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Agroflorestas: a resposta ancestral que pode salvar o cultivo da erva-mate na crise climática

Sistemas agroflorestais (SAFs) podem reduzir em até 10ºC a temperatura sobre os cultivos. A técnica, que remonta a policultivos indígenas, é alternativa para amenizar impacto de estiagens recorrentes e cenários de escalada do calor

Quatro safras consecutivas da erva-mate no Rio Grande do Sul foram prejudicadas por períodos de estiagens que atingiram o estado. Embora a expectativa para este ano seja de supersafra, com previsão de 320 mil toneladas de folha verde colhidas, a emergência climática deve impor desafios aos produtores nas próximas décadas, segundo uma pesquisa que analisou previsões de alterações de chuvas e temperaturas na América Latina até 2100.

O estudo, assinado por seis pesquisadores da Universidade Estadual Paulista e dos Institutos Federais do Mato Grosso do Sul e do Sul de Minas, se baseia em cenários do modelo CMIP6, utilizado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), para estimar quatro cenários globais que variam entre otimista, intermediários e pessimista em períodos de 20 anos. A pesquisa foi publicada no International Journal of Biometeorology. 

As mudanças climáticas vão interferir no setor da erva-mate. Se o cenário mais catastrófico acontecer, as áreas aptas ao plantio no Brasil devem cair muito em relação ao clima atual”, afirma Lucas Eduardo de Oliveira Aparecido, doutor em agrometeorologia e um dos autores do artigo.

Os dados foram cruzados com temperaturas médias anuais entre 15ºC e 22ºC e precipitação média superior a 1.200 mm por ano, fatores considerados pelo estudo como os mais propícios para a produção da erva-mate. Com base nesse zoneamento climático, um tipo de análise que contribui para identificar regiões e períodos favoráveis a diferentes cultivos e minimizar perdas de produção, a pesquisa indicou um cenário atual de 12,2% da área total de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai com chuvas e temperaturas propícias à produção de erva-mate. No pior cenário analisado para o final do século, essa área seria reduzida para 2,2% – uma perda de 82%. Só na região Sul, que concentra os três estados que mais produzem erva-mate no país, a redução seria de 85%. Os dados não levam em consideração as características de solo dos países.

“É essencial entender como as mudanças climáticas podem afetar o cultivo de erva-mate e identificar estratégias de adaptação e mitigação. A análise de zoneamento agroclimático, considerando projeções futuras do clima, é crucial para o desenvolvimento de políticas e ações de adaptação à nova realidade climática”, afirmam os autores da pesquisa.

Mapa: International Journal of Biometeorology/Unesp/ACI

Extensionsta da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do RS e Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural (Emater/RS-Ascar)Ilvandro Barreto de Melo pondera que o mapa apresentado na pesquisa não contempla aspectos do solo, que são determinantes para a produção de erva-mate. Um exemplo disso é o bioma Pampa, preponderante na metade sul do RS e no Uruguai, cujo solo não é adequado para o cultivo, independentemente dos níveis de chuva e das temperaturas atmosféricas.

A árvore da erva-mate precisa de um solo profundo, drenável e fértil, características que o Pampa não oferece, muito pela concentração maior de umidade, ruim para a erva-mate”, explica Melo, que também é coordenador da Câmara Setorial da Erva-mate do RS.

Já no bioma Mata Atlântica, onde estão localizados os polos ervateiros gaúchos de Alto Taquari (cerca de 60% da produção do RS), Alto UruguaiMissões/CeleiroNordeste Gaúcho Região dos Vales, os desafios climáticos das próximas décadas podem ser amenizados com o manejo correto do solo, algo que já vem sendo feito no Rio Grande do Sul.

Mapa: Emater-RS/Ascar

A questão da estiagem está muito ligada à forma como o produtor trabalha o seu erval. Trabalhamos muito com descompactação do solo, ampliação da matéria orgânica do solo, uso de sistemas agroflorestais – com árvores estrategicamente implantadas –, adubação e bom sistema radicular. São questões fundamentais para que as plantas sofram menos com a escassez hídrica e, quando ocorram as chuvas, a água fique armazenada no solo”, afirma Melo, com exemplos das medidas que a Emater sugere aos produtores de erva-mate no estado.

Resiliência com base ancestral e científica

Reprodução: Documentário “Ka’a’i – O ritual da erva-mate”, do Centro de Trabalho Indigenista, disponível no YouTube

Espécie arbórea nativa da América do Sul, com usos que remontam a tradições ancestrais do povo Guarani, a erva-mate (Ilex paraguariensis) tem folhas e galhos finos consumidos em infusões quentes e frias – como no chimarrão e no tererê. Segundo informações da Embrapa Florestas, a composição bioquímica do cultivo tem despertado a atenção das indústrias alimentícias, que utilizam compostos da erva-mate como matéria-prima para a produção, por exemplo, de energéticos.

