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Dia de Campo CV apresentou resultados da ILPF com eucalipto

Evento reuniu cerca de 250 participantes na Fazenda Campina, em Caiuá (SP)

No dia 13 março, a Fazenda Campina, localizada no município de Caiuá (SP), foi palco da 10ª edição do Dia de Campo Nelore Mocho CV, um evento que evidenciou os resultados da implementação do sistema agrossilvipastoril ILPF com eucalipto. Cerca de 250 participantes receberam orientações técnicas para otimizar a produção por meio de manejos corretos, sem a necessidade de expansão de áreas.

O encontro, organizado pela Embrapa e Rede ILPF, reuniu um público diversificado, incluindo produtores rurais, pesquisadores, técnicos e estudantes de Ciências Agrárias. Também esteve presente o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Guilherme Piai. Em seu pronunciamento, ele destacou a importância da ILPF para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas e para a ampliação da capacidade do setor em produzir alimentos para a população.

Em pouco mais de uma década, a Fazenda Campina elevou seu padrão produtivo ao adotar, inicialmente, a Integração Lavoura-Pecuária (ILP) e, posteriormente, a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), com a inclusão do componente florestal. A propriedade optou pelo eucalipto devido ao seu rápido crescimento, complementando outras espécies arbóreas que, embora de crescimento mais lento, produzem madeira nobre de alto valor agregado.

O dia de campo destacou a importância da ILPF no sistema agrossilvipastoril estabelecido há uma década em uma área de 60 hectares, demonstrando a viabilidade e os benefícios desse sistema, os diversos arranjos (linhas simples, duplas, triplas e quádruplas) e diferentes genótipos de eucalipto.

Iniciando com uma palestra do presidente do Conselho de Administração da Cocamar, Luiz Lourenço, o encontro destacou a importância das parcerias para a expansão dos sistemas ILPF. Em seguida, os participantes foram divididos em grupos para visitar três estações temáticas, distribuídas em diferentes áreas da fazenda.

Nas estações, foram abordados temas como “Cultivares forrageiras e recuperação de pastagens em sistema ILPF”, “Alternativas de mercado e produção de madeira em sistema ILPF” e “Bem-estar animal e conforto térmico em sistema ILPF”, apresentados por empresas parceiras do Grupo Nelore Mocho CV.

Luiz Adriano Maia Cordeiro, pesquisador da Embrapa Cerrados, destacou a excelente organização do evento, que contou com o forte apoio das empresas parceiras da Rede ILPF. Ele também enfatizou a importância da abordagem sobre o componente florestal nos sistemas de integração. “Para a Embrapa, foi gratificante acompanhar o processo de implementação dos sistemas ILP e ILPF na Fazenda Campina, onde observamos uma evolução notável na produtividade vegetal e animal”, afirma.

O titular da Nelore Mocho CV, Carlos Viacava, explica que é motivo de grande orgulho ver a propriedade se transformar ao longo de uma década, desde a implementação da ILP até a adoção da ILPF com eucalipto. “A floresta é importante para o bem-estar e, consequentemente, para melhor desempenho dos animais. Por isso, acreditamos que a integração lavoura-pecuária-floresta é o futuro da produção sustentável, e o evento foi uma prova disso”, ressalta.

“Agradecemos a todos que estiveram presentes, e aos nossos parceiros, que tornaram este dia inesquecível. Estamos ansiosos para continuar compartilhando nossos resultados e contribuindo para o desenvolvimento da pecuária brasileira”, finaliza Viacava.

O evento contou com as parcerias da Embrapa, Rede ILPF, Cocamar, John Deere, Unoeste, SOESP, Bradesco, Minerva Foods, Suzano, Syngenta e Timac Agro.

Informações: Notícias Agrícolas.

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Epagri desenvolve araucárias enxertadas para produção de pinhão precoce no Planalto Norte (SC)

A produção de pinhão, um alimento típico da flora catarinense, tem se consolidado como uma importante fonte de renda sustentável para milhares de famílias no estado. Buscando melhorar a qualidade e a rapidez na produção da semente, a Epagri, em parceria com a Embrapa Florestas, desenvolve um experimento com araucárias enxertadas no Planalto Norte de Santa Catarina.

