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Exclusivo – Comportamento do mercado mundial de pellets de madeira

*Artigo de Marcio Funchal

Na Figura a seguir, tem-se uma fotografia do comportamento do mercado mundial de pellet de madeira. Os dados mostram o comércio internacional representa o maior destino para a produção mundial.

A produção mundial vem crescendo forte e modo sustentado. No acumulado do período considerado, tem-se um aumento médio da produção de quase 9% ao ano. Já os preços registram um crescimento médio mais tímido, na casa dos 2% a.a. (em termos nominais, em Dólar).


*Marcio Funchal é administrador de empresas, Mestre em administração estratégica e Especialista em Planejamento e Gerenciamento Estratégico. Coordena equipes multidisciplinares há mais de 27 anos nos mais diversos negócios. Nos últimos 21 anos tem se concentrado à atividade agroflorestal, industrial e de gestão de negócios. Possui grande vivência em praticamente todas as regiões do país, atuando como consultor de estratégia, gestão e mercado. Implementou e auditou as operações de silvicultura e colheita de 3 das maiores TIMOs em operação no Brasil. Participou de diversos projetos empresariais para apoio de tomada de decisões e investimentos em negócios no Brasil e alguns países da América Latina, América Central e África. Já atuou como Consultor do BID, IFC e do Banco Mundial.

Contato: marcio@marciofunchal.com.br

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Brasil tem 913 focos de incêndio, sendo 66,6% na Amazônia

Dados são de 3ª feira (15/10); Pará é o Estado com mais focos de incêndio: 311 ocorrências do tipo

O Brasil registrava 913 focos de incêndio na 3ª feira (15/10). Os dados são do sistema  BDQueimadas do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), divulgados nesta 4ª feira (16.out). A Amazônia concentra a maior parcela dos focos de incêndio, com 608 –ou 66,6%. Pará é o Estado com o maior número de queimadas, com 311 focos registrados em 24h. É seguido por Maranhão (135) e Acre (134).

Dos 6 biomas brasileiros, 4 registraram a incidência de fogo. O Cerrado teve o 2º maior número, com 257 focos –28,2% do total.

O Brasil encerrou o mês de agosto de 2024 com o pior número de queimadas em 14 anos. Foram 68.635 ocorrências –o 5º maior da série histórica, iniciada em 1998. Foi uma alta de 144% em relação ao mesmo período de 2023.

Setembro teve 83.157 focos de incêndio –o pior mês do ano em número de queimadas até o momento. O mês passado foi o setembro com maior número de queimadas desde 2010, quando foram contabilizados 109.030 focos de incêndio.

Em relação ao último ano, que registrou 46.498 pontos de fogo em setembro, o aumento foi de 78,74%. Tradicionalmente, este é o mês em que costuma ser registrado o pico de queimadas no Brasil, que segue até outubro.

O país acumula, em outubro, 17.997 focos de incêndio. Em 2024, já são 228.205 ocorrências do tipo.

O país vive, além da alta dos focos de incêndio, uma seca histórica, com a pior estiagem em 75 anos, segundo o ICMBio (Instituto Chico Mendes da Conservação e Biodiversidade). Entenda as causas: A seca e a estiagem que afetam grande parte dos municípios são comuns no inverno brasileiro. A temporada teve início em junho e segue até o final de setembro. No entanto, a intensidade em que ocorrem na estação, este ano, é atípica. São 2 os fatores que mais impactam no cenário:

  • fortes ondas de calor – foram 6 desde o início da temporada, segundo o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais). Por outro lado, as ondas de frio foram somente 4;
  • antecipação da seca – em algumas regiões do Brasil, o período de seca começou antes do inverno. Na amazônica, por exemplo, a estiagem se intensificou quase 1 mês antes do previsto, já no início de junho.

Na região da Amazônia, além dos focos de incêndio, a seca toma formas preocupantes. Os municípios amazônicos enfrentam cerca de 1 ano de estiagem. É a seca mais longa já registrada. São 3 as principais causas:

  • intensidade do El Niño – o regime de chuvas foi impactado pelo fenômeno que aquece as águas do Oceano Pacífico. Ele teve o pico no início deste ano e influenciou o começo da seca;
  • aquecimento anormal das águas do Atlântico Tropical Norte – a temperatura na região marítima, que fica acima da América do Sul, chegou a aumentar de 1,2 °C a 1,4 °C em 2023 e 2024;
  • temperaturas globais recordes – em julho, o mundo bateu o recorde de maior temperatura já registrada na história. O cenário cria condições para ondas de calor mais fortes.

Informações: Poder 360.

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Crédito de carbono: o que é e como funciona esse mercado

Os chamados créditos de carbono são um mecanismo criado como uma das estratégias para reduzir o processo das mudanças climáticas, especialmente o aquecimento global. Estabelecido o consenso de que o planeta está em processo de aquecimento causado pelas emissões de gases poluentes, como dióxido de carbono e metano, foi definido que a sociedade – países, empresas e pessoas – se comprometam com a redução, ou até mesmo a eliminação, das emissões desses gases.

Para isso, acordos feitos ao longo de cúpulas do clima e outros encontros multilaterais, o principal deles a COP de 2015 em Paris, em que se estabeleceu que o aquecimento global não pode passar de 1,5ºC em relação à temperatura média do período pré-industrial, a solução foi criar metas escalonadas de redução de emissões.

Neste período de transição para uma economia de baixo carbono, uma das alternativas é o mercado de carbono, em que empresas e países que conseguem superar suas metas de redução de emissões possam vender essa quantidade de gases não emitidos em forma de crédito para outras empresas que ainda não alcançam suas metas de redução.

Para isso, precisa criar metas, e metas intermediarias. E é necessário estimular que as empresas emitam menos ou que arrumem formas de capturar as emissões da atmosfera. Para isso que foi imaginado e elaborado o mercado de carbono, para justamente regular esse controle de emissões. Assim, se consegue limitar a quantidade de emissões globais no planeta.

