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Fitossanidade nas florestas plantadas de São Paulo

12 de maio: Dia Internacional da Sanidade Vegetal

Um dos grandes desafios do setor florestal paulista, e do Brasil, para manter a produtividade, é o controle de pragas. O pesquisador Leonardo Rodrigues Barbosa, da Embrapa Florestas, explica que um inseto é considerado praga quando atinge uma densidade populacional tão alta que causa danos econômicos significativos à uma cultura. “Cada inseto que causa danos econômicos a uma determinada cultura é classificado como praga”, afirma.

Algumas são típicas de árvores cultivadas, como eucalipto e pinus, por exemplo. De acordo com o engenheiro agrônomo Carlos Frederico Wilcken, professor de Entomologia Florestal da Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP – campus de Botucatu, e líder científico do PROTEF (Programa de Proteção Florestal), do IPEF, o monitoramento constante e o uso de técnicas de controle biológico são essenciais para conter o avanço desses organismos.

“As pragas florestais são, em sua maioria, insetos ou ácaros fitófagos, que se alimentam de folhas, troncos ou raízes das plantas. Quando esta população cresce descontroladamente, causa perda de crescimento, redução do volume de madeira e, consequentemente, prejuízo econômico”, explica o professor Wilcken.

O eucalipto, principal gênero de espécies florestais plantadas no Brasil, é, consequentemente, o que está mais exposto ao ataque de pragas. Além das chamadas pragas gerais — como formigas cortadeiras (saúvas e quenquéns) e cupins — que afetam qualquer tipo de plantio, o eucalipto sofre com espécies específicas, como as lagartas desfolhadoras, o Psilídeo de concha (Glycaspis brimblecombei), e o Percevejo bronzeado (Thaumastocoris peregrinus), estes dois originários da Austrália.

“O Psilídeo de concha, por exemplo, já ataca mais de 500 mil hectares por ano no Brasil, gerando perdas de produtividade que chegam a 15% nas áreas atingidas”, alerta Wilcken. Já o Percevejo bronzeado, presente no Brasil desde 2008, causou impactos severos até 2017, especialmente na região central do país, antes da estabilização de sua população com a introdução de inimigos naturais.

Outra praga relevante, segundo o professor, é o Besouro amarelo (Costalimaita ferrugínea), nativo do Brasil, que ataca mudas de eucalipto, em seus primeiros anos de desenvolvimento e tem apresentado crescimento preocupante nos últimos anos.

No caso do pinus, a praga mais conhecida é a Vespa-da-madeira (Sirex noctilio), que está sob controle graças ao uso consolidado de um nematoide parasita, utilizado desde o final dos anos 1980. Contudo, novas ameaças vêm surgindo. “Recentemente identificamos a Sirex obesus, uma vespa que ataca pinus tropicais voltados para a produção de resina, e que ainda está em fase de estudo para desenvolvimento de controle biológico”, afirma Wilcken.

“A base do sucesso no combate a essas pragas está na integração de estratégias e no investimento em pesquisa. A proteção fitossanitária das florestas plantadas é fundamental para garantir a produtividade e a sustentabilidade do setor florestal brasileiro”, conclui o professor Wilcken.

De acordo com o pesquisador Leonardo Barbosa, da Embrapa Florestas, o combate às pragas é um desafio, dado que elas são diversas e sua identificação nem sempre é simples, tornando o manejo das florestas uma tarefa complexa. A compreensão e o monitoramento contínuo dessas pragas são importantes para garantir a saúde e a produtividade das plantações florestais. “Quando uma praga já está em surto, é difícil reverter a situação”, afirma Barbosa.

O controle biológico tem se mostrado uma alternativa promissora, especialmente para evitar surtos. Empresas do setor florestal, tanto as que trabalham com plantios de eucalipto quanto de pinus, têm investido no controle biológico, com programas de sucesso no Brasil.

A engenheira florestal e diretora-executiva da Florestar São Paulo (Associação Paulista de Produtores, Fornecedores e Consumidores de Florestas Plantadas), Fernanda Abilio, lembra que as empresas florestais que fazem parte da associação são extremamente organizadas e levam à risca os programadas de prevenção e controle das pragas. Ela alerta, porém, que a responsabilidade é de todos os silvicultores, desde o pequeno produtor até as grandes empresas. “Para que tenhamos um controle fitossanitário efetivo e seguro é preciso que todos façam a sua parte”, afirma.

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Projeto de Educação Continuada da MS Florestal fomenta a proficiência de alunos em matemática e língua portuguesa

Mato Grosso do Sul, 12 de maio de 2025 – A MS Florestal, empresa genuinamente sul-mato-grossense especializada na área de florestas plantadas, promoveu na última semana o projeto Educação Continuada, que reuniu aproximadamente 100 Formadores e Professores do Ensino Fundamental I da rede pública de Bataguassu, Água Clara, Brasilândia, Santa Rita do Pardo e Presidente Epitácio (SP).

Durante três dias, estiveram presentes os profissionais da área de educação do 1º ao 5º ano de Língua Portuguesa e Matemática de Bataguassu e mais 15 formadores multiplicadores também do Ensino Fundamental I dos municípios citados.

Idealizado pela MS Florestal em parceria com o programa Bracell Social, o projeto Educação Continuada foi criado com o objetivo de fortalecer a aprendizagem e melhorar os indicadores educacionais dos alunos matriculados nas redes públicas de ensino, mais especificamente nos anos iniciais e alavancar os índices de proficiência em lingua portuguesa e matemática, nesta fase.  O evento aconteceu em Bataguassu e faz parte do tripé de ações proposta: formação, avaliação e monitoramento de resultados.

A iniciativa conta com a expertise da Consultoria Associação Bem Comum, de Fortaleza (CE), que traz dentre seus cases o Sucesso de Sobral, também no Ceará, conhecida como município referência em educação, com índices de Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) próximos a 9,8 em todas as suas escolas.

