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Dia histórico: população de Bataguassu lota audiência pública da Bracell, mesmo com frio abaixo de 10ºC

Nem o frio abaixo dos 10ºC, fez a população perder a audiência pública que debateu a futura fábrica de celulose da Bracell. Autoridades e moradores compareceram em peso no encontro que aconteceu na noite desta quinta-feira (29), na cidade onde o empreendimento será instalado, em Bataguassu. Até os prefeitos dos municípios de Anaurilânda, Santa Rita do Pardo e de Presidente Epitácio (SP), marcaram presença para prestigiar o evento.

Durante a audiência pública, realizada no ginásio de esportes Ceja, foi debatido o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) da Bracell. O empreendimento no Vale da Celulose terá investimento previsto de R$ 16 bilhões, está projetado para ser construído a 9 km da zona urbana do município e deve gerar até 12 mil empregos na fase de obras.

A audiência é um marco na história recente de Bataguassu, consolidando a cidade como polo industrial estratégico de Mato Grosso do Sul. A instalação da Bracell deve gerar empregos, atrair investimentos e impulsionar o desenvolvimento econômico regional.

Durante o evento, os moradores demonstraram preocupações principalmente com a segurança, educação, saúde e moradia. A prefeita de Bataguassu, Wanderleia Caravina, do PSDB, diz que o município está trabalhando em harmonia com a empresa e adianta que, mesmo diante dos obstáculos que podem surgir ao longo do percurso, vai atuar pensando na população.

HARMONIA

“Estamos trabalhando em vários projetos para causar menos impacto para a nossa população. Ao longo dessa jornada, iremos atuar juntos com a empresa. Problemas podem aparecer, mas iremos trabalhar pensando no nosso município e na população sempre”, disse a prefeita.

O deputado estadual e esposo da prefeita de Bataguassu, Pedro Caravina, do PSDB, considera a audiência algo histórico para a cidade. Para a autoridade, existe uma Bataguassu antes da Bracell e outra agora, com a certeza da construção do megaempreendimento.

“É um momento importante, histórico, o qual sonhamos juntos. Eu tive o prazer de ser prefeito de Bataguassu por dois mandatos. Hoje, minha esposa é a prefeita e nós sempre sonhamos de ter uma grande empresa na cidade para gerar renda, emprego, desenvolvimento. Preparamos o município para a industrialização. Agora é o início, a licença ambiental vai dar a condição da empresa trabalhar. Eu tenho certeza de que tudo vai transcorrer muito bem e a empresa é muito bem-vinda, pois vai impactar não só Bataguassu, mas toda região”, disse o deputado.

Manoel Browne, diretor de relações internacionais e problemas sociais da Bracell, adiantou ao Perfil News como foi escolher a cidade de Bataguassu para realizar o investimento de tamanha magnitude.

“A Bracell já está no Brasil há mais de 20 anos, com indústrias na Bahia, São Paulo. Já fazia algum tempo que a empresa vinha plantando madeira em Mato Grosso do Sul e decidimos avaliar uma nova fábrica. O processo está em andamento, deve ter fim no final do ano que vem quando teremos a licença de instalação para definirmos os trâmites. O Imasul, Governo do Estado estão sendo parceiros da Bracell. Estamos seguindo adiante do processo. A empresa trabalha de um jeito muito certo, valorizando a comunidade e o meio ambiente. Vai ser um momento muito bom para Bataguassu e Mato Grosso do Sul quando o empreendimento estiver operando”, explicou.

A INDÚSTRIA

O complexo terá capacidade para produzir até 2,9 milhões de toneladas de celulose por ano. Na fase de operação, a estimativa é que sejam mantidos cerca de 2 mil empregos diretos e indiretos. Parte da mão de obra da construção será vinda de fora e deverá ser acomodada em alojamentos ou hotéis da cidade.

A Bracell, multinacional do grupo asiático Royal Golden Eagle, estima concluir a implantação da fábrica em até 38 meses. O empreendimento será instalado próximo à rodovia MS-267, com localização estratégica próxima ao Rio Paraná.

