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Klabin está preparada para provável instabilidade externa, diz presidente

Em inauguração de nova fábrica, diretor diz que a empresa deve repassar aumento de custos aos clientes neste ano

O modelo de negócios da Klabin protege a empresa de eventuais choques no mercado externo de papel e celulose, segundo o presidente da empresa, Cristiano Teixeira. O executivo afirma que, como a empresa tem três opções de o que fazer com o produto — vender no mercado interno, exportar ou aproveitá-lo em sua própria produção de embalagens –, não está vulnerável a uma eventual crise no mercado internacional, que considera provável no curto prazo. “Podemos vender papel para o exterior se acharmos que o mercado está bom. (Ou não) Se a gente passar por períodos de crise (internacional), como a gente acha que vai ter no mercado de papel”, disse durante a inauguração da mais nova fábrica de embalagens da empresa, em Piracicaba (SP), na quinta-feira, 27.

Atualmente, a Klabin exporta cerca de 60% da sua produção. A fábrica recém inaugurada pela Klabin, chamada Piracicaba II, é o maior complexo para produção de embalagens do continente americano e demandou um investimento de 1,56 bilhão de reais.

O diretor de embalagens da companhia, Douglas Dalmasi, no entanto, prefere classificar a possível “crise” apontada por Teixeira como “instabilidade”. “A questão mundial é sobre instabilidade, não crises”, diz. O executivo ressalta a dificuldade de prever movimentos nos mercados norte-americano e chinês. Independente das perspectivas para o mercado externo, Dalmasi afirma que os custos de produção da empresa aumentaram recentemente, pressionando a margem de lucro. Somados à demanda aquecida no Brasil em face do baixo desemprego, a conjuntura atual deve culminar em um aumento de preços por parte da Klabin, segundo o diretor. “Diferente de 2024, estamos vendo que este é um ano em que vamos ter que repassar a inflação de custos. Ninguém está aguentando a margem atual”, diz.

Informações: Veja.

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Expansão da produção de celulose na América Latina enfrenta desafios de infraestrutura e investimento

A América Latina deve registrar um aumento significativo na capacidade de produção de celulose, com mais de 11 milhões de toneladas adicionais previstas entre 2028 e 2032, impulsionadas por novos projetos e expansões, especialmente no Brasil. No Mato Grosso do Sul, onde a Suzano já possui operações, concentram-se os investimentos, exigindo um capex estimado em US$ 5,4 bilhões para infraestrutura industrial e plantio de eucalipto. A disponibilidade de terras também é um fator crítico, com projeções indicando que as áreas cultivadas precisarão quase dobrar até 2032 para atender à demanda.

A infraestrutura de escoamento, como ferrovias que ligam o Mato Grosso do Sul ao porto de Santos, é considerada adequada para o aumento da produção, mas o próprio porto surge como um potencial gargalo. Embora exista capacidade ociosa atualmente, a XP alerta para a limitação de espaço para novos terminais e a alta taxa de utilização, o que pode dificultar a expansão sustentável. A análise destaca que, apesar dos desafios, empresas como Suzano e Klabin estão bem posicionadas para capitalizar essas oportunidades.

O relatório da XP mantém uma visão positiva para o setor, recomendando a compra de ações das principais players, como Suzano (top-pick) e Klabin. A conclusão reforça que, embora haja capital e terras disponíveis para a expansão, a infraestrutura portuária será o principal desafio a ser superado para garantir o crescimento contínuo da produção de celulose no país.

Informações: Brasil em Folhas.

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Professor Laércio Couto, uma grande perda para a silvicultura

Dr. Laércio Couto é um dos grandes nomes da área de silvicultura, agrossilvicultura e plantações de eucaliptos para produção de biomassa energética no Brasil. É reconhecido nacional e internacionalmente por seus trabalhos de ensino, pesquisa e consultoria nas áreas acima citadas.

Professor Laércio, como gosta de ser chamado, nasceu em abril de 1945 em uma pequena cidade da Zona da Mata de Minas Gerais, Tocantins. Descende de portugueses por parte do pai, Argemiro Couto e dos índios Coroados por parte da mãe, Maria Soares Queiroz Couto. Esse primogênito de uma família de sete filhos e duas filhas, herdou do pai que era carpinteiro e marceneiro, o gosto pelo trabalho com a madeira e o respeito pelas árvores nativas que a produziam. De sua mãe herdou o gosto pela natureza e a atração herdada de seus antepassados pelas florestas, pela flora e pela fauna silvestre.

A perda de Laércio Couto causou grande comoção em seus colegas, ex-alunos, profissionais atuantes e entusiastas da silvicultura.

Passou toda sua infância e juventude em Tocantins, entre irmãos, parentes e amigos, estudando e se divertindo naqueles folguedos comuns em uma cidade pequena do interior de Minas, antes do advento da televisão, computadores e vídeo games. Pescaria, religião e futebol eram suas atividades preferidas e tinha como hobby, colecionar selos, figurinhas, tampinhas de garrafas, maços vazios de cigarros, papéis de balas, etc…

Em 1964, ingressou na Escola Superior de Florestas da Universidade Rural do Estado de Minas Gerais, ao lado de mais 20 colegas, primeira turma daquela nova escola dirigida na época pelo saudoso Dr. Arlindo de Paula Gonçalves, que pode ser considerado um dos ícones da Engenharia Florestal no Brasil. Graduou-se em 1967, tendo sido o primeiro colocado de sua turma que naquela época tinha sido reduzida para onze formandos. Recebeu na época duas propostas de emprego, uma para trabalhar na CEPLAC, Bahia, com o Dr. Paulo Alvim e outra para trabalhar na Prado & Cunha Ltda no município de Buri em São Paulo. Optou pelo trabalho em Buri, pois desejava colocar em prática os conhecimentos adquiridos na escola, na área de silvicultura. Naquela cidade, implantou viveiros e plantações de Pinus que posteriormente foram utilizados pela PLANEBRAS para a produção de resina e de madeira serrada. Em Buri fez grandes amizades com a população local, tornando-se bastante popular na cidade por ter-se tornado um zagueiro do time local de futebol, o Bandeirantes Futebol Clube. Em 1970, casou-se com Maria José Margarido Fonseca, a Fia, com quem teve um filho e duas filhas.

Em 1972, deixou Buri e se mudou para Itararé, ainda no estado de São Paulo, onde foi trabalhar na PLANTAR, que tinha reflorestamentos com Pinus em Itapeva, Itaberá, Sengés e Ibaiti no Paraná. Em 1974, mudou-se para a Praia do Forte na Bahia onde foi implantar um reflorestamento com Pinus e administrar uma plantação de côco onde hoje está localizado o Ecoresort Praia do Forte. Uma vez terminado o projeto da PLANTAR na Bahia, foi trabalhar na Jari em Almeirim no Pará onde atuou no reflorestamento com Pinus e Gmelina arborea. Logo a seguir, foi convidado pelo Presidente da SIF – Sociedade de Investigações Florestais, Professor Mauro Silva Reis, para ir atuar como assistente de pesquisa na entidade, no atual Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa, no inicio de 1975.

