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Suzano amplia produção e lidera mercado de celulose em Mato Grosso do Sul

Empresa investe em tecnologia, empregos e inclusão social no estado

A Suzano, maior produtora de celulose do mundo, reforça sua presença em Mato Grosso do Sul com três unidades operacionais – duas em Três Lagoas e uma em Ribas do Rio Pardo. A empresa atingiu uma capacidade total de 5,8 milhões de toneladas anuais, representando quase metade da produção nacional. A inauguração da unidade de Ribas, em 2024, elevou os investimentos para R$ 22,2 bilhões e consolidou o Projeto Cerrado como marco do setor.

O diretor industrial da Regional Sul, Maurício Miranda, destaca que a empresa impacta diretamente a economia local. “A Suzano faz parte da transformação socioeconômica de Mato Grosso do Sul ao longo de 16 anos. Investimos em educação, qualificação, agricultura familiar e fortalecimento do comércio local, sempre alinhados ao princípio de que ‘só é bom para nós se for bom para o mundo’”, disse. Atualmente, são mais de 9 mil empregos diretos e terceirizados, com 27% das vagas da unidade de Ribas ocupadas por mulheres.

No setor industrial, a Suzano é pioneira em sustentabilidade, reutilizando 85% da água captada e gerando 330 MW de energia limpa, suficientes para abastecer mais de 4 milhões de pessoas. Tecnologias como gaseificação de biomassa e transporte por hexatrens reduzem emissões de carbono. A empresa mantém 808 mil hectares de florestas no estado, sendo 250 mil destinados à preservação ambiental.

Além da produção, a companhia investe em inclusão social e agricultura familiar. Em 2024, cerca de R$ 5 milhões foram aplicados em projetos rurais, com apoio à bovinocultura de leite e hortifruticultura em 12 municípios. A construção da unidade de Ribas trouxe ainda R$ 300 milhões em investimentos em habitação e infraestrutura, incluindo 954 casas e melhorias urbanas.

Mato Grosso do Sul, responsável por 35% das exportações nacionais de celulose, deve ampliar essa fatia nos próximos anos. A capacidade instalada no estado deve quase dobrar, chegando a 14,7 milhões de toneladas anuais, impulsionada por novos projetos como os da Arauco e Bracell, que devem iniciar operações entre 2028 e 2030.

Suzano em Três Lagoas e Mato Grosso do Sul

Informações: Capital News.

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Tarifaço de 50% dos EUA ameaça exportações da Suzano

Além da celulose, exportações de mel também são afetadas, e o Ciesp alerta para prejuízos imediatos

📄 A decisão de Donald Trump de impor tarifas de 50% ao Brasil, a partir de 1º de agosto, acendeu um alerta no setor de papel e celulose. Suzano, companhia que nasceu na cidade de mesmo nome e é líder mundial na fabricação de celulose, tem 19% das vendas líquidas destinadas aos Estados Unidos, de acordo com um levantamento do grupo financeiro Goldman Sachs.

Esse percentual é consideravelmente elevado para ser redirecionado rapidamente para outros mercados. A empresa possui contratos de longo prazo com clientes estadunidenses, com exigências de qualidade específicas, o que dificulta mudanças imediatas.

O banco ressalta que, embora estoques locais possam amortecer o impacto por um curto período, o cenário se torna desafiador se a tarifa permanecer: compradores tendem a buscar alternativas com taxas mais baixas, como Chile ou Uruguai.

O Brasil exportou 2,8 milhões de toneladas de celulose de fibra curta para os EUA em 2024, o equivalente a 78% do consumo americano do produto. Para a Suzano, isso representa não apenas a perda de um mercado-chave, mas também a necessidade de rever logística, contratos e preços.

Atualmente com fábricas e escritórios em outras cidades do Brasil, e até mesmo fora do país, a Suzano conta com mais de 50 mil funcionários, entre contratados e terceirizados.

O g1 procurou a fabricante para comentar possíveis impactos com a taxação, mas a empresa não se manifestou.

Para o especialista em investimentos e planejador financeiro Jeff Patzlaff, a Suzano será afetada de diversas maneiras: competitividade no mercado, preços de venda e novas vendas são alguns desses exemplos.

“Para a Suzano, o risco é substancial. A tarifa de 50% compromete diretamente a competitividade da celulose brasileira nos EUA, encarecendo o produto de forma significativa frente a concorrentes de outros países, como Canadá, Chile e Indonésia. Ainda que o Brasil possua uma vantagem estrutural em custo de produção e eficiência logística portuária, uma tarifa dessa magnitude praticamente inviabiliza economicamente novas vendas para o mercado norte-americano, a menos que a empresa absorva parte do custo, o que afetaria sua margem de lucro”, comentou.

Mesmo o redirecionamento das vendas, que poderia ser uma saída para a empresa, não é uma medida fácil, segundo Patzlaff.

“O redirecionamento das vendas dos EUA para outros mercados não é simples, especialmente no curto prazo. A demanda por celulose é relativamente estável, com crescimento mais expressivo vindo da Ásia, especialmente China e Índia, mas exige negociações logísticas, contratos comerciais e, muitas vezes, adequações técnicas do produto às especificações de clientes de outras regiões”, explicou.

Os produtos poderiam ainda perder valor de mercado.

“No mercado global, a tarifa pode distorcer o preço da celulose, com uma queda nas exportações brasileiras para os EUA, há tendência de aumento dos preços naquele país, que buscará fontes alternativas mais caras ou de menor qualidade”, alertou Patzlaff.

“Por outro lado, o desvio da produção brasileira para Ásia e Europa tende a aumentar a oferta nessas regiões, pressionando os preços para baixo, especialmente se a demanda não crescer no mesmo ritmo. O resultado pode ser um ambiente de preços mais voláteis e margens mais apertadas, com impacto inclusive sobre os concorrentes globais da Suzano”, continuou.

