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Dia do Cacau: o fruto que dá origem às delícias como o chocolate impulsiona a economia e promove o turismo em várias regiões do país

O Ministério do Turismo apresenta alguns roteiros pelo Brasil que se destacam pelo cheiro e pelos sabores produzidos à base do cacau

A produção de cacau no Brasil vai muito além de suas plantações: ela se conecta diretamente ao turismo e à experiência sensorial fornecida pelo principal produto econômico do cacau: o chocolate. O Brasil, hoje, é o sexto maior produtor mundial de cacau, com 265 mil toneladas por ano. Segundo historiadores, o cultivo começou em 1679, introduzido pelos portugueses no estado do Pará, na região Norte do país.

No entanto, foi na Bahia que o cacau encontrou condições propícias de solo para seu amplo crescimento, e o estado tornou-se o maior produtor do país na década de 1890. A produção baiana se manteve na liderança nacional por mais de um século, até que, em 2016, o Pará colocou a posição de liderança com suas 118 milhões de toneladas produzidas, tendo continuado no posto graças à transferência do patrimônio na Região de Integração do Xingu, com destaque para a cidade de Medicilândia.

O município, aliás, é o principal produtor de cacau do Pará, tendo sido premiado em 2024 no “Cocoa of Excellence Awards”, um dos maiores festivais de chocolate do mundo, realizado em Amsterdã, na Holanda. Na ocasião, entre os 50 concorrentes à melhor amêndoa, a produtora Míriam Vieira, de Medicilândia, dividiu a categoria ouro com o produtor Luciano Ramos, de Ilhéus (BA). A categoria prata também foi para Medicilândia, para o produtor Robson Brogni.

Com isso, Medicilândia passou a ser reconhecida como a “Capital Nacional do Cacau” e realiza anualmente o CacauFest. “Ter o Brasil como um dos maiores produtores de cacau do mundo já nos dá um orgulho muito grande, mas esse cultivo vai além e cria núcleos de produção de chocolate que viram roteiros gastronômicos e culturais, fortalecendo o turismo e a economia do Brasil”, afirma o ministro.

Na Amazônia pequenos protagonistas são essenciais na produção de chocolates da região. Só mosquitos, maruins e insetos muito pequenos conseguem acessar a flor do cacau e polinizá-las. Sem o trabalho desses pequenos gigantes não existe cacau e nem tão pouco chocolate. Confira dados sobre o estudo da Embrapa, sobre os insetos polinizadores do cacaueiro na Amazônia: https://www.instagram.com/embrapa/p/DHqdi_Rt5Ef/?img_index=1.

Hoje, a Bahia se mantém como o segundo maior produtor de cacau do Brasil, seguido pelos estados do Espírito Santo, Rondônia, Amazonas, Mato Grosso, Roraima e Minas Gerais. Juntos, esses estados contribuíram para a produção de chocolate no Brasil, totalizando 805 mil toneladas em 2023, um aumento de 6% em comparação a 2022.

O consumo per capita do brasileiro também aumentou, passando de 3,6 kg para 3,9 kg em 2023. O melhor para o Brasil e o turismo é que esse consumo não está às compras nos mercados, mas também se estende a roteiros sensoriais únicos, por todas as regiões do país.

A Agência de Notícias do Turismo separou alguns roteiros que promovem a união de chocolate e turismo em diversas regiões do Brasil. Confira!

Rota do ‘Cacau ao Chocolate’ (PA)

A rota é uma iniciativa turística que promove o cultivo de cacau e a produção de chocolate no Pará. A Ilha do Combu, em Belém, é um dos destinos desta rota, na modalidade de chocolate artesanal combinada com a promoção do turismo, envolvendo parcerias entre os setores público e privado e cadeias de restaurantes. O cacau amazônico, cultivado na região tem características únicas, e resulta em um chocolate com sabor intenso. Além da demonstração, os turistas encontram na Ilha do Combu passeios e banhos no rio Guamá, trilhas ecológicas, visitas às plantações e oficinas que mostram como o cacau amazônico é transformado em chocolate.