Informações: Perfil News.

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Indústria de papel e celulose avança na caminhada para a neutralidade de carbono

Setor aposta em inovação para reduzir consumo energético

A indústria de papel e celulose no Brasil vem se destacando pela adoção de tecnologias que visam a redução do uso intensivo de energia em seus processos produtivos. Segundo Alexandre Dias, gerente de negócios para Indústrias de Processos da ABB, empresa de automação industrial, o setor brasileiro possui uma vantagem sustentável, com a maioria das empresas apresentando balanço negativo de carbono. Isso se deve à ampla disponibilidade de energia renovável no país, à geração própria de energia e ao alto potencial de sequestro de carbono das operações florestais em regiões tropicais.

Desafios globais da indústria

Apesar das vantagens locais, o cenário global do setor ainda apresenta desafios ambientais importantes. A indústria de papel e celulose é responsável por 0,6% das emissões mundiais de gases de efeito estufa e consome 6% da energia elétrica produzida no planeta. Além disso, o setor demanda grande quantidade de água para processos florestais e químicos, o que reforça a necessidade de medidas de sustentabilidade mais rigorosas.

Redução das emissões e aumento da produtividade

Um avanço importante é a rápida descarbonização do setor, que supera o ritmo de outras indústrias. Dados da Agência Internacional de Energia (IEA) indicam que as emissões caíram, em média, 3% ao ano entre 2010 e 2022, mesmo com o crescimento significativo na produção de papel e papelão. Na Europa, segundo a Confederação Europeia de Empresas de Papel e Celulose, houve redução de 55% nas emissões de CO₂ por tonelada entre 1990 e 2023, impulsionada pelo maior uso de biomassa na geração de energia. Nos Estados Unidos, dados da Agência de Proteção Ambiental (EPA) apontam redução de 21% nas emissões relacionadas à produção de papel entre 2011 e 2021.

Metas e caminhos para o net zero até 2050

Apesar dos avanços, o setor ainda tem um longo caminho para atingir a neutralidade de carbono até 2050. Isso envolve a transição de fontes fósseis para renováveis e o investimento em eficiência para otimizar o uso de recursos, especialmente energia.

Estratégias práticas para a descarbonização

Um relatório recente da ABB destaca que muitas produtoras globais têm adotado soluções tecnológicas para reduzir o consumo energético. Entre as principais ações estão a substituição de motores elétricos por modelos de menor consumo, equipados com inversores de frequência que ajustam o torque conforme a necessidade, e o uso crescente de automação e digitalização para aumentar a produtividade e reduzir o desperdício energético.

Exemplos práticos incluem:

  • UPM (China): Redução de 20% no consumo de energia na planta de Changshu, com troca de motores por modelos de magneto permanente e otimização dos inversores. Em um rebobinador, a substituição do inversor gerou queda de 5% no consumo mensal de energia.
  • Smurfit Westrock (França): Atualização do sistema de bombas de água e aeradores, com motores novos e inversores, ajustando a velocidade para o mínimo necessário e reduzindo o consumo energético.
Tecnologias para processos térmicos

O uso de secadores a combustível fóssil, comum na indústria para processos de até 400 ºC, vem sendo substituído por tecnologias mais limpas, como secadores elétricos a plasma.

Vafos Pulp (Noruega): Eliminou 14 mil toneladas de emissões anuais de carbono ao substituir secadores a óleo por modelos elétricos abastecidos por energia descarbonizada.

Smurfit Westrock também investe em bombas de calor que reaproveitam o calor residual para gerar vapor e eletricidade, aumentando a eficiência energética.

Automação como aliada da sustentabilidade

Empresas como a polonesa Mondi Swiecie têm implantado controles avançados em processos químicos, reduzindo variabilidade e perdas, o que aumenta a lucratividade e libera recursos para novos investimentos.

A sueca SCA Ostrand desenvolveu um programa de automação que inclui simuladores para treinamento de equipes, garantindo maior preparo para lidar com interrupções na produção.

