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Produção florestal do país cresce 16,7% e chega a R$ 44,3 bi em 2024

Celulose é o principal produto exportado

As florestas brasileiras, sejam naturais ou plantadas, geraram produção econômica de R$ 44,3 bilhões em 2024. Esse valor representa crescimento de 16,7% em relação ao ano anterior. Já em comparação com 2019, a produção mais que duplicou, chegando a 140% de aumento.

Os dados fazem parte da pesquisa Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura, divulgada recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O aumento do valor de produção pode ser explicado pela a associação de mais extração e preços de venda mais altos.

O levantamento mostra que a silvicultura responde por 84,1% (R$ 37,2 bilhões) da produção econômica florestas, enquanto os demais 15,9% (R$ 7 bilhões) são atribuídos ao extrativismo vegetal. Desde 1998, a produção silvícola supera a extrativa.

Silvicultura é a produção retirada de áreas plantadas, enquanto o extrativismo se refere a áreas naturais, como matas e florestas. O gerente de Agricultura do IBGE, Carlos Alfredo Barreto Guedes, ressalta que nem toda forma de extração vegetal é ilegal.

“Muito do extrativismo são extrações autorizadas”, diz.

Distribuição regional

A pesquisa aponta que 4.921 dos 5.570 municípios brasileiros registraram produção florestal. Em termos regionais, o Sul e o Sudeste concentram 65,7% da produção florestal.

  • Sudeste: 34,7%
  • Sul: 31%
  • Centro-Oeste: 13,5%
  • Norte: 11,1%
  • Nordeste: 9,7%

Com uma produção de R$ 8,5 bilhões em 2024, Minas Gerais responde por 22,8% do total produzido pelo país e ocupa o topo do ranking entre as unidades da federação, seguida pelo Paraná, com R$ 6,3 bilhões (17% do total nacional).

Entre os municípios, a lista é liderada pela cidade paranaense General Carneiro, com R$ 674,4 milhões. O ranking segue com Três Lagoas (MS), João Pinheiro (MG), Brasilândia (MS) e Buritizeiro (MG). Todos alcançam a posição de destaque por causa da produção proveniente de áreas plantadas.

Atividade madeireira

A produção econômica da silvicultura é quase que toda (98,3%) de atividade madeireira. Dentro desse grupo, a produção de papel e celulose tem a maior participação:

  • Madeira em tora para papel e celulose (40,1%)
  • Madeira em tora para outras finalidades: (24,5%)
  • Carvão vegetal: (21,4%)
  • Lenha: (12,2%)
  • Outros: (1,7%)

A produção de madeira em tora para papel e celulose foi recorde em 2024, chegando a 122,1 milhões de metros cúbicos (m³). São números que ajudam o Brasil ser campeão mundial em exportação de celulose ─ principal matéria-prima da indústria de papel. Desde 2022, o país superou o Canadá.

Em 2024, o Brasil vendeu para o exterior 19,7 milhões de toneladas, gerando US$ 10,6 bilhões. Os principais destinos foram China (43,7%), Estados Unidos (15,8%), Itália (8,8%) e Países Baixos (8,3%).

De acordo com o IBGE, a posição de destaque do Brasil na produção de celulose foi alcançada “devido às condições climáticas e de solo favoráveis para o crescimento rápido de florestas, aliadas a investimentos em práticas sustentáveis, que o tornam altamente competitivo no mercado internacional”.

Celulose é um dos 700 produtos que ficaram de fora da lista do tarifaço imposto pelos Estados Unidos em agosto de 2025, que impõe taxa de até 50% em cima de parte das exportações brasileiras.

Área plantada

A área de floresta plantada para silvicultora no Brasil chega a 9,9 milhões de hectares (ha), em 3.552 municípios. Para ter dimensão, é praticamente o tamanho do estado de Pernambuco. Dessa área, 77,6% são dedicados ao cultivo do eucalipto, à frente de pinus (18,6%) e outras espécies (3,8%).

O eucalipto é a madeira utilizada em praticamente toda obtenção de carvão vegetal (98,4%), 86,9% da lenha e 87,4% para papel e celulose.

O analista Carlos Alfredo Guedes aponta que essa preferência se explica por características da espécie, incluindo o tempo necessário para cultivo.

“O eucalipto tem muita diversidade de uso e um crescimento muito rápido, em torno de sete a oito anos. Se adaptou muito bem aqui em solo brasileiro, se adaptou muito bem ao clima”, diz Guedes, comparando com o pinus, que leva de dez a 12 anos para ser colhido.

Minas Gerais é o estado com maior área de eucalipto plantado, com 2,1 milhões de ha, ou seja, é como se houvesse um Sergipe de eucalipto dentro de Minas.

Já o município com maior floresta plantada da espécie é Ribas do Rio Pardo, no Mato Grosso do Sul. São 380,7 mil ha, quase duas vezes a área da cidade de São Paulo.

Extrativismo vegetal

No extrativismo vegetal, a atividade madeireira também é a predominante, com 65,6% dos R$ 7 bilhões gerados. Em seguida, o outro grupo de destaque é formado pelos produtos alimentícios, que respondem 28,6% do valor gerado (R$ 2,0 bilhões).

Dentro desse grupo, metade é representado pelo açaí (50,9%). Em seguida figuram erva-mate (26%) e castanha-do-pará (9,7%).

“O açaí amazônico é coletado de uma palmeira nativa regional, concentrando 92,9% de sua extração na região Norte. Em 2024, essa produção foi de 247,5 mil toneladas”, frisa o IBGE.

O Pará registrou a maior produção de açaí, com 168,5 mil toneladas (68,1% do total nacional). Dos dez municípios com maiores volumes, oito são paraenses.

Limoeiro do Ajuru, no nordeste do estado, ostenta o título de maior produtor brasileiro, com 20,2% de tudo o que foi extraído de açaí no país em 2024.

