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Créditos de carbono sem dono: o impasse da titularidade da terra

*Artigo de Luiz Ugeda.

Não adianta se preocupar com as peças do xadrez se não se conhece as regras do tabuleiro. No mercado de créditos de carbono, avanços tecnológicos permitem medir a captura de CO₂ com alta precisão, mas essa sofisticação de nada vale se não há clareza sobre a titularidade das terras onde as florestas estão localizadas. Sem uma base jurídica sólida, qualquer tentativa de comercialização desses créditos se torna um risco.

O mercado de créditos de carbono tem sido impulsionado por avanços tecnológicos que buscam medir com precisão a captura de CO₂ pelas florestas. Sensores ultrassensíveis, inteligência artificial e modelagem molecular são algumas das técnicas utilizadas para quantificar o estoque de carbono em cada árvore. No entanto, há um problema que nenhuma dessas inovações consegue resolver: a indefinição sobre a titularidade da terra onde essas árvores estão plantadas.

O direito de vender créditos de carbono não se resume à comprovação da captura de CO₂. É imprescindível que haja clareza sobre quem detém a propriedade da área florestal, já que, sem essa definição, não há segurança jurídica para as transações. Empresas e fundos interessados em adquirir esses ativos ambientais enfrentam riscos elevados quando a posse do território é incerta ou contestada.

A questão fundiária é particularmente complexa em países onde a governança da terra apresenta fragilidades. Em muitas regiões da Amazônia, por exemplo, há sobreposição de títulos, registros imprecisos e ocupações informais. Isso significa que, mesmo que uma floresta seja rigorosamente monitorada em termos de captura de carbono, o crédito correspondente pode estar vinculado a uma propriedade cuja titularidade não é incontroversa.

Além da insegurança jurídica, a ausência de definição clara sobre a propriedade da terra pode gerar conflitos socioambientais. Comunidades indígenas e populações tradicionais frequentemente reivindicam direitos sobre territórios utilizados para a venda de créditos de carbono por empresas privadas. Sem um marco regulatório sólido, esses conflitos podem se agravar, colocando em risco a viabilidade de projetos de conservação.

Organismos internacionais e investidores exigem garantias antes de ingressar no mercado de carbono. Um dos critérios fundamentais para a certificação de projetos de carbono florestal é a comprovação de que a terra tem um titular legítimo e que este possui o direito de explorar economicamente o sequestro de carbono. A falta dessa comprovação inviabiliza negócios e afugenta potenciais compradores.

O problema não se restringe a países em desenvolvimento. Nos Estados Unidos, por exemplo, disputas sobre direitos de uso da terra e sobre propriedade de árvores plantadas em áreas privadas têm gerado litígios envolvendo créditos de carbono. Em alguns casos, há divergências sobre se o proprietário da terra é o único detentor dos direitos sobre o carbono sequestrado pelas árvores ou se arrendatários e concessionários podem reivindicar participação.

Para que o mercado de carbono avance, é necessário investir tanto na regularização fundiária quanto na criação de mecanismos claros de reconhecimento da titularidade dos créditos. Empresas brasileiras, como a Infotech JusMapp, têm se dedicado exclusivamente a lidar com esse caos fundiário, desenvolvendo soluções tecnológicas para garantir segurança jurídica ao mercado de carbono. Sem essa base jurídica, qualquer medição científica de CO₂ armazenado se torna irrelevante para fins comerciais.

A digitalização dos registros de terras e a interoperabilidade entre diferentes bases de dados podem contribuir para reduzir a incerteza. No entanto, esses esforços devem ser acompanhados por reformas legais que garantam que os títulos emitidos tenham validade incontestável. A ausência de políticas eficazes nessa área pode fazer com que mercados emergentes de carbono fracassem antes mesmo de se consolidarem.

O paradoxo atual é que há tecnologia para medir a captura de carbono no nível molecular, mas questões básicas sobre quem tem direito a vender os créditos correspondentes seguem sem solução. Isso cria um ambiente de negócios arriscado e reduz a credibilidade do próprio mercado de carbono como instrumento de mitigação climática.

A ausência de clareza fundiária também abre brechas para fraudes e especulação. Há casos de áreas desmatadas que, anos depois, são reflorestadas artificialmente e utilizadas para gerar créditos de carbono sem que haja comprovação de que os novos plantios representam um adicional real na captura de CO₂. Sem uma governança transparente, o mercado se torna vulnerável a abusos.