Perspectivas para o setor brasileiro

A indústria brasileira de papel e celulose, já privilegiada pela matriz energética renovável e pelo sequestro de carbono natural das florestas tropicais, pode se tornar referência mundial à medida que tecnologias de automação, digitalização e eficiência energética se consolidem no setor.

A caminhada rumo ao net zero reforça o compromisso da indústria com os acordos ambientais globais, mostrando que é possível crescer economicamente e preservar o meio ambiente simultaneamente.

Informações: Portal Agronegócio.

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Gigante da celulose ignora escassez de moradias no entorno de megafábrica em MS

Suzano construiu quase mil casas em Ribas. A Arauco fará em torno de 700 em Inocência. A Bracell não menciona a questão habitacional em Bataguassu

Ao contrário das outras gigantes do setor da celulose, a Bracell, empresa brasileira controlada por empresários asiáticos, não tem previsão, pelo menos por enquanto, de investir na construção de casas para abrigar futuros funcionários que vão trabalhar na fábrica de celulose de R$ 16 bilhões que deve ser construída em Bataguassu. 

A previsão é de que a licença de instalação seja concedida até o fim do ano e os trabalhos de terraplanagem comecem ainda no primeiro semestre do próximo ano. As obras devem se estender por 38 meses. 

Mas, desde agora já existe escassez de  imóveis residenciais para compra ou arrendamento em Bataguassu e até nas cidades paulistas mais próximas. 

Funcionários da Bracell que atuam em outras cidades que tinham a transferência de endereço prevista para meados e final deste ano já foram avisados que por enquanto deverão continuar morando nas cidades onde estão. Isso porque faltam imóveis para moradia na região.

No estudo sobre os impactos do empreendimento bilionário disponibilizado em meados de abril pela empresa não existe nenhuma menção sobre um possível investimento para mitigar o problema habitacional que virá junto com o empreendimento, já que até 12 mil pessoas vão trabalhar no pico das obras e duas mil vão atuar depois que a fábrica entrar em operação. Fala-se somente sobre alojamentos provisórios.

CONCORRÊNCIA

Em Inocência, onde a chilena Arauco está investido em torno de R$ 25 bilhões na construção de uma fábrica que terá capacidade para produzir 3,5 milhões de toneladas de celulose por ano partir do final de 2027, a empresa anunciou a construção de cerca de 700 casas para abrigar parte dos futuros trabalhadores. Além disso, providenciou alojamentos para os temporários.

Em Ribas do Rio Pardo, onde a Suzano investiu R$ 22,3 bilhões na construção da fábrica que entrou em operação em julho do ano passado e que tem capacidade para até 2,55 milhões de toneladas por ano, a própria empresa construiu 954 unidades habitacionais para ajudar a mitigar a especulação imobiliária que havia tomado conta da cidade. 

Foram 551 casas de 46 metros quadrados (dois quartos) e 403 com 59,3 metros quadrados (três quartos). Conforme anúncio feito em meados de 2023, não haveria cobrança de aluguel e os moradores teriam apenas uma coparticipação por meio do pagamento de uma taxa de uso do imóvel.

E este empreendimento foi feito nos moldes daquilo que já existia em Três Lagoas, onde também havia falta de imóveis e a Suzano construiu casas para frear a especulação imobiliária. A Fábrica da Suzano em Três Lagoas entrou em operação em 2009.

“Esta ação é baseada na experiência positiva obtida pela companhia na construção da primeira fábrica em Três Lagoas, em que os imóveis construídos pela empresa colaboraram para suprir a demanda do setor imobiliário do município”, destacou a assessoria da Suzano. 

A empresa não revelou o valor  investindo no projeto habitacional, mas informou que existe a possibilidade de os imóveis serem vendidos para os futuros moradores. Por conta do aumento na procura, o valor dos arrendamentos e dos próprios imóveis chegou a subir 400% em Ribas.

“Num primeiro momento, as casas não serão vendidas. As pessoas vão usufruir dos imóveis e, futuramente, em data ainda não definida, eles estarão disponíveis para compra pelos moradores/colaboradores, com valores diferenciados e condições especiais de pagamento”, informou a Suzano.