De acordo com Wanessa Miranda, analista de Responsabilidade Social da MS Florestal, o projeto aprimora as práticas educacionais e orienta para uma elaboração de um plano anual de trabalho mais atrativo para os alunos. “Assim, o projeto acaba contribuindo com a elevação do número de crianças alfabetizadas e com maior qualidade”.

Segundo a secretária municipal de Educação de Bataguassu, Nilza Costa Souza Primo, a parceria do evento fez toda a diferença. “A meta é sempre ver nossos alunos alfabetizados e, uma das formas para que isso aconteça de forma eficaz, é inovando. Aos parceiros, estamos juntos para poder somar e aprender juntos. Gratidão para esse momento ímpar em Bataguassu.”

Conforme o secretário de Educação e vice-prefeito de Presidente Epitácio, Raphael Vilela, “a apresentação da proposta e as formações são um avanço para melhora dos nossos índices, tanto no município quanto para as escolas, para as salas e por aluno”.

De acordo com a coordenadora da Escola Municipal Luciano Silvério de Oliveira, de Água Clara, Rosana Mendes, a formação deve agregar bastante no dia a dia com os alunos. “Tenho certeza que vai agregar e tudo que está sendo trabalhando no município de Água Clara, essa formação

vem para complementar e nós esperamos ter um resultado com muitos frutos e muito aprendizado também.”

A pedagoga na Escola Municipal Raimundo Araújo de Santa Rita do Rio Pardo, Simone Rodrigues, a formação deu bastante bagagem aos formadores. “Adquirimos novos conhecimentos e eu quero repassar tudo isso lá para os nossos professores da rede municipal. Acreditando que sempre podemos melhorar a educação com as séries iniciais.”

Já Aline Gracielly Barbosa Lima, coordenadora pedagógica e professora de Brasilândia, afirmou que o curso foi esclarecedor e ampliou nortes. “Está nos dando mais conhecimento na questão das habilidades da Base Nacional Comum Curricular, para direcionar melhor o processo de ensino-aprendizagem das crianças.”

Sobre o Bracell Social

O Bracell Social é o braço de investimento social da Bracell, guiado por três pilares

fundamentais: educação, empoderamento e bem-estar. A iniciativa visa contribuir para o desenvolvimento econômico e a melhoria da qualidade de vida nas comunidades onde a empresa atua. Por meio de 23 iniciativas distribuídas nas três vertentes, a Bracell fortalece práticas educacionais e ambientais, conta com ações de capacitação, empreendedorismo e geração de renda, além de iniciativas de promoção à saúde, cidadania e cultura.

Sobre a MS Florestal

A MS Florestal é uma empresa sul-mato-grossense que fortalece as atividades de operação florestal do Grupo RGE no Brasil, um conglomerado global com foco na manufatura sustentável de recursos naturais. Especializada na formação de florestas plantadas e na preservação ambiental, além do desenvolvimento econômico e social das comunidades onde atua, a MS Florestal participa de todas as etapas, desde o plantio do eucalipto até a manutenção da floresta. Para mais informações, acesse: www.msflorestal.com

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CENIBRA promove atividades de letramento e inclusão durante Semana da Diversidade e Cultura

Respeitar o outro é também reconhecer a riqueza de sua cultura, de sua história e de seu jeito de ser. Com essa premissa, a CENIBRA realizou, entre os dias 5 e 9 de maio, a Semana da Diversidade e Cultura na Fábrica, em Belo Oriente (MG). O evento reuniu apresentações culturais, capacitações direcionadas aos parceiros sociais, exposições de quitandas, artesanato e debates sobre inclusão, equidade e respeito às diferenças.

Durante os cinco dias de atividades, os participantes vivenciaram uma experiência de letramento e sensibilização, explorando a diversidade em seus múltiplos aspectos. Um dos destaques foi a palestra do jornalista e colunista da Folha de São Paulo, Jairo Marques, realizada para 49 profissionais de imprensa da região do Leste de Minas Gerais. Nessa oportunidade, Jairo provocou reflexões sobre os desafios do capacitismo e destacou como a mídia pode contribuir para transformações mais humanas e acessíveis.

“Diversidade não é sobre ‘fazer favor’. Trata-se de garantir que todos tenham acesso, voz e um espaço real de participação”, afirmou Jairo Marques, em conversa com comunicadores do Leste de Minas.

CENIBRA Plural

O programa de Diversidade e Inclusão da CENIBRA busca fomentar um ambiente de trabalho mais acolhedor, seguro e representativo, por meio de ações voltadas à atração e valorização de talentos diversos. O programa conta com cinco grupos de afinidade: Brasis (raça e etnia), Movimento Entrelaços (equidade de gênero), Pessoas Capazes e Determinadas (PCDs), Além das Cores (LGBTQIA+) e O Nós que nós somos (gerações).

Durante a Semana da Diversidade e Cultura, cada grupo apresentou exposições temáticas e dinâmicas instrutivas. Além disso, foi realizada uma live exclusiva para os colaboradores da Fábrica e das regionais florestais, reforçando a mensagem de inclusão e engajamento.

“Falamos sobre diversidade e inclusão com uma abordagem que promove letramento, respeito às diferenças e combate aos preconceitos do cotidiano. É um momento importante para reforçar a cultura da tolerância, da escuta e da empatia. A CENIBRA acredita no aprendizado contínuo e na busca constante pelas melhores práticas”, destaca Débora Jorge, coordenadora de Comunicação Corporativa da CENIBRA e integrante do grupo O Nós que nós somos.

Fortalecimento de vínculos e negócios sociais

A Semana da Diversidade e Cultura também foi uma oportunidade de fomentar negócios, ampliar conhecimentos e fortalecer vínculos com os parceiros sociais apoiados pelo Instituto CENIBRA. Ao todo, 17 associações participaram da feira, expondo e comercializando produtos artesanais e quitutes da gastronomia local. Em parceria com o SEBRAE Ipatinga, os participantes tiveram acesso a capacitações em finanças pessoais, controle de vendas, atendimento ao cliente, autoconhecimento e saúde mental.

