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Dia do Cacau: o fruto que dá origem às delícias como o chocolate impulsiona a economia e promove o turismo em várias regiões do país

O Ministério do Turismo apresenta alguns roteiros pelo Brasil que se destacam pelo cheiro e pelos sabores produzidos à base do cacau

A produção de cacau no Brasil vai muito além de suas plantações: ela se conecta diretamente ao turismo e à experiência sensorial fornecida pelo principal produto econômico do cacau: o chocolate. O Brasil, hoje, é o sexto maior produtor mundial de cacau, com 265 mil toneladas por ano. Segundo historiadores, o cultivo começou em 1679, introduzido pelos portugueses no estado do Pará, na região Norte do país.

No entanto, foi na Bahia que o cacau encontrou condições propícias de solo para seu amplo crescimento, e o estado tornou-se o maior produtor do país na década de 1890. A produção baiana se manteve na liderança nacional por mais de um século, até que, em 2016, o Pará colocou a posição de liderança com suas 118 milhões de toneladas produzidas, tendo continuado no posto graças à transferência do patrimônio na Região de Integração do Xingu, com destaque para a cidade de Medicilândia.

O município, aliás, é o principal produtor de cacau do Pará, tendo sido premiado em 2024 no “Cocoa of Excellence Awards”, um dos maiores festivais de chocolate do mundo, realizado em Amsterdã, na Holanda. Na ocasião, entre os 50 concorrentes à melhor amêndoa, a produtora Míriam Vieira, de Medicilândia, dividiu a categoria ouro com o produtor Luciano Ramos, de Ilhéus (BA). A categoria prata também foi para Medicilândia, para o produtor Robson Brogni.

Com isso, Medicilândia passou a ser reconhecida como a “Capital Nacional do Cacau” e realiza anualmente o CacauFest. “Ter o Brasil como um dos maiores produtores de cacau do mundo já nos dá um orgulho muito grande, mas esse cultivo vai além e cria núcleos de produção de chocolate que viram roteiros gastronômicos e culturais, fortalecendo o turismo e a economia do Brasil”, afirma o ministro.

Na Amazônia pequenos protagonistas são essenciais na produção de chocolates da região. Só mosquitos, maruins e insetos muito pequenos conseguem acessar a flor do cacau e polinizá-las. Sem o trabalho desses pequenos gigantes não existe cacau e nem tão pouco chocolate. Confira dados sobre o estudo da Embrapa, sobre os insetos polinizadores do cacaueiro na Amazônia: https://www.instagram.com/embrapa/p/DHqdi_Rt5Ef/?img_index=1.

Hoje, a Bahia se mantém como o segundo maior produtor de cacau do Brasil, seguido pelos estados do Espírito Santo, Rondônia, Amazonas, Mato Grosso, Roraima e Minas Gerais. Juntos, esses estados contribuíram para a produção de chocolate no Brasil, totalizando 805 mil toneladas em 2023, um aumento de 6% em comparação a 2022.

O consumo per capita do brasileiro também aumentou, passando de 3,6 kg para 3,9 kg em 2023. O melhor para o Brasil e o turismo é que esse consumo não está às compras nos mercados, mas também se estende a roteiros sensoriais únicos, por todas as regiões do país.

A Agência de Notícias do Turismo separou alguns roteiros que promovem a união de chocolate e turismo em diversas regiões do Brasil. Confira!

Rota do ‘Cacau ao Chocolate’ (PA)

A rota é uma iniciativa turística que promove o cultivo de cacau e a produção de chocolate no Pará. A Ilha do Combu, em Belém, é um dos destinos desta rota, na modalidade de chocolate artesanal combinada com a promoção do turismo, envolvendo parcerias entre os setores público e privado e cadeias de restaurantes. O cacau amazônico, cultivado na região tem características únicas, e resulta em um chocolate com sabor intenso. Além da demonstração, os turistas encontram na Ilha do Combu passeios e banhos no rio Guamá, trilhas ecológicas, visitas às plantações e oficinas que mostram como o cacau amazônico é transformado em chocolate.

