PÁGINA BLOG
Featured Image

O ouro verde em stand-by: a resposta brasileira à crise global da madeira nobre

A escassez de madeiras nobres avermelhadas no mercado mundial, causada pela superexploração histórica e regulamentações rigorosas, transformou a busca por alternativas de reflorestamento na principal aposta da silvicultura.

Neste cenário, o mogno africano de cultivo surge como a solução ideal, mas a realidade dos produtores brasileiros revela que o “ouro verde” é um investimento de longo prazo, onde o lucro real exige muito mais do que apenas plantar.

Mogno africano / Créditos: Divulgação Milton Frank

Para entendermos essa situação, conversamos com Milton Frank, ex-diretor técnico da Associação Brasileira dos Produtores de Mogno Africano (ABPMA) e hoje consultor técnico da área.

A crise global força a mudança de rota

A madeira avermelhada está desaparecendo do mercado global. Milton destaca que espécies como o mogno, redwood e o mogno africano nativo estão sob pressão. Além disso, a escassez dos estoques naturais de Khaya na África tem impulsionado o aumento dos preços e a valorização do cultivo.

É fundamental ressaltar que a escassez da madeira avermelhada não se deve à queda na demanda, mas sim às restrições legais e à oferta insuficiente. O consumidor continua procurando essa madeira, mas não a encontra com a mesma abundância de antigamente.

A situação é crítica para espécies tropicais nativas:

  • O sapele (Entandrophragma cylindricum), outro tipo de mogno africano, é classificado como “Vulnerável (VU)” na Lista Vermelha da IUCN devido à redução populacional por exploração comercial.
  • A afzelia foi incluída no Anexo II da CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas) em 2023, o que impõe regras rigorosas de documentação e exportação, reduzindo drasticamente o volume de importação nos EUA.
  • Madeiras brasileiras cobiçadas como Ipê e Cumaru também foram incluídas na CITES, impondo desafios e regulamentações adicionais à sua comercialização.

Mogno africano / Créditos: Divulgação Milton Frank

A tendência é clara: o mercado, especialmente na Europa, foca em certificação ambiental (FSC, PEFC) e legalidade comprovada, elevando o valor de madeiras plantadas como o Teca (Tectona grandis), que está em alta nos EUA por sua durabilidade e certificação viável.

Mercado de madeira final

O boom de plantio de mogno africano ocorreu entre 2012 e 2018, abrangendo as espécies K. grandifoliola e K. senegalensis. As florestas estão, em sua maioria, com 8 a 12 anos de idade, e estão apenas na fase de primeiro desbaste.

“Não existe mercado de mogno africano ainda no Brasil. O que existe hoje é venda de madeira de desbaste”, afirma Milton.

A madeira jovem de desbaste não tem o cerne maduro, apresentando defeitos como medula e “pinta preta”. Ela é classificada como Classes A, B e C, sendo usada para fins menos nobres, como caibros, pallets ou lenha.

Veja mais na tabela abaixo:

ClasseDescriçãoEspessura (cm)Valor Aproximado (R$/m³ FOB)
ABruta2.5 ou 4.0R$ 3.800,00 – R$ 3.980,00
BBruta2.5 ou 4.0R$ 2.800,00 – R$ 2.890,00
CBruta2.5 ou 4.0R$ 1.800,00 – R$ 1.860,00

(Tabela de preços praticada pela ABPMA com base no associado R3 Mogno para madeira serrada seca em estufa de desbaste) – Divulgação Milton Frank

O cansaço e a agregação de valor

O ciclo de 20 anos para o retorno do investimento tem levado muitos produtores ao desânimo. Um CEO de uma das maiores empresas do setor no país admitiu: “se eu soubesse que esse negócio era assim, eu não teria feito isso…”

O caminho para o lucro exige investimento e transformação. Para Frank, a regra é agregar valor. “Vender a madeira em tora ou “em pé” é considerado “dar um tiro no pé”. O produtor precisa de dinheiro para serrar e criar produtos”, afirma.

Quanto ao lucro, apenas com a transformação e agregação de valor é possível atingir lucros significativos. Ao transformar o mogno africano de desbaste em produtos gourmet (como tábuas de churrasco, bandejas e ornamentos), o produtor pode atingir um lucro líquido de até R$ 30.000 por metro cúbico da madeira. No entanto, para alcançar essa valorização, ele precisa investir cerca de R$ 5 milhões em maquinário.