“A participação das associações só reforça o nosso compromisso com o desenvolvimento territorial e com a inclusão produtiva. É muito mais do que uma exposição; é um espaço de valorização de trajetórias e de fortalecimento de redes”, ressalta Luciana Teixeira, coordenadora de Desenvolvimento e Diversidade da CENIBRA.

Mais do que uma ação pontual, a Semana da Diversidade e Cultura integra o BioSustentação – plano estratégico de longo prazo da empresa – reforçando o compromisso contínuo da CENIBRA com uma cultura organizacional alinhada às melhores práticas de gestão. Dessa forma, a empresa promove a equidade, o respeito às diferenças e a valorização das pessoas. Nesse contexto, o Instituto CENIBRA atua como agente catalisador de inclusão produtiva, gerador de oportunidades e fortalecedor do diálogo entre as redes comunitárias do território em que atua.

Sobre a CENIBRA

Constituída em 1973 e localizada no Leste de Minas Gerais, a Celulose Nipo-Brasileira S.A. (CENIBRA) opera com uma unidade industrial no município de Belo Oriente (MG), com duas linhas de produção de celulose branqueada de fibra curta de eucalipto e capacidade instalada de 1.200.000 toneladas/ano. A Empresa está presente em mais de 80 municípios mineiros, gerando mais de 7 mil empregos diretos. As operações da CENIBRA geram desenvolvimento socioeconômico e preservação ambiental.

A Empresa está conectada a um esforço global pela sustentabilidade por meio de governança forte, investimento social privado em sua área de atuação, conservação da biodiversidade e fornecimento de matéria-prima sustentável para produtos essenciais para a vida das pessoas.

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Florestar São Paulo e Reflore MS fortalecem diálogo e colaboração interinstitucional

Nesta última quarta-feira (07), representantes da Florestar São Paulo e da Reflore MS estiveram reunidos em Campo Grande (MS) para uma conversa sobre temas comuns e cooperação entre as associações que representam o setor de florestas plantadas em seus respectivos estados.

O encontro contou com a participação de Manoel Browne, presidente da Florestar São Paulo, de Júnior Ramírez, presidente da Reflore MS, e do diretor-executivo da entidade sul-mato-grossense, Dito Mário Lázaro. A reunião permitiu uma troca rica de experiências sobre os desafios e oportunidades enfrentados por ambos os estados, que juntos concentram quase 3 milhões de hectares com florestas cultivadas.

Entre os principais assuntos debatidos estiveram o planejamento e a estruturação de ações preventivas regionalizadas contra incêndios florestais, tema de crescente importância para o setor.

“A intenção é que trabalhemos juntos em temas que são pertinentes aos dois estados, respeitando suas particularidades, mas buscando aprendizados mútuos e construções conjuntas”, comentou Manoel Browne. A visão foi compartilhada por Júnior Ramírez e Dito Mário, que reforçaram o valor da articulação institucional entre vizinhos e oportunidades de avanço para o setor florestal.

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Exclusivo – Sistemas agroflorestais: o caminho da regularização ambiental para os pequenos produtores

*Artigo de Cícero Ramos

O Código Florestal (Lei Federal nº 12.651/2012) estabelece que todo imóvel rural localizado na Amazônia Legal deve manter uma área com cobertura de vegetação nativa, respeitando os seguintes percentuais de Reserva Legal: 80% em áreas de florestas, 35% em áreas de cerrado e 20% em áreas de campos gerais. Nas demais regiões do país, o percentual mínimo é de 20%.

Para as pequenas propriedades rurais — definidas pela Lei da Agricultura Familiar como aquelas com até quatro módulos fiscais — que apresentavam déficit de Reserva Legal anterior a 22 de julho de 2008, data considerada como marco legal, não é obrigatória a recomposição ou regeneração natural dessas áreas. No entanto, quando ocorrem desmatamentos não autorizados após essa data, os pequenos produtores rurais enfrentam dificuldades para a regularização ambiental de suas propriedades.

Essa realidade é recorrente em Mato Grosso e em outras regiões do país, onde essa falta de regularização ambiental compromete o acesso ao crédito rural e expõe os produtores ao risco de sanções, como a possibilidade apreensão da produção. Diante desse cenário, é essencial buscar soluções que conciliem a regularização ambiental com a continuidade da produção agrícola, é fundamental que as políticas públicas levem em conta as particularidades dos pequenos produtores rurais, assegurando que o cumprimento das exigências legais não inviabilize sua subsistência.

Sistemas agroflorestais são formas de uso e manejo da terra no qual árvores ou arbustos são utilizados em consórcio com culturas agrícolas, forragens e/ou integração com animais, promovendo a sustentabilidade e a produtividade, no entanto, ainda não há respaldo legal que permita sua utilização na recomposição da Reserva Legal em áreas desmatadas após 22 de julho de 2008, especialmente em pequenas propriedades rurais.

Uma proposta alinhada aos compromissos do Acordo de Paris (que prevê a restauração de 12 milhões de hectares de florestas no Brasil até 2030) —, seria a proposição de um projeto de lei, por parte do deputados federais, para modificar o Código Florestal (Lei nº 12.651/2012). Essa alteração permitiria o reconhecimento dos Sistemas Agroflorestais (SAFs) como uma forma legítima de recomposição da Reserva Legal nessas pequenas propriedades, com critérios técnicos definidos em regulamento específico.

Para que essa proposta seja viável, é essencial que o poder público, em parceria com instituições privadas, ofereça incentivos financeiros — como linhas de crédito com juros reduzidos — que ajudem a cobrir os custos iniciais da restauração. Parcerias com empresas interessadas em compensar suas emissões de carbono e o apoio a projetos de pesquisa podem fortalecer e expandir essa estratégia. Além disso, a participação de profissionais capacitados, como engenheiros florestais e agrônomos, é indispensável para garantir a eficiência técnica e a continuidade das ações de restauração e produção integrada.