BATAGUASSU

No estudo que aponta os impactos do empreendimento em Bataguassu, município com 24 mil habitantes, a Bracell traz detalhes apenas sobre os alojamentos para os trabalhadores transitórios. A previsão é de que sejam até 12 mil operários, para os quais serão construídos dois alojamentos, cada um com capacidade para até cinco mil pessoas. 

O estudo não aponta o local exato onde serão instalados estes alojamentos, mas aponta que será fora da cidade. “Quanto à acomodação dos profissionais que vierem de fora da região durante a fase de implantação do empreendimento, a BRACELL utilizará alojamentos próprios para acomodá-los visando não sobrecarregar o sistema atual de saneamento referente à água potável, energia elétrica e esgoto.” 

O Correio do Estado procurou a Bracell e, em nota, informou que “está em fase de estudo ambiental, etapa fundamental para subsidiar a decisão sobre a possível instalação de uma unidade industrial em Mato Grosso do Sul. Caso o projeto avance, a empresa adotará medidas estruturadas de suporte aos colaboradores, alinhadas ao desenvolvimento sustentável e às necessidades locais”. 

Informações: Correio do Estado.

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CMPC: investimentos injetam otimismo para futuro da celulose no Rio Grande do Sul

Estado é o quinto do País em número de unidades produtivas de celulose e papel, com 8% do total nacional

A indústria gaúcha de celulose está impregnada de positividade desde o anúncio do aporte de R$ 24 bilhões pela CMPC em uma nova unidade em Barra do Ribeiro, no ano passado — decisão mantida pela multinacional chilena mesmo depois da catástrofe climática da enchente de maio. Presidente do Sindicato das Indústrias de Celulose, Papel, Papelão, Embalagens e Artefatos de Papel, Papelão e Cortiça do RS (Sinpasul), Celso Basso destaca que a nova unidade somada à já existente, em Guaíba, tornará a região o maior polo de celulose do mundo. “Em nenhum lugar no mundo existem duas fábricas tão perto produzindo quantidades tão relevantes”, garante.

Para o dirigente, o Rio Grande do Sul despertou para uma vocação, deixando definitivamente para trás um passado no qual o segmento foi ignorado, quando floresta plantada, segundo ele, era “demonizada”, o que fez a economia gaúcha perder oportunidades envolvendo instalação de empresas. Atualmente, as perspectivas são completamente diferentes.

“O Estado despertou para esta vocação, pois possui solo, clima, topografia, cultura e tradição local para o cultivo das florestas plantadas. Os investimentos previstos posicionam o Rio Grande do Sul como um novo polo estratégico da indústria global de base florestal”, avalia Basso, otimista.

Segundo Sinpasul, o Estado é o quinto do País em número de unidades produtivas de celulose e papel, com 8% do total nacional. Estaria próximo a 1 milhão de hectares de área de florestas plantadas, apenas 4,5% de área dedicada ao agronegócio, comparativamente, o que indica que há espaço para progredir.

Logística, infraestrutura e mão de obra especializada são os obstáculos à vista neste horizonte tão promissor. Basso destaca a dependência do modal rodoviário, a falta de investimento em ferrovias e hidrovias, além dos danos às estradas causados pela enchente do ano passado. E lamenta o Estado ter apenas um porto marítimo, em Rio Grande, enquanto Santa Catarina tem vários portos, além de diversos terminais de uso privado.

Para combater a falta de mão de obra, o dirigente afirma que o Sinpasul, como filiado à Fiergs, vem apoiando a iniciativa de criação de escolas pela federação, do fundamental ao profissionalizante.

Efeito da CMPC

No ano passado, a CMPC anunciou o Projeto Natureza, um aporte de R$ 24 bilhões que será implementado no município de Barra do Ribeiro. A nova unidade industrial terá capacidade para produzir 2,5 milhões de toneladas de celulose por ano. O cronograma não foi afetado pelo evento climático. Com início em 2026, as obras devem gerar 12 mil empregos (e, depois, cerca de 1,5 mil nas operações). A entrada em operação está prevista para 2029.

