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Congresso Internacional de Incêndios Florestais reforça compromisso global com a preservação

Encerrado nesta última quarta-feira (18/06), o Congresso Internacional de Gestão de Incêndios Florestais promovido pelo Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso (CBMMT) teve início na segunda-feira (16), promovendo três dias de intensos debates, palestras e capacitações voltados à prevenção e combate aos incêndios florestais.

O evento reuniu especialistas nacionais e internacionais em Cuiabá, consolidando-se como um espaço fundamental para o compartilhamento de estratégias de manejo do fogo, inovação tecnológica e articulação entre instituições. A programação reforçou a urgência de ações coordenadas, principalmente diante dos desafios impostos pela estiagem.

Nesta quarta-feira, o congresso contou com a presença de importantes nomes do cenário internacional, como Alfredo Nolasco Morales, coordenador para a América Latina do Centro Interagências Canadense de Incêndios Florestais (CIFFC), e César Alberto Robles Gutiérrez, da Comissão Florestal Nacional do México, que abordaram as práticas adotadas em seus países no enfrentamento aos incêndios de grandes proporções.

Também palestraram Ramon Santos, responsável pelo Plano Estratégico de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais da Arauco 2025 (Chile); Moisès Galán Santano, chefe de Coordenação Central na Catalunha (Espanha); Jordi Vendrell, da Fundação Pau Costa; Rodrigo Jorquera, gerente de proteção contra incêndios florestais da CONAF (Chile); e o Major Philippe Sallenave, representante da Defesa Civil da França e referência na doutrina europeia de combate aos incêndios.

A programação foi complementada por minicursos técnicos, entre eles o curso “Comportamento Extremo do Fogo e Segurança Pessoal”, ministrado pelo professor Dr. Domingos Xavier Viegas, da Universidade de Coimbra (ADAI), e o curso de “Estratégias e Táticas de Combate Aéreo em Incêndios Florestais”, com Átila Machado de Oliveira, da FIRE.

Durante o encerramento do congresso, o comandante-geral do CBMMT, coronel BM Flávio Glêdson Vieira Bezerra, destacou a evolução do trabalho em incêndios florestais nos últimos anos e a importância de promover uma abordagem estruturada e integrada sobre o tema.

“Eu me lembro que há oito anos conversávamos sobre incêndios florestais, que aqui no estado olhávamos o incêndio florestal de forma sistemática e não apenas pontual. Fizemos proposituras e definimos eixos importantes a serem fortalecidos para termos uma resposta mais adequada. Lembro de falarmos que era necessário estruturar os bombeiros militares do país, brigadas, normativas. E, olhando para este evento hoje, vejo que o que ele trouxe foi exatamente o que gostaríamos: trazer todas as temáticas de forma sistemática, com palestras científicas, pesquisadores, novas tecnologias para aplicar no cenário operativo e troca de experiências.”

Na oportunidade o comandante reafirmou o impacto positivo do congresso.

“Esse evento mostrou que é preciso. Nós esperamos que os senhores saiam com conhecimento, troca de experiências e conexões. Que esse evento possa mudar a sua empresa, o seu setor e o seu país. Que a nossa experiência mostre para os países de vocês como o Brasil e o estado de Mato Grosso estão comprometidos com a preservação ambiental e com a temática dos incêndios florestais. Carreguem com os senhores que o nosso país tem pessoas engajadas e comprometidas com a causa.”

Patrocínio

O Forest Fire – Congresso Internacional de Gestão de Incêndios Florestais conta com o patrocínio da empresa multinacional Forest Fire, da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), da Aero Agrícola Rondon, do Fórum Agro e da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), da empresa Vallfirest (VTF), da MSA Safety Incorporated – Produtos de Segurança Sofisticados (MSA), e da Cervejaria Louvada.

Informações: Gov/MT.

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Veracel é novamente reconhecida como uma das melhores empresas para trabalhar na Bahia pelo GPTW

A Veracel Celulose reafirma sua posição de destaque no mercado baiano ao ser reconhecida novamente como uma das melhores empresas para trabalhar na Bahia, segundo o ranking 2025 da consultoria Great Place to Work (GPTW). A empresa conquistou a 4ª. colocação no ranking estadual de empresas de médio porte, consolidando sua trajetória de excelência no ambiente de trabalho. O anúncio foi realizado na manhã desta terça-feira (17), em Salvador.