Já a extração de erva-mate é concentrada na região Sul e alcançou produção de 377,4 mil toneladas em 2024. O Paraná é o campeão nacional, com 85,8% da produção brasileira. O município com maior volume extraído foi o paranaense São Mateus do Sul, representando 17,2% do extraído no país.

Informações: Agência Brasil.

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Bracell reúne especialistas e autoridades para discutir a importância do Brasil na agenda climática global

Evento contou com a participação de importantes nomes que atuam em prol do meio ambiente e da natureza, como Marco Lambertini, coordenador global da Nature Positive Initiative; e a CEO da COP30, Ana Toni

São Paulo, 22 de outubro de 2025 – A Bracell, uma das líderes globais na produção de celulose solúvel, realizou nesta última terça-feira, 21, o Seminário Bracell 2030 – O Brasil na vanguarda do clima: da bioindústria à economia regenerativa. Às vésperas do principal evento que discute o combate às mudanças climáticas globais, COP30, a companhia promoveu um debate sobre como o Brasil pode liderar a agenda climática mundial, impulsionado pela inovação da bioindústria e por uma nova economia. Durante a programação, a companhia também prestou conta e apresentou os dados atualizados de sua agenda estratégica de sustentabilidade para 2030, que reúne metas e compromissos para ampliar os impactos positivos de sua operação na cadeia de valor. O portal Mais Floresta (www.maisfloresta.com.br), acompanhou a programação.

“Acreditamos verdadeiramente que o Brasil tem potencial para liderar a agenda climática global, buscando novas soluções baseadas em regeneração, circularidade e inovação. Na Bracell, nossas operações no Brasil são guiadas pela filosofia dos 5C’s: tudo o que fazemos deve ser bom para a Comunidade, para o País, para o Clima – uma das razões pelas quais estamos aqui hoje – e para o Cliente. Só assim será bom também para a Companhia. E temos orgulho em dizer que nossas operações no Brasil são positivas para o clima, absorvendo mais carbono do que emitimos”, declarou o presidente da Bracell, Praveen Singhavi em seu discurso inicial.

O coordenador global da Nature Positive Initiative e ex-diretor geral da WWF International, Marco Lambertini, defende o caminho da recuperação da natureza: “Ela deve estar no centro das decisões econômicas, empresariais e de políticas públicas. Deter e reverter a perda de biodiversidade até 2030 é uma meta equivalente, em importância, à de alcançar a neutralidade de carbono para o clima”.

Mediado pela jornalista Leila Sterenberg, o evento também contou com um painel sobre economia verde, que teve os painelistas: Ana Toni, CEO da COP30; Joaquim Levy, diretor de Estratégia Econômica e Relacionamento com o Mercado do Safra; Paulo Hartung, presidente executivo da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá); e Antônio Joaquim, conselheiro de empresas.

Ana Toni, CEO da COP30, destacou que a conferência sediada pelo Brasil representa um ponto de virada na integração entre economia e clima. “A COP30 é mais do que um evento: é um processo coletivo de transformação. Estamos dando visibilidade a novos modelos de negócios baseados em restauração, bioeconomia e agricultura regenerativa, soluções que já existem no Brasil e que precisam ser escaladas. É esse movimento, somado à mobilização do setor privado e de governos subnacionais, que vai acelerar a implementação da agenda climática”.

O segundo painel “Como os setores público e privado podem impulsionar a transição verde”, teve a participação de Natália Resende, secretaria de Meio Ambiente Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo; Jaime Verruck, secretário de Meio Ambiente, Tecnologia e Inovação do Estado do Mato Grosso do Sul; e Embaixador José Carlos Fonseca, presidente da Empapel e Relações Internaiconais da Ibá.

“A transição verde exige planejamento de longo prazo, inovação e articulação entre governos, setor privado e comunidades. No Mato Grosso do Sul, estruturamos políticas que integram conservação, produção e pagamento por serviços ambientais, mostrando que é possível atrair investimentos e proteger a biodiversidade ao mesmo tempo”, declarou Jaime Verruck, secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de Mato Grosso do Sul.

Bracell apresenta os avanços das metas de sustentabilidade

A atualização das metas e compromissos do Bracell 2030 foi apresentada por Márcio Nappo, vice-presidente de Sustentabilidade da Bracell. “Dois anos após o lançamento do Bracell 2030, os avanços mostram que estamos no caminho certo. Superamos a meta do Compromisso Um-Para-Um e hoje conservamos mais áreas nativas do que plantamos. Isso reafirma nosso entendimento de que é possível crescer preservando. Também estamos muito próximos de atingir a meta de 30% de mulheres em cargos de liderança, reforçando nosso compromisso com diversidade e inclusão. Seguimos determinados a fazer da Bracell uma referência em sustentabilidade, com impacto positivo no clima, na biodiversidade e nas pessoas.”

Além das apresentações e debates, os representantes do governo, parceiros, clientes, formadores de opinião e colaboradores presentes visitaram ativações que mostravam o funcionamento de algumas iniciativas e projetos da companhia, como o mosaico florestal, a simbiose entre as fábricas de celulose e de papel tissue e o projeto de costura sustentável do Bracell Social.