No mercado informal, algumas empresas, ainda que não obrigadas, já buscam essas compensações. No mercado regulado, em locais como União Europeia, Japão, Austrália, Coreia do Sul, é estabelecida uma meta de emissões – com uma curva decrescente – para cada empresa ou país poluente. Caso elas não atinjam suas metas, podem comprar crédito com aquelas que reduziram suas emissões além do estabelecido.

Se convencionou que 1 tonelada de carbono equivalente (gases que contribuem para o aquecimento global como dióxido de carbono e metano) vale um 1 crédito de carbono.

Entre as iniciativas que podem reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa estão a redução do desmatamento, utilização maior de fontes de energia menos poluentes e redução no uso de combustíveis fósseis.

Esses créditos são certificados por instituições especializadas e com metodologia científica reconhecida para calcular e validar as emissões e os créditos de carbono.

No Brasil, o mercado de créditos de carbono continua travado, aguardando a aprovação final de um Projeto de Lei que, em breve, completará dez anos de tramitação no Congresso. O Projeto de Lei 2.148/15, conhecido como PL do Carbono, foi aprovado pelos deputados em dezembro. Agora aguarda votação no Senado e depois terá que passar novamente na Câmara. O texto cria o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE).

Informações: Isto É.

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Ponsse realiza demonstração do PONSSE Mammoth em florestas brasileiras

À toda prova, o maior forwarder da marca vai operar por algumas semanas nas grandes empresas florestais do país, testando diferentes cenários de operação

A Ponsse Brasil iniciou nesta última terça-feira (15), um evento dinâmico para promover a
experimentação do seu maior forwarder e apresentar os resultados positivos que o
equipamento tem demonstrado no Brasil e no mundo, desde seu lançamento em 2022. O Road Show do PONSSE Mammoth vai disponibilizar dois desses gigantes para operarem nas principais empresas florestais do país.

Com o intuito de atender às solicitações dos clientes para conhecer a fundo o
PONSSE Mammoth, o evento proporcionará a oportunidade única de testar e validar
a performance do forwarder de 25 toneladas em operações típicas de baldeio de
cada empresa. “Dessa forma, será possível fornecer uma análise personalizada do
desempenho, identificar benefícios específicos para cada operação, e permitir que
as empresas tomem decisões de compra mais embasadas”, destacou o Gerente de
Vendas da Ponsse Brasil, Rodrigo Marangoni. Além disso, essa experiência prática
visa aumentar a confiança no investimento e vai possibilitar ajustes personalizados
para otimização, garantindo que o PONSSE Mammoth atenda às expectativas e
necessidades de cada cliente.

Durante o período de teste de algumas semanas, a empresa terá todo o suporte das
equipes Ponsse, desde treinamentos técnicos até suporte aos serviços de
manutenções, além de uma gestão de dados completa. Ao final deste período, será
realizado um dia de campo em cada cliente para compartilhar os resultados obtidos,
oferecendo uma análise detalhada e insights valiosos sobre o desempenho do
PONSSE Mammoth.

A primeira empresa que testou o forwarder de 25 toneladas foi a Veracel, nas suas operações, em Eunápolis no Sul da Bahia. Ao todo foram selecionadas seis empresas para validar o forwarder, de diferentes estados do país. “Ao passarmos por diferentes realidades, cada uma com demandas específicas de baldeio e de terreno, vamos colocar o PONSSE Mammoth à prova e demonstrar os excelentes resultados possíveis de se conquistar quando o assunto é eficiência energética, isto é, alta produtividade e baixo consumo de combustível”, disse o Gerente de Vendas da Ponsse Brasil, Rodrigo Marangoni.

“Essa dinâmica vai permitir que nossos clientes e potenciais clientes tenham uma
visão mais concreta dos resultados e potenciais ganhos com o nosso maior
forwarder. Acreditamos muito que essa solução Ponsse seja ideal para atender o
mercado brasileiro, com operações intensas, de 24 horas, sete dias por semana,
grandes volumes de colheita, longas distâncias de baldeio, alta eficiência
energética, além dos quesitos de sustentabilidade e tecnologia relacionadas”,
destaca a Gerente de Marketing e Comunicação da América do Sul da Ponsse,
Éllen Bianchi.

Sobre o PONSSE Mammoth

Criado especialmente para altas demandas de baldeio de madeira, o forwarder
PONSSE Mammoth é capaz de transportar 25 toneladas em uma única viagem. A
eficiência energética é o grande destaque deste novo modelo de forwarder. Com
transmissão CVT (Continuously Variable Transmission) original de fábrica, ele
automatiza as trocas de marchas atuando sempre no melhor cenário de consumo
de combustível. Esse diferencial proporciona deslocamentos de até 20 km/h,
trazendo com isso ganhos em produtividade especialmente para baldeios em longas
distâncias.

A super dimensão do equipamento é o que impressiona num primeiro momento. A
caixa de carga, mais comprida e larga que os modelos anteriores, resulta em uma
área de seção transversal de até 8 m² conferindo maior capacidade volumétrica.
Para suportar toda essa carga, as estruturas dos chassis e bogies foram reforçadas,
um motor mais potente foi adicionado e o sistema hidráulico com duas bombas foi
desenvolvido para entregar movimentos mais ágeis e precisos.

Adicionalmente, esse é o primeiro forwarder da marca em que a caixa de carga foi
desenvolvida com um leve declínio para o sentido da máquina base, possibilitando
melhor acomodação da carga, especialmente para madeiras cônicas.

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Setor florestal mobilizado no monitoramento e combate aos incêndios rurais

Uma parceria entre a Florestar São Paulo (Associação Paulista de Produtores, Fornecedores e Consumidores de Florestas Plantadas) e a Semil (Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo), vem contribuindo intensamente no monitoramento de focos de incêndios rurais dentro do território paulista. Nesta ação estão envolvidas algumas empresas associadas à Florestar, como: Bracell, Dexco, Suzano e Sylvamo.  

