Paper Excellence decide seu futuro no Brasil nos próximos dias
Uma das maiores produtoras de papel e celulose do mundo, a companhia tem bons caminhos para se estabelecer no país
A Paper Excellence vai definir, nos próximos dias, se fará novos investimentos no Brasil, após encerrar a batalha da Eldorado Celulose.
Uma das maiores produtoras de papel e celulose do mundo, a companhia tem bons caminhos para se estabelecer em estados como o Mato Grosso do Sul e avalia a conjuntura brasileira para decidir seu futuro.
No mês passado, depois de oito anos de uma violenta batalha judicial, a J&F e a Paper fecharam um acordo para que a holding dos irmãos Batista ficasse com a totalidade das ações da Eldorado. A compra à vista das ações da Paper foi de 15 bilhões de reais.
Informações: Veja.
Brasil avança na regulamentação do mercado de carbono e empresas apostam na restauração florestal
Empresas brasileiras se consolidam no mercado de créditos de carbono, com metas de recuperação de áreas e potencial para remoção de milhões de toneladas de CO2
A regulamentação do mercado de carbono no Brasil ainda está em estágio inicial, mas empresas nacionais já atuam fortemente nesse setor estratégico. A Re.green, especializada em projetos de restauração florestal, tem como meta atingir 1 milhão de hectares de áreas degradadas restauradas até 2032, o que resultará na remoção de 15 milhões de toneladas de carbono por ano.
Iniciativas e avanços no mercado de créditos de carbono
Segundo Mariana Barbosa, diretora Jurídica e de Relações Institucionais da Re.green, “quando a árvore cresce, ela não apenas remove carbono, mas também contribui para a conservação da biodiversidade e a geração de empregos”.A empresa possui atualmente 26 mil hectares sob gestão, sendo 12 mil hectares de áreas restauradas.
Durante o seminário de preparação para a COP30, o Brasil comemorou avanços nas negociações, embora observadores tenham avaliado o resultado como “morno”, indicando a necessidade de maior compromisso internacional (O Globo).
Perfil das empresas no mercado de créditos de carbono
Mariana explica que há historicamente dois perfis principais de empresas que apostam na certificação de créditos de carbono: as de tecnologia, como a Microsoft, que já possuem contratos com a Re.green, e aquelas com forte foco em políticas ESG. Outra companhia que entrou no segmento de restauração de florestas é a Biomas, com meta de restaurar 2 milhões de hectares em 20 anos, iniciando em 2022.
Perspectivas econômicas e estratégias de investimento
O CEO da Biomas, Fabio Sakamoto, afirma que o número de créditos de carbono gerados depende de fatores como financiamentos e localização, além de destacar que o investimento médio para restauração é de R$ 30 mil por hectare, variável conforme o projeto. O final tenso da Conferência de Bonn mostrou desafios na definição de metas globais.
Sakamoto destaca que o crédito de carbono é um investimento de longo prazo, com maior aporte financeiro nos primeiros cinco anos de um projeto. Ele explica que a floresta leva cerca de 40 anos para crescer totalmente, gerando créditos ao longo de toda essa fase.
Impactos e desafios do mercado de carbono no Brasil
Apesar do avanço, o setor ainda enfrenta obstáculos relacionados ao financiamento e à operacionalização dos projetos. A EQAO, por exemplo, atua no mercado de créditos de carbono ajudando empresas a reduzir suas emissões ou monitorando projetos existentes, desde aterros sanitários até fazendas de animais. Ricado Esparta, diretor técnico da companhia, destaca que a viabilidade dos projetos é avaliada previamente, com remuneração baseada na quantidade de créditos gerados.
A expectativa é que a ampliação do mercado de carbono contribuía para a transição para uma economia mais sustentável e a realização de metas ambientais nacionais e internacionais, especialmente em um contexto de discussões cada vez mais intensas na COP30 e reuniões preparatórias.
Informações: Diário do Povo / Para acessar a matéria completa clique aqui.
Cursos técnicos são ofertados pelo Senai e Arauco com bolsas de até R$ 1.500
Os interessados na capacitação do setor de indústria da celulose devem ter 18 anos ou mais e ensino médio completo
Oferecendo uma oportunidade de capacitação gratuita voltada para o setor da indústria de celulose, o programa “Abrace este Projeto” abre 560 vagas para os cursos nas áreas de automação, celulose & papel, eletrotécnica, logística, mecânica e química.
As aulas serão ministradas em turmas nos períodos integral e noturno para as cidades de Inocência, Paranaíba e Três Lagoas. As inscrições vão até o dia 22 de julho e podem ser feitas pelo site sistemafiems.ms.senai.br/abrace-este-projeto.
Além da formação gratuita, os alunos poderão contar com bolsas mensais de até R$ 1.500, um incentivo para que possam se dedicar ao aprendizado durante o período de estudos. As aulas começam a partir do dia 18 de agosto e os interessados devem ter 18 anos ou mais e ensino médio completo.
Segundo o diretor-regional do Senai, Rodolpho Caesar Mangialardo, a instituição tem papel estratégico na formação dos profissionais necessários para cada etapa do processo produtivo da nova fábrica. “Temos tempo hábil para preparar, divulgar e executar todas as etapas da qualificação profissional, garantindo que, no momento do início das atividades da planta, todas as vagas estejam preenchidas e não haja déficit de mão de obra.