Sobre a Bracell 

A Bracell, líder global na produção de celulose solúvel e especial, se destaca por sua expertise no cultivo sustentável do eucalipto, que é a base para a produção de matéria-prima essencial na fabricação de celulose de alta qualidade. Atualmente a multinacional conta com mais de 11 mil colaboradores e duas principais operações no Brasil, sendo uma em Camaçari, na Bahia, e outra em Lençóis Paulista, em São Paulo. Além de suas operações no Brasil, a Bracell possui um escritório administrativo em Singapura e escritórios de vendas na Ásia, Europa e Estados Unidos. Para mais informações, acesse: www.bracell.com 

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MS Florestal – Feira conecta mais de mil estudantes de Bataguassu (MS) ao mercado de trabalho

Evento promovido pela MS Florestal e Bracell Social destacou oportunidades de carreira e novas profissões

Cerca de mil jovens com idade entre 16 e 18 anos de Bataguassu e região participaram, nesta quarta-feira (22), da Feira de Profissões “Raízes do Futuro”, evento promovido pela MS Florestal, em parceria com o Bracell Social, que reuniu estudantes, professores e instituições de ensino para discutir o futuro do trabalho, a educação e as novas oportunidades profissionais.

Para o head da MS Florestal, José Márcio Bizon, a feira reforça que o setor de florestas plantadas está cheio de oportunidades para quem tem vontade de aprender e crescer. “Na floresta tem espaço para quem é digital, para quem gosta de tecnologia e para quem quer construir uma carreira sólida. Hoje o campo usa máquinas modernas, drones, softwares e exige muito conhecimento, o segredo é ter vontade. Essa é a energia mais poderosa que existe. Não precisa ter dinheiro ou ser o mais inteligente, precisa querer, estudar e correr atrás”, completou.

Com uma programação dinâmica e inspiradora, o evento contou com palestras, aulões para o Enem, simuladores de realidade virtual, oficinas e orientação vocacional, conectando os jovens às tendências de um mercado em constante transformação, da inteligência artificial à operação de drones, da biologia à engenharia florestal.

“Em um momento de tantas decisões sobre o futuro profissional, iniciativas como essa ajudam a apresentar novas oportunidades e caminhos. A administração municipal considera fundamental a qualificação dos nossos jovens e valoriza o olhar social da MS Florestal, que, ao promover ações como esta, fortalece a parceria com o município e contribui para o desenvolvimento de Bataguassu”, afirmou na abertura o vice prefeito Cleyton Rodrigo, representando a prefeita municipal Wanderleia Duarte Caravina.

O gerente de projetos da Bracell em Lençóis Paulista, Geraldo Simões, reforçou que a indústria de celulose e papel está em crescimento e depende diretamente de profissionais qualificados. “Quando existe uma floresta produtiva e sustentável, há competitividade, e isso atrai investimentos e gera empregos de longo prazo. É um setor que exige profissionais capacitados, desde o campo até a indústria. Por isso, investir em formação e treinamento é fundamental para acompanhar esse desenvolvimento”.

Entre os participantes, o estudante Júlio César, de 16 anos, avaliou a experiência como uma oportunidade única de autoconhecimento. “Achei interessante, principalmente as perguntas sobre música e arte. No meu caso, o resultado apontou áreas como design e interiores, mas eu gosto muito de tecnologia e programação. Foi legal ter esse contato e entender melhor minhas opções”, contou o aluno da escola Jardim Real II, de Presidente Epitácio (SP).

Para a moradora de Bataguassu, Márcia Baratella, de 36 anos, o evento também foi uma chance de atualização profissional. “Estou em busca de um novo emprego e vim à feira em busca de conhecimento. Nunca vi um evento como esse na nossa região, é uma oportunidade incrível para todos, jovens e adultos”, afirmou.

A Feira de Profissões “Raízes do Futuro” contou ainda com workshops gratuitos e certificados, realizados em parceria com o SENAI, SENAR/MS e com exposição do SEBRAE/MS, UNESP/Rosana, IFSP/Presidente Epitácio, UFMS/Chapadão do Sul e de Bataguassu: UEMS, UNIGRAN,  UNICESUMAR e Instituto Mirim.

Sobre a MS Florestal

A MS Florestal é uma empresa sul-mato-grossense que fortalece as atividades de operação florestal do Grupo RGE no Brasil, um conglomerado global com foco na manufatura sustentável de recursos naturais. Especializada na formação de florestas plantadas e na preservação ambiental, além do desenvolvimento econômico e social das comunidades onde atua, a MS Florestal participa de todas as etapas, desde o plantio do eucalipto até a manutenção da floresta. Para mais informações, acesse: www.msflorestal.com

Sobre o Bracell Social

O Bracell Social é um programa de investimento social, alinhada às diretrizes do Grupo RGE, norteado por 3 pilares (3E’s – Educação, Empoderamento e Bem-estar). São realizados projetos que contribuem com o desenvolvimento das comunidades locais, conectando a inclusão social e a sustentabilidade, de modo que as pessoas possam desenvolver suas capacidades individuais e ter acesso a oportunidades para uma vida melhor.  

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Hubs de inovação na Amazônia podem gerar mais de R$ 8 bi por ano

Estudo inédito de viabilidade encomendado pela EY aponta potencial de criação de até 620 mil empregos verdes até 2035

Como fazer com que a floresta amazônica em pé seja um celeiro de negócios capazes de mexer nos ponteiros do PIB do país? Como otimizar cadeias de suprimentos locais, destravar valor dos produtos da maior biodiversidade do planeta? Com estas perguntas na cabeça, a auditoria e consultoria EY descobriu que a criação de uma rede de hubs de inovação na Amazônia tem potencial para gerar até 620 mil empregos verdes diretos e R$ 8,3 bilhões por ano em valor agregado até 2035.

Este é um dos principais resultados do Estudo de Viabilidade para Implantação de Hubs de Inovação na Região Panamazônica, encomendado pela EY e coordenado pelo Instituto Amazônia 4.0. Para que a floresta seja, enfim, o maior laboratório de inovação natural do planeta, é preciso criar infraestrutura e um mercado justo. 

