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Dia Internacional da Floresta (21/03) – Produção de madeira legal na Amazônia ajuda proteger a floresta para o futuro

Março de 2024 – Nos últimos meses, a proteção da floresta Amazônica ganhou ainda mais a atenção mundial após a divulgação de um estudo da revista científica Nature sobre a exposição a fatores de degradação que pode levar a um ponto de não retorno em quase metade de sua área, desencadeando uma transformação no ecossistema. Outro documento, do Instituto Potsdam, aponta para a perda de reservas de umidade da floresta, que potencializará o aumento das secas nas próximas décadas. Proteger a maior floresta do mundo nunca foi tão importante para o planeta.

Muito além do conhecido título de pulmão do mundo, a Amazônia desempenha um papel fundamental na regulação do clima e das chuvas, na manutenção da biodiversidade, no armazenamento de carbono e para o equilíbrio da temperatura do planeta, o que a torna protagonista no combate às mudanças climáticas.

Entre as principais ações para mudar esse caminho que se desenha para a floresta Amazônica está o combate ao desmatamento ilegal e a sua degradação, além do aumento de ações de restauração. Governos estaduais, federal e de outros países, cientistas e especialistas, iniciativa privada e ONGs, fundos, entre outros agentes, atuam para mudar esse cenário.

O papel e a conscientização do consumidor

Mas esse trabalho não pode apenas ser tratado nas esferas executivas. Esse é um assunto em que todos podem ajudar. Os consumidores, por exemplo, também tem papel fundamental na preservação da floresta. Atitudes como praticar o consumo consciente, usando produtos onde a matéria-prima seja comprovadamente de empresas que garantam que a origem não seja de desmatamento ilegal, é um bom começo.

Outra boa conduta está na decisão dos materiais para construir a casa. O aço e o concreto usam minérios na sua composição, que além de não serem renováveis, geram impactos ambientais quando removidos do solo, como o desmatamento. O plástico também tem, em sua maioria, origem ligada à poluição ambiental, além de gerar impactos no seu descarte.

Por outro lado, a madeira legal, material muito usado na construção de casas e na decoração dos interiores, traz inúmeros benefícios, como a própria preservação da floresta, essencial para a sua recuperação. Inicialmente, isso soa contraditório, mas não é. Quando o consumidor compra um produto de madeira certificada de manejo florestal legal ele está contribuindo para proteger a floresta amazônica.

Existem alguns diferenciais importantes que o consumidor precisa ter em mente para fugir dos mitos do uso da madeira. Quando a extração é feita de forma legal e certificada:

  • Não destrói a floresta – o corte é realizado apenas em áreas e nas quantidades autorizadas pelos órgãos responsáveis que indicam quais árvores poderão ser utilizadas comercialmente. A extração é dividida em áreas com dezenas de ciclos anuais, respeitando a maturação da natureza e dando tempo para a mata se recompor.
  • Promove a renovação florestal – normalmente são retiradas as espécies mais antigas, proporcionando espaço para mais novas crescerem, respeitando os ciclos naturais da floresta e a fase de crescimento das árvores. Uma prova dessa ação acontece, depois de vários anos, quando a operação volta na primeira área certificada, e verifica que as estradas construídas desapareceram.
  • Combate os efeitos das mudanças climáticas – as árvores mais novas que ganham espaço para crescer absorvem mais carbono da atmosfera que as antigas.
  • Protege a floresta do desmatamento – apenas uma pequena fração da área é usada para esse trabalho autorizado, sendo que a maior parte continua protegida. A atividade é boa para a manutenção da floresta em pé, uma vez que as áreas de manejo florestal sustentável atuam como barreiras naturais contra o avanço do desmatamento ilegal e predatório, ajudando a proteger ecossistemas vulneráveis e a conservar a biodiversidade.
  • É socialmente justa, pois cria empregos e contribui na geração de renda de milhares de famílias das comunidades florestais. A atividade madeireira legal pode ajudar a combater a pobreza na região, promovendo o desenvolvimento socioeconômico e a melhoria da qualidade de vida. Vale lembrar que a Amazônia Legal é composta por nove estados brasileiros, onde a maioria dos 28 milhões de habitantes vive em baixo índice de desenvolvimento humano. No Brasil, estima-se que a produção de madeira legal emprega cerca de 1 milhão de pessoas e movimenta mais de US$ 3 bilhões por ano.