Ainda no mesmo ano, 1975, foi aceito para fazer o mestrado em Ciência Florestal no DEF/UFV e convidado para ser professor auxiliar de ensino na área de manejo florestal pelo Professor Antônio Bartolomeu do Vale, que se tornou seu orientador. Em 1977, terminou o mestrado, quando estudou a influência do espaçamento inicial no crescimento de Eucalyptus em plantações florestais no Vale do Rio Doce, Minas Gerais. Seguiu então para o Canadá, onde foi fazer o doutorado na Universidade de Toronto sob a orientação do Professor Jagdish Chandra Nautiyal, um economista florestal de renome internacional. O tema de sua tese, defendida em dezembro de 1982 foi sobre “the timber production function of Eucalyptus grandis in Brazil”. Desta maneira, os primeiros contatos do Professor Laércio com o Eucalyptus foram realizados a partir de 1975 por ocasião de suas atividades como assistente da SIF, estudante de mestrado na UFV, como professor no DEF e posteriormente como estudante de doutorado na Universidade de Toronto, no Canadá.

Ao retornar para o Brasil, após o termino do seu doutorado no Canadá, o Professor Laércio Couto se dedicou a implementar no DEF três áreas principais: a agrossilvicultura, a silvicultura e o planejamento florestal com a utilização de simulação em microcomputadores. Assumiu o ensino da silvicultura em nível de graduação no DEF, criou a disciplina em nível de pós-graduação na área de agrossilvicultura e iniciou a orientação de uma série de estudantes de mestrado e doutorado nas áreas acima mencionadas. Durante toda a sua vida acadêmica, orientou 26 teses de mestrado e doutorado, a maior parte na área de agrossilvicultura com Eucalyptus.

Em 1989, assumiu a Chefia do Departamento de Engenharia Florestal da UFV e a Diretoria Administrativa da Sociedade de Investigações Florestais (www.sif.org.br), quando procurou aumentar o número de empresas associadas da entidade e expandiu os contatos internacionais do DEF e da SIF. Em 1993, deixou a UFV para um período de 18 meses de treinamento em nível de pós doutorado na Colorado State University, tendo como contraparte o Professor David Ray Betters com o qual implementou um projeto de cooperação internacional na área florestal e ambiental, patrocinado pela USIA, que levou aos Estados Unidos vários professores da UFV e à UFV vários professores da CSU. Publicou na época mais de 20 trabalhos relacionados com o seu treinamento na CSU, na área de silvicultura e agrossilvicultura com plantações de curta rotação, principalmente Eucalyptus. Proferiu varias palestras nos Estados Unidos e no México tratando desse assunto, com o apoio da pesquisadora Lynn L. Wright do Oak Ridge National Laboratory – ORNL que tinha o suporte financeiro do Department of Energy – DOE, dos Estados Unidos da América do Norte. O seu trabalho mais importante na época foi uma publicação sobre os impactos técnicos, sociais e ambientais das florestas de curta rotação de Eucalyptus no Brazil.

Em 1994, iniciou um trabalho de suporte técnico para a Gutchess International Incorporated – GII, visando implantar no Brasil uma serraria que utilizasse o Eucalyptus como matéria prima para produção de madeira serrada de alto valor agregado. Este trabalho culminou com a parceria entre a GII e a Aracruz Celulose para o surgimento da empresa Aracruz Produtos Sólidos de Madeira, resultando na instalação da serraria hoje existente no município de Posto da Mata ao sul da Bahia. Hoje, esta serraria pertence à Weyerhaeuser e à Aracruz e produz madeira serrada de Eucalyptus, conhecida como LYPTUS, um novo conceito de madeira nobre, que é comercializada dentro do Brasil e também exportada para os Estados Unidos e Europa.

Em 1996, assumiu a Diretoria Científica da SIF que na época contava com 10 associadas, instituindo um trabalho de expansão e consolidação da entidade, deixando-a em 2002 com mais de 80 empresas participantes e co-participantes. Paralelamente, assumiu a Presidência do Centro Mineiro para Conservação da Natureza – CMCN cooperando na expansão para se tornar o Centro Brasileiro para Conservação da Natureza e Desenvolvimento Sustentável – CBCN (www.cbcn.org.br) com trabalhos executados na área florestal e ambiental para empresas privadas e prefeituras municipais.

Laércio tem sido um dos principais pesquisadores, orientadores de alunos de mestrado e doutorado e professores da agrossilvicultura no Brasil a partir da década de 80. Por essas razões, dedicou-se para a criação, a partir de 2001, da Sociedade Brasileira de Agrossilvicultura (www.sbag.org.br), da qual é o atual presidente, visando agregar e difundir os conhecimentos e o estado da arte existentes no Brasil nesta importante área do conhecimento.

Em 2002, foi indicado como Brazilian Team Leader do Task 30 da IEA Bioenergy (www.iea.org), pelo Ministério de Minas e Energia, quando promoveu um evento conjunto na cidade de Belo Horizonte na área de energia a partir da biomassa florestal
(http://www.fao.org/forestry/webview/media?mediaId=4581&langId=1). Foi ainda solicitado a criar e ser o presidente da Rede Nacional de Biomassa para Energia – RENABIO pelos Engenheiros do MME, Marcelo Khaled Poppe e Manoel Nogueira. A RENABIO (www.renabio.org.br), com sede em Viçosa, Minas Gerais é hoje uma referencia nacional e internacional na área de biomassa para energia, principalmente na área florestal.

Aposentou-se como Professor Titular na área e Silvicultura pelo Departamento de Engenharia Florestal da UFV, terminou a orientação dos seus últimos estudantes de pós graduação, como Professor Voluntário da UFV. Uma vez terminados sua missão e seu contrato, mudou-se para a cidade de Itu, São Paulo onde também residem o seu filho Luciano e sua família. Seu filho Luciano, bem como suas outras duas filhas, Juliana e Michelle são todos formados em engenharia florestal pela Universidade Federal de Viçosa. Ao contrário do que a maior parte dos amigos pode pensar, nunca houve qualquer pressão por parte do Professor Laércio para que seus filhos seguissem a carreira do pai. Foi uma coisa que aconteceu naturalmente. Afinal de contas na família ainda existem vários outros membros que são Engenheiros Florestais, uma carreira intimamente associada à família Couto.