Já o gerente de Pessoas do Projeto Sucuriú, Arnaldo Milan de Souza, explicou que a ação é parte das iniciativas voltadas ao desenvolvimento regional e que vão além da construção da nova fábrica. “Esta etapa é essencial ao Projeto Sucuriú, um investimento em gente, em educação, em futuro”, avalia, acrescentando: “o programa foi pensado para trazer formação e elevar o nível da educacional das pessoas criando oportunidades, tanto na operação Arauco quanto nas empresas envolvidas na implantação do Projeto”, destaca o gerente.
O programa “Abrace este Projeto” está alinhado à estratégia da Arauco em promover o desenvolvimento sustentável nas regiões onde atua, unindo capacitação técnica à geração de emprego e renda com parceria da experiência do Senai no setor de celulose.
Eldorado renova licença e ajusta projeção de capacidade da linha 2 em Três Lagoas (MS)
Atualização no processo do Imasul eleva estimativa de produção de 2,3 para 2,6 milhões de toneladas por ano
A Eldorado Brasil Celulose atualizou, no processo de renovação de licença ambiental junto ao Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), a projeção de capacidade da sua futura segunda linha de produção em Três Lagoas (MS), elevando de 2,3 milhões para 2,6 milhões de toneladas de celulose por ano — um incremento técnico de 300 mil toneladas anuais.
A renovação da licença, feita periodicamente a cada três anos, é parte do processo rotineiro de atualização no órgão ambiental e foi solicitada pela Eldorado, empresa do Grupo J&F.
Como parte do licenciamento, foi firmado um acordo com o governo do Estado que prevê o repasse de R$ 13,3 milhões em compensações ambientais. O valor corresponde a 0,700% sobre um investimento adicional estimado de R$ 1,9 bilhão, vinculado ao aumento projetado da capacidade produtiva.
Informações: Portal Celulose.
Três Lagoas (MS) coloca o Brasil no topo do mercado mundial de celulose
O país produz 24,3 milhões de toneladas de celulose anuais, com MS contribuindo com 7,6 milhões e Três Lagoas e Ribas do Rio Pardo representando 32% da produção estadual
Mato Grosso do Sul se destaca cada vez mais no mundo da celulose. Sem contar as fábricas que ainda entrarão em operação, o Estado já conta com a produção de mais de 7 milhões de toneladas por ano, fazendo o Brasil ser o maior exportador de celulose do planeta.
RANKING
De acordo com o levantamento realizado pelo IBA (Indústria Brasileira de Árvores), em 2023, o Brasil se manteve no ranking como o maior exportador de celulose do mundo. Quando o assunto é produção, o país só fica atrás dos Estados Unidos, algo que pode mudar nos próximos anos, já que várias indústrias entrarão em operação em Mato Grosso do Sul e também em outros estados.
Em termos de importação, ainda segundo o relatório do IBÁ, o Brasil está reduzindo a compra internacional de produtos do setor florestal. Em 2014, esses produtos correspondiam a 0,7% do total das importações brasileiras, enquanto em 2023 essa participação caiu para 0,5%. No mesmo ano, os produtos oriundos de base florestal contribuíram com cerca de 1% da produção nacional.
Em 2023, a produção brasileira de celulose atingiu 24,3 milhões de toneladas, contemplando 21,3 milhões de toneladas de fibra curta, 2,5 milhões de toneladas de fibra longa e 0,5 milhão de pasta de alto rendimento, apontando um CAGR (Compound Annual Growth Rate) nos últimos dez anos de 4,4%. As exportações de celulose seguem aquecidas, ficando pela segunda vez na história no patamar acima de 18 milhões de toneladas. O mercado interno, por sua vez, absorveu 6,2 milhões de toneladas.
Líder mundial na exportação desse produto, como já dito pouco acima, o Brasil é o segundo maior produtor no ranking global, atrás somente dos Estados Unidos.
NOVAS LINHAS
O número de fábricas vai crescer muito em Mato Grosso do Sul. Os dados disponibilizados, ainda não somam as potências que estão pode vir, já que até 2028, pelo menos mais duas indústrias de celulose vão estar operando no Estado. Os números já são ótimos. Atualmente, se compararmos MS a um país, ele seria o 10º maior produtor de celulose do planeta, passando sozinho na frente de países como o Chile, por exemplo.
A primeira fábrica da Suzano em Mato Grosso do Sul entrou em operação no ano de 2009, no município de Três Lagoas, com uma capacidade instalada de 1,3 milhão de toneladas de celulose ao ano. Em 2017, foi inaugurada a segunda linha, com capacidade para produzir 1,95 milhão de toneladas de celulose/ano, totalizando 3,25 milhões de celulose produzidas ao ano.
MAIOR DO MUNDO
No dia 21 de julho de 2024, entrou em operação a terceira fábrica da companhia no Estado, no município de Ribas do Rio Pardo, com capacidade para produzir mais 2,55 milhões de toneladas de celulose ao ano, a maior fábrica de linha única do mundo.
Dessa forma, a Suzano tem uma capacidade instalada para produzir cerca de 5,8 milhões de toneladas de celulose ao ano em Mato Grosso do Sul, somando as unidades de Ribas do Rio Pardo e Três Lagoas, com a geração de 9 mil postos de trabalho diretos na região, entre próprios e terceiros.