Um bom exemplo dessa contribuição acontece em um distrito de Belém. A CRAS Madeira, empresa brasileira que comercializa espécies nativas como ipê, Maçaranduba, Jatobá, Cumaru, Tauari, Angelim-Pedra, retira a madeira de uma área autorizada de aproximadamente 10 mil hectares no estado, que acaba incentivando a proteção de mais de 250 mil hectares de floresta em pé, impedindo o desmatamento da Amazônia. E esse volume vem aumentando, o número é 25% maior que o apresentado no ano anterior. Para ilustrar o tamanho da contribuição, a área contemplada daria para cobrir de verde duas cidades inteiras do tamanho do Rio de Janeiro.

No caso da CRAS Madeira, a indústria é certificada pelo FSC (Forest Stewardship Council) e todas as operações são monitoradas pelo IBAMA, pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS). O produto final conta com a certificação de cadeia de custódia, que garante que a matéria-prima vem de florestas certificadas ou de origem controlada e que a extração é realizada por um empreendimento florestal também certificado. Todo o percurso da madeira é rastreado até chegar ao consumidor, controlando toda a cadeia produtiva.

E é exatamente no final da cadeira que está outra ação importante do consumidor para ajudar a proteger a floresta, mesmo estando quilômetros de distância dela. Em toda compra de produtos de madeira, é fundamental solicitar os documentos que indicam a rastreabilidade e comprovam a origem da madeira, garantindo que o produto foi gerado através de práticas sustentáveis do ponto de vista ambiental, social e econômico. No varejo ou no atacado, tanto consumidor final pessoa física quanto jurídica – como arquitetos e empresas de construção civil – precisam exigir que a nota fiscal traga o DOF (documento de origem florestal) ou o GF (guia florestal). O consumidor que não solicita essa informação pode estar comprando um produto que tem origem duvidosa, contribuindo para o desmatamento ilegal.

Sobre a CRAS Brasil

Fundada em 2011, a CRAS BRASIL atua na originação, industrialização e comercialização de commodities agrícolas: agronegócio (processamento de amendoim), madeiras beneficiadas e certificadas e trading (soja, milho, glicerina). Atualmente, possui quatro unidades de negócios: CRAS Agro, CRAS Madeira, CRAS Energia e CRAS Trading.

A CRAS Agro é líder brasileira na exportação de óleo de amendoim e possui destacada participação na venda de farelo de amendoim para nutrição animal no mercado interno, além de atuar com farelo e óleo de soja. A CRAS Madeira opera com madeiras provenientes de manejo sustentável e certificadas FSC®, exportando e comercializando no varejo nacional diversas espécies, como: Ipê, Garapa, Tauari, Itaúba, Jatobá, Maçaranduba. A CRAS Brasil ainda possui unidades de energia e venda de glicerina bruta, refinada e sebo bovino.

Sua matriz está localizada em Petrópolis (RJ) e possui empresas nas cidades de São Paulo (SP), Itaju (SP), Belém (PA), Cascavel (PR), Rio Verde (GO), Pequim (China) e Miami (FL, EUA). A loja da CRAS Madeira voltada para o varejo e o centro de distribuição nacional estão localizados em Itaipava (RJ).

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FSC Brasil alerta sobre a importância das florestas na manutenção dos recursos hídricos

Dias da Floresta e da Água servem como motivo para entender a correlação entre as nossas atividades e os bens e serviços da natureza

É impossível falar de florestas e não falar de água ou vice e versa. As florestas desempenham um papel vital na manutenção dos ecossistemas aquáticos e no fornecimento de serviços ecossistêmicos relacionados à água, incluindo o abastecimento de água potável, a regulação do clima e a proteção contra desastres naturais, como inundações, erosões e deslizamentos. E, logicamente, por outro lado, não existe floresta sem acesso à água.

Não há dúvidas, portanto, que conservar as florestas é fundamental para garantir a nossa sobrevivência na Terra – afinal, nós também não vivemos sem água. E conservar passa, necessariamente, por maneja-las de forma responsável, buscando equilibrar as necessidades de preservação com o uso sustentável dos seus recursos e a valorização da floresta em pé.

Ao contrário do que alguns ainda pensam, manejo não é desmatamento, muito pelo contrário. O manejo florestal responsável envolve o desenvolvimento de planos detalhados que consideram os impactos ambientais, sociais e econômicos das atividades florestais, o que permite explorar madeira e outros recursos, como frutos e óleos, de forma sustentável, com o menor impacto possível.  