No Rio Grande do Sul, são consumidas cerca de 100 mil toneladas anuais da erva, segundo dados do Instituto Brasileiro de Erva-Mate (Ibramate). Em fevereiro de 2025, a região de Machadinho (RS) recebeu o reconhecimento de Indicação Geográfica (IG), na modalidade Indicação de Procedência, como produtora de erva-mate, concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) para identificar um produto ou serviço com qualidades atribuídas à sua origem geográfica.

Foto: Emater/RS-Ascar

O manejo do cultivo se soma aos papéis do solo, das chuvas e das temperaturas como elemento crucial para a produção de erva-mate – e para a mitigação dos prejuízos provocados pelas estiagens, que provocaram reduções de 5% a 30% na produtividade dos plantios em anos recentes, segundo Melo. O engenheiro-agrônomo ressalta a importância de aspectos como qualidade das mudas, cobertura adequada do solo, adubação, podas e monitoramento contra pragas e doenças como elementos que “tem influência para uma maior ou menor perda da produção nos casos de deficiência hídrica”.

Conforme Melo, o desenvolvimento de pesquisas e capacitações voltadas ao manejo e a genética dos cultivos, nos últimos 15 anos, com envolvimento de entidades como a Emater e a Embrapa Florestas, tem sido fundamental para qualificar a produção e enfrentar os períodos de seca no estado.

Agrofloresta com cultivo de erva-mate na região de Machadinho (RS). Foto: Emater/RS-Ascar

Em relação às temperaturas, Melo explica que a partir de 7ºC já é possível o surgimento de brotos nas plantações de erva-mate. A partir de 12ºC, ocorrem processos de fotossíntese. Entre 23º e 25ºC, as plantas atingem o máximo do seu desenvolvimento fisiológico. “Se passa dos 30ºC, começam as dificuldades”, diz o engenheiro-agrônomo. Para contorná-las, Melo destaca pesquisas da Emater sobre o uso de sistemas agroflorestais (SAFs), que produzem sombra, entre outros benefícios, e reduzem a temperatura nas áreas de cultivo.

“No verão, encontramos ervais a pleno sol em temperaturas de até 36ºC. Em sistemas agroflorestais, com cobertura arbórea de extrato superior sobre o erval, a temperatura baixa para cerca de 26ºC. É uma oscilação de até 10 graus que contribui para uma eficiência maior. Os sistemas agroflorestais têm resiliência maior para suportar deficiência hídrica”, afirma Melo. O que hoje se conhece pela sigla SAF tem origem em práticas ancestrais de povos indígenas e comunidades tradicionais que cultivam a erva-mate em ambientes sombreados e biodiversos.

Neste ano, a cultura da erva-mate sob araucárias no Paraná foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) como Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial (Sipam). Conforme definição da ONU, esses sistemas agrícolas “geram meios de subsistência em áreas rurais, combinando biodiversidade, ecossistemas resilientes, tradição e inovação de maneira única”. O cultivo paranaense é o segundo Sipam no Brasil, que também conta com o Sistema de Agricultura Tradicional da Serra do Espinhaço, cadeia montanhosa localizada entre a Bahia e Minas Gerais.

Plantação de erva-mate na região de Machadinho (RS). Foto: Emater-RS/Ascar

Em Machadinho (RS), um projeto de pesquisa e transferência de tecnologia, desenvolvido pela Embrapa Florestas com a Associação dos Produtores de Erva-Mate de Machadinho-RS (Apromate), a Emater-RS/Ascar e a prefeitura da cidade, tem como foco sistemas agroflorestais que integram espécies nativas, como a araucária, visando maior sustentabilidade ambiental e econômica para os produtores de erva-mate da região.

A pesquisa, que será realizada até 2029, visa aprimorar a produção da erva-mate Cambona 4, variedade tradicional da região, e engloba avaliação de materiais genéticos de alta produtividade, análise financeira dos SAFs e indicadores de impacto, capacitações técnicas e a restauração de áreas degradadas, incluindo Áreas de Preservação Permanente (APPs).

Outro estudo, desenvolvido pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do RS (Seapi), em parceria com a Associação dos Produtores e Parceiros da Erva-Mate do Alto Taquari (Appemat), mostra como os cultivos podem contribuir para a captura de CO2 da atmosfera. Com sabedoria ancestral, comprovada pela ciência, a erva-mate pode se tornar uma aliada contra a crise climática.

O que são sistemas agroflorestais (SAFs)?

Alternativa de uso da terra em que se valoriza o policultivo, combinando espécies frutíferas, madeireiras, medicinais, olerícolas, apícolas, cultivos agrícolas e/ou animais, os sistemas agroflorestais reduzem a dependência de insumos externos e tem a possibilidade de produzir de forma agroecológica. Ao longo do tempo, esses sistemas tendem a reproduzir um sistema natural, com diversidade de espécies e funções na mesma área, além de produzir uma grande variedade de produtos que podem ser comercializados. 

Fonte: “A tecnologia social das agroflorestas: espécies recomendadas para o Corredor Ecológico da Quarta Colônia” (2022), manual elaborado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas em Recuperação de Áreas Degradadas/UFSM.