As empresas de base florestal monitoram 1,5 milhão de hectares de plantios comerciais e de vegetação nativa dentro destas propriedades, utilizando 63 torres de vigilância que, adicionalmente, cobrem mais 700 mil hectares de Unidades de Conservação no estado de São Paulo. Ao todo, são mais de 2,2 milhões de hectares, entre áreas produtivas e de preservação, que o setor monitora. “Temos um grupo de comunicação direta com a Fundação Florestal, que é vinculada à Semil, em que qualquer ocorrência identificada por estas empresas, é comunicada imediatamente aos órgãos competentes”, explica Fernanda Abilio, diretora-executiva da Florestar São Paulo.

Desde 11 de setembro, quando a colaboração foi acordada e estabelecido o grupo de comunicação, foram identificadas 13 ocorrências de incêndios pelas câmeras de monitoramento das torres de vigilância. Elas aconteceram nas regiões de Itapetininga, Piratininga, Bauru, Luiz Antônio, Campo Largo e Casa Branca e foram devidamente comunicadas em tempo real às equipes da Fundação Florestal para que o governo de São Paulo pudesse providenciar atendimento o mais rápido possível.

Nos últimos dias, a associada Bracell atuou em um incêndio de grandes proporções que atingiu áreas rurais e de preservação na região de Botucatu. Duas fazendas experimentais da Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” (Unesp), Lageado e Edgárdia, foram seriamente afetadas, causando grandes prejuízos ecológicos e acadêmicos. Para esta missão, a associada Bracell disponibilizou duas equipes de brigadistas, um caminhão-pipa, veículos e equipamentos de combate.

“Temos como missão proteger nossas florestas, o meio ambiente e as comunidades onde atuamos. No combate às chamas, o tempo é algo essencial e neste período crítico, reforço que fazemos parte desse ecossistema e que todos possuem a missão de protegê-lo”, afirma Alex Mário Oliveira Almeida, gerente de Prevenção e Combate a Incêndios da Bracell.

A diretora-presidente da Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais (Fepaf), vinculada à Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp, Renata Cristina Batista Fonseca lamentou o ocorrido. “Foi um dia muito triste, quando tive a infelicidade de presenciar um dos maiores incêndios aqui dessa região. A Fazenda Edgardia é um santuário da vida silvestre, com muitos trabalhos de pesquisas. A ação das equipes da Bracell e dos demais envolvidos, Defesa Civil, Bombeiros, Prefeitura, Sabesp, brigadistas e servidores voluntários da Unesp foi fundamental.”

“Vivemos um momento muito crítico em nossa sociedade, com a mudança do clima. Então, é muito importante que cada um faça sua parte para evitar incêndios e tragédias como esta. Um incêndio que começa pequeno, pode se tornar gigante. Qualquer faísca é suficiente para causar um estrago enorme”, alerta ela.

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STF marca conciliação em disputa sobre controle da Eldorado Brasil Celulose

O ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal, marcou para o dia 18 de novembro, às 17h, uma audiência de conciliação sobre o controle acionário da Eldorado Brasil Celulose. A disputa corporativa envolve a venda de ações da empresa, integrante da J&F Investimentos, para a CA Investment, controlada pela Paper Excellence, da Indonésia. Na mesma decisão, o relator negou liminar e manteve a suspensão da transferência das ações.

Nas Reclamações 68.986 e 68.988, a Paper Excellence contestou a decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região que manteve suspensa a transferência das ações da J&F para a CA Investment pela venda da Eldorado. A corte entendeu que a aquisição de áreas rurais por pessoa jurídica estrangeira ou brasileira constituída de capital estrangeiro deve ser previamente submetida à apreciação do Incra e/ou do Congresso Nacional, nos termos da Lei 5.709/71.

Nas duas reclamações, a CA Investment sustenta que a decisão do TRF-4 violou a decisão do STF na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 342 e na Ação Cível Originária (ACO) 2.463.

Ao indeferir o pedido de liminar, Nunes Marques explicou que o Plenário do Supremo, em análise preliminar da ADPF 342, negou a suspensão de todas as ações judiciais sobre a validade do dispositivo da Lei 5.709/1971, mas não retirou dos juízes e dos tribunais o poder de fazê-lo, com base em elementos concretos.

O ministro lembrou ainda que a questão constitucional está pendente de solução pelo STF. Segundo ele, circunstâncias particulares podem justificar a suspensão de atos negociais, sem que isso viole a decisão do Supremo.

Disputa bilionária

A disputa entre a J&F e a Paper Excellence é uma das maiores do país e se arrasta desde 2017. A empresa brasileira vendeu 49,41% da Eldorado para a Paper Excellence em 2017, por R$ 3,8 bilhões. O contrato incluía a opção de compra da empresa toda, por R$ 15 bilhões, válida por um ano. E a multinacional só poderia adquirir o restante das ações, 50,59%, depois de assumir as dívidas da empresa.

Esgotado o prazo, a Paper não havia liberado as garantias (ativos da J&F que lastreavam os empréstimos feitos para a estruturação da Eldorado).

Pouco antes, sem perspectiva de conseguir o dinheiro para a operação, a Paper entrou na Justiça para pedir o controle imediato da Eldorado e prazo indeterminado para quitar a compra. O juiz do caso, então, percebendo a artimanha nada ortodoxa, negou os pedidos da Paper. Com informações da assessoria de imprensa do STF.

Clique aqui para ler a decisão
RCJ 68.986

Informações: Conjur.

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Exclusivo – Fotografia da produção industrial no Brasil: fabricação de móveis

*Artigo de Marcio Funchal

Com a aproximação do final do ano, as indústrias correm para atualizar o Planejamento Estratégico e consolidar o Plano Operacional para 2025. Em razão disso, compreender o cenário atual de negócios se torna imprescindível.

