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A nova taxação dos EUA e seus impactos diretos sobre o setor florestal do Paraná

A recente decisão dos Estados Unidos de aplicar tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros atingiu em cheio o setor florestal. Os estados do Sul (Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) respondem por aproximadamente 85% de tudo que é exportado em madeira sólida para o mercado norte-americano, o que gera forte pressão e incerteza no escoamento da produção.

Uma decisão inesperada e inoportuna

Como destacou Fabio Brun, presidente da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE Florestas), o anúncio da nova taxação surpreendeu o setor, especialmente por ocorrer apenas três meses após uma medida semelhante já ter sido aplicada. “O que torna essa decisão ainda mais complicada é o fator surpresa. Não esperávamos  que isso fosse anunciado agora”, afirmou Brun.

Mais do que econômica, a medida é vista como estratégica e política, dificultando uma solução técnica direta. “O Brasil é deficitário na relação com os Estados Unidos. Então, é difícil encontrar uma base econômica concreta para justificar essa medida”, completa Brun. Isso significa que, para reverter essa taxação, será necessária uma articulação diplomática e rápida.

Cadeia produtiva ameaçada

A taxação incide sobre diversos produtos de diversos setores. Dentre os produtos do agronegócio mais vendidos aos EUA, os produtos florestais aparecem em primeiro lugar, com US$ 3,7 bilhões, seguido de cafés (US$ 2 bilhões), carnes (US$ 1,4 bilhão), sucos (US$ 1,1 bilhão) e complexo sucroalcooleiro (US$ 791 milhões).

Confira tudo sobre as importações  dos EUA no setor florestal:

* Maior importador de serrado de pinus do Brasil (37,15%), e o segundo maior importador do Paraná do mesmo produto (30,79%)

* Maior importador de serrado de folhosas e compensado de pinus do Brasil

* Primeiro destino em exportação de compensado de pinus do Paraná

* Principal destino das exportações de paineis reconstituídos de madeira, portas, molduras e móveis do brasil

* Segundo país que mais importa celulose do brasil (14,32% do valor total, seguido da China)

* Segundo país que mais importa papel do brasil (10,26%, seguido da Argentina)

Dados da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham) indicam que os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul representaram 86,5% do total exportado pelo Brasil aos Estados Unidos em 2024.  Juntos, os três estados do Sul exportaram US$ 1,37 bilhão em produtos de madeira para os EUA. Os produtos florestais são o principal produto do setor do agronegócio voltado ao mercado americano.

O Paraná, grande produtor de pinus e exportador de produtos florestais para os Estados Unidos, é um dos mais afetados. Agora, empresas exportadoras precisarão rever custos, redirecionar produtos para novos mercados e reavaliar estratégias em tempo recorde, enquanto aguardam uma resposta do governo federal.

Corrida contra o tempo

Segundo Fabio Brun, o Brasil tem até o limite do dia 1o de agosto para tentar uma solução diplomática que evite o pior. Nesse intervalo, será essencial que governo e setor produtivo atuem em conjunto para construir e executar uma estratégia de negociação com os EUA. Caso contrário, o impacto pode ser profundo, colocando em risco empregos, arrecadação e investimentos em uma cadeia que é vital para a economia nacional.

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Vespa-da-madeira ameaça florestas de pinus e movimentaação conjunta de pesquisadores e produtores

Praga silenciosa, que pode causar prejuízos de até 53 milhões de dólares por ano, será tema de curso promovido pela APRE Florestas e Embrapa Florestas no dia 6 de junho

A vespa-da-madeira (Sirex noctilio) é considerada uma das principais pragas em plantios de pinus no Brasil. Capaz de provocar prejuízos severos,  estimados em até 53 milhões de dólares anuais, a praga compromete a qualidade da madeira e afeta diretamente a produtividade.