O risco genético

O grande desafio futuro é a qualidade da madeira. Conforme Milton, não há projetos sérios de melhoramento genético no Brasil. O desenvolvimento de um clone confiável levaria, no mínimo, 40 anos de testes.

“O que é vendido como clone hoje é, em grande parte, material não testado, feito por estaquia de mudas vigorosas. Essa prática improvisada, apelidada de clones ‘fajutos’ ou ‘picaretas’, gera um risco: as árvores podem desenvolver doenças, entortar ou produzir madeira de baixa qualidade no futuro”, declara.

A esperança para a profissionalização do melhoramento genético reside na atuação de grandes players, como a Cenibra, que recentemente adquiriu 5.000 hectares de florestas de mogno. A empresa possui expertise em melhoramento de eucalipto (ex: Clone Cenibra 10) e pode ser a catalisadora da inovação no setor.

Milton Frank / Divulgação

“O meu maior sonho é ver os senhores Júlio Ribeiro, que é o atual presidente da CENIBRA, e o Sr. Fumito Nagasaki, que é o assessor do presidente da CENIBRA, comprando a ideia de desenvolver este clone. Sei que isso custa muito dinheiro, mas a CENIBRA é a CENIBRA. É uma empresa campeã que mora no fundo do meu coração. Foi a empresa que me colocou no contexto de Florestas plantadas, já que trabalhei durante 18 anos nela como Consultor de Produtividade e Assessor Florestal da Superintendência Florestal”, afirma Milton Frank.

O mogno africano de cultivo é, inegavelmente, a madeira do futuro, impulsionado pela falta de madeira avermelhada no mundo. Entretanto, o produtor precisa de visão, capital para agregar valor e, principalmente, de um avanço urgente no melhoramento genético para garantir a qualidade da madeira que o mundo estará desesperadamente buscando nas próximas décadas.

Featured Image

Acordo entre CNI e SFB fortalece premiação para estudos de economia e mercado florestal

Em parceria com a CNI, o Serviço Florestal Brasileiro realizou, nesta quarta-feira (10), a cerimônia de entrega do IX Prêmio Serviço Florestal Brasileiro em Estudos de Economia e Mercado Florestal.

O Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) fortaleceram o Acordo de Cooperação para a realização conjunta do Prêmio Serviço Florestal Brasileiro em Estudos de Economia e Mercado Florestal. A parceria, que já vem desde as primeiras edições do concurso, foi formalizada na quarta-feira (10), na sede da CNI, em Brasília, durante a realização da premiação. O documento foi assinado pelo diretor-geral do SFB, Garo Batmanian, e pelo diretor de Relações Institucionais da CNI, Roberto Muniz.

“A assinatura deste acordo é fundamental para garantir a continuidade do prêmio e ampliar sua contribuição para a indústria. Com essa cooperação entre governo, academia e setor produtivo, asseguramos que pesquisas de excelência sigam criando soluções que fortalecem a competitividade e impulsionam empregos. Juntos, podemos transformar desafios em oportunidades e garantir um futuro em que nossas florestas sejam sinônimo de desenvolvimento e qualidade de vida, gerando riqueza e oportunidades para os brasileiros e para a indústria no Brasil”, afirma Roberto Muniz, diretor de Relações Institucionais da CNI.

Pelo acordo, o SFB e a CNI unem esforços para organizar as próximas edições do Prêmio, de forma articulada com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), responsável pela chamada pública e pela seleção das pesquisas. O plano de trabalho prevê um concurso de abrangência nacional, aberto a estudantes e graduados de todas as regiões do país, estimulando a produção de estudos aplicados em economia e mercado florestal e o intercâmbio entre academia, setor produtivo e governo.

“Quando aproximamos pesquisa, setor produtivo e políticas públicas, ganham as florestas e ganha o País. Este Prêmio é um convite para que jovens pesquisadores e pesquisadoras ajudem a apontar caminhos concretos para ampliar a produção florestal sustentável, gerar renda e conservar a natureza. A renovação da parceria com a CNI, em articulação com o CNPq, reforça o compromisso do Serviço Florestal Brasileiro com um setor florestal mais inovador, competitivo e alinhado à transição climática”, destaca Garo Batmanian, diretor-geral do SFB.