CAPACIDADE SUPERADA
Por sua vez, a Eldorado Brasil foi projetada para produzir 1,5 milhão de toneladas celulose por ano. Porém, desde a inauguração da fábrica, a produção tem superado essa capacidade nominal, chegando a operar 20% acima. Atualmente, a empresa produz, em média, 1,8 milhão de toneladas de celulose por ano.
Somando a produção anual das duas empresas, Mato Grosso do Sul produz 7,6 milhões de toneladas de celulose por ano. Além disso, o Estado tem tudo para despontar ainda mais nesse ranking mundial’ já que nos próximos anos, mais duas fábricas de celulose estarão entrando em operação.
Uma delas é a chilena Arauco. A obra está dentro do cronograma. O empreendimento está sendo construído no município de Inocência, vizinha de Três Lagoas. Conhecido como ‘Projeto Sucuriú’ e com investimento de US$ 4,6 bilhões (R$ 26,8 bilhões), tem previsão de iniciar operação no último trimestre de 2027, com capacidade produtiva estimada de 3,5 milhões de toneladas de celulose.
MAIS OUTRA FÁBRICA
Outra vizinha de Três Lagoas, a cidade de Bataguassu, também recentemente foi agraciada com o anúncio de mais uma fábrica de celulose. O governo de Mato Grosso do Sul assinou, o termo de concessão de incentivos fiscais para a instalação da primeira fábrica de celulose solúvel do Estado. O investimento será feito pela empresa Bracell, que pretende aplicar R$ 16 bilhões na unidade, que será construída em Bataguassu, ou seja, mais município localizado na região leste do Estado que vai viver amplo desenvolvimento.
Além da unidade em Bataguassu, a Bracell discute a expansão das atividades no município de Água Clara, onde já mantém operações florestais. O plano inclui a possibilidade de produção de celulose kraft, voltada para papel e embalagens, com capacidade de até 2,8 milhões de toneladas por ano. Também existe a possibilidade de configuração híbrida, com produção de celulose kraft e solúvel.
De acordo com o governo estadual, desde 2015, Mato Grosso do Sul atraiu R$ 125 bilhões em investimentos privados, dos quais R$ 65 bilhões se concretizaram nos últimos dois anos. O setor florestal, que conta com 30 empresas e emprega mais de 7 mil trabalhadores, representa atualmente 17,8% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial do Estado.
RANKING SE MS FOSSE COMPARADO A UM PAÍS
Atualmente, os Estados Unidos lideram a ranking de países produtores de celulose, com 47,8 milhões de toneladas por ano. Em segundo lugar está o Brasil, com 24,3 milhões de T/A, sendo grande parte dela produzida em solo sul-mato-grossense, mais precisamente na região leste do Estado, onde está localizada Três Lagoas e região.
Em terceiro lugar vem a China, com 22,6 milhões T/A. O Canadá ocupa a quarta posição com 14,2 milhões T/A. Em quinto lugar vem a Suécia, com 11,8 milhões T/A. Já em sexto a Finlândia, 10,9 milhões T/A.
Em sétimo é a Indonésia, com 10, 1 milhões T/A. Já em oitava é a Rússia, com 8,8 milhões T/A e em nono, o Japão, com 7,7 milhões T/A e em 10º lugar o Chile, com 4,7, milhões de toneladas/ano.
SALTO COMPETITIVO
Porém, a partir do start da fábrica da chilena Arauco que está sendo construída no município de Inocência, o MS dará um salto competitivo, passando dos atuais 7,6 milhões, para 11,2 milhões e duzentas mil toneladas de celulose/ano, ocupando o 6º lugar no podium de países produtores de celulose.
De acordo com os dados estão inseridos no relatório anual da IBA – Instituto Brasileiro da Árvore, publicado em dezembro do ano passado, com essa produção, o Estado de Mato Grosso do Sul pode ‘bater de frente’ com grandes países desenvolvidos, subindo para a sexta posição, deixando Chile, Japão, Rússia, Indonésia e Finlândia para trás.
Com a fábrica da Bracell entrando em operação nos próximos anos, MS tem tudo para fazer o Brasil subir no ranking ainda mais e sozinho, conseguir produzir praticamente ocupar que hoje o Canadá produz de celulose. Ou seja, solitário, o Estado entra na disputa mundial do setor, não deixando a possibilidade de conseguir ocupar a terceira posição do ranking.
Informações: Perfil News.
Delegação brasileira visitará o serrote mais moderno do mundo
A delegação viaja à Finlândia e Estônia para conhecer como a inteligência artificial, a robótica e a tecnologia inteligente estão transformando a indústria da madeira
De 30 de agosto a 6 de setembro de 2025, uma delegação de profissionais da indústria madeireira brasileira embarcará em uma visita técnica exclusiva à Finlândia e à Estônia — dois dos países mais avançados em automação florestal, serrarias inteligentes e construção sustentável em madeira.
Coorganizado pela Niina Fu Ltd. e pela ABIMCI (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente), o Sawmill Safari 2025 é uma oportunidade única para explorar como a inteligência artificial (IA), a robótica e a transformação digital estão revolucionando toda a cadeia de valor da madeira — do corte à construção.
