Especialistas alertam para falta de critérios e ausência de supervisão veterinária

Milhões de pessoas ao redor do mundo ficaram indignadas após a divulgação de um trágico episódio ocorrido no estado de Victoria, na Austrália, onde mais de 750 coalas morreram ao serem alvejados a partir de helicópteros. A morte desses animais aconteceu após um raio atingir o Parque Nacional Budj Bim, em março de 2025, provocando um grave incêndio florestal que devastou cerca de 2.000 hectares.

Em um vídeo que circula nas redes sociais, um coala é visto abraçando outro da mesma espécie após ser ferido, imagem que causou grande comoção entre internautas.

Vídeo no link: https://x.com/ULTIMAHORAENX/status/1915430502770659748

A perda dessa fauna silvestre gerou reações de repúdio entre milhões de pessoas e de organizações de defesa animal. Jess Robertson, presidente da organização Koala Alliance, declarou que “não há como saber se um coala está debilitado a partir de um helicóptero”. A entidade divulgou imagens dos helicópteros sobrevoando o parque nacional após a primeira ação de extermínio.

Segundo o jornal The Age, Lisa Palma, diretora do grupo beneficente Wildlife Victoria, afirmou que, embora o método tenha sido anunciado com três semanas de antecedência, ela não concordava com a medida. “Qualquer método de eutanásia deve ser feito da forma mais humana possível, com a supervisão de veterinários especializados em fauna silvestre”, disse.

Por que isso aconteceu?

Após o incêndio causado por um raio em março, as autoridades relataram que muitos coalas estavam “gravemente feridos, desidratados ou à beira da inanição”, já que a principal fonte de alimento da espécie — os eucaliptos maná — foi destruída. Diante da escassez de comida e da seca extrema, o Departamento de Energia, Meio Ambiente e Ação Climática autorizou o abate dos animais.

Segundo James Todd, diretor de biodiversidade da pasta, foram feitos esforços para preservar o máximo possível da vida silvestre, mas as condições tornaram isso inviável. A operação foi conduzida com o uso de helicópteros, a partir dos quais os coalas foram alvejados, provocando duras críticas de defensores dos animais.

A primeira-ministra do estado, Jacinta Allan, apoiou a medida, alegando que a decisão foi tomada com base em “avaliações exaustivas”.

Informações: O Globo.