Hoje, o Dr. Laércio Couto é Professor Adjunto da Faculdade de Florestas da Universidade de Toronto e Professor Associado da Universidade Federal do Mato Grosso e da Universidade Federal Rural do Pará, Consultor adhoc do CNPq, Embrapa, Finep e Capes, membro do Conselho Consultivo do CAMESA – Consortium for the Advancing of the Sustainability of Ecosystems in the Americas, presidente do CBCN, da RENABIO, da SBAG, e consultor florestal de diversas empresas que atuam nas suas áreas de especialidade.

De todas as suas atividades, o Professor Laércio tem um grande orgulho de ter dado sua contribuição para o estabelecimento da serraria da Aracruz no Sul da Bahia, que constituiu um marco no uso da madeira do Eucalyptus para produtos sólidos de madeira. Alem disso, ele tem um grande orgulho por ter introduzido muito fortemente no Brasil o ensino formal da Agrossilvicultura, em nível de graduação e pós-graduação e de ter escolhido principalmente o Eucalyptus como o componente florestal do sistema agro-florestal, na maioria dos seus estudos.

Atualmente, o Professor Laércio Couto, procura aliar estudos sobre florestas adensadas de Eucalyptus com agrossilvicultura e com produção de biomassa energética renovável no Brasil, contribuindo para o desenvolvimento sustentável do País. Culturas como mandioca, mamona, soja, girassol, milho, sorgo, capim elefante e outras, fazem parte do elenco de componentes agrícolas e forrageiras que o Professor Laércio procura combinar com o Eucalyptus na busca de soluções socioeconômicas e ambientalmente corretas para suprir o Brasil e o mundo com energia renovável e alimentos.

O Professor Laércio orgulha-se também não só de ter sido um formador de Engenheiros Florestais, mas principalmente um formador de entusiasmados cidadãos e cidadãs, a quem procurou transmitir não só os conhecimentos técnicos, mas também os conceitos de cidadania e de compartilhamento para que nossa sociedade possa ter um desenvolvimento mais harmonioso e integrado. Laércio sempre valoriza bastante o seu networking com ex-alunos, ex-colegas, amigos de empresas e instituições nacionais e internacionais. Prova evidente de seu network é a ampla cooperação que possui com inúmeros acadêmicos e pessoal da iniciativa privada. Seus inúmeros trabalhos de pesquisa com diversificado número de co-autores é uma demonstração dessa grande rede de geração e difusão de conhecimentos que ele ajudou a criar.

Suas principais áreas de “expertise” são portanto as seguintes:
• agrossilvicultura;
• biomassa energética;
• conservação da natureza e desenvolvimento sustentável;
• silvicultura geral.


Publicação original em: https://www.eucalyptus.com.br/newspt_set07.html#nove / Os Amigos dos Eucalyptus – Por: Celso Foelkel.

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Por que o balanço de carbono da Suzano mostra o desafio do net zero

Empresa divulga pela primeira vez contabilidade de CO2 da cadeia completa; saldo é negativo mesmo com as remoções de áreas plantadas e conservadas

Para uma empresa que tem o plantio de árvores na base do negócio, mais precisamente 1,2 milhão de mudas por dia, seria razoável pensar que ela não precisaria se preocupar tanto com a pegada de carbono, já que árvores em pé removem gases da atmosfera. Mas, com quase 3 milhões de hectares de área plantada, a maior produtora de celulose do mundo mostra como alcançar o net zero é difícil.

A Suzano divulgou pela primeira vez seu balanço completo de gases de efeito estufa. O escopo 3, que contabiliza as emissões de fornecedores e clientes, agora está todo registrado – até 2023 esses dados eram parciais. Como previsto, ele pesou na conta.  

As emissões totais da Suzano somaram 22,3 milhões de toneladas em 2024. Só o escopo 3 responde por 87% delas. O fato de uma parte importante da atividade da Suzano remover mais carbono do que emite, porém, ajudou a reduzir o balanço nal – ou seja, após o desconto das remoções pelas árvores plantadas – para 16 milhões de toneladas no ano passado.

Nos chamados escopos 1 e 2, respectivamente o impacto climático das atividades diretas da empresa e da energia que ela utiliza, o saldo é negativo. A Suzano emite 3,9 milhões de toneladas de CO2 e remove 6,2 milhões. Uma parte desse “excedente” ela vende na forma de créditos de carbono.

“Tanto o eucalipto quanto as nossas reservas orestais capturam muito carbono. Se analisar só a emissão que parte da nossa indústria, isso já resolve [a pegada de carbono]. Mas na hora que você põe o escopo 3, não”, diz Marina Negrisoli, diretora de sustentabilidade da Suzano. Como são uma relação entre produção e emissões, a medida, porém, pode esconder altas no total.

A empresa possui 2,9 milhões de hectares de terras – cada hectare equivale a, mais ou menos, a área de um campo de futebol. Desses, 60% são de plantação de eucalipto e 40% são de orestas nativas na Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado. A empresa adquiriu uma série de ativos orestais nos últimos anos.

Calcular a pegada de carbono da cadeia de valor inteira de uma empresa não é tarefa fácil, mas é essencial para os planos de descarbonização da economia. Todos os setores têm enfrentado desaos para contabilizar e reduzir emissões que não estão sob sua responsabilidade direta.

No caso da Suzano, um dos principais vilões são os gases gerados por clientes industriais que usam a celulose para a fabricação de papel, por exemplo. O transporte e frete dessas compras e vendas também entram na conta das emissões da Suzano.

“Sempre falo para o meu time: ‘No dia em que todas as em que todas as empresas focarem no escopo 1, ninguém mais vai precisar olhar o escopo 2 e 3. No fim, o meu escopo 3 é o escopo 1 do meu fornecedor e do meu cliente”, diz Negrisoli. 

Com faturamento de R$ 47 bilhões no ano passado, a Suzano exporta para mais de 100 países e tem capacidade de produzir 13,4 milhões de toneladas de celulose por ano. 

Metas para a pegada de carbono

A companhia não tem metas públicas de redução de emissões de escopo 3, mas os planos incluem parcerias com clientes e fornecedores para incentivá-los na jornada de descarbonização de suas operações. Em parte da logística, por exemplo, existem projetos para contratar fornecedores que usam caminhões elétricos.

Ela vê a intensidade de carbono da sua celulose como um diferencial para descarbonizar operações “à frente” da sua cadeia industrial.

As metas de redução da empresa estão, hoje, focadas na própria operação. A Suzano assumiu dois grandes compromissos em relação aos escopos 1 e 2.

O primeiro é remover . Até agora, 73% foram removidas a partir do saldo de emissões de carbono da empresa, possível graças ao plantio de eucaliptos e a conservação e recuperação de áreas nativas. Em 2024, essas iniciativas somaram 6,3 milhões de toneladas removidas.