“Essa viagem é como uma visita ao futuro da indústria da madeira em funcionamento. O objetivo é que cada participante volte com novos conhecimentos, ideias e inspirações concretas para tornar sua produção mais eficiente, sustentável e tecnologicamente preparada para os desafios dos próximos anos”, afirma Niina Fu, diretora do projeto e organizadora da delegação.
🇫🇮 Finlândia: Uma superpotência em serrarias inteligentes
Apesar do tamanho modesto, a Finlândia é uma potência global em eficiência e inovação no setor de serrarias. Com mais de 130 serrarias industriais, o país ocupa a 7ª posição como maior produtor e a 5ª como maior exportador de madeira serrada de coníferas no mundo. Quase 80% de seus produtos madeireiros são exportados para mais de 70 países.
“As serrarias modernizaram e investiram em suas estruturas em um ritmo sem precedentes. Graças a esses investimentos, o setor continuará altamente competitivo no futuro”, afirma Tino Aalto, CEO da Associação das Serrarias da Finlândia.
Rauma – Finlandia: A serraria mais moderna do mundo
Um dos grandes destaques da viagem será a visita à serraria da Metsä Fibre em Rauma, considerada a mais moderna do mundo. Inaugurada em 2022, a planta é totalmente automatizada, livre de combustíveis fósseis e opera a uma velocidade três vezes maior que uma serraria convencional — mais de 200 metros por minuto.
Produz 750.000 m³ de madeira serrada por ano, utilizando 100% de energia renovável. Toda a planta é controlada a partir de uma sala central e integra IA, sensores, visão computacional e gêmeos digitais para otimizar os processos, reduzir perdas e antecipar manutenções. Mais de 70% da tecnologia utilizada é finlandesa.
Estônia: Liderança europeia em casas pré-fabricadas
A Estônia tornou-se silenciosamente a maior exportadora de casas de madeira pré-fabricadas da Europa, graças a seus sistemas modulares altamente digitalizados e eficientes. A programação inclui um seminário com a Associação Estoniana de Casas de Madeira (WOOD HOUSE), além de visitas técnicas às empresas líderes do setor.
A programação da semana inclui:
- ✅ 4 visitas a serrarias de última geração
- ✅ 2 visitas a plantas de tratamento térmico de madeira
- ✅ 3 visitas a fornecedores líderes em tecnologia, automação, robótica e IA
- ✅ 1 seminário com a Associação Estoniana de Casas de Madeira
- ✅ 1 visita ao maior produtor de casas pré-fabricadas da Estônia
- ✅ Encerramento na feira internacional WOOD 2025, o principal evento nórdico da indústria da madeira
→ Possibilidade de agendar reuniões privadas (B2B) com fornecedores selecionados antecipadamente
👉 As inscrições serão abertas em breve pela ABIMCI e pela Niina Fu Ltd.
Mais informações e inscrições:
Niina Fu
📧 niina.fu@niinafu.fi
“A madeira engenheirada pode trazer as novas gerações de volta à construção civil”
Entrevista | José Alberto Corrêa, fundador da Crosslam
Em meados dos anos 2000, o paulista José Roberto Corrêa teve a ideia de unir sua formação em engenharia com os negócios da família: a venda de madeira, em Suzano (SP). O ‘casamento’ deu certo: ele passou a fabricar vigas, pilares e painéis de madeira engenheirada — processo industrial que dá mais resistência e amplia o uso da matéria-prima na construção civil — e transformou a Crosslam em referência nacional no assunto. Nos últimos anos, o interesse pelo material cresceu exponencialmente no país, mas ainda está aquém de seu potencial, segundo Corrêa. Para ele, há muitos mitos que precisam ser desmistificados.
O que falta para a madeira engenheirada ser mais usada na construção civil?
Ainda existe muito desconhecimento e mitos a respeito desse tipo de material: custo, segurança e limites técnicos. Investimos muito em P&D para garantir ao mercado, com total certeza, que não existem barreiras ao uso desse recurso.
Há limite de altura?
Tecnicamente, não. No exterior, já existem projetos muito altos, com até 40 pavimentos. Nós temos alguns prédios corporativos no Brasil com seis pisos e recebemos muitas consultas sobre isso. No momento, estamos desenvolvendo um projeto no estado de São Paulo com dez andares.
Muito se questiona sobre a resistência ao fogo também…
O material é extremamente seguro, alinhado às normas vigentes e pode ser usado pela construção civil sem risco. Não existe um material que tenha sido mais estudado e investigado sobre seu comportamento em altas temperaturas do que a madeira. O aço, por exemplo, escoa sob o fogo e muda seu comportamento. A madeira, não.
Custa mais?
Se o projeto já nascer prevendo o uso de madeira engenheirada, o custo será o mesmo de um em alvenaria tradicional ou pré-moldado. Com a vantagem de dar mais agilidade à obra, por ser um sistema industrializado, e mais beleza também.
Que vantagens traz para o setor?
Agrega valor em termos de sustentabilidade, pois vem de fonte renovável, usando matéria-prima de reflorestamento, é muito flexível e aceita bem ser manufaturado por recursos tecnológicos como robôs, além de ter a possibilidade de trazer as novas gerações de volta ao setor, por ter uma fase digital no seu processo de fabricação.
Como você descobriu o material?