A Epagri realiza estudos para tornar a atividade cada vez mais profissional e perene (Foto: Pablo Gomes/Epagri).

Localizado em Papanduva, o pomar de araucárias enxertadas ocupa mais de cinco hectares e tem o objetivo de acelerar a produção de pinhão. O processo de enxerto consiste na união de duas plantas com características desejáveis, permitindo o desenvolvimento de cultivares mais produtivos e rápidos. O experimento, conduzido pela Estação Experimental da Epagri em Canoinhas, utiliza exemplares coletados de diversas regiões do Brasil para obter resultados mais eficazes.

O experimento ainda está no início, na fase de estabelecimento das plantas (Foto: Pablo Gomes/Epagri).

Embora o projeto ainda esteja em sua fase inicial, a expectativa entre os pesquisadores é otimista. O engenheiro agrônomo Gilcimar Adriano Vogt, gerente da estação, prevê que em sete anos a produção de pinhão será comercializada com qualidade e precocidade, tornando-se um produto importante para a economia da região do Planalto Norte Catarinense. A iniciativa promete transformar a produção de pinhão em uma atividade mais profissional e perene.

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Setor florestal de Mato Grosso defende ajustes em normas para destravar planos de manejo

Padrões de licenciamentos para exploração de espécies florestais comerciais motivaram reunião com o Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira de Mato Grosso (Cipem), Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF), Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Estado do Pará (Aimex), Confederação Nacional da Indústria (CNI), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e, em paralelo reunião com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema).

Representantes do setor florestal reportaram, durante o encontro, as dificuldades enfrentadas pelos produtores devido às regras de transição da Instrução Normativa (IN) 28, que estabelece procedimentos para atividades de Manejo Florestal Sustentável das espécies ipê, cumaru e cedro rosa, listadas na Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens Ameaçadas de Extinção (Cites), que representam uma parcela significativa da produção de madeira mato-grossense. A norma foi publicada em dezembro de 2024.

Foto: divulgação

Presidente do Cipem, Ednei Blasius, considera que a paralisação das análises e liberações de planos de manejo no estado ocorre em razão desse regramento da IN 28, que impõem exigências de difícil execução, como a coleta de materiais para herbários. Situação agravada pelos impactos de outras regulamentações, como a Instrução Normativa 19 (IN-19), que requer a análise e validação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) para aprovação dos planos de manejo florestal.

Blasius ressalta que, em Mato Grosso, o licenciamento ocorre de forma distinta de outros estados, com a emissão de uma licença florestal sem a necessidade de validação prévia do CAR. A exigência potencializa os riscos de paralisação do setor devido à morosidade na análise do cadastro, comprometendo a manutenção da floresta em pé e a atividade produtiva. Com a IN-19, uma grande quantidade de processos de manejo florestal no estado poderá ser inviabilizada, assim como a extração de outras espécies arbóreas comerciais destinadas à exportação a exemplo do tauari, cedro amazonense, garapeira, jatobá e muiracatiara, colocando em risco a sustentabilidade econômica do setor.

Para atender à IN 28 do Ibama são necessárias algumas retificações dos inventários florestais, como respeito ao diâmetro mínimo de corte para cada gênero e tipo de vegetação, correção da intensidade máxima de exploração – registrando no inventário como “corte” apenas a quantidade permitida, classificação dos indivíduos remanescentes como “porta semente” garantindo a manutenção mínima exigida de árvores com DAP (Diâmetro à Altura do Peito) superior ao diâmetro mínimo de corte. Também requer a aplicação dos critérios mais restritivos em áreas de contato entre diferentes tipos de vegetação – especialmente quando houver floresta ombrófila densa, alinhamento na análise dos processos para minimizar impactos sobre a comercialização da madeira e melhor aproveitamento dos inventários já realizados.

