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Consultoria projeta salto de 11 milhões de toneladas de celulose em MS

Indústria investirá bilhões em infraestrutura para garantir escoamento eficiente da produção

A consultoria Falconi, uma das mais requisitadas do setor no País, tem uma projeção animadora para o mercado da celulose em Mato Grosso do Sul: a previsão para os próximos cinco anos é de um acréscimo de quase 11 milhões de toneladas por ano. No entanto, Caio Davanzo, diretor de Papel e Celulose da consultoria, ressalva que o desenvolvimento exige planejamento conjunto entre governo e iniciativa privada para garantir infraestrutura e mão de obra qualificada, condições essenciais para a sustentação do Vale da Celulose a médio e longo prazos.

Caio Davanzo afirma que, diante da morosidade da máquina pública, caberá à indústria investir cifras bilionárias em infraestrutura para assegurar logística mais eficiente no escoamento da produção ao longo dos próximos anos.

Um levantamento com base em dados oficiais e abertos mostra que os investimentos públicos e privados projetados para o Vale da Celulose somam quase R$ 100 bilhões até 2030, incluindo ampliação da capacidade produtiva e obras logísticas. A expectativa é que esse movimento transforme a matriz econômica regional e posicione Mato Grosso do Sul como hub logístico e exportador, com rodovias modernizadas, ferrovias conectando fábricas a portos e uma cadeia florestal competitiva.

“A própria empresa fará investimentos para melhorar a logística entre a floresta e a indústria, por exemplo, além da necessidade de investimentos públicos para aumentar o poder de escoamento e para que as empresas possam operar em boas condições.”

Operações dessa magnitude, ressalta Davanzo, exigem investimentos em rodovias de acesso e em infraestrutura capaz de atender todo o ciclo produtivo, da floresta ao porto, garantindo sustentabilidade ao setor exportador.

“Quando existe um plano de expansão de uma fábrica de celulose ou um projeto sendo implementado, não é somente a questão do ativo fabril. Também é necessário pensar em todo o entorno da indústria”, disse. “Ou seja, como será feito o escoamento da produção, como transportar a matéria-prima da floresta até a fábrica? Como será empregada a mão de obra, seja na floresta ou na indústria propriamente?”

Apesar dos desafios, como formação de trabalhadores, competitividade internacional e sustentabilidade ambiental, a articulação entre empresas e governo indica um planejamento integrado para que, a partir de 2028, a expansão da celulose seja acompanhada pela infraestrutura necessária, assegurando escoamento eficiente da produção crescente.

Consolidação do Vale da Celulose

Novos investimentos puxados por Suzano e Eldorado, já instaladas na região, e pela chegada das gigantes Arauco e Bracell consolidam o leste de Mato Grosso do Sul como um dos maiores polos mundiais do setor, avalia Davanzo.

Em Três Lagoas, a Eldorado prevê investir R$ 25 bilhões na ampliação da segunda unidade, com capacidade para 2 milhões de toneladas anuais, incluindo aportes em ferrovias e rodovias. A Suzano, que já opera duas linhas na cidade, inaugurou neste ano em Ribas do Rio Pardo uma unidade de R$ 22,2 bilhões, com capacidade para 2,55 milhões de toneladas.

Em Inocência, o Projeto Sucuriú, da Arauco, prevê R$ 25 bilhões e início das operações em 2027, com até 3,5 milhões de toneladas por ano. Já em Bataguassu, a Bracell investirá R$ 16 bilhões em uma fábrica de celulose solúvel com capacidade de 2,9 milhões de toneladas anuais.

O setor de papel e celulose nacional prevê investimentos de R$ 105 bilhões até 2028 em todo o País, grande parte em Mato Grosso do Sul. Entre eles, a Rota da Celulose deve receber R$ 10 bilhões da iniciativa privada em obras de pavimentação, duplicação e manutenção de estradas, reduzindo a necessidade de gasto público. Somente na MS-377, entre Três Lagoas e Inocência, são R$ 24 milhões em obras ligando florestas às indústrias.

Outra frente estratégica é o Porto de Santos, principal via de exportação da celulose brasileira. O governo federal prevê leilão do terminal Tecon Santos 10, o maior da história do país — em meados de dezembro, com investimentos de R$ 5,6 bilhões ao longo de 25 anos e aumento de até 50% na capacidade. A licitação ainda depende de aval do TCU (Tribunal de Contas da União).

Além disso, o setor defende mais investimentos públicos em ferrovias para “garantir operações sustentáveis em longo prazo”.

Morosidade da máquina pública

Davanzo lembra que a ampliação do Porto de Santos é aguardada há anos pelo mercado e critica a lentidão da máquina pública no fomento à infraestrutura, fator que, na prática, trava o dinamismo econômico regional.

Em Mato Grosso do Sul, o governo assinou há quase um ano contrato com o BNDES para crédito de R$ 2,3 bilhões em infraestrutura de transportes, incluindo R$ 300 milhões de contrapartida estadual. Os recursos preveem a transformação de 800 km de rodovias, mas foram liberados apenas parcialmente. Segundo o banco, o desembolso é “gradual, de acordo com o avanço físico-financeiro dos projetos previamente aprovados”.

O Estado também negocia com o BIRD (Banco Mundial) um crédito de US$ 250 milhões (cerca de R$ 1,36 bilhão) no programa Rodar MS, que prevê restauração de rodovias como a MS-377 e MS-240, com modelos de concessão de longo prazo. O processo ainda aguarda análise da Secretaria do Tesouro Nacional.

A Rota Bioceânica, ligando Porto Murtinho (MS) a Carmelo Peralta (Paraguai), é outro ponto estratégico. “O principal benefício da Rota é o potencial de diversificar várias rotas de exportação da celulose e outros produtos sul-mato-grossenses. Isso dará mais possibilidades para a exportação”, afirma Davanzo.

Investimentos federais e privados

Segundo o Ministério dos Transportes, o governo federal celebrou convênio para delegar trechos das BR-262/MS e BR-267/MS, totalizando 576 km, viabilizando a concessão da Rota da Celulose, que também inclui rodovias estaduais estratégicas (MS-040, MS-338 e MS-395).

O projeto abrange vias estratégicas para o escoamento da produção de celulose e do agronegócio na região, com previsão de cerca de R$ 10 bilhões em investimentos. Estão previstas obras como a duplicação de 146 km, implantação de 245 km de faixas adicionais e 38 km de contornos viários. O leilão e a gestão do contrato estão a cargo do governo estadual.

Em abril de 2025, a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) autorizou a Arauco a construir e operar um ramal ferroviário de 46 km em Inocência (MS). O contrato tem validade de 99 anos e o projeto está atualmente em fase de licenciamento ambiental.

Para o Ministério, as autorizações ferroviárias são de natureza privada, cabendo às empresas autorizadas a implementação dos projetos.

Perspectivas

Para o especialista da Falconi, os investimentos do setor têm caráter de longo prazo, com retorno gradual às comunidades. “Esse grau de investimento tem retorno de médio e longo prazo. Uma planta dessa é para durar de 50 a 100 anos. Isso dá confiança para que todo o ecossistema seja montado visando um desenvolvimento sustentado da cidade.”