Um dia, passando por uma obra, vi os operários carregando uma viga que parecia ser de aço, mas era de madeira industrializada. Achei superinteressante e procurei reproduzir na nossa fábrica: eram vigas H20, usadas para escorar concreto. Eu já tinha a ideia de unir engenharia com o negócio da madeira. Depois, fizemos uma casa de altíssimo padrão em Teresópolis (RJ), toda em madeira, e o negócio foi evoluindo e agregando novas tecnologias. No fim dos anos 2010, com a crise do mercado imobiliário, nossa produção de vigas caiu quase a zero, e foram os projetos com madeira engenheirada que seguraram a companhia.
Como começou a longa relação da sua família com o mercado de madeira do país?
Meu bisavô tinha uma loja de materiais de construção que vendia lenha e madeiras, e meu avô e meu pai seguiram com o negócio. Grande parte da madeira vinha do Sul e do Centro-Oeste, mas as espécies foram se tornando escassas. Eu vi as florestas de araucária e peroba rosa da Região Sul serem devastadas. Depois, a exploração foi para a Região Amazônica. Eu mesmo cheguei a ir de caminhão até Rondônia para negociar com as serrarias locais. Tudo isso me marcou, e a opção por trabalhar com madeira engenheirada tem a ver com esse sentimento.
Como você avalia o negócio da extração de madeira hoje?
Eu não consigo, sinceramente, fazer um juízo de valor sobre isso. Mas, quando você tem algo muito abundante, tende a não preservar e perder. Tudo o que se tem muito fácil vai embora fácil. Desperdiçamos muita madeira boa naquela época, por desconhecimento. Faltou uma visão de futuro de quem explorava e das autoridades. E é algo que ainda permanece: não há projetos de manejo florestal feitos de maneira adequada. Falta ao poder público estudar melhor o tema e concluir que deixar a floresta em pé tem mais valor.
Informações: Valor Econômico.
Conservação de florestas pode ser impulsionada por remuneração, afirma especialista
Frances Seymour defende o REDD+ e sugere projetos em escala jurisdicional para garantir créditos de carbono mais eficazes
Frances Seymour, especialista em conservação de florestas tropicais, defende que o mecanismo REDD+ ainda é uma boa ideia, apesar das críticas sobre sua eficácia e impactos sociais. Em entrevista à Folha, ela sugere que o foco deve ser em projetos de escala jurisdicional para garantir a integridade dos créditos de carbono. Seymour elogia também o novo Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), que complementa o REDD+.
O REDD+ foi criado para recompensar a redução das emissões de gases de efeito estufa por meio da conservação florestal. Contudo, enfrenta críticas relacionadas à sua eficácia e ao modelo de pagamentos. A especialista, que atuou no governo Biden, acredita que, embora existam preocupações legítimas, elas podem ser geridas. “O REDD+ continua sendo uma ótima ideia que ainda mal foi colocada em prática”, afirmou.
Seymour destaca que as críticas à integridade dos créditos de carbono estão ligadas a projetos de pequena escala, que frequentemente superestimam as reduções de emissões. Para ela, a solução é concentrar esforços em projetos de maior escala, que oferecem mais controle e minimizam o risco de vazamento, onde o desmatamento se desloca para outras áreas.
TFFF como Complemento
O TFFF, proposto pelo governo brasileiro, remunera a conservação das florestas com base na área preservada, independentemente de mudanças no fluxo de carbono. Seymour considera que os dois mecanismos são complementares e que o TFFF preenche lacunas onde o REDD+ enfrenta dificuldades de financiamento.
Ela observa que, apesar dos investimentos em conservação, eles ainda são insuficientes em comparação com os gastos que impulsionam o desmatamento. A especialista ressalta que iniciativas que envolvem compromissos de empresas privadas têm mostrado resultados positivos na redução da perda florestal.
Desafios Futuros
Com a COP30 se aproximando, Seymour acredita que a conferência em Belém, na Amazônia, trará atenção necessária às florestas. Ela lembra que o Brasil já demonstrou a capacidade de reduzir significativamente o desmatamento. No entanto, as perspectivas são desafiadoras, especialmente com o aumento da perda florestal em 2024, tornando a meta de reversão até 2030 ainda mais difícil de alcançar.
Informações: Portal Tela.
Empresário baiano participa de nova reunião do Conselho Consultivo do Fundo Comum de Commodities da ONU
O objetivo do conselho é apoiar projetos em commodities que ajudem a criar emprego, aumentar a renda familiar, reduzir a pobreza e melhorar a segurança alimentar em regiões menos desenvolvidas
O empresário e economista Wilson Andrade participa, de 7 a 10/07, de nova reunião do Conselho Consultivo (CC) do Fundo Comum de Commodities (CFC) da Organização das Nações Unidas (ONU), sediado em Amsterdam (Holanda). No encontro, serão analisados 11 novos projetos de commodities como baunilha, cacau, café, caju, além de uma empresa de microfinanciamento, dos países: Camarões, Congo, Costa do Marfim, Estados Unidos, Gana, México, Nigéria, Peru e Uganda.
O CFC (www.common-fund.org) é formado por 104 países-membros com a missão de apoiar o desenvolvimento econômico, social e ambiental, através de incentivos a commodities em todo o mundo. O CC é composto por nove especialistas eleitos pelos países-membros e tem a função de definir prioridades para o Fundo, analisar, aprovar e acompanhar projetos que lhe são apresentados.