Rota do Cacau da Bahia (BA)

A Bahia é, historicamente, um celeiro do cacau brasileiro, concentrando sua produção em cidades como Ilhéus e Itabuna. Conhecida como “terra do cacau”, Ilhéus se destaca não apenas pela produção agrícola, mas também pelo seu potencial turístico. O cenário descrito nas obras de Jorge Amado – que eternizou o cacau em livros como Gabriela, Cravo e Canela – é hoje palco de roteiros que unem história, cultura e gastronomia. Lá, os visitantes podem explorar fazendas centenárias de cacau, participar de trilhas que atravessam plantações e visitar pequenos produtores que seguem técnicas tradicionais de cultivo agroflorestal. O tour inclui degustações de chocolates artesanais e explicações sobre o processo de produção, da colheita das amêndoas à fabricação do chocolate. Além disso, eventos como o Festival Internacional do Chocolate e Cacau, realizado no município, atraem milhares de turistas e movimentam a economia local.

Rota do Cacau Capixaba (ES)

O Espírito Santo tem uma grande tradição de cacau e muitas rotas de chocolate. Em 2024, o estado ganhou mais um desses roteiros. Sancionada pela Lei nº 12.254/2024, a “Rota do Cacau Capixaba” é um convite ao viajante que deseja conhecer e experimentar a história, a cultura, as belas paisagens e ainda provar uns dos melhores chocolates do Brasil. O mais novo roteiro turístico do Espírito Santo passa por muitas propriedades dedicadas ao cultivo do cacau e interliga pontos de produção e beneficiamento nos municípios de Colatina e Linhares, que concentram grande parte da produção do fruto no estado e que produz entre 9 e 10 mil toneladas do fruto por ano. O caminho de tudo isso é um presente para encher os olhos e o paladar dos visitantes.

Chocolate Artesanal de Gramado (RS)

Há muitos anos na cidade de Gramado, além de ser um dos principais destinos turísticos do Brasil em razão das belezas da serra gaúcha, figura entre os roteiros preferidos de quem ama chocolate. Em 2020, o município também recebeu, por um projeto de lei estadual, o título de ‘Capital Nacional do Chocolate Artesanal’, devido à quantidade de produtos da linha artesanal fabricados na cidade. A relação da cidade com o chocolate artesanal começou em 1975, com Jaime Prawer, que acreditava que o clima da região seria ideal para o sabor do chocolate, que na forma artesanal produzida em Gramado é reconhecida por sua qualidade, textura macia e sofisticação. A tradição na fabricação de chocolates é celebrada através de leis, eventos e ações locais que levam, anualmente, mais de seis milhões de turistas para a região, que alia a gastronomia a uma paisagem de encher os olhos.

Chocolate de Campos do Jordão (SP)

Como um bom destino de viagem de inverno no Brasil, a cidade de Campos do Jordão tratou de ter suas próprias fábricas de chocolate artesanal. Afinal, nada melhor que um chocolate quente em frente à lareira num clima de 7 graus. Ainda que não sejam tão famosos quanto aos chocolates de Gramado, as lojas de Campos do Jordão não deixam a desejar nas experiências. Os passeios vão de lojas temáticas a visitas às fábricas de chocolate. Muitas oferecem visitas guiadas – e algumas até de graça, para que os visitantes conheçam a produção dos chocolates, aprendam mais sobre a história desse doce e, claro, mergulhem na demonstração. A cidade oferece, ainda, algumas opções de experiências com chocolate quente para ajudar a esquentar o passeio.

Com informações: Gov/BR.

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Fundo quer levantar R$1 bi até 2030 para empréstimos a pequenos produtores de cacau no Brasil

Quatro organizações brasileiras lançaram nesta quinta-feira, 20, um fundo com o objetivo de arrecadar 1 bilhão de reais até 2030 para empréstimos a pequenos produtores de cacau no país para ajudar na expansão de suas operações.

fundo Kawa, lançado pelo filantrópico Instituto Arapyau, pela plataforma de investimentos Violet, pelo grupo Taboa e pelo investidor de impacto MOV Investments, emprestará inicialmente cerca de 30 milhões de reais a 1.200 pequenos produtores nos Estados da Bahia e do Pará.

Tradicionalmente, esses produtores têm dificuldades de acesso a crédito para suas operações ou ao know-how para melhorar a produtividade, disse Vinicius Ahmar, gerente de bioeconomia do Instituto Arapyau, à Reuters, à margem do encontro da Fundação Mundial do Cacau, em São Paulo, na quarta-feira.

“A maior parte da produção está nas mãos de pequenos produtores e produtores em pequenas propriedades… nas quais eles não têm condições de investir e não têm acesso à assistência técnica”, disse Ahmar.