O empreendimento prevê investimentos em quatro áreas fundamentais da economia gaúcha: silvicultura sustentável; infraestrutura logística; produção industrial avançada; e conservação cultural e ambiental.

Em sua planta de Guaíba, a companhia concluiu o Projeto BioCMPC, com investimento de R$ 2,75 bilhões, que resultou na atualização de equipamentos e em um aumento de 18% na capacidade de produção, reforçando o compromisso da empresa com a sustentabilidade e inovação tecnológica. Em 2024, pelo segundo ano consecutivo, foi reconhecida como a empresa florestal mais sustentável do mundo, de acordo com o Índice Dow Jones de Sustentabilidade.

‘Setor é referência em sistema alinhado a ESG’, diz Antonio Lacerda, diretor da CMPC no Brasil

‘Acrescentamos mais de 12 mil hectares de áreas produtivas no Estado’

Jornal do Comércio – Como a empresa avalia a situação da indústria de celulose e papel no RS?

Antonio Lacerda – O setor vem se tornando cada vez mais protagonista no Estado. São gerados milhares de empregos e é promovido um incremento ao PIB. Também há uma contribuição em temas de sustentabilidade, já que o setor é referência em sistema produtivo alinhado às práticas de ESG.

JC – Quais são os principais desafios enfrentados hoje pelo setor?

Lacerda – Entre os desafios a serem superados, destaco a necessidade de ampliação da nossa base florestal. Temos trabalhado fortemente neste sentido, visando atender a produção atual e, em especial, sustentar a demanda que virá após a execução a pleno do Projeto Natureza CMPC. Em 2022 lançamos o RS Renda, um programa de fomento florestal que oportuniza que produtores rurais passem a integrar a cadeira de negócios da CMPC. Para isso, estabelecemos parcerias com o intuito de aumentar o volume de agricultores plantando eucalipto. Em 2024, acrescentamos mais de 12 mil hectares em áreas produtivas no Estado. Esse indicador demonstra que a comunidade rural gaúcha percebe valor em nossa proposta.

JC – A logística e a infraestrutura do RS têm atendido às necessidades da cadeia produtiva?

Lacerda – Do ponto de vista hidroviário, a nossa unidade industrial de Guaíba já conta com um porto próprio, que recebe madeira da região Sul e carrega celulose para o Porto de Rio Grande. Essa logística por hidrovia evita que ocorram 100 mil viagens de caminhão por ano, diminuindo a emissão de carbono e minimizando o risco de acidentes rodoviários. No caso das rodovias, existem estradas que já se encontram em estágio de duplicação, como as BRs 290 e 116, que são vias por onde passa grande parte do volume transportado pela nossa operação florestal. Essas obras são de extrema importância para viabilizar o Projeto Natureza CMPC, além de contribuírem na infraestrutura logística e competitividade.

JC – Como a empresa tem contribuído para melhorar a qualificação da mão de obra do setor?

Lacerda – Buscamos capacitar a mão de obra local. Um exemplo é o Curso Técnico em Celulose e Papel, que desenvolvemos há mais de 45 anos para a população vizinha às nossas operações, sempre de forma gratuita. Através de uma formação de 18 meses, o objetivo é habilitar profissionais para que possam disputar futuras oportunidades no mercado de trabalho, na companhia ou outras empresas.

Cenário nacional

  • A celulose fechou 2024 com alta de 33,2% nas exportações, na comparação com o ano anterior, chegando ao recorde de US$ 10,6 bilhões.
  • O Brasil registrou recorde de 25,5 milhões de toneladas de celulose em 2024, alta de 5,2% na comparação com 2023. A produção de papel também foi recorde no ano passado, atingindo 11,3 milhões de toneladas, alta de 4,6%.
  • O setor de árvores cultivadas é um dos motores da economia brasileira, com 4,7% de participação no total de exportações do país em 2024 (1% acima do resultado de 2023), além de ser o quarto item da pauta de exportações do agro brasileiro. Em 2024, o setor aumentou sua participação no total vendido ao exterior pelo agronegócio, chegando em 9,5% (em 2023 era de 7,6%).