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Show Florestal começa nesta terça-feira (19)

A segunda edição da feira da indústria do eucalipto será novamente na Arena Mix, em Três Lagoas/MS

Depois do sucesso da primeira edição, realizada em 2022, a Show Florestal está de volta. Nos dias 19, 20 e 21 de agosto, Três Lagoas/MS, Capital Mundial da Celulose, receberá a segunda edição da Show Florestal, a feira da indústria do eucalipto. Ao todo, 163 expositores irão participar da feira, com os mais diversos produtos e serviços para todos os segmentos que envolvem o cultivo de eucalipto e o processamento da madeira. Esta fascinante indústria de base florestal gera matéria-prima biodegradável e de fonte renovável, utilizada para produzir celulose, papel, papelão, embalagens e uma infinidade de bioprodutos que fazem parte do nosso cotidiano.

Em 2022, a primeira edição aconteceu entre os dias 24 e 26 de maio. Reuniu 130 expositores e recebeu 7.188 visitantes no espaço Arena Mix, onde será novamente o evento este ano.

De lá para cá, investimentos bilionários foram anunciados por empresas do setor. Não só em Três Lagoas, como a segunda linha de celulose da Eldorado; mas também em outros municípios de Mato Grosso do Sul, como o Projeto Cerrado (Suzano), em Ribas do Rio Parto; o Projeto Sucuriú (Arauco), em Inocência; e uma nova fábrica de celulose solúvel da Bracell, em Bataguassu.

Este universo industrial demanda uma série de insumos, serviços, máquinas e equipamentos que são decisivos para manter o Brasil entre os líderes no mercado mundial de produtos florestais.

A segunda edição da Show Florestal está com 163 expositores, 25% a mais que a primeira. Os grandes lançamentos em tecnologia e inovações, que impactam diretamente a produtividade e a diminuição de custos de produção, estarão expostos durante os três dias de feira. Visitantes poderão conversar com profissionais experientes e ver de perto todas as novidades. Além da feira estática, a Show Florestal terá um espaço dedicado para apresentações dinâmicas de equipamentos que fazem o processamento de biomassa.

A feira Show Florestal faz parte da Semana da Indústria do Eucalipto, que contará ainda com dois eventos técnicos: 7º Congresso Florestal, na segunda-feira (18) e 2º Evolution (19 e 20), Rodada de Negócios do Sebrae (20) e visitas técnicas a grandes empresas florestais da região de Três Lagoas, no dia 21.

O que: Show Florestal
Quando: de 19 a 21 de agosto
Onde: Arena Mix – Três Lagoas/MS
Mais em: www.showflorestal.com.br

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Setor florestal do Paraná defende continuidade da negociação para redução do tarifaço

Para presidente da Apre Florestas, medida não resolve de forma definitiva o problema

O presidente da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre Florestas), Fabio Brun (foto), avaliou como positiva a Medida Provisória anunciada nesta quarta-feira (13) pelo governo federal para mitigar os impactos do Tarifaço sobre exportações ao mercado norte-americano.

“O pacote contém vários pontos que podem auxiliar empresas que exportam para os Estados Unidos no curtíssimo prazo, permitindo que as companhias sejam capazes de sobreviver a esse período de ajuste à nova realidade.”

Entre os pontos positivos, a entidade aponta a linha de crédito de R$ 30 bilhões, a postergação dos impostos por dois meses e compras emergenciais de perecíveis.

Apesar disso, ressalta que a medida não resolve de forma definitiva o problema.

“Por mais que o pacote seja abrangente e tenha componentes interessantes, ele é um paliativo — um paliativo bom, mas que não substitui a necessidade de redução da tarifa”, afirma Fabrio Brun.

O presidente da APRE também destacou a importância de garantir a efetiva aplicação dos benefícios previstos. “Uma coisa é anunciar o pacote, outra é a implementação. É fundamental que o que está sendo sugerido na MP seja realmente aplicável e que as empresas tenham acesso às medidas propostas”, completa.

Informações: Mirian Gasparin.

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Fiemt propõe carta conjunta para amenizar impactos da tarifa dos EUA no setor de base florestal

A Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) promoveu na quarta-feira (13), em parceria com o Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira de Mato Grosso (Cipem), um debate institucional para discutir os efeitos do aumento tarifário imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, medida que atinge diretamente a indústria de base florestal do estado. Estiveram presentes diversos representantes de sindicatos e associações de trabalhadores do Estado.

Durante as discussões, foram apresentados cenários sobre o impacto econômico da medida, riscos de redução de postos de trabalho e estratégias para reduzir as perdas para indústrias e trabalhadores.

O presidente da Sistema Fiemt, Silvio Rangel, propôs a criação de uma carta conjunta, a ser assinada por representantes da indústria e dos trabalhadores, com medidas concretas que possam amenizar os efeitos negativos do tarifaço. O documento será encaminhado aos governos estadual e federal como forma de buscar apoio institucional e políticas de mitigação.

“Não podemos enfrentar essa crise de forma isolada. A união entre empregadores e empregados é essencial para mantermos a competitividade, proteger os empregos e garantir que o setor continue contribuindo para a economia de Mato Grosso”, afirmou o presidente.