O segundo compromisso é reduzir a emissão de CO2 por tonelada de celulose em 15% até 2030. Metade dele foi alcançada, principalmente com a substituição de combustível fóssil na produção.

A nova fábrica em Ribas do Rio Pardo, em Mato Grosso do Sul, por exemplo, utiliza biomassa feita do próprio eucalipto para reduzir a pegada de carbono em 97%. O investimento na fábrica, Eucalipto protegido Mais do Reset 40 milhões de toneladas de CO2 entre 2020 até 2025 agora a maior da empresa, foi de R$ 22 bilhões.

Eucalipto protegido

Mudanças climáticas globais têm inuenciado o cultivo de eucalipto na Suzano.

“Elas não afetam só o eucalipto, mas também outros cultivos, como cana-de-açúcar. Os grandes vetores são a regularidade e a frequência do sol, da água e as ondas de calor”, explica Marina Negrisoli.

Para driblar secas, como a que afetou o país entre 2023 e 2024, uma das estratégias de curto prazo é conhecida como “mosaico de idade”. Ou seja, as árvores são plantadas em momentos diferentes, dividindo o crescimento e a demanda de água do solo ao longo dos anos.

No médio e longo prazo entram as orestas nativas em recuperação.

Além de garantir as remoções e gerar créditos, as têm impacto na produtividade do eucalipto. A oresta tende a proteger a entrada de pragas na plantação e garante a oferta de água no solo, essencial para o cultivo.

Numa perspectiva mais ampla, de recuperação de biomas, a principal iniciativa é a criação dos corredores ecológicos pelo Brasil, hoje separados por áreas degradadas e permitem a circulação da fauna.

“O grande problema da perda de biodiversidade do Brasil é a fragmentação dos polígonos de regeneração ou de conservação. Quando comparado com outros grandes territórios, ainda temos uma massa relevante de vegetação nativa. O ponto é a desconexão entre eles”, arma Negrisoli.

A meta é conectar 500 mil hectares pelo Brasil até 2030, até agora foram alcançados 150 mil impulsionado pela conexão entre o Parque do Descobrimento e o Monte Pascoal, ambos no sul da Bahia.

Informações: Capital Reset/Uol.

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Suzano fará 4º aumento em preços de celulose a partir de abril

A Suzano, maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, fará uma nova rodada de aumentos de preços de celulose em abril, a quarta seguida neste ano, informou a companhia nesta quinta-feira.

O preço da celulose vendida pela Suzano para clientes na Ásia vai subir em US$20 a tonelada, enquanto na Europa e na América do Norte o reajuste será de US$60 por tonelada em cada região.

A informação sobre os aumentos foi antecipada à Reuters por uma fonte e confirmada posteriormente pela Suzano.

Com o reajuste de abril, o preço da celulose da Suzano na Europa irá para US$1.280 a tonelada.

As ações da Suzano fecharam a quinta-feira em alta de 0,71%, enquanto o Ibovespa encerrou com avanço de 0,47%.

Informações: Terra.

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Plante com a Klabin: programa impulsiona renda de agricultores no PR e SC com cultivo sustentável de eucalipto; conheça

Produtores rurais podem diversificar seus ganhos sem necessidade de experiência na silvicultura e contar com suporte técnico completo da Klabin

A silvicultura tem se consolidado como uma alternativa estratégica para produtores que buscam diversificar sua renda e aumentar a produtividade de suas propriedades. No Paraná e em Santa Catarina, agricultores já podem aproveitar essa oportunidade por meio do Plante com a Klabin, programa de parceria que permite o cultivo de eucalipto com suporte técnico completo e benefícios sustentáveis.

Voltado para produtores rurais com ou sem experiência na silvicultura, o programa não exige investimentos em tecnologia ou conhecimento especializado. A Klabin oferece suporte técnico em todas as etapas do cultivo, desde o plantio até o manejo pré-colheita, além de auxiliar os parceiros na obtenção de certificações que garantem um manejo sustentável. Uma excelente oportunidade para diversificação de renda.

Plante com a Klabin já está disponível em propriedades localizadas em regiões de elevado potencial florestal no Paraná e em Santa Catarina, incluindo áreas próximas a Telêmaco Borba e Ortigueira, no Norte paranaense e nos Campos Gerais.

Silvicultura: uma alternativa lucrativa e sustentável

Além de gerar uma nova fonte de renda para os agricultores, a silvicultura desempenha um papel fundamental na preservação ambiental e na sustentabilidade do agronegócio. O plantio de florestas contribui para:

– Captura e estoque de carbono, ajudando no combate às mudanças climáticas;

– Preservação do solo e da água, reduzindo impactos ambientais;

– Manutenção da biodiversidade, com áreas planejadas para conservação;

– Fortalecimento da economia local, com geração de empregos e movimentação do setor florestal.

Com essas vantagens, os produtores podem aliar rentabilidade e responsabilidade ambiental, participando de um modelo de parceria que traz benefícios tanto para suas propriedades quanto para a comunidade e o planeta.

Como funciona a parceria com a Klabin?

A Klabin disponibiliza três modelos de parceria para os produtores, permitindo que cada um escolha a opção mais adequada às suas necessidades e objetivos:

– Permuta de Insumos e Serviços: a Klabin realiza o plantio e faz a manutenção inicial da floresta. Após o prazo estipulado, o agricultor assume a gestão, contando com suporte técnico contínuo;

– Permuta de Mudas: a empresa fornece mudas de eucalipto para que o produtor faça o plantio, podendo contar com assistência técnica para manutenção da floresta; 

– Outros formatos sob demanda, ajustados conforme as necessidades da propriedade.

Independentemente do modelo escolhido, os participantes do programa recebem orientação técnica especializada para garantir o melhor manejo da floresta, além de suporte para a regularização da propriedade e obtenção de certificações de manejo sustentável, como o selo FSC® (Forest Stewardship Council®), que abre portas para mercados mais exigentes.

Benefícios para os produtores e a região

Ao se tornarem parceiros do Plante com a Klabin, os produtores rurais têm acesso a um pacote de benefícios que vai além da geração de renda. O programa também fortalece o desenvolvimento econômico e social das comunidades locais.

Para o produtor:

–  Assistência técnica especializada durante todo o ciclo de crescimento das árvores;

–  Apoio às certificações internacionais que agregam valor à produção; 

– Diversificação da renda sem necessidade de experiência prévia na silvicultura;

– Regularização ambiental da propriedade.

Para a região:

– Estímulo à economia de base florestal;

– Geração de empregos e fortalecimento do trabalho no campo;

– Movimentação do empreendedorismo local;

– Conformidade com normas ambientais.