Este reconhecimento se soma à certificação GPTW que a Veracel mantém pelo sétimo ano consecutivo, fruto da alta adesão e avaliação positiva dos colaboradores na pesquisa de clima organizacional realizada em 2024. A certificação estadual reforça o compromisso da companhia com a construção de um ambiente justo, inclusivo e que valoriza o bem-estar de seus times.

Além do destaque regional, a Veracel também integra o ranking nacional da GPTW como uma das cinquenta Melhores Empresas para Trabalhar no Brasil na categoria Agronegócio, refletindo sua relevância no cenário corporativo nacional.

“A renovação da certificação GPTW e o reconhecimento no ranking da Bahia são a confirmação do nosso compromisso contínuo com as pessoas que fazem a Veracel. Estamos orgulhosos de proporcionar um ambiente onde todos têm voz, oportunidades e respeito”, destaca Marcos Rogerio Souza Gomes, Coordenador de Apoio, Cuidado e Infraestrutura da companhia.

Sobre a Veracel

A Veracel Celulose é uma empresa de bioeconomia brasileira que integra operações florestais, industriais e de logística, que resultam em uma produção anual média de 1,1 milhão de toneladas de celulose, gerando mais de 3,2 mil empregos próprios e de terceiros, na região da Costa do Descobrimento, sul da Bahia e no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais.

Além da geração de empregos, renda e tributos, a Veracel é protagonista em iniciativas socioambientais no território. A consultoria Great Place to Work (GPTW) validou a Veracel como uma das melhores empresas para trabalhar no Brasil pelo 6º ano consecutivo.

Além dos mais de 100 mil hectares de área protegida ambientalmente, é guardiã da maior Reserva Particular do Patrimônio Natural de Mata Atlântica do Nordeste brasileiro.

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MIDR inicia cooperação para fazer projetos com créditos de carbono

Capacitação técnica apoiará projetos voltados à conservação ambiental, reflorestamento e uso de biodigestores, com foco no mercado de carbono e no desenvolvimento regional sustentável

Brasília (DF) – O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), por meio da Secretaria Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros (SNFI), vai começar uma cooperação técnica para que os empreendimentos beneficiários dos Fundos Regionais possam desenvolver projetos geradores de crédito de carbono. A ideia é identificar e apoiar oportunidades de investimento em projetos relacionados à conservação de florestas, reflorestamento, instalação de biodigestores e práticas agrícolas que promovem o sequestro de carbono.

As atividades referentes à cooperação, como trocas de conhecimento, boas práticas e experiências, acontecerão em parceria com o Banco do Brasil (BB), conforme estabelecido na assinatura de um protocolo de intenções entre o MIDR e a instituição financeira nesta quarta-feira (18).

O protocolo tem como objetivo articular institucionalmente ações e políticas públicas voltadas ao desenvolvimento regional sustentável. A iniciativa busca reduzir as desigualdades regionais, melhorar a qualidade de vida da população e promover práticas sustentáveis. Essa articulação ganha ainda mais relevância no atual contexto de retomada do setor industrial brasileiro, que registrou crescimento de 3,1% no ano passado.

O Secretário Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros, Eduardo Tavares, ressaltou que a colaboração com o BB permitirá estudar soluções inovadoras, em especial no mercado de carbono, com impactos positivos para o meio ambiente e a economia local.

“Agendas como essa são transformadoras. Fazer um laboratório com o Banco do Brasil, aprofundar conhecimentos, testar possibilidades com um parceiro que já estrutura operações reais de créditos de carbono, apoiando várias cadeias produtivas, é o que precisamos”, afirmou.

A parceria entre o MIDR e o BB prevê a prospecção de projetos inseridos no escopo dos Fundos de Desenvolvimento Regional e do Fundo Constitucional de Investimento do Centro-Oeste (FCO). Do lado do Banco do Brasil, a parceria reforça a busca por fontes de receita alternativas, por mais regulação e governança no mercado de carbono no país.

“Os créditos de carbono podem ser uma fonte de receita relevante para o Brasil à medida que a nova regulamentação permite gerar créditos em áreas de preservação, reflorestamento e reservas indígenas. Sabemos que há muito interesse nesse sentido”, declarou José Ricardo Sasseron, Vice-Presidente de Negócios, Governo e Sustentabilidade Empresarial do BB.