Fonte: Mosaico Ibá, boletim produzido pela Indústria Brasileira de Árvores.

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Projeto da Unicentro ajuda a mapear riquezas e potenciais florestais do Paraná

Pesquisadores da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) têm instruído pequenos agricultores a fazer manejo florestal sustentável em propriedades rurais na região Centro-Sul do Paraná. O projeto Imbituvão, que funciona há mais de 15 anos, trabalha nas frentes de pesquisa e extensão com o foco em ações na Floresta Ombrófila Mista. Além do plantio de grãos e criação de animais, comuns na região, o projeto permite a expansão das possibilidades de renda dos agricultores com o cultivo de árvores e apicultura.

Com ajuda do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), o projeto mapeou 36 propriedades rurais com potencial de trabalhar o manejo florestal na região da bacia hidrográfica do Rio Imbituvão. Dessas terras, 24 passaram a integrar os experimentos do projeto, totalizando 9,54 hectares distribuídos em 53 parcelas permanentes de Floresta Ombrófila Mista.

A primeira fase do Imbituvão focou no diagnóstico das propriedades selecionadas. “A ideia inicial do projeto era fazer um manejo experimentalmente nos remanescentes de floresta com araucária nas pequenas propriedades, para provar que ele funciona, não desmata, é viável e conserva a floresta”, explica o coordenador do Imbituvão, professor Afonso Figueiredo Filho. “Quando fizemos o inventário, para avaliar o que tínhamos no momento, nos preocupamos de instalar essas parcelas para monitorar a dinâmica da floresta”.

A primeira medição feita pela equipe foi em 2011, com esse processo sendo refeito a cada três anos para acompanhamento. “Para fazer um manejo florestal, você precisa conhecer o estoque de madeira que a floresta tem, saber como ela cresce. Se você vai cortar uma certa quantidade de madeira, vai colher uma certa quantia de árvores, você tem que saber qual é a capacidade que a floresta tem de repor o que você cortou e em quanto tempo ela faz isso”, explica.

As saídas a campo do projeto permitem coletar fragmentos de diversas espécies, que são analisadas no Laboratório de Manejo Florestal e resultam em dezenas de pesquisas científicas de mestrado e doutorado. “A gente aproveita a extensão para fazer pesquisa. Tudo o que a gente faz lá, em geral, gera dados para pesquisa”, afirma.

Entre as atividades desenvolvidas pela equipe do Imbituvão estão inventários florestais, produção e plantio de mudas, enriquecimento e manejo florestais, educação ambiental nas escolas e investimentos nas associações de apicultores e agricultores.

O projeto está auxiliando na instalação e manutenção de colmeias para a produção de mel em Fernandes Pinheiro. “O projeto deu um apoio muito forte à Associação de Apicultores e Meliponicultores de Fernandes Pinheiro, a Amfepi, assumindo o encaminhamento de projetos para construir uma unidade de beneficiamento de mel. Nós equipamos essa unidade com os acessórios necessários para trabalhar com mel”, conta Afonso.

História – A ideia do Imbituvão surgiu ainda em 2009, quando o professor recebeu Thorsten Beimgraben, docente da Universidade de Rottenburg, na Alemanha, para uma visita às instalações da Unicentro. Mais tarde, a aproximação das universidades rendeu um acordo para o intercâmbio de estudantes e professores via Programa de Parcerias Universitárias Brasil-Alemanha (Unibral).

A instituição alemã fez os primeiros investimentos no Imbituvão, que depois conquistou recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e hoje conta com financiamento da Unidade Gestora do Fundo Paraná (UGF), através da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti).

Ao longo dos 15 anos, dezenas de professores e cerca de 60 estudantes de graduação e mais 60 profissionais recém-formados já passaram pela equipe.