Desde 2018, inclusive, o FSC tem os chamados procedimentos de serviços ecossistêmicos, que permitem aos detentores de certificado medir e comunicar os impactos positivos do seu manejo. Aqui no Brasil, por exemplo, já são 15 certificados do tipo, que incluem não apenas água, mas estoques de carbono, biodiversidade e serviços recreacionais. Atualmente, essa ferramenta está sendo aprimorada para fornecer dados florestais de alta integridade provenientes de florestas certificadas pelo FSC. A ideia é agregar valor para aqueles que manejam de maneira responsável e agem para preservar os serviços ecossistêmicos.

Portanto, enquanto o manejo responsável é uma das mais importantes maneiras de combater o desmatamento ilegal, a certificação é uma ferramenta econômica de desenvolvimento sustentável e gestão ambiental que, entre outros benefícios, contribui para o uso responsável dos recursos florestais e promove a manutenção ou a melhoria dos serviços ecossistêmicos, como o próprio abastecimento de água.

Os dias das Florestas e da Água funcionam como um grande alerta sobre a importância da conservação desses recursos naturais essenciais. As primeiras são indispensáveis para garantir a disponibilidade e a qualidade da segunda. Ao adotar boas práticas de manejo responsável é possível proteger e melhorar a saúde das florestas, garantindo que elas continuem a fornecer benefícios ambientais, sociais e econômicos às gerações presentes e futuras.

Sobre o FSC

É uma organização independente, não governamental, sem fins lucrativos, que há 30 anos promove o manejo florestal responsável ao redor do mundo com sede na Alemanha, está presente em mais de 80 países. O FSC é o sistema de certificação florestal de maior credibilidade internacional e o único que incorpora, de forma igualitária, os interesses de grupos sociais, ambientais e econômicos. Acompanhe o FSC Brasil no FacebookInstagramLinkedIn e site.

Imagem: divulgação.

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Crise do cacau é climática: países produtores sofrem com condições extremas influenciadas pelo El Nino e El Nina, explica especialista

Recentemente, os preços do cacau atingiram uma marca histórica que não era vista há quase cinquenta anos. Essa tendência está gerando um aumento nos custos para fabricantes de chocolate, confeiteiros e amantes do doce. Como consequência, existe a possibilidade de os produtos sofrerem uma redução em seu tamanho e de as empresas de alimentos substituírem a manteiga de cacau por gorduras mais acessíveis, o que altera o sabor do produto final.

Parte do motivo dessa crise do cacau e consequentemente do chocolate é a crise climática. O biólogo Jubilut, mestre em Ciência e Tecnologia Ambiental e professor de biologia no Aprova Total, explica que mais de 60% do cacau produzido no mundo vem de dois países na África: Gana e Costa do Marfim. Esses países vêm enfrentando condições climáticas extremas, intensificadas por fenômenos como o El Nino e La Nina. 

“Por exemplo, no ano passado, o excesso de chuva durante a floração dos cacaueiros acabou com as flores, e sem flor, não há o desenvolvimento do fruto, o cacau. Esse ano, os ventos fortes e secos vindos do deserto do Saara, conhecidos como Harmattan, já fizeram um estrago, e diminundo a produção do cacau na região. Além disso, as árvores têm ficado doentes com uma maior frequência e produzido menos frutos. O que pode estar ligado tanto às questões climáticas quanto ao envelhecimento das plantações. Outras questões como a falta de investimento nos cultivos, que são feitos principalmente por pequenos produtores locais, também têm contribuído para a queda na produção do cacau”, explica o especialista. 

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Pesquisadores da UFPA desenvolvem técnica inovadora que pode reduzir em até 20 anos restauração de áreas da floresta amazônica

Estudo deve ser concluído em oito meses e é um projeto da Norte Energia, concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte; método combina melhoramento genético e estrutural das plantas e aplicação de hormônios

Pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA) estão na reta final de um estudo que se mostra eficiente no crescimento acelerado de árvores nativas da floresta amazônica, reduzindo em até 20 anos o processo. O trabalho é focado em espécies de crescimento lento, como a golosa, cujo florescimento demora 25 anos, porém, com o resultado da técnica inovadora, os primeiros frutos, segundo os cientistas, surgirão entre três e quatro anos após o plantio da árvore.

Golosa, fruto nativo da Amazônia, inserido no estudo da UFPA.

Além da pesquisa revolucionar a restauração florestal de áreas degradadas e mitigar as mudanças climáticas, pode contribuir para promover renda para a população local, visto que muitos frutos da região têm sabores exóticos e suas polpas despertam interesses gastronômicos. O estudo consiste na combinação de uma técnica de melhoramento genético e estrutural das plantas, que implanta parte de uma espécie viva em outra planta, e a aplicação de hormônios, acelerando o crescimento e antecipando a floração e frutificação. 