Para apoiar as empresas fabricantes e toda a cadeia produtiva de suporte (indústria, comércio e serviços), elaborei um conjunto de três artigos exclusivos para o Portal Mais Floresta, compreendendo as seguintes indústrias: (1) Fabricação de Móveis, (2) Desdobro de Madeira (madeira serrada, chapas de madeira, esquadrias, pisos e etc.) e (3) Indústria de Celulose, Papel, Papelão e produtos de Papel e Papelão (incluindo embalagens).

Neste PRIMEIRO ARTIGO, vou abordar a Indústria de Móveis. Aqui você verá uma análise do comportamento da produção industrial brasileira nos anos recentes. Para cada cadeia produtiva escolhida, eu apresento duas situações:

  • Primeiro um recorte temporal da evolução recente da produção industrial, considerando a produção do ano de 2019 como referência (último período antes da crise sanitária mundial, que mudou o comportamento do consumidor em diversas cadeias produtivas globais).
  • Em seguida, eu mostro o comportamento padrão para essa mesma indústria, levando em conta a distribuição da produção, mês a mês, ao longo do ano. Para avaliar o comportamento padrão, considerei os dados de 2023 e 2024 (até o mês mais atual disponível), comparando com o comportamento médio dos anos 2021 e 2022. O ano de 2020 foi excluído da análise histórica em razão da obrigatoriedade de paralização da produção no Brasil e no exterior, por vários meses e em diferentes intensidades.

Todos os dados foram organizados e padronizados em gráficos com a mesma escala e amplitude. Isso facilita a comparação da volatilidade da produção industrial entre as cadeias produtivas selecionadas.

A Figura a seguir mostra o comportamento recente da produção da Indústria de Móveis. Para fins de comparação, trago também o comportamento da produção da Indústria da Transformação no Brasil.

Olhando para a Indústria da Transformação, é fácil ver que há uma estagnação dos níveis de produção, no horizonte considerado, assim como uma clara sazonalidade da produção industrial, onde o pico se dá anualmente entre Maio e Outubro. Ainda considerando o período de análise, os menores volumes de produção da Indústria da Transformação no Brasil ocorrem entre Dezembro e Abril. Olhando para 2024, os dados mostram que a produção vem “acompanhando” o perfil da produção histórica setorial, sem as oscilações vistas nos anos anteriores. 

Levando em conta agora os números da Indústria de Móveis, temos um cenário bastante desafiador. Os níveis de produção vêm caindo, e não se vê, claramente, uma constância da distribuição da produção mês a mês. Em geral, o 2º semestre dessa indústria tende a ser mais ativo do que o 1º semestre, embora Dezembro seja um mês com muita ociosidade. Em 2024, a Indústria de Móveis começou o ano em ritmo mais lento do que o usual, mas retomou a “energia” nos meses mais recentes.


*Marcio Funchal é administrador de empresas, Mestre em administração estratégica e Especialista em Planejamento e Gerenciamento Estratégico. Coordena equipes multidisciplinares há mais de 27 anos nos mais diversos negócios. Nos últimos 21 anos tem se concentrado à atividade agroflorestal, industrial e de gestão de negócios. Possui grande vivência em praticamente todas as regiões do país, atuando como consultor de estratégia, gestão e mercado. Implementou e auditou as operações de silvicultura e colheita de 3 das maiores TIMOs em operação no Brasil. Participou de diversos projetos empresariais para apoio de tomada de decisões e investimentos em negócios no Brasil e alguns países da América Latina, América Central e África. Já atuou como Consultor do BID, IFC e do Banco Mundial.

Contato: marcio@marciofunchal.com.br

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Bracell recebe selo Ouro do Programa Brasileiro GHG Protocol pela segunda vez consecutiva

Desenvolvido pelo FGVces e WRI, o selo é referência na gestão de emissões de Gases de Efeito Estufa no Brasil

A Bracell, produtora global de celulose solúvel, conquistou pelo segundo ano consecutivo o selo Ouro do Programa Brasileiro GHG Protocol, um reconhecimento que certifica empresas pela excelência na mensuração e gerenciamento de suas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE). Essa certificação, concedida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), destaca o compromisso da empresa com a sustentabilidade e a transparência no monitoramento de suas emissões de carbono.

Imagem: Divulgação

Segundo Amanda Lemos, especialista de Sustentabilidade da Bracell em SP, a obtenção desse selo foi possível graças à colaboração de diversas áreas da empresa, incluindo as operações de São Paulo, Bahia e Mato Grosso do Sul. “A integração entre as equipes foi essencial para garantir a qualidade das informações reportadas. Ser reconhecidos pela segunda vez consecutiva com o Selo Ouro comprova nosso compromisso com a transparência nos reportes de sustentabilidade”, ressalta.

O Programa Brasileiro GHG Protocol, desenvolvido pelo FGVces e pelo World Resources Institute (WRI), em parceria com entidades como o Ministério do Meio Ambiente e o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), é considerado o principal referencial no Brasil para o cálculo de emissões de gases de efeito estufa, utilizando metodologias reconhecidas globalmente. Esse programa estabelece padrões rigorosos que as empresas devem seguir para garantir a precisão e a transparência na sua contabilização de emissões.

De acordo com João Augusti, gerente de Sustentabilidade da Bracell em SP, a empresa se mantém firme em seu compromisso com a transparência na divulgação de seus indicadores ambientais e na melhoria contínua de suas práticas operacionais. “A verificação dos dados de emissões por uma entidade independente e posterior submissão na plataforma da FGV reforça a importância de um gerenciamento robusto e confiável das emissões”, complementa.

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Warner Bros. Discovery anuncia desenvolvimento de documentário sobre manejo florestal sustentável

Produção é resultado da parceria com a Indústria Brasileira de Árvores e mais 15 marcas do setor e irá abordar práticas inovadoras de sustentabilidade fundamentais para o combate à crise climática

São Paulo, 14 de outubro de 2024 – Warner Bros. Discovery anunciou hoje a produção de um novo documentário que vai abordar o manejo florestal sustentável no Brasil, destacando práticas inovadoras e o impacto direto no meio ambiente e na vida das pessoas. O documentário, fruto de parceria entre a WBD, a produtora Casa Redonda e a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), busca aprofundar as discussões em torno das mudanças climáticas, tema cada vez mais urgente e relevante no cenário global.