Essa abordagem permitiria alcançar o equilíbrio entre a regularização ambiental e a manutenção da atividade produtiva, oferecendo uma solução prática e sustentável para pequenos produtores, especialmente em estados como Mato Grosso e em assentamentos rurais por todo o país. Ao integrar floresta, lavoura e pecuária em uma mesma área, os Sistemas Agroflorestais promovem o uso eficiente do solo, recuperam áreas degradadas e geram renda para os agricultores.

Sem viabilidade econômica, a recuperação desses passivos ambientais torna-se quase impossível para muitos pequenos produtores, que muitas vezes não dispõem dos recursos financeiros necessários. Por isso, é urgente ir além das diretrizes teóricas e construir um roteiro de implementação realista e acessível. A adoção de SAFs representa uma estratégia eficaz para restaurar a Reserva Legal, pois alia produção agrícola com regeneração ambiental, garantindo renda e segurança para o produtor.

Além de contribuir para a regularização ambiental, essa proposta facilitaria o acesso ao crédito rural e a programas de incentivo, melhorando a qualidade de vida dos pequenos agricultores e promovendo sua inclusão social. A restauração ecológica, inclusiva e econômica representa não apenas uma necessidade, mas uma oportunidade para o Brasil liderar globalmente a transição para um futuro mais sustentável. Essa abordagem pode gerar empregos, renda, produção de alimentos e remover toneladas de dióxido de carbono (CO₂) da atmosfera, unindo a agenda socioeconômica com a mitigação da crise climática

Ao integrar a conservação ambiental à realidade econômica dos pequenos proprietários, o Brasil poderá demonstrar na COP30 seu comprometimento com os objetivos do Acordo de Paris de plantar 12 milhões de hectares de floresta até 2030. Isso mostrará que é possível conciliar desenvolvimento econômico com conservação ambiental, construindo um modelo de restauração que beneficia tanto o meio ambiente quanto as comunidades que dele dependem.


*Cícero Ramos é engenheiro florestal e vice-presidente da Associação Mato-grossense dos Engenheiros Florestais.

Imagem destaque: Portal Embrapa.

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Mato Grosso do Sul bate o martelo: Rota da Celulose tem consórcio vencedor em disputa na bolsa de valores

Ao todo, serão R$ 10 bilhões em investimentos; consórcio vencedor, K&G, fez proposta com maior desconto, 9%, e aporte de R$ 217,3 milhões

Para garantir segurança viária, conforto aos usuários e mais competitividade ao setor produtivo, o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul concedeu na tarde desta quinta-feira (8 de maio) o conjunto de rodovias da Rota da Celulose. O consórcio K&G – encabeçado por K-Infra e Galapagos – foi vencedor do certame, ocorrido na Bolsa de Valores de São Paulo.

O leilão realizado pelo Governo do Estado concedeu as rodovias estaduais MS-040, MS-338 e MS-395 e os trechos das rodovias federais BR-262 e BR-267, totalizando 870,3 km.

Os concorrentes BTG Pactual Infraestrutura, consórcio Caminhos da Celulose (liderado pela empresa XP Infra), Rotas do Brasil S/A e o consórcio K&G Rota da Celulose participaram da disputa. O leilão foi vencido pelo consórcio K&G, que ofereceu um desconto 9% na tarifa de pedágio e aporte de 217.389.913,70.

As empresas K-Infra e Galapagos ficarão responsáveis pela recuperação, operação, manutenção, conservação, implantação de melhorias e ampliação de capacidade do sistema rodoviário pelo prazo de 30 anos.

Ao todo, serão R$ 10,1 bilhões em investimentos, sendo R$ 6,9 bilhões em despesas de capital e R$ 3,2 bilhões em custos operacionais.

Os investimentos ampliam e antecipam melhorias na malha viária. Serão 115 km em duplicações, 457 km de acostamentos, 245 km em terceiras faixas, 12 km de marginais, implantação de 38 km em contornos de municípios, 62 dispositivos em nível, 4 dispositivos em desnível, 25 acessos, 22 passagens de fauna, 20 alargamentos de pontes e implantação de 3.780,00 m² obras de arte especiais. A malha passará ainda a ter 100% de acostamento.

“Este projeto foi discutido nos últimos dois anos, com muitas reuniões e planejamento para chegarmos ao final deste processo no dia de hoje, com empresas que acreditaram na proposta, todas idôneas. Daqui para frente seremos parceiros nos desafios para que o projeto seja feito de maneira exata como foi elaborado”, destacou o governador Eduardo Riedel.

Riedel também comentou que o Governo Federal foi parceiro ao delegar as rodovias BR-262 e BR-267, confiando no Governo de Mato Grosso do Sul e no projeto apresentado. “Esta concessão vai alavancar o desenvolvimento do nosso Estado. Isto demonstra que Mato Grosso do Sul tem grandes oportunidades para diversos segmentos da economia”.

Finalizando sua fala, Riedel ressaltou os bons projetos existentes no Estado para iniciativa privada participar em parceria com o setor público, sendo que a concessão da Rota da Celulose faz parte de uma reconfiguração completa da infraestrutura regional. “Saio Daqui extremamente otimista para construirmos o Estado que sempre sonhamos”.

Já o ministro dos Transportes, Renan Filho, destacou o trabalho de Riedel à frente do Governo do Estado, “com liderança clara e capacidade de diálogo”, frisou. “Faço parte daqueles que concordam que está fazendo o que o Estado precisa fazer para avançar mais rápido, conduzindo pelo caminho correto para melhorar a vida das pessoas e induzir o desenvolvimento econômico”.

Renan Filho ainda prosseguiu afirmando que a sensação ao ver o sucesso do certame é de dever cumprido. “Este mês é o mês de Mato Grosso do Sul na B3. Teremos ainda o leilão da otimização da BR-163, e isso vai somar R$ 25 bilhões em investimentos no Estado. Fico feliz de ver também que estão sendo atraídos novos grupos para esses leilões, como a Galapagos”, finalizou.