O setor florestal brasileiro cria emprego, renda, tributos e oportunidades de desenvolvimento de uma economia verde, mas ainda carece de dados e análises aprofundadas sobre a relação entre florestas, economia e mercado. O prêmio busca justamente preencher essa lacuna, incentivando pesquisas que subsidiem políticas públicas, inovação e investimentos em cadeias produtivas sustentáveis nos diferentes biomas do país.

O plano de trabalho estabelece como objetivos a realização da cerimônia de premiação e a ampla divulgação de todas as etapas do concurso: lançamento, inscrições, resultado e entrega dos prêmios, em ações coordenadas entre SFB e CNI.

O acordo tem vigência inicial de três anos, a partir da data de assinatura, com possibilidade de prorrogação, e não prevê transferência direta de recursos entre os partícipes. A execução financeira de ações específicas, quando necessária, será feita por meio de instrumentos próprios, conforme a legislação vigente.

Informações: Portal da Indústria

Featured Image

Reflorestar inaugura módulos de irrigação 100% mecanizados e moderniza silvicultura no Brasil

No município de Água Clara (MS), a Reflorestar Soluções Florestais iniciou a operação do primeiro módulo nacional com irrigadores mecanizados Bizmaq, marcando o fim das práticas manuais e semimecanizadas históricas na irrigação de mudas de eucalipto.

O projeto foi desenvolvido em parceria com a Suzano, com foco em maior agilidade operacional, produtividade e segurança para os colaboradores. Agora, os profissionais atuam em cabines climatizadas, controlando eletronicamente a distribuição de água, garantindo uniformidade e conforto.

“O equipamento entrega qualidade e assertividade na quantidade de água aplicada por planta, além de transformar a experiência do colaborador, antes exposto ao sol e calor intensos”, explica Paulo Gustavo Souza, gerente de Silvicultura da Reflorestar.

Precisão e eficiência operacional

A Reflorestar adquiriu cinco irrigadores mecanizados Bizmaq: três destinados a Mato Grosso do Sul e dois a São Paulo. Cada tanque possui capacidade de 10 mil litros, permitindo padronização rigorosa da lâmina d’água por muda.

Segundo Gregory Barbosa, consultor de produto da Bizmaq, a mecanização reduz desperdícios e elimina variações na dosagem, comuns em sistemas semimecanizados, onde a quantidade aplicada podia variar entre 3 e 7 litros por planta.

“A mecanização garante a mesma quantidade de água para todas as mudas, com total padronização operacional. Esse é um ganho expressivo em eficiência”, afirma Barbosa.

Adaptação ao clima e solo de cada região

A irrigação das mudas é etapa inicial e pontual, com frequência ajustada conforme o clima e tipo de solo. No Mato Grosso do Sul, regiões mais quentes exigem três a cinco irrigações consecutivas, enquanto em Lençóis Paulista (SP), de clima mais ameno, a média é de duas irrigações.

A operação da Reflorestar marca o primeiro módulo operacional do país com esses equipamentos, consolidando a empresa como pioneira na silvicultura totalmente mecanizada.

“Outras unidades fizeram apenas testes. A Suzano, junto com a Reflorestar, está inovando ao adotar uma silvicultura 100% mecanizada”, destaca Gregory Barbosa.

Reflorestar lidera a nova geração da silvicultura

Especialista em implementos agroflorestais, a Bizmaq acompanha empresas que impulsionam a modernização do campo. A Reflorestar, que atua na silvicultura há cerca de dois anos, se destaca pela rapidez na expansão da mecanização, adotando operações plenas e integradas, fugindo do modelo manual tradicional.

“A empresa pulou etapas e se tornou um case de sucesso na prestação de serviços florestais mecanizados”, analisa Gregory Barbosa.

Tecnologia, segurança e sustentabilidade

A inauguração do módulo mecanizado reforça o compromisso da Reflorestar com um modelo operacional moderno, seguro e sustentável, que combina tecnologia e cuidado com as pessoas.

A mecanização eleva ergonomia, padroniza a qualidade operacional, reduz riscos e variabilidades, aumenta eficiência e precisão, e contribui para uma silvicultura de alta performance.

Com mais de duas décadas de atuação, a Reflorestar consolida sua posição como parceira estratégica em soluções mecanizadas, investindo continuamente em inovação, inteligência operacional e evolução humana, pilares que sustentam o futuro florestal responsável.