O especialista ressalta ainda que para se preparar para um cenário prolongado de tarifas altas, a Suzano precisará adotar uma estratégia de médio a longo prazo.

Entre as possíveis medidas estão a diversificação de mercados, com fortalecimento das operações na Ásia e na Europa, investimentos em produtos de maior valor agregado, como papéis especiais e fibras para têxteis sustentáveis e, eventualmente, a expansão da presença industrial no exterior, o que reduziria a exposição tarifária direta da operação brasileira.

“Acredito que a tarifa de 50% sobre a celulose brasileira representa um desafio de grande magnitude para a Suzano e um sinal de alerta para o Brasil como um todo, num momento em que o país já enfrenta juros elevados, inflação persistente e aumento de riscos geopolíticos. A resposta precisa ser técnica, diplomática e estratégica, com foco em preservar a competitividade da indústria nacional e proteger a balança comercial”, finalizou.

Outros setores

🍯 O tarifaço causou o cancelamento imediato de grandes encomendas de mel orgânico do Piauí, data em que o presidente americano anunciou a decisão. O Brasil é um dos maiores produtores de mel do mundo.

Em Mogi das Cruzes, a MN Própolis, que tem mais de 30 anos de atuação no setor de alimentos funcionais e produtos naturais, afirma que será diretamente impactada pela nova política tarifária.

A empresa ressalta que, embora exporte mel em pequena escala, considera os Estados Unidos e países asiáticos como mercados prioritários na estratégia de expansão internacional. Com essa nova taxação, o custo final do produto brasileiro se eleva consideravelmente, o que pode inviabilizar negociações e levar os importadores a optarem por fornecedores de países com menor carga tarifária.

“Essa medida impacta diretamente o lado econômico das exportações. Mesmo empresas que ainda exportam em menor volume, como a nossa, já sentem o reflexo nos custos e na dificuldade de manter competitividade frente a países concorrentes”, disse a empresa por meio de nota.

O que diz o Ciesp Alto Tietê

🏭 Por meio de uma nota, o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) do Alto Tietê manifestou preocupação em relação à nova tarifa. O comunicado afirma que a medida causa prejuízos concretos e imediatos às relações comerciais, afetando diretamente as forças produtivas, os trabalhadores e toda a sociedade.

“Faltam argumentos concretos em favor dos EUA para uma tarifa de 50% nas importações do Brasil. Não procede a justificativa do presidente estadunidense sobre a balança de pagamentos entre os dois países lhes ser desfavorável, já que apenas na última década o superávit a favor deles foi de US$ 91,6 bilhões no comércio de bens. E se incluído o comércio de serviços, o superávit dos EUA chega aos US$ 256,9 bilhões”, afirma a nota assinada por José Francisco Caseiro, diretor regional do Ciesp Alto Tietê.

Ele ressalta ainda que questões pessoais e ideológicas de governantes não podem prevalecer em relações internacionais entre nações, já que os danos causados são severos e de difícil reparação, colocando em risco o desenvolvimento e o bem-estar do povo.

Na área de abrangência do Ciesp Alto Tietê, de acordo com dados contabilizados pelo Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Derex) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), baseados em informações das regionais do Ciesp, nos primeiros cinco meses deste ano, as exportações se concentraram, especialmente em: papel e cartão; máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos; e máquinas, aparelhos e materiais elétricos.

No mesmo período, as principais compras regionais foram de: máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos; plásticos e suas obras; e produtos químicos orgânicos.

Entre janeiro e maio, os principais destinos das mercadorias do Alto Tietê foram: Estados Unidos (US$ 93,5 milhões), Argentina (US$ 52,7 milhões) e Chile (US$ 24,7 milhões). Já a origem das compras regionais foram: China (US$ 106,9 milhões), Japão (US$ 94,1 milhões) e Estados Unidos (US$ 60,9 milhões).

Informações: G1.

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A nova taxação dos EUA e seus impactos diretos sobre o setor florestal do Paraná

A recente decisão dos Estados Unidos de aplicar tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros atingiu em cheio o setor florestal. Os estados do Sul (Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) respondem por aproximadamente 85% de tudo que é exportado em madeira sólida para o mercado norte-americano, o que gera forte pressão e incerteza no escoamento da produção.

Uma decisão inesperada e inoportuna

Como destacou Fabio Brun, presidente da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE Florestas), o anúncio da nova taxação surpreendeu o setor, especialmente por ocorrer apenas três meses após uma medida semelhante já ter sido aplicada. “O que torna essa decisão ainda mais complicada é o fator surpresa. Não esperávamos  que isso fosse anunciado agora”, afirmou Brun.

Mais do que econômica, a medida é vista como estratégica e política, dificultando uma solução técnica direta. “O Brasil é deficitário na relação com os Estados Unidos. Então, é difícil encontrar uma base econômica concreta para justificar essa medida”, completa Brun. Isso significa que, para reverter essa taxação, será necessária uma articulação diplomática e rápida.

Cadeia produtiva ameaçada

A taxação incide sobre diversos produtos de diversos setores. Dentre os produtos do agronegócio mais vendidos aos EUA, os produtos florestais aparecem em primeiro lugar, com US$ 3,7 bilhões, seguido de cafés (US$ 2 bilhões), carnes (US$ 1,4 bilhão), sucos (US$ 1,1 bilhão) e complexo sucroalcooleiro (US$ 791 milhões).

Confira tudo sobre as importações  dos EUA no setor florestal:

* Maior importador de serrado de pinus do Brasil (37,15%), e o segundo maior importador do Paraná do mesmo produto (30,79%)

* Maior importador de serrado de folhosas e compensado de pinus do Brasil

* Primeiro destino em exportação de compensado de pinus do Paraná

* Principal destino das exportações de paineis reconstituídos de madeira, portas, molduras e móveis do brasil

* Segundo país que mais importa celulose do brasil (14,32% do valor total, seguido da China)

* Segundo país que mais importa papel do brasil (10,26%, seguido da Argentina)

Dados da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham) indicam que os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul representaram 86,5% do total exportado pelo Brasil aos Estados Unidos em 2024.  Juntos, os três estados do Sul exportaram US$ 1,37 bilhão em produtos de madeira para os EUA. Os produtos florestais são o principal produto do setor do agronegócio voltado ao mercado americano.