Segundo ele, a tendência é de que a cadeia do setor, responsável hoje por mais de 10% do PIB estadual, dê um salto a partir de 2028 com a entrada em operação das novas indústrias. “A participação do setor da celulose tende a aumentar de forma significativa no PIB do Estado”, afirma, sem estimar percentuais.

Empregos

Davanzo calcula ainda que a indústria deve gerar 100 mil empregos em Mato Grosso do Sul até 2028. No curto prazo, só o Projeto Sucuriú da Arauco abrirá 10 mil vagas imediatas. “Esse é um grande fator que vai contribuir com o desenvolvimento do Estado”, afirma.

A alta demanda deve acirrar a disputa por trabalhadores qualificados, tanto na produção industrial quanto no plantio de eucalipto — área considerada mão de obra intensiva. Para suprir a carência, programas de capacitação vêm sendo articulados por Senai, Senac, Sebrae, Famasul e Senar em parceria com empresas e governo. O governo estadual também acelerou iniciativas que vinham em marcha e lançou outras, como a Rede de Excelência em Qualificação Profissional. Via Senai-MS, capacitou 4,5 mil alunos na área florestal entre 2021 e 2024, um investimento de R$ 24,5 milhões, por exemplo.

Informações: Campo Grande News.

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“Mercado imobiliário de MS vive momento promissor com expansão da celulose e rota bioceânica”

A vice-presidente do CRECI/MS explicou que apesar do crescimento e valorização dos imóveis no Estado, é essencial buscar profissionais habilitados para evitar fraudes e garantir negociações seguras

Em entrevista recente, a vice-presidente do CRECI/MS, Simone Leal, destacou que o setor imobiliário em Mato Grosso do Sul vive um momento promissor com a expansão da celulose e a rota bioceânica, mas alertou para os riscos de fraudes e contratos irregulares. Segundo Simone, apenas profissionais habilitados podem garantir negócios seguros e evitar que “o sonho da casa própria se transforme em um pesadelo”. Confira a entrevista completa:

No dia 27 de agosto foi comemorado o Dia do Corretor de Imóveis. O que a data representa para a categoria?

Essa data é muito especial para nós, pois marca a regulamentação da profissão de corretor de imóveis, ocorrida em 27 de agosto de 1962, há 63 anos. Mas o que isso representa? Significa segurança jurídica. O corretor é o profissional responsável por tomar todas as providências necessárias, verificar a documentação e garantir que a negociação de um imóvel seja feita com tranquilidade e confiança.

Afinal, para muitas pessoas, comprar um imóvel é a realização de um sonho de vida inteira, fruto de anos de trabalho e economias. E é justamente esse sonho que o corretor de imóveis tem a missão e a capacidade de concretizar.

Como que os profissionais estão lidando com as demandas dos clientes que buscam por um imóvel? Qual é o cenário em MS?

O setor imobiliário é um segmento que sempre se mantém pujante. Em nosso estado, por exemplo, a indústria da celulose está em franca expansão, trazendo desenvolvimento e progresso para toda a região e arredores. Isso naturalmente impacta o mercado imobiliário, que acompanha esse crescimento com boas oportunidades de negócios.

Outro fator importante é a rota bioceânica, que amplia as perspectivas de investimento e reforça a ideia de que investir em imóveis nunca é perda: o setor sempre se valoriza e gera segurança.

Ser corretor de imóveis, no entanto, exige constante movimento. É uma profissão em que não se pode “estacionar”. Quem não se atualiza acaba ficando para trás. Nosso papel vai muito além de aproximar comprador e vendedor: somos consultores, responsáveis por oferecer orientação qualificada, transmitir credibilidade e, assim, fidelizar clientes.

Mesmo diante de crises econômicas, os imóveis permanecem como um patrimônio sólido e de referência, mantendo sua valorização. Hoje, Mato Grosso do Sul vive um momento especialmente promissor. Vimos isso na região do Bolsão, e agora a expansão da indústria da celulose alcança outras localidades, valorizando não apenas imóveis rurais, mas também urbanos e de locação.

Esse movimento ocorre em duas etapas: primeiro, durante a construção das fábricas, quando há grande demanda de alojamentos e suporte para os trabalhadores; depois, em um segundo estágio, com a estabilização, quando os profissionais passam a atuar efetivamente nas indústrias já instaladas. Esse ciclo fortalece ainda mais o mercado imobiliário e cria novas oportunidades para todos.

Como os corretores têm lidado com essa realidade de alta demanda e de preços tão elevados, tanto para compra e venda de imóveis quanto para aluguéis?

O que acontece é simples: é a lei da oferta e da procura. Vimos isso em Três Lagoas, depois em Ribas, e agora em Inocência. A alta demanda por imóveis eleva os preços rapidamente. Aquela quitinete que custava entre R$ 500 e R$ 800, hoje não se encontra por menos de R$ 3.000 ou R$ 4.000.

Mas esse movimento traz também um outro efeito: a inadimplência. Muitas pessoas se mudam para essas regiões sem garantias reais de pagamento. O salário nem sempre acompanha os valores cobrados, que estão muito acima da média de mercado. E, quando se faz uma análise de crédito, o recomendado é que a moradia não comprometa mais de 30% do orçamento familiar. Quando isso não é respeitado, a inadimplência cresce, e com ela vem a dificuldade da retomada do imóvel.

Outro problema é que, para tentar economizar, muitos optam por contratos sem intermediação de um corretor ou de uma imobiliária. Usam modelos prontos, comprados em livrarias, sem a devida base legal. Isso gera dores de cabeça, litígios e demandas judiciais que poderiam ser evitadas com a atuação de um profissional habilitado.

O mesmo vale para a compra de imóveis. Quer segurança? Procure sempre um corretor de imóveis. É claro que existem pessoas mal-intencionadas, criminosos que se passam por profissionais e acabam lidando de forma irresponsável com o sonho das famílias. Por isso, não basta estar apenas credenciado ao Creci: é preciso ter conhecimento, preparo e competência. Afinal, os contratos de locação, venda ou financiamento exigem atenção a muitos detalhes. Se não houver profissionalismo, o sonho da casa própria pode facilmente se transformar em um pesadelo.

Diante dos ‘falsos profissionais’ que acabam manchando a imagem dos corretores habilitados e prejudicando o sonho de tantas pessoas, como o Creci tem atuado hoje para combater esse tipo de fraude praticada por quem se apresenta como corretor sem realmente ser?

Há cerca de três anos realizamos um estudo aprofundado com a nossa equipe de fiscalização, que também atua na investigação e coleta de provas. Esse trabalho durou nove meses e resultou em uma grande operação, que começou em Campo Grande e depois se estendeu para Três Lagoas e Dourados.

O alvo foram fraudes relacionadas à venda de consórcios. Talvez você se recorde: foi uma operação de grande porte, envolvendo o Procon, o Ministério Público, o CRECI e até o Conselho Tutelar, já que encontramos menores de idade aliciados para atuar nessas práticas ilegais.