Rota do Cacau da Bahia (BA)

A Bahia é, historicamente, um celeiro do cacau brasileiro, concentrando sua produção em cidades como Ilhéus e Itabuna. Conhecida como “terra do cacau”, Ilhéus se destaca não apenas pela produção agrícola, mas também pelo seu potencial turístico. O cenário descrito nas obras de Jorge Amado – que eternizou o cacau em livros como Gabriela, Cravo e Canela – é hoje palco de roteiros que unem história, cultura e gastronomia. Lá, os visitantes podem explorar fazendas centenárias de cacau, participar de trilhas que atravessam plantações e visitar pequenos produtores que seguem técnicas tradicionais de cultivo agroflorestal. O tour inclui degustações de chocolates artesanais e explicações sobre o processo de produção, da colheita das amêndoas à fabricação do chocolate. Além disso, eventos como o Festival Internacional do Chocolate e Cacau, realizado no município, atraem milhares de turistas e movimentam a economia local.

Rota do Cacau Capixaba (ES)

O Espírito Santo tem uma grande tradição de cacau e muitas rotas de chocolate. Em 2024, o estado ganhou mais um desses roteiros. Sancionada pela Lei nº 12.254/2024, a “Rota do Cacau Capixaba” é um convite ao viajante que deseja conhecer e experimentar a história, a cultura, as belas paisagens e ainda provar uns dos melhores chocolates do Brasil. O mais novo roteiro turístico do Espírito Santo passa por muitas propriedades dedicadas ao cultivo do cacau e interliga pontos de produção e beneficiamento nos municípios de Colatina e Linhares, que concentram grande parte da produção do fruto no estado e que produz entre 9 e 10 mil toneladas do fruto por ano. O caminho de tudo isso é um presente para encher os olhos e o paladar dos visitantes.

Chocolate Artesanal de Gramado (RS)

Há muitos anos na cidade de Gramado, além de ser um dos principais destinos turísticos do Brasil em razão das belezas da serra gaúcha, figura entre os roteiros preferidos de quem ama chocolate. Em 2020, o município também recebeu, por um projeto de lei estadual, o título de ‘Capital Nacional do Chocolate Artesanal’, devido à quantidade de produtos da linha artesanal fabricados na cidade. A relação da cidade com o chocolate artesanal começou em 1975, com Jaime Prawer, que acreditava que o clima da região seria ideal para o sabor do chocolate, que na forma artesanal produzida em Gramado é reconhecida por sua qualidade, textura macia e sofisticação. A tradição na fabricação de chocolates é celebrada através de leis, eventos e ações locais que levam, anualmente, mais de seis milhões de turistas para a região, que alia a gastronomia a uma paisagem de encher os olhos.

Chocolate de Campos do Jordão (SP)

Como um bom destino de viagem de inverno no Brasil, a cidade de Campos do Jordão tratou de ter suas próprias fábricas de chocolate artesanal. Afinal, nada melhor que um chocolate quente em frente à lareira num clima de 7 graus. Ainda que não sejam tão famosos quanto aos chocolates de Gramado, as lojas de Campos do Jordão não deixam a desejar nas experiências. Os passeios vão de lojas temáticas a visitas às fábricas de chocolate. Muitas oferecem visitas guiadas – e algumas até de graça, para que os visitantes conheçam a produção dos chocolates, aprendam mais sobre a história desse doce e, claro, mergulhem na demonstração. A cidade oferece, ainda, algumas opções de experiências com chocolate quente para ajudar a esquentar o passeio.

Com informações: Gov/BR.

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Ebramem Expo: o futuro da construção com madeira

Em 2025, o Brasil dá mais um passo decisivo rumo à inovação e à sustentabilidade na construção civil com a realização do Ebramem Expo – Madeira Industrializada na Construção. A Feira, que é realizada pela APRE(Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal), acontece entre os dias 05 e 07 de maio, em Curitiba, reunirá os principais especialistas, empresas e instituições do setor da madeira industrializada (vigas laminadas, CLT e wood frame) para processos construtivos em um ambiente dinâmico, propício para a geração de negócios, debates estratégicos e demonstração de tecnologias inovadoras. 

O Ebramem Expo acontecerá paralelamente ao tradicional Ebramem (Encontro Brasileiro em Madeiras e Estruturas de Madeira), que neste ano chega a sua 18º edição. A convergência dos eventos fortalece a troca de conhecimento entre academia e mercado, promovendo soluções e impulsionando o uso da madeira engenheirada na construção civil.

O diretor comercial do Ebramem Expo, Martin Kemmsies, espera que o público da feira seja bem  diversificado e que se interesse pela cadeia produtiva completa da madeira engenheirada na construção civil. “Esperamos receber desde produtores de florestas plantadas para uso em madeira estrutural, serrarias que queiram se envolver

com esse mercado ainda novo no Brasil; fornecedores de insumo; e, é claro, o público que determina quais materiais sustentáveis serão usados nas construções, ou seja, arquitetos, engenheiros, construtoras, produtores de casas modulares, montadoras de casas pré-fabricadas”, almejou. 