O Paraná, grande produtor de pinus e exportador de produtos florestais para os Estados Unidos, é um dos mais afetados. Agora, empresas exportadoras precisarão rever custos, redirecionar produtos para novos mercados e reavaliar estratégias em tempo recorde, enquanto aguardam uma resposta do governo federal.

Corrida contra o tempo

Segundo Fabio Brun, o Brasil tem até o limite do dia 1o de agosto para tentar uma solução diplomática que evite o pior. Nesse intervalo, será essencial que governo e setor produtivo atuem em conjunto para construir e executar uma estratégia de negociação com os EUA. Caso contrário, o impacto pode ser profundo, colocando em risco empregos, arrecadação e investimentos em uma cadeia que é vital para a economia nacional.

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BrasPine anuncia férias coletivas para 700 funcionários devido ao tarifaço de Trump

Indústria trabalha com madeira e exporta quase toda a produção de um dos itens que fabrica. Indústria anunciou redução das operações devido à taxa norte-americana

A indústria BrasPine, que trabalha com madeira, anunciou uma redução nas próprias operações e a concessão de férias coletivas para 700 funcionários da fábrica de Jaguariaíva, nos Campos Gerais do Paraná.

Os trabalhadores serão divididos em duas turmas: a primeira sai de férias no dia 28 de julho, por 30 dias, e a outra tira os 30 dias quando os primeiros retornarem. Saiba mais abaixo.

A justificativa é a taxa de 50% que será aplicada a produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos a partir de agosto. O anúncio foi feito pelo presidente Donald Trump em 9 de julho e também preocupa outros setores produtivos do Paraná.

A assessoria de imprensa da BrasPine explica que a indústria trabalha com três segmentos de negócio: mouldings (molduras de madeira), pellets de madeira (uma espécie de pino, feito de subprodutos, que funciona como biocombustível) e florestal (plantação de árvores para uso como matéria-prima).

Quase toda a produção de molduras da empresa é destinada à exportação. De acordo com a assessoria, grande parte vai para os Estados Unidos; por ser uma empresa de capital fechado, números não foram revelados. Os pellets também são exportados; no entanto, a maior parte da produção vai para a Europa, e a venda no mercado nacional é expressiva.

Devido à presença no mercado internacional e frente ao tarifaço de Trump, a empresa optou por tomar algumas medidas emergenciais, “com foco na adequação da capacidade produtiva e na sustentabilidade do negócio”, como justifica.

“Entre essas ações estão a concessão de férias coletivas na unidade de Jaguariaíva (PR) e o reforço nas práticas de controle orçamentário, com priorização de investimentos essenciais e atenção rigorosa à gestão financeira. Essas decisões fazem parte de um plano operacional construído com base em análises de riscos e cenários prospectivos, e foram desenhadas justamente para possibilitar respostas rápidas e estruturadas em situações de alta volatilidade econômica”, explica.

BrasPine emprega cerca de 1,2 mil funcionários em Jaguariaíva (PR) — Foto: BrasPine/Divulgação

BrasPine emprega cerca de 1,2 mil funcionários em Jaguariaíva (PR) — Foto: BrasPine/Divulgação

De acordo com estimativas da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre), o Paraná é um dos principais exportadores de produtos de madeira para os Estados Unidos.

O setor madeireiro gera cerca de 400 mil empregos diretos e indiretos no estado, considerando os trabalhadores florestais e os que atuam em indústrias do segmento, aponta a associação.

A entidade também afirma que, em 2024, o Paraná exportou mais de US$ 627 milhões em produtos florestais. Entre os principais, estão as molduras de madeira, como as da BrasPine, paineis compensados, madeira cerrada e diferentes tipos de celulose, por exemplo.

Trabalhadores de outra fábrica não serão afetados, a princípio

BrasPine emprega cerca de 1,1 mil funcionários em Telêmaco Borba (PR) — Foto: BrasPine/Divulgação

BrasPine emprega cerca de 1,1 mil funcionários em Telêmaco Borba (PR) — Foto: BrasPine/Divulgação

A BrasPine informa que possui, ao todo, cerca de 2,5 mil funcionários. São 1,2 mil em Jaguariaíva, 1,1 mil em Telêmaco Borba, também nos Campos Gerais, 150 trabalhadores florestais e mais 50 nos escritórios que a empresa possui em Curitiba e Porto Alegre.

A princípio, as férias coletivas foram anunciadas apenas para 700 trabalhadores de Jaguariaíva. Parte deles entrará em férias no dia 28 de julho, por 30 dias, e quando eles retornarem o restante sai por 30 dias.

“Nós temos nossos compromissos com os clientes, pedidos a ser produzidos, então não poderíamos parar as duas fábricas; por isso, estamos fazendo as férias em Jaguariaíva, dividindo em duas turmas. […] Ou seja, a fábrica de Telêmaco Borba, por agora, não tem impacto, e a de Jaguariaíva continua operando com quadro reduzido em função da escala de férias”, explicou a empresa ao g1.

Informações: G1.

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Taxação dos EUA frustra setor produtivo de MS e ameaça exportações de carne e celulose

Medida entra em vigor em 1º de agosto e pode gerar perda de mercado, queda de investimentos e pressão sobre preços

A taxação de 50% imposta pelos Estados Unidos frustrou o setor produtivo de Mato Grosso do Sul, que vinha celebrando o aumento nas exportações para o país. No primeiro semestre de 2025, os EUA foram o segundo maior destino dos produtos sul-mato-grossenses, ficando atrás apenas da China.

Dados da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (FIEMS) mostram que, entre janeiro e junho de 2025, o estado exportou US$ 315,9 milhões em produtos para os EUA — aumento de 11% sobre o mesmo período de 2024.