O que acontecia? Pessoas inescrupulosas copiavam anúncios de imóveis, enganando consumidores ao oferecer o que diziam ser financiamentos. Na prática, tratava-se de consórcios irregulares, muitos sem qualquer registro no Banco Central. O comprador entregava R$ 10 mil ou R$ 15 mil como entrada e, quando percebia que não se tratava de financiamento, já havia perdido o dinheiro.

Muitos desses golpes eram aplicados por jovens, explorando a facilidade das redes sociais e do marketplace para atrair vítimas. Encontramos situações absurdas, como pessoas na recepção com maletas e sacolas cheias de dinheiro em espécie, valores que famílias inteiras haviam juntado por meio de empréstimos bancários para tentar realizar o sonho da casa própria.

Essa operação teve grande repercussão e resultou inclusive em prisões. O recado que deixamos é claro: a população precisa ficar atenta. Sempre consulte o site do CRECI, verifique a certidão de regularidade e confirme se o profissional é realmente habilitado. Só assim é possível evitar que o sonho da casa própria se transforme em um pesadelo.

Em meio ao cenário atual em Mato Grosso do Sul, de que forma o Conselho tem atuado para capacitar e fortalecer cada vez mais a categoria dos corretores de imóveis?

Hoje o Conselho tem se debruçado sobre dois pontos principais. O primeiro é a preocupação com a formação dos novos profissionais. Temos visto muitos corretores chegando ao mercado sem a devida qualificação. Por lei, os cursos são fracos e deixam lacunas sérias. Para se ter uma ideia, há profissionais que não sabem sequer o que é uma certidão de matrícula — que, em termos simples, é como a “certidão de nascimento” do imóvel, trazendo todo o histórico de proprietários, eventuais penhoras e cancelamentos.

Nesse sentido, o que o Conselho pode fazer ainda é limitado, já que a responsabilidade pela fiscalização dos cursos é do MEC e das secretarias estaduais de Educação. Por isso, a luta hoje, em nível federal, é pela criação de um exame de proficiência, semelhante ao da OAB, que garanta que apenas profissionais realmente capacitados possam atuar no mercado.

O segundo ponto é a atuação contra os maus profissionais. Infelizmente, como em qualquer área, há pessoas mal-intencionadas. Para esses casos, o Conselho mantém uma atuação firme.

O objetivo é claro: punir rigorosamente os que agem de má-fé. Apropriação indébita, por exemplo, leva à cassação imediata, sem segunda chance. E, quando cassado, se o profissional insiste em atuar, o caso passa a ser de polícia e é encaminhado ao Ministério Público.

É fundamental também que a sociedade colabore. Sempre que houver uma irregularidade, é preciso denunciar ao CRECI, apresentando documentos e provas. Só assim conseguimos retirar do mercado aqueles que mancham a profissão e prejudicam o consumidor. O nosso papel é proteger o cidadão e garantir que o sonho da casa própria não se transforme em frustração.

Hoje é muito comum ver anúncios em sites de classificados e no Facebook oferecendo imóveis para “assumir parcelas”, muitas vezes apenas com contrato feito em cartório. Quais são os riscos de um acordo desse tipo?

Esse tipo de negociação representa um risco enorme. No caso do programa Minha Casa Minha Vida, por exemplo, o financiamento não pode ser transferido diretamente. A forma correta é apresentar a documentação ao banco, que quita o financiamento anterior e abre um novo contrato em nome do comprador.

O consumidor precisa entender que um contrato particular, mesmo registrado em cartório, não garante segurança jurídica. Se o vendedor, por exemplo, vier a falecer, o imóvel entrará em inventário e o comprador ficará em uma situação complicada, com chances de perder o que investiu.

Outro ponto importante é a questão das taxas de juros. Muitos desistem da compra porque consideram a prestação alta com a Selic elevada. Mas é preciso lembrar que, daqui a um ano, o imóvel provavelmente estará mais caro. Ou seja, mesmo que a taxa caia, a valorização do bem pode anular o benefício.

A saída é a portabilidade de crédito. Caso as taxas caiam no futuro, o comprador pode transferir o financiamento para outro banco que ofereça juros menores. Muitas vezes, só de manifestar a intenção de portar o contrato, o próprio banco atual já reduz os juros para não perder o cliente. Assim, é possível renegociar ao longo dos anos e adequar o financiamento às condições de mercado.

Portanto, o recado é claro: se tiver oportunidade de comprar, compre. Mesmo que os juros pareçam altos no momento, é sempre possível fazer a portabilidade depois e reduzir os custos do financiamento.

Informações: A Crítica.

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Arauco reforça integração entre Brasil e Chile em Rodada de Negócios

Diretor da Companhia destaca investimentos de US$4.6 bilhões em Mato Grosso do Sul e a importância da integração logística para fortalecer o comércio bilateral

De origem chilena e com atuação no Brasil desde 2002, a Arauco marcou presença no Painel Empresarial e Rodada de Negócios Brasil-Chile que reuniu autoridades dos dois países nesta quarta-feira (03) para debater o comércio bilateral e soluções logísticas, como a Rota Bioceânica que vai conectar Mato Grosso do Sul aos portos chilenos em 3.520 km de rodovias, reduzindo custos ao integrar Chile, Argentina, Paraguai e Brasil.

No auditório lotado da FIEMS, em Campo Grande (MS), a presença do Diretor Global de Pessoas, Sustentabilidade e Assuntos Corporativos, Charles Kimber, demonstrou que a boa relação da Arauco com Brasil vem de muito antes do Projeto Sucuriú, em construção na cidade de Inocência (MS). “Temos uma parceria produtiva e de longo prazo com os brasileiros, pautada pelo respeito e crescimento mútuo. E hoje vemos aqui a oportunidade para que os dois países ampliem os vínculos econômicos, sociais e culturais”, avaliou Kimber.

A Arauco participou do Painel Empresarial, representada pelo Diretor de Sustentabilidade e Relações Institucionais, Theófilo Militão, que reconheceu o Brasil como parceiro estratégico da companhia em nível global. “Nós apoiamos todas essas iniciativas e participamos das discussões para incentivar essa integração cada vez mais forte entre Brasil e Chile. E o Projeto Sucuriú demonstra a relação de confiança que já existe entre os dois países”, explicou Militão.

Em sua fala, o diretor lembrou que o Brasil é o destino do maior investimento na história da companhia chilena: US$4.6 bilhões na implantação de sua primeira fábrica de celulose no país, com capacidade para produzir 3,5 milhões de toneladas por ano. Ao iniciar a operação no fim de 2027, o Projeto Sucuriú responderá por 40% da produção global de celulose da Arauco, hoje dividida entre Chile, Argentina e Uruguai.

Ao lado de executivos da Companhia, Militão reforçou aos mais de 40 empresários chilenos presentes sobre o enorme potencial brasileiro. “Nós escolhemos crescer aqui, juntos, neste Mato Grosso do Sul que tão bem nos acolheu. Hoje este Projeto representa mais do que uma planta industrial, mas um catalisador do desenvolvimento, que capacita mão de obra, gera emprego e renda, atrai investimentos e transforma a vida de milhares de pessoas”.

