PÁGINA BLOG
Featured Image

Setor de silvicultura mira expansão de 100 mil hectares no RS

Cultura possui atualmente 973 mil hectares cultivados com espécies como eucalipto, pinus e acácia negra

O setor de silvicultura do Rio Grande do Sul visa uma a ampliação em 100 mil hectares de florestas plantadas nos próximos anos, área a ser somada aos atuais 973 mil hectares cultivados com espécies como eucalipto, pinus e acácia negra, o que representa 4,5% da área dedicada ao agronegócio no estado.

A meta da Associação Gaúcha de Produtores de Florestas Plantadas (Agaflor) é expandir essa cultura de forma sustentável para atender à crescente demanda dos mercados de celulose, móveis, construção civil e energia. “Não cortamos árvores. Colhemos árvores porque nós as plantamos. É diferente”, afirma Paulo Bennemann, ex-diretor-presidente da Agaflor. 

A fala resume a essência do setor, que atua com florestas cultivadas em ciclos longos, de até 25 anos, dependendo da espécie e do uso final da madeira. O conceito, que ainda enfrenta resistência de parte da população, está diretamente ligado à sustentabilidade e ao respeito ao meio ambiente.

O ciclo da silvicultura é bem diferente do de lavouras tradicionais como milho e soja. A acácia negra, por exemplo, leva cerca de sete anos até a colheita, enquanto o eucalipto pode chegar a 15 anos e o pinus, até 25. Esse tempo é usado não apenas para o desenvolvimento da madeira, mas também para capturar grandes quantidades de carbono da atmosfera. “A árvore é carbono puro. De 50% a 60% do que está ali é carbono que ela retirou do ar e consolidou”, explica Bennemann.

Durante a maturação, as árvores também ajudam a fortalecer a biodiversidade, defende o produtor. Segundo Bennemann, nas áreas de floresta plantada, é comum observar o retorno de espécies da fauna nativa. “Hoje temos veado-campeiro em abundância, jaguatirica em várias áreas — animais que antes nem se imaginava que existiam nessas regiões. Onde tem floresta plantada, tem fauna pujante”, relata.

Além disso, a legislação exige que cada propriedade mantenha pelo menos 40% de mata nativa preservada, o que reforça o compromisso do setor com o equilíbrio ambiental. A silvicultura no Rio Grande do Sul também é uma importante fonte de empregos: são 12 mil postos diretos no campo e mais de 400 mil indiretos em cadeias como serrarias, fábricas de celulose, móveis e esquadrias, segundo a entidade.

A madeira produzida no estado tem destino diversificado: resinas, celulose, madeira serrada e biomassa para geração de energia. Toda a cadeia é pensada de forma circular, com aproveitamento máximo da matéria-prima e preocupação com a reposição das florestas após a colheita. Segundo o Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul, os municípios gaúchos que tiveram maior destaque, no período 2020-2022, foram Encruzilhada do Sul, Cachoeira do Sul e Piratini, com produção média superior a 500 mil metros cúbicos por ano.

Com a projeção de aumentar 100 mil hectares cultivados nos próximos anos pelas empresas do setor, a Agaflor pretende não apenas garantir o suprimento de matéria-prima para a indústria, mas também contribuir com a agenda ambiental e climática, defende Bennemann.  A expectativa é que essa ampliação seja feita com planejamento, respeitando áreas de preservação e adotando boas práticas agrícolas.

Em setembro do ano passado, conforme noticiado pelo Jornal do Comércio, a Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), em conjunto com a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), criaram um grupo de trabalho para estudar se deverá ser feita ou não alguma alteração nos procedimentos de licenciamento da silvicultura.

A secretaria defende que a alteração da regulamentação federal sobre o potencial poluidor da silvicultura acarretou a necessidade de o Rio Grande do Sul avaliar novamente os processos internos estaduais. A Lei 14.876, aprovada no Congresso nacional e sancionada pelo governo federal, tirou a silvicultura do rol de práticas com potencial poluidor e utilizadoras de recursos ambientais.

Alguns empreendedores do RS defendem a expansão da área de plantio de eucaliptos (utilizado principalmente para a produção de celulose) livre da obrigatoriedade de licenciamento ambiental (hoje estipulada em até 40 hectares – o que equivale a aproximadamente um parque da Redenção, em Porto Alegre). No âmbito federal, a produção de eucaliptos não precisa de licença ambiental, independentemente da área a ser ocupada, porque essa atividade foi igualada a todas as culturas agrícolas.