Governos, reguladores e investidores precisam compreender que o sucesso dos mercados de carbono não depende apenas de avanços tecnológicos, mas também da capacidade de garantir que as transações tenham segurança jurídica. A regulamentação clara da propriedade da terra é um requisito tão relevante quanto a precisão na medição da captura de carbono.

Enquanto essa questão permanecer sem solução, iniciativas sofisticadas de monitoramento de carbono continuarão fracassando na prática. Nenhum modelo científico ou sensor de última geração pode compensar a falta de regras claras sobre a titularidade da terra. Sem essa base jurídica, o mercado de carbono seguirá sendo uma promessa frustrada, incapaz de cumprir seu papel na transição para uma economia de baixo carbono.


*Luiz Ugeda é Advogado e Geógrafo. Pós-doutor em Direito (Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG) e doutor em Geografia (Universidade de Brasília, UnB). Doutorando em Direito (Universidade de Coimbra, FDUC). Ocupou funções de gestão em diversas empresas, associações e órgãos públicos do setor elétrico, do aeroportuário e de concessões de rodovias. É fundador de startups de dados para setores regulados. Autor da obra “Direito Administrativo Geográfico”.

Origem da publicação: https://geocracia.com/creditos-de-carbono-sem-dono-o-impasse-da-titularidade-da-terra/

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Cultivo da erva-mate como gerador de créditos de carbono

Um projeto com financiamento internacional quer fazer parceria com produtores e o setor público para investir no cultivo da erva-mate, a fim de expandir a geração de créditos de carbono. Elaborada pela Fundação Solidaridad e a Livelihoods Funds, a proposta foi apresentada durante a reunião da Câmara Setorial da Erva-mate, realizada de forma híbrida pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) na última sexta-feira (13/12).

“Em nossa viagem para a China vimos que o mundo não tem como fugir da questão do crédito de carbono. A cadeia da erva-mate é a primeira em que começamos a trabalhar essas tecnologias, e a escolha é pela simbologia da erva-mate para os gaúchos, faz parte da nossa rotina”, destacou o secretário Clair Kuhn.

Atualmente, a Fundação Solidaridad conta com dois polos ervateiros gaúchos com unidades de estudo da Carbon Matte, ferramenta desenvolvida pela entidade e pela Embrapa Florestas com o objetivo de medir os estoques de carbono e as emissões de gases do efeito estufa nesta cultura.

“Queremos um diagnóstico para, em 2025, elencar o potencial da região em relação aos hectares que serão trabalhados em uma transformação em relação ao uso do solo. A meta é trazermos mais 10 mil hectares de cultivo de erva-mate, contribuindo para o fortalecimento da cadeia. Para isso, precisamos trabalhar de forma articulada com o setor produtivo e o governo, por meio desta Câmara Setorial”, explicou o coordenador do programa da erva-mate da Fundação Solidaridad, Gabriel Dedini.

A ideia é investir em novas áreas de cultivo de erva-mate, ou na recuperação de áreas degradadas, em três polos prioritários no Rio Grande do Sul: Alto Uruguai, Missões Celeiro e Nordeste Gaúcho. Os recursos virão do Livelihoods Funds, uma iniciativa de grandes empresas, sediada na França, com o objetivo de promover a agricultura de baixo carbono.

“As áreas financiadas pela Livelihoods têm contratos de 20 anos. A contrapartida do produtor é cuidar dos ervais, com apoio da Solidaridad e outros parceiros, e devolver o investimento, feito de forma antecipada, com crédito de carbono gerado nessas propriedades. Esses créditos serão calculados a partir do monitoramento do sequestro de carbono nas áreas plantadas”, detalhou Nicolas Fabre, agroecologista do fundo.

Outra pauta da reunião, o decreto que institui o Plano Estadual para Qualificação e Desenvolvimento Estratégico da Cadeia Produtiva do Mate Gaúcho (Planimate-RS) teve sua minuta revisada apresentada aos integrantes da Câmara Setorial, que aprovaram a redação final. O texto será apresentado oportunamente ao secretário da Agricultura, passará pela avaliação da assessoria jurídica da Seapi, até ser encaminhado à Casa Civil.