  Apoios Institucionais

O Ebramem Expo nasce com respaldo de importantes apoios institucionais. Ao todo são 20 entidades renomadas que compreenderam a relevância do evento e já garantiram seu apoio. Entre eles estão: Abimci, Ageflor, APEF, APRE, AsBEA GO, ES, PR, SC, RS, SP, Birka, CAU PR, Embrapa, IAB-PR, IBÁ, IEP, Index, IPT, Mais Floresta, Noah, Núcleo da Madeira, Referência, SBCTM, STCP, Uninter, UTFPR, WoodTech NAPI  e Wood Flow.

Serviço:

Ebramem Expo

Data: 05 a 07 de maio

Local: Fiep – Campus da Indústria – Curitiba (PR)

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O eucalipto seca o Solo?

Artigo de Prof. Walter de Paula Lima – LCF/ESALQ/USP
Sociedade Brasileira de Ciências do Solo Volume 29 – Número 1 – Janeiro/abril 2004

Em 1972, ao ingressar na universidade como Auxiliar de Ensino no então Departamento de Silvicultura da ESALO, deparei-me pela primeira vez com esta pergunta, que já corria solta por aí, como parte de um conjunto folclórico de atributos desta árvore. As informações disponíveis não ajudavam muito, pelo contrário. Naquela época ainda não se falava muito sobre impactos ambientais. Havia trabalhos escritos que deliberadamente “jogavam mais lenha na fogueira”, assim como havia também alguns resultados que mostravam um valor absurdamente elevado para a estimativa do consumo de água pela espécie (tipo assim, 360 litros de água por árvore e por dia, o que é improvável, fisicamente falando, pois corresponde a um valor quase 10 vezes maior do que o consumo máximo que ocorre em regiões equatoriais). Então resolvi dirigir minha tese de doutorado para estudar esse assunto em plantações de eucalipto no campus da ESALO. Alguns anos depois houve uma demanda no IPEF para um estudo similar no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, fruto do surto de reflorestamento naquela região, que resultou em uma bem elaborada tese de mestrado. Depois surgiram vários outros trabalhos similares, não apenas em outras partes do país, mas também no exterior. De sorte que informações e resultados experimentais sobre o consumo de água por florestas de eucalipto começaram a se acumular, permitindo uma avaliação mais consistente sobre esta questão. Mas a pergunta original não desaparecia, ressurgindo constantemente aqui e acolá, toda vez que o assunto eucalipto estava sendo discutido. Assim como muitos outros avanços conseguidos em várias áreas da ciência florestal, como por exemplo, a biologia molecular, como ferramenta moderna do melhoramento florestal baseado em marcadores moleculares para a identificação de diferentes materiais genéticos, o conhecimento do processo fisiológico da transpiração florestal, bem como as ferramentas para sua medição, foram enriquecidos sobremaneira nos últimos 20 anos, como é o caso, por exemplo, do uso de modelos físicos de estimativa da transpiração que também incorporam a participação da vegetação no processo através de características fisiológicas de cada espécie. Ainda assim a pergunta continua firme, ressurgindo agora até com mais força, como é por exemplo o caso de dois projetos de lei que tramitam na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, um deles proibindo o plantio de eucalipto em regiões de mananciais (?), enquanto o outro exigindo Relatório de Impacto Ambiental para plantios maiores que cinco hectares.


“Deserto verde”? Com o manejo adequado, que leva em
conta a manutenção dos valores e dos serviços ambientais da paisagem,
a foto mostra que o eucalipto não exclui a diversidade biológica.
“Floresta de eucalipto com cerca de 20 anos de idade no Paraná”