Silvicultura produziu R$ 37,9 bilhões em 2023 no Brasil

Em 2023, a pesquisa Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS 2023) registrou produção primária florestal em 4.924 municípios brasileiros, que, juntos, totalizaram R$ 37,9 bilhões em valor da produção, o que representou um aumento de 11,2% em relação ao ano anterior. Esse crescimento é inferior ao verificado em 2022, que foi de 13,4%, porém representa um recorde no valor da produção do setor. A pesquisa foi divulgada em setemvbro do ano passado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O valor da produção da silvicultura superou o da extração vegetal, o que ocorre desde o ano de 1998. Em 2023, houve crescimento de 13,6% no valor da produção da silvicultura e diminuição de R$ 132 mil na extração vegetal. Em termos proporcionais, observa-se que a silvicultura aumentou 1,8% sua participação no valor da produção primária florestal (83,6%) frente ao extrativismo vegetal, que passou a responder por 16,4% desse total.

Informações: Jornal do Comércio.

Featured Image

ILPF: a revolução verde que une lavoura, pecuária e floresta

Artigo de Roberto Guimarães JúniorLourival VilelaRobélio Leandro MarchãoKarina PulrolnikKleberson Worslley Souza e Júlio César Reis – Equipe de ILPF/pesquisadores da Embrapa Cerrados.

No dia 29 de abril, celebramos um marco importante para agricultura brasileira: a sanção da Lei nº 12.805, de 2013, que instituiu a Política Nacional de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta – ILPF. Essa tecnologia inovadora vem revolucionando a forma de produzir alimentos, recuperar pastagens e proteger o meio ambiente – tudo ao mesmo tempo. Ao longo das suas cinco décadas de história, completadas neste ano de 2025, a Embrapa Cerrados destaca-se como uma das unidades pioneiras na pesquisa de sistemas integrados de produção. 

Por meio de estudos em parceria com produtores rurais, setor privado e outras instituições de pesquisa, foram desenvolvidos modelos de ILPF adaptados a diferentes perfis de produtores rurais e às diversas regiões do Cerrado brasileiro. Hoje, o Brasil é uma referência global nessa área, com mais de 17 milhões de hectares adotando alguma modalidade de sistema integrado – uma área equivalente à soma dos territórios da Áustria, Dinamarca e Suíça! 

Mas como a ILPF funciona na prática? 

Como o próprio nome diz, essa combinação de componentes associada ao uso de boas práticas agropecuárias integra em uma mesma área a lavoura, a pastagem, os animais e até a floresta. Ela pode acontecer de diversas formas: plantio consorciado (tudo junto ao mesmo tempo), em sucessão (uma atividade após a outra) ou em rotação (alternando as atividades ao longo do tempo). 

Como exemplo, planta-se no início da estação chuvosa a soja, logo após a sua colheita, planta-se o milho consorciado com a braquiária e, após a colheita do milho, utiliza-se a área com o pasto para a engorda do gado. Esse ciclo de pecuária pode se repetir por vários anos, ou finalizar antes do início da próxima estação chuvosa, quando a pastagem é dessecada para se realizar o plantio direto na palha (sem revolver o solo) de uma nova cultura anual de verão.

Quais são os benefícios?

* Mais produção: em uma única área, é possível produzir, por exemplo, soja, milho, carne e madeira na mesma safra!
* Maior produtividade: o sinergismo entre a associação dos componentes (lavoura, pecuária e floresta) favorece ganhos contínuos na produtividade, otimizando o aproveitamento dos insumos e dos recursos naturais.
* Conforto animal: a sombra das árvores melhora a ambiência e, consequentemente, o bem-estar dos animais, contribuindo para a maior produtividade e fertilidade.
* Solo protegido: manter o solo cultivado o ano todo favorece a cobertura vegetal, aumenta a matéria orgânica do solo, evita erosão e melhora a fertilidade pela ciclagem de nutrientes.
* Água preservada: as raízes profundas das pastagens e a cobertura do solo favorecem a retenção e a infiltração de água, reduzindo o risco de perdas de produtividade por longos períodos de estiagem e aumentando a recarga do lençol freático (protege os rios).
* Carbono estocado: a biomassa aérea e as raízes das culturas, em especial das pastagens e das árvores, acumulam o carbono capturado da atmosfera-CO₂, contribuindo para mitigação das mudanças climáticas.
* Maior renda: com a diversificação, o produtor lucra com múltiplas atividades, produzindo com menor risco e com maiores produtividades em uma mesma área.