Featured Image

Expectativas e desafios para o setor de papel e celulose em 2026

A desaceleração econômica na China deve continuar pesando sobre o nível de demanda de materiais básicos no próximo ano, embora espera-se que outras regiões compensem parcialmente esse efeito.

Abaixo detalhamos dinâmicas setoriais e subsetoriais, bem como destacamos nossas ações preferidas do setor para 2026.

Papel e Celulose

Para 2026, esperamos que as exportações brasileiras de celulose continuem consistentes, apoiadas na elevada competitividade de custos no país, enquanto os preços devem iniciar o ano ainda seguindo a trajetória de recuperação iniciada recentemente.

No entanto, ainda há incertezas sobre o nível de demanda e rentabilidade na cadeia, principalmente na China, o que poderá limitar avanços mais significativos. Já as perspectivas para papéis variam entre as diferentes categorias, sendo mais otimista para kraftiner e papelão ondulado, enquanto tissue e papel cartão devem vislumbrar mais desafios no próximo ano;

Featured Image

Suzano aperta meta de endividamento e estuda venda de ativos

A Suzano reduziu nesta quinta-feira a meta de dívida líquida em cerca de 8%, de R$12 bilhões para R$11 bilhões, definindo um objetivo de alavancagem de até 2,5 vezes, afirmou o vice-presidente financeiro, Marcos Assumpção, em apresentação a investidores.

O executivo citou ainda que o plano de desalavancagem da maior produtora de celulose de eucalipto do mundo inclui a venda de ativos não essenciais, um payout mínimo de dividendos, programas “mais seletivos” de recompras de ações e redução de investimentos.

A companhia encerrou setembro com alavancagem em dólares de 3,3 vezes.

Segundo Assumpção, a companhia quer estar preparada para “eventuais oportunidades” que surgirem no mercado, em meio a uma indústria global de celulose que atravessa um ciclo deprimido de preços, alta de custos, mudanças climáticas e fechamentos de capacidades em mercados desenvolvidos.

“É a primeira vez que falamos sobre venda de ativos não essenciais”, disse Assumpção. “E isso é focado em duas áreas principais: terras e ativos de infraestrutura.”

O executivo afirmou que a Suzano pode vender terras próximas a centros urbanos para interessados do setor imobiliário, o que valoriza o ativo dado o crescimento do mercado da construção civil no país.

No lado da infraestrutura, o executivo citou como exemplos três terminais portuários e terminais ferroviários da companhia. “Esse tipo de infraestrutura, que acreditamos não estar precificada em nossa ação, pode ser uma fonte de capital no futuro”, disse Assumpção.

O presidente-executivo da Suzano, João Alberto Fernandez de Abreu, frisou que os planos de venda de ativos não incluem “nenhuma grande venda. Somos uma companhia grande. Se você olhar, vai achar elementos que podemos desinvestir e gerar caixa. Não tem nenhum grande elemento de desinvestimento.”

No lado operacional, a Suzano espera conseguir uma capacidade de produção de 2,7 milhões de toneladas de celulose de eucalipto em sua fábrica em Ribas do Rio Pardo (MS) em 2027, acima da capacidade nominal da instalação conhecida como Projeto Cerrado, de 2,55 milhões de toneladas por ano.

O vice-presidente de operações de celulose da Suzano, Aires Galhardo, afirmou que esse incremento de capacidade deve ocorrer por meio de melhorias operacionais, sem necessidade de investimentos significativos.

Galhardo citou que a fábrica deve exceder sua capacidade nominal este ano, produzindo 2,57 milhões de toneladas.

Informações: Reuters / Terra

Featured Image

Setor vê reforço sanitário como segurança à expansão do eucalipto

Entidade afirma que controle evita pragas e ajuda a planejar expansão com novas fábricas.

O setor florestal de Mato Grosso do Sul avaliou como positiva a ampliação das regras sanitárias para o plantio de eucalipto. A análise foi feita pela Reflore após a publicação, nesta semana, de nova resolução estadual. A entidade afirma que o reforço no controle garante segurança ambiental e previsibilidade para a expansão da atividade no Estado.