Para o meio ambiente:

– Plantio de florestas que ajudam a regular o clima e absorver CO2;

– Proteção do solo e da biodiversidade;

– Uso sustentável dos recursos naturais.

Como participar do Plante com a Klabin

Os produtores interessados podem entrar em contato com a Klabin para obter mais informações e avaliar a melhor modalidade de parceria para sua propriedade. Para isso, basta acessar o site oficial e preencher o formulário de interesse, clicando aqui!

Com o Plante com a Klabin, os agricultores têm a oportunidade de ampliar seus ganhos, fortalecer sua produção e contribuir para um futuro mais sustentável.

Informações: Notícias Agrícolas.

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Suzano utiliza exército de joaninhas no combate a pragas

Iniciativa pioneira no Brasil reduziu 17,1 mil kg de produtos com defensivos agrícolas em apenas um ano

Suzano, maior produtora mundial de celulose e referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir de eucalipto, adotou joaninhas como solução natural para o controle biológico de pragas em suas florestas de eucalipto. Pela primeira vez no Brasil, a espécie está sendo utilizada na silvicultura em larga escala nos estados de São Paulo, Maranhão e Mato Grosso do Sul, cobrindo uma área de 57 mil hectares no ano passado. A iniciativa também contribui para o uso racional de defensivos agrícolas. Apenas em 2024, cerca de 17,1 mil quilos deixaram de ser utilizados, gerando uma economia superior a R$ 3 milhões para a companhia.

O projeto foi desenvolvido em parceria com a Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da UNESP, a Embrapa Florestas e a Universidade Federal de Viçosa (UFV), e representa um avanço importante nas pesquisas brasileiras sobre controle biológico. O objetivo é promover o uso mais racional de defensivos e utilizar a biodiversidade para o controle preventivo de pragas, reduzindo impactos ambientais e fortalecendo uma produção agrícola mais sustentável e eficiente a longo prazo.

A joaninha da espécie Olla v-nigrum é uma grande aliada no controle do Glycaspis brimblecombei, ou psilídeo-de-concha, uma das pragas mais nocivas ao cultivo de eucalipto. Com ocorrência natural no Brasil, a joaninha se adapta rapidamente ao ambiente: nas primeiras 24 a 48 horas após a liberação, ela explora o território em busca de alimento antes de se estabelecer. Em condições favoráveis, a oviposição ocorre entre 5 e 7 dias após o acasalamento, indicando uma adaptação bem-sucedida e o estabelecimento do ciclo reprodutivo. Para que o controle biológico seja eficaz em campo, a temperatura ideal não deve ultrapassar a amplitude de 20°C e 37°C, combinada com umidade moderada.

Antes de liberar as joaninhas no ambiente, a Suzano analisou como a espécie reagia a diferentes temperaturas, dietas e às principais pragas do eucalipto. “As joaninhas ficavam em um laboratório da companhia que simulava o ambiente de floresta, localizado na Unidade Florestal de Três Lagoas (MS). Foram dois anos de trabalho, com uma equipe de quatro pesquisadores entomologistas da companhia dedicados a cuidar e estudar o comportamento da espécie”, diz Maurício Magalhães Domingues, pesquisador principal do tema. “Inovação e sustentabilidade caminham juntas na Suzano, e o uso de joaninhas como controle biológico reflete esse compromisso. A iniciativa permite o uso racional de defensivos químicos, fortalece a biodiversidade e traz ganhos ambientais e sociais, como a valorização da ciência, a geração de empregos e o desenvolvimento de soluções mais sustentáveis para o setor florestal”, finaliza Maurício.

As pesquisas para viabilizar a produção da Olla v-nigrum começaram em 2022, com a identificação de populações nativas durante surtos da praga do eucalipto em Mato Grosso do Sul, São Paulo e Tocantins. Em 2023, os estudos avançaram com o objetivo de estabelecer uma criação experimental de joaninhas, resultando no desenvolvimento da técnica de multiplicação e liberação em larga escala. No ano seguinte, 210 mil insetos foram liberados. No ambiente, o equilíbrio natural impede que os inimigos naturais se tornem superpopulosos, uma vez que sua sobrevivência depende da disponibilidade da praga-alvo como fonte de alimento, além de estarem sujeitos a seus próprios biocontroladores na cadeia alimentar.

Embora o uso dessa estratégia com joaninhas seja inédito no Brasil, países como os Estados Unidos já aplicam com sucesso o controle biológico em plantios de eucalipto comerciais, reforçando sua eficácia como alternativa sustentável no manejo florestal. Para mais informações sobre essas e outras iniciativas da Suzano na agenda ESG, acesse aqui o Relatório Anual de Sustentabilidade da companhia.

Sobre a Suzano

A Suzano é a maior produtora mundial de celulose, uma das maiores produtoras de papéis da América Latina, líder no segmento de papel higiênico no Brasil e referência no desenvolvimento de soluções sustentáveis e inovadoras a partir de matéria-prima de fonte renovável. Nossos produtos e soluções estão presentes na vida de mais de 2 bilhões de pessoas, abastecem mais de 100 países e incluem celulose; papéis para imprimir e escrever; papéis para embalagens, copos e canudos; papéis sanitários e produtos absorventes; além de novos bioprodutos desenvolvidos para atender à demanda global. A inovação e a sustentabilidade orientam nosso propósito de “Renovar a vida a partir da árvore” e nosso trabalho no enfrentamento dos desafios da sociedade e do planeta. Com mais de 100 anos de história, temos ações nas bolsas do Brasil (SUZB3) e dos Estados Unidos (SUZ). Saiba mais na página: www.suzano.com.br.

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Pesquisa revela 60 novas espécies de insetos no Brasil

Os psilídeos, conhecidos popularmente como “piolhos-de-planta saltadores”, desempenham papéis importantes nos ecossistemas

Uma pesquisa recente realizada pela Embrapa, em parceria com cientistas internacionais, identificou 60 novas espécies de insetos em diversos biomas do Brasil, como a Amazônia, a Mata Atlântica e o Cerrado.

O estudo, publicado na revista Zootaxa, amplia o conhecimento sobre esse grupo de insetos e destaca a importância de ações voltadas à conservação da biodiversidade.

Novas espécies de insetos

Novas espécies de insetos
Foto: Divulgação/Embrapa

Os psilídeos, conhecidos popularmente como “piolhos-de-planta saltadores”, desempenham papéis importantes nos ecossistemas. Algumas espécies são utilizadas para o controle de plantas invasoras, enquanto outras podem servir como indicadores da qualidade ambiental ou até serem incluídas em listas de espécies ameaçadas.

Com as novas descobertas, o Brasil se consolida como um dos principais focos de diversidade dessa família de insetos na América do Sul.