O encontro reuniu governadores e ministros de ambos os países para celebrar a parceria que vai encurtar distâncias e ampliar mercados com a consolidação da Rota Bioceânica, já 75% concluída. “É um momento histórico”, exclamou o governador de MS, Eduardo Riedel. Já o ministro da Economia, Fomento e Turismo do Chile, Álvaro García, citou investimentos de US$ 1 bilhão para melhorias nos portos de Iquique, Antofagasta e Tarapacá.

Entre os presentes, estavam também a Ministra do Planejamento e Orçamento do Brasil, Simone Tebet; o Governador de Tarapacá, José Miguel Carvajal; o Governador de Antofagasta, Ricardo Díaz Cortés; a Diretora do Departamento de Integração Regional do Itamaraty, Daniela Benjamin; o embaixador do Chile no Brasil, Sebastian Depolo; a Prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes; o Presidente da FIEMS, Sérgio Longen e, representando a Assembleia Legislativa de MS, o Deputado estadual Paulo Corrêa.

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Com tarifaço, indústria da madeira de Canoinhas (SC) e região pode ter prejuízo de R$ 1 bilhão e extinguir 800 empregos

Estimativa da Facisc mostra a alta dependência do Planalto Norte em relação ao mercado estadunidense

Um diagnóstico recente elaborado pela Federação das Associações Empresariais dde Santa Catarina (Facisc) aponta que, em 2024, o valor das exportações do Planalto Norte (são dez cidades lideradas por Canoinhas, Mafra e Porto União) alcançou R$ 4,8 bilhões, com 191 empresas exportadoras, o que representa 6,5% do total de Santa Catarina. Essa região é a sexta maior exportadora do Estado, com destaque para os setores de madeira e móveis, que juntos representam mais de 36% das vendas internacionais. Em se tratando de EUA, é a terceira maior exportadora.

As exportações fiscais do Planalto Norte mostram como o agronegócio segue vital para a economia local. A soja responde por 31,8% das vendas internacionais, mas a madeira e os móveis juntos representam 36,1%. Em 2024, a região exportou R$ 1,076 bilhão apenas para os Estados Unidos. A soja está focada em outros mercados.

Os produtos exportados para os EUA são predominantemente do setor de madeira e móveis, que respondem por 95% do total exportado pela região. O setor de móveis, em particular, é o líder nas exportações, com mais de 40% de representatividade, seguido pela madeira em forma (25,2%) e madeira compensada (17,9%).

DEPENDÊNCIA

A dependência do Planalto Norte em relação ao mercado americano é evidente. Por exemplo, 99% das exportações de madeira em forma vão para os EUA, enquanto 60% dos móveis e 44% da madeira compensada têm o mesmo destino. Apesar de a região ter tentado diversificar seus parceiros comerciais, a influência do mercado americano continua sendo significativa e preocupante.

O setor de móveis, que emprega cerca de 15 mil pessoas no Planalto Norte, já sente os efeitos da queda na demanda. Em 2022 e 2023, a recessão econômica nos EUA, que resultou em uma redução de 5% na construção civil em 2022 e 2% em 2023, fez com que as exportações de madeira e móveis no Planalto Norte caíssem ainda mais do que a média estadual, totalizando perdas superiores a R$ 1 bilhão. A situação foi crítica, especialmente para o setor madeireiro, que viu suas exportações despencarem em mais de 50% devido à desaceleração do mercado americano. Agora, em 2025, o setor vinha se recuperando, justamente quando vem o revés provocado pelo tarifaço de Trump.

Se as políticas de tarifaço resultarem em prejuízos que dobrem os registrados em 2023, o setor pode enfrentar perdas de mais de R$ 1 bilhão em produção e quase 800 empregos apenas na indústria madeireira, com forte presença em Canoinhas (Procopiak e Energia Madeiras), Três Barras (Brasnile e FComp), Porto União (indústrias de portas) e Papanduva. Com a crescente competição de países como Vietnã, Filipinas e China, que já estabelecem relações diplomáticas mais favoráveis com os EUA, a situação se torna ainda mais desafiadora para os produtores do Planalto Norte.

DESEMPREGO

O setor de madeira e móveis registrou o fechamento de 581 vagas de trabalho em julho, segundo dados do Caged compilados pelo Observatório da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc). Esta é a primeira estatística oficial que mostra o impacto real do tarifaço dos Estados Unidos sobre o setor.

“O fechamento de postos de trabalho no ramo é reflexo do contexto da imposição das tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras e mostra o impacto da medida sobre as indústrias do setor, grandes exportadoras para o mercado norte-americano”, destaca o presidente da Fiesc, Gilberto Seleme. No mesmo mês do ano anterior, o setor havia registrado saldo positivo de 127 empregos com carteira assinada.

Apesar da queda no setor de madeira e móveis, a indústria catarinense teve saldo positivo de 1mil vagas em julho. Considerando todos os grandes setores da economia, o Estado registrou saldo positivo de 2,8 mil empregos no período. No acumulado do ano, a indústria liderou a criação de novas oportunidades no estado, com 43 mil postos de trabalho abertos, de um total de 83 mil vagas geradas em SC em 2025. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o setor industrial gerou 8,6 mil vagas a menos em 2025.

APOIO

Consultoria para novos produtos e mercados, suporte para acesso a crédito e incentivos públicos e capacitação para funcionários em situação de inatividade são serviços gratuitos que integram o desTarifaço, pacote lançado pela Fiesc na semana passada. No foco do programa, estão as indústrias exportadoras e os trabalhadores afetados pelo aumento nas tarifas de importação dos Estados Unidos. 

“O impacto do tarifaço não é uniforme. Em alguns casos, temos pequenas e médias indústrias com mais de 90% do seu faturamento comprometido. Temos que dar apoio a estas empresas e seus trabalhadores”, destaca o presidente da Fiesc, Gilberto Seleme, que é da cidade de Caçador e conhece bem o Planalto Norte.

O estudo da Fiesc mostra um impacto proporcionalmente maior para pequenas e médias cidades de regiões como Planalto Norte, Meio-Oeste e Serra. “Atuamos também para preservar a força de trabalho nestas regiões, evitando o agravamento de problemas sociais”, acrescenta Seleme. 

Veja o que integra o programa:

À indústria 

  • Apoio na busca por crédito e benefícios governamentais
  • Consultoria para abertura de novos mercados
  • Consultoria para adequação de produtos e linhas de produção
  • Auxílio na obtenção de bolsistas especializados para reposicionamento
  • Consultoria jurídica sobre os recursos da CLT e para negociações sindicais

Aos trabalhadores destas indústrias

  • Capacitação de funcionários em situação de inatividade
  • Recapacitação de trabalhadores demitidos, com vistas aos setores com carência de mão de obra
  • Acompanhamento psicológico para recolocação profissional

Nesta semana, a Fiesc participa de uma missão empresarial organizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) a Washington, nos EUA. Na quarta e quinta, 3 e 4, o grupo terá encontros com escritórios de advocacia, reuniões na Embaixada do Brasil e diálogos com autoridades do governo americano.

Informações: JMais.

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A revolução silenciosa: como Mato Grosso do Sul transformou sustentabilidade em vantagem competitiva

*Artigo de Rafael Zanoni Fontes.