De duas uma. Ou a ciência não está conseguindo eliminar esta inquietude, por uma razão ou outra, ou o problema não é apenas técnico, ou físico, ou biológico, o que aparentemente é o caso. De fato, a solução dos problemas ambientais não se consegue somente com a ciência convencional, mas sim a partir da análise de toda a complexidade dos aspectos ecológicos, sociais e culturais envolvidos em cada um deles. De sorte que a pergunta ainda permanecerá por muito tempo. Ou pelo menos enquanto se procurar apenas demonstrar que o consumo de água pelo eucalipto não difere muito do consumo de outras espécies florestais. Esta evidência já se encontra bastante consistente a partir de inúmeros resultados experimentais. O consumo de água pela vegetação depende do clima e da área total das folhas da floresta (o chamado índice de área foliar) e guarda relação direta com a fotossíntese. Por outro lado, este consumo de água deve ser sempre analisado de duas maneiras: primeiro, em termos do consumo total anual do eucalipto, comparativamente ao consumo de outros tipos florestais, o qual, como já afirmado, não é diferente; segundo, em relação à eficiência do uso desse total de água, em termos da quantidade de madeira produzida por unidade de água consumida na transpiração, na qual o eucalipto leva até ligeira vantagem, ou seja, usa a água disponível de forma mais eficiente. Mas estas evidências são apenas parte de um problema maior.


“Manejo integrado de microbacias”. A foto mostra o vertedor da microbacia experimental
da Estação Experimental de Ciências Florestais de Itatinga, da USP, a qual se encontra
reflorestada com eucalipto há mais de 60 anos. O monitoramento da vazão e da qualidade
da água do riacho vem sendo feito de forma continua desde 1989. O manejo que se preocupa
com a manutenção dos valores e dos serviços ambientais proporcionados pela mata
ciliar pode garantir a permanência da vazão e da qualidade da água.

Por que então o solo seca? Por que riachos e córregos desaparecem? Por que microbacias inteiras se degradam? Por que nossos rios agonizam? Por que essa preocupação toda para com a água, que parece que está acabando?

Bem, parte talvez possa ser atribuída às mudanças climáticas. Trata-se de uma análise em escala macro do problema. Por enquanto são suposições baseadas em modelos complexos que foram desenvolvidos a partir da constatação do gradativo aumento da concentração do dióxido de carbono na atmosfera, o chamado efeito estufa, decorrente principalmente da queima de combustíveis fósseis. Reflorestar pode ajudar a seqüestrar esse excesso de carbono da atmosfera, dizem.

Numa escala menor, mais compreensível para a maioria das pessoas, devemos considerar que as condições climáticas que governam a disponibilidade, ou o suprimento, natural de água para os mais diversos usos variam de região para região. Há a região do semi-árido, por exemplo, o “polígono das secas”, onde o calor é elevado, a evapotranspiração (conjunto de todas as perdas de água por evaporação) é sempre elevada e o total anual de chuvas é normalmente baixo. Portanto, não sobra quase nada de água das chuvas para recarregar o solo e os aqüíferos. Só há vazão nos riachos quando chove. Por outro lado, há regiões em que chove bastante e durante praticamente todos os meses do ano, num total bem maior do que o total anual de evapotranspiração, em termos médios anuais. Portanto, nestes casos há sempre excedente de água, que recarrega o solo e os aqüíferos e que alimenta a vazão dos riachos e dos rios durante o ano todo. Entre estes dois extremos há toda uma variação de condições deste balanço entre o total de chuvas e o total de evaporação. Conhecer estas características climáticas de disponibilidade de água é fundamental. Em condições nas quais já é pouco o suprimento natural de água, então qualquer alteração da paisagem, como a substituição de vegetação de menor porte por florestas, pode resultar num aumento do consumo de água, podendo gerar conflitos de uso da água. O zoneamento ecológico deve levar em conta estas variações de disponibilidade natural de água. Este é um dos aspectos. O outro é saber que a floresta, seja ela qual for, consome mais água do que vegetação de menor porte, como a pastagem, ou as culturas agrícolas.