Participaram representantes das seguintes entidades: Associação dos Amigos da Erva-mate (AAErvamate), Associação dos Produtores de Erva-mate de Machadinho (Apromate), Associação dos Produores de Erva-mate do Alto Uruguai (Aspemate), Instituto Brasileiro da Erva-mate (Ibramate), Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Secretaria da Fazenda (Sefaz) e Sindicato da Indústria do Mate no RS (Sindimate-RS).

Informações: Sou Agro.

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Créditos de carbono: oportunidades e desafios para o Brasil liderar a economia de baixo carbono

Pedro Plastino, CBO da Future Carbon Group, destaca o Brasil como um dos maiores fornecedores globais de créditos de carbono, ressaltando o papel crucial do agronegócio e da conservação florestal no combate ao aquecimento global e no desenvolvimento socioeconômico do país

O mercado de créditos de carbono tem ganhado destaque mundial como uma ferramenta essencial para mitigar os efeitos do aquecimento global, ao incentivar práticas de baixo carbono em diversas indústrias, incluindo o agronegócio. Pedro Plastino, CBO da Future Carbon, uma das empresas líderes no desenvolvimento e comercialização de créditos de carbono no Brasil, destacou a importância desse mercado e o papel do Brasil como um potencial gigante nesse setor.

Segundo Plastino, o mercado de carbono foi inicialmente estruturado no Protocolo de Kyoto, evoluindo significativamente após o Acordo de Paris em 2016. Este mercado global já movimenta bilhões de dólares, com previsões de crescimento exponencial nas próximas décadas, alcançando cerca de 70 bilhões de dólares até 2050. No entanto, apesar de o Brasil ser um dos maiores fornecedores de créditos de carbono, o país ainda está longe de atingir seu pleno potencial, especialmente no que diz respeito à proteção florestal e à adoção de tecnologias de baixo carbono no agronegócio.

“Embora o Brasil seja considerado a ‘Arábia Saudita dos créditos de carbono’, ainda estamos engatinhando em termos de regulamentação e integridade dos projetos”, afirma Plastino. Ele aponta que a profissionalização do mercado é crucial para que o Brasil se consolide como um líder global. Isso inclui a evolução de projetos de baixa fiscalização e integridade para uma abordagem mais robusta e transparente, com múltiplos stakeholders envolvidos na monitoração e na execução de projetos.

Plastino destacou ainda a importância dos créditos de carbono para a sustentabilidade do agronegócio. Tecnologias como biodigestores e práticas de integração lavoura-pecuária-floresta são exemplos de como o setor pode não apenas reduzir suas emissões de gases de efeito estufa, mas também gerar novas fontes de receita para os produtores rurais. “O crédito de carbono é uma ferramenta financeira que incentiva práticas que evitam emissões ou capturam carbono da atmosfera, essencial para combater o aquecimento global”, explica.

A Future Carbon Group tem se destacado por sua atuação tanto na globalização quanto na interiorização dos projetos de carbono. Com sedes em Manaus e Cuiabá, a empresa busca levar os melhores projetos aos rincões do Brasil, ao mesmo tempo em que conecta esses projetos ao mercado internacional. A empresa já possui mais de 60 projetos em diversas escalas, incluindo conservação florestal, pecuária de baixo carbono e energia renovável, e recentemente abriu uma sede em Londres para facilitar a venda de créditos de carbono para grandes empresas globais.

Entretanto, Plastino alerta que, para que o Brasil atinja seu potencial pleno, é necessária uma regulamentação clara e rigorosa, bem como uma maior integridade nos projetos. A recente operação da Polícia Federal contra a grilagem de terras no Brasil, batizada de “Greenwashing”, foi citada como um exemplo de como o país está começando a separar o joio do trigo no mercado de carbono, garantindo que apenas projetos sérios e com impacto socioambiental positivo sejam validados.

O impacto social dos projetos de carbono também foi um ponto de destaque. Segundo Plastino, uma parte significativa da receita gerada pelos créditos de carbono é destinada às comunidades locais, contribuindo para melhorar a educação, a saúde e a infraestrutura básica em regiões vulneráveis. “Acreditamos que o Brasil pode usar seus ativos ambientais para resolver passivos sociais, trazendo capital internacional para melhorar a qualidade de vida das populações carentes”, conclui.

Com um mercado em crescimento e um potencial gigantesco, o Brasil tem a oportunidade de se tornar uma potência mundial em créditos de carbono, transformando o agronegócio e a conservação ambiental em motores de desenvolvimento sustentável. Contudo, como destacou Plastino, ainda há muito trabalho a ser feito para que o país alcance essa posição de liderança.