Em novembro de 2025, quando os olhos do mundo se voltarem para Belém durante a COP30, uma história extraordinária será contada no coração da Amazônia. Não será apenas sobre florestas ou rios, mas sobre como um estado do Centro-Oeste brasileiro transformou-se no laboratório mais avançado de agricultura sustentável do planeta. Mato Grosso do Sul conquistou algo que parecia impossível: liderar o crescimento econômico nacional enquanto constrói o caminho para a neutralidade de carbono.

A projeção econômica comprova essa liderança: crescimento de 6,86% no PIB estadual para 2025, chegando a R$ 227,8 bilhões, conforme estimativa da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) divulgada em dezembro de 2024. Por trás desse dinamismo está o agronegócio, que registrou em 2023 o maior crescimento do país – impressionantes 32%, segundo a Resenha Regional do Banco do Brasil. Enquanto gigantes como Mato Grosso (23,5%) e Paraná (22,9%) celebravam seus resultados, MS já demonstrava que sustentabilidade e competitividade não são conceitos antagônicos, mas complementares. A safra 2024/25 consolida essa tese: 75,3 milhões de toneladas de grãos em 7,4 milhões de hectares geram riquezas que representam 17,9% do PIB estadual – o maior percentual do país, conforme dados da Semadesc.

Mas a verdadeira revolução não está apenas nos números. Está na consolidação de uma estratégia de longo prazo que posiciona Mato Grosso do Sul como protagonista da sustentabilidade global. Agora, o “MS Day” no espaço dedicado à agricultura sustentável (AgriZone) da COP30 representa a oportunidade de mostrar ao mundo como transformar ambiciosas metas de neutralidade de carbono até 2030 em realidade.

A seleção da proposta “MS Day – MS Carbono Neutro na COP30” pela Embrapa para integrar a programação do espaço dedicado à agricultura sustentável (AgriZone) representa o reconhecimento nacional de que Mato Grosso do Sul desenvolveu algo único: um modelo replicável de desenvolvimento sustentável. O ponto alto do evento será a assinatura do “Pacto MS Carbono Neutro”, um documento que representa um chamamento histórico à sociedade sul-mato-grossense. O governo estadual, que já assumiu formalmente o compromisso de neutralidade de carbono, agora convida todo o ecossistema social e econômico a aderir a essa meta. A iniciativa busca transformar um compromisso governamental em pacto social abrangente.

A programação técnico científica do “MS Day” revela a sofisticação conceitual por trás da iniciativa. Oito horas de debates estruturados em quatro painéis temáticos que abordam desde saberes ancestrais até biotecnologia de ponta, demonstrando que a solução climática não está apenas no futuro, mas na síntese inteligente entre tradição e inovação em diversas áreas do conhecimento.

O primeiro painel, “Povos Originários e Agricultura Familiar”, não é concessão ao politicamente correto, mas reconhecimento científico de que práticas milenares oferecem soluções para desafios contemporâneos. Lideranças indígenas, pesquisadores e especialistas em sistemas agroflorestais compartilharão conhecimentos que a ciência moderna está redescobrindo.

O Pantanal, patrimônio natural mais emblemático do estado, ganha painel dedicado às suas vulnerabilidades e potencialidades climáticas. Não por acaso: o maior bioma úmido continental do planeta é simultaneamente termômetro das mudanças climáticas e laboratório de soluções baseadas na conservação.

O terceiro painel revela onde Mato Grosso do Sul está construindo seu futuro: na bioeconomia. Executivos do setor de biocombustíveis, pesquisadores em biotecnologia, representantes de startups do agronegócio e lideranças do setor florestal debaterão como a inovação está criando cadeias produtivas de baixo carbono que atraem investimentos bilionários para o estado.

O setor florestal exemplifica essa transformação em escala impressionante. Responsável por 10,7% do PIB estadual e movimentando R$ 15,7 bilhões em 2024, MS registrou expansão de 500% na área de florestas plantadas na última década, chegando a 1,5 milhão de hectares. O estado concentra grandes players do setor: Suzano (R$ 15,9 bilhões em nova fábrica em Ribas do Rio Pardo), Arauco (R$ 25 bilhões em Inocência), Bracell (R$ 20 bilhões em Bataguassu) e Eldorado (já estabelecida em Três Lagoas). Juntos, esses investimentos superam R$ 70 bilhões até 2028, gerando mais de 26 mil empregos diretos e indiretos, segundo dados da Semadesc, e consolidando MS como o maior polo de celulose do país.

Os números justificam o otimismo. MS responde por 7,6% da agropecuária nacional em 2024, com destaque para 7,2% da soja e impressionantes 12,3% do milho brasileiro, conforme dados do IBGE. Mas o diferencial não está apenas no volume: está na capacidade de produzir mais com menor impacto ambiental, combinando produtividade com sustentabilidade que desperta interesse de outros estados.

O painel de encerramento, “Fronteiras Sustentáveis”, apresentará casos concretos de descarbonização no agronegócio. Produtores rurais pioneiros, pesquisadores em agricultura de baixo carbono e especialistas em mercado de carbono compartilharão experiências que demonstram como a teoria se transforma em resultados práticos no campo.

Essa abordagem reflete uma mudança paradigmática na forma como o Brasil se posiciona nas discussões climáticas globais. Se antes éramos vistos principalmente como guardiões de florestas, agora emergimos como desenvolvedores de soluções tecnológicas que podem ser replicadas em outras regiões do mundo.

A participação no espaço dedicado à agricultura sustentável (AgriZone), na COP 30, representa mais que uma vitrine de conquistas. É a consolidação de décadas de pesquisa e desenvolvimento que colocaram a agricultura brasileira na vanguarda da sustentabilidade global. O setor agropecuário, responsável por 18% das emissões de gases de efeito estufa mundiais em 2024 segundo dados da Embrapa, precisa ser parte da solução – e Mato Grosso do Sul está demonstrando como.

A aprovação da proposta sul-mato-grossense pela Embrapa confirma algo que já suspeitávamos: MS desenvolveu um modelo de desenvolvimento sustentável que desperta interesse internacional. Não é coincidência que o estado tenha atraído investimentos bilionários nos últimos anos, posicionando-se como destino preferencial de empresas que buscam aliar competitividade com responsabilidade ambiental.

Por trás de cada conquista sustentável de Mato Grosso do Sul existe uma base científica sólida que sustenta essa transformação. As unidades da Embrapa no estado desenvolvem pesquisas em sistemas que integram agricultura, pecuária e/ou florestas numa mesma área (ILPF), sequestro de carbono, melhoramento genético e conservação de biomas que fornecem as bases técnicas para conciliar alta produtividade com sustentabilidade ambiental.

Esse ecossistema de inovação estadual é formado pela Embrapa em articulação com universidades públicas e privadas, que alimentam o setor produtivo com pesquisa aplicada, formação de recursos humanos especializados e desenvolvimento de tecnologias adaptadas às condições locais. As fundações de pesquisa estaduais completam esse sistema, conectando o conhecimento científico com a aplicação prática no campo através de suas pesquisas em variedades adaptadas e validação de insumos e práticas agropecuárias para a região, estabelecendo a ponte entre laboratórios e propriedades rurais.