O presidente do Cipem, Ednei Blasius, destacou que mais de 26% da produção de madeira nativa de Mato Grosso é exportada para os Estados Unidos, sendo que um dos principais produtos (o piso de madeira maciça com acabamento) é direcionado exclusivamente ao mercado americano e continua sujeito às tarifas, mesmo após as recentes alterações anunciadas pelo governo norte-americano.

Segundo ele, esse produto não encontra alternativas viáveis de comercialização em outros mercados, como Europa ou Ásia, devido às especificidades técnicas e à demanda restrita ao consumidor americano. “Sem ter para onde direcionar a produção, há risco de desemprego praticamente total nas linhas de produção voltadas a esse mercado, que empregam de 60% a 70% de mão de obra feminina altamente especializada”, disse.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Madeireira de Juína e Região (Stimajur), João Alves da Luz, reforçou a importância da união entre empregadores e empregados na defesa do setor e da manutenção dos empregos. Ele lembrou que, em sua base sindical, que se estende de Juína a municípios como Colniza e Aripuanã, cerca de 80% dos empregos dependem diretamente da indústria madeireira, que reúne mais de 180 empresas na região.

“Quando a empresa não consegue trabalhar como deseja, quem paga a conta somos nós, trabalhadores. Cada emprego perdido significa uma família inteira sem renda, e não temos outra alternativa de sustento além de vender nossa força de trabalho. Por isso, é fundamental que o governo inclua medidas específicas para os trabalhadores no pacote de apoio e não deixe o setor madeireiro à margem das negociações”, afirmou.

Entre as lideranças presentes estavam o vice-presidente da Fiemt, Jandir Milan; o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção do Estado de Mato Grosso (Sinduscon-MT), Claudio Ottaiano; o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Materiais Elétricos de Mato Grosso, Manoel de Souza; o presidente da Força Sindical, Noel Inacio da Silva; o superintendente regional do Trabalho, Gerson Delgado; e o presidente da Federação dos Trabalhadores da Indústria (Fetiemt), Ronei Lima.

Também participaram representantes do Sindicato dos Empregados em Postos de Combustíveis de Mato Grosso (Sinpospetro-MT), do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias e Cooperativas de Carnes e Derivados da Alimentação de Lucas do Rio Verde (Sintralve), do Sindicato das Indústrias Madeireiras e Moveleiras do Noroeste de Mato Grosso, do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Mato Grosso (Sintia), do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Cuiabá e Municípios e do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário da Região Norte do Estado de Mato Grosso.

Panorama do setor

O estado conta com 1.359 estabelecimentos e 10.869 trabalhadores atuando no setor, que engloba desde serrarias até a fabricação de móveis e artefatos de madeira, conforme informações do Observatório de Mato Grosso.

As serrarias com desdobramento de madeira em bruto representam quase metade das empresas (48,64%) e empregam 59,55% da mão de obra. A fabricação de móveis responde por 30,76% dos estabelecimentos e 18,27% dos empregos, seguida por outras atividades como resseragem, produção de chapas e artefatos diversos, que juntas mantêm milhares de postos de trabalho espalhados por Mato Grosso.

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Setor de madeira cobra negociação urgente com os EUA

Lideranças da ACR e APRE Florestas discutem, ao lado de Gustavo Milazzo da WoodFlow, como o setor madeireiro do Sul do Brasil deve ser afetado pela crise e quais devem ser os próximos passos

As novas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos de madeira brasileiros colocam em risco um dos mercados mais estratégicos para o setor florestal nacional. A avaliação foi feita no Podcast WoodFlow #18, que reuniu o CEO da WoodFlow, Gustavo Milazzo, o presidente da Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR), Jose Mario Ferreira, e o presidente da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE Florestas), Fabio Brun.

Segundo os convidados, o impacto é especialmente grave no Sul do país, onde a dependência do mercado americano é maior. Em alguns segmentos do ramo madeireiro, como portas, molduras e pisos, a participação dos EUA nas exportações chega a ultrapassar 80%. “É uma situação que vai deixar cicatrizes no setor, mas também pode trazer experiência e abrir oportunidades para mudanças estruturais”, afirmou Fabio Brun.

O episódio destacou que, apesar das dificuldades, o Brasil mantém vantagens competitivas globais, como produtividade florestal superior à de outros países e produtos que atendem nichos específicos no mercado internacional. “O setor madeireiro brasileiro é consolidado e resiliente. Já superamos outras crises e podemos sair mais fortes, desde que haja uma ação coordenada para negociar com os Estados Unidos e preservar os empregos e investimentos na cadeia produtiva”, ressaltou Jose Mario Ferreira.

Negociação urgente

Diante do cenário, os participantes reforçaram que a negociação direta entre Brasil e Estados Unidos é urgente para evitar perdas irreversíveis de mercado. O diálogo bilateral pode abrir caminho para a revisão ou redução das tarifas, permitindo que as exportações brasileiras retomem competitividade e preservem o relacionamento histórico e interdependente com o país norte-americano.