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Curso prepara profissionais para atuar no mercado de créditos de carbono

Iniciativa educacional pioneira no Brasil preenche lacuna pela formação de profissionais capacitados em descarbonização

Estão abertas as inscrições para o primeiro curso sobre economia regenerativa da Universidade do Carbono, instituição educacional recém lançada com foco em capacitar profissionais para o mercado de ativos ambientais. Realizada a partir da parceria entre o Instituto Pecege e a climate tech brCarbon, a iniciativa pioneira no Brasil pretende preparar estudantes para trabalhar no setor de créditos de carbono. “Além de preencher uma lacuna pela formação de profissionais capacitados em descarbonização, a intenção é colaborar com o desenvolvimento do segmento, oportunizando o aprendizado aprofundado para elaboração de projetos e outros trabalhos específicos na área”, destaca Danilo Roberti de Almeida, diretor de pesquisa e desenvolvimento da brCarbon e da Universidade do Carbono.  

A criação da Universidade do Carbono e do curso específico sobre o tema, acompanha a crescente demanda global de créditos de carbono, impulsionada pela sua relevância na agenda ESG, que em 2021 registrou a movimentação do montante de 1 Bilhão de dólares. Segundo estimativas da consultoria McKinsey, este mercado deve saltar para 50 bilhões em 2030. “A falta de profissionais para atuar no mercado já é uma realidade e faz com que as empresas do setor busquem recém-formados nas pós-graduações para acabar de prepará-los em seus próprios quadros”, comenta Almeida.  

Composto por um corpo docente de especialistas na área, o curso ‘Soluções Baseadas na Natureza: Mercado e Projetos de Carbono’ aborda de maneira aprofundada, entre outros temas, as mudanças climáticas, o planejamento financeiro de projetos, a regulamentação do mercado e as mais avançadas técnicas de monitoramento e mensuração florestal. “Com a contribuição de cerca de 40 ministrantes, o curso abrange todos os aspectos que envolvem o setor e é uma excelente oportunidade de investimento na carreira profissional com informações que não se encontram apenas na universidade”, explica Almeida.  

Em formato online, o curso inaugural, que começa no dia 3 de agosto, é uma iniciativa pioneira destinada a profissionais, estudantes e organizações comprometidas com o aprendizado e inovação ambiental. “Serve não apenas aos novatos na área, mas também aos profissionais que já atuam no mercado e buscam aprofundar e atualizar seus conhecimentos”, ressalta.  As aulas, que contam com tradução simultânea português-inglês, ocorrem ao vivo aos sábados, das 8h às 12h, com duração de 18 meses. Elas também ficam gravadas e disponíveis para revisão a qualquer momento durante o curso.  

As inscrições estão disponíveis no site da Pecege: Inscrições Aqui. Para mais informações, basta entrar em contato pelo e-mail: universidadedocarbono@pecege.com ou pelo telefone: (19) 2660-3337. 

Sobre a brCarbon

brCarbon (BRC) é uma empresa que promove soluções baseadas na natureza com recursos financeiros do mercado de carbono para mitigar os efeitos das mudanças climáticas globais. Atua com estratégias e tecnologias inovadoras para viabilizar ações de conservação florestal, restauração ecológica e agropecuária e extrativismo sustentável, além de desenvolvimento sustentável das comunidades locais. Fundada em novembro de 2020 e com sede em Piracicaba (SP), conta com uma diretoria técnica com 15 anos de experiência no mercado voluntário de carbono.  

Sobre a Pecege

Com mais de 20 anos de atuação, o Instituto Pecege é uma associação que engloba iniciativas educacionais para disseminar o conhecimento e a inovação em diversos campos do aprendizado. Com origem como grupo de extensão da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) vinculada à Universidade de São Paulo (USP), a instituição é formada por mais de 1200 profissionais associados e especializados nas áreas de educação, comunicação, tecnologia, negócios, economia e gestão. É também referência na formação, produção e transmissão de cursos de conteúdos educacionais no formato on-line. 

Imagem: divulgação.

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Mogno africano e créditos de carbono: Uma combinação lucrativa e ecológica

A combinação do cultivo do mogno africano com a obtenção de créditos de carbono representa uma promissora aliança entre lucratividade e responsabilidade ambiental. Este modelo inovador não apenas oferece oportunidades econômicas sustentáveis por meio da produção de madeira valiosa, mas também desempenha um papel fundamental na redução das emissões de carbono, contribuindo assim para o esforço global de combate às mudanças climáticas. 