A pesquisa, que acontece desde outubro de 2022 com previsão de conclusão em oito meses, é um projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) da Norte Energia, concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte, regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Também participam cientistas da Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa, da Universidade Federal de Viçosa, da Universidade Federal Rural da Amazônia e do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará.

“Os resultados apontam para uma revolução nas técnicas usadas até o momento para a restauração de florestas. O sucesso do projeto pode ter benefícios significativos para o futuro da restauração florestal na Amazônia e poderá ser aplicado em outras regiões, ajudando a recuperar áreas degradadas e a reduzir o desmatamento. O projeto também pode auxiliar a biodiversidade da Amazônia e gerar renda e emprego para quem vive na região”, explica o professor da UFPA, Emil Hernández, responsável por conduzir os 20 pesquisadores envolvidos no trabalho.

Todas as espécies estudadas são nativas da floresta amazônica, como o jatobá, cajá ou taperebá, golosa, muiracatiara, ipê, camu-camu, orelha de macaco, mogno, cupuaçu, jenipapo, amarelão, ucuúba, seringueira e a andiroba. São desafiadoras para o reflorestamento devido ao crescimento lento e à carência de informações sobre a biologia das espécies.

“O projeto vai proporcionar uma redução de tempo da geração de plantas nativas na região em cerca de 20 anos e traz um benefício, não só acadêmico, mas para toda a sociedade. Isso é espetacular para o meio ambiente. O que essa pesquisa tem de mais peculiar é o desenvolvimento da região. E é muito importante para a companhia deixar esse legado”, avalia Roberto Silva, gerente de Meios Físico e Biótico da Norte Energia e um dos líderes do projeto.

Algumas plantas também precisam da técnica de sombreamento numa primeira etapa para agilizar o crescimento. É o caso do cajá, do jenipapo, da pata de vaca e da muiracatiara. De acordo com os pesquisadores, esse tipo de proteção tem ajudado a reduzir a incidência de luz solar direta, evitando estresse nas mudas. O processo de crescimento acelerado da golosa acaba sendo destaque porque pode ajudar no sombreamento natural, já que essa espécie chega a 30 metros de altura. Além de ser uma ótima candidata para utilização na recomposição de passivo ambiental e no enriquecimento de matas ciliares.

No que se refere à aplicação de nutrientes e hormônios de crescimento, os melhores resultados foram obtidos no camu-camu, onde o crescimento em altura foi acelerado em até 50%. Uma árvore de camu-camu pode chegar a oito metros em 20 anos. Em outra espécie, o cajá, o crescimento da árvore, em diâmetro, foi acelerado em até 30%. Os pesquisadores concluíram que a troca de substrato na fase inicial do experimento também foi muito importante para o crescimento acelerado das árvores.

O que é o PDI 

Desenvolvido pela Norte Energia, regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o Projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) PD-07427-0622/2022 foi intitulado “Novas tecnologias para acelerar o crescimento de plântulas e plantios estratégicos para a restauração no Trecho de Vazão Reduzida da Volta Grande do XINGU, Pará”, e tem como principal objetivo desenvolver um conjunto de ações integradas que otimizem os projetos de reflorestamento da Volta Grande do Xingu.

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Exclusiva – Água & Florestas: os pilares da vida 

Datas comemorativas são um alerta para questões emergenciais que envolvem os recursos mais essenciais do planeta: água e florestas; um depende do outro

Água e florestas, impossível desmembrar esses dois temas, e falar separadamente sobre eles sem citar a relevância nas trocas que um oferta ao outro. Inteligentemente, as duas datas alusivas, foram colocadas uma ao lado da outra no calendário, provocando assim, uma maior reflexão, debates e reuniões em todo o mundo no entorno desses dois temas, primordiais para a vida. O Dia das Florestas, e o Dia da Água, comemorados respectivamente nos dias 21 e 22 de março funcionam como um grande alerta sobre a importância da conservação desses recursos naturais essenciais; as primeiras são indispensáveis para garantir a disponibilidade e a qualidade da segunda.

“Os temas água e floresta são reconhecidos universalmente como dois pilares da natureza. Não somente são relevantes para a sociedade em tempos atuais, como sempre o foram como garantia da existência de vida na terra. Não à toa, a sabedoria popular afirma: Para o seu próprio bem, o homem deve procurar viver em harmonia com as pessoas, com Deus e com a natureza!”, comenta Manoel de Freitas, engenheiro florestal e consultor independente.