Também presente no leilão, a ministra Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) disse que o êxito do certame mostra que este é o Brasil que queremos e este é o Brasil que podemos ter. “Só podemos ter ele [crescendo e investindo] em parceria com a iniciativa privada, com investimentos públicos para dar o suporte de infraestrutura necessário para o seor privado fazer o que sabe fazer de melhor, que é produzir emprego e renda, alavancando o desenvolvimento”, concluiu.

Responsável pela estruturação do projeto, a secretária de Parcerias Estratégicas do Estado, Eliane Detoni, comentou o resultado do leilão. “Essa disputa mostrou que o projeto é robusto, tem segurança jurídica e a previsibilidade necessárias para uma boa execução. Quando se tem competição, quem ganha é o usuário da rodovia. Nosso foco será sempre a qualidade do serviço prestado e modicidade tarifária”.

Head de Private Equity da Galápagos Capital, Rafael Gonçalves afirmou que o consórcio está confiante na execução deste grande projeto. “Estamos comprometidos em fazer com que essa concessão seja um sucesso, e contribua fortemente para a economia de Mato Grosso do Sul e em seu crescimento, assim como no do Brasil”.

Participaram da solenidade o governador Eduardo Riedel, os secretários Rodrigo Perez (Governo e Gestão Estratégica), Guilherme Alcântara (Infraestrutura e Logística) e Eliane Detoni (EPE), e o diretor-presidente da Agems (Agência de Regulação), Carlos Alberto de Assis, além do deputado estadual Pedro Caravina, do presidente do Tribunal de Justiça, Dorival Pavan, e do defensor público-geral Pedro Paulo Gasparini. Já pelo Governo Federal, estavam presentes os ministros Renan Filho e Simone Tebet.

Serviços oferecidos

Para proporcionar mais segurança e eficiência na prestação de serviços aos usuários a concessionária deverá implantar e operacionalizar veículos de inspeção para controle do tráfego, que circularão continuamente no trecho concedido, verificando as condições de segurança na rodovia, prestando auxílio aos usuários, detectando ocorrências e acionando recursos necessários ao atendimento.

O apoio contará com 13 guinchos para socorro mecânico, 13 ambulâncias de atendimento e socorro médico, 5 caminhões-pipa para combate a incêndios, 5 caminhões adaptados para apreensão de animais e desobstrução de pistas e 13 postos de atendimentos aos usuários com estacionamento, sanitários, telefones e área de descanso.

Ao longo das margens das rodovias serão instalados três Postos de Parada e Descanso (PPD). Um posto em cada uma das principais rodovias (MS-040, BR-262 e BR-267) com infraestrutura necessária para proporcionar descanso seguro aos motoristas profissionais de transporte rodoviário de cargas e passageiros.

Os postos serão locais onde caminhoneiros poderão fazer refeições, realizar higiene pessoal ou mesmo descansar depois de muitas horas de trabalho. Essa medida visa promover a segurança nas estradas, reduzir a fadiga dos motoristas, prevenir acidentes e garantir condições adequadas de repouso.

Próximos passos

A partir da publicação do resultado da licitação a empresa tem 60 dias para assinatura do contrato com o Governo do Estado. Após a assinatura será realizada vistoria, arrolamento e assunção de bens. Os procedimentos marcam a transição da concessão e autorizam o início das operações para a empresa vencedora do leilão.

A fiscalização dos investimentos em obras e demais obrigações contratuais será de responsabilidade da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Mato Grosso do Sul (Agems).

Informações: Gov/MS.

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Setor florestal transforma Mato Grosso do Sul em potência verde

Com salto de 471% em áreas plantadas, indústria florestal impulsiona empregos, exportações e atrai megainvestimento de R$ 16 bilhões da Bracell

Mato Grosso do Sul vive uma nova fase de crescimento ancorada no setor florestal, que se tornou um dos principais motores da economia estadual. Resultado de políticas públicas consistentes, incentivos fiscais, qualificação profissional e compromisso ambiental, a silvicultura tem redesenhado o perfil produtivo e industrial do Estado, agora protagonista nacional na produção de celulose e madeira de eucalipto.

De 2010 a 2024, a área de florestas plantadas no Estado saltou de 341 mil hectares para mais de 1,6 milhão — um crescimento de 471%. Nove municípios concentram 87% dessa produção, formando o chamado “Vale da Celulose”, região que já se destaca internacionalmente por sua produtividade, inovação e logística integrada.

Hoje, o Estado é o segundo maior produtor nacional de madeira em tora para papel e celulose e responde por 24% da produção brasileira de celulose. Também ocupa a segunda colocação em área plantada de eucalipto, com 1,4 milhão de hectares, e abriga o maior parque industrial de base florestal do país, com 30 indústrias ativas e mais de 7 mil trabalhadores.

Esse desempenho tem reflexo direto na economia. Em 2023, o setor florestal representou 17,8% do PIB industrial sul-mato-grossense, movimentando cerca de 27 mil empregos diretos e indiretos. As exportações ultrapassaram US$ 1,49 bilhão no período, com destaque para a China, destino de mais da metade dos produtos florestais vendidos pelo Estado.

“Desde 2015, atraímos R$ 125 bilhões em investimentos, sendo R$ 65 bilhões apenas nesta gestão. O setor florestal é um dos motores desse crescimento, baseado em uma política pública séria, orientada pela sustentabilidade e pelo alto desempenho produtivo”, afirmou o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck.

Secretário da Semadesc, Jaime Verruck – Divulgação/GovMS

O protagonismo do setor acaba de ganhar um novo impulso com o anúncio da instalação da primeira fábrica de celulose solúvel do Estado, no município de Bataguassu. O projeto é da Bracell e representa um dos maiores investimentos privados em andamento no país, no valor de R$ 16 bilhões. A unidade poderá operar em duas configurações: produção exclusiva de celulose kraft, com capacidade de até 2,8 milhões de toneladas/ano, ou em modelo misto, incluindo a celulose solúvel — produto de alta pureza usado na fabricação de fibras como viscose, modal e lyocell, largamente utilizadas pela indústria têxtil sustentável.