Com o objetivo de ampliar o conhecimento técnico e prático sobre a vespa-da-madeira, a Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE Florestas) e Embrapa Florestas promovem, no dia 6 de junho, um curso de controle da vespa-da-madeira,  aberto para associados e público em geral. Os pesquisadores Susete Penteado e Paulo Pereira, da Embrapa Florestas, vão ministrar o curso, abordando estratégias de prevenção, monitoramento e controle biológico.

O presidente da APRE Florestas, Fabio Brun, destaca a importância do curso: “Sabemos que a vespa-da-madeira representa uma ameaça significativa para os plantios de pinus. Por isso, reunir conhecimento técnico, trocar experiências e disseminar boas práticas é fundamental”, aponta.

O objetivo do curso é capacitar os profissionais do setor e promover as estratégias mais eficazes no combate à praga. Realizado de forma presencial, o encontro trará assuntos como prevenção, monitoramento e controle. Além disso, os participantes também vão aprender a diferenciar a a Sirex noctilio da nova praga, Sirex obesus, detectada pela primeira no Brasil em 2023, no Estado de São Paulo.. O encontro também prevê a parte prática, em campo, para reconhecimento dos sintomas de ataque e aplicação do nematoide, que é a estratégia de controle biológico.

Controle biológico é principal aliado

Segundo especialistas, árvores estressadas são as mais suscetíveis aos ataques. Entre os principais sintomas, estão os respingos de resina causados pelas perfurações para a postura de ovos, o amarelamento das copas, orifícios visíveis na casca, manchas azuladas no interior da madeira e galerias provocadas pelas larvas.

Para prevenir o ataque, o manejo adequado é indispensável. Isso inclui desde a retirada de árvores mortas ou danificadas até o uso de árvores-armadilha. Além da prevenção, o uso do Nematec (nematoide Deladenus siricidicola), desenvolvido pela Embrapa Florestas, tem se destacado como a estratégia mais eficaz de controle.

A pesquisadora da Embrapa Florestas, Susete Penteado, explica que “esse nematoide possui uma fase de vida parasitária. Quando entra em contato com a larva da vespa, ele se multiplica dentro do corpo do inseto, penetra nos ovos e esteriliza as fêmeas. Dessa forma, além de reduzir diretamente a população, também impede a proliferação da praga”, detalha.

Produzidos pela Embrapa e distribuído pelo Funcema (Fundo Nacional de Controle de Pragas Florestais), o Nematec está  disponível aos produtores no período de março a agosto, época recomendada para o controle da praga. No Paraná, a APRE Florestas, entidade que representa as empresas do setor florestal no Paraná, é responsável por receber os pedidos dos produtores e enviá-los à Embrapa Florestas

De acordo com a Embrapa, o uso correto das estratégias de controle pode reduzir em até 70% os prejuízos causados pela praga. Isso reforça a urgência de ações coordenadas entre pesquisa, setor produtivo e políticas públicas para mitigar os danos e proteger as florestas plantadas — um dos pilares da economia florestal brasileira.

Para fazer a inscrição, basta preencher o formulário: https://forms.gle/3ZEj4CT9GRBfU2E77


SERVIÇO
Curso Vespa-da-madeira
Data: 6 de junho
Local: Berneck (Fazenda dos Álamos – Lapa PR)
Valores: R$ 150,00 (associados) e R$ 250,00 (não-associados)
Inscrições: https://forms.gle/3ZEj4CT9GRBfU2E77


Sobre a APRE Florestas
A Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE Florestas) representa aproximadamente metade da área total de plantios comerciais no estado. As principais organizações de ensino e pesquisa formam o conselho científico da APRE, conferindo à entidade representatividade e embasamento técnico para o desenvolvimento das ações em prol do setor florestal. Desde 1968, a atuação política, apartidária, faz da APRE a porta-voz do setor no diálogo com as esferas públicas, organizações setoriais, formadores de opinião e sociedade no desafio de promover e fortalecer ações produtivas do setor florestal paranaense.

Mais informações em https://apreflorestas.com.br/

Informações à Imprensa:
Talk Comunicação

Ana Carvalho
(48) 99109-7072
anacarvalho@talkcomunicacao.com.br

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