O grande diferencial dessa tecnologia está na sinergia entre os seus componentes, ou seja, a interação entre lavoura, pecuária e floresta gera resultados melhores do que a simples soma das suas partes individuais. Implementar a ILPF nas suas diferentes combinações vai além de “cultivar diferentes espécies numa mesma área”, mas sim criar um sistema inteligente onde a combinação de cada elemento potencializa o outro, gerando benefícios econômicos e ambientais que se multiplicam. Essa característica permite o aproveitamento máximo dos recursos naturais e dos insumos de forma equilibrada, criando um ciclo virtuoso de produção. 

A ILPF é uma estratégia de produção que pode incorporar todas as tecnologias e boas práticas que são continuamente desenvolvidas pela pesquisa, como novas cultivares, raças, insumos e práticas de manejo. Experiências brasileiras em fazendas de referência monitoradas pela Embrapa e parceiros demonstram que em um mesmo ano agrícola é possível colher até quatro safras! 

Além disso, os benefícios que a proteção pela cobertura constante do solo e a diversificação de cultivos promovem na conservação do carbono, da água e do solo, proporcionam o que chamamos de uma safra extra (uma quinta safra) – os serviços ambientais prestados por um sistema de produção sustentável! Assim, estamos cultivando não apenas alimentos e produtos, mas também um legado de cuidado com o meio ambiente e de responsabilidade com as próximas gerações. 

Doze anos depois da sanção dessa lei, a ILPF continua evoluindo, ganhando espaço e provando a cada dia que, no Brasil, o futuro da agricultura é sustentável!

Featured Image

Rota da Celulose vai qualificar rodovias, impulsionar economia e mudar realidade de muitas pessoas

Com a realização do leilão da Rota da Celulose, cinco rodovias vão ganhar investimentos bilionários da iniciativa privada para qualificar a logística da região. Estas melhorias vão ajudar não apenas o escoamento da produção, mas a vida das pessoas que passam pelas estradas, tendo mais segurança e rapidez, assim como comerciantes, produtores, empresários e quem mora nas cidades beneficiadas.

Saindo de Campo Grande rumo a Três Lagoas, a primeira rodovia que será concessionada é a BR-262. A chegada da fábrica da Suzano em Ribas do Rio Pardo mudou a realidade da estrada, que passou a receber grandes movimentos e tornou o trânsito mais lento e perigoso. Ela vai ganhar uma nova realidade daqui para frente.

“Moro há 30 anos em Ribas do Rio Pardo, compramos uma fazenda aqui em 1981. O leilão desta rodovia (BR-262) vai melhorar 1000% para gente, pois a gente viaja direto na rodovia para Campo Grande e Três Lagoas rumo a São Paulo, e vai melhorar as condições, pois aumentou bastante o volume de carros, o fluxo tá muito intenso”, contou João Luiz Marino.

Ele tem um escritório de comércio de bovinos na beira da BR-262, quase na entrada de Ribas. A cidade mudou de patamar, ao ganhar uma mega fábrica de celulose da Suzano, com investimento de R$ 22 bilhões. No pico da construção da unidade foram gerados 10 mil empregos.

Os benefícios chegam em outros setores, como no ramo comercial. “Estamos vivendo este crescimento da cidade e estas mudanças na rodovia é uma necessidade, pois o trânsito está muito intenso, acredito que depois da concessão vai melhorar este fluxo nosso, reduzir o tempo de viagem, a tendência é até valorizar o nosso comércio que fica às margens da rodovia”, descreveu Rodrigo Sthefanello, empresário de uma loja de matérias para construção nas margens da rodovia.

A concessão (BR-262) vai passar por Água Clara até chegar em Três Lagoas. A cidade também tem sua fábrica de celulose (Eldorado), que teve investimento de R$ 6,2 bilhões. Há muito tempo recebe motoristas e caminhoneiros de todo país. Uma rodovia em ótimas condições fará diferença nas viagens e dia a dia dos profissionais.

“Trabalho aqui na região desde 2010, sou de Minas Gerais. Sempre faço este percurso carregando vergalhão. As rodovias realmente precisavam melhorar devido ao grande fluxo de caminhão, acaba acumulando trânsito e atrasando a viagem. Com este leilão e as melhorias que vão chegar vai desafogar bem o trânsito, fica mais seguro”, afirmou o caminhoneiro César Francisco dos Santos.