O estudo, que se estendeu por mais de dez anos, envolveu a coleta de amostras em cerca de 50 unidades de conservação espalhadas por 15 estados brasileiros, entre 2011 e 2021.

A pesquisa utilizou técnicas avançadas de identificação, como sequenciamento genético e análise detalhada da morfologia dos insetos. A equipe conseguiu identificar uma nova espécie de Klyveria e 59 novas espécies de Melanastera, o que revela uma biodiversidade muito mais rica do que se imaginava.

Insetos no Brasil
Foto: Divulgação/Embrapa

Os psilídeos são insetos pertencentes à superfamília Psylloidea (Hemiptera), que inclui sete famílias e mais de 4.000 espécies descritas mundialmente. Muitas vezes confundidos com pulgões, os psilídeos se diferenciam por suas patas adaptadas para saltar e pelo exoesqueleto mais robusto, rico em quitina, o que lhes confere maior resistência.

Algumas espécies desses insetos, como o psilídeo da erva-mate (Gyropsylla spegazziniana), são pragas nativas, enquanto outras, como Diaphorina citri e Ctenarytaina spatulata, foram introduzidas no país nos últimos anos.

A descoberta dessas novas espécies sublinha o potencial ainda pouco explorado da biodiversidade brasileira e ressalta a necessidade de investimentos em pesquisa e conservação.

A pesquisadora Dalva Queiroz, da Embrapa Florestas, destaca que cada nova espécie descoberta contribui para uma compreensão mais aprofundada dos ecossistemas e da importância de proteger o patrimônio natural do Brasil.

Informações: AGRO2.

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O eucalipto em Portugal: pilar da economia e da sustentabilidade

Eucalipto: uma curiosidade com 150 anos

A floresta portuguesa, tal como a conhecemos hoje, é em grande parte resultado da intervenção humana. No final do século XIX, menos de 10% do território nacional estava arborizado. No entanto, ao longo das décadas, políticas de reflorestação e iniciativas privadas permitiram que essa área ultrapassasse os 3 milhões de hectares, correspondendo a cerca de 36% do território nacional. Grande parte desse crescimento foi impulsionado pela plantação de espécies de alto valor económico, como o pinheiro-bravo e o sobreiro, mas também pelo eucalipto, que se afirmou como uma das árvores mais relevantes para a economia nacional. Introduzido há mais de 150 anos, o eucalipto começou por ser uma curiosidade ornamental em parques e jardins, mas rapidamente se tornou uma das espécies mais importantes da floresta portuguesa. O Eucalyptus globulus revelou-se particularmente adaptado às condições do país e, graças à sua madeira de fibras curtas e resistentes, Portugal tornou-se um dos líderes mundiais na produção de pasta e papel de alta qualidade. Hoje, os eucaliptais ocupam cerca de 26% da área florestal nacional, totalizando 845 mil hectares. Embora tenha uma presença significativa, o eucalipto não é a espécie dominante na floresta portuguesa, ficando atrás dos montados de sobro e azinho (34%) e dos pinhais (28%).

A importância do setor da pasta e papel na economia nacional

O eucalipto é um dos motores da economia florestal portuguesa, sendo a base de um setor industrial altamente competitivo e exportador. O setor da pasta e papel representa cerca de 8% das exportações nacionais e é responsável por um excedente na balança comercial. Só em 2023, as exportações do setor ultrapassaram os 3,3 mil milhões de euros, correspondendo a 51% das exportações do setor florestal português. Além do seu impacto económico, a fileira do eucalipto desempenha um papel crucial na criação de emprego e na dinamização do interior do país. O setor gera mais de 80 mil postos de trabalho diretos, indiretos e induzidos, ajudando a fixar populações em regiões de baixa densidade e a combater o abandono rural.

The Navigator Company: o motor da inovação na fileira do eucalipto

A The Navigator Company é uma das principais impulsionadoras do setor da pasta e papel em Portugal é uma referência mundial na indústria. Maior produtora europeia de papel fino não revestido (Uncoated Woodfree – UWF), a empresa tem sido um dos pilares da economia nacional, sendo a terceira maior exportadora do país. Com um forte compromisso com a inovação e a sustentabilidade, a Navigator investe na gestão responsável das florestas, na eficiência dos seus processos produtivos e no desenvolvimento de bioprodutos alternativos aos de origem fóssil. A empresa está na vanguarda da investigação e desenvolvimento na fileira do eucalipto, através do seu centro de I&D RAIZ – Instituto de Investigação da Floresta e Papel. Este instituto tem sido fundamental na melhoria genética do Eucalyptus globulus, aumentando a produtividade das plantações e tornando-as mais resistentes a pragas, doenças e às alterações climáticas. A investigação da Navigator também se estende à modernização da silvicultura, à digitalização das operações florestais e à utilização de biotecnologias para otimizar o rendimento da matéria-prima. A empresa tem ainda desempenhado um papel crucial na transição para uma bioeconomia sustentável, apostando em novos produtos de base florestal. Entre as inovações mais recentes está a produção de embalagens sustentáveis feitas a partir de fibras de eucalipto, destinadas a substituir plásticos de uso único. Além disso, a Navigator tem investido na valorização da biomassa florestal como fonte de bioenergia, contribuindo para a descarbonização da economia portuguesa.

Sustentabilidade e gestão florestal: o papel do eucalipto

Apesar da sua importância económica, o eucalipto tem sido alvo de críticas relacionadas com o impacto ambiental e o risco de incêndios florestais. No entanto, os dados demonstram que a verdadeira ameaça não está na espécie em si, mas na falta de gestão das florestas. Entre 2000 e 2024, cerca de 44% da área ardida em Portugal ocorreu em matos e pastagens sem qualquer tipo de gestão, enquanto os eucaliptais representaram 18%. Contudo, dentro desta percentagem, apenas 2% dos incêndios ocorreram em plantações geridas pela indústria, provando que a gestão ativa reduz significativamente o risco de fogo. As plantações bem geridas de eucalipto podem ter um impacto positivo no ambiente. Estudos indicam que esta espécie desempenha um papel relevante na conservação dos solos, ajudando a reduzir a erosão e a manter a estrutura do solo através da deposição de matéria orgânica. O eucalipto também tem um papel importante na regulação do ciclo da água e na captura de carbono, sendo um contributo valioso para a mitigação das alterações climáticas.
A The Navigator Company tem sido um dos principais promotores da certificação florestal em Portugal, garantindo que as suas plantações cumprem elevados padrões ambientais e sociais. A empresa aderiu aos esquemas de certificação FSC® e PEFC, que promovem a gestão responsável das florestas e asseguram o equilíbrio entre os valores económicos, ambientais e sociais.