“O que a gente fez foi dar algumas respostas. A primeira são os hubs, que funcionam como verdadeiros aceleradores no processo da bioeconomia. Eles geram receita, diminuem a perda, alavancam a produtividade e isso é fundamental para que a gente escale hoje de 10 a 13 produtos da biodiversidade. Percebemos que, além do aumento da eficiência e redução do desperdício, da perda, a gente tem uma possibilidade de gerar até 600 mil empregos na bioeconomia. Há uma indústria de centenas de bilhões de dólares que pode acontecer”, disse Ricardo Assumpção, sócio-líder de Sustentabilidade e CSO LATAM da EY.

REDUÇÃO DE CUSTOS

Para otimizar a produção, o estudo propõe, por exemplo, uma Plataforma Logística Fluvial Inteligente, com integração de barcos-indústria movidos a energia solar para processamento local; rotas fluviais otimizadas com tecnologia blockchain; entrepostos com biofábricas e sistemas de refrigeração solar. Com essa estrutura, são esperados redução de até 40% nos custos logísticos, diminuição de 25% das perdas pós-colheita e descarbonização de 1,8 milhão de toneladas de carbono por ano com modais sustentáveis. Os impactos, além dos empregos e do valor agregado à cadeia, prevêem também aumento da renda média das famílias extrativistas e inclusão socioprodutiva de povos originários e comunidades ribeirinhas. 

O estudo indicou gargalos estruturais nos estados do Amazonas, Pará e Amapá, como a baixa agregação de valor aos produtos naturais, escassez de infraestrutura de pesquisa e desenvolvimento, concentração das atividades de inovação nas capitais e ausência de governança integrada entre governo, academia e setor produtivo.

A proposta para solucionar isso é que cada hub seja estruturado em três núcleos: tecnológico, com laboratórios de P&D, biofábricas e espaços de prototipagem; empreendedor, com coworkings, incubadoras e aceleradoras; e comunitário, com salas de capacitação, auditório e espaços de convivência para ribeirinhos, indígenas e extrativistas. Esses núcleos estarão estrategicamente localizados em regiões como Macapá, Santana, Santarém, Marajó, Manacapuru, Tefé, Marabá e Xinguara.

ESTRATÉGIAS ALINHADAS

A iniciativa desta proposta, segundo a EY, está alinhada ao Plano Nacional de Bioeconomia e às projeções do Banco Mundial, que apontam potencial de triplicar o PIB da Amazônia até 2035, alcançando R$ 700 bilhões por ano, com a floresta em pé e cadeias produtivas rastreáveis. A governança dos hubs será baseada na tríplice hélice, com o governo federal atuando na formulação de políticas públicas e articulação institucional; os Estados contribuindo com cofinanciamento e logística regional; os municípios assumindo a cogestão territorial e a integração com cooperativas; a academia oferecendo pesquisa aplicada e formação de talentos; e as empresas sendo responsáveis pelo beneficiamento local, certificações e acesso a mercados premium.

“Este estudo está muito ligado à biodiversidade e à bioeconomia pura. Como escalar produtos, gerar renda e emprego para as populações. Porém, outros próximos estudos estão por vir como, por exemplo, com foco em geração de energia e biomassa, que é algo que o Brasil tem muito a fornecer ao mundo”, anuncia Assumpção.

Informações: IG/Economia.

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Governo federal regulamenta uso de créditos de carbono em concessões florestais

Novo decreto estabelece que, na ausência de normas nacionais específicas, concessionários poderão escolher metodologias reconhecidas para certificação de projetos de carbono

O Governo Federal deu mais um passo estratégico para fortalecer a política de gestão sustentável das florestas públicas e ampliar a atração de investimentos para conservação e restauração ambiental. Foi publicado no Diário Oficial da União, desta sexta-feira (17/10), norma que altera o artigo 55 do Decreto nº 12.046/2024, que regulamenta a Lei de Gestão de Florestas Públicas (Lei nº 11.284/2006). 

O novo decreto estabelece que, na ausência de normas nacionais específicas, concessionários poderão escolher metodologias reconhecidas para certificação de projetos de carbono, garantindo maior previsibilidade regulatória e viabilizando o desenvolvimento de projetos de REDD+ em áreas concedidas.

A mudança busca preencher lacunas regulatórias e dar segurança jurídica aos concessionários, sobretudo enquanto avança a regulamentação da Lei nº 15.042/2024, que instituiu o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões. 

A possibilidade de adoção de metodologias internacionalmente reconhecidas permitirá que projetos de concessão florestal, tanto de manejo sustentável quanto de restauração, possam gerar créditos de carbono de forma mais célere e estruturada, sem abrir mão da observância das regras nacionais para reconhecimento e transferência internacional desses créditos.

Ao permitir a monetização de serviços ecossistêmicos, o novo decreto abre caminho para que a receita proveniente de créditos de carbono complemente as fontes tradicionais ligadas à produção florestal, medida que fortalece o modelo de concessão e viabiliza iniciativas de restauração em larga escala.

A ação está alinhada aos compromissos internacionais assumidos pelo Brasil no âmbito do Acordo de Paris e das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), que preveem, entre outros objetivo, zerar o desmatamento e restaurar 12 milhões de hectares de florestas até 2030. 

Ao criar condições regulatórias mais estáveis para projetos de carbono em florestas públicas, o país sinaliza ao mercado internacional que está preparado para mobilizar recursos privados e mecanismos de mercado em apoio à agenda climática.

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Inscrições para curso gratuito de Eletromecânica da Suzano em Ribas do Rio Pardo (MS) terminam no dia 23

Programa de Aprendizagem oferece formação profissional, benefícios e oportunidades a jovens. Ao todo são 25 vagas com bolsa-auxílio mensal de R$ 1,8 mil

O prazo para se inscrever no curso gratuito de Formação Técnica em Eletromecânica em Ribas do Rio Pardo (MS), promovido pela Suzano, maior produtora mundial de celulose e referência global na fabricação de bioprodutos a partir do eucalipto, termina nesta quinta-feira, 23 de outubro. Ao todo, serão oferecidas 25 vagas, com bolsa-auxílio mensal de R$ 1.818,57. As inscrições devem ser feitas pelo link Formulário de inscrição – Curso Técnico em Eletromecânica.