A WBD será responsável pela distribuição, utilizando de toda a robustez do seu ecossistema de mídia e entretenimento, abrangendo desde canais lineares até o digital. O documentário, que ainda não tem título, será exibido na Max, plataforma de streaming do grupo, e no canal Discovery, sem previsão de data de estreia.

Além da Ibá, outras 15 marcas da indústria de base florestal, sendo BO Paper, Bracell, CMPC, Eldorado, Ibema, Irani, Klabin, Norflor, Papirus, RMS, Suzano, TTG, Unilin, Veracel e Smurfit Westrock, também apoiam o projeto. Com o aumento do debate mundial sobre a crise climática, o documentário oferecerá uma nova e instigante perspectiva, abordando o tema em antecipação à COP30, que ocorrerá no país, em Belém (PA), em 2025.

O documentário é uma coprodução com a Casa Redonda, direção de Eduardo Rajabally; pesquisa e roteiro de Kenya Zanatta.

SOBRE A WARNER BROS. DISCOVERY   

A Warner Bros. Discovery (NASDAQ: WBD) é uma empresa líder global de mídia e entretenimento que cria e distribui o portfólio de conteúdo e marcas mais diferenciado e completo do mundo em televisão, filmes e streaming. Disponível em mais de 220 países e territórios e em 50 idiomas, a Warner Bros. Discovery inspira, informa e entretém o público em todo o mundo por meio de suas marcas e produtos icônicos, incluindo: Discovery Channel, Max, discovery+, CNN, DC, Eurosport, HBO, HBO Max, HGTV, Food Network, OWN, Investigação Discovery, TLC, Magnolia Network, TNT, truTV, Travel Channel, MotorTrend, Animal Planet, Science Channel, Warner Bros. Film Group, Warner Bros. Television Group, Warner Bros. Games, New Line Cinema, Cartoon Network, Adult Swim, Turner Classic Movies, Discovery en Español, Hogar de HGTV e outros. Para obter mais informações, acesse aqui.  

SOBRE A IBÁ

A Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) é a associação responsável pela representação institucional do setor que planta árvores no Brasil para fins industriais e para restauração. A entidade representa empresas e entidades estaduais florestais. É um setor protagonista mundial da bioeconomia de larga escala, oferecendo soluções para um mundo que precisa descarbonizar com serviços ecossistêmicos e produtos de fonte renovável, recicláveis, com pós-uso e biodegradável, removendo carbono.

Com inovação e olhar para o futuro, é fornecedor global de bioprodutos, alimentos e energia renovável. As árvores cultivadas colocam o Brasil como referência mundial na produção de celulose e papel, de matéria-prima para laminados e carvão vegetal, utilizado na indústria do aço. Das árvores cultivadas também saem produtos não madeireiros como viscose para a indústria têxtil, mel, desinfetantes, aromatizantes, espessantes, solventes, vernizes, colas, borracha sintética, tintas para impressão, tecidos, ceras e graxas, papéis para impressão, papéis para fins sanitários, fraldas, embalagens, móveis, pellets, caixotarias, entre outros.

SOBRE A CASA REDONDA

A Casa Redonda é uma produtora cultural brasileira com atuação internacional nas áreas de cinema e TV, artes visuais, consultoria cultural e plataformas criativas. A empresa fundada em 2004, cria, planeja e produz conteúdos audiovisuais e expositivos e empreende plataformas de desenvolvimento do setor cultural brasileiro por meio de concursos, editais, fundos de investimento, seminários, laboratórios e residências revelando novos talentos e fomentando novos conhecimentos, negócios e intercâmbios. É responsável pela produção dos documentários Espaço Além – Marina Abramovic e o Brasil, CRAVOS, Pessoas – Contar para Viver, Moto Contínuo e Meu Querido Supermercado. Para mais informações, acesse www.casaredonda.com.br.

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Cultivo de eucalipto na Bahia impulsiona combate às mudanças de clima

Investimento em cultivo equilibrado de eucalipto promove captura de carbono, que contrbui para o equilíbrio ambiental

Em Eunápolis, no extremo Sul da Bahia, é perceptível o vasto cultivo de eucalipto em diversos hectares. Entre os cultivadores, está o engenheiro florestal Danilo Sette, de 64 anos, que é dono de uma área de 350 hectares, onde estão árvores que exibem suas folhas ovaladas, de verde intenso e brilhante, que contrasta com o sol que paira no local.

Além da produção de celulose, que gera mão de obra e emprego, fazendo girar a roda do agronegócio, o eucalipto combate as mudanças climáticas, porque sequestra carbono na atmosfera, sendo que o carbono é um dos gases que mais causam o efeito estufa.

Esse foi um fator decisivo para que o produtor de eucalipto Danilo escolhesse a Veracel Celulose, localizada no extremo Sul da Bahia e responsável pela maior reserva privada do Nordeste, para parceria, desde 2007. “A empresa tem um projeto, em que produtores parceiros recebem suporte para produção de eucalipto, e depois do ciclo de sete anos, quando a madeira é retirada, os produtores a vendem para a Veracel, para produção de celulose”. A celulose é a matéria-prima para a produção de indústrias de papel, fralda, papel higiênico, entre outros itens básicos.

Produtor Danilo Sette, com o neto e as filhas

Produtor Danilo Sette, com o neto e as filhas

O Brasil é líder mundial na produção de eucalipto. Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul são as regiões que mais cultivam a árvore no país. No entanto, esse número tem aumentado também na Bahia. De acordo com a Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (Abaf), a Bahia tem 618 mil hectares de florestas plantadas, sendo 95% (585,6 mil ha) relativos a áreas com eucalipto.