Além disso, destacaram que medidas governamentais de apoio ao setor serão fundamentais para atravessar os próximos seis meses, período estimado para que o mercado se acomode à nova realidade. Incentivos fiscais, linhas de crédito emergenciais e políticas de manutenção de empregos podem ser decisivos para impedir o fechamento de empresas e a perda de mão de obra qualificada.

Para Gustavo Milazzo, o momento exige união entre indústrias, associações e governos estaduais e federal. “É urgente abrir um canal de negociação para reverter ou mitigar as tarifas. Sem isso, corremos o risco de perder espaço em um mercado vital para a madeira brasileira”, pontuou.

Sobre o Podcast WoodFlow

O Podcast WoodFlow é uma iniciativa da startup de exportação de madeira WoodFlow, e visa debater, uma vez ao mês, sobre o mercado de madeira. O CEO da WoodFlow, Gustavo Milazzo conduz as entrevistas sempre retratando o cenário e o futuro da madeira. O Podcast WoodFlow é o primeiro do país a debater temas do mercado madeireiro e pode ser acessado diretamente no YouTube ou nas plataformas de streaming de áudio

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Governador Eduardo Riedel, CEOs e especialistas chegam a Três Lagoas para o Congresso Florestal nesta segunda (18)

Evento trará debates sobre inovação, ecoeficiência e mercado de carbono

O setor florestal de Mato Grosso do Sul terá nesta segunda-feira, 18 de agosto, um encontro estratégico que reunirá autoridades políticas, executivos de grandes empresas, prefeitos e especialistas para discutir os rumos da cadeia produtiva. Em sua sétima edição, o Congresso Florestal MS será realizado no Espaço SESI MS – Auditório José Paulo Rímoli, em Três Lagoas, e integra a programação oficial do Show Florestal 2025, marcado para os dias 19 a 21.

A abertura será feita pelo governador Eduardo Riedel, com um panorama sobre o desenvolvimento econômico e as perspectivas para o Estado. Em seguida, dois painéis temáticos vão reunir nomes de destaque no setor. O primeiro, mediado pelo secretário executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Rogério Thomitão Beretta, tratará do status dos megaempreendimentos florestais no Brasil, com a presença de Douglas Seibert Lazaretti (Suzano), Germano Vieira (Eldorado Brasil Celulose), Theófilo Militão (Arauco Brasil) e Mauro Quirino (Bracell).

Ainda na parte da manhã, uma mesa-redonda mediada por Junior Ramires, presidente da Reflore/MS, debaterá políticas públicas e desafios das cidades que sediam grandes empreendimentos, com participação dos prefeitos Cassiano Rojas Maia (Três Lagoas), Roberson Moureira (Ribas do Rio Pardo) e Antônio Ângelo Garcia dos Santos (Inocência), além do vice-prefeito Cleyton Silva (Bataguassu).

O segundo painel, no período da tarde, será moderado pelo embaixador José Carlos da Fonseca Júnior, presidente-executivo da Empapel, e abordará ecoeficiência, produção e mercado de carbono. Entre os palestrantes estão Carlos Alberto Guerreiro (TTG Brasil), José Márcio Cossi Bizon (Bracell – MS Florestal) e José Luiz Stape (UNESP/Botucatu).

A programação se encerra com a palestra magna “Do Brasil para o Mundo: Cenários, Tendências, Liderança em Biomateriais e a Nova Era da Floresta Inteligente”, conduzida por Rodrigo Iafelice dos Santos, empreendedor e investidor com mais de 20 anos de experiência internacional.

Segundo Junior Ramires, presidente da Reflore/MS, a diversidade de temas e participantes reforça a importância do evento como espaço para gerar soluções e fortalecer o setor. “A presença do governador, de lideranças empresariais e de especialistas cria um ambiente único para avançar em inovação, sustentabilidade e competitividade”, afirma.

Organizado pelo Grupo Malinovski e realizado pela Reflore/MS, o congresso conta com patrocínio master de Arauco, Eldorado Brasil, Sistema FIEMS – Sesi e Senai, e Suzano; patrocínio gold da Ecobrasil Bioenergia e da Manulife Investment Management; além de apoio master do Sebrae e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (SEMADESC), e apoio regional do Shopping Três Lagoas.

A programação completa está disponível no site: http://showflorestal.com.br/congressoflorestalms.

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Parceria entre ciência e indústria cria eucalipto tolerante à seca em MS

Parceria entre ciência e indústria cria eucalipto tolerante à seca em MSIniciativa une produtividade e sustentabilidade e protege a cadeia diante das mudanças climáticas

Em meio às extremidades climáticas, empresas de papel e celulose iniciaram o desenvolvimento de clones de eucalipto resistentes à seca em um projeto de melhoramento genético sem precedentes no mundo. O trabalho envolve 15 indústrias, incluindo companhias que atuam no Vale da Celulose, na região leste de Mato Grosso do Sul, como Bracell, Suzano e Eldorado, além de outras presentes em diferentes regiões do Brasil.