Sem excluir outras temáticas que podem ser acordadas futuramente, o protocolo de intenções prevê que sejam analisados os seguintes tipos de crédito de carbono:

  • REDD+ (conservação florestal): Projetos em áreas de floresta no bioma amazônico e cerrado, incluindo reserva legal e/ou excedente de vegetação nativa preservados;
  • ALM (carbono no solo): Projetos que financiam a implantação de práticas de plantio direto, recuperação de pastagens, implantação de ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta), SAFs (Sistemas Agroflorestais), entre outras práticas de melhoria do solo;
  • Biogás: Projetos que financiam a implantação de biodigestores em granjas de suínos ou bovinos confinados;
  • ARR (reflorestamento): Projetos que possuem déficit de reserva legal ou áreas de proteção permanente em suas propriedades.

A Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) também estava representada na reunião, com a presença do Expert Financeiro Alejandro Barreneche. A AFD é outra importante parceira da SNFI, participando da estratégia de captação de recursos para os Fundos de Desenvolvimento.

“AFD, como banco de desenvolvimento, tem muitas propostas de metodologias de acompanhamento dos impactos socioambientais, da medida da pegada de carbono. Então, para nós, faz sentido ver como esses dois parceiros estão juntando forças para continuar no mesmo caminho e promover um setor que está se formalizando no Brasil, que é o mercado de carbono”, concluiu.

Desenvolvimento Sustentável

Para regulamentar o mercado de carbono no país, foi instituído em 2024 o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE). Por convenção, um crédito de carbono corresponde a uma tonelada de dióxido de carbono não emitida ou removida da atmosfera. Esses créditos são negociados entre empresas e países para compensar suas emissões e cumprir metas de redução de gases do efeito estufa.

Ao impulsionar projetos de crédito de carbono e o desenvolvimento regional sustentável, o MIDR colabora com as medidas de adaptação às mudanças climáticas, e contribui para as discussões na COP 30, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. O encontro global ocorrerá em novembro de 2025, em Belém (PA), reunindo líderes mundiais, representantes de governos, ciência e sociedade civil para debater soluções climáticas — e marcará a primeira vez que a conferência será realizada na Amazônia.

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Veracel: produtividade, respeito a natureza e desenvolvimento regional como aliados de negócio

No sul da Bahia, em uma região onde a Mata Atlântica ainda resiste com toda sua diversidade, uma empresa brasileira mostra que desenvolvimento econômico e proteção ambiental não só podem caminhar juntos — como devem. A Veracel Celulose, prestes a completar 34 anos de operação e com duas décadas completas de operação fabril possui um modelo de inovação sustentável que une tecnologia, conservação, geração de emprego e desenvolvimento social em um contexto econômico de mercado desafiador para a celulose – com pressão internacional, mudanças climáticas, exigências legais e sociais. A experiência da Veracel mostra que é possível crescer com ética, tecnologia e cuidado real com o planeta e as pessoas.

A responsabilidade ambiental começa antes mesmo da floresta ser plantada. No viveiro de mudas da Veracel, tecnologia e ciência se unem para produzir árvores mais fortes e adaptadas ao clima da região. Com técnicas de clonagem e melhoramento genético, a empresa busca maior produtividade com menos impacto e acompanha de perto as variações climáticas e adaptabilidade das mudas de eucalipto que se tornarão as florestas, e a matéria-prima, da empresa.

Um exemplo claro deste trabalho foi a redução de 80% no uso de defensivos agrícolas nos viveiros devido à adoção de controle biológico, com fungos e insetos, que substitui produtos químicos por soluções naturais. Isso protege a saúde do solo, dos trabalhadores e dos ecossistemas ao redor.

Além disso, dos cerca de 200 mil hectares de área da Veracel, metade é dedicada à conservação ambiental, em um modelo de 1 hectare de mata nativa para cada hectare de eucalipto plantado.

Outra frente importante é o modelo de mosaico florestal adotado pela empresa que alterna áreas plantadas com eucalipto e áreas de vegetação nativa preservada. Os platôs são destinados ao plantio, enquanto os vales mantêm a vegetação original. O resultado é um modelo de base florestal eficiente, que protege rios e nascentes e mantem corredores naturais para a fauna e flora, algo que, consequentemente, fortalece o controle biológico de pragas, e diminui o uso de defensivos agrícolas.

A empresa também promove a restauração florestal ativa, com o plantio de cerca de 400 hectares por ano com espécies nativas da Mata Atlântica. Isso reforça a resiliência dos ecossistemas e contribui para a recuperação de uma das florestas mais ameaçadas do planeta.

Recentemente, a companhia anunciou uma parceria inédita com a Biomas, uma empresa de restauração ecológica em larga escala, para a restauração de 1,2 mil hectares de Mata Atlântica em áreas da Veracel. O modelo de negócio prevê que a restauração seja financiada pelos créditos de carbono que serão gerados na área recuperada, uma iniciativa inovadora para uma empresa de base florestal.