O setor florestal de Mato Grosso do Sul recebeu positivamente a ampliação das regras sanitárias para o plantio de eucalipto, segundo a Reflore/MS. As novas medidas visam fortalecer o controle de pragas e doenças, garantindo segurança ambiental e previsibilidade para a expansão da atividade no Estado. Com cerca de 1,89 milhão de hectares de florestas plantadas, o Estado é um dos maiores produtores mundiais de fibra curta, produzindo 7,5 milhões de toneladas de celulose anualmente. O setor representa 17% do PIB industrial estadual e 24% da produção nacional de celulose, com perspectivas de crescimento devido à entrada de novas fábricas.

Para o diretor-executivo da Reflore, Dito Mário, as medidas fortalecem a sanidade das florestas plantadas. “As ações são fundamentais para prevenir pragas e doenças e garantir um crescimento sustentável do setor”, afirmou. Segundo ele, o controle rigoroso ajuda a alinhar a expansão da base florestal à demanda industrial.

Além da celulose, o eucalipto abastece cadeias como etanol de milho, carvão vegetal e ferro-gusa. Cada atividade possui ritmo próprio de crescimento e exige planejamento específico. “Por isso, o setor observa essas cadeias para planejar, de forma integrada, a evolução da base plantada no Estado”, disse Dito Mário.

A entidade afirma que o setor já opera com padrões elevados de manejo florestal em Mato Grosso do Sul. Mesmo assim, reconhece que a expansão da área plantada amplia o risco sanitário. “À medida que cresce a área, aumenta também a oferta de alimento para pragas, o que exige atenção contínua”, avaliou.

A Reflore também destaca a necessidade de prevenção contra queimadas. O risco aumenta durante períodos de estiagem e altas temperaturas. Segundo a entidade, o cuidado vale tanto para maciços florestais quanto para sistemas silvipastoris.

Mato Grosso do Sul possui cerca de 1,89 milhão de hectares de florestas plantadas, conforme dados da Aprosoja. Com área próxima a 2 milhões de hectares, o Estado figura entre os maiores produtores mundiais de fibra curta. O potencial de expansão depende da demanda industrial e da infraestrutura disponível.

Atualmente, o Estado produz cerca de 7,5 milhões de toneladas de celulose por ano, com operações da Suzano e da Eldorado Brasil. Para sustentar esse volume, são necessários entre 28 e 30 milhões de metros cúbicos de madeira. A demanda tende a crescer com a entrada de novas fábricas.

O setor responde por 17% do PIB (Produto Interno Bruto) industrial estadual e por 24% da produção nacional de celulose.

A resolução publicada no Diário Oficial resulta de ação conjunta da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) e da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal). O texto amplia as medidas de controle sanitário sobre o plantio de eucalipto. A norma busca acompanhar a rápida expansão da atividade no Estado.

A resolução atribui à Semadesc a gestão das informações de inspeção e controle ambiental. Também institui cadastro obrigatório de florestas plantadas acima de meio hectare. O registro exige dados geográficos, CAR, espécie cultivada, data de plantio e previsão de colheita.

O cadastro passa a integrar o sistema MS Agrodata, que controla autorizações de corte. Os prazos seguem escalonamento até março de 2027, conforme o tamanho da área. A mudança amplia o prazo inicial, que venceria no fim de novembro.

A norma torna obrigatório o monitoramento mensal de pragas prioritárias do eucalipto. Entre elas estão Gonipterus platensis, Gonipterus pulverulentus e Glycaspis brimblecombei. O texto define critérios de amostragem e registros técnicos.

O nível de monitoramento varia conforme a espécie plantada. A resolução exige inspeção visual da copa em áreas menores e registro mensal em cultivos de Eucalyptus e Corymbia. Em caso de pragas, o produtor deve comunicar a Iagro de forma imediata.

A fiscalização passa a abranger todas as etapas da atividade florestal. O acompanhamento inclui plantio, manejo, colheita, transporte e armazenamento. A norma também dispensa o mapa geral da propriedade e isenta plantios anteriores a 2025 de informar a origem das mudas.

Informações: Campo Grande News

Featured Image

Veracel abre o seu primeiro edital com foco em ações de responsabilidade socioambiental

A Veracel Celulose anuncia o lançamento de seu 1º Edital de Responsabilidade Socioambiental, iniciativa inédita voltada ao fomento da literatura infantil em 11 municípios da Costa do Descobrimento, no sul da Bahia. O edital convida escritores, ilustradores, editoras, instituições educacionais, bibliotecas comunitárias, coletivos culturais e demais agentes da cadeia do livro a inscreverem projetos que estimulem a criação, distribuição e acesso à literatura voltada ao público infantil.