Essa articulação entre instituições de pesquisa, universidades, fundações e setor privado criou um ambiente favorável à inovação que atrai startups, empresas de biotecnologia e multinacionais interessadas em soluções sustentáveis. O resultado dessa sinergia ganhou reconhecimento nacional em agosto de 2025, quando Mato Grosso do Sul avançou da 17ª para a 9ª posição no pilar Inovação do Ranking de Competitividade dos Estados, elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP). O salto de oito colocações demonstra a consolidação de políticas públicas estruturantes em ciência, tecnologia e inovação que fortaleceram todo o ecossistema de pesquisa agropecuária do estado.

Esse sucesso tem raízes profundas. Desde 2016, quando definiu como meta tornar-se um Estado Carbono Neutro, MS adotou a sustentabilidade como estratégia de desenvolvimento e política pública. O marco legal veio em 2021, com a oficialização do Plano Estadual MS Carbono Neutro – PROCLIMA e o anúncio do compromisso na COP26 às autoridades de 360 governos subnacionais, conforme registros do IMASUL. Agora, quase uma década depois, os resultados práticos validam a ousadia da aposta inicial.

A estratégia estadual combina políticas públicas robustas, incentivos fiscais inteligentes e linhas de crédito sustentável do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO). Entre 2019 e 2024, a linha de crédito sustentável FCO Verde destinou R$ 360 milhões para projetos de agricultura de baixo carbono, segundo dados do IMASUL. O resultado é um ecossistema integrado que combina incentivos fiscais, linhas de crédito sustentável e base científica sólida.

O governo estadual defende que produção e sustentabilidade ambiental caminham juntas, posicionando Mato Grosso do Sul como destaque no agro sustentável com foco contínuo no avanço de infraestrutura e logística para escoar a produção de forma responsável.

O Brasil pode ser o primeiro país do G20 a alcançar a neutralidade de carbono, segundo projeções do BNDES divulgadas em 2024. Mas essa meta nacional depende de experiências regionais bem-sucedidas que comprovem a viabilidade econômica da transição energética. Mato Grosso do Sul está construindo essa prova de conceito em tempo real.

A meta de neutralidade de carbono até 2030 pode parecer ambiciosa, mas os fundamentos estão sendo construídos hoje. Técnicas de baixa emissão como plantio direto, agricultura regenerativa, Integração Lavoura-Pecuária (ILP), consórcios de culturas de entressafra e manejo florestal integrado já são realidade em propriedades sul-mato-grossenses. O que falta é escalar essas práticas e criar mecanismos de monitoramento que permitam mensurar resultados.

A participação na COP30 representa um marco, mas não o fim da jornada. É o momento em que Mato Grosso do Sul deixa de ser um caso regional para se tornar referência global, oferecendo ao mundo um modelo de como conciliar crescimento econômico com responsabilidade climática.

Quando os delegados de 195 países se reunirem em Belém, não estarão apenas discutindo o futuro do planeta. Estarão conhecendo soluções que já funcionam, tecnologias que já existem, políticas que já demonstraram resultados. Estarão vendo como um estado brasileiro transformou desafios climáticos em oportunidades econômicas.

Talvez a maior conquista de Mato Grosso do Sul seja ter provado que a revolução climática não precisa ser disruptiva para ser transformadora. Não foi necessário abandonar o agronegócio para abraçar a sustentabilidade. Foi preciso reinventá-lo.

Essa reinvenção começou nos laboratórios e campos experimentais, passou pelas políticas públicas estaduais e chegou às propriedades rurais. Agora, está pronta para ser apresentada ao mundo como prova de que o futuro sustentável não é uma utopia distante, mas uma realidade em construção no coração do Brasil.

O “MS Day” na COP30 será mais que um evento. Será o momento em que uma experiência local se transforma em inspiração global, demonstrando que a solução para os desafios climáticos pode estar mais próxima do que imaginamos – às vezes, bem no centro do continente sul-americano, onde o Pantanal encontra o Cerrado e a tradição se casa com a inovação.


A proposta do governo do estado de Mato Grosso do Sul, em parceria com a Embrapa Agropecuária Oeste, Embrapa Gado de Corte e Embrapa Pantanal, foi aprovada para integrar o espaço dedicado à agricultura sustentável (AgriZone) da COP30. A iniciativa aprovada é o “MS Day – MS Carbono Neutro na COP30”, que vai levar para o cenário internacional as ações de Mato Grosso do Sul rumo à sustentabilidade e ao equilíbrio climático.

*Rafael Zanoni Fontes é Chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Agropecuária Oeste.

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Após 13 anos, Cota de Reserva Ambiental vai começar a vigorar no país

Serviço Florestal prepara a emissão das primeiras CRA em reservas particulares do RJ. Instrumento é visto como essencial para regularização ambiental no país

O Serviço Florestal Brasileiro se prepara para emitir as primeiras Cotas de Reserva Ambiental (CRA) do país, após 13 anos desde sua instituição, no Código Florestal de 2012. A fase inicial acontecerá em Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) do Rio de Janeiro.

A Cota de Reserva Ambiental é um título que representa 1 hectare de vegetação nativa existente ou em recuperação. Ela é considerada um instrumento essencial para alavancar os processos de regularização ambiental no país, por poder ser comercializada entre proprietários com excedentes de Reserva Legal e aqueles que possuem passivos.

Segundo o Serviço Florestal (SFB), existem atualmente 33,7 milhões de hectares em passivos de Reserva Legal declarados no Sistema de Cadastro Ambiental Rural (Sicar). Destes, a estimativa é que 17 milhões de hectares possam ser compensados por instrumentos como o CRA.

“O CRA representa uma linha de chegada da regularização ambiental para imóveis rurais. É um mecanismo simples, transparente e que acelera a compensação de Reservas Legais em todo o país”, diz Gabriel Lui, coordenador do SFB.

As primeiras Cotas de Reserva Ambiental do Brasil serão emitidas sobre áreas de vegetação nativa preservada em Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) do estado do Rio de Janeiro, em uma estratégia piloto que permitirá avaliar o funcionamento do mecanismo para seguir com a expansão para outros estados.

O SFB, órgão que vai gerir as emissões da CRA, tem trabalhado nos últimos meses em parceria com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) no desenvolvimento de novos módulos do Sistema de Cadastro Ambiental Rural (SICAR) para gerir a emissão, transação e monitoramento das CRAs, bem como na definição de prioridades e padronização de procedimentos para a geração dos primeiros títulos. A expectativa é que as primeiras CRA sejam geradas até novembro.

“A expectativa não se deve apenas à possibilidade de seu uso para compensação de reserva legal, mas ao desenho de um mercado ambiental capaz de dar valor econômico à conservação. (…) Em termos concretos, proprietários que mantêm esses excedentes de vegetação nativa podem transformá-los em CRAs, enquanto aqueles com passivos no mesmo bioma podem adquirir esses títulos para se regularizar”, informa Antônio Malard, Sócio da Alger Consultoria Socioambiental, em uma publicação em rede social.

“O mérito das CRAs está em permitir a regularização ambiental com previsibilidade, ao mesmo tempo em que valoriza quem preservou além do mínimo legal. Mais do que um novo título, as CRAs marcam o início de um ciclo em que instrumentos legais ganham corpo no campo e nas operações. Vale acompanhar o desenvolvimento”, frisa Malard.