“Essa parceria com a Biomas reforça o compromisso da Veracel com a conservação ambiental e o desenvolvimento sustentável no território onde atuamos. Mais do que uma ação compartilhada, estamos aportando um histórico consolidado que nos posiciona como referência em iniciativas de regeneração ecológica e proteção da biodiversidade da Mata Atlântica no Sul da Bahia. Ao destinar áreas próprias para restauração com espécies nativas, reafirmamos nosso papel como protagonistas na promoção de soluções baseadas na natureza e na preservação de ecossistemas de alta relevância ambiental”, afirma Caio Zanardo, diretor-presidente da Veracel.

A companhia também é responsável pela gestão e proteção da maior reserva privada de Mata Atlântica do Nordeste, a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Estação Veracel. São mais de 6 mil hectares protegidos, habitat de espécies raras e ameaçadas de extinção. Além disso, a Veracel protege outras Áreas de Alto Valor de Conservação (AAVCs), monitoradas constantemente para garantir a integridade da flora e da fauna locais. 

A Estação Veracel também é uma sala de aula viva. Escolas da região participam de visitas e programas de educação ambiental que ensinam, de forma prática, sobre conservação, uso consciente da água, reciclagem e respeito à natureza. Além disso, centros de pesquisa e universidades internacionais fazem estudos em parceria com a reserva.

Outra frente que coloca a sustentabilidade como aliada de negócio são os processos industriais da empresa. A empresa consome cerca de 20 m³ de água por tonelada de celulose, um dos menores índices do setor no mundo. Mais de 99% dos resíduos industriais são reaproveitados, com parte deles transformada em fertilizante para a agricultura familiar e para as próprias florestas da empresa.

A fábrica da Veracel também é autossuficiente em energia desde 2005, utilizando resíduos provenientes da própria produção de celulose para gerar energia limpa. A empresa ainda possui a tecnologia para transformar produtos que existem em abundância no Sul da Bahia e seriam descartados em aterros, como o caroço de açaí e o bagaço de cana-de-açúcar em biomassa alternativa para gerar energia e, consequentemente, negócios para produtores locais. 

No quesito energia limpa, a empresa foi além: em 2023, implantou cinco usinas solares em suas áreas além da fábrica, que geram 1,2 MWp, energia suficiente para abastecer 300 famílias e evitar a emissão de mais de 230 toneladas de CO₂ por ano.

O transporte da celulose também segue o caminho da sustentabilidade. A Veracel utiliza o Terminal Marítimo de Belmonte, escoando a produção por via marítima com barcaças. Cada viagem evita cerca de 384 viagens de caminhão, reduzindo as emissões de CO₂ em mais de 116 toneladas por embarque. E tudo isso com tecnologia de monitoramento 24 horas e programas de proteção à fauna marinha, como botos e tartarugas.

A Veracel também acredita que nenhuma floresta se sustenta sozinha – e nenhuma empresa também. Por isso, investe mais de R$ 10 milhões por ano em projetos sociais que apoiam a agricultura familiar, a pesca artesanal, o empreendedorismo feminino e a valorização de culturas indígenas.

Somente 2024, mais de 1.600 famílias foram beneficiadas, incluindo 34 aldeias indígenas. O apoio vai desde cursos de capacitação e doação de equipamentos até ações estruturantes que geram renda e autonomia. Tudo isso construído com diálogo contínuo e escuta ativa, fortalecendo a licença social para operar da empresa.

Por fim, a Veracel preza pela transparência e lançou recentemente seu Relatório de Sustentabilidade referente ao ano de 2024 em que estes e outros dados podem ser consultados.

Na Veracel, cada muda plantada carrega um propósito. Cada tonelada de celulose exportada leva junto uma história de respeito ao meio ambiente e às comunidades. E cada inovação aplicada reforça o compromisso com um futuro em que produzir mais e melhor significa também proteger e incluir.

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O que a seringueira produz? Conheça mais sobre a árvore amazônica

Na natureza, a seringueira produz látex como mecanismo de defesa contra ferimentos, insetos e microrganismos

seringueira, conhecida cientificamente como Hevea brasiliensis, é uma árvore típica da região amazônica e tem um papel fundamental na produção de borracha natural. O que pouca gente sabe é que o látex tem uma função importante na natureza, e sua produção depende de diversos fatores.

Onde tem seringueira no Brasil?