Os interessados em participar do processo seletivo devem atender aos seguintes pré-requisitos: ter entre 18 e 23 anos e 11 meses até meados de maio de 2027, estar cursando ou já ter concluído o Ensino Médio (sendo obrigatória a conclusão do Ensino Médio para emissão do certificado técnico), ter disponibilidade para o horário integral das 8h às 17h, residir em Ribas do Rio Pardo (MS) e não ter participado de outro programa de aprendizagem. Durante o curso, os participantes receberão transporte, plano de saúde, refeição na empresa, seguro de vida e acesso aos programas de bem-estar Wellhub e Wellz, além da bolsa-auxílio mensal durante a formação.

O curso

Com duração aproximada de 1 ano e 5 meses, o curso soma 2.400 horas de formação e oferece uma jornada completa de desenvolvimento técnico e prático. A parte teórica será realizada no container do SENAI, localizado dentro da fábrica da Suzano, de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h, enquanto a parte prática ocorrerá nas áreas operacionais da companhia, das 13h às 16h. A formação tem início previsto para 10 de dezembro de 2025 e será conduzida na modalidade de contrato de Aprendiz.

O Programa de Aprendizagem é uma iniciativa estruturada da Suzano que visa à formação técnica de pessoas em situação de vulnerabilidade social, conectando capacitação profissional, geração de renda e inserção no mercado de trabalho. A ação está alinhada aos Compromissos para o Desenvolvimento Sustentável da companhia, entre eles o de ajudar a retirar 200 mil pessoas da linha da pobreza nas regiões onde atua até 2030.

Sobre a Suzano

A Suzano é a maior produtora mundial de celulose, uma das maiores fabricantes de papéis da América Latina e líder no segmento de papel higiênico no Brasil. A companhia adota as melhores práticas de inovação e sustentabilidade para desenvolver produtos e soluções a partir de matéria-prima renovável. Os produtos da Suzano estão presentes na vida de mais de 2 bilhões de pessoas, cerca de 25% da população mundial, e incluem celulose; itens para higiene pessoal como papel higiênico e guardanapos; papéis para embalagens, copos e canudos; papéis para imprimir e escrever, entre outros produtos desenvolvidos para atender à crescente necessidade do planeta por itens mais sustentáveis. Entre suas marcas no Brasil estão Neve®, Pólen®, Suzano Report®, Mimmo®, entre outras. Com sede no Brasil e operações na América Latina, América do Norte, Europa e Ásia, a empresa tem mais de 100 anos de história e ações negociadas nas bolsas do Brasil (SUZB3) e dos Estados Unidos (SUZ). Saiba mais em: suzano.com.br

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Exclusiva – ‘Vale da Celulose’ recebe etapa presencial da Expedição Silvicultura, com participação de Jaime Verruck

Evento atualiza temas relevantes ao setor, em destaque: a expansão florestal de MS, que ocupa a segunda posição no ranking nacional

A cidade de Três Lagoas/MS sediou na última quinta-feira (16/10), um dos 9 eventos presenciais da Expedição Silvicultura, um dos mais importantes projetos para o mapeamento e desenvolvimento sustentável do setor florestal brasileiro. O encontro, realizado no Espaço SESI, reuniu especialistas, representantes de grandes instituições e empresas do segmento, e autoridades para discutir dados estratégicos e o impacto da expansão da silvicultura no estado, conhecido como o ‘Vale da Celulose’.

Insumos para decisões estratégicas

A Expedição Silvicultura realiza o maior e mais detalhado levantamento de dados sobre a produtividade do setor florestal brasileiro. É um projeto inédito que percorre 14 estados do Brasil, de setembro a novembro de 2025, e inclui uma série de 9 eventos presenciais com palestras e networking nas principais regiões produtoras.

O Secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (SEMADESC), Jaime Verruck, participou da programação, e na ocasião, enfatizou a relevância da Expedição Silvicultura, destacando que a iniciativa vai além da tecnologia, focando na realidade do campo para fornecer dados essenciais ao planejamento governamental.

“Achei a iniciativa inovadora e muito importante, pois ela supera a limitação da imagem de satélite. A expedição permite conversar com o produtor e conhecer as condições reais in loco de produtividade e plantio. Os resultados apresentados demonstram a qualidade técnica do trabalho, pelo qual parabenizo toda a equipe.

É crucial que esta Expedição tenha continuidade, pois ela gera os insumos de que o Governo do Estado precisa para tomar decisões estratégicas no planejamento da silvicultura em nosso estado e no país”, pontuou o Secretário.

Benedito Mario Lazaro (Dito Mario), Diretor-executivo da Reflore e painelista da Expedição, também ressaltou a importância da tecnologia e dos dados gerados pela iniciativa para impulsionar a evolução do setor.

“A iniciativa é interessantíssima. O que vemos é um grande avanço em novas tecnologias e conceitos, com muita inovação entrando no nosso segmento, como a Inteligência Artificial. Usar essa tecnologia para monitorar, acompanhar a produtividade e gerenciar melhor os recursos é o que nos permite evoluir.

É absolutamente fundamental ter esses dados, pois eles dão a base para a análise e, o mais importante, transformam-se em resultados efetivos para a silvicultura”, destacou Dito.