Com informações: O Eco.

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Expedição Silvicultura chega ao Espírito Santo com evento em Vitória

A capital capixaba vai sediar, no próximo dia 17 de setembro, o evento regional da Expedição Silvicultura, considerado o maior levantamento de dados sobre o setor florestal brasileiro. A programação acontece no Parque Botânico da Vale, em Jardim Camburi, Vitória, das 13h às 18h40, e reunirá representantes do governo, especialistas, empresários e produtores para debater os avanços e os desafios da atividade no País.

O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), é parceiro da iniciativa e vai apresentar os principais programas e políticas públicas voltadas para o desenvolvimento do setor florestal. Entre os destaques estão os incentivos aos plantios, a modernização do licenciamento ambiental, o acesso ao crédito e inovação tecnológica, além da integração da agenda florestal às políticas de sustentabilidade, geração de emprego e desenvolvimento regional.

A programação contará com palestras técnicas, painéis, apresentação de inovações tecnológicas e espaço de networking. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no site expedicaosilvicultura.com.br.

O secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli, destacou a relevância do evento para o Espírito Santo. “A silvicultura tem um papel estratégico para o desenvolvimento regional, gerando emprego, renda e novas oportunidades de negócios. O Espírito Santo já é referência em sustentabilidade e inovação, e a Expedição Silvicultura será uma oportunidade de mostrar nossas políticas públicas, ouvir o setor produtivo e fortalecer ainda mais essa cadeia que contribui para a economia e para a preservação ambiental”, afirmou Bergoli.

A Expedição Silvicultura vai percorrer o Brasil entre setembro e novembro de 2025, levantando dados e com o objetivo de conectar lideranças regionais para construir um panorama atualizado do setor florestal nacional.

A capital capixaba vai sediar, no próximo dia 17 de setembro, o evento regional da Expedição Silvicultura, considerado o maior levantamento de dados sobre o setor florestal brasileiro. A programação acontece no Parque Botânico da Vale, em Jardim Camburi, Vitória, das 13h às 18h40, e reunirá representantes do governo, especialistas, empresários e produtores para debater os avanços e os desafios da atividade no País.

O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), é parceiro da iniciativa e vai apresentar os principais programas e políticas públicas voltadas para o desenvolvimento do setor florestal. Entre os destaques estão os incentivos aos plantios, a modernização do licenciamento ambiental, o acesso ao crédito e inovação tecnológica, além da integração da agenda florestal às políticas de sustentabilidade, geração de emprego e desenvolvimento regional.

A programação contará com palestras técnicas, painéis, apresentação de inovações tecnológicas e espaço de networking. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no site expedicaosilvicultura.com.br.

O secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli, destacou a relevância do evento para o Espírito Santo. “A silvicultura tem um papel estratégico para o desenvolvimento regional, gerando emprego, renda e novas oportunidades de negócios. O Espírito Santo já é referência em sustentabilidade e inovação, e a Expedição Silvicultura será uma oportunidade de mostrar nossas políticas públicas, ouvir o setor produtivo e fortalecer ainda mais essa cadeia que contribui para a economia e para a preservação ambiental”, afirmou Bergoli.

O roteiro irá percorrer as principais regiões produtivas no país entre setembro e novembro de 2025, levantando dados e com o objetivo de conectar lideranças regionais para construir um panorama atualizado do setor florestal nacional.

A realização da Expedição Silvicultura é da Canopy Remote Sensing Solutions (www.canopyrss.com.br), em parceria com a Embrapa Florestas (www.embrapa.br/florestas), Paulo Cardoso Comunicações (www.paulocardosocom.com.br), e conta com apoio das principais instituições e empresas do setor.

Siga a expedição nas redes sociais e fique por dentro das novidades:  


Com informações: GOV/ES.

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São Roque do Canaã (ES) une tradição e sustentabilidade na indústria de portas e esquadrias

São Roque do Canaã, na região Central-Serrana capixaba, mantém viva a tradição de ser o maior polo fabricante de portas e esquadrias de madeira do Espírito Santo. E um dos nomes que reforça essa referência é a Bassani Madeiras. A empresa tem se destacado por unir qualidade, tradição e compromisso ambiental, utilizando exclusivamente madeira proveniente de manejo florestal sustentável. O principal fornecedor é a Madeflona, concessionária que atua na exploração de florestas públicas de forma legal e responsável, garantindo que cada produto seja fruto de práticas que preservam o meio ambiente e combatem o desmatamento ilegal na Amazônia.

De acordo com o diretor comercial da Bassani, Cristiano Roldi, a procedência da matéria-prima é um diferencial que agrega valor e confiança. “Quando divulgamos a procedência de nossa matéria-prima, conseguimos ter o respeito do mercado, proporcionando segurança e tranquilidade, tanto para as revendas de portas e esquadrias de madeira como para o consumidor, que estará recebendo em casa um produto 100% fabricado com madeira certificada”, afirma. Essas áreas de exploração passam por licitações e são fiscalizadas por órgãos nacionais e internacionais, seguindo os mais rígidos padrões de controle ambiental.

Embora a indústria de portas e esquadrias de madeira na cidade tenha encolhido nas últimas décadas, ela continua sendo um importante empregador local, perdendo em número de postos de trabalho apenas para o setor agrícola. No entanto, Roldi reconhece que o título de maior polo fabricante do Estado ainda não é plenamente aproveitado. “Não realizamos, até o momento, ações que poderiam valorizar nossos produtos e, assim, continuar gerando emprego e renda para nossa região”, observa. Para ele, existe uma grande oportunidade em mostrar ao mercado o trabalho centenário desenvolvido no município, tanto na produção em série quanto na personalização de peças com madeira certificada.

Cristiano Roldi

A obtenção de madeira legal, segundo o diretor da Bassani Madeiras, não é um obstáculo — desde que as empresas estejam em conformidade com os órgãos competentes do setor florestal. Além disso, a dificuldade em renovar o quadro de colaboradores preocupa o setor, colocando em risco sua continuidade no médio e longo prazo. Apesar de iniciativas governamentais para enfrentar esse problema, os resultados ainda não são perceptíveis.

Mesmo diante desses gargalos, a Bassani e outras empresas de São Roque do Canaã seguem demonstrando que é possível manter uma produção de alta qualidade aliada à responsabilidade socioambiental. A empresa está confirmada como uma das expositoras da 3ª edição da Espírito Madeira- Design de Origem, de 11 a 13 de setembro, no Centro de Eventos Padre Cleto Caliman, o “Polentão“, em Venda Nova do Imigrante (ES). Além do espaço próprio no evento, a Bassani Madeiras terá peças expostas em outros estandes, como o da arquiteta Paulete Almeida, no Espírito ArqDesign e na Isocil/Monolev.