Com um investimento total de R$ 12 milhões ao longo de nove anos, a tecnologia promete aumentar em até 15% a produtividade das árvores de eucalipto em relação aos materiais genéticos disponíveis atualmente diante de maior tolerância ao clima seco. Na prática, os clones são produzidos a partir de uma única planta-mãe, garantindo uniformidade genética e características idênticas em todas as árvores.

O projeto é realizado em parceria com a Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) e o Departamento de Engenharia Florestal da UFV (Universidade Federal de Viçosa), em Minas Gerais, que coordenam o projeto. Metade dos recursos foi financiada pela Embrapii, que possui contrato de gestão com o MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação), o MEC (Ministério da Educação) e o Ministério da Saúde.

“Os materiais cultivados hoje em Mato Grosso do Sul toleram entre 1,2 mil e 1,3 mil milímetros de chuva por ano. Já os materiais genéticos que estamos desenvolvendo neste projeto podem resistir a até 800 milímetros”, explica Gleison dos Santos, diretor da Unidade Embrapii Fibras Florestais da UFV e doutor em Engenharia Florestal, em entrevista ao Campo Grande News.

O objetivo do melhoramento genético é produzir eucaliptos mais produtivos, com mais qualidade e resistentes ao clima seco, com menor dependência de água, em um cenário em que as mudanças climáticas têm prejudicado o cultivo de diversas espécies economicamente relevantes, incluindo as florestas de eucalipto.

Atualmente, os maiores índices de produtividade do eucalipto são registrados no Sul do país, especialmente no Rio Grande do Sul e no Paraná, regiões que apresentam maior disponibilidade hídrica. No Paraná, a produtividade média chega a 56 metros cúbicos (m³) de madeira por hectare, enquanto em Mato Grosso do Sul a média é de 35 m³ por hectare — podendo alcançar cerca de 40 m³ com a adoção da nova tecnologia na safra 2025/2026.

Segundo Gleison, o projeto é único no mundo pela participação conjunta de tantas empresas no melhoramento genético do eucalipto para a indústria de papel e celulose. “Elas compartilharam seus materiais genéticos para gerar novas variedades que pertencerão tanto ao grupo de empresas quanto à universidade”, afirma.

Primeira safra e ciclo produtivo – A indústria se prepara para iniciar o plantio da primeira safra dos novos clones na temporada 2025/2026, com colheita prevista para 2032, respeitando o ciclo médio do eucalipto, que é de seis anos. Será um experimento, basicamente, em pequenas áreas.

“Esses clones estão começando a ser plantados agora. As empresas finalizam as fases de testes, com áreas experimentais que variam entre 50 e 150 hectares para avaliar o desempenho em maior escala. Se os resultados forem positivos, em três a cinco anos poderemos alcançar entre 20 mil e 100 mil hectares com esses materiais”, projeta Gleison.

Serão plantados 14 clones com alta tolerância a regiões secas, especialmente no Leste de Mato Grosso do Sul, onde a estiagem pode durar de quatro a cinco meses por ano. Mesmo com essa adversidade, o estado se projeta para assumir a liderança nacional na produção de eucalipto para papel e celulose. A área plantada com eucalipto em Mato Grosso do Sul deve superar 1,7 milhão de hectares ainda este ano.

Para o diretor da Embrapii, Mato Grosso do Sul foi selecionado para receber esse projeto devido à importância do estado para o setor florestal e ao seu crescimento pujante.

O desenvolvimento dos clones levou nove anos porque passaram por várias etapas rigorosas, justificando o tempo necessário para concretizar a inovação tecnológica. Além das 15 empresas atuantes em Mato Grosso do Sul, outras 12 participam do projeto também em regiões como Inhambupe (BA) e Bocaiúva (MG).

Meio ambiente – Sobre o impacto dos novos clones diante das extremidades climáticas, o diretor da Embrapii ressalta que o setor já adota medidas para minimizar os efeitos ambientais. “O setor respeita a legislação ambiental, preserva áreas de proteção permanente e reservas legais, mantendo espécies nativas ao redor dos plantios. Além disso, evita o plantio próximo aos cursos d’água”, afirma.

Ele destaca ainda que os novos clones são mais eficientes, crescem com menos água e produzem mais madeira. “O setor, de modo geral, contribui para o balanço hídrico, porque a existência de árvores, sejam nativas ou não, ajuda na geração de água e na manutenção dos ciclos hidrológicos.”

Informações: Campo Grande News.