Além das contribuições de Jaime Verruck e Dito Mario, que focaram no cenário do setor florestal e no potencial de Mato Grosso do Sul – em um painel que também contou com Fabio Gonçalves (Canopy) sobre mapeamento por satélite e campo, a programação técnica destacou a inovação. A frente de soluções tecnológicas específicas para o setor foi detalhada por Cláudio Rodrigo (John Deere) e complementada por Kleber Schreiber (TreeX), que discutiu a contribuição para a silvicultura em solos tropicais. O uso de dados, inventário florestal aprimorado e Inteligência Artificial (IA) no setor foram abordados por Thiago Duarte (Mogai) e Luiza Federici (Katam), com a agenda técnica sendo finalizada pela apresentação de Éder Costa (ABPMA) sobre o mogno africano.

MS é a 2ª maior área de eucalipto do país

Durante o evento, Jaime Verruck, revelou dados que confirmam a ascensão de Mato Grosso do Sul no cenário nacional. O Secretário destacou a posição do Estado no plantio de eucalipto, impulsionada por um volume recorde de investimentos privados. Anunciou que MS avança no ranking nacional com cerca de 1,8 milhão de hectares de florestas plantadas.

 “A grande novidade, que acabamos de consolidar, é que o Mato Grosso do Sul se firmou como a segunda maior área de eucalipto plantado do país, atingindo 1,8 milhão de hectares. Essa é uma informação extremamente positiva, resultado dos grandes investimentos do setor industrial que estão ocorrendo, como os da Arauco e da Bracell, que começa no próximo ano, além das expansões das empresas já existentes, como Eldorado e Suzano.

Portanto, o Mato Grosso do Sul está se consolidando efetivamente como um grande produtor de florestas no Brasil e em franca ampliação. Acreditamos que esse é um caminho que o estado deve seguir. Nossa perspectiva, baseada na necessidade futura de madeira, é que, no prazo de três a quatro anos, cheguemos a 2,5 milhões de hectares. Atingir essa meta é o nosso grande foco no estado”, informou Verruck.

Esse forte crescimento, que ocorre principalmente em áreas de pastagens degradadas, é resultado de uma união de fatores. Ele é impulsionado pela segurança jurídica, pelos incentivos do governo estadual e, sobretudo, pelos vultosos investimentos da iniciativa privada, que devem ultrapassar R$ 70 bilhões até 2028.

O evento presencial da Expedição Silvicultura em Três Lagoas foi um marco importante para a silvicultura de Mato Grosso do Sul. Os dados apresentados pela Canopy destacaram o crescimento acelerado das plantações florestais no Estado. Confira mais detalhes no vídeo.

Próximos destinos

A iniciativa, fruto de uma parceria entre a Canopy Remote Sensing Solutions, a Embrapa Florestas e a Paulo Cardoso Comunicações, avança em seu roteiro para um total de mais de 60% já concluído, focado em gerar dados de alta qualidade para aprimorar a competitividade da silvicultura nacional (acompanhe a Expedição aqui).

A equipe segue agora para o interior de São Paulo, para a continuidade do percurso. O roteiro prevê as seguintes cidades e datas:

  • Botucatu/SP: 22 de outubro
  • Curitiba/PR: 27 de outubro
  • Lages/SC: 31 de outubro
  • Porto Alegre/RS: 7 de novembro

Os eventos presenciais ocorrerão a partir das 13 horas.

Networking florestal de alto nível (Inscrições Gratuitas Limitadas)

Estão abertas as inscrições gratuitas para os próximos encontros presenciais da Expedição Silvicultura. Este é o momento ideal para mergulhar nos dados inéditos do setor, interagir diretamente com líderes de mercado e fortalecer seu networking.

Devido ao formato imersivo dos eventos, as vagas são limitadas. Garanta sua participação, contribua para o futuro produtivo e sustentável do setor florestal brasileiro e inscreva-se agora: www.expedicaosilvicultura.com.br.

Escrito por: redação Mais Floresta.

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Por que a madeira é vista como o material do futuro?

Enquanto o processo de fabricação do concreto e do aço polui muito, a madeira estoca carbono

Por que a madeira, um dos materiais mais antigos do mundo, é apontada como o futuro da construção sustentável?

Pensar na madeira como opção sustentável não é óbvio, já que é comum relacionar seu uso à derrubada de árvores. Mas a matéria-prima dessas construções não vem de vegetação nativa, e sim de florestas plantadas, árvores cultivadas pelo homem com o objetivo de produzir e comercializar madeira.

Assim, é um recurso renovável, diferente do insumo necessário para produzir o concreto e o aço, materiais que hoje dominam a indústria da construção.

Além disso, o processo de fabricação do concreto e do aço consome muita energia e gera altas emissões de poluentes. A construção civil é responsável por 38% das emissões de gás carbônico no mundo relacionadas à energia, segundo a agência da ONU para o Meio Ambiente.

Já a madeira, em um metro cúbico, é capaz de estocar até uma tonelada de carbono. Mesmo depois de cortada e processada, a madeira mantém o carbono armazenado, sem liberá-lo para o meio ambiente.

Outra vantagem é que a madeira é cinco vezes mais leve que o concreto.

Prédios, shoppings e faculdades… de madeira?

Hoje, graças à tecnologia de ponta, já é possível fabricar em madeira componentes estruturais como vigas, pilares e lajes. É a chamada “madeira engenheirada”, processada industrialmente.

Com essa novidade, o mundo passou a ver até arranha-céus construídos com esse material. O mais alto era o Mjøstårnet, na Noruega, com 85 metros. Em 2022, ele foi desbancado pelo Ascent, nos Estados Unidos, apenas um metro mais alto. E a previsão é que ele seja superado pelo Canadá, onde está sendo construída uma torre de mais de 100 metros de altura.

E todas as peças e estruturas são tratadas contra fogo e contra insetos.

Torre de madeira de mais de cem metros de altura está sendo construída no Canadá, em Vancouver — Foto: Divulgação/Perkins Will

Torre de madeira de mais de cem metros de altura está sendo construída no Canadá, em Vancouver — Foto: Divulgação/Perkins Will

Apesar de o mundo já ver até arranha-céus de madeira, no Brasil o uso do material ainda não ganhou escala no setor.