E chegamos, finalmente, na escala principal desta análise, que é a escala micro, no sentido de ser a escala onde ocorrem as ações de manejo, onde o homem planta, colhe, destrói, desmata, preserva, compacta o solo, abre estradas, pavimenta, impermeabiliza, sistematiza o terreno, soterra nascentes, protege nascentes, põe fogo, ara, gradeia, não faz nada, faz monoculturas extensas, planta até na beira do riacho, protege a mata ciliar, queima a mata ciliar, cria gado, não cuida da pastagem, constrói açudes, instala pivô central, irriga, planta soja, planta cana, planta milho, planta eucalipto. Estas ações acontecem na escala pequena das propriedades rurais, onde estão também as microbacias hidrográficas. E é na escala das microbacias hidrográficas que o foco principal das ações de manejo sustentável dos recursos hídricos tem que estar centrado, pois as microbacias são as grandes formadoras e alimentadoras dos rios e dos grandes sistemas fluviais. Mas infelizmente não existe ainda em nosso país uma política pública mais forte que incentive e fortaleça esta escala de atuação. Um exemplo a des tacar, neste sentido, são os programas de microbacias hidrográficas, bem sucedidos em algumas partes do Paraná e de Santa Catarina, e ainda incipiente no Estado de São Paulo e em outras regiões. É sintomático e, para o foco deste trabalho, extremamente interessante a mudança de percepção dos produtores rurais nestes programas. Antes, eles enxergavam a sua propriedade, a sua cerca intransponível, que delimitava o seu pedaço de chão, o seu mundo. A partir do momento de seu entendimento da filosofia mesmo do programa de microbacia, ele passa a entender que a sua propriedade é apenas parte do sistema maior que é a microbacia. Ou seja, ele e os demais produtores fazem parte de um mesmo sistema, estão todos no mesmo barco. Assim, a mata ciliar, que antes ele enxergava como um problema que “não era seu”, ou como um pedaço de terra produtiva que ele ia perder, passa agora a ter outra dimensão, outro valor, pois ela diz respeito à permanência da água. Esta é uma das características da microbacia: ela internaliza as externalidades ambientais. As microbacias são diferentes das bacias maiores no que diz respeito a vários aspectos ecológicos e hidrológicos e uma destas diferenças é que elas são altamente sensíveis às ações de manejo, ou seja, nelas é possível observar uma relação direta entre as práticas de manejo e os impactos ambientais. E neste sentido, o conceito chave é o que se encontra embutido na expressão manejo integrado de microbacias, que significa o planejamento das ações de mar.1ejo (florestal, agrícola, etc) resguardando os valores da microbacia hidrográfica, isto é, os processos hidrológicos, a ciclagem geoquímica de nutrientes, a biodiversidade protegendo as suas áreas críticas e, no conjunto, a sua resiliência, ou seja, sua capacidade de resistir às alterações sem se degradar irreversivelmente. Um dos fatores mais importantes para a permanência desta capacidade éa integridade do ecossistema ripário, ou seja, a pujança da mata ciliar protegendo adequadamente toda a cabeceira de drenagem, as margens dos riachos, assim como outras porções de terrenos mais saturados ao longo da microbacia. É por isso que estas áreas são consideradas de “preservação permanente”, no sentido de que sua preservação proporciona serviços ambientais importantes, sendo á água, sem dúvida, o mais importante destes serviços ambientais, ou seja, serviços que o ecossistema nos proporciona de graça, como são, no caso, a quantidade de água, a qualidade da água e o regime de vazão que emanadas microbacias hidrográficas. Quando estas áreas perdem estas características naturais, elas se tornam mais vulneráveis a perturbações, que de outra forma seriam normalmente absorvidas. Assim, pode-se dizer que foi a perda gradativa de resiliência dos ecossistemas ripários das nossas incontáveis microbacias, e toda a degradação hidrológica decorrente dela, o fator principal da diminuição e degradação dos recursos hídricos, do secamento do solo, da morte de córregos e riachos.

Fica claro, desta forma, que o eucalipto é apenas parte do problema de secamento do solo. O problema é mais complexo e passa pelo resgate imprescindível de todos estes valores ambientais e hidrológicos acima discutidos, principalmente aqueles relacionados com o planejamento adequado da ocupação dos espaços produtivos da paisagem. Ao longo da paisagem, há espaços de produção, de grãos, de fibra, de madeira, de carne, de leite, por que senão não haveria desenvolvimento, não haveria como zerar a fome. Mas há também, como vimos, espaços que têm nítida vocação de proteção do ecossistema, para proporcionar os serviços ambientais que também precisamos para continuar crescendo de forma sustentável. O manejo das florestas de eucalipto tem que levar em conta estas particularidades ecológicas e hidrológicas. Pela mesma razão, também tem a mesma responsabilidade social o manejo da soja, da cana, da laranja, do boi, assim como o planejamento da ocupação imobiliária da bacia hidrográfica que abastece as represas de abastecimento de água das cidades. Neste sentido, até por questão de justiça, não devemos esquecer que o planejamento urbano tem também parte da culpa. As cidades são os espaços onde vive a maioria da população, mas não é por causa disso que podem ficar alheias às necessidades de conservação das microbacias, já que a urbanização é o segundo maior fator de degradação hidrológica, depois da agricultura. E já existe mesmo no mundo um forte movimento de resgate destes valores hidrológicos nas áreas urbanas, com ações que visam, por exemplo, “desenterrar” os córregos canalizados e integrá-los na paisagem com seus atributos inerentes, como a mata ciliar por exemplo, que além da importância hidrológica agrega, também, valor estético ao ambiente urbano. E deve contribuir, também, para mudança de percepção dos cidadãos para com a necessidade da conservação dos riachos e de suas microbacias.

