no Brasil.

Para conhecer os resultados das pesquisas realizadas nos locais de teste dos clones selecionados pela Embrapa, acesse as publicações:

Clones de seringueira selecionados para cultivo no estado de Goiás e no Distrito Federal
Desempenho de Clones de Seringueira na Região Centro-Oeste do Brasil
Novos Clones de Seringueira para Cultivo na Região Centro-Oeste do Brasil

Informações: Embrapa Cerrados.

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