Por enquanto, a novidade é vista em casas de altíssimo padrão e em algumas lojas conceito, como a chocolateria Dengo, na Avenida Faria Lima, em São Paulo, e o recém-inaugurado McDonald’s, próximo à Avenida Paulista.

O cenário deve mudar nos próximos anos. As partes envolvidas, de fornecedores a incorporadoras, estão expandindo os negócios já de olho em um aumento da demanda.

Em Atibaia, no interior de São Paulo, um shopping com 7.000m² de área de laje de madeira está em construção. De acordo com a Urbem, fábrica especializada no material, este é o maior projeto em madeira engenheirada da América Latina.

Desvantagens: preço alto e carência de profissionais

Veja os pontos negativos do uso do material:

  • A utilização da madeira engenheirada em construções ainda implica custos maiores em relação aos materiais convencionais.
  • Há poucos profissionais familiarizados com a tecnologia, da fabricação à montagem.

Informações: G1.

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Entrevista I Setor florestal brasileiro aproveita COP30 para reforçar o reconhecimento global e a sustentabilidade 

Presidente da Florestar fala sobre as expectativas para o encontro global, os debates sobre a produção responsável e o papel das florestas cultivadas na economia 

Com a COP30 chegando ao Brasil em novembro de 2025, no Pará, a atenção do mundo se volta para a Amazônia e para os debates sobre mudanças climáticas, já que o evento reunirá referências mundiais no setor. Entre os segmentos que veem na conferência uma grande oportunidade para ampliar o diálogo global, está o setor florestal, que busca mostrar como as empresas da indústria de árvores cultivadas atuam de forma organizada, responsável e com práticas produtivas e ambientais equilibradas, conciliando produtividade e preservação ambiental. 

Entre certificações internacionais, geração de créditos de carbono e desenvolvimento de milhares de produtos de fontes renováveis, o setor pretende reforçar seu papel estratégico para a economia e para o equilíbrio do planeta. O presidente da Indústria Florestal Paulista (Florestar), Manoel Browne, entidade que representa o setor e tem papel ativo na defesa de políticas de valorização das florestas cultivadas e dos produtos de origem renovável dentro do Estado de São Paulo, fala sobre as expectativas para o evento global e como o segmento pode aproveitar a COP30 para consolidar seu reconhecimento e fortalecer políticas públicas de sustentabilidade.  

– A COP30 será realizada no Brasil, com foco na Amazônia. Como a Florestar vê esse momento para ampliar o diálogo sobre o setor florestal? 
As atenções do mundo estarão voltadas para o Brasil. Temos uma ótima oportunidade para mostrar como nosso setor e as empresas de base florestal, de árvores cultivadas para fins industriais, são organizadas e atuam de forma responsável, com práticas produtivas e ambientais muito bem equilibradas. Se o Brasil é líder em produção de celulose, por exemplo, é porque muito trabalho foi feito. E isso envolve certificações internacionais, que passam por condicionantes ambientais e sociais. Atuamos em um setor que planta árvores, que captam carbono da atmosfera e recuperam áreas degradadas. É um setor que preserva áreas nativas além do que é exigido por lei. Produzimos matéria-prima biodegradável, de fonte renovável, para fabricar produtos que todo mundo usa todos os dias. E muita gente não sabe disso.  

– Quais oportunidades a COP30 oferece para que o setor de árvores cultivadas seja mais reconhecido nas políticas ambientais nacionais? Quais são as principais pautas que a entidade deseja colocar em evidência? 

Entendemos que o setor de árvores cultivadas é um grande gerador de créditos de carbono. Esse mercado, ainda em processo de regulação, precisa avançar para que as empresas sérias, que têm compromisso com o meio ambiente, possam ser recompensadas por isso. Naturalmente, independentemente de exigências de certificações ou da legislação ambiental, as empresas que plantam árvores para fins industriais já geram diversos benefícios para o planeta. Elas têm o maior interesse em que haja equilíbrio entre produção e preservação. 

Queremos que os produtos feitos com madeira de árvores cultivadas sejam mais reconhecidos e valorizados. A população mundial precisa de papel, embalagens de papel, papelão, papéis sanitários, fraldas, absorventes, utensílios de madeira. A celulose é matéria-prima para uma diversidade de produtos. Além dos diferentes tipos de papel, ela também é usada na fabricação de cápsulas de medicamentos, tecidos sintéticos e cremes. A madeira está nos móveis, nas nossas casas, nas portas, nos acabamentos. E toda essa matéria-prima vem de uma fonte renovável: as florestas cultivadas. 

– O setor florestal paulista tem mostrado resultados expressivos em produção e sustentabilidade. Além disso, a produção de eucalipto e pinus cresceu mais de 30% em um ano. Por favor, reforce ao leitor como esse avanço pode ser usado como exemplo de desenvolvimento sustentável

As empresas associadas à Florestar, que atuam no setor florestal paulista, são altamente especializadas e profissionais. Trabalham com o que há de melhor em tecnologia e contam com pessoal altamente capacitado. Isso é resultado de décadas de investimentos e desenvolvimento, refletidos nesses números. 

– Em recente divulgação do IBGE, o PEVS 2024, que trata dos valores da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura, mostrou que a silvicultura brasileira tem uma parcela importante na economia nacional ao longo dos últimos anos. Como São Paulo aparece nessa pesquisa? 

De acordo com o PEVS 2024, divulgado no fim de setembro pelo IBGE, a silvicultura brasileira gerou mais de R$ 37 bilhões em 2024. O crescimento foi de 17% em relação a 2023, quando o país alcançou a marca de R$ 31,7 bilhões. Quando olhamos para o estado de São Paulo, essa porcentagem é ainda maior: 29%. Em 2023, a silvicultura paulista gerou cerca de R$ 4,5 bilhões. Em 2024, esse valor subiu para R$ 5,7 bilhões, sendo que a madeira em tora para papel e celulose foi responsável por R$ 3,8 bilhões do Valor Bruto da Produção (VBP) da silvicultura paulista. 