Neste contexto, a busca pela lucratividade está intrinsecamente ligada à preservação ambiental, revelando uma combinação única que promete benefícios duradouros tanto para os investidores quanto para o planeta.

Mogno Africano: Um Sequestrador de Carbono Natural

O mogno africano (Khaya spp.) emerge como uma figura proeminente no cenário ambiental devido à sua notável capacidade de sequestro de carbono. Originário das florestas tropicais da África, essa árvore desempenha um papel crucial na mitigação das mudanças climáticas, ao absorver e armazenar grandes quantidades de carbono atmosférico.

O sequestro de carbono é um processo vital para equilibrar as concentrações de dióxido de carbono na atmosfera, um dos principais contribuintes para o aquecimento global. O mogno africano, com sua taxa de crescimento impressionante, se destaca como um eficiente sumidouro de carbono. À medida que a árvore cresce, ela retira o carbono da atmosfera durante a fotossíntese, transformando-o em biomassa que é armazenada em seu tronco, galhos e folhas.

Além de seu papel ambiental significativo, o mogno africano também possui aplicações práticas na indústria madeireira. Sua madeira, altamente valorizada, é conhecida por sua durabilidade, resistência e aparência estética. Isso cria uma sinergia única entre os benefícios ambientais e econômicos associados ao cultivo sustentável do mogno africano.

É crucial destacar a importância da gestão responsável e sustentável das plantações de mogno africano. Práticas de manejo florestal que promovem a diversidade biológica, protegem ecossistemas nativos e respeitam os direitos das comunidades locais são essenciais para garantir que os benefícios ambientais perdurem a longo prazo.

No entanto, vale ressaltar que o cultivo do mogno africano como sequestrador de carbono e recurso madeireiro não está isento de desafios. Questões relacionadas ao desmatamento, manejo inadequado e práticas não sustentáveis podem comprometer os benefícios ambientais desejados.

Em resumo, o mogno africano destaca-se como um sequestrador natural de carbono, oferecendo uma solução valiosa para combater as mudanças climáticas. Sua habilidade única de conciliar a função ambiental com vantagens econômicas destaca o potencial desse recurso vegetal como uma ferramenta promissora na busca por práticas mais sustentáveis e na construção de um futuro mais equilibrado em termos ambientais.

Crédito de Carbono: Incentivando a Sustentabilidade

O crédito de carbono surge como uma ferramenta inovadora no esforço global para promover práticas sustentáveis e mitigar os impactos das mudanças climáticas. Essa abordagem financeira incentiva a redução das emissões de gases de efeito estufa, contribuindo para a construção de uma economia mais verde e responsável ambientalmente.

No centro do sistema de crédito de carbono está o conceito de “cap-and-trade” (limitar e negociar). Governos estabelecem limites para as emissões permitidas em setores industriais, incentivando as empresas a reduzirem suas pegadas de carbono. Empresas que conseguem superar essas metas podem receber créditos de carbono, enquanto aquelas que excedem seus limites podem comprar esses créditos para compensar suas emissões excessivas.

Essa prática cria um mercado de créditos de carbono, estimulando a inovação e o investimento em tecnologias mais limpas. Setores que adotam medidas sustentáveis não apenas contribuem para a redução global de emissões, mas também têm a oportunidade de gerar receitas através da venda de créditos excedentes.

Os projetos que qualificam para a obtenção de créditos de carbono variam amplamente. Desde iniciativas de reflorestamento e energia renovável até práticas agrícolas sustentáveis, o escopo é diversificado. Além disso, os créditos de carbono podem ser gerados em projetos em países em desenvolvimento, promovendo uma distribuição mais equitativa dos benefícios e incentivando a cooperação internacional na luta contra as mudanças climáticas.

Contudo, é importante considerar os desafios associados ao sistema de crédito de carbono. Questões como a mensuração precisa das reduções de emissões, a garantia da integridade ambiental dos projetos e a equidade na distribuição dos benefícios são temas críticos que requerem atenção contínua.

Em última análise, o crédito de carbono representa uma abordagem inovadora para alinhar os interesses econômicos com a sustentabilidade ambiental. Ao integrar incentivos financeiros com a redução efetiva de emissões, esse sistema desempenha um papel crucial na transição para uma economia mais verde, refletindo o compromisso global em enfrentar os desafios do aquecimento global e promover um futuro sustentável.