Nesta primeira edição, três projetos serão selecionados, cada um com apoio financeiro de R$ 20 mil. O investimento total previsto é de R$ 60 mil para 2026. As iniciativas devem ser executadas em um ou mais dos municípios de atuação da empresa: Belmonte, Canavieiras, Eunápolis, Guaratinga, Itabela, Itagimirim, Itapebi, Mascote, Porto Seguro, Potiraguá e Santa Cruz Cabrália.

“A abertura do edital reafirma o nosso compromisso com o desenvolvimento territorial e com a promoção da leitura como ferramenta de inclusão, diversidade, educação e valorização da identidade regional”, explica Izabel Bianchi, Coordenadora de Responsabilidade Social da Veracel. A iniciativa integra o eixo Educação da estratégia de Investimento Social da empresa, que abrange ações formativas, culturais e de incentivo à leitura para crianças e jovens.

Os projetos podem ser inscritos em quatro categorias. Criação e publicação de livros infantis, com foco em identidade local, diversidade, inclusão e temas socioambientais; Mediação e incentivo à leitura, como contação de histórias, rodas de leitura, clubes do livro e ações literárias; Formação de mediadores e educadores e Infraestrutura para acesso à leitura, incluindo bibliotecas comunitárias e salas de leitura.

O processo é aberto para as inscrições de escritores e ilustradores baianos ou residentes na Bahia; editoras; coletivos literários; bibliotecas comunitárias; organizações sociais; escolas e instituições de ensino. Cada proponente pode enviar até três projetos, mas apenas um poderá ser selecionado.

O edital completo está disponível no site da empresa. As inscrições devem ser enviadas exclusivamente para o e-mail edital.socioambiental@veracel.com.br até o dia 17/12.

Featured Image

Governo inicia pavimentação da MS-320 para impulsionar economia do Vale da Celulose

Com foco em fortalecer a integração regional e ampliar o desenvolvimento econômico do Vale da Celulose, o governador Eduardo Riedel assinou, nessa quinta-feira (11), a ordem de serviço para a implantação e pavimentação da rodovia MS-320. A obra, que vai conectar Três Lagoas e Inocência aos demais municípios da Costa Leste, receberá um investimento de R$ 276 milhões.

A solenidade realizada em Três Lagoas marcou oficialmente o início do processo, que contempla a pavimentação de 62 quilômetros da rodovia. Segundo o governador, o empreendimento representa um salto na infraestrutura e na logística do Estado, beneficiando o escoamento da produção, ampliando a segurança viária e oferecendo uma nova alternativa de ligação entre os municípios da região.

Receba, em primeira mão, as principais notícias do Jornal da Nova no seu WhatsApp!

“São R$ 276 milhões em dois lotes que serão feitos em conjunto para acelerar o processo, na pavimentação de 62 km. A rodovia será um eixo estratégico fundamental para a região, altamente expressivo não apenas a Três Lagoas, mas para todo Mato Grosso do Sul. O início das obras será no começo de 2026, com prazo de 18 meses, mas que pode antecipar a conclusão”, destacou Riedel.

A iniciativa integra o pacote de financiamento do Governo do Estado junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O projeto prevê a pavimentação de 62,9 quilômetros, conectando a MS-377 à BR-158, ampliando a capacidade de circulação e fortalecendo o corredor de produção da região Leste.

Com a nova pavimentação, a expectativa é reduzir custos logísticos e facilitar o transporte da produção agrícola e industrial, contribuindo para ampliar a competitividade regional e impulsionar o desenvolvimento econômico de Mato Grosso do Sul. 

Informações: Governo de MS / Jornal da Nova

Featured Image

Programa de mentoria impulsiona mulheres e reforça protagonismo no setor florestal

A Rede Mulher Florestal (RMF) encerrou nesta quarta-feira (10) a quarta edição do programa de mentoria “Floresta para Todas”, que reuniu mentoras e mentoradas associadas à Rede por seis meses, fortalecendo competências, ferramentas de autoconhecimento e sendo uma rede de apoio entre as mulheres do setor florestal.