Os representantes do Ibama, Allan Valezi Jordani, coordenado geral de Gestão e Monitoramento do Uso da Flora e a diretora de Uso Sustentável de Biodiversidade e Florestas, Lívia Martins, acolheram as reivindicações apresentadas pelo Cipem e pelo FNBF. Dentro de aproximadamente 15 dias está prevista publicação de uma revisão da IN-28 para permitir que os estados possam dar continuidade à análise e liberação dos planos de manejo que envolvem as espécies em questão. Enquanto a publicação de nova redação da norma está em análise jurídica pelo Ibama, o Cipem pede à Sema que as análises dos processos que contenham as espécies ipê, cumaru e cedro rosa não sejam prejudicadas. A Sema manifestou que apresentará ao Ibama medidas mitigadoras e compensatórias. A reunião ocorreu por meio de videoconferência, na semana passada. O Cipem e o FNBF reforçaram o compromisso em continuar contribuindo com sugestões para aprimorar a legislação ambiental, visando segurança jurídica para o setor.

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Bahia atenta aos novos investimentos florestais previstos para o Brasil

Poderemos fortalecer a cadeia produtiva de florestas plantadas no estado, de forma que atenda sua própria demanda

*Artigo de Wilson Andrade.

Os investimentos florestais crescem de forma acelerada no Brasil. Segundo a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) já estão em andamento projetos em plantio de árvores, pesquisa e desenvolvimento, infraestrutura e implantação de novas fábricas, ultrapassando o valor de R$ 100 bilhões até 2028.

Acompanhando o movimento global pela nova “Economia Verde” e o aumento da demanda por bioprodutos, há a perspectiva de novos empreendimentos florestais para os quais a Bahia precisa estar atenta.

Os investimentos florestais significam mais empregos qualificados, capacitações permanentes, tecnologia, renda, impostos e contribuições sociais e ambientais de elevada significância – contribuindo com a desconcentração da economia.

Com capacidade própria de investimento e com alta tecnologia de ponta, somos um setor de bioeconomia em larga escala, que produz sustentavelmente mais de 5 mil itens de uso cotidiano.

Este segmento florestal, de grande dinamismo econômico, com positivo impacto socioambiental, cresceu e se consolidou como referência internacional, com competitividade global. Nacionalmente é um setor que gera 2,6 milhões de empregos diretos e indiretos, exporta US$ 14,3 bilhões anualmente e planta 1,8 milhões de árvores todos os dias.

Somando quase 10 milhões de hectares em árvores plantadas para fins industriais e 7 milhões de hectares de vegetação nativa preservada, trata-se de um segmento que está do lado certo da equação climática e que tem grande potencial para mitigação das mudanças do clima, principalmente em função das remoções e estoque de carbono nas árvores, servindo como substituição de produtos de origem fóssil.

E na Bahia não é diferente! No estado são 700 mil hectares de plantações florestais e 400 mil hectares de florestas nativas destinadas à preservação ambiental. Por aqui, plantamos 250 mil árvores por dia.

E podemos crescer mais, prestando serviços de restauração das áreas degradadas na Bahia que totalizam 8 milhões de hectares, e que representam um potencial para aumento de até 14 vezes a área atual ocupada com silvicultura.

Com parcerias do setor privado e Governo, com mais segurança jurídica e foco na maior inclusão dos pequenos e médios produtores e processadores de madeira, podemos estimular ainda mais o uso dessas novas áreas com sistemas como o de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF).

Assim, poderemos fortalecer a cadeia produtiva de florestas plantadas no estado, de forma que a Bahia atenda sua própria demanda de madeira para uso múltiplo (importamos 80% de Santa Catarina e Paraná) que abastece diversas cadeias produtivas, como construção civil, carvão vegetal, movelaria, pisos laminados, entre outros.


*Wilson Andrade é Diretor Executivo da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (Abaf).

Publicação original: Jornal Correio: https://www.correio24horas.com.br/colunistas/bahia-atenta-aos-novos-investimentos-florestais-previstos-para-o-brasil-0325

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