Essa crescente no cultivo da árvore, vinculada ao mercado de celulose, pode também corroborar para a mitigação de problemas relacionados às mudanças bruscas de clima, causada pelas emissões de gases de efeito estufa, levando ao aquecimento global.

São muitas as causas que levam ao aquecimento global como a queima de combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás, consumo exacerbado e produção em larga escala, exploração dos recursos naturais, além do desmatamento.

Captura de carbono (CO2)

No entanto, quando se alia o cultivo de eucalipto ao combate às mudanças climáticas, não é apenas isso que pode mitigar os impactos do aquecimento global, mas uma das soluções que ajudam nesse sentido, pois as ações humanas também são um dos principais fatores que levam ao desequilíbrio ambiental.

Virgina Londe, bióloga e doutora em botânica

Virgina Londe, bióloga e doutora em botânica | Foto: Divulgação | Veracel

O momento em que as árvores mais sequestram CO2, é durante o seu crescimento, nos ciclos. Então esse ciclo constante de plantio e corte, é comprovado cientificamente que contribui muito para a minimização das mudanças climáticasVirginia Londe, bióloga e doutora em botânica

É o que destaca a bióloga, doutora em botânica e gerente de Meio Ambiente da Veracel, Virginia Londe. De acordo com a pesquisadora, o eucalipto é um aliado no sequestro de CO2 [carbono] e na minimização dos efeitos das mudanças climáticas. “Ele [CO2] fica nas raízes, nas microbianas do solo. O momento em que as árvores mais sequestram CO2, é durante o seu crescimento, nos ciclos. Então esse ciclo constante de plantio e corte, é comprovado cientificamente que contribui muito para a minimização das mudanças climáticas”, explica.

Segundo explica Londe, todas as árvores sequestram carbono, mas o eucalipto é uma espécie que traz vantagens por causa do seu crescimento rápido, o que faz com que sua retirada de CO2 seja mais rápida, além de ser uma árvore que se adapta ao clima tropical, como o da Bahia.

A bióloga explica que o sequestro de carbono acontece através da fotossíntese, porque nesse processo a árvore capta energia, que é a luz solar. “Isso é assimilado na planta, porque dentro dela tem um aparelho biológico, que faz com que ela cresça. O tronco da planta é 50% carbono e 50% biomassa”, ressalta.

A Veracel, parceria do produtor Danilo Sette, tem um projeto amplo de manejo florestal consciente para aliar a geração de mão de obra através da celulose ao passo que não desmata o meio ambiente. Inclusive, a empresa preserva áreas de Mata Atlântica, sem desmatar, para realizar o plantio de eucalipto. Hoje, a Veracel atua em Eunápolis, Canavieiras, Belmonte, Guaratinga, Itabela, Itagimirim, Itapebi, Mascote, Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália.

Joedoson Silva, coordenador de Meio Ambiente e Certificações da Bracell Bahia

Joedoson Silva, coordenador de Meio Ambiente e Certificações da Bracell Bahia | Foto: Divulgação | Bracell

Estudos mostram que um hectare plantado com eucalipto capta até 200 toneladas de CO2. Uma única árvore absorve até 180 kg de CO2Joedson Silva, coordenador de Meio Ambiente e Certificações da Bracell Bahia

O mesmo ocorre com a Bracell Bahia, empresa de produção de celulose solúvel, localizada em Camaçari, na Região Metropolitana da Bahia. De acordo com Joedson Silva, coordenador de Meio Ambiente e Certificações da Bracell Bahia, além de reduzir a emissão de gases de efeito estufa, os produtos produzidos a partir do eucalipto contribuem para redução da utilização de energia de produtos de fontes não renováveis. “Estudos mostram que um hectare plantado com eucalipto capta até 200 toneladas de CO2. Uma única árvore absorve até 180 kg de CO2”.

Gleyson Araújo seguiu os passos do pai, Gilberto Lopes, na sivicultura

Gleyson Araújo seguiu os passos do pai, Gilberto Lopes, na sivicultura

Gleyson Araújo, de 46 anos, também é parceiro da Veracel, desde 2003, na cidade de Santa Cruz Cabrália, quando seu pai, Gilberto Lopes, decidiu deixar o manejo pecuarista para ser um silvicultor. Assim pai e filho trabalham juntos nas fazendas Boa Sorte e São Francisco.

Para o produtor, a Veracel é “focada em preservação ambiental, redução de custos, eficiência nas atividades de silvicultura, melhorias nos insumos e produtos, geração de produtos reutilizados nas plantações após parte do processo fabril, além do produtor se tornar cada vez mais conhecedor do manejo florestal, o que um dia foi desconhecido”.

Wilson Andrade, presidente da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (Abaf)

Wilson Andrade, presidente da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (Abaf) | Foto: Arquivo Pessoal

Segundo Wilson Andrade, presidente da Abaf, hoje o órgão também tem um programa de política para preservação da mata nativa, o que colabora para a promoção de ar mais limpo, cultivo e lucro equilibrado, através do eucalipto. “No futuro, queremos ter um hectare de mata preservada nas fazendas que produzem o eucalipto e para cada hectare de produção que cada um tenha. Isso significa outro benefício ambiental superior, duas vezes ao que exige o Código Ambiental Florestal Brasileiro, que 20% de cada propriedade seja de reserva legal”, explica.

Cultivar para preservar

Tanto a Veracel, quanto a Bracell, tem um programa específico para a manutenção de mosaicos florestais, o que ajuda a manter um ar mais limpo e combate às mudanças climáticas, causadas pelo efeito estufa. Os mosaicos florestais são áreas de mata preservadas, mas em seu torno, existe o cultivo de eucalipto, fazendo girar a roda do agronegócio, através da geração de mão de obra, ao passo que também preserva áreas de mata, importantes para a vida da fauna.