Carne bovina, ferro fundido e celulose — que compõem mais de 80% das exportações de MS para os EUA — estão entre os produtos mais afetados pela nova tarifa. Só as carnes bovinas desossadas e congeladas representaram 45,2% do total exportado neste ano, somando mais de US$ 142 milhões.

A indústria de celulose também demonstra preocupação. De janeiro a junho, as exportações de pasta química de madeira para os EUA ultrapassaram US$ 1,7 bilhão — alta de 65,2% em relação ao mesmo período de 2024.

Segundo Aldo Barigosse, analista de comércio exterior, a perda de competitividade é um dos principais impactos da nova taxação, podendo provocar efeitos em cadeia na economia estadual. Ele explica que, diante do aumento tarifário, parte da carne bovina deverá ser redirecionada a outros mercados, o que pode aumentar a oferta no Brasil e no exterior.

O analista alerta para possíveis impactos na mão de obra e nos investimentos, caso as indústrias comecem a perder mercado. “Podemos ter impacto na mão de obra dessas indústrias e menor investimento, se elas começarem a perder mercado. São reflexos negativos que tendem a atingir o setor produtivo”, alerta.

Com a entrada da medida prevista para 1º de agosto, representantes do setor produtivo e economistas acreditam que ainda há tempo para o Brasil negociar com os EUA e tentar reverter a nova tarifa.

Em abril, o governo Trump já havia elevado tarifas, impondo ao Brasil uma taxa extra de 10% sobre produtos exportados. O valor foi considerado razoável, por estar entre os menores entre países parceiros. Mesmo assim, o Brasil buscava negociar para reverter a medida. Até agora, os EUA fecharam acordos apenas com o Reino Unido e o Vietnã.

Marcelo Bertoni, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), reforçou a urgência da negociação.

“Recebemos uma taxação infundada, que vai trazer pra nós, provavelmente, alguns problemas. Principalmente hoje, os frigoríficos, por exemplo, já saiu das compras, então sabemos como vai abrir o mercado, porque estão fora da compra. Provavelmente só vai abrir mercado na semana que vem com preço bem abaixo do que estava sendo praticado”, afirma.

Barigosse acredita que a pressão empresarial deve crescer para que o Brasil avance nas negociações com os EUA. “Quando entra um produto mais caro pro mercado americano a gente gera também inflação naquele país. O nosso produto chega mais caro lá. O setor produtivo empresarial vai subir o tom para que o governo brasileiro sente com o governo americano para negociar e chegar a um acordo.”

Informações: G1.

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Habilitação de empresa vencedora da Rota da Celulose deve sair na próxima semana

Decisão do STF que devolve BR-393 à K-Infra reacende chances do consórcio vencedor manter contrato

O imbróglio envolvendo a concessão da Rota da Celulose, projeto estratégico para a infraestrutura e logística de Mato Grosso do Sul, pode estar perto do fim. Após semanas de indefinição, o governador Eduardo Riedel (PSDB) declarou nesta terça-feira (8) que a CEL (Comissão Especial de Licitação) tem até a próxima semana para dar uma resposta definitiva sobre a habilitação do Consórcio K&G Rota da Celulose, vencedor do leilão realizado em maio.

“Os prazos estão correndo. Eu acho que semana que vem é o prazo final para a comissão dar retorno para a empresa e para a ANTT, em relação aos questionamentos feitos. Uma vez sendo respondida, vai dar encaminhamento no processo, tá dentro do prazo de resposta”, afirmou o governador, ao ser questionado sobre o andamento do processo.

A Rota da Celulose prevê a concessão de 870 km de rodovias estaduais MS-040, MS-338 e MS-395, além de trechos das federais BR-262 e BR-267. O trajeto corta municípios importantes como Campo Grande, Três Lagoas, Nova Alvorada do Sul, Água Clara, Ribas do Rio Pardo e Bataguassu todos com forte presença da cadeia produtiva da celulose e do agronegócio.

O processo de licitação, conduzido pelo EPE (Escritório de Parcerias Estratégicas), foi arrematado pelo Consórcio K&G Rota da Celulose, formado pelas empresas K-Infra Concessões e Galápagos Participações. O grupo apresentou a proposta mais agressiva do certame: um desconto de 9% na tarifa-teto dos pedágios (R$ 0,19 por km para pista simples e R$ 0,26 para pista dupla), além de um aporte financeiro de R$ 217,3 milhões, superando concorrentes como Rotas do Brasil, BTG Pactual e o Consórcio Caminhos da Celulose (liderado pela XP Investimentos).

No entanto, o avanço do contrato foi interrompido no início de junho, quando a CEL suspendeu os prazos do processo após a anulação, por parte do governo federal, da concessão da BR-393/RJ, conhecida como Rodovia do Aço, operada pela K-Infra. O contrato com essa rodovia era justamente o principal comprovante de experiência técnica apresentado pela empresa no leilão.

A anulação gerou uma disputa administrativa intensa. O consórcio liderado pela XP, segundo colocado, entrou com recurso pedindo a inabilitação da K&G, alegando que o grupo não preenchia mais os requisitos técnicos exigidos pelo edital.

A situação sofreu uma reviravolta em 3 de julho, quando o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), concedeu liminar determinando que a K-Infra reassuma temporariamente a concessão da BR-393. Segundo a decisão, o governo federal violou o direito ao contraditório e à ampla defesa ao romper o contrato sem antes calcular a indenização devida à empresa e sem estabelecer um plano de transição para o trecho.

A liminar restabelece, ainda que de forma provisória, a qualificação técnica da K-Infra, reforçando sua posição no processo da Rota da Celulose. Com isso, a CEL poderá retomar a análise técnica e jurídica da habilitação do consórcio, como confirmou o governador.