O lançamento do fundo ocorre em um momento crítico para o setor, uma vez que os principais produtores, Costa do Marfim e Gana, sofreram perdas de safra devido a condições climáticas adversas, doenças, contrabando e redução das plantações em favor da mineração ilegal de ouro, elevando os preços do cacau.

A produção de cacau do Brasil também caiu quase 20% no ano passado e 2025 está se configurando como um “desafio”, disse à Reuters a presidente-executiva da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), Anna Paula Losi.

O fundo Kawa dará aos produtores de cacau três anos para pagar os empréstimos, com um período médio de carência de seis meses, de acordo com um comunicado anunciando o novo fundo. Os empréstimos — normalmente usados para comprar fertilizantes, irrigação e equipamentos — cobrarão juros de 12% ao ano.

No Brasil, 85% dos produtores de cacau estão à margem do sistema financeiro do país e lutam para ter acesso a empréstimos, disse o comunicado, citando o Ministério da Agricultura do país.

Com cerca de 80% da produção de cacau do Brasil é proveniente de pequenos agricultores, um situação que leva à baixa renda e baixa produtividade, disse o comunicado.

Informações: Dinheiro Rural.

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O desaparecimento do cacau

Explore a ascensão histórica nos preços do cacau e suas implicações para o mercado global

Recentemente, os mercados de commodities registraram uma elevação significativa nos preços do cacau. Nas praças de Londres e Nova York, os contratos futuros do cacau alcançaram valores jamais vistos, destacando um cenário de aumento que chegou a quase 10% em uma única sessão.

Qual é o atual cenário dos preços do cacau?

Na última quinta-feira, o contrato de julho do cacau em Londres impressionou o mercado ao fechar em alta, alcançando a marca de £ 9.418 por tonelada métrica, o que representou um acréscimo de 9,7%. Esse aumento veio após o preço atingir uma máxima de £ 9.535 por tonelada durante a sessão.

Em Nova York, a tendência foi similar, com o contrato de julho encerrando a £ 11.035 por tonelada, após alcançar a cifra recorde de £ 11.126, um aumento de 9,6%.

Por que os preços do cacau estão aumentando?

O aumento nos preços tem sido atribuído à combinação de uma demanda robusta e preocupações crescentes com a oferta. Além disso, o processamento de cacau na Europa e na Ásia mostrou-se mais intenso do que o esperado, apesar das previsões de uma queda na produção devido a condições climáticas irregulares e doenças que afetaram as colheitas. Na verdade, os processadores de cacau europeus e asiáticos relataram uma redução menos acentuada do que a esperada nas taxas de moagem, o que deixa o mercado ainda mais tenso em relação ao equilíbrio entre oferta e demanda.

Somente este ano, o preço do cacau já subiu cerca de 150% e, com a grande demanda e a continuação dos impactos climáticos (principalmente do El Niño) e de doenças de lavoura, o cenário exige diminuição da gigantesca demanda ou resultará em uma maior decolagem dos preços.

Como a indústria do café e açúcar está reagindo?

Enquanto o cacau experimenta altas recordes, outros setores não seguem o mesmo caminho. O café robusta, por exemplo, viu uma queda de 3,2%, terminando a $4.062 a tonelada, mesmo após estabelecer novos recordes consecutivos. Isso se deve, em parte, aos produtores do Vietnã reterem seus estoques na esperança de melhores preços no futuro.

O café arábica também apresentou queda de 3,8%, encerrando a $2,311 por libra-peso. Em relação ao açúcar, o mercado tem mostrado uma ligeira recuperação depois de ideias de melhorias no suprimento provenientes da Ásia e do Brasil, com o açúcar bruto de maio fechando em alta de 1,4% a $19,59 por libra-peso e o açúcar branco, em alta de 1,7%, para $568,90 a tonelada.

Quais são as previsões futuras para os preços do cacau?

O mercado global de cacau continua a enfrentar incertezas quanto ao futuro da oferta e da demanda. A comunidade financeira e os comerciantes estarão observando de perto os próximos relatórios de moagem da América do Norte, buscando indícios que podem sugerir reduções adicionais ou sustentação dos níveis de preço atuais. Diante desses fatores, a volatilidade nos preços do cacau pode continuar a ser um tema recorrente nos mercados de commodities.

Assim, para investidores e stakeholders da indústria do cacau, manter-se atualizado com as tendências de mercado e os relatórios de produção será essencial para navegar neste ambiente dinâmico e, muitas vezes, imprevisível.

Informações: O Antagonista.

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