Espírito Madeira 2025- A Feira é organizada pelo Montanhas Capixabas Convention & Visitors Bureau (MCC&VB) e Interação, tendo como patrocinador Master a Placas do Brasil, patrocínio do Sicoob, Laguna e Far East Máquinas e Ferramentas e apoio institucional da Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Aderes), Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), Governo do Estado do Espírito Santo, Sebrae, Findes, Senai, Sesi, Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes), Prefeitura de Venda Nova do Imigrante, Núcleo de Pesquisa em Qualidade da Madeira (Nuqmad Ufes), Sistema Faes/Senar/Sindicatos, VP Madeiras, Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea), Associação dos Engenheiros e Engenheiras Florestais Egressos da UFV (Aseflor), Sociedade Brasileira de Agrosilvicultura (Sbag), Rede Nacional de Biomassa para Energia (Renabi) e Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN).

Serviço:

3ª Feira Espírito Madeira- Design de Origem

Dias 11, 12 e 13 de setembro de 2025

Local: Centro de Eventos Padre Cleto Caliman, “Polentão”, em Venda Nova do Imigrante (ES)

Realização: Montanhas Capixabas Convention & Visitors Bureau

Mais informações: www.espiritomadeira.com.br 

Instagram: @espiritomadeiraoficial

*Entrada gratuita

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Caçador é oficializada como Capital da Madeira em Santa Catarina

Município do Meio-Oeste tem metade do PIB no setor florestal e se consolida como referência na indústria madeireira

O município de Caçador, no Meio-Oeste de Santa Catarina, foi oficialmente reconhecido como a Capital da Madeira, um título que reforça a importância da cidade no cenário econômico estadual e nacional. Atualmente, cerca de 50% do Produto Interno Bruto (PIB) local vem do setor florestal, confirmando a força da indústria madeireira na região.

A economia caçadorense é fortemente alicerçada no manejo sustentável, reflorestamento e industrialização da madeira, atividades que movimentam não apenas o mercado interno, mas também as exportações para diversos países. A cidade abriga indústrias de grande porte e centenas de pequenas e médias empresas que dão suporte a toda a cadeia produtiva.

De acordo com dados da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), o estado responde por aproximadamente 11% da produção nacional de madeira de reflorestamento, e Caçador figura entre os maiores polos desse segmento. A produção de pinus e eucalipto é destaque, impulsionando o setor moveleiro e a fabricação de papel e celulose.

Além do peso econômico, o setor florestal tem papel social fundamental em Caçador, gerando milhares de empregos diretos e indiretos e movimentando o comércio local. O município também investe em tecnologia e práticas de sustentabilidade, garantindo equilíbrio entre desenvolvimento e preservação ambiental.

Para as autoridades locais, o reconhecimento como Capital da Madeira fortalece a imagem da cidade e atrai novos investimentos em infraestrutura, capacitação de mão de obra e feiras setoriais. A expectativa é que o título abra ainda mais portas para novos negócios, parcerias e oportunidades de exportação, consolidando Caçador como referência nacional no setor.

Com a oficialização, Caçador reafirma sua identidade histórica e econômica, mostrando que o desenvolvimento pode caminhar lado a lado com a inovação e a preservação ambiental.

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Governo publica regras para prevenção de incêndio florestal em propriedades rurais

Proibição do uso do fogo em pastagens, áreas agrícolas ou áreas de manejo florestal sem autorização está entre medidas

O Governo Federal definiu as regras para implementação de medidas preventivas a incêndios florestais em propriedades rurais. Entre elas, está a proibição do uso do fogo em pastagens, áreas agrícolas ou áreas de manejo florestal sem autorização prévia e formal do órgão ambiental.

As regras foram aprovadas pelo Comitê Nacional de Manejo Integrado do Fogo, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, e publicadas em resolução no Diário Oficial da União desta segunda-feira (1º). A medida ocorre após o recorde de incêndios florestais registrado no ano passado em meio à seca nas regiões Centro-Oeste e Sudeste do País.

As medidas têm o objetivo de reduzir as ações irregulares ou ilegais que possam causar incêndios florestais, reduzir a ocorrência de grandes incêndios florestais, formar e mobilizar ambientes e resilientes ao incêndios florestais e incentivar planejamentos e ações conjuntas entre proprietários rurais para compartilhamento de equipamentos, veículos, aeronaves e brigadistas ao combate de incêndios florestais, segundo a resolução.

A elaboração de aceiros — faixas sem vegetação que funcionam como barreiras para evitar a propagação dos incêndios florestais, bem como de queima controlada para fragmentação do combustível — também estará sujeita à orientação técnica e autorização do órgão ambiental. A resolução determina ainda como medida preventiva o uso de sistemas e dispositivos de monitoramento, comunicação e alerta para acionamento de brigadas locais particulares ou dos Corpos de Bombeiros Militares.

As regras preveem ainda o uso de aeronaves adaptadas para transporte e lançamento de água para combate ao incêndio florestal, a manutenção periódica de máquinas e equipamentos agrícolas e o uso de reservatório natural ou artificial de água e bomba com capacidade para abastecimento de equipamento, veículo ou aeronave de transporte e lançamento de água para combate a incêndio florestal.

Todos imóveis rurais, à exceção de agricultores familiares, deverão elaborar e implementar as medidas da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo (PMIF) ou do Plano Operativo de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais.

De acordo com a resolução, produtores rurais terão o prazo de dois anos para se adequar e cumprir as novas regras. O cumprimento das medidas da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo (PMIF) servirá como atenuante para possíveis penas a produtores rurais em decorrência de incêndios florestais.

Perguntas e Respostas

Quais são as novas regras para prevenção de incêndios florestais em propriedades rurais?

O governo federal publicou regras que proíbem o uso do fogo em pastagens, áreas agrícolas ou de manejo florestal sem autorização prévia do órgão ambiental. Essas medidas visam prevenir incêndios florestais e foram aprovadas pelo Comitê Nacional de Manejo Integrado do Fogo, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente.

Qual é o objetivo dessas medidas?

As medidas têm como objetivo reduzir ações irregulares que possam causar incêndios, diminuir a ocorrência de grandes incêndios florestais, formar ambientes resilientes e incentivar a colaboração entre proprietários rurais para o compartilhamento de recursos no combate a incêndios.

Quais são algumas das ações específicas mencionadas na resolução?

A resolução menciona a elaboração de aceiros, que são faixas sem vegetação para evitar a propagação de incêndios, e a queima controlada para fragmentação do combustível. Também é prevista a utilização de sistemas de monitoramento e comunicação para acionar brigadas locais ou os Corpos de Bombeiros Militares.

Como será o uso de aeronaves na prevenção de incêndios?

As regras permitem o uso de aeronaves adaptadas para transporte e lançamento de água no combate a incêndios florestais, além da manutenção de máquinas e equipamentos agrícolas e do uso de reservatórios de água para abastecimento.

Quem deve seguir essas novas regras?

Todos os imóveis rurais, exceto agricultores familiares, devem elaborar e implementar as medidas da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo (PMIF) ou do Plano Operativo de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais.

Qual é o prazo para os produtores rurais se adequarem às novas regras?

Os produtores rurais terão um prazo de dois anos para se adequar e cumprir as novas regras. O cumprimento dessas medidas poderá servir como atenuante para possíveis penalidades em decorrência de incêndios florestais.

Quando as novas regras entrarão em vigor?

A resolução entrará em vigor na próxima segunda-feira, dia 8.

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