Mesma avaliação de Diego Lourenço, que trabalha há dez anos nas estradas de todo Brasil. “Sou de Guaíra em São Paulo. Trabalho há dez anos rodando pelo Brasil, no MS já faço esta rota há cinco anos. Sobre as rodovias do Estado acredito que sempre se pode melhorar. Com este leilão e concessão vai ajudar bastante e sobre o pedágio só pedimos que seja um preço justo e acessível aos motoristas”, alertou.

Outro grande “boom” da celulose no Estado será em Inocência, onde está sendo construída a fábrica da Arauco. Lá serão investidos R$ 26 bilhões, com geração de 14 mil empregos no pico da obra. Saindo de Campo Grande rumo ao município, vai passar pela BR-262 até Água Clara, para depois seguir pela MS-377. Se vir de São Paulo chega a Três Lagoas e sobe pela MS-112.

Novo corredor

Dentro deste grande projeto, foi incluída a rodovia MS-040, de Campo Grande a Santa Rita do Pardo. Os investimentos e esta nova logística foi bem recebida pelos comerciantes e empresários da cidade.

“Moro há 10 anos aqui na cidade. É importante para o município ter esta concessão na rodovia, ando bastante nela, se ela tiver mais bem cuidada vai ajudar bastante a todos, segurança ainda maior”, descreveu Lucas Barbosa, empresário da cidade.

Maria Isabel Godoy, dona de um hotel tradicional em Santa Rita, acredita que além de dar mais segurança (rodovia), a concessão vai ajudá-la a ganhar novos clientes. “Muitos moradores utilizam a rodovia, que vai ficar mais segura e ainda terá mais movimento pra nós. Estamos contentes”.

Featured Image

Ebramem:  um espaço de articulação e compromisso com um futuro sustentável por meio de construções com madeira

APRE comemora o sucesso do evento e orgulha-se de fazer parte do evento que promove o uso de madeira nas construções

O XVIII Ebramem (Encontro Brasileiro em Madeiras e em Estruturas de Madeira) e a Ebramem Expo realizados de 5 a 7 de maio, em Curitiba, foram um sucesso. Não apenas de público, ao reunir cerca de 800 participantes, mas principalmente pelo conteúdo e nível dos debates e dos expositores. A programação incluiu apresentação de trabalhos científicos, palestras internacionais, exposição técnica, painéis de debates, mostras culturais, prêmios e o hackathon da madeira. “Temas robustos e profundos que projetaram a importância das florestas plantadas diante do amplo potencial construtivo da madeira engenheirada no Brasil”, comenta o presidente da APRE Florestas, Fábio Brun – que participou da solenidade de abertura, no dia 05 de maio.

Brun avalia que iniciativas como o Ebramem sejam essenciais e, principalmente, que aconteçam no Paraná – que além de ser um estado precursor de tecnologia, é também um dos maiores produtores de madeira oriunda de florestas plantadas. “Ao unir quem produz, com quem fornece a tecnologia, aliado ao conhecimento acadêmico, todos saem ganhando. Eventos como o Ebramem são uma oportunidade para que o Paraná se mantenha à frente, do ponto de vista tecnológico e produtivo”, destaca o presidente da APRE.

Ailson Loper, diretor executivo da APRE, pontua que os objetivos foram atingidos. “Movimentamos o ecossistema da construção em madeira ao unimos academia e mercado. Além disso, evidenciou como o sul tem sido pioneiro nesta pauta”. O XVIII Ebramem é uma iniciativa encabeçada pelo Instituto Brasileiro da Madeira e das Estruturas de Madeira (Ibramem), pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), pela Associação Paranaense de Empresas de Base Flores/tal (APRE) e pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), que sediou o evento.

Abertura – Além do presidente da APRE, estiveram presentes o reitor da Universidade Federal do Paraná, Marcos Sfair Sunye, a presidente do Ibramem, Angela do Valle, a presidente do Ebramem, Andréa Berriel, o diretor da Fiep e superintendente da Abimci,  Paulo Roberto Pupo, a vice-reitora da UFPR e professora da engenharia florestal, Graciela Inês Bolzón de Muniz, o diretor de tecnologia da UFPR, Luiz Fernando de Lima Júnior, o presidente do CAU/PR (Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná), Walter Gustavo Linzmeyer, e a diretora de projetos do IPPUC, Daniela Mizuta. 

Anúncios aleatórios

+55 67 99227-8719
contato@maisfloresta.com.br

Copyright 2023 - Mais Floresta © Todos os direitos Reservados
Desenvolvimento: Agência W3S