Manoel também destaca: “O Relatório Anual 2023, da Indústria Brasileira de Árvores – Ibá, no capítulo em que aborda a “Relação com comunidades e desenvolvimento” (pag.63), cita que: “Além do relacionamento, o setor de árvores no Brasil desempenha um papel fundamental no desenvolvimento sustentável das comunidades locais, próximas as suas áreas de atuação, como demonstrado pelo Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades (IDSC), que considera fatores como saúde, educação, infraestrutura e preservação ambiental. Cerca de 29% das cidades brasileiras apresentam classificações de IDSC médio a alto, ao passo que 40% das cidades nas áreas de influência do setor são classificadas com tal desempenho.” Ou seja, para se avaliar a importância do Setor de Florestas Plantadas para a Economia, e que se acha refletido de uma maneira ou outra em cada localidade onde está instalado, basta uma rápida consulta ao citado Relatório, para verificar os impressionantes números em resultados de 2022, tais como: 2,6 milhões de empregos diretos e indiretos, uma receita bruta de R$ 260 bilhões e 25 bilhões de tributos federais estaduais gerados, entre outros”.

As florestas, sejam elas nativas ou cultivadas, têm um importante papel na manutenção do equilíbrio ambiental global e na regulação do ciclo hidrológico, influenciando no regime de precipitação, na proteção do solo e dos cursos d’água, na purificação e “reciclagem” da água, no controle de cheias e inundações, impedindo a ocorrência de enchentes, impedindo a erosão do solo, o assoreamento de rios, a ocorrência de secas e a desertificação; ou seja, as florestas influenciam na qualidade e disponibilidade de água.

Floresta renovável de eucalipto – Aperam BioEnergia.

No caso de florestas plantadas, estas são de extrema relevância para o sistema produtivo e trazem inúmeros benefícios, como:

  • Contribuição direta na regulação do fluxo hídrico e na polinização;
  • Controle do clima;
  • Formação de estoques de carbono;
  • Conservação do solo;
  • Dispersão de sementes;
  • Ciclagem de nutrientes;
  • Formação de corredores ecológicos;
  • Atividades culturais, científicas, recreativas e educacionais;
  • Fornecimento de produtos madeireiros e não madeireiros, contribuindo para o abastecimento de diversas cadeias produtivas muito importantes para o País, como da construção civil, celulose, papel, energia, siderurgia e mobiliário.

Segundo dados Ibá, empresas da cadeia produtiva das árvores plantadas investem em diversos programas de saúde, de educação, de cultura e de qualidade de vida que beneficiam cerca de 6,9 milhões de pessoas, tornando o setor um importante agente do desenvolvimento econômico e social do país.

Adotar boas práticas de manejo responsável é fundamental para proteger e melhorar a saúde das florestas. Isso ajuda a garantir a sustentabilidade dos recursos florestais e a preservação da biodiversidade. Além disso, o manejo responsável contribui para a mitigação das mudanças climáticas, a conservação do solo e da água, e promove o desenvolvimento socioeconômico das comunidades locais que dependem das florestas.

É uma abordagem essencial para assegurar que as florestas continuem a fornecer benefícios ambientais, sociais e econômicos para as atuais e futuras gerações.

Para o Manoel de Freitas: “Há obrigações em que a sociedade e o poder público farão muito mais se atuarem de forma colaborativa. Juntos se tornam uma força poderosa. A preservação das florestas nativas se encaixa bem neste caso. Leis coerentes e ponderadas de preservação emanadas do poder público, sem extremismos,  baseadas em fundamentos científicos e técnicos, geram confiança na sociedade, que se torna uma grande aliada no objetivo da preservação pretendida”.

+ Florestas + recursos

A restauração de ecossistemas é a solução natural para lidar com questões como segurança hídrica e ajuda a garantir uma qualidade suficiente de água para apoiar comunidades e ecossistemas resilientes.

As florestas e as árvores são parte integrante do ciclo global da água e, portanto, vitais para a segurança hídrica – regulam a quantidade, a qualidade e o momento da água e proporcionam funções de protecção contra (por exemplo) a erosão do solo e costeira, inundações e avalanches.

As bacias hidrográficas florestadas fornecem 75% da nossa água doce, fornecendo água a mais de metade da população mundial. Florestas nativas intactas e florestas plantadas bem geridas podem ser uma abordagem relativamente barata para a gestão da água, ao mesmo tempo que geram múltiplos co-benefícios, segundo o Guia para gestão floresta-água da ONU.