Com a decisão do STF em vigor, a CEL deve encerrar nos próximos dias a análise do recurso da XP e avaliar se o consórcio K&G mantém sua habilitação. Se for considerado tecnicamente habilitado, o contrato poderá ser homologado e o projeto, finalmente, iniciado. Caso contrário, a CEL poderá convocar o segundo colocado, o Consórcio Caminhos da Celulose, o que demandaria nova rodada de análise documental e de viabilidade, gerando mais atrasos.

Informações: Campo Grande News.

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Primeiro semestre é marcado por oscilações nas exportações de madeira

Análise da WoodFlow aponta crescimento de 5% em volume e 5,6% em valor, mesmo com quedas mensais sucessivas

O volume das exportações brasileiras de madeira registrou crescimento de 5% no primeiro semestre de 2025, na comparação com o mesmo período de 2024. Em termos de valor, o avanço foi de 5,6%. Os dados são de uma análise realizada pela WoodFlow, que acompanha os principais indicadores de comércio exterior de dez produtos do setor.

Apesar do resultado positivo no acumulado do semestre, o mês de junho apresentou queda de 5% no volume exportado e retração de 3% em valor, em relação a maio. Essa foi a terceira queda mensal consecutiva do ano, após um aumento expressivo de 14% registrado em março. Com isso, o segundo trimestre fechou com crescimento modesto de apenas 2% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Fonte: WoodFlow, com dados Comex Stat

Segundo o CEO da WoodFlow, Gustavo Milazzo, as oscilações refletem as incertezas do cenário internacional. “Em fevereiro, foi anunciado que o mercado de madeira nos EUA poderia ser alvo de novas tarifas de importação. Isso gerou uma corrida para antecipar embarques antes da vigência das taxas. Embora o setor ainda esteja sob investigação e sem aplicação efetiva das tarifas, o clima de incerteza já impactou o volume de pedidos”, explica.

Gustavo também destaca que os conflitos geopolíticos em curso — especialmente na Ucrânia e no Oriente Médio — têm influenciado o comportamento dos compradores internacionais, que estão mais cautelosos e reduzindo volumes diante do cenário global instável.

Destaques de junho

Em junho, os principais produtos exportados foram a madeira serrada de pinus, responsável por 45% do volume total, e o compensado de pinus, com 35%. Em valores, a ordem se inverte: o compensado de pinus lidera, com US$ 64,2 milhões, seguido pela madeira serrada, que somou US$ 56,8 milhões.

Os Estados Unidos seguem como o principal destino do compensado de pinus, com compras que somaram US$ 27 milhões apenas em junho, acumulando US$ 151 milhões no semestre. O mesmo padrão se repete para a madeira serrada, cujas exportações ao mercado norte-americano alcançaram US$ 24,3 milhões em junho e totalizam US$ 143,3 milhões no ano.

Perspectivas para o segundo semestre

Para Gustavo Milazzo, o segundo semestre será desafiador. “O setor industrial está cauteloso, segurando investimentos e voltando a atenção para ajustes internos nas fábricas. A expectativa é de um período de retração”, afirma.

A orientação para os empresários, segundo ele, é clara: “É hora de buscar eficiência produtiva, reduzir custos e diversificar mercados”.

Outro ponto de atenção para o setor é a entrada em vigor do EUDR (Regulamento da União Europeia contra o Desmatamento), marcada para 30 de dezembro de 2025. A nova legislação exigirá a comprovação da origem da madeira, garantindo que ela não esteja associada a áreas desmatadas após 31 de dezembro de 2020.

“Empresários que pretendem manter suas exportações para a Europa devem se antecipar, adequar seus processos e organizar toda a documentação da cadeia de fornecimento de cada produto”, finaliza o CEO da WoodFlow.

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Conheça a bioindústria florestal de Portugal que exporta para 130 países

Conheça a Bioindústria Florestal de Portugal Que Exporta para 130 PaísesGonçalo Almeida Simões, da Biond, representante do setor em Portugal, diz que a floresta é responsável por 13,5 mil milhões de euros em volume de negócios no país

A Floresta Portuguesa ocupa 3,2 milhões de hectares, o que corresponde a 36% do território luso. Esse setor é responsável por 13,5 mil milhões de euros em volume de negócios no país, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE). Empresas de papel e bioenergia, como Altri, DS Smith, Renova e The Navigator Company fazem parte da Biond, uma associação que representa essa bioindústria. Em entrevista à Forbes Portugal, Gonçalo Almeida Simões, diretor-geral da Biond, destaca o papel da entidade.

Segundo Simões, além da importância econômica, essa cadeia se posiciona como estratégica para a coesão territorial em regiões do interior e áreas rurais. Ele completa que, por meio das empresas que integram a entidade, são transferidos, por ano, cerca de 325 milhões de euros (R$ 1,7 bilhão) diretamente para a economia rural dos 18 distritos do continente, evitando o êxodo rural e contribuindo para a geração de empregos e desenvolvimento local.

Qual é o papel da Biond na representação das empresas da cadeia da fibra e celulose florestal?

A Biond é um porta-voz do setor das bioindústrias de base florestal, que representa cerca de 5% do PIB nacional e 10% das exportações portuguesas. Só por esses números, percebemos o papel central do setor, ao evidenciar sua relevância não apenas como motor econômico, mas como um pilar estrutural da balança comercial do país.

Junto a tomadores de decisão empresariais e políticos temos o objetivo de demonstrar que a cadeia do eucalipto, por exemplo, tem sido responsável pela fixação de comunidades e pela criação de emprego e riqueza em regiões particularmente desfavorecidas, o que resulta em elevado impacto na coesão territorial.

Além da dimensão econômica e social, também buscamos transmitir uma visão mais abrangente, que mostre a importância das florestas no contexto ambiental, ao sequestrar carbono da atmosfera e mitigar os impactos das mudanças climáticas. Uma gestão sustentável das florestas evita desastres, desde os incêndios florestais à erosão do solo e à escassez hídrica.

Como a Biond avalia a importância da bioindústria florestal no panorama nacional?