“Na Costa do Descobrimento, a Veracel tem um relevo de tamboreiros, ou seja, o eucalipto é plantado, e tem várias áreas onde a empresa deixa a vegetação nativa. Além do sequestro de CO2, tem várias outras questões que beneficiam o combate às mudanças climáticas, como a biodiversidade. Isso ajuda na cobertura vegetal necessária para que a fauna circule, promovendo a conservação da biodiversidade”, diz a bióloga.

Com a preservação da mata nativa, é possível permitir a vida da fauna local

Com a preservação da mata nativa, é possível permitir a vida da fauna local | Foto: Divulgção | Veracel

A fauna muitas vezes também ajuda no cultivo da mata nativa, como é o caso das cotias e antas, que são jardineiras, comem o fruto e os defecam em outro lugar, fazendo o plantio de árvores.

Fauna local é mantida com preservação de áreas de mata nativa

Fauna local é mantida com preservação de áreas de mata nativa | Foto: Divulgção | Veracel

De acordo com Joedson dos Santos, da Bracell, no mosaico florestal, as áreas de plantio contíguas às de vegetação nativa estão separadas umas das outras por aceiros, que são espécies de estradas que facilitam o deslocamento em casos de incêndio e o acesso tanto às áreas de plantio de eucalipto quanto às preservadas.

“Para garantir a qualidade da biodiversidade são realizados monitoramentos periódicos da fauna e flora dentro das áreas da empresa. Hoje, já foram identificadas 647 espécies de flora e 522 espécies de fauna, dentre elas, 52 estão na lista de espécies ameaçadas de extinção”, explica o coordenador.

De acordo com Patricia Machado, gerente de Políticas Florestais da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), a indústria de eucalipto preserva no Brasil 6,9 milhões de hectares de mata nativa, uma extensão maior que o estado do Rio de Janeiro.

Recuperação de áreas degradadas

Além disso, segundo Joedson, os mosaicos nas áreas atuantes da Bracell, se formam a partir da manutenção de remanescentes de mata nativa já existentes e a partir da destinação de áreas degradadas essenciais à recuperação ambiental.

De acordo com a bióloga Virginia Londe, assim como a Bracell, a Veracel realiza a recuperação de áreas degradadas através do uso de áreas que eram de pastagem para plantio do eucalipto, que podem ser Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Reservas Legais (RLs), que ainda não tenham cobertura legal nativa.

“As pesquisas científicas e várias instituições que promovem restauração orientam, inclusive, o pacto de restauração da Mata Atlântica, é colocar as espécies para fazer o preenchimento da vegetação, a tornando uma floresta. Quanto tiver a recomposição do equilíbrio ecológico, fazemos a restauração de áreas degradadas que podem propiciar também a formação de corredores ecológicos, que restauramos para que haja a circulação da fauna”.

Áreas de preservação

Com uma meta de manter 400 hectares de mata nativa, a Veracel tem cerca de 200 mil hectares de áreas de mata nativa. Neste, 100 mil são plantios de eucalipto e 100 mil destinados à preservação, desde áreas de florestas já estabelecidas, como as primárias, que nunca foram mexidas, e outras áreas com métodos tecnológicos avançados. Nesta, existem as APPs.

Por exemplo, é permitido o plantio de 50% a 70% de eucalipto e 10% fica para a malha hídrica. Assim, o eucalipto é plantado em áreas determinadas e o resto é preservado.

Água limpa dos mananciais

Com a manutenção do mosaico florestal, a Bracell também realiza a consequente preservação dos mananciais, que de acordo com Joedson, depende do manejo adequado do solo. “As técnicas de ocupação do solo adotadas pela empresa contribuem para a qualidade ambiental, o que resulta diretamente na manutenção dos recursos hídricos. Isso, especialmente, por conta de uma técnica chamada de cultivo mínimo, que não adota queimadas para limpeza do terreno e que permite manter os restos florestais no campo após a colheita. Essas iniciativas contribuem para reter a água da chuva que vai abastecer o lençol freático”, explica.

Nos mosacios florestais, também são mantidos os mananciais

Nos mosacios florestais, também são mantidos os mananciais | Foto: Divulgção | Veracel

Por meio da manutenção desse mananciais, a população da região consegue ser abastecida através de diversos rios, que tem parte de suas águas captada para uso doméstico e também para a irrigação agrícola e pesca, com melhores níveis de qualidade, resultando em menores custos de tratamento antes do uso.

Geração de mão de obra na silvicultura e crédito de carbono

Da Região Metropolitana ao Sul da Bahia, a silvicultura é pulsante e forma de sobrevivência para comunidades locais das regiões. A Veracel tem o programa Aliança, no qual parceiros e outras pessoas que trabalham na empresa podem gerar renda através do eucalipto de diversos modelos.

José Henrique do Nascimento, Gerente de Negócios e Administração de Terras da Veracel

José Henrique do Nascimento, Gerente de Negócios e Administração de Terras da Veracel | Foto: Divulgação | Veracel

“Entre eles, está o de arrendamento da terra, em que a empresa se responsabiliza por toda a operação de plantio e manutenção da floresta, o de fomento, em que fornecem as mudas e o adiamento financeiro para operações de silvicultura, com a venda futura de madeira”, explica o Gerente de Negócios e Administração de Terras da Veracel, José Henrique do Nascimento. Ainda existe a modalidade Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), que permite a produção de eucalipto em sinergia com outras culturas.

O sivicultor, em Eunápolis, Danilo Sette, tem 350 hectares de cultivo de eucalipto

O sivicultor, em Eunápolis, Danilo Sette, tem 350 hectares de cultivo de eucalipto

“Todo o manejo do eucalipto no ciclo de sete anos, é descontado no final do processo, e isso é interessante para o produtor porque a gente tem a responsabilidade de acompanhar o plantio durante todos esses anos”, ressalta o produtor Danilo Sette.

“A Veracel dá suporte tecnológico, tem a equipe técnica. Além de oferecer os clones, já testados na região. Isso é fundamental para o projeto alavancar, funcionar, além das práticas silviculturais de plantio”, complementa.