“Ao celebrarmos o Dia Internacional das Florestas e o Dia Internacional da Água, somos recordados da íntima relação entre esses dois temas fundamentais para a sobrevivência e prosperidade de nosso planeta. A relevância dessas datas transcende as fronteiras e os limites geográficos, ecoando a necessidade urgente de ação coletiva para preservar nossos recursos naturais. Em tempos atuais, e em meio aos desafios ambientais crescentes, a interconexão entre as florestas e a água se torna ainda mais evidente. As florestas são as guardiãs naturais dos nossos mananciais, regulando o ciclo da água e mantendo a estabilidade dos ecossistemas. Por sua vez, a água é a essência da vida, indispensável para todas as formas de vida, desde a agricultura até o consumo humano”, destaca Adilson Pepino, consultor Florestal na Florasetec – Serviços Tecnológicos Reflorestal da Amazônia, e Idealizador do Projeto Beija Flor da Amazônia (acesse o link para conhecer o projeto: https://shre.ink/8JRh). 

“Nas nascentes que residem a essência desse precioso recurso, tornando sua preservação uma prioridade incontestável. E para verdadeiramente compreendermos a importância dos recursos hídricos, devemos reconhecer a magnitude de seu impacto em todas as esferas de nossa existência”, explica o consultor.

Mata ciliar restaurada com 16 anos – Projeto Beija Flor da Amazônia. Imagem: Adilson Pepino.
Nascente restaurada com 7 anos – Projeto Beija Flor da Amazônia. Imagem: Adilson Pepino.

À medida que celebramos essas datas simbólicas, convido todos a refletirem sobre nossa responsabilidade coletiva de proteger e preservar nossos recursos naturais para as gerações futuras. Devemos agir com urgência, com determinação e com compaixão, reconhecendo que somos todos guardiões deste planeta e que juntos podemos fazer a diferença”, finaliza Adilson.

Mata ciliar restaurada com 27 anos – Projeto Beija Flor da Amazônia. Imagem: Adilson Pepino.

Você sabia?

Dia Internacional da Água Em 22 de março é celebrado o Dia Mundial da Água. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1992, com o intuito de que toda a comunidade internacional coloque em pauta questões essenciais que protejam os recursos hídricos e promova o uso consciente da água em âmbito global.

  • Tema central de 2024: “Aproveitar a água para a paz”

Dia Internacional das Florestas – O Dia Internacional das Florestas, comemorado no 21 de março, é uma data criada com a finalidade de conscientizar toda a população a respeito da importância das florestas para todo o nosso planeta. A data foi proclamada em 2012, na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU).

  • Tema central de 2024: “Florestas e Inovação: Novas soluções para um mundo melhor”

Dia Nacional da Amazônia – O maior bioma brasileiro, berço da maior biodiversidade dentre as florestas tropicais do mundo, a Amazônia é celebrada em 5 de setembro, data que marca a criação da Província do Amazonas pelo imperador D. Pedro II, em 1850. Comemora-se a data para chamar a atenção para a importância de uma das maiores riquezas da humanidade. A maior floresta tropical do mundo contribui para a regulação do clima. Representando dois terços das florestas naturais do Brasil e cobrindo quase 50% do território brasileiro.

Escrito por: redação Mais Floresta / Imagem destaque: Paulo Cardoso.

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Exclusiva – Próximo passo: Arauco aguarda liberação de Licença de Instalação para início das obras de sua nova fábrica em MS

“Depois de concedida a Licença Prévia (LP), nosso próximo passo foi protocolar o pedido de Licença de Instalação (LI), que esperamos que seja emitido no segundo trimestre deste ano”, informa gerente executivo de Relações Institucionais & ESG

Com a Licença Prévia (LP) concedida em fevereiro pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) ao Projeto Sucuriú, da Arauco, a empresa considera este “um importante passo” para a construção de sua primeira fábrica de celulose branqueada no Brasil. A conquista do documento junto ao CECA marca o início da materialização do projeto, sendo necessária ainda a Licença de Instalação (LI), já solicitada ao Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), e posteriormente uma Licença de Operação (LO).

O megaempreendimento, a ser instalado em Inocência (MS), promete ser um dos maiores do mundo do segmento, com previsão de início a terraplanagem ainda em 2024, e primeira fase de operações em 2028. A empresa possui operações florestais em Mato Grosso do Sul, desde 2009, e já está com sua base florestal em expansão para atender o novo Projeto.

A planta industrial será construída a 50km de Inocência, na margem esquerda do Rio Sucuriú, a 100km do Rio Paraná, próximo à rodovia MS 377 e a 47km da malha ferroviária, canais que garantirão eficiência logística ao escoamento da celulose para exportação e mercado interno.

