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Novo plano para florestas de Portugal: 6,4 milhões de euros contra incêndios

O Governo Português investe 6,4 milhões até 2050 para proteger a floresta, prevenir incêndios e recuperar áreas ardidas

O Governo anunciou um plano ambicioso que prevê um investimento de 6,4 milhões de euros até 2050 para fortalecer a floresta e minimizar o impacto dos incêndios. A estratégia inclui incentivos à gestão sustentável, reflorestação e recuperação de áreas ardidas. O objetivo é aumentar a produtividade do setor florestal, melhorar a capacidade de resposta aos incêndios e impulsionar a valorização ambiental e económica da floresta portuguesa.

A floresta ocupa cerca de 36% do território nacional e, juntamente com áreas de mato, cobre quase 70% de Portugal. No entanto, a falta de gestão eficaz e o aumento das temperaturas contribuem para a propagação de incêndios devastadores. Para inverter esta tendência, o plano prevê um reforço significativo nos recursos destinados à prevenção e combate ao fogo, bem como incentivos para os proprietários florestais adotarem práticas sustentáveis.

Prevenção de incêndios e gestão sustentável da floresta

Um dos grandes focos do plano é a prevenção de incêndios, com um orçamento de 1,69 milhões de euros. Serão implementadas medidas para mapear zonas críticas, criar faixas de gestão de combustível e aumentar o uso de fogo controlado. A criação de mil novos Condomínios de Aldeia ajudará a proteger as comunidades em zonas de risco, promovendo uma gestão integrada das áreas florestais circundantes.

O reforço das equipas de sapadores florestais e a renovação do seu equipamento são outras das prioridades. Além disso, o Governo pretende rever a legislação para permitir uma intervenção mais rápida em terrenos privados e remover material ardido antes que se torne combustível para novos incêndios.

Incentivos para o desenvolvimento do setor florestal

Com 1,68 milhões de euros alocados à valorização da floresta, o plano inclui incentivos fiscais e apoios financeiros para estimular a produtividade e a rentabilidade do setor. Estão previstas ações como a promoção do uso de madeira na construção, o fortalecimento da fileira da resina e a rastreabilidade da cortiça.

O plano contempla também a plantação de cinco milhões de árvores por ano e a recuperação de 20% da floresta nacional até 2030. Estas ações pretendem não só reforçar a biodiversidade, mas também aumentar a captura de carbono, tornando a floresta um aliado crucial na luta contra as alterações climáticas.

Recuperação de áreas ardidas e proteção de espécies autóctones

A recuperação das áreas ardidas terá um financiamento de mil milhões de euros e será coordenada pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). Estão previstas intervenções para restaurar solos degradados, recuperar infraestruturas afetadas pelos incêndios e melhorar a resiliência das florestas afetadas.

Para proteger espécies autóctones, como sobreiros e azinheiras, será criada nova legislação que aumentará a compensação pela sua preservação. Além disso, o Governo pretende implementar mecanismos de apoio à gestão sustentável destas espécies, assegurando a sua conservação a longo prazo.

Governança e novas regras para a propriedade florestal

Outro ponto crítico abordado no plano é a fragmentação da propriedade florestal, um dos principais entraves à gestão eficaz das florestas. O Governo pretende simplificar os processos de partilhas e sucessões, criar a figura do administrador profissional de heranças e agilizar a aquisição de terrenos sem dono conhecido.

Para garantir a implementação eficaz do plano, será reforçada a equipa do ICNF e reativada a Comissão Interministerial para os Assuntos da Floresta. A Estratégia Nacional para as Florestas também será revista, garantindo uma abordagem mais eficiente e integrada à gestão do setor.

Um compromisso com o futuro da floresta e a prevenção de incêndios

Este plano representa um investimento sem precedentes na floresta portuguesa, com impacto direto na prevenção de incêndios e na valorização económica e ambiental do setor. Com medidas de curto, médio e longo prazo, o objetivo é garantir um território mais resiliente, sustentável e preparado para enfrentar os desafios das alterações climáticas.

A implementação deste plano exigirá um compromisso conjunto entre o Governo, os proprietários florestais e as comunidades locais. Com uma abordagem integrada, a floresta poderá tornar-se um motor de desenvolvimento sustentável, protegendo o património natural e minimizando os impactos dos incêndios em Portugal.

Informações: SuperCasa.

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Portugal tem mais de 13.000 empresas ligadas à floresta

“Em Portugal existem mais de 13.000 empresas ligadas à floresta, grande parte dedicadas à silvicultura e exploração florestal, mas também à extração de cortiça ou ao fabrico de papel e pasta de papel. As exportações deste setor têm crescido, na última década, quase 5% ao ano. Ultrapassaram em 2023 os 6.400 milhões de euros, sendo o papel, cartão e pastas celulósicas responsáveis por quase metade desse montante (47,4%)”, salienta o presidente da AICEP — Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, Ricardo Arroja, no seu editorial da edição 182 da  Revista Portugalglobal, de Janeiro de 2025, dedicada ao tema “A floresta e o papel de Portugal”.

Ricardo Arroja ressalta ainda ser “provável que crescimento económico, indústria ou inovação não sejam os primeiros conceitos a lembrar quando se fala da floresta, porque o contato com a natureza traz vantagens difíceis de quantificar. Os números, no entanto, retratam um setor que cresce, que já representa mais de 5% do PIB nacional e mais de 8% das exportações portuguesas. O setor florestal e bioindústrias associadas tem contribuído para o desenvolvimento da economia nacional e também para uma maior coesão social, ao criar emprego e fixar comunidades em algumas das áreas mais desfavorecidas do país. Ao valor acrescentado junta-se um papel social que só a floresta consegue cumprir”.

A edição de Janeiro de 2025 da Revista Portugalglobal destaca as inovações portuguesas, do papel que processa informação às nanocápsulas para medicamentos, e conta com uma entrevista ao diretor-geral da Biond – Forest Fibers from Portugal, Gonçalo Almeida Simões.

Pode ler a edição 182 da Revista Portugalglobal aqui.

Informações: Agricultura & Mar.

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