Na primeira reunião de 2025 do CC do CFC da ONU, em janeiro, foram examinados e aprovados 10 novos projetos da Colômbia, Egito, Guatemala, Honduras, Paquistão, Quênia, Ruanda, Serra Leoa, Tanzânia e Zâmbia; e envolvem as atividades de: tilápia, castanhas, pimenta, borracha, frutas, café, cacau, vegetais e óleos vegetais, e fundos de investimentos.
Na ocasião, o empresário e economista Wilson Andrade também foi eleito vice-presidente do CC, entidade da qual foi indicado como conselheiro em 2017/2018 e foi presidente em 2019/2020.
Os projetos terão aporte de US$ 10 milhões do CFC, englobam US$ 60 milhões em investimentos que vão beneficiar as commodities das quais dependem 37 países ao redor do mundo. Segundo a ONU, estima-se que mais de 1 bilhão de pessoas dependem diretamente do comércio de commodities ao redor do mundo. Isso inclui agricultores, trabalhadores da indústria extrativa e outras pessoas cujos meios de subsistência estão ligados ao setor.
“O agronegócio baseado nas commodities gera, em todo mundo, um bom porcentual da economia total. Todavia, há a preocupação no que diz respeito à melhor distribuição dos resultados da atividade com commodities entre os diferentes elos das cadeias produtivas. É preciso corrigir a distribuição atual de rendimento dos resultados das commodities. Por exemplo, o preço de um quilo de café no mercado consumidor final é exponencial e exageradamente maior que o preço ao produtor na base da cadeia produtiva. Por isso é importante que nos preocupemos em apoiar o financiamento de projetos que favoreçam a verticalização das cadeias produtivas, com inclusão de tecnologias e inovações que permitam a melhor distribuição de rendimentos das atividades”, declarou Andrade que tem forte atuação na área internacional defendendo o agronegócio da Bahia e do Brasil.
Na reunião, Andrade destacou o crescimento de registro e de aprovação desses fundos de investimentos – uma aposta que o empresário já sinalizava desde 2020. “Aprovamos três fundos que provém o fomento direto para os pequenos produtores, além da assistência técnica e comercial. Essa tendência vem aumentando e pode ser um ótimo exemplo para as pequenas propriedades e de agricultura familiar. É preciso aproveitar experiências como essas de projetos financeiros para os negócios e regiões mais necessitadas do Brasil, como é o caso do semiárido nordestino”, disse.
“Tenho especial interesse nos projetos que viabilizam investimentos nas commodities em parceria com outros fundos ou agências de desenvolvimento de menor porte em diversas regiões do mundo. Essas parcerias viabilizam um efeito multiplicador dos investimentos e possibilitam uma troca de experiência desses fundos menores com o CFC no trato com as empresas, cooperativas e produtores demandantes de financiamento”, completou.
Lamentando que nenhum projeto foi apresentado pelo Brasil, o empresário reforça a esperança de que no próximo edital – abril de 2026 – o país esteja representado. “Com isso se amplia a oportunidade de financiamento para pesquisas e projetos de desenvolvimento de commodities na Bahia e no Brasil. Já participamos da aprovação de um projeto da Bahia que recebeu apoio de US$ 1,5 milhão para a área de cítricos no semiárido da Bahia”, informou.
Para Andrade, com a presença de um brasileiro no CC, a Bahia e o Brasil ganham pelo acesso às informações e pela maior interação entre os países no desenvolvimento de commodities. “A Bahia e o Brasil precisam se internacionalizar mais e este esforço tem que ser conjunto entre o Governo e a iniciativa privada. E não apenas pela possibilidade de financiamento do Fundo, mas pelas oportunidades com outras fontes da ONU e de países-membros, aos quais podemos levar as demandas do nosso agronegócio – o setor que mais ajuda o Brasil a crescer”.
Parceria – Desde que se tornou membro do CC do CFC, Andrade firmou parceria com a Unijorge e a Comissão de Comércio Exterior e Relações Internacionais da Associação Comercial da Bahia (Comex-ACB) que visa a divulgação da oportunidade, capacitação de projetistas e acompanhamento e estímulo de projetos locais. O serviço é prestado com o apoio de entidades empresariais (Faeb, Fieb, Fecomércio, ACB, Aiba, Abrapa, ABAF, Assocafé, sindicatos industriais, sindicatos rurais, cooperativas etc.), de agentes de desenvolvimento (bancos, Desenbahia, Sebrae, fórum das pequenas empresas da SDE, câmaras setoriais etc.), de agentes governamentais (Seagri, SDE, SDR etc.), na área nacional (CNI, CNA, CNC, academias, institutos de pesquisas, consultorias especializadas em projetos agro etc.), entre outros. “Este apoio e divulgação são compromissos extra que temos com o CFC”, acrescenta Andrade.
“Esta parceria é uma oportunidade importante para que o conhecimento científico alcance aplicabilidade prática e para que os desafios econômicos e sociais inspirem a produção acadêmica”, diz Katiani Zape, coordenadora do curso de Relações Internacionais da Unijorge. “A interdisciplinaridade do conselho, mesclando temáticas relacionadas à economia e gerenciamento de projetos, representa uma grande oportunidade para o fortalecimento das relações entre o meio acadêmico e a sociedade”, disse o estudante Guilherme Dias.