Mogno Africano e Créditos de Carbono: Uma Combinação Vantajosa

A combinação entre o cultivo do mogno africano e a obtenção de créditos de carbono representa uma abordagem vantajosa e inovadora na busca por práticas agrícolas sustentáveis. O mogno africano, conhecido por seu rápido crescimento e valor madeireiro, destaca-se como uma árvore que não apenas oferece benefícios econômicos, mas também desempenha um papel crucial como sequestrador de carbono.

O mogno africano, ao crescer de maneira vigorosa, absorve consideráveis quantidades de dióxido de carbono da atmosfera durante o processo de fotossíntese. Essa característica faz com que as plantações de mogno africanas possam qualificar-se para a geração de créditos de carbono. Ao se tornar um sumidouro natural de carbono, essas plantações contribuem para a mitigação das mudanças climáticas, oferecendo uma solução eficaz para equilibrar as emissões de carbono.

Ao integrar o cultivo sustentável do mogno africano com a participação em programas de créditos de carbono, os agricultores podem colher benefícios tanto ambientais quanto financeiros. Além de fornecer madeira valiosa, as plantações de mogno africano podem gerar créditos de carbono que podem ser vendidos no mercado, proporcionando uma fonte adicional de receita. Esse modelo cria um incentivo financeiro para que os agricultores adotem práticas sustentáveis, ao mesmo tempo em que contribuem para a preservação do meio ambiente.

No entanto, é crucial abordar questões relacionadas à gestão responsável das plantações e à garantia da integridade ambiental. Práticas de manejo florestal sustentável e a proteção de ecossistemas nativos são essenciais para maximizar os benefícios ambientais e assegurar que o cultivo do mogno africano contribua efetivamente para a redução das emissões de carbono.

Desafios e Oportunidades

cultivo do mogno africano em associação com a obtenção de créditos de carbono apresenta uma gama de desafios e oportunidades que moldam a sustentabilidade e eficácia desse modelo.

Desafios:

Veja:

1. Desmatamento e Manejo inadequado

Desafios surgem quando práticas de cultivo inadequadas levam ao desmatamento, anulando os benefícios ambientais. Manejo florestal não sustentável pode comprometer ecossistemas nativos.

2. Integridade Ambiental

Assegurar a integridade ambiental dos projetos é crítico. Certas práticas, se não monitoradas, podem resultar em emissões não contabilizadas e impactos adversos nos ecossistemas.

3. Equidade e Benefícios Locais

A distribuição equitativa dos benefícios entre comunidades locais e investidores é um desafio. Garantir que os habitantes locais se beneficiem de maneira justa é crucial para a sustentabilidade social do projeto.

4. Regulação e Normas

Desafios podem surgir na falta de regulamentação rigorosa. Normas inadequadas podem permitir práticas não sustentáveis e comprometer a credibilidade dos créditos de carbono gerados.

Oportunidades:

Veja:

1. Mitigação das Mudanças Climáticas

O cultivo do mogno africano e a obtenção de créditos de carbono contribuem diretamente para a mitigação das mudanças climáticas, uma oportunidade valiosa em um contexto de preocupações ambientais globais.

2. Geração de Receitas Sustentáveis

A produção de madeira de qualidade e a venda de créditos de carbono oferecem oportunidades significativas para os agricultores gerarem receitas sustentáveis, incentivando práticas agrícolas responsáveis.

3. Incentivo à Sustentabilidade

A participação em programas de créditos de carbono cria um incentivo financeiro para a implementação de práticas sustentáveis. Isso pode impulsionar a adoção generalizada dessas práticas na indústria madeireira.

4. Cooperação Internacional

Projetos que geram créditos de carbono muitas vezes ocorrem em países em desenvolvimento. Isso estimula a cooperação internacional, onde investidores de países desenvolvidos podem contribuir para iniciativas sustentáveis em nações em crescimento.

Enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades associadas ao cultivo do mogno africano e aos créditos de carbono requer uma abordagem integrada que considere não apenas os aspectos ambientais, mas também os sociais e econômicos. E a busca por práticas sustentáveis e a conformidade com regulamentações adequadas são fundamentais para garantir que esse modelo beneficie o meio ambiente e as comunidades locais a longo prazo.

Informações: Fala Universidades.

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