Para garantir segurança jurídica ao projeto, os secretários Jaime Verruck e Flávio César (Fazenda) assinaram na terça-feira (6) o termo de concessão de incentivos fiscais com a direção da Bracell. Na mesma ocasião, também foram discutidos os avanços no licenciamento ambiental da planta industrial em Bataguassu. O Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) já foi apresentado ao Imasul, com previsão de emissão das licenças prévia e de instalação até dezembro de 2025.

Outro projeto em andamento envolve a expansão da atuação da Bracell em Água Clara, onde a empresa já opera por meio da MS Florestal, com produção de mudas de eucalipto em uma área de 110 mil metros quadrados. Além do impacto econômico, o setor florestal está no centro das políticas ambientais do Estado.

Com metas como a neutralidade de carbono até 2030, definidas em programas como o ProClima e o Plano Estadual de Transição Energética, o Governo aposta na expansão das florestas plantadas como estratégia para reduzir emissões de gases de efeito estufa. Nesse cenário, Mato Grosso do Sul se consolida como referência em desenvolvimento verde, competitivo e sustentável.

Bracell instalará nova indústria de celulose em Bataguassu no Mato Grosso do Sul, com essa em São Paulo na foto. Divulgação/Bracell.

Informações: Capital News.

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Novo sistema produtivo integra pecuária de corte com plantio de teca

Investimento inicial tem retorno em oito anos e rendimento de R$ 4,70 para cada R$ 1 investido

A Embrapa Agrossilvipastoril, de Mato Grosso, está lançando o Sistema Bacaeri – BoiTeca, uma modalidade de integração pecuária-floresta, ou silvipastoril, que consorcia a pecuária
de corte com a silvicultura de teca (Tectona grandis).

A empresa destaca que esse sistema de produção é uma forma de intensificação sustentável, adicionando uma fonte de renda para o pecuarista.

A teca é uma madeira nobre, nativa da Ásia, com grande potencial silvicultural e econômico nas regiões mais quentes do Brasil.

Por meio deste sistema, são cultivadas linhas da árvore em meio à pastagem. Enquanto as árvores crescem, a atividade pecuária é conduzida normalmente. Dessa forma é possível obter renda durante os cerca de 20 anos necessários até se chegar ao ponto de corte.

Embrapa salienta que o gado só precisa sair da área nos 10 a 18 meses iniciais, período no qual é possível fazer uma integração com agricultura, colher o pasto para fazer silagem e feno, ou ainda aproveitar para recuperar a forrageira.

O manejo adequado de desramas das árvores não só possibilita a formação de um tronco reto, com madeira de melhor qualidade, como também permite a maior entrada de luz na pastagem, evitando que haja perdas de produtividade do capim.

Além disso, a sombra projetada pelas copas das árvores melhora o conforto térmico para o gado, permitindo maior ganho de peso.

Maior crescimento de árvores

Sistema Bacaeri – BoiTeca

Pesquisas realizadas pela Embrapa Agrossilvipastoril também já demonstraram que o acesso à sombra beneficia o sistema imunológico e a produção de hormônios sexuais nos bovinos.

O pesquisador Maurel Behling conta que em sistemas ILPF, as árvores plantadas em linha apresentam maior taxa de crescimento do que árvores plantadas em monocultura devido ao chamado efeito bordadura, que é a maior entrada de luz e menor competição por água e nutrientes.

“Uma das vantagens desse sistema é a possibilidade de adicionar renda para o produtor sem se fazer a substituição de um monocultivo (pasto) por outra monocultura (floresta plantada). O objetivo é usar a pecuária como uma forma de expansão do cultivo da teca”, declara o pesquisador.

Primeiros plantios de teca

Os primeiros plantios de teca em sistema silvipastoril em Mato Grosso ocorreram em 2000, nas fazendas do produtor Arno Schneider, em Nossa Senhora do Livramento, na Baixada Cuiabana. Naquela época ele já vislumbrava a possibilidade de diversificar as fontes de renda e produzir carne de uma forma sustentável.

As mudas eram produzidas por sementes e a cada ano a área com o sistema IPF era ampliada. Alguns anos depois, em 2008, a fazenda Bacaeri, em Alta Floresta, que já cultivava teca em monocultura, decidiu iniciar a integração com pecuária para antecipar a geração de receitas.

Naquele momento, já haviam chegado ao Brasil as mudas clonais e a fazenda de propriedade de Antônio Passos foi pioneira na IPF com teca clonal. Assim, com a criação da Embrapa Agrossilvipastoril em Mato Grosso, em 2009, foram iniciadas pesquisas tanto na Fazenda Bacaeri quanto em Unidades de Referência Tecnológica como a Fazenda Gamada (Nova Canaã do Norte), fazenda Brasil (Barra do Garças) e Fazenda São Paulo (Brasnorte).

Origem do nome Bacaeri

O conjunto de informações coletadas nessas áreas permitiu desenvolver as recomendações técnicas necessárias para indicação do sistema produtivo, que recebeu o nome em homenagem à propriedade onde a maior parte do trabalho foi desenvolvido.

“Ter o sistema nomeado Bacaeri, o nome da nossa empresa desde 1983, nos deixa de alguma forma com a impressão de que tomamos atitudes corretas, e fizemos bem-feito, para ter o aval e a aprovação da Embrapa, validando a nossa iniciativa, através do acompanhamento dos técnicos que validam os processos”, pondera o produtor Antônio Passos, da fazenda Bacaeri.

Atualmente, a estimativa da Embrapa é que a área com uso de sistema silvipastoril com teca seja de 4 mil hectares em Mato Grosso. O estado conta com 68 mil hectares com monocultivo da espécie, segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), o que corresponde a 80% dos 84 mil ha com a árvore no Brasil.