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Projetos sociais da Bracell beneficiam 75 mil pessoas na Bahia

Com foco em Educação, Empoderamento e Estar-bem, programa contemplou 27 municípios do Litoral Norte, Agreste e Recôncavo Baiano

Membro da Cooperativa de Trabalho das Costureiras de Inhambupe e Região (Coopecir) – Fábrica de Fardamento, uma das ações apoiadas pelo programa Fomento a Negócios de Impacto, a costureira Jivânia Costa teve sua vida transformada ao ingressar como aluna no projeto, em 2014. Na época, ela estava desempregada e com dois filhos. “A Fábrica de Fardamentos me transformou profissionalmente e me permitiu conquistas pessoais que nunca imaginei serem possíveis. Fui de dona de casa a uma mulher que sonha e persegue seus objetivos. Hoje, sou formada em gestão financeira e contribuo para desenvolver nossa cooperativa. O que mais me orgulha é saber que ajudamos mulheres e suas famílias a realizarem seus sonhos”, conta Jivânia, que também é atual diretora financeira da Coopecir. A Fábrica de Fardamentos é um dos projetos que integram o Bracell Social, programa de investimentos sociais da Bracell, líder global na produção de celulose solúvel. Estruturado nos pilares Educação, Empoderamento e Estar-Bem, o programa contou em 2024 com 12 projetos em 27 municípios do Litoral Norte, Agreste e Recôncavo Baiano, beneficiando 75 mil pessoas.

Cíntia Liberato de Mattos, gerente de Comunicação, Relações Institucionais e Responsabilidade Social da Bracell, destaca que a costureira é uma inspiração para todas. “Jivânia está conosco há mais de 10 anos e é um exemplo de como os projetos podem criar novas perspectivas de vidas para as pessoas. E isso é exatamente o que buscamos com as iniciativas. Daí, o rigor na elaboração dos projetos e na qualificação para que as pessoas não apenas aprendam uma atividade, mas saibam como administrar o negócio para que ele promova a qualidade de vida para os participantes e suas famílias”, ressalta.

Educação que inspira

No campo da Educação, a empresa desenvolve três projetos na Bahia: Educação Continuada, Núcleo de Educação Ambiental e Projeto Ecomunidade. O primeiro é realizado em parceria técnica com o Instituto Chapada de Educação e Pesquisa (Icep) para a formação de professores, coordenadores pedagógicos, gestores escolares e equipes técnicas das secretarias de Educação. Em 2024, alcançou 29 mil educadores, estudantes e familiares em 12 municípios.

O Núcleo de Educação Ambiental promove o conhecimento relacionado à preservação ambiental para estudantes, professores e comunidades a partir de vivências práticas em um espaço educacional e recreativo na Fazenda Salgado, em Inhambupe. Em 2024, o local recebeu 4,5 mil pessoas de oito municípios. Já o Projeto Ecomunidade capacita e apoia o trabalho de multiplicadores ambientais em suas comunidades, com foco em ações de mobilização para o descarte correto de resíduos.

“A educação é um pilar das ações sociais da Bracell. Por meio dela, contribuímos para desenvolver uma consciência social e ambiental efetiva das novas gerações. Com o Projeto Educação Continuada, estamos contribuindo para melhorar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) dos municípios onde estamos inseridos”, afirma Cíntia.

Empoderamento que prospera

Outro eixo estratégico do programa, o Empoderamento, foca a geração de renda para as comunidades. Em 2024, as iniciativas beneficiaram 14,3 mil pessoas em 23 municípios. São elas:  o Programa de Fomento a Negócios de Impacto, que capacita associações e grupos produtivos; o Projeto Nós no Campo, voltado à produção agrícola com técnicas agroecológicas; o Polinizadores, que capacita e dá assistência a criadores de abelhas; o Ponteiras Sustentáveis, que destina resíduos de madeiras para associações e cooperativas; e o Mulheres Produtoras, que estimula o empreendedorismo feminino.

Fábio Sento Sé Oliveira, coordenador de Responsabilidade Social da Bracell Bahia, salienta que o Programa Bracell Social contribui para fortalecer a economia nessas comunidades, uma vez que amplia as fontes de renda dos participantes e suas famílias. “O Programa de Fomento a Negócios de Impacto, por exemplo, gerou renda, no ano passado, para quase 7 mil pessoas. Além disso, quatro associações apoiadas pela iniciativa conseguiram, por meio de editais públicos, R$ 822.925,90 para desenvolver seus projetos”, informa.

Estar-bem que se multiplica

Com foco em promover a cidadania e o bem-estar, a companhia aposta em projetos como o Mais Cidadania, que oferece à população serviços essenciais gratuitos em parceria com as prefeituras locais, e como o Cultura.REC, que fortalece movimentos e manifestações culturais de São Sebastião do Passé e Santo Amaro. Outra iniciativa é o programa de voluntariado Mãos Dadas, que incentiva a participação dos colaboradores em movimentos em favor das comunidades. Em 2024, essas ações alcançaram juntas 11,5 mil pessoas em nove municípios.

“A Bracell tem como filosofia de que tudo o que fazemos deve ser bom para a comunidade, o país, o clima e os clientes pois, só assim será bom para a empresa. Por isso, ao desenvolvermos esses projetos e programas, com ações nos eixos Educação, Empoderamento e Estar-bem, estamos em sintonia com o que acreditamos ser importante, que é cuidar das pessoas e das comunidades onde estamos inseridos”, conclui Cíntia Mattos.