Esta análise complexa de todos os fatores envolvidos é a maneira correta de se equacionar o problema da conservação da água na natureza. Atribuí-lo a apenas um fator isolado significa iludir-se, ou usar o artifício de encontrar um bode expiatório para todas as mazelas ambientais. Como disse Jean-Jacques Rosseau, “A natureza nunca nos engana; é sempre nós que enganamos a nós mesmos”.


Publicação original em: Acervo Histórico IPEF: Informações Técnicas https://www.ipef.br/publicacoes/acervohistorico/informacoestecnicas/eucalipto_seca_o_solo.aspx

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Suzano e Todos Pela Educação firmam parceria para fortalecer a educação pública no Brasil

A Suzano, maior produtora mundial de celulose e referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do eucalipto, anuncia parceria com o Todos Pela Educação, organização da sociedade civil dedicada ao avanço das políticas públicas educacionais no Brasil. O acordo tem como objetivo fortalecer a atuação do Todos pela Educação, que está ancorada em três iniciativas estratégicas: advocacy direto, que envolve a produção de conhecimento aplicado, a articulação com o poder público e a mobilização do debate especializado; o monitoramento público, concentrado no acompanhamento e divulgação dos principais dados e resultados da educação básica brasileira; e a articulação da Coalizão Educação Já, que envolve a coordenação de um grupo de organizações que atuam de forma coordenada em prol do avanço de uma agenda de recomendações de políticas públicas com base nas experiências de sucesso no Brasil e no mundo.

O anúncio é realizado em um momento no qual a Suzano amplia sua atuação na Educação, mantendo o objetivo de impulsionar a frente educacional nos territórios de atuação da companhia. A estratégia da companhia na agenda da Educação é voltada para jovens de 14 a 24 anos, incluindo estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental, e estudantes e egressos do Ensino Médio e da Educação de Jovens e Adultos (EJA). O foco está na trajetória escolar de sucesso e na inclusão produtiva de jovens.

Nesse contexto, a iniciativa reforça o compromisso da Suzano com a qualidade da educação básica pública, alinhando sua estratégia ao fortalecimento das políticas educacionais e ao impacto direto nas comunidades dos mais de 220 municípios onde a companhia atua.

A análise sobre o contexto educacional evidenciou nas últimas décadas a dificuldade em relação ao acesso à escola pública, à permanência e aprendizagem dos(as) estudantes ao longo da trajetória escolar e à conclusão da educação básica. De acordo com o Censo Escolar de 2023, dois em cada dez jovens brasileiros, entre 15 e 29 anos, permaneceram fora da escola e sem concluir a educação básica, número que representa cerca de 9,2 milhões de pessoas nesta faixa etária.

“A parceria entre a Suzano e o Todos Pela Educação busca contribuir com o fortalecimento da educação pública de qualidade, que ainda é um grande desafio do País. Nós precisamos de um movimento colaborativo e contínuo para acelerar a mudança no ecossistema educacional, não apenas para a aquisição de conhecimento, mas também para transformar vidas. Acreditamos que, ao investirmos na educação dos jovens, estamos construindo um futuro mais próspero e igualitário para todos e todas”, afirma Giordano Bruno Automare, gerente executivo de Desenvolvimento Social da Suzano.

A iniciativa está diretamente relacionada aos Compromissos para Renovar a Vida estabelecidos pela Suzano, que são metas para contribuir com a sociedade e o planeta. A companhia entende que para reduzir a pobreza, é necessário investir estruturalmente na Educação. Por isso, em 2024, a empresa investiu R$ 59.2 milhões em iniciativas sociais que beneficiaram mais de 371 beneficiários.

A presidente-executiva do Todos Pela Educação, Priscila Cruz, destaca a importância do apoio da Suzano. “O Todos é uma organização de advocacy com duas características fundamentais, o suprapartidarismo e a independência. Para manter essa independência, não recebemos recursos públicos, o que torna fundamental o apoio voluntário de organizações e de pessoas comprometidas com a transformação da educação no Brasil. É esse apoio que nos permite mudar o País para melhor. Por isso, é uma grande honra contar com a Suzano, uma empresa centenária, relevante para o desenvolvimento do País e com forte atuação social”, diz Priscila.