O megaempreendimento em números

  • Os investimentos para a construção da nova fábrica giram em torno de R$ 28 bilhões;
  • A empresa prevê a contratação de cerca de 12 mil profissionais no pico das obras, e mais de 2.000 empregos quando já estiver em operação na planta industrial e área florestal;
  • Atualmente, no MS a toda a operação florestal da empresa é responsável pela geração de mais de 900 empregos e contratação de aproximadamente 200 fornecedores regionais;
  • Estima-se que a capacidade de produção da nova fábrica seja de 2,5 milhões de toneladas de celulose anualmente;
  • 95% da celulose produzida pela planta industrial em Inocência, será destinada ao mercado asiático (China), principal mercado consumidor no segmento;
  • Para suprimento da nova fábrica de celulose, a Arauco está expandindo suas operações em Mato Grosso do Sul, com objetivo de formar uma base florestal de 285.000 hectares plantados no estado;
  • A geração de energia da fábrica da Arauco será limpa e autossuficiente, feita a partir do reaproveitamento de biomassa. Os 200 MW de energia excedente – suficiente para abastecer uma cidade de mais de 400 mil habitantes – devem ser disponibilizados ao mercado livre de energia.
No estado, a empresa tem o objetivo de formar uma base florestal de 285.000 hectares plantados.

Investimentos na região

Segundo publicação recente nas redes sociais da empresa, antes mesmo de obter esse licenciamento, o Projeto gerou impactos positivos na cidade e região. Somente em 2023 foram arrecadados R$ 68,4 milhões em impostos nos municípios em que a ARAUCO tem atividades no Estado. Além disso, a empresa investiu R$ 507 milhões na região, entre consumo de bens e serviços.

Encontro aberto entre a empresa a comunidade de Inocência.

A operação florestal da empresa no MS também fomenta a economia local por meio da geração de emprego e renda. São mais de 700 profissionais e aproximadamente 200 fornecedores regionais contratados. Números que refletem o seu compromisso em construir um legado positivo no estado, auxiliando no desenvolvimento sustentável da região.

A redação do Mais Floresta (www.maisfloresta.com.br) falou com Theófilo Militão, gerente executivo de Relações Institucionais & ESG da Arauco do Brasil, que comentou sobre alguns principais status do megaempreendimento, e próximos passos a serem seguidos, bem como sobre ampliação de áreas de florestas plantadas e principal destino para a celulose produzida pela planta industrial.

Theófilo Militão, gerente executivo de Relações Institucionais & ESG da Arauco do Brasil.

Quais os principais fatores para a escolha do Brasil, e estado de MS para a instalação da nova fábrica da Arauco?

Fundada em 1979, a Arauco opera globalmente com mais de 18 mil colaboradoras e colaboradores guiados por uma visão e valores comuns. Possui 1,6 milhão de hectares brutos de patrimônio florestal na América do Sul, mais de 4.662 clientes nos cinco continentes e plantas industriais em 11 países.

A Arauco está presente no Brasil desde 2002, nos negócios florestais e painéis de madeira. Atualmente contamos com cinco plantas industriais destinadas à produção de painéis de madeira nos estados do Paraná e no Rio Grande do Sul. No Mato Grosso do Sul, iniciamos nossa atuação em 2009 por meio de nossa operação florestal.

Elegemos o Brasil por acreditar que esse país é um polo importante para a estratégia global da Companhia e, especialmente, o Estado do Mato Grosso do Sul e Inocência, local que escolhemos para continuar projetando nosso desenvolvimento futuro. O Governo do MS possui uma política bem estruturada para o setor, a estratégia para ser o maior produtor e exportador de celulose do país está sendo bem implementada e seguramente será bem-sucedida a longo prazo.  Outro fator importante são as condições favoráveis para cultivo do eucalipto existentes no Brasil, e o desenvolvimento do setor florestal brasileiro. Além disso, temos um importante patrimônio florestal perto da região de Inocência, já que operamos nesta região há 13 anos. A logística também é um ponto favorável na região, com potencial para trazer insumos e escoar a produção, seja por meio da malha rodoviária, ferroviária ou hidrovia.

Com a Licença Prévia (LP) concedida, a empresa já teria oficialmente uma previsão para início das obras da nova fábrica Arauco na cidade de Inocência?

A Licença Prévia atesta a viabilidade ambiental e estabelece diretrizes para as próximas fases do licenciamento. Depois de concedida a Licença Prévia (LP), nosso próximo passo foi protocolar o pedido de Licença de Instalação (LI), que esperamos que seja emitido no segundo trimestre deste ano.