Antônio Passos vê grande potencial de expansão do sistema, porém alerta sobre limitações de solo e clima e a necessidade de fazer o manejo adequado.

“A teca é muito exigente e tem um crescimento lento em solos inadequados. Portanto, isso já limita muito as áreas disponíveis. A segunda limitação é a tradição de não investir a longo prazo. Nesse caso, o prazo de retorno é superior a 20 anos, chegando talvez a até 30 anos. O terceiro ponto é a dedicação à silvicultura, principalmente com a poda das árvores, e a atenção para os animais não danificá-las”, enumera Passos.

Parceria e lançamento

O uso da teca em sistemas ILPF foi descrito e detalhado em um capítulo do livro Teca (Tectona grandis) no Brasil, o que despertou interesse da empresa Teak Resources Company (TRC). Uma parceria foi firmada com a Embrapa para validação do sistema produtivo e para divulgação por meio de eventos.

Um desses eventos está previsto para esta quinta-feira (8), na fazenda Duas Lagoas, em Cáceres, Mato Grosso, ocasião em que será feito o lançamento oficial do Sistema Bacaeri – BoiTeca.

Desde que a parceria foi firmada, no ano passado, 350 ha foram instalados em um modelo de parceria com três pecuaristas em Mato Grosso e um no Pará. Os dois estados são o foco da TRC para expansão deste sistema.

“A capacidade atual é de implementar cerca de 2,5 mil ha/ano. Temos produção de mudas suficientes para isso em 2025. Serão 12.500 ha em cinco anos”, afirma o diretor de Relações Institucionais e Pesquisa da TRC, Fausto Hissashi Takizawa.

Segundo ele, inicialmente, pecuaristas mais arrojados e com maior preocupação ambiental são aquelas com melhor aceitação do sistema. Porém, ele já percebe a curiosidade e interesse por parte de pecuaristas mais conservadores que veem nesse sistema uma forma de intensificarem a produção.

“Tendo interesse crescente de pecuarista, área disponível para parceria e recursos financeiros por meio de agente financeiro, a TRC tem condição de ampliar além desses 12,5 mil hectares, podendo chegar a 15 mil ha ou um pouco mais em cinco anos”, afirma Takizawa.

Recomendações técnicas

Sistema Bacaeri – BoiTeca - Mato Grosso
Foto: Gabriel Faria

O Sistema Bacaeri – Boi Teca traz as recomendações técnicas para o produtor que quer utilizar a tecnologia, desde o planejamento da área, definição de espaçamento entre plantas e entre linhas e preparo do berço, até as técnicas de podas e desramas a serem realizadas para garantia de melhor qualidade da madeira.

As recomendações passam também pelo controle de plantas daninhas, formigas e doenças, recomendações nutricionais e cuidados para evitar incêndios na área. Todas essas informações detalhadas podem ser conferidas nos materiais disponíveis aqui.

Adição de renda no sistema teca-pecuária

Pesquisas realizadas pela Embrapa Agrossilvipastoril em Unidades de Referência Tecnológica com sistemas ILPF em Mato Grosso mostraram que as áreas com teca apresentaram os maiores retornos financeiros.

Um dos trabalhos, utilizando dados reais da Fazenda Bacaeri, indicou um retorno de R$ 4,70 para cada R$ 1 investido. Embora o custo inicial seja mais alto, em torno de R$ 3,2 mil por hectare, a pecuária e os desbastes iniciais das árvores permitem o retorno do investimento com oito anos.

A maior receita, no entanto, ocorrerá no corte raso das plantas, entre o 18º e 25º ano do sistema. Com base nos dados da Unidade de Referência Tecnológica (URT) da Fazenda Bacaeri, o Valor Presente Líquido (VPL) foi estimado em R$ 2.854,53 por hectare por ano.

Embora os números sejam atrativos, Behling alerta para o fato de que o lucro só será obtido com a utilização de tecnologias apropriadas, cuidados em todas as etapas do manejo e da cadeia de suprimentos.

“Não basta apenas plantar as árvores de teca de qualquer jeito no sistema integrado e ficar esperando que elas cresçam para que os lucros brotem para o produtor. É necessário investir em tecnologia, insumos adequados, operações corretas e eficientes, constante monitoramento fitossanitário e garantir produtividade e qualidade da madeira ao longo de todo o ciclo de rotação. Se isso tudo não for feito, a decepção será grande”, alerta o pesquisador da Embrapa.

Tecnologia sustentável

Sistemas ILPF, como o Boi Teca, permitem a mitigação das emissões de gases de efeito estufa, além de reduzirem a pressão sobre o corte de madeira em florestas nativas. Ao aumentar a produtividade da pecuária, é possível reduzir a emissão de metano por quilograma de carne. Ao mesmo tempo as árvores estocam carbono em seu tronco, raízes e galhos.

Segundo a Embrapa Agrossilvipastoril, com essas características, esse sistema produtivo pode ser uma das ferramentas do Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis.

Também pode dar a possibilidade de o pecuarista pleitear créditos de carbono e agregar valor à produção por meio de certificações como Carne Carbono Neutro (CCN) ou Carne Baixo Carbono (CBC).

Informações: Canal Rural.

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Suzano registra a maior receita líquida para um primeiro trimestre na história

Resultado reflete câmbio e produção de novas fábricas no MS e nos Estados Unidos

Suzano, maior produtora mundial de celulose e referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do eucalipto, divulga hoje o balanço referente ao primeiro trimestre de 2025 (1T25) com um novo recorde histórico de receita líquida para o período. As vendas totalizaram R$ 11,6 bilhões, alta de 22% em relação a igual período de 2024. O antigo recorde entre janeiro e março havia sido registrado em 2023, com vendas de R$ 11,3 bilhões.