Nossa avaliação é muito positiva. Em 2023, o setor de celulose, papel e papelão alcançou um volume de exportações de 3,1 bilhões de euros (R$ 16,7 bilhões), diante de importações no valor de 1,4 bilhão de euros (R$ 7,8 bilhões). Ou seja, exportamos mais que o dobro do que importamos, mantendo um saldo comercial altamente positivo, com as exportações sendo 2,1 vezes superiores às importações. Esse desempenho continua sendo essencial para mitigar o tradicional déficit da balança de bens portuguesa.

E o impacto é apenas econômico?

Não. Essa é uma cadeia estratégica para a coesão territorial. Por meio das empresas que a integram, são transferidos anualmente milhões de euros diretamente para a economia rural dos distritos do continente. Esses resultados confirmam a importância do setor como uma bioindústria do futuro, sustentável, exportadora e enraizada no território.

Leila Melhado/Getty Images
Em 2023, o setor florestal alcançou um volume de exportações de 3,1 bilhões de euros

Quais são os principais desafios e oportunidades que essa indústria enfrenta hoje em Portugal?

Existem oportunidades de crescimento em termos de produtos de nova geração, mas o grande desafio, no momento, é a matéria-prima. Não porque não tenham áreas suficientes em Portugal, mas porque ela está limitada, do ponto de vista legislativo. Isso diz respeito a novas plantações, porque o desmatamento que está sendo realizado não está sendo compensado por novas áreas que permitam à indústria depender exclusivamente da matéria-prima nacional. Há muitas áreas florestais abandonadas e sem sinais de manejo em Portugal, que precisam de incentivos públicos. Do ponto de oportunidades, o setor florestal deve continuar a gerar empregos e a fomentar a bioeconomia.

Qual o volume de investimento realizado no setor?

A Biond, entre 2019 e 2025, já investiu 20 milhões de euros (R$ 108,2 milhões), beneficiando quase 100 mil hectares e 10 mil produtores florestais. Mas, para ampliar esse esforço em escala nacional, replicando o sucesso desses programas, é necessária a intervenção do Estado. O governo tem declarado considerar fundamentais os serviços de ecossistema gerados pela floresta, identificando o bom manejo como peça essencial para a resiliência aos incêndios.

Para isso, é preciso trazer mais valor econômico para a floresta, por meio da gestão ativa de proprietários que muitas vezes abandonaram suas terras. O potencial de uma floresta com três milhões de hectares em Portugal, mas em que apenas uma pequena parte apresenta sinais de manejo, requer sinergia entre o setor público e privado.

A Biond já apresentou diversas propostas nesse sentido. Essa é uma das nossas principais motivações, que nos faz trabalhar de norte a sul do país, durante todo o ano, para demonstrar a tomadores de decisão e proprietários que é possível avançar, bastando replicar o que já é feito pelos programas operacionais. Esses são exemplos comprovados de boa gestão, com operações florestais que vão desde a limpeza à adubação, correção de densidade e reflorestamento. Sem políticas públicas eficazes, a floresta não poderá continuar sendo um motor de desenvolvimento sustentável.

De que forma a cadeia da fibra e celulose florestal contribui para o desenvolvimento das comunidades locais?

Essa indústria gera uma cadeia de valor completa, que abrange desde o plantio de árvores até a exportação do produto final. Trata-se de uma cadeia bastante integrada que, ao longo dos anos, tem abastecido Portugal com produtos renováveis, além de exportar para mais de 130 países.

A cadeia é um pilar fundamental da nossa bioeconomia. Quando os recursos da floresta são devidamente manejados, gera valor econômico e ambiental. O crescimento sustentado do setor é a prova concreta do trabalho de excelência das empresas nacionais, com foco em inovação e sustentabilidade.

Há um impacto social importante, certo?

Sim. Uma economia rural, local, formada por inúmeras comunidades, produtores, madeireiros e agricultores, depende diretamente dos recursos florestais para sua subsistência e cultura. E, ao promover um manejo sustentável, garante-se a essas populações meios de vida dignos.

Existem estratégias específicas para reforçar o emprego e a qualificação profissional no setor?

Temos o compromisso de unir esforços e iniciativas entre associadas, parceiros e demais interessados em impulsionar a bioindústria florestal. Desde já, cabe a nós divulgar as áreas profissionais nas quais o setor tem mais carência. Dou como exemplo a engenharia florestal, uma profissão que raramente é destacada, mas que oferece desafios extraordinários.

Em março, participamos da Futurália, evento de referência para sensibilizar o público nesse sentido. E percebemos grande interesse e adesão, com preocupação em buscar alternativas às áreas tradicionais, que já estão sobrecarregadas.

Outro projeto que vale destacar é o Advance Forest, uma iniciativa dedicada a capacitar operadores de máquinas florestais, de diferentes regiões, para qualificar e atualizar competências que lhes permitam atender às demandas do setor.

Esse projeto tem dois pilares principais: tecnologias avançadas nas operações florestais e boas práticas na gestão de uma floresta sustentável. Estudantes que buscam oportunidades de emprego garantidas e especialistas que querem novos desafios têm nas bioindústrias uma escolha certa, já que atualmente a oferta de vagas supera a demanda, sendo que a tecnologia e a sustentabilidade são componentes essenciais dessas carreiras.

Como a Biond promove práticas sustentáveis na gestão florestal?

O futuro do país depende de como tratamos nossos recursos naturais hoje. Esse é um dos grandes desafios que assumimos. A floresta é um ativo essencial para garantir um futuro próspero e equilibrado. Em Portugal, onde os biomas florestais representam 36% do território nacional, enquanto as cidades ocupam apenas 5%, o manejo inteligente desses recursos pode impulsionar a economia e garantir bem-estar às próximas gerações.