Sobre o Bracell Social

O Bracell Social é o braço de investimento social da Bracell, guiado por três pilares fundamentais: educação, empoderamento e bem-estar. A iniciativa visa contribuir para o desenvolvimento econômico e a melhoria da qualidade de vida nas comunidades onde a multinacional atua. Por meio de 23 iniciativas distribuídas nas três vertentes, a Bracell fortalece práticas educacionais e ambientais, conta com ações de capacitação, empreendedorismo e geração de renda, além de iniciativas de promoção à saúde, cidadania e cultura. 

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Paraná vai investir milhões na construção do planetário mais moderno da América Latina feito de madeira

Projetado para ser referência nacional em divulgação científica, educação, inovação e turismo cultural, espaço possuirá o que há de mais avançado em tecnologia de planetários no mundo

A Região Metropolitana de Curitiba (RMC) vai ganhar o mais moderno planetário da América Latina. nesta terça-feira (12 de agosto), o nstituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional (Fundepar), órgão do Governo do Estado, vinculado à Secretaria da Educação, publicou o edital de licitação para contratação de empresa que executará as obras do novo Planetário do Parque da Ciência Newton Freire Maia, em Pinhais. O valor máximo da licitação é de R$ 47.317.841,25.

A publicação do edital se dá após o concurso para escolha de projeto arquitetônico, realizado em 2024.

As empresas interessadas poderão participar da disputa pelo sistema eletrônico de licitações do Governo Federal no dia 26 de setembro, às 8h30. O Edital com todos os detalhes está disponível na internet, nas páginas do Portal Nacional de Contratações Públicas, no site de Contratações Públicas do Governo Estadual e no Portal da Transparência do Governo do Estado.

O projeto prevê uma construção com madeira engenheirada, garantindo a sustentabilidade do projeto, com redução de custos e de resíduos. O novo Planetário terá área construída de aproximadamente 5.500 m2, sendo um dos mais modernos do país.

Com investimento total de cerca de R$ 65 milhões do Governo do Estado, o projeto também contempla a revitalização e o paisagismo da trilha do Rio Canguiri, localizada nas dependências do Parque. A previsão é de que a obra seja concluída e o planetário entre em funcionamento já no segundo semestre de 2026, tendo capacidade para receber 140 mil visitantes por ano.

“A construção desse novo planetário representa um importante estímulo ao ensino de ciências no Paraná”, afirma o secretário estadual da Educação, Roni Miranda. “Além do espetáculo oferecido pelo planetário em si, esse tipo de projeto tem a capacidade de despertar o interesse dos nossos alunos por diversos campos do conhecimento, aproveitando as possibilidades oferecidas por toda estrutura do Parque da Ciência”, diz o secretário.

REFERÊNCIA EM TECNOLOGIA 

Projetado para ser referência nacional em divulgação científica, educação, inovação e turismo cultural, espaço possuirá o que há de mais avançado em tecnologia de planetários no mundo, podendo simular o céu com perfeição e projetar até 9 mil corpos celestes em alta definição.

Informações: Bem Paraná.

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Associação das indústrias de compensados reforça cobrança por negociação com os Estados Unidos

Abimci afirma que “apesar de bem-vinda, a ajuda é apenas um alívio temporário e de ação paliativa”

A Abimci (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente), entidade que representa as indústrias de compensados, reforçou a cobrança para que o governo brasileiro intensifique as negociações em torno das tarifas aplicadas pelos Estados Unidos.

Em nota publicada nesta quinta-feira (14), a entidade afirmou que o pacote de medidas anunciado pelo governo federal nesta semana, para auxiliar exportadores afetados pela tarifa aplicada pelos Estados Unidos “representa apenas um alívio temporário e não resolve a crise instalada no setor”.

A associação defende que a solução definitiva depende de uma negociação direta entre os governos do Brasil e dos EUA para adequar as taxas a níveis comercialmente viáveis. A Abimci critica a falta de prioridade do governo brasileiro nesse diálogo, destacando que outros países conseguiram reduzir tarifas após conversas diretas com Washington.

Desde a adoção da nova alíquota, em 9 de julho, empresas madeireiras enfrentam cancelamentos de contratos, paralisação de mercados e dificuldades de armazenamento da produção destinada ao mercado norte-americano. Algumas já concederam férias coletivas, parciais ou totais, e o risco de fechamento de fábricas e cortes de empregos é considerado iminente.

A associação também ressalta que a recomendação do governo de buscar novos mercados não é viável para o setor, tanto por características técnicas dos produtos quanto pela fatia de mercado conquistada ao longo de décadas nos Estados Unidos. “Nossa capacidade de sobrevivência está diminuindo. Enquanto isso, não há nenhuma ação que sinalize um possível acordo”, alerta a nota da Abimci.

Em 2024, o setor exportou US$ 1,6 bilhão para os EUA, destino de aproximadamente 50% de toda a produção nacional. Em alguns segmentos, essa dependência é total, com 100% das vendas voltadas ao mercado americano. A entidade estima que 180 mil empregos diretos estejam ameaçados caso não haja uma solução negociada.

Informações: RBJ.

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