O resultado foi impulsionado principalmente pelo câmbio mais favorável às exportações, pelo aumento do volume de vendas de celulose proporcionado pela nova fábrica de celulose construída em Ribas do Rio Pardo (MS), que iniciou suas operações em julho de 2024, e pelo efeito positivo em volumes e preços do negócio de papéis com a aquisição de fábricas de papelcartão nos Estados Unidos, concluída ao final de 2024. Houve, por outro lado, grande concentração de paradas para manutenção no trimestre, incluindo as linhas de produção das unidades de Três Lagoas (MS), Mucuri (BA) e Aracruz (ES), além da primeira parada programada da Unidade Ribas do Rio Pardo.

As vendas superaram 3 milhões de toneladas, um crescimento de 12% em relação ao primeiro trimestre de 2024. Foram comercializadas 2,7 milhões de toneladas de celulose e 390 mil toneladas de papéis, com alta de 10% e 25%, respectivamente, em igual base de comparação.

O EBITDA ajustado atingiu R$ 4,9 bilhões no trimestre, alta de 7% em relação a igual período de 2024. A geração de caixa operacional totalizou R$ 2,6 bilhões, expansão de 5% na mesma comparação. Na última linha do balanço, o resultado foi positivo em R$ 6,3 bilhões, influenciado pelo impacto contábil da variação cambial na dívida e nas operações de hedge em moeda estrangeira.

“Nosso time entregou mais um trimestre de forte performance, com todos os nossos principais indicadores dentro do planejado”, afirma o presidente da Suzano, Beto Abreu. “Embora a direção da nossa estratégia permaneça inalterada, diante da crescente incerteza macroeconômica global, estamos intensificando o foco em aumentar nossa competitividade e nossa resiliência, de forma a garantir uma condição de geração livre de caixa positiva em qualquer cenário de preço ou câmbio. Nossa disciplina estratégica tem também o objetivo claro de reduzirmos nossa alavancagem ao longo do ano”, completa o executivo.

Em dólares, a relação entre dívida líquida e EBITDA ajustado terminou o trimestre em 3 vezes. No período, a Suzano destinou R$ 2,2 bilhões ao pagamento de juros sobre capital próprio para seus acionistas e investiu R$ 3,6 bilhões em manutenção, modernização e expansão da sua base de ativos.

Sobre a Suzano 

A Suzano é a maior produtora mundial de celulose, uma das maiores produtoras de papéis da América Latina, líder no segmento de papel higiênico no Brasil e referência no desenvolvimento de soluções sustentáveis e inovadoras a partir de matéria-prima de fonte renovável. Nossos produtos e soluções estão presentes na vida de mais de 2 bilhões de pessoas, abastecem mais de 100 países e incluem celulose; papéis para imprimir e escrever; papéis para embalagens, copos e canudos; papéis sanitários e produtos absorventes; além de novos bioprodutos desenvolvidos para atender a demanda global. A inovação e a sustentabilidade orientam nosso propósito de “Renovar a vida a partir da árvore” e nosso trabalho no enfrentamento dos desafios da sociedade e do planeta. Com mais de 100 anos de história, temos ações nas bolsas do Brasil (SUZB3) e dos Estados Unidos (SUZ). Saiba mais na página: www.suzano.com.br

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Congresso Plantações Florestais, promovido pelo IPEF, reforça o papel estratégico do setor e amplia programação em 2025

Com três dias de atividades, evento reúne mais de 120 especialistas em Piracicaba, nos dias 13, 14 e 15 de maio. As inscrições ainda estão abertas e mais de 250 participantes já confirmaram presença

 O Congresso Plantações Florestais chega à sua segunda edição com uma estrutura ainda mais robusta, consolidando-se como o principal ponto de encontro de especialistas, pesquisadores, profissionais e estudantes do setor florestal no Brasil. Promovido pelo IPEF, em parceria com a Ibá, IUFRO e ABTCP, o evento será realizado entre os dias 13 e 15 de maio de 2025, em Piracicaba/SP, e contará com três dias intensos de conteúdo técnico-científico, debates estratégicos, networking e exposição de inovações.

No total, a programação contará com mais de 20 palestras, 25 talk shows, 6 estandes e 150 trabalhos científicos concorrendo a prêmios. Referências nacionais e internacionais da academia e do setor produtivo abordarão os principais desafios e oportunidades das plantações florestais.

O evento, que já conta com mais de 250 inscritos, destaca-se como uma oportunidade única de atualização e networking. A iniciativa tem o patrocínio das empresas UPL, Aperam BioEnergia, BASF, Envu, Katam, Klüber, Plant Science Brasil, Syngenta e Adubos Real.

Além disso, o evento introduziu novidades importantes em relação à edição anterior, como destaca o coordenador geral do Congresso, Prof. Dr. José Otávio Brito: “Esta é a segunda edição do evento e representa uma evolução importante para o IPEF com relação a tudo o que já foi feito nos últimos anos. Nunca tivemos um congresso tão grande e com conteúdo tão diverso e aprofundado, que soma esforços de várias instituições parceiras do Instituto e que vai resultar num encontro de muita relevância para o setor”.

O Congresso Plantações Florestais irá proporcionar aos seus participantes uma oportunidade impar para ampliar conhecimento, contribuindo diretamente para o crescimento profissional de cada um.

As vagas são limitadas e as inscrições podem ser feitas pelo link: https://lets.4.events/congresso-plantacoes-florestais-2025-2%C2%AA-edicao-C16407E76.

O evento será realizado no Pecege, localizado na rua Cezira Giovanoni Moretti, 580 – Santa Rosa, Piracicaba/SP (https://maps.app.goo.gl/xnoHcA5uEmWSU33v9).

 Sobre o IPEF 

O Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (IPEF) é uma instituição sem fins lucrativos, referência nacional em pesquisa e desenvolvimento no setor florestal, com mais de 55 anos de atuação. Com uma forte base técnico-científica, o IPEF promove a integração entre academia, setor produtivo e sociedade, contribuindo para a sustentabilidade e inovação das florestas plantadas no Brasil.

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