Queremos transmitir a mensagem de que a floresta é um ativo estratégico que, quando gerido com responsabilidade, pode garantir prosperidade econômica, equilíbrio ambiental e justiça social. Dito isso, é necessário que o compromisso com a sustentabilidade seja, de fato, incentivo para a implementação de políticas públicas eficazes, por meio do estímulo à bioeconomia e da promoção de uma cultura de preservação e uso consciente da floresta.

Phil Clarke Hill/In Pictures Ltd./Corbis/Getty Images
A floresta fornece matéria-prima de origem natural e renovável

O setor enfrenta desafios relacionados a incêndios florestais e à biodiversidade. Quais medidas estão sendo adotadas para garantir a resiliência das florestas?

Reconhecemos plenamente os desafios cada vez maiores impostos pelos incêndios rurais e pela necessidade de preservar a biodiversidade. Diante dessa realidade, nossos associados vêm implementando uma estratégia integrada para aumentar a resiliência das florestas. Uma floresta plantada e manejada tem resistência muito maior ao fogo. Sabemos que essa área, beneficiada pelos programas operacionais, é quatro vezes mais resistente ao fogo do que uma floresta sem intervenção.

Em primeiro lugar, investimos em um manejo baseado em dados científicos e tecnologias digitais, que nos permite monitorar em tempo real o estado das áreas florestais e antecipar riscos. Por meio de sistemas de alerta precoce e do uso de inteligência artificial, conseguimos agir preventivamente contra incêndios.

Em segundo lugar, há investimento na diversificação das espécies e no aprimoramento das variedades mais adaptadas às novas condições climáticas. Como essa já é uma realidade e as secas se tornaram constantes, e considerando nossa proximidade com o continente africano, é fundamental termos florestas adaptadas aos desafios climáticos.

Além disso, existe uma colaboração estreita com comunidades locais, órgãos públicos, associações e centros de pesquisa. Apenas uma abordagem conjunta permite enfrentar ameaças complexas como as mudanças climáticas. Nossa visão é clara: florestas saudáveis e produtivas são essenciais não apenas para o setor, mas para o bem-estar ambiental e social de todo o país. A floresta gera bens públicos e, por isso, deve ser alvo de investimento público.

O que se espera para a evolução da cadeia da fibra e celulose florestal nos próximos anos?

A disponibilidade de matéria-prima é condição essencial para que a cadeia da fibra e celulose florestal continue se afirmando como um setor estratégico para uma economia mais circular, descarbonizada e voltada à bioeconomia, ao combinar produtividade, sustentabilidade e forte enraizamento no território. Nos próximos anos, se for garantido o abastecimento nacional, esperamos uma evolução sustentada, alavancada por três grandes vetores: inovação, sustentabilidade e internacionalização.

De que forma isso será possível?

A floresta fornece uma matéria-prima de origem natural e renovável que, além de capturar carbono, permite produzir soluções sustentáveis para substituir materiais de origem fóssil, como plásticos e derivados do petróleo. Produtos à base de fibra florestal, como embalagens, têxteis ou biomateriais, já são alternativas viáveis e competitivas para diversos setores.

Além disso, essa é uma cadeia com forte integração na economia circular. Todos os subprodutos do processo produtivo são valorizados, seja como energia renovável ou matéria-prima para outros setores. E apostamos continuamente na eficiência energética, no reuso de água e na redução de resíduos.

A transição energética e as exigências ambientais cada vez maiores por parte de consumidores e reguladores estão acelerando o investimento em processos de produção mais eficientes e com menor pegada de carbono. A indústria nacional já tem se destacado nesse campo, e acreditamos que continuará na linha de frente da inovação sustentável. Também vemos potencial para fortalecer nossa competitividade internacional.

O setor de celulose e papel já é um dos principais exportadores portugueses e tem todas as condições para crescer com base em valor agregado, tecnologia e gestão responsável dos recursos. Paralelamente, essa cadeia impacta diretamente o ordenamento do território e o manejo sustentável das florestas, contribuindo para a resiliência dos ecossistemas e para a prevenção de riscos, como os incêndios. É uma forma concreta de conciliar desenvolvimento econômico e conservação ambiental.

A bioeconomia está ganhando relevância globalmente. Como Portugal pode liderar nessa área?

Portugal pode e deve se posicionar como referência europeia na bioeconomia florestal. Temos os recursos, o conhecimento e o compromisso. Cabe a nós transformar esse potencial em liderança concreta, com impacto econômico, ambiental e social duradouro. E
Em primeiro lugar, devemos assumir um papel cada vez mais central na resposta global aos desafios das mudanças climáticas, da escassez de recursos e da necessidade de transição para modelos econômicos mais sustentáveis. Portugal tem condições únicas para exercer essa liderança.

Existem recursos para alcançar esse objetivo?

Primeiramente, contamos com uma base florestal robusta, renovável e bem manejada, que fornece matéria-prima com grande potencial de valorização. A cadeia da fibra e celulose florestal é um excelente exemplo de como transformar recursos naturais em produtos de alto valor agregado, com baixo impacto ambiental e aplicação em diversos setores.

Além disso, Portugal possui um ecossistema industrial e científico cada vez mais preparado. A colaboração entre empresas, centros de pesquisa e universidades é essencial para o desenvolvimento de novos produtos, processos e modelos de negócio baseados na bioeconomia. Há investimentos claros nessa integração, promovendo inovação aberta e projetos de pesquisa e desenvolvimento em áreas-chave.

Liderar nesse campo exige visão estratégica e políticas públicas que reconheçam o valor das cadeias de base florestal, desde o investimento em tecnologia e capital humano até a valorização do território rural, onde muitos desses recursos estão.

Informações: Forbes.

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Suzano abre vagas de Operadores(as) de Máquinas Florestais exclusivas para pessoas com deficiência em Três Lagoas e região (MS)

A Suzano, maior produtora mundial de celulose e referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do eucalipto, está com inscrições abertas para Operadores(as) de Máquinas Florestais – Trainee exclusivas para pessoas com deficiência em Três Lagoas e região. A iniciativa faz parte do Programa Cultivar da companhia, que visa contribuir com a qualificação da mão de obra local e a promoção da equidade de oportunidades na região.