Somente a partir da obtenção da LI é que as obras podem começar. A previsão, a partir da obtenção da LI, é que os serviços de preparo da área (terraplanagem) sejam realizados em 2024, e as obras de construção tenha início em 2025. 

Onde se concentram as operações florestais da Arauco no estado de MS, e quantos são os colaboradores diretos envolvidos atualmente?

Em Mato Grosso do Sul temos atividades florestais sazonais em dez municípios, Água Clara, Inocência, Paranaíba, Três Lagoas, Cassilândia, Paraíso das Águas, Selvíria, Ap. do Taboado, Chapadão do Sul e Ribas do Rio Pardo. Toda a operação florestal é responsável pela geração de mais de 900empregos e contratação de aproximadamente 200 fornecedores regionais.

Especificamente para atender o Projeto, qual a área plantada de eucalipto será necessária para a fábrica?

No Mato Grosso do Sul, estamos expandindo nossas operações com objetivo de formar uma base florestal de 285.000 hectares plantados, para suprimento de nossa fábrica de celulose, prevista para começar a operar em 2028. Essa expansão teve início em 2022, quando tínhamos uma área plantada de aproximadamente 40.000 hectares. 

Partindo da fábrica de Inocência, qual será o principal mercado atendido com a celulose produzida?

No Projeto Sucuriú, 95% do total da produção da planta de Inocência será destinado à exportação, principalmente à China, que é o maior mercado consumidor do produto.

Atualmente, qual tamanho em áreas de florestas plantadas (eucalipto) da empresa, e total de áreas de conservação no Brasil?

A Arauco no mundo possui uma área total de 1.656.323 hectares, sendo 1.053.974 hectares de área produtiva, 491.584 hectares de área de conservação e 110.765 hectares de outros usos (dados do Relatório de Sustentabilidade 2022). Possuem 166 áreas de alto valor de conservação caracterizadas como biológicas, social e cultural valiosos “hotspots” no planeta que abrigam grande biodiversidade, espécies endêmicas e que apresentam riscos de ameaças. No Brasil, são 310.287 hectares de área total, sendo 199.301 hectares de área produtiva, 99.257 hectares de áreas de conservação e 11.729 hectares de outros usos (dados patrimônio florestal fev/2024).

Quantos trabalhadores são previstos na atuação do pico da obra do Projeto? Quantos serão para operar a fábrica (adm/indústria/florestal)?

A estimativa é que no pico das obras sejam contratados 12 mil trabalhadores, beneficiando cerca de 20 mil famílias na região.  Quando for concluída a obra, o projeto empregará um contingente permanente de 2.350 trabalhadores, dos quais 550 na planta industrial, entre diretos e indiretos, e mais 1.800 pessoas para atuar na área florestal.

Qual será a principal fonte de energia elétrica para planta?

A geração de energia da fábrica da Arauco será feita a partir do reaproveitamento de biomassa (cascas, lignina, entre outros insumos) não utilizada no processo da fabricação da celulose. Serão 400 megawatts (MW) de eletricidade no total, dos quais 200 MW serão usados para consumo próprio pela unidade industrial, que será autossuficiente em energia limpa.

Os 200 MW de energia excedente – suficiente para abastecer uma cidade de mais de 400 mil habitantes – devem ser disponibilizados ao mercado livre de energia.

Quais as principais ações da empresa, que contribuíram para ser certificada com o título exclusivo ‘carbono neutro’?

Orientada por sólidas políticas de ESG (Environmental, Social and Corporate Governance), a Arauco é a primeira empresa florestal do mundo a ser certificada (desde 2018) como carbono neutro, utilizando o protocolo desenvolvido pela consultoria Delloite e auditado pela Price Waterhouse.

Em março de 2023, a empresa conquistou ainda a recertificação FSC® (Forest Stewardship Council®), no Paraná, com reconhecimento global no manejo florestal como ambientalmente adequado, socialmente benéfico e economicamente viável. Em Mato Grosso do Sul a recertificação aconteceu em setembro de 2022, abrangendo seis municípios, Água Clara, Aparecida do Taboado, Chapadão do Sul, Inocência, Paranaíba e Três Lagoas com área certificada de 56mil hectares.  A Arauco também atingiu a neutralidade total de carbono, gerando um excedente líquido de 2.599.753 ton CO2e.

Saiba mais sobre o projeto em: https://arauco.com.br/ / https://www.linkedin.com/company/araucobrasil/

Escrito por: redação Mais Floresta.

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