Em uma média de 6 encontros por dupla, as 21 mentoras reconheceram que as mentoradas reforçaram a autoconfiança, melhoraram o posicionamento profissional no ambiente de trabalho e otimizaram a gestão do tempo. O desenvolvimento profissional e o autoconhecimento foram aprimorados com um conjunto de metodologias para autoconhecimento (MBTI/16 Personalidades, SWOT e Ikigai) que, aliado a um espaço seguro proporcionado pelas mulheres, resultaram em conquistas rápidas e tangíveis.

A estudante de engenharia florestal e estagiária de Silvicultura da Suzano, Camila Arouche, por exemplo, apontou a gestão do tempo como um antigo desafio que foi destravado durante os oito encontros com a sua mentora, a advogada e membro do Conselho Diretor da Rede Mulher Florestal, Rafaela Kern. “Muitos dos projetos que eu tinha estavam parados e eu consegui recuperar o tempo com Rafaela a partir das metodologias incorporadas, além de ter resgatado muitos dos meus hobbies”, comentou Camila durante a noite de encerramento do programa.

O Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeiras de Mato Grosso (Cipem) é um dos apoiadores do projeto e o presidente, Ednei Blasius, destacou a importância de fomentar iniciativas que promovam um desenvolvimento inclusivo e diverso no setor florestal. “O Cipem acredita no potencial transformador da participação feminina e apoia projetos que ampliem a presença de mulheres na gestão e nas lideranças de negócios. Iniciativas como o Programa de Mentoria contribuem diretamente para construir um setor mais forte, representativo e comprometido com o futuro”, afirmou.

Segundo a mentora e membro do Conselho Diretor da Rede Mulher Florestal, Maria Margarida Ribeiro, as próprias mentoras vêm se desenvolvendo a cada edição e aperfeiçoando a arte de mentorear e transmitir conhecimento. “Este ano, tivemos ferramentas que nos possibilitaram trabalhar melhor. A RMF se tornou esse espaço onde somos cada vez mais ouvidas e reconhecidas”, declarou Ribeiro.

Liderança e confiança

Cargos de liderança continuam sendo desafiadores para mulheres dentro do setor florestal. De acordo com pesquisa desenvolvida pelo Grupo de Trabalho (GT) Mulheres na Tomada de Decisão, da RMF, 52,9% das líderes femininas do setor que foram entrevistadas precisaram superar a dúvida que tinham delas mesmas para se sentirem confortáveis em um cargo de maior responsabilidade, fenômeno conhecido como “síndrome da impostora”.

Essa também foi uma dificuldade assumida pela mentorada Letícia Layla, atual analista de Recursos Humanos (RH) da Norflor Empreendimentos Florestais S.A. durante relato na noite de encerramento do programa. O desafio de enfrentar a falta de confiança foi o principal tópico tratado durante as sessões de mentoria com a engenheira florestal Jocelaine Araujo, que acumula 16 anos de experiência na área e é diretora da RMF. “Sou uma outra Letícia após o programa. Eu entrei na empresa como uma aprendiz. Foi difícil sair dessa cadeira e tomar uma posição com mais responsabilidade e de mais liderança. A mentoria me ajudou nisso e me mostrou que eu mereço e posso”, declarou a profissional.

Para participar da edição do programa de maneira gratuita, as mentoradas precisaram cumprir os requisitos de estarem associadas à RMF, serem mulheres, maiores de idade e terem formação ou atuação no setor florestal.

Informações: Agro Olhar

Featured Image

Fábrica no Triângulo Mineiro exporta 500 mil toneladas de celulose por ano para a Ásia

Uma fábrica no Triângulo Mineiro utiliza 43 mil hectares para cultivar eucalipto e envia 500 mil toneladas de celulose para a Ásia anualmente. “Mais de 90% da exportação vai para países como ChinaTailândia e Indonésia”, destacou Fernando Leijôto, coordenador de comunicação institucional da corporação.

A instituição transforma a matéria-prima em cavacos, que passam por digestores até separar fibra e lignina (composto orgânico presente nas plantas terrestres). A molécula gera energia renovável, enquanto as fibras, clareadas e secas, são enviadas ao Espírito Santo para exportação.

Além de usos industriais, a instituição adota práticas sustentáveis, com corredores ecológicos que permitem a circulação de animais da região, preservando a biodiversidade do Cerrado.

Anúncios aleatórios

+55 67 99227-8719
contato@maisfloresta.com.br

Copyright 2023 - Mais Floresta © Todos os direitos Reservados
Desenvolvimento: Agência W3S