Ao todo, serão cinco vagas disponíveis para pessoas com deficiência residentes de Três Lagoas (02 vagas) e Brasilândia (03 vagas) e as inscrições seguem abertas até o dia 25/07/2025, pelos links: vagas Três Lagoas bit.ly/4nqpq8U e vagas Brasilândia bit.ly/4etBeTD

 Para participar do processo seletivo, os(as) interessados(as) precisam atender aos seguintes pré-requisitos: ter mais de 18 anos, Ensino Fundamental completo e ter Carteira Nacional de Habilitação na categoria B. Não é necessário ter formação ou experiência na área.

“Na Suzano, temos um direcionador que diz que ‘só é bom para nós, se for bom para o mundo’ e a diversidade nos fortalece enquanto empresa e faz bem para os negócios. Paralelamente, ao investirmos na formação de pessoas com deficiência, estamos contribuindo para ampliar a diversidade e a equidade de oportunidades no mercado de trabalho e para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária como um todo”, destaca Mônica Catânia, gerente de Gente e Gestão da Suzano em Três Lagoas.

O Programa Cultivar também está ligado ao compromisso de longo prazo da Suzano de reduzir desigualdades sociais e retirar mais de 200 mil famílias da linha da pobreza nas áreas de atuação da companhia até 2030 por meio da qualificação profissional.

Benefícios

Além da formação gratuita, as pessoas contratadas ainda terão benefícios como: remuneração compatível com o mercado, plano de saúde e seguro de vida, plano odontológico e vale alimentação e transporte.

Mais informações sobre o processo seletivo podem ser obtidas pelo telefone 67 98457-7139.

Sobre a Suzano

A Suzano é a maior produtora mundial de celulose, uma das maiores fabricantes de papéis da América Latina e líder no segmento de papel higiênico no Brasil. A companhia adota as melhores práticas de inovação e sustentabilidade para desenvolver produtos e soluções a partir de matéria-prima renovável. Os produtos da Suzano estão presentes na vida de mais de 2 bilhões de pessoas, cerca de 25% da população mundial, e incluem celulose; itens para higiene pessoal como papel higiênico e guardanapos; papéis para embalagens, copos e canudos; papéis para imprimir e escrever, entre outros produtos desenvolvidos para atender à crescente necessidade do planeta por itens mais sustentáveis. Entre suas marcas no Brasil estão Neve®, Pólen®, Suzano Report®, Mimmo®, entre outras. Com sede no Brasil e operações na América Latina, América do Norte, Europa e Ásia, a empresa tem mais de 100 anos de história e ações negociadas nas bolsas do Brasil (SUZB3) e dos Estados Unidos (SUZ). Saiba mais em: suzano.com.br.

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Exclusiva – Falta de financiamento força Paracel a paralisar construção de sua megaindústria de celulose no Paraguai

Crise financeira paralisa megaprojeto da empresa, abalando construção da primeira fábrica de celulose do país

A Paracel, empresa que planeja construir a primeira fábrica de celulose do Paraguai, tem enfrentado desafios significativos que resultaram na paralisação de suas obras. O projeto, ambicioso em sua concepção, visa posicionar o país como um novo player na indústria global de celulose.

A empresa paralisou as obras de sua fábrica de celulose no Paraguai após não conseguir o financiamento necessário para o projeto, de acordo com recente publicação do portal Perfil News.

O futuro do projeto permanece incerto devido às dificuldades financeiras, ao ambiente político desfavorável e ao desmonte das estruturas operacionais que já haviam sido iniciadas.

Essa interrupção representa um revés significativo para o empreendimento que prometia impulsionar a indústria de celulose na região.

Desenho 3D da fábrica.

O projeto em resumo: da concepção à parada

Inicialmente, a Paracel, formada em 2019 com capital majoritariamente paraguaio e parceria de grupos da Suécia e Áustria (incluindo o grupo Zapag, Girindus Investments e, posteriormente, o grupo austríaco Heinzel), previu um investimento total de cerca de US$ 4 bilhões. O megaempreendimento foi previsto para ser instalado na cidade de Concepción, com capacidade para produzir 1,8 milhão de toneladas de celulose kraft de eucalipto por ano, e previsão de início de operação em 2027.

Para isso, a empresa adquiriu uma vasta área florestal de mais de 185 mil hectares entre os departamentos de Concepción e Amambay, com grande parte destinada ao plantio de eucalipto. As condições climáticas e topográficas da região são consideradas ideais para o cultivo e colheita ao longo do ano.

Geração de empregos e impacto Social

A Paracel estimava a geração de 4 mil empregos diretos e até 36 mil empregos indiretos na região. Durante o pico da fase de construção, cerca de 8 mil pessoas estariam envolvidas. A empresa também implementou programas sociais em 46 comunidades em sua área de influência, beneficiando mais de 17 mil pessoas.

O status atual: paralisação e incertezas

Apesar dos avanços na preparação do terreno, como a conclusão da movimentação de 6 milhões de metros cúbicos de terra (o equivalente a 500 campos de futebol) e a construção de alojamentos para 2 mil trabalhadores, o projeto sofreu um duro golpe.

Em 1º de julho de 2025, foi noticiado que a Paracel paralisou as obras da fábrica devido ao fracasso em obter o financiamento necessário. Essa interrupção levanta sérias dúvidas sobre o futuro do empreendimento. O cenário é agravado por dificuldades financeiras, um ambiente político desfavorável e o desmonte das estruturas operacionais que já haviam sido iniciadas.

Em suma, o que era um projeto promissor, com potencial para transformar a economia paraguaia e gerar milhares de empregos, encontra-se agora em um estado de incerteza, aguardando a definição de como (e se) conseguirá superar os obstáculos financeiros e retomar suas atividades.

Escrito por: redação Mais Floresta.

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