Em 2024, por meio do seu investimento em Educação, a Suzano impactou diretamente mais de 220 escolas públicas, beneficiando mais de 130 mil estudantes, de 25 municípios em quatro estados brasileiros.

Sobre a Suzano

A Suzano é a maior produtora mundial de celulose, uma das maiores fabricantes de papéis da América Latina e líder no segmento de papel higiênico no Brasil. A companhia adota as melhores práticas de inovação e sustentabilidade para desenvolver produtos e soluções a partir de matéria-prima renovável. Os produtos da Suzano estão presentes na vida de mais de 2 bilhões de pessoas, cerca de 25% da população mundial, e incluem celulose; itens para higiene pessoal como papel higiênico e guardanapos; papéis para embalagens, copos e canudos; papéis para imprimir e escrever, entre outros produtos desenvolvidos para atender à crescente necessidade do planeta por itens mais sustentáveis. Entre suas marcas no Brasil estão Neve®, Pólen®, Suzano Report®, Mimmo®, entre outras. Com sede no Brasil e operações na América Latina, América do Norte, Europa e Ásia, a empresa tem mais de 100 anos de história e ações negociadas nas bolsas do Brasil (SUZB3) e dos Estados Unidos (SUZ). Saiba mais em: suzano.com.br

Sobre o Todos Pela Educação

Fundado em 2006, o Todos Pela Educação é uma organização independente que faz advocacy pela Educação Básica no Brasil. Tem como objetivo atuar para que o poder público formule e implemente políticas públicas educacionais de maneira mais efetiva, sem ligação com partidos políticos nem interesses privados. O Todos Pela Educação é financiado unicamente por doações voluntárias de pessoas e organizações, tendo autonomia para desafiar, propor, questionar e cobrar o que precisa ser mudado, sempre com base em estudos e evidências concretas.

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Bracell recebe certificado que reconhece compromisso com a segurança viária

A Bracell, uma das líderes globais na produção de celulose solúvel, foi certificada com o Selo Mobilidade Segura que destaca o compromisso da empresa com a segurança no transporte de celulose e na redução de riscos viários. O selo é uma iniciativa do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), implementada pelo Portal Safety. Entre as medidas implementadas pela companhia estão treinamentos contínuos para os condutores, manutenção preventiva dos veículos e a adoção de tecnologias que auxiliam na direção segura.

A motorista Bruna da Silva Duarte destaca o cuidado em relação à segurança. “A empresa tem um compromisso com a segurança nas estradas, reiterando sempre para os motoristas a cautela ao ultrapassar e manter atenção aos pontos cegos dos veículos. A segurança é para todos: motorista e todos que estão na rodovia conosco”.

Para Patrick Silva, VP de Supply Chain da Bracell, a Segurança é um dos pilares da companhia. “Essa certificação reflete as práticas e protocolos adotados para garantir um trânsito mais seguro para motoristas, colaboradores e toda comunidade. Esse compromisso reforça um dos nossos valores: só é bom para Bracell se for bom para a Comunidade”, afirma. 

Sobre a Bracell 

A Bracell, líder global na produção de celulose solúvel e especial, se destaca por sua expertise no cultivo sustentável do eucalipto, que é a base para a produção de matéria-prima essencial na fabricação de celulose de alta qualidade. Atualmente a multinacional conta com mais de 11 mil colaboradores e duas principais operações no Brasil, sendo uma em Camaçari, na Bahia, e outra em Lençóis Paulista, em São Paulo. Além de suas operações no Brasil, a Bracell possui um escritório administrativo em Singapura e escritórios de vendas na Ásia, Europa e Estados Unidos. Para mais informações, acesse: www.bracell.com

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Arauco lançará em abril pedra fundamental da fábrica de celulose em Inocência (MS)

O evento contará com a presença de diversas autoridades do estado e do país, além dos diretores da empresa

A cidade de Inocência, localizada na Costa Leste de Mato Grosso do Sul, será palco, no dia 9 de abril, do lançamento da pedra fundamental da fábrica da Arauco, multinacional chilena do setor de celulose. O evento contará com a presença de diversas autoridades do estado e do país, além dos diretores da empresa.