– A diversidade de bioprodutos gerados pelas florestas plantadas é enorme. Como esse potencial pode ser aproveitado de maneira mais efetiva em políticas públicas? 

De diversas formas. Primeiro, precisamos avançar com a regulação do mercado de carbono. O setor de florestas cultivadas é um grande credor nesse sentido e precisa ser recompensado de alguma maneira. Depois, é necessário incentivar o consumo de produtos biodegradáveis de fontes renováveis, como os feitos com madeira ou derivados de florestas cultivadas.  Já é possível fabricar uma série de produtos substituindo matéria-prima de origem fóssil por derivados de madeira, desde cápsulas de remédios até tecidos, além de fomentar a utilização de madeira na construção civil. 

– Quais as vantagens do uso da madeira na construção civil? 

Diferentemente de países desenvolvidos, vemos poucas construções com madeira aqui no Brasil. Existe um potencial enorme na construção civil para o uso da madeira proveniente de florestas plantadas, não apenas em casas, mas também em prédios. Esses projetos podem ser mais baratos, rápidos e apresentar uma pegada de carbono muito menor do que as construções tradicionais, feitas de concreto e aço. 

Sobre a Florestar  

Indústria Florestal Paulista (Florestar) é a associação que reúne empresas da indústria de árvores cultivadas. Articulada nacionalmente, tem atuação dedicada à representação institucional da cadeia produtiva florestal no estado de São Paulo. Atua para fortalecer a competitividade dos associados, transformando suas demandas em soluções. Com foco estratégico, alia crescimento produtivo à preservação ambiental e ao cuidado com toda a cadeia florestal. A entidade contribui para fortalecer o debate e a importância do setor durante a COP 30, evento da Organização das Nações Unidas (ONU), que será realizado em novembro em Belém (PA), e colocará a Amazônia no centro das discussões globais sobre eventos climáticos extremos.  

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Agrotools e Syngenta firmam parceria para recuperar 1 milhão de hectares de pastagens no Brasil até 2030

Com apoio do Itaú BBA, parceria já monitora mais de 360 fazendas em tempo real

Segundo a Embrapa Territorial, o Brasil possui cerca de 28 milhões de hectares de pastagens com degradação de média a severa, com alto potencial de conversão para a agricultura. Ao todo, o país conta com cerca de 160 milhões de hectares usados para pastagens, sendo que entre 20 e 40 milhões de hectares encontram-se em estágio crítico de decadência — uma área com potencial direto para produção de grãos e outras culturas

Pensando em recuperar 1 milhão de hectares até 2030, a Agrotools, maior ecossistema de soluções digitais para o agro, sela parceria estratégica com a Syngenta no programa REVERTE®. Uma das maiores iniciativas de agricultura regenerativa do mundo, tem como objetivo apoiar agricultores, por meio de técnicas agronômicas e financiamento de longo prazo, para transformarem áreas degradadas em produtivas. 

Em funcionamento desde 2022, a Agrotools é responsável pelo desenvolvimento e aplicação dos protocolos socioambientais ao REVERTE® com análises em tempo real e já tem como resultado o monitoramento de mais de 360 fazendas, cobrindo cerca de 260 mil hectares com 89 produtores, garantindo segurança, conformidade e adaptação à realidade do campo. O projeto conta ainda com financiamento do Itaú BBA, que viabiliza a conversão das áreas. 

“Precisávamos de um parceiro que não apenas oferecesse uma solução que atendesse às necessidades do programa, mas que estivesse disposto a construir e ajustar os processos juntos. A Agrotools topou o desafio desde o início”, afirma Gabriel Moura, líder do REVERTE® na Syngenta.

Para a Agrotools, o uso estratégico da tecnologia é um diferencial que viabiliza a escala e a mensuração dos resultados. “Acreditamos que a tecnologia é a chave para desbloquear o potencial das áreas degradadas. Nossa plataforma permite monitorar e analisar dados em tempo real, oferecendo insights precisos para decisões estratégicas,” destaca Breno Felix, CPO da Agrotools.

A parceria entre Agrotools e Syngenta mostra como a inovação pode ser aliada da sustentabilidade, contribuindo ativamente para o futuro do agronegócio brasileiro e para o desenvolvimento de cadeias mais resilientes e eficientes. Além dos impactos ambientais, o programa contribui para aumento da produtividade agrícola, segurança alimentar e preservação do solo, posicionando-se como um modelo para o setor.


Sobre a Agrotools

A Agrotools é o maior ecossistema de soluções digitais baseadas em uma plataforma de inteligência de dados para o agronegócio corporativo do mundo. Pioneira na utilização de novas tecnologias no agro, como sensoriamento remoto, IA, Blockchain e API’s, a bigtech utiliza tecnologia proprietária para entregar soluções digitais que analisam mais de 1.300 camadas de dados de múltiplas fontes com o objetivo de democratizar o acesso à informação no setor, sendo um pilar de eficiência, gestão de riscos e compliance ESG em qualquer operação com o campo. Hoje, a bigtech analisa mais de 4,5 milhões de territórios rurais e monitora R$ 15 bilhões em commodities. Além disso, são mais de R$ 50 bilhões em financiamento rural que contam com o suporte de ao menos uma das soluções da empresa, e cerca de R$ 100 bilhões em operações do agronegócio monitoradas.

Com mais de 250 colaboradores, a Agrotools é a primeira Agtech B Corp Global e possui certificações GPTW e ISO 27001, referência Internacional para a gestão da Segurança da Informação.

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