O eucalipto e o futuro da bioeconomia Portuguesa

Com a crescente procura global por madeira e bioprodutos sustentáveis, Portugal tem uma vantagem competitiva única: o Eucalyptus globulus, cuja fibra é reconhecida mundialmente pela sua qualidade superior. No entanto, para garantir que esta riqueza natural continue a ser uma fonte de desenvolvimento económico e ambientalmente responsável, é essencial investir
na inovação e na gestão ativa das florestas. A Navigator está a liderar essa transformação, apostando na evolução das suas fábricas para verdadeiras biorrefinarias, onde a madeira e a biomassa florestal são convertidas em fibras celulósicas, bioenergia e novos bioprodutos de base renovável. Estes avanços permitem substituir materiais derivados do petróleo por alternativas sustentáveis, contribuindo para a redução da pegada de carbono e para o desenvolvimento de uma economia circular.

Um equilíbrio entre economia e sustentabilidade

O eucalipto é um dos principais ativos da floresta portuguesa, sendo um pilar da economia nacional é um elemento-chave para a transição para uma bioeconomia mais sustentável. A fileira do eucalipto, com destaque para o setor da pasta e papel e para empresas como a The Navigator Company, tem demonstrado a capacidade de aliar inovação, competitividade e
responsabilidade ambiental. Com uma gestão florestal responsável, certificação rigorosa e investimento contínuo em investigação e desenvolvimento, Portugal pode continuar a liderar o setor a nível mundial. A chave para o futuro da fileira do eucalipto está na aposta na modernização da silvicultura, na diversificação dos bioprodutos e na adoção de práticas cada vez mais sustentáveis, garantindo que esta riqueza natural seja um fator de progresso económico e ambiental para as próximas gerações.

Informações: CNN.

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Pesquisa aponta áreas prioritárias para restauração da vegetação nativa do Brasil

A regeneração de 30% dos 76 milhões de hectares mapeados nos seis biomas poderia aumentar a disponibilidade de hábitat para mais de 11 mil espécies animais e vegetais, além de ajudar a mitigar as mudanças do clima

O novo Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg), lançado em dezembro pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), atualizou as estratégias brasileiras para alcançar a meta de recuperar 12 milhões de hectares (ha) de vegetação nativa até 2030. O compromisso foi assumido no Acordo de Paris, tratado internacional assinado por 195 países em 2016 que prevê medidas para conter os impactos das mudanças climáticas e limitar o aquecimento global abaixo de 2 graus Celsius.

Segundo o Planaveg 2025-2028, serão combinadas quatro “estratégias transversais” (monitoramento, fomento à cadeia produtiva, financiamento e pesquisa) com “arranjos de implementação”, que preveem a recuperação da vegetação nativa em áreas de preservação permanente, reserva legal e uso restrito, além de áreas públicas e propriedades rurais de baixa produtividade.

A bióloga Rita Mesquita, secretária de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais do MMA, defende o resgate da diversidade de espécies, de processos ecológicos e de serviços ambientais para evitar a perda da capacidade do sistema natural de responder a impactos futuros, como os provocados pelas mudanças do clima. “Para isso, é muito importante ter boas informações sobre todos os biomas, porque cada ecossistema vai seguir uma trajetória diferente, típica daquele lugar”, enfatiza, sobre o comportamento na regeneração.

Um estudo publicado em fevereiro na revista Biological Conservation pode contribuir para o trabalho dos órgãos ambientais e de gestão do território ao identificar áreas prioritárias para recuperação em cada um dos seis biomas brasileiros: Amazônia, Cerrado, Caatinga, Pampa, Pantanal e Mata Atlântica. Sua seleção deve levar em conta a expansão do hábitat disponível para as espécies nativas e a melhoria da conectividade funcional, que é quando a paisagem permite o deslocamento, a dispersão e o estabelecimento das espécies pelo fluxo de pólen, sementes e organismos entre fragmentos de vegetação.

O trabalho envolveu mais de 80 pesquisadores de universidades, instituições de pesquisa e organizações ambientais do Brasil e do exterior e apresenta os resultados de uma metodologia que combina o desenvolvimento de modelos de distribuição de espécies e de conectividade do território, com aplicação de um algoritmo de programação linear para otimizar a restauração, priorizando áreas com maior impacto para a diversidade e integração dos ecossistemas.

“O que o modelo vai fazer é simular como cada pixel de uma área desmatada seria restaurada e identificar como cada critério pode ser potencializado”, explica a bióloga Luisa Fernanda Liévano-Latorre, primeira autora do artigo e pesquisadora do Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS), uma organização ambiental privada com base no Rio de Janeiro. Uma das funcionalidades do modelo é saber qual a distribuição potencial de cada espécie na área escolhida.

Os autores mapearam 76 milhões de ha prioritários para a restauração, distribuídos nos seis biomas. As áreas anteriormente eram cobertas por ecossistemas naturais e agora estão ocupadas por agricultura, pastagens e silvicultura. Foram excluídas regiões urbanas e de mineração, onde a regeneração da vegetação nativa é inviável.

Em relação à biodiversidade, o grupo analisou 8.692 espécies de plantas (angiospermas) e 2.699 de animais, abrangendo ambientes terrestres e aquáticos. De acordo com as conclusões, se 30% das áreas prioritárias identificadas fossem regeneradas, seria possível aumentar em até 10% o hábitat disponível para essas espécies e em 60%, em média, a conectividade funcional, em relação ao cenário atual, utilizado como controle.

Regeneração florestal em paisagem de agricultura de corte e queima na Amazônia Central – Catarina Jakovac / UFSC

O estudo analisou organismos com diferentes capacidades de dispersão, abrangendo um espectro mais amplo de fauna e flora e tornando o trabalho mais robusto. Os benefícios são mais expressivos no Cerrado, onde a conectividade aumentaria em mais de 80%, seguido pela Amazônia, Mata Atlântica e Caatinga (acima de 70%), e pelo Pampa e Pantanal (até 50%).

Para Mesquita, além de destacar as áreas onde se deve concentrar esforços, os dados de conectividade apresentados são importantes para a gestão pública, uma vez que eles precisam “estar cada vez mais presentes nas tomadas de decisão, incluindo os arranjos produtivos, pois não existe produção efetiva em paisagens inviáveis”. Para a bióloga, que não participou do estudo, a restauração de vegetação nativa deve buscar devolver a a resiliência das paisagens.

O estudo da Biological Conservation classificou algumas das áreas identificadas como altamente prioritárias, por abrigarem grande biodiversidade e estarem sob forte pressão. Comumente, são territórios de transição entre biomas. No caso da Amazônia, as áreas estão concentradas principalmente no arco do desmatamento, localizado no limite sul do bioma.