O Projeto Sucuriú, como foi batizado, representa a entrada da divisão de celulose da Arauco no Brasil e contará com um investimento de US$ 4,6 bilhões. A nova planta terá capacidade para produzir 3,5 milhões de toneladas de fibra curta de celulose por ano e estará situada em uma área de 3.500 hectares, a 50 quilômetros do centro de Inocência, próxima ao Rio Sucuriú.

As obras de terraplanagem tiveram início em junho de 2024 e, até o momento, cerca de 2,8 mil trabalhadores estão envolvidos na construção da unidade. Na área florestal, são cerca de 2 mil trabalhadores.

Durante o pico da obra, esse número deverá subir para aproximadamente 14.000 trabalhadores. Após o início da operação, previsto para o final de 2027, o empreendimento gerará cerca de 6.000 empregos diretos e indiretos, contemplando as áreas florestal, industrial e de logística.

Impacto social

Com a instalação da fábrica, Inocência passa por uma transformação econômica e social. O prefeito Antonio Ângelo Garcia dos Santos, o Toninho da Cofap, destacou que a população local, atualmente com 8,4 mil habitantes, pode chegar a 32 mil pessoas durante o período de construção da fábrica. Após a inauguração, a população deverá estabilizar entre 18 e 22 mil habitantes.

Para garantir um crescimento ordenado, a Arauco anunciou um investimento de R$ 85 milhões dentro do Plano Estratégico Socioambiental (PES). Essa iniciativa prevê melhorias estruturais em diversas áreas, como educação, saúde, segurança e infraestrutura, por meio de uma governança compartilhada entre setor privado, sociedade civil e poderes públicos.

Sustentabilidade

O Projeto Sucuriú também se destaca pela sustentabilidade. A unidade operará com um sistema de produção fechado, aproveitando 100% dos subprodutos do processo industrial. Além disso, a fábrica terá capacidade de geração de energia superior a 400 megawatts (MW), dos quais aproximadamente 200 MW serão utilizados internamente. O excedente, suficiente para abastecer uma cidade de mais de 800 mil habitantes, será injetado no sistema de comercialização de energia elétrica nacional.

A Arauco também está implementando um rigoroso monitoramento da biodiversidade local, com identificação de espécies nativas e mapeamento de áreas prioritárias para conservação. Esse compromisso reforça a estratégia da empresa de aliar desenvolvimento econômico e responsabilidade ambiental.

O lançamento da pedra fundamental do Projeto Sucuriú é um marco histórico para a região e simboliza o início de um novo ciclo de desenvolvimento para Inocência e cidades vizinhas.

Informações: RCN67.

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Exclusiva – Forte Mudas Florestais acelera expansão e traz inovações pioneiras para o setor florestal

A Forte Mudas Florestais, referência na produção de clones de eucalipto de alta qualidade, está dando um passo estratégico para fortalecer sua atuação no mercado. Com a ampliação do viveiro em Montes Claros (MG), a empresa se prepara para atingir a capacidade produtiva de 15 milhões de mudas por ano, consolidando-se como uma das principais fornecedoras do setor. A conclusão do projeto está prevista para abril deste ano, e as primeiras mudas serão expedidas a partir de maio.

Expansão com tecnologia & sustentabilidade

A nova estrutura do viveiro não apenas aumenta a produção, mas também incorpora técnicas inovadoras e pioneiras no Brasil. A Forte Mudas investe constantemente em tecnologia para aprimorar a qualidade genética das mudas, garantindo maior resistência, produtividade e sustentabilidade no cultivo florestal.

Obras de ampliação no viveiro de Montes Claros (MG).

Diferenciais Forte Mudas Florestais

✔️ Qualidade superior: monitoramento rigoroso em todas as etapas da produção;
✔️ Tecnologia avançada: uso de técnicas inovadoras no cultivo de mudas;
✔️ Sustentabilidade: cumprimento de todas as legislações ambientais e trabalhistas;
✔️ Logística estratégica: produção em Minas Gerais, facilitando a distribuição para todo o país.

A Forte Mudas Florestais reafirma seu compromisso com a inovação, a qualidade e o crescimento sustentável do setor florestal.

A Forte Mudas Florestais utiliza tecnologia de ponta e práticas de cultivo sustentáveis para produzir mudas de eucalipto da mais alta qualidade.

Acompanhe as novidades Forte Mudas Florestais e faça parte dessa evolução no setor!

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📞 Contato: (38) 99999-8415 – Fabiana Borges
📩 E-mail: trevoflorestal.mg@uol.com.br
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Escrito por: redação Mais Floresta.

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