A seringueira é uma árvore nativa da floresta amazônica, ocorrendo naturalmente em estados como Acre, Amazonas, Rondônia e Pará. Em entrevista à Globo Rural, Paulo explica que a árvore pode atingir até 45 metros de altura e apresentar tronco de até 90 centímetros de diâmetro, geralmente com a base mais larga. A casca é fina, dura e quebradiça, e o látex — branco ou creme — é abundante.

Já as folhas são compostas por três folíolos, com pequenas glândulas visíveis na ponta do pecíolo. Já os frutos, do tipo tricoca, se abrem com força, lançando as sementes pela mata.

Desde que o gênero Hevea foi descrito pela primeira vez pelo naturalista Fusée Aublet, em 1775, muitos pesquisadores vêm se dedicando a compreender melhor essas árvores típicas da Amazônia. Atualmente, esse trabalho continua por meio de pesquisas voltadas à origem e à classificação das espécies, conduzidas pelo Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Evolução do Museu Paraense Emílio Goeldi, em parceria com o Instituto Tecnológico Vale (ITV). O projeto é coordenado pelo Dr. Santelmo Vasconcelos e conta com a participação do pesquisador Paulo Souza.

O que é o látex da seringueira e por que ele é produzido

De acordo com o pesquisador, o látex é produzido por estruturas internas chamadas laticíferos e atua como uma forma de defesa da planta contra ferimentos e microrganismos.

Segundo Souza, o látex é uma emulsão complexa formada por óleos, resinas, ceras, borracha e outros metabólitos secundários da planta, como mucilagem, carboidratos, ácidos orgânicos, íons minerais, enzimas e alcaloides. Essa substância é liberada quando a árvore sofre algum tipo de injúria — como cortes, mordidas de insetos ou queda de folhas — funcionando como um mecanismo de proteção contra agressões externas.

Qual o lucro de 1 hectare de seringueira?

O lucro por hectare de seringueira no Brasil varia conforme a região, práticas de manejo e condições de mercado. Em São Paulo, por exemplo, o Instituto Agronômico (IAC) desenvolveu clones de seringueira que permitem a produção de látex em menor tempo, com produtividade superior a 2.000 kg por hectare, o que representa um aumento de 40% em relação ao clone mais utilizado anteriormente, o RRIM 600.

O Instituto de Economia Agrícola (IEA) estima que, com manejo adequado, a rentabilidade anual por hectare de seringueira pode variar de R$ 5.500 a R$ 7.000. Esses valores são influenciados por fatores como custo de implantação, que pode chegar a R$ 17.483,29 por hectare no primeiro ano, e o preço médio do coágulo de borracha, que foi de R$ 2,94/kg na safra de 2016/17.

Quanto tempo vive uma seringueira?

Paulo explica que a extração do látex só é indicada a partir do quinto ano e meio ou sexto ano de vida da planta, quando o tronco atinge uma espessura adequada para a sangria sem comprometer o crescimento. A partir dessa fase, uma seringueira pode continuar sendo produtiva por até 30 anos, dependendo das condições de manejo. “Esse é o tempo médio de vida útil em cultivos comerciais. Após isso, muitas vezes a árvore é destinada ao aproveitamento da madeira”, explica.

Pode comer seringueira?

Embora o látex não seja comestível — por conter substâncias de defesa que podem ser tóxicas ao organismo humano —, algumas partes da árvore têm usos alimentares em contextos específicos. As sementes da seringueira são consumidas por animais como cutias, tartarugas e tracajás, e também por algumas comunidades indígenas, que as cozinham antes do consumo.

Preservação seringueira

O gênero Hevea inclui cerca de 11 espécies, mas é a Hevea brasiliensis que domina os cultivos comerciais. Paulo Souza ressalta, no entanto, que a introdução de novas cultivares em áreas de floresta pode gerar cruzamentos com espécies nativas e ameaçar a diversidade genética do grupo. “Esses híbridos podem comprometer a adaptação das plantas às condições ambientais da Amazônia, por isso é fundamental manter a conservação das populações naturais”, alerta.

A seringueira, conhecida cientificamente como Hevea brasiliensis, é uma árvore típica da região amazônica e tem um papel fundamental na produção de borracha natural. O que pouca gente sabe é que o látex tem uma função importante na natureza — e que a árvore oferece muito mais do que borracha. Com usos que vão da indústria de tintas à medicina regenerativa, a seringueira ainda representa uma importante oportunidade econômica para agricultores e comunidades da floresta.

Informações: Globo Rural.

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