Se 30% das áreas restauráveis da região fossem recuperadas, ela poderia reter mais de 50% do seu potencial máximo de armazenamento de carbono, segundo a publicação, contribuindo significativamente para a mitigação das mudanças climáticas. A Amazônia tem a maior capacidade de captura de carbono entre os ecossistemas analisados.

“Pensando na Amazônia como um todo, o sucesso é limitado por dois fatores, principalmente: o número de vezes que aquela mata foi cortada, ou seja, a frequência de desmatamento; e o histórico de uso antes de começar a regeneração”, ressalta o biólogo André Giles, pesquisador em estágio de pós-doutorado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Ele é o primeiro autor de um estudo publicado em dezembro na revista Communications Earth & Environment, que se propõe a fornecer indicadores para medir o sucesso da regeneração e apoiar ações voltadas à conservação do território e mitigação das mudanças climáticas na Amazônia.

O trabalho reúne 29 pesquisadores de instituições nacionais e internacionais – incluindo Mesquita, do MMA – que identificaram quatro indicadores-chave: a área basal, que representa a estrutura da floresta e a densidade da vegetação; a heterogeneidade estrutural, que mede a variação no tamanho das árvores, indicando um ecossistema mais equilibrado; a riqueza de espécies nativas, que avalia a biodiversidade da floresta secundária; e a biomassa acima do solo, que indica a quantidade de carbono estocado na vegetação, essencial para estimar o papel da floresta na mitigação das alterações do clima.

“Não se trata apenas de plantar árvores, mas de reconstruir ecossistemas complexos”, ressalta a engenheira-agrônoma Ima Vieira, do Museu Paraense Emílio Goeldi e coautora do estudo. “Nossos indicadores mostram exatamente como fazer isso de forma eficiente e mensurável.”

Os autores definiram esses indicadores a partir de análises de 448 parcelas de floresta secundária em 24 localidades da Amazônia e estabeleceram valores de referência para avaliar a integridade das florestas com 5, 10, 15 e 20 anos de regeneração, permitindo a comparação do desenvolvimento florestal com padrões ideais de recomposição.

“Criamos um modelo com um cenário ótimo de regeneração natural para definir quais seriam os valores dessa trajetória de restauração”, explica Giles. “A partir disso, chegamos em indicadores que são importantes para a integridade, e eles têm que agir juntos para se alcançar o resultado esperado na restauração vegetal.”

A partir das análises realizadas para traçar a trajetória de recuperação, os pesquisadores perceberam que os impactos são mais severos em áreas que sofreram múltiplos desmatamentos ou longos períodos de uso agrícola ou para pastagem. Além disso, a textura e a compactação dos solos influenciam a recomposição da floresta. “Solos mais argilosos podem limitar o estabelecimento de novas espécies, possivelmente por serem mais suscetíveis à degradação pelo uso”, destaca Giles.

Samaúma (Ceiba pentandra) remanescente de floresta original em área restaurada na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, no Pará – André Giles / UFSC

Embora os dados e indicadores sejam restritos à Amazônia, pode ser possível adaptá-los a ecossistemas semelhantes. Para a bióloga Fátima Arcanjo, que não participou do estudo, os dados para a Mata Atlântica, ecossistema com o qual trabalha, ainda são restritos. “Aqui, o cenário mudaria porque há uma degradação maior e menos conectividade ecológica. Com isso, é preciso considerar a restauração ativa”, ressalta, sobre a prática que envolve o plantio de mudas nativas.

Arcanjo é docente da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e lidera um projeto de restauração vegetal no Laboratório de Ecologia Aplicada da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). O estudo investiga as mudanças ecológicas graduais que ocorrem ao longo do tempo na composição, na estrutura e no funcionamento da vegetação na Mata Atlântica em áreas de restauração ativa.

Nesse bioma, 186 mil ha de florestas maduras deram lugar, entre 2010 e 2020, a áreas agrícolas, de silvicultura e pecuária, além de pastagens. É o que alerta um estudo publicado em fevereiro na revista Nature Sustainability. Os autores identificaram 14.401 locais de desmatamento, totalizando 186.289 ha, grande parte deles com indícios de ilegalidade.

Os dados indicam que 73% da perda de floresta madura ocorreu em terras privadas, sendo que a maior quantidade de área desmatada (40% do total) estava em grandes propriedades. “Os tamanhos das áreas estão diretamente relacionados aos modos de produção e ao tipo de ator das atividades de supressão da vegetação nativa”, detalha a ecóloga Silvana Amaral, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e primeira autora do estudo.

Nem áreas protegidas, como unidades de conservação e terras indígenas, escaparam da destruição da mata nativa, evidenciando falhas na fiscalização da Lei da Mata Atlântica, que desde 2006 estabelece regras específicas para o uso, a exploração e a conservação do bioma (ver reportagem sobre desmatamento nessa região).

O estudo utilizou uma metodologia combinada de sensoriamento remoto, estatísticas espaciais e dados geoespaciais para mapear e entender a perda de florestas antigas, sem sinais de degradação visíveis por imagens de satélite. Essa abordagem permitiu identificar os principais vetores do desmatamento, os atores envolvidos e as falhas nas políticas de conservação, e poderia ser aplicada a outros biomas.

“Além de disponibilizar os dados utilizados e os resultados, descrevemos todas as etapas realizadas. Adaptar o método a outro bioma exigiria ter profissionais especialistas naquele ecossistema que sejam aptos a reconhecer os diferentes usos e coberturas da terra para a qual a vegetação nativa tenha sido convertida”, explica Amaral.

Artigos científicos LIÉVANO-LATORRE, L. F. et al. Addressing the urgent climate and biodiversity crisis through strategic ecosystem restoration in Brazil. Biological Conservation. v. 302, 110972. fev. 2025. GILES, A. L., SCHIETTI, J. et al. Simple ecological indicators benchmark regeneration success of Amazonian forests. Communications Earth & Environment. v. 5, 780. 20 dez. 2024. AMARAL, S. et al. Alarming patterns of mature forest loss in the Brazilian Atlantic Forest. Nature Sustainability. on-line. 13 fev. 2025.

O estudo utilizou uma metodologia combinada de sensoriamento remoto, estatísticas espaciais e dados geoespaciais para mapear e entender a perda de florestas antigas, sem sinais de degradação visíveis por imagens de satélite. Essa abordagem permitiu identificar os principais vetores do desmatamento, os atores envolvidos e as falhas nas políticas de conservação, e poderia ser aplicada a outros biomas.

“Além de disponibilizar os dados utilizados e os resultados, descrevemos todas as etapas realizadas. Adaptar o método a outro bioma exigiria ter profissionais especialistas naquele ecossistema que sejam aptos a reconhecer os diferentes usos e coberturas da terra para a qual a vegetação nativa tenha sido convertida”, explica Amaral.

Informações: Revista Pesquisa/Fapesp.

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