Um deles foi o engenheiro florestal Alison Margraf, que atuou como bolsista do Imbituvão por quatro anos – dois durante a graduação e outros dois como profissional. Para ele, integrar as ações do projeto agregou aprendizados a mais na sua formação. “As trocas de experiências com os produtores rurais fizeram eu conhecer novas culturas, ampliando a minha visão de mundo. Vivenciar a engenharia florestal na prática ajudou a desenvolver uma melhor compreensão dos conhecimentos teóricos estudados na sala de aula”, pontua.

Outra ação de destaque do Imbituvão foi a ajuda a agricultores da região na adesão ao projeto Estradas com Araucárias, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com apoio do Governo do Estado. A iniciativa incentivou financeiramente produtores rurais a plantar araucárias na beira de estradas e nos limites de suas propriedades, pagando R$ 1 mil a cada 100 araucárias plantadas por ano. Os recursos são oriundos de empresas que pagam multas como compensação dos gases de efeito estufa que emitem.

Ações e desafios – Atualmente em sua quinta fase, o Imbituvão tem trabalhado com o controle da uva-do-japão. Segundo Afonso, essa é uma espécie invasora, que atrapalha o crescimento de outras árvores nativas, como as araucárias. “Ela compete com as outras espécies em desigualdade, porque ela avança muito, cresce em qualquer lugar e bastante. A ideia é manejar a uva-do-japão para tentar controlar a expansão, mas gerando alguma coisa para o pequeno proprietário e analisando o efeito disso na evolução da floresta”, descreve.

O agricultor João Taiok, que é representante da Associação dos Agricultores São João Batista do Assungui, conta que a equipe do Imbituvão fez o manejo florestal na região de atuação da entidade, com o plantio de eucaliptos para recuperação de áreas degradadas e o controle da uva-do-japão. “Essas atividades beneficiaram os produtores rurais de várias maneiras. Com a retirada da uva-do-japão, trouxe um proveito econômico para os agricultores da Associação, além de fortalecer a atividade produtiva do eucalipto”, avalia.

A equipe do Imbituvão também tem trabalhado com plantio de mudas de araucárias, erva-mate e outras espécies. Três propriedades têm sido espaço desses últimos experimentos, localizadas nos municípios de Ivaí, São Mateus e Inácio Martins.

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ANTT declara de utilidade pública área para novo ramal ferroviário em Inocência (MS)

Projeto da chilena Arauco prevê ligação à Malha Norte e envolve investimento de US$ 4,6 bilhões em fábrica de celulose

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) declarou de utilidade pública a área necessária para a implantação de um novo ramal ferroviário no município de Inocência, a 337 km de Campo Grande. A medida foi publicada nesta terça-feira (28) no Diário Oficial da União e autoriza o início do processo de desapropriação dos imóveis localizados no traçado do projeto.

O trecho, denominado EF-A35, terá 47 km de extensão e será executado pela empresa Arauco Celulose do Brasil S.A., subsidiária do grupo chileno Arauco. A ferrovia ligará a nova planta industrial da empresa diretamente à Malha Norte (EF-364), que conecta Santa Fé do Sul (SP) a Rondonópolis (MT).

A decisão foi emitida pela Superintendência de Transporte Ferroviário da ANTT e oficializa o aval ao anteprojeto apresentado pela Arauco. Com a declaração, a empresa está autorizada a promover desapropriações em nome da União, inclusive com possibilidade de pedir posse antecipada dos terrenos em casos de urgência.

O ramal integra o Projeto Sucuriú, iniciativa que marca a entrada da Arauco no setor de celulose no Brasil. A fábrica está em construção a cerca de 50 km da sede de Inocência, próxima ao rio Sucuriú e à rodovia MS-377, com previsão de operação para o último trimestre de 2027. O investimento estimado é de US$ 4,6 bilhões, com capacidade produtiva de 3,5 milhões de toneladas de celulose por ano.

Apesar da autorização, a empresa ainda deverá cumprir todas as exigências ambientais e legais junto aos órgãos competentes antes de iniciar as obras.

Informações: Rede Jota FM.

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