O CFC – Instituição financeira intergovernamental autônoma estabelecida no âmbito da ONU e tem 104 Estados-membros, dentre estes o Brasil. Sua visão e missão incluem: contribuir para o crescimento social e econômico, o desenvolvimento sustentável, o acesso aos alimentos e a integração dos países em desenvolvimento com os mercados internacionais e regionais através da adição de valor sustentável a commodities e cadeias de valor relacionadas, sempre de forma convergente aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio da ONU. Espera-se que o CFC seja um parceiro líder na operacionalização de atividades para commodities em países em desenvolvimento.
O CFC seleciona, aprova e apoia cerca de 60 projetos por ano e tem uma média de empréstimo de US$ 75 milhões anuais. São propositores elegíveis: instituições públicas e privadas, instituições de desenvolvimento bilaterais e multilaterais, cooperativas, organizações de produtores, pequenas e médias empresas, empresas de transformação e comercial e instituições financeiras locais.
Os projetos devem ser financeiramente sustentáveis, escaláveis e com amplo impacto no desenvolvimento das partes interessadas nas cadeias de valor das commodities. Devem criar emprego, especialmente para jovens e mulheres; aumentar a renda familiar; reduzir a pobreza; melhorar a segurança alimentar e criar colaboração efetiva e econômica entre produtores, indústrias, governos, organizações da sociedade civil e outros interessados em commodities.
*Wilson Andrade é Diretor Executivo da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF) que congrega empresas que utilizam madeira de florestas plantadas. Opera com atividades de trading, investimentos em geral e consultoria nas áreas de recuperação de empresas e implantação de projetos pioneiros para a iniciativa privada e organizações governamentais. É presidente do Conselho de Comércio Exterior da FIEB e a representa na Coalizão Empresarial Brasileira (CEB), da CNI, que acompanha junto ao Governo Federal os acordos internacionais brasileiros, sejam eles bilaterais ou multilaterais. É professor de Economia Internacional, Comércio Exterior e tem colaborado em outras entidades internacionais: membro do Conselho Consultivo (CC) do Fundo Comum de Commodities (CFC) das Nações Unidas desde 2017; Membro nato da Associação Comercial da Bahia (ACB); Presidente e fundador da organização mundial de fibras naturais (International Natural Fibres Organization – INFO) que reúne 16 países produtores de fibras naturais; Cônsul Emérito da Finlândia; Preside o Intergovernmental Group on Hard Fibres (IGGHF/FAO/ONU) e desde 1972 representa o governo brasileiro como Delegado em várias reuniões.
Para mais informações: Wilson Andrade – (71) 3342-6102/ 98801-3000 / wilsonandrade@terra.com.br.
John Deere apresenta nova Série H de máquinas florestais
Linha conta com sistemas hidráulicos avançados e menor consumo de combustível
A John Deere lançou a nova Série H de máquinas florestais. A linha inclui os harvesters 1270H e 1470H e os forwarders 2010H e 2510H. Os equipamentos prometem elevar a produtividade e reduzir o custo operacional com sistemas hidráulicos aprimorados, automação avançada e melhorias ergonômicas.
Segundo Mikko Borgstrom, gerente global de marketing de produto da John Deere, a Série H marca um avanço significativo. Os novos modelos entregam mais potência, precisão e eficiência no uso de combustível. Os harvesters agora operam com três bombas hidráulicas dedicadas, o que melhora o desempenho dos rolos de alimentação, das unidades de serra e do braço mecânico.
Comparados à Série G, os harvesters H oferecem ciclos mais rápidos e maior eficiência de corte. O consumo de combustível por metro cúbico colhido caiu significativamente. O controle inteligente de braço (IBC 2.0), agora item de série, torna os movimentos mais suaves e precisos, reduzindo o cansaço do operador e aumentando a precisão nas operações.
O sistema Active Frame Lock melhora a estabilidade dos harvesters, inclusive em terrenos inclinados. O operador ganha maior área de atuação e controle ao trabalhar com o braço em posições laterais.
Os forwarders 2010H e 2510H transportam 25% mais carga que os modelos anteriores. Isso diminui o custo por ciclo e aumenta a eficiência no transporte da madeira. Os braços F9 e F10 ampliam o alcance até 10,7 metros e oferecem mais torque de elevação, otimizando o carregamento mesmo em terrenos irregulares. O novo sistema de travamento do chassi aumenta a estabilidade com a carga completa.
A cabine dos modelos da Série H foi redesenhada para favorecer o conforto e a visibilidade. Conta com área envidraçada maior, interior mais silencioso e cabine rotativa com nivelamento automático. Os controles ergonômicos, joysticks programáveis e sistema de som premium melhoram a experiência do operador. A Chave Inteligente da Cabine permite personalizar as configurações ao iniciar o turno.
As soluções digitais também avançaram. O sistema TimberMatic H Automation ganhou interface redesenhada, modos de exibição diurna e noturna, e compartilhamento de dados em tempo real com mapeamento de áreas de corte. O objetivo é facilitar o planejamento e a execução do trabalho.
A manutenção também ficou mais simples com pontos de reabastecimento centralizados, sensor elétrico de nível de óleo e sistema centralizado de lubrificação. O novo cabeçote H216, substituto do H270, trabalha com toras de madeira dura e macia. Equipado com serra superior, motores de alimentação reforçados e sensor a laser para encontrar extremidades, o H216 pode ser instalado nos modelos 1270H e 1470H com diferentes alcances de braço.