A produção de eucalipto em clones é um processo que permite selecionar plantas com características desejadas para diferentes fins, como a produção de celulose, energia, postes e serraria.

Danilo Sette tem parceria com a Veracel desde 2007

Danilo Sette tem parceria com a Veracel desde 2007

Danilo, assim como outros produtores fazem parte da Associação dos Produtores de Eucalipto do Extremo Sul da Bahia (Aspex) e dentro do órgão, existe um projeto de conservação da Mata Atlântica. No caso de Danilo, 300 hectares de sua área são de Mata Atlântica, o que equivale a 35%.

Francisco Tercílio, presidente da Aspex

Francisco Tercílio, presidente da Aspex | Foto: Arquivo Pessoal

Hoje, a Aspex também tem um projeto para geração de carbono. “Temos uma parceria com a empresa Biomas para negociação de crédito de carbono para áreas de reflorestamento nativo, como APPs e RLs ou outras áreas que o produtor sozinho ou em parceria com a empresa recuperar áreas nativas”, explica Francisco Tercílio, presidente da Aspex.

Guilherme Araújo, diretor-geral da Bracell Bahia

Guilherme Araújo, diretor-geral da Bracell Bahia | Foto: Divulgação | Bracell

Para dar seguimento a geração de mão de obra na silvicultura, a Bracell tem projetos para jovens, em conjunto com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). “Dentro da comunidade, investimos na formação, inclusive da mão de obra dos moradores. A empresa realiza cursos de capacitação gratuita para formação de mão de obra local para operadores de máquinas florestais”, diz Guilherme Araújo, diretor-geral da Bracell Bahia. Ainda neste ano, terá uma nova turma de capacitação com 12 vagas voltadas para os moradores da região de Alagoinhas e Aramari.

Rota da celulose

Na Veracel, para os produtores que escolhem vender a madeira após o ciclo de sete anos, serve para produção de diversos materiais para o mercado. “Pode ser utilizada como eucalipto tratado para estacas, mourões para cercas em fazendas, secagem de grãos, carvão vegetal. Também na construção civil, como escoras, decks para piscinas e pergolado”, ressalta o sivicultor Gleyson, de Eunapólis.

Pode ser utilizada como eucalipto tratado para estacas, mourões para cercas em fazendas, secagem de grãos, carvão vegetal. Também na construção civil, como escoras, decks para piscinas e pergoladoGleyson Araújo, sivicultor

De acordo com o presidente da Abaf, o eucalipto possibilita a produção de produtos fósseis, por isso, foi muito usado na pandemia. “No período, houve uma demanda extra no hospital por materiais, além de fralda, manta, máscaras, embalagens de alimento de delivery, o que fez crescer a demanda pela madeira e esses materiais substituem os sacos plásticos e produtos fósseis, que não são favoráveis para o planeta”.

A Bracell se destaca pela produção de eucalipto solúvel, proveniente de madeira com altas taxas alfa e grau de pureza superior a 98,5%. A empresa oferece dois tipos básicos, a celulose rayon-grade, usada por exemplo para a produção da viscose. Além da celulose solúvel especial, usada por exemplo, para a produção de flocos de acetato de celulose.

Rumo ao crescimento econômico

De acordo com dados da Abaf, hoje a sivicultura gera renda para 230 mil pessoas, seja direta ou indiretamente ou de efeito de renda. “É necessário pessoas para trabalhar como terceirizados dentro da fábrica, dentro da área de plantio, da transportadora da região. Somos mais de 5% do PIB do estado da Bahia, mais de 5% da arrecadação de impostos do nosso estado. Nós plantamos, por dia, cerca de 250 mil árvores de eucalipto todos os dias, além da mata nativa, que estamos recuperando”, ressalta Wilson Andrade.

Vindo de uma viagem da Finlândia, Wilson diz que no país foram plantadas árvores de eucalipto para alavancar a produtividade, com o plantio de 18 metros cúbicos por hectárea a cada ano. A Bahia se destaca pelo plantio de 36 a 40 metros cúbicos por hectárea no ano.

A indústria de árvores cultivadas brasileira tem uma carteira de investimentos de R$ 105 bilhões prevista até 2028, o que inclui novas fábricas e expansão de áreas de cultivoPatricia Machado, gerente de Políticas Florestais da Ibá

Patricia Machado, gerente de Políticas Florestais da Ibá

Patricia Machado, gerente de Políticas Florestais da Ibá | Foto: Reprodução | LinkedIn

Em nível nacional, hoje o Brasil é o “maior exportador de celulose do mundo e segundo maior produtor. A indústria de árvores cultivadas brasileira tem uma carteira de investimentos de R$ 105 bilhões prevista até 2028, o que inclui novas fábricas e expansão de áreas de cultivo. Esses investimentos levam desenvolvimento para as regiões em que o setor está presente, no geral, áreas de baixo dinamismo econômico. No último ano, foram criados 33,4 mil empregos – ao todo, já são 690 mil empregos diretos e 2 milhões indiretos, distribuídos em mais de mil municípios”, pontua Patricia Machado, gerente de Políticas Florestais da Ibá.

Certificações de Sustentabilidade

Tanto a Bracell como a Veracel conquistaram certificações, algumas internacionais que reconhecem o compromisso com a sustentabilidade e cultivo equilibrado de eucalipto. A Veracel detém o selo CERFLOR, juntamente com outras certificações como o FSC® (Forest Stewardship Council).

Já a Bracell, também é repleta de certificações, como ISEGA (produto para uso no setor alimentício), ISO 9001 (Gestão da Qualidade), ISO 14001 (Gestão Ambiental), PEFC – Cadeia de Custódia (Rastreabilidade da Madeira Consumida na Fábrica), Cerflor/PEFC – Manejo Florestal (Manejo Florestal Sustentável), Certificado de Habilitação Halal e Certificado Kosher.

Informações: A Tarde.

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