Informações: Revista Cultivar.
Melhoramentos investe R$ 40 milhões em fábrica de embalagens sustentáveis 68% mais limpas em carbono
Inovação, focada no setor de alimentos, se decompõe em 75 dias e resiste a temperaturas de até 220 ºC
A Melhoramentos – companhia de capital aberto que atua nos setores editorial, florestal e imobiliário – inaugurou nesta quarta-feira sua nova fábrica de embalagens sustentáveis Biona, em Camanducaia (MG).
A nova fábrica conta com investimento inicial de R$ 40 milhões, gerando uma capacidade de produção de 60 milhões a 80 milhões de embalagens ao ano. A indústria deve ser focada em atender o setor de alimentos, com foco em resistir a gordura, umidade e temperaturas extremas. O objetivo é substituir de forma sustentável as embalagens de plástico de uso único.
O novo material é compostável e tem sua decomposição completa em cerca de 75 dias. O diferencial não está apenas na origem renovável das embalagens – feitas de fibra de celulose –, mas nos números que emergem de um estudo inédito sobre pegada de carbono. A pesquisa, conduzida pela consultoria Planton, revelou que a Biona emite apenas 22,37 gramas de CO₂ equivalente por unidade, índice 68% menor que embalagens de polietileno convencionais.
“Esperávamos um bom desempenho, mas um índice de apenas 22,37 gCO₂e coloca a Biona como uma inovação que ajudará as indústrias em suas metas de redução de CO₂”, avalia Carolina Alcoforado, diretora de Inovação e Novos Negócios da Melhoramentos.
A substituição de 1 milhão de embalagens plásticas tradicionais por Biona economizaria 17,4 toneladas de CO₂ anualmente – equivalente ao consumo energético de 145 residências por um ano inteiro.
Tecnologia sustentável
Rafael Gibini, CEO da Melhoramentos, vê na integração vertical da empresa – que vai da produção de madeira à celulose – o elemento que viabiliza custos competitivos. “Estamos unindo nossa experiência em base florestal renovável a tecnologias inovadoras para oferecer uma solução zero plástico”, explica.
A operação gerará 40 empregos diretos na região sul de Minas, onde a Melhoramentos já mantém há oito décadas suas operações florestais.
A escolha da localização não foi casual. Camanducaia fica no coração da região onde a empresa extrai fibras de celulose de alto rendimento, garantindo integração logística e redução de custos de transporte – fatores que contribuem para manter a pegada de carbono baixa.
Um dos trunfos da Biona está no fim da linha. Diferentemente do plástico convencional, que pode levar séculos para se decompor, a nova embalagem oferece duas rotas de descarte: pode ir para a composteira ou para a reciclagem tradicional de papel.
A Planton, empresa B certificada responsável pela pesquisa, comparou a Biona com seis tipos diferentes de embalagens: polietileno (PEAD), polpa moldada chinesa, PET, polipropileno e papel-cartão com revestimento plástico. Em todos os cenários, a embalagem brasileira apresentou desempenho superior.
Para o mercado brasileiro, que busca alternativas sustentáveis sem abrir mão da funcionalidade, a Biona representa uma guinada na direção certa. A questão agora é se conseguirá conquistar os players do setor alimentício e, principalmente, se o consumidor final abraçará mais essa mudança em seus hábitos de consumo.
Informações: Exame.
Nunca antes neste País a Amazônia queimou tanto
Pela primeira vez, a vegetação florestal da Amazônia foi a mais atingida
A Amazônia registrou em 2024 a maior área queimada desde o início do monitoramento em 1985, segundo o Relatório Anual do Fogo (RAF) do MapBiomas. Foram cerca de 15,6 milhões de hectares afetados pelo fogo, um aumento de 117% em relação à média histórica do bioma, representando 52% de toda a área queimada no Brasil no ano passado.
Pela primeira vez na série histórica, a vegetação florestal da Amazônia foi a mais atingida pelo fogo, com 6,7 milhões de hectares queimados — superando as pastagens, que somaram 5,2 milhões de hectares. Esse fenômeno reflete a intensificação dos incêndios em áreas florestais, agravada por dois anos consecutivos de seca severa e pela ação humana.
O fogo não é natural nas florestas amazônicas e causa graves impactos ambientais, como perda da biodiversidade e degradação dos serviços ecossistêmicos. A combinação de vegetação inflamável, baixa umidade e uso do fogo levou a esse recorde, alertam os pesquisadores do MapBiomas.
“O fogo não é um elemento natural da dinâmica ecológica das florestas amazônicas. As áreas queimadas que marcaram o bioma em 2024 são resultado da ação humana, especialmente em um cenário agravado por dois anos consecutivos de seca severa. A combinação entre vegetação altamente inflamável, baixa umidade e o uso do fogo criou as condições perfeitas para a propagação do mesmo em larga escala, levando a um recorde histórico de área queimada na região.” afirma Felipe Martenexen, coordenador de mapeamento do bioma Amazônia do MapBiomas.
Juntos, Amazônia e Cerrado concentram 86% da área queimada no Brasil, mas a Amazônia se destaca pelo crescimento significativo em 2024, chamando atenção para a necessidade urgente de políticas eficazes de prevenção e